Apresentação Da Disciplina HST Educação

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

TURMA EDUCAÇÃO FÍSICA 2018.2 MATUTINO

PROF. Ms Leonardo N. Evangelista


 “Acreditamos que somos seres sociais,
morais e racionais, pois regras, normas,
valores, finalidades só podem ser
estabelecidas por seres conscientes e dotados
de raciocínio”

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, p. 14


EMENTA
 Grandes tendências do pensamento filosófico e
suas implicações na Educação. Principais
correntes do pensamento pedagógico a partir da
modernidade. História da Educação no Brasil a
partir do século XX.
OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA
 Através do estudo da história da educação,
possibilitar habilidades e competências na
condução humanística para o exercício
profissional e pedagógico, de forma ética e
humanizada, contribuindo para uma formação do
estudante, respeitando o rigor científico,
acadêmico e as normas sociais,.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Compreender conhecimento da história da
educação como ferramenta para o
desenvolvimento do saber pedagógico;
 - Aprender as principais vertentes do pensamento
da educação através das experiências pedagógicas
ao longo da história ocidental;
 - Adquirir capacidade técnica-científica e
pedagógica para compreensão da prática
profissional;
 - Desenvolver competências profissionais dentro
da conduta ética, respeitando a normas e os
procedimentos que conduzem a prática
profissional;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 UNIDADE I- História da educação e o
desenvolvimento das ideias pedagógicas
 - O método genealógico para o estudo da
educação;
 - História e Educação;

 - Educação Oriental;

 - A Educação na Grécia e o desenvolvimento do


pensamento ocidental;
 - A educação na idade média

 - Crítica a modernidade e a educação.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 UNIDADE II- História da educação no Brasil e
Contemporânea
 - Pedagogia no Brasil;

 - Educação e Jesuítas;

 - Educação e república no Brasil;

 - Educação no Brasil e as principais reformas do


ensino;
 - Educação profissional e contemporânea.
EDUCAÇÃO NO MUNDO ANTIGO
EDUCAÇÃO NA GRÉCIA
 Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de
educação: um baseado no conformismo e no
estatismo, outro na concepção, outro na
concepção de Paidéia, de formação humana livre
e nutrida de experiências diversas, sociais,
alimentaram durante séculos o debate
pedagógico, sublinhando a riqueza e fecundidade
ora de um, ora de outro modelo.
EDUCAÇÃO NA GRÉCIA
 Foi o mítico Licurgo quem ditou as regras
políticas de Esparta e delineou seu sistema
educativo, conforme o testemunho de Plutarco. As
crianças do sexo masculino, a partir dos sete
anos, eram retiradas da família e inseridas em
escolas-ginásios onde recebiam, até os 16 anos,
uma formação de tipo militar, que devia favorecer
a aquisição da força e da coragem. O cidadão-
guerreiro é formado pelo adestramento no uso
das armas, reunido em equipes sob o controle de
jovens guerreiros e, depois, de um
superintendente geral (paidonomos).
ESPARTA
 Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os
vínculos de amizade, valorizava-se em particular
a obediência. Quanto à cultura – ler, escrever -,
pouco espaço era dado a ela na formação do
espartano – “o estritamente necessário”, diz
Plutarco -, embora fizessem aprender de memória
Homero e Hesíodo ou o poeta Tirteo.
ATHENAS
 Numa primeira etapa, a educação era dada aos
rapazes que freqüentavam a escola e a palestra,
onde eram instruídos através da leitura, da
escrita, da música e da educação física, sob a
direção de três instrutores: o grammatistes
(mestre), o kitharistes (professor de música), o
paidotribes (professor de gramática). O rapaz era
depois acompanhado por um escravo que o
controlava e guiava: o paidagogos. Depois de
aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas
de madeira cobertas de cera, liam-se versos ricos
de ensinamentos, narrativas, discursos, elogios
de homens famosos, depois os poetas líricos”que
eram cantados.
 particularidade da educação ateniense é
indicada pela idéia harmônica de formação que
inspira ao processo educativo e o lugar que nela
ocupa a cultura literária e musical, desprovida de
valor prático, mas de grande importância
espiritual, ligada ao crescimento da
personalidade e humanidade do jovem.
A PAIDÉIA
 Surge então o modelo ideal de educação grega,
que aparece como Paidéia*, que tem como
objetivo geral construir o homem como homem e
cidadão. Platão define Paidéia da seguinte
maneira “(...) a essência de toda a verdadeira
educação ou Paidéia é a que dá ao homem o
desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito
e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça
como fundamento”.
A PAIDÉIA
 A noção de Paidéia se afirma de modo orgânico e
independente na época dos sofistas e de Sócrates
e assinala a passagem explícita – da educação
para a Pedagogia, de uma dimensão teórica, que
se delineia segundo as características universais
e necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia
como saber autônomo, sistemático, rigoroso;
nasce o pensamento da educação como episteme*,
e não mais como éthos* e como práxis* apenas.
 Paidéia: nas suas origens e na sua acepção
comum, indica o tipo de formação da criança
(pais), mais idôneo a fazê-lo crescer e tornar-se
homem, assume pouco a pouco nos filósofos o
significado de formação, de perfeição espiritual,
ou seja, de formação do homem no seu mais alto
valor. Portanto, podemos dizer que a Paidéia,
entendida ao modo grego, é a formação da
perfeição humana.
A PAIDÉIA
 * Episteme: conhecimento verdadeiro, de
natureza científica, em oposição à opinião
infundada ou irrefletida.
 * Éthos: conjunto dos costumes e hábitos
fundamentais, no âmbito do comportamento e da
cultura, característicos de uma determinada
época ou região.
 * Práxis: prática.
 Nesta época desenvolvem-se alguns centros de
cultura: Rodes, Pérgamo, Alexandria; Alexandria
em particular – fundada por Alexandre Magno
em 932 a. C. no Egito - , com a biblioteca e o
museu, afirma-se como o centro de toda cultura
helenística, literária, filosófica e científica.
 A Paidéia no período helenístico pode ser
compreendida como uma orientação de vida, ou
seja, apresentava-se como um conjunto de
orientações seguras, que indicavam o caminho da
felicidade. Os “novos” educadores, além de
ensinar o homem a especular em torna da
verdade, buscavam enfatizar que era preciso
aprender a viver de forma virtuosa. A vivência
das virtudes era a garantia de uma vida feliz, por
isso, a transmissão e a prática dos valores tornou-
se o conteúdo primordial das escolas nesse
período.
A EDUCAÇÃO EM ROMA
A EDUCAÇÃO EM ROMA
 O texto - base da educação romana, como atesta
Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas,
fixado em 451 a.C., no bronze e exposto
publicamente no fórum, para que todos pudessem
vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o
espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e
delineava-se um código civil, baseado na pátria
potestas e caracterizado por formas de relação
social típicas de uma sociedade agrícola atrasada.
Como modelo educativo, as tábuas fixavam à
dignidade, a coragem, a firmeza como valores
máximos, ao lado, porém, da pietas e da
parcimônia.
A EDUCAÇÃO EM ROMA
 A educação na Roma arcaica teve, sobretudo,
caráter prático, familiar e civil, destinada a
formar em particular o civis romanus, superior
aos outros povos pela consciência do direito como
fundamento da própria “romanidade”. Os civis
romanus era, porém, formado antes de tudo em
família pelo papel central do pai, mas também da
mãe, por sua vez menos submissa e menos
marginal na vida da família em comparação com
a Grécia. A mulher em Roma era valorizada como
mater famílias, portanto reconhecida como
sujeito educativo, que controlava a educação dos
filhos, confiando-os a pedagogos e mestres.
A EDUCAÇÃO EM ROMA
 Foi a partir do século Ii a. C. que em Roma
também se foram organizando escolas segundo o
modelo grego, destinadas a dar uma formação
gramatical e retórica, ligada à língua grega. Só
no século I a. C. é que foi fundada uma escola de
retórica latina, que reconhecia total dignidade à
literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo
depois, o espírito prático, próprio da cultura
romana, levou a uma sistemática organização das
escolas, divididas por graus e providas de
instrumentos didáticos específicos (manuais).
Quanto aos graus, as escolas eram divididas em:
A EDUCAÇÃO EM ROMA
 1. elementares (ou do litterator ou ludus,
dirigidas pelo ludi magister e destinadas a dar a
alfabetização primária: ler, escrever e,
freqüentemente, também calcular; tal escola
funcionava em locais alugados ou na casa dos
ricos; as crianças dirigiam-se para lá
acompanhadas do paedagogus, escreviam com o
estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as
letras do alfabeto e sua combinação, calculavam
usando os dedos ou pedrinhas – calculi - ,
passavam boa parte do dia na escola e eram
submetidas à rígida disciplina do magister, que
não excluía as punições físicas);
A EDUCAÇÃO EM ROMA
 2. secundárias ou de gramática (nas quais se
aprendia a cultura nas suas diversas formas:
desde a música até a geometria, a astronomia, a
literatura e a oratória; embora predominasse
depois o ensino literário na sua forma gramatical
e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos,
através da lectio, da enarratio, da emendatio e do
judicium); 3. escolas de retórica – política,
forense, filosófica etc. – e elaboravam –se as
suasoriae ou discursos sobre exemplos morais e
as controversiae ou debates sobre problemas
reais ou fictícios).
A EDUCAÇÃO NO ORIENTE
 A História da Educação Oriental se estruturou
numa região onde viveram os egípcios, fenícios,
hindus, mesopotâmicos, hebreus, chineses, e
outros grupos humanos que colaboraram para a
construção da escrita rudimentar.
 A escrita sistematizada criada no oriente fez com
que a educação fosse assumindo formas mais
elaboradas e incorporando novas funções.
A EDUCAÇÃO NO ORIENTE
 No Egito todo o saber era ministrado no templo e
o Faraó, senhor de todo conhecimento, era quem
indicavam a quem caberia educar. As crianças
frequentavam a escola a partir dos 6 ou 7 anos,
sendo as escolas elementares (ler, escrever e
contar) para o povo e as escolas superiores ou
eruditas para a classe nobre e sacerdotes (além
do elementar, aprendiam astronomia,
matemática, música, poesia, etc.).
 Entre os hindus, a educação era privilégio das
castas superiores, embora não fossem comuns as
escolas. Geralmente os pais eram responsáveis
pela educação dos filhos, como base nos textos
Vedas.
 Para os hebreus todas as atividades significativas
eram desenvolvidas em torno do templo. A
educação entre os hebreus, baseada nos livros
sagrados (Tora e Talmude) tinha duração de 10
anos (dos 08 aos 18 anos).
 Já os Zigurates mesopotâmicos, além de lugar de
culto aos deuses, estocavam-se alimentos, fazia-
se ciência (observação dos astros).
 Na China, a educação sistematizada só ocorreu a
partir do período imperial (V a. C.), e dividia-se
em elementar (do povo) e superior (funcionários
mandarins).
 Todas as civilizações orientais organizaram suas
vidas de modo unitário por meio da Religião e do
Estado e estabeleceram um forte controle social.
 A Educação para os orientais era tida como uma
atividade sagrada, isto é, prodígio dos deuses. E
os grupos sacerdotais eram seus guardiões. Eram
eles os intérpretes dos mitos, os detentores da
tradição e os que cuidavam da tradição ideológica
e da concepção do mundo oriental antigo.
 Ler e escrever eram um prestígio, coisa de
homens próximos de Deus, seus interpretes ou
deuses por si mesmos.
 Havia também a educação para os ofícios,
adquirida por meio da observação e imitação. Ter
um ofício era sinônimo de status, a exemplo dos
escribas no Egito.
CONFUCIONISMO
 Dao, a Via
 Em chinês, todas as escolas de pensamento (Jia)
possuem uma fórmula, método ou via para se
alcançar um objetivo proposto. Esta Via se chama
Dao (também grifado como “Tao”), que podemos
traduzir ou compreender mais facilmente como
um caminho racional para atingir a compreensão
da Realidade.
 Um problema pode ser abordado por vários
ângulos diferentes: do mesmo modo, pois, pode
ser resolvido de modos diferentes. A preocupação
de Confúcio foi, exatamente, de como pensar uma
Via que atingisse e servisse a todos os seres
humanos, e lhes propiciasse uma consciência
aproximada sobre o mesmo conjunto de valores
morais importantes para a sobrevivência da
sociedade.
 O caminho escolhido por Confúcio foi,
justamente, o de educar. Sua teoria baseava-se
na percepção das deficiências educacionais da
época, incapazes de manter e transmitir o
conhecimento moral e técnico existente. Tais
dificuldades encontravam-se tanto na estrutura
do ensino quanto no que era ensinado, e Confúcio
ainda destacava um terceiro ponto fundamental:
qual a função de ensinar e aprender?
Até então, apenas as pessoas com posses tinham acesso a
uma educação constante e erudita que, no entanto, não as
impediam em ceder às tentações da corrupção e do egoísmo.
Do mesmo modo, muitas pessoas de origem humilde e
educação ruim ainda tentavam, de modo claudicante, agarrar-
se a um modo de vida correto.
 Para Confúcio, isso significava que a educação,
em seu cerne, trazia uma concepção de correção
adequada e necessária para toda a sociedade.
Mesmo com pouca educação, alguém poderia se
manter num modo de vida apropriado. Porém, se
mal aplicada ou desenvolvida, a educação seria,
por si só, incapaz de resolver os problemas sociais
e individuais.
 A Centralidade (Zhong) e a Virtude (De)
 A educação consistiria, antes de tudo, em atingir
a Centralidade (Zhong), ou o fio condutor que
amarra as experiências humanas e que nos dão a
consciência, justamente, de sermos humanos.
 Tal condição é a Virtude (De), cujo ideograma
também nos aponta uma idéia concreta sobre o
que Confúcio queria propor. “De” é representado
por uma junção de três sinais gráficos que
significam, juntos, “andar no caminho reto com o
coração”, ou seja, alcançar um caminho que todos
possam compartilhar baseado naquilo que há de
mais adequado para a vivência em sociedade.

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