Antero Quental Sonetos Retoma

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Antero de Quental

Sonetos Completos
Síntese da unidade
Retoma de conteúdos

Encontros – Português
11.º e 12.º anos
Antero de Quental | Síntese da unidade ● Retoma de conteúdos

Contextualização histórico-literária

Angústia existencial

Configurações do Ideal

Linguagem, estilo e estrutura

Em síntese
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Friso cronológico
Séc. XVII Séc. XIX
BARROCO ROMANTISMO REALISMO

Antero de Quental (1842-1891)


Sonetos Completos (1886)
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Antero de Antero de Quental é entre nós o grande criador de uma


Quental poesia filosófica romântica, influenciada pelos modelos
alemães.
(1842-1891)
Nasce em Ponta Delgada, no seio de uma família nobre e
com tradições literárias da ilha de S. Miguel.

Em 1852, vai para Lisboa estudar no Colégio do Pórtico,


fundado por António Feliciano de Castilho, com quem já
aprendera francês e latim em Ponta Delgada, entre 1847
e 1850.

Um ano depois regressa a S. Miguel, de onde partirá


em 1855 para Coimbra, a fim de fazer os estudos
preparatórios para o ingresso na Universidade.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

Antero de Aos dezasseis anos, inicia o curso de Direito. Durante


a sua permanência em Coimbra, assume-se como
Quental uma figura influente no meio estudantil coimbrão,
(1842-1891) tomando parte em várias manifestações académicas.

Em 1861, publica em edição limitada os Sonetos de


Antero, obra dedicada ao poeta João de Deus […] . Em
1865, publica as Odes Modernas, poesias de
romantismo social, acompanhadas de uma “Nota
sobre a Missão Revolucionária da Poesia”.

Em 1871, organiza as Conferências Democráticas do


Casino Lisbonense, proferindo as duas primeiras, O
Espírito das Conferências e Causas da Decadência dos
Povos Peninsulares.

“Antero de Quental” [em linha], in Infopédia [com supressões]


CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA
REALISMO
• Escola literária surgida na segunda
metade do século XIX como reação
aos excessos do formalismo
romântico.
• Forma de expressão artística que
procura reproduzir, de forma mais
ou menos evidente e naturalista, o
mundo e os objetos da realidade
envolvente (representação da vida Jean-François Millet,
As Respigadoras, 1857
burguesa e/ou urbana; denúncia e
análise crítica dos vícios da
sociedade contemporânea).
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ANGÚSTIA EXISTENCIAL

• Insatisfação face ao amor e à vida.


• Interiorização reflexiva.
• Inquietação filosófica.

Ex.:
“O Palácio da Ventura”
“Despondency”

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CONFIGURAÇÕES DO IDEAL

Racionalidade otimista e de luta:


Razão, Justiça, Amor / Fraternidade / Solidariedade
Ex.: “Hino à Razão”
Amor espiritualizado (“visão”)
Ex.: “Ideal”
Poeta como “voz da Revolução”
Ex.: “A um Poeta”
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POESIA DE ANTERO DE QUENTAL

Configurações do Ideal Angústia Existencial

• Inquietação espiritual.
• Procura de algo que dê um sentido ou uma finalidade à
existência humana.
• Aceitação de uma entidade que aparece, quase sempre, sob
contornos vagos ou indefinidos e que pode assumir o nome de
Deus (Ex.: “Ignoto Deo”).
• Desejo de sonhar.
• Insatisfação perante o real sentido como demasiado frustrante
ou limitado.
POESIA DE ANTERO DE QUENTAL
Configurações do Ideal Angústia Existencial

Segundo o crítico literário António Sérgio, dualidade na


personalidade do poeta, dominado pelo:

espírito crítico do filósofo (lucidez do intelecto; espírito


apostólico; autodomínio; consciência plena; concentração da
atividade pensante; exaltação do amor e da razão);

temperamento mórbido do homem (canto da noite, do sonho,


da submersão, da morte, dissolução da personalidade; repouso
da alma no Deus transcendente).

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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Soneto Composição poética constituída por 14 versos,


geralmente decassilábicos, distribuídos por
duas quadras e dois tercetos.
Trata-se de uma
forma poética de A rima do soneto tende a seguir o esquema
origem clássica
que obedece a
ABBA ABBA, nas quadras, e CDC CDC , CDE
regras rígidas de CDE (entre outros esquemas), nos tercetos.
construção.
O último verso de um soneto é considerado a
chave de ouro, quando apresenta uma
conclusão para o tema desenvolvido.
ESTRUTURA ESTRÓFICA
A um poeta
Soneto Surge et ambula!

Tu, que dormes, espírito sereno,


Posto à sombra dos cedros seculares, Quadra
Como um levita à sombra dos altares,
2 quadras e Longe da luta e do fragor terreno,
2 tercetos
Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares… Quadra
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno…

Escuta! É a grande voz das multidões!


São teus irmãos, que se erguem! são canções… Terceto
Mas de guerra… e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,


E dos raios de luz do sonho puro, Terceto
Sonhador, faze espada de combate.
Tu, que dormes, espírito sereno, a
Soneto Posto à sombra dos cedros seculares, b
Como um levita à sombra dos altares, b
Longe da luta e do fragor terreno, a

ESTRUTURA Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno, a


RIMÁTICA Afugentou as larvas tumulares… b
O esquema Para surgir do seio desses mares, b
rimático pode Um mundo novo espera só um aceno… a
não ser
totalmente
convencional. Escuta! É a grande voz das multidões! c
São teus irmãos, que se erguem! são canções… c
Mas de guerra… e são vozes de rebate! d

Ergue-te, pois, soldado do Futuro, e


E dos raios de luz do sonho puro, e
Sonhador, faze espada de combate. d
ESTRUTURA MÉTRICA

Tu, que dor mes, es pí ri to se reno


Pos to à som bra dos ce dros se cu lares

Versos
Soneto
decassilábicos
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

É marcado por um elevado grau de


Discurso
elaboração formal.
conceptual
Recorre a conceitos (noções), muitas
delas filosóficas.

Trata-se de uma poesia de ideias e


questionação.
Ex.:
Razão, irmã do Amor e Justiça
Mais uma vez escuta a minha prece.
(“Hino à Razão”)
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Recursos Apóstrofe
expressivos

Metáfora

Personificação
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA – RECURSOS EXPRESSIVOS

Apóstrofe
Interpelação de um destinatário que pode ser (ou não) humano,
real ou fictício, através do vocativo.

“Razão, irmã do Amor e da Justiça,” A apóstrofe humaniza a Razão,


(“Hino à Razão”) tornando-a um interlocutor
“real” para o sujeito poético.

“Tu, que dormes, espírito sereno,” O “Tu”, anónimo, que se


(“A um poeta”) mantém calmo, é invocado
pelo sujeito poético através da
apóstrofe, tornando-se seu
destinatário.

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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA – RECURSOS EXPRESSIVOS

Metáfora
Utilização de um termo para designar algo diferente daquilo que
designa habitualmente, a partir de elementos que são comuns a
esse termo e ao que ele refere.
A metáfora reforça a
“Que a leve o ar sem fim da soledade
dor, a angústia
Onde as asas partidas a levaram…” existencial, o
(“Despondency”) sofrimento daquele(a)
quem tiraram tudo o
que era importante.

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LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA – RECURSOS EXPRESSIVOS

Personificação
Atribuição de características humanas (pensamentos,
sentimentos, ações) a seres inanimados, a animais ou a
entidades abstratas.
Com o recurso à
“Razão, irmã do Amor e da Justiça,” personificação humaniza-se
a Razão, dando-lhe um
(“Hino à Razão”) contexto familiar que explica
a sua origem. A apóstrofe
acentua a personificação.

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EM SÍNTESE

Antero de Quental, Sonetos Completos

 A angústia existencial.
 As configurações do Ideal.
 Linguagem, estilo e estrutura:
– o discurso conceptual;
– o soneto;
– recursos expressivos:
a apóstrofe,
a metáfora;
e a personificação.

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