Projeto Geometrico de Estradas e Pavimentacao
Projeto Geometrico de Estradas e Pavimentacao
Projeto Geometrico de Estradas e Pavimentacao
ESTRADAS E PAVIMENTAÇÃO
Prof. Jairo Furtado Nogueira, M.Sc
2. PRINCIPAIS ETAPAS DE UM PROJETO DE ENGENHARIA DE ESTRADAS
2.1 Introdução
• Reconhecimento ou Anteprojeto;
• Exploração ou Projeto;
• Locação ou Projeto Definitivo.
o de tráfego,
Durante essa fase são desenvolvidos outros estudos, além dos topográficos, como:
hidrologia,
geologia,
geotécnica, etc.
E os trabalhos de escritório referentes às informações colhidas nos estudos topográficos que têm por
fim organizar a planta da faixa levantada, com a representação do relevo do terreno, planta esta que vai
permitir projetar a diretriz da futura estrada e avaliar o custo provável da mesma
2. PRINCIPAIS ETAPAS DE UM PROJETO DE ENGENHARIA DE ESTRADAS
memórias de cálculo,
O projeto final é o conjunto de todos esses projetos, complementado por: justificativa de soluções
e processos adotados,
quantificação de
serviços, especificações
de materiais, métodos
de execução e
orçamento.
2. PRINCIPAIS ETAPAS DE UM PROJETO DE ENGENHARIA DE ESTRADAS
• a topografia da região;
• as condições geológicas e geotécnicas do terreno;
• a hidrologia e a hidrografia da região;
• a presença de benfeitorias ao longo da faixa de domínio da estrada.
4.1. Introdução
Rodovia um dos principais elementos que vai determinar as suas características futuras é
o tráfego que a mesma deverá suportar. O projeto geométrico de uma estrada de
rodagem é condicionado, principalmente, pelo tráfego previsto para nela circular.
Classe de Projeto da
Estrada e o adequado
dimensionamento de Permite estabelecer
todos os seus elementos
Volume de Tráfego é o número de veículos que passa por uma determinada seção de uma
estrada, num determinado intervalo de tempo.
a) Volume Anual
b) Volume Médio Diário (VMD)
4. NOÇÕES DE TRÁFEGO E CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
c) Variações Mensais
d) Variações Anuais
4. NOÇÕES DE TRÁFEGO E CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
a) Tráfego Existente (Atual) É o tráfego que utiliza a estrada no ano em que se faz o estudo
O tráfego é composta por veículos que diferem entre si quanto ao tamanho, peso e velocidade.
E são classificados em:
leves (automóveis, camionetes, etc)
São feitas com o objetivo de conhecer-se o número de veículos que passa através de um
determinado ponto da estrada, durante um certo período, podendo-se determinar o Volume
Médio Diário (VMD), a composição do tráfego, etc..
Tais dados servem para a avaliação do número de acidentes, classificação das estradas e
fornecem subsídios para o planejamento rodoviário, projeto geométrico de estradas, estudos
de viabilidade e projetos de construção e conservação. Permitem, ainda, aglomerar dados
essenciais para a obtenção de séries temporais para análise de diversos elementos, tais como
a tendência de crescimento do tráfego e variações de volume.
4. NOÇÕES DE TRÁFEGO E CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
1 DE: 0 PARA: 0
Capacidade de uma via (rua ou estrada) é o número máximo de veículos que pode passar por uma
determinada seção, em uma direção ou ambas, durante a unidade de tempo, nas condições normais
de tráfego e da via. A capacidade nunca poderá ser excedida sem que se modifiquem as condições
da via considerada.
Está associado às diversas condições de operação de uma via, quando ela acomoda diferentes
volumes de tráfego.
É uma medida qualitativa do efeito de uma série de fatores, tangíveis e intangíveis, que para efeito
prático é estabelecido apenas em função da velocidade desenvolvida na via e da relação entre o
volume de tráfego e a capacidade da via (V/C).
NÍVEL A: Condição de escoamento livre,
acompanhada por baixos
volumes e altas velocidades. A
densidade do tráfego é baixa,
com velocidade controlada pelo
motorista dentro dos limites de
velocidade e condições físicas
da via
0 → Rodovias Radiais;
1 → Rodovias Longitudinais;
2 → Rodovias Transversais;
3 → Rodovias Diagonais;
4 → Rodovias de Ligação;
4. NOÇÕES DE TRÁFEGO E CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
Embora não existindo limites rígidos de distinção, pode-se dizer que são classificadas como
rodovias urbanas àquelas que se situam próximas às grandes cidades. Sempre que houver uma
estrada de rodagem ligando duas cidades distantes entre si menos de 10 km, tendo uma delas
população superior a 200.000 habitantes, o projeto geométrico deve dotar o trecho com
características técnicas de rodovias urbanas.
4. NOÇÕES DE TRÁFEGO E CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
Atualmente, além do tráfego, a importância e a função da rodovia constituem elementos para seu
enquadramento em determinada classe de projeto, podendo as estradas serem classificadas em:
5. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS DE RODAGEM
5.1. Introdução
A geometria de uma estrada é definida pelo traçado do seu eixo em planta e pelos perfis longitudinal
e transversal.
• Alinhamentos Retos → São os trechos retos situados entre duas curvas de concordância; por
serem tangentes a essas mesmas curvas, são denominados simplesmente tangentes. Os
alinhamentos retos restantes são chamados de tangentes externas.
Curvas Simples
Seção de corte
Seção de aterro
Seção mista
5. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ESTRADAS DE RODAGEM
A velocidade de operação é definida como sendo a mais alta velocidade permitida aos veículos, sem
atingir a velocidade de projeto, estabelecida por condições locais. A velocidade de operação é utilizada
nos estudos de capacidade e níveis de serviço da via.
a) Fornecer dados para o cálculo do comprimento da curva de concordância vertical convexa das
rodovias;
D1 = parcela relativa à distância percorrida pelo veículo no intervalo de tempo entre o instante em que o
motorista vê o obstáculo e o instante em que inicia a frenagem
, com v em m/s e D1 em m.
Para o cálculo de D2, basta aplicar alguns conceitos de física: a energia cinética do veículo (Ec) no início
do processo de frenagem deve ser anulada pelo trabalho da força de atrito ao longo da distância de
frenagem (τFa). Assim:
7. DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE NAS RODOVIAS
7.2. Distância de Visibilidade de Parada (Dp)
Onde:
Dp = distância de visibilidade de parada, em m;
i = greide, em m/m (+, se ascendente; - , se descendente);
V = velocidade de projeto, em km/h;
f = coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento.
7. DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE NAS RODOVIAS
7.2. Distância de Visibilidade de Parada (Dp)
A distância de visibilidade de parada é utilizada nas interseções, nos semáforos e nas curvas verticais,
entre outras aplicações.
7. DISTÂNCIA DE VISIBILIDADE NAS RODOVIAS
7.3. Distância Dupla de Visibilidade de Parada (D)
É a distância mínima que dois veículos podem parar quando vêm de encontro um ao outro na mesma
faixa de tráfego. Ela é utilizada no projeto de curvas verticais convexas de concordância.
Onde:
Du = distância de visibilidade de ultrapassagem,
em m;
V = velocidade diretriz em km/h;
Para estradas de Pista Dupla: a = aceleração em m/s².
É recomendado que devam existir trechos com visibilidade de ultrapassagem a cada 1,5 a 3,0 km e tão
extenso quanto possível. É sempre desejável que sejam proporcionadas distâncias superiores,
aumentando as oportunidades de ultrapassagem e o número de veículos que a realizam de cada vez.
8. CONCORDÂNCIA HORIZONTAL COM CURVAS CIRCULARES SIMPLES
8.1. Introdução
A geometria de uma estrada é definida pelo traçado do seu eixo em planta e pelos perfis
longitudinal e transversal. De maneira simplificada, o traçado em planta é composto de trechos
retos concordados por curvas horizontais.
DESENVOLVIMENTO DA CURVA (D) ⇒ É o comprimento do arco do círculo que vai desde o PC ao PT.
8. CONCORDÂNCIA HORIZONTAL COM CURVAS CIRCULARES SIMPLES
8.2. Geometria da Curva Circular Simples
GRAU DA CURVA (G) ⇒ Chama-se "grau da curva circular" ao ângulo
central, que compreende uma corda de um dado comprimento (c). O
grau é independente do ângulo central.
Os valores mais usados do grau são o G20, que compreende uma corda de 20
metros (distância entre duas estacas consecutivas), o G10 (que compreende
a semi-estaca ou 10 metros) e o G5 que compreende a corda de 5 metros.
8. CONCORDÂNCIA HORIZONTAL COM CURVAS CIRCULARES SIMPLES
8.2. Geometria da Curva Circular Simples
RELAÇÃO CLÁSSICA ENTRE O RAIO (R) E O GRAU DA CURVA (G)
Considerando: arco(AB) ≅ c
Quando se faz a substituição do comprimento do arco de uma curva pela sua respectiva corda,
comete-se um erro, cuja grandeza passa a ser mais significativa à medida que se aumenta o
comprimento da corda. Utilizando-se as cordas que comumente são usadas nos traçados rodoviários,
chega-se aos seguintes valores:
Normalmente se busca uma deflexão unitária ou deflexão por metro (dm). A deflexão por metro é o ângulo
do segmento que corresponde a uma corda de 1 metro.
Considerando o triângulo O PC PI :
Então, conhecendo-se "R" e "AC" o roteiro para o cálculo dos demais elementos da Curva Circular
Simples é o seguinte:
a) Determinação do valor da Tangente "T";
As indicações usuais nas plantas são as seguintes, podendo variar de projetista para projetista
• Numeração das estacas;
• Indicação do PC e PT com o
número das respectivas estacas
escritas ao longo dos raios
extremos da curva;
A deflexão sucessiva é aquela correspondente a cada estaca isoladamente, ou seja, é o ângulo que a
visada a cada estaca forma com a tangente ou com a visada da estaca anterior.
A primeira deflexão sucessiva (ds1) é obtida pelo produto da deflexão por metro (dm) pela distância
entre o PC e a primeira estaca inteira dentro da curva (20 - a), de acordo com a expressão abaixo:
De modo análogo, a última deflexão sucessiva (dsPT) é calculada multiplicando a deflexão por metro
(dm) pela distância entre o PT e a última estaca inteira dentro da curva:
Admitindo-se que os pontos PC e PT sejam estacas fracionárias (caso mais comum), temos para as
deflexões acumuladas (da) os seguintes valores:
9. LOCAÇÃO DE CURVAS CIRCULARES SIMPLES
9.2. Deflexões Acumuladas
X = 5 + 1,07m;
Y = 5 + 11,07m;
Z = 6 + 1,07 m.
em X (corda = cX ; ângulo central = G10 ) : dX = ½ . G10 = d10
em Y (corda = cY ; ângulo central = 2.G10) : dY = ½ . 2 . G10 = 2 . d10 = dX + d10
em Z (corda = cZ ; ângulo central = 3.G10) : dZ = ½ . 3 . G10 = 3 . d10 = dY + d10
dX = 1°25’57”
dY = 1°25’57” + 1°25’57” = 2°51’54”
dZ = 2°51’54” + 1°25’57” = 4°17’51”
9. LOCAÇÃO DE CURVAS CIRCULARES SIMPLES
9.2. Deflexões Acumuladas
Na locação por estaca inteira objetiva-se a marcação dos pontos que correspondem às estacas inteiras
e múltiplas do valor da corda máxima permitida para a locação da curva circular.
Ao se definir a velocidade diretriz para o projeto geométrico de uma rodovia, procura-se estabelecer, ao
longo do traçado em projeto, condições tais que permitam aos usuários o desenvolvimento e a
manutenção de velocidades de percurso próximas a esta velocidade de referência, em condições de
conforto e segurança.
No projeto em planta, o eixo de uma rodovia é constituído por trechos em tangente e em curva, que
apresentam condições de operação naturalmente diferentes.
Visando minimizar o impacto negativo desses fatores inerentes aos trechos curvos, são introduzidos os
conceitos de superelevação e de superlargura que, devidamente considerados nos projetos das curvas
horizontais, ensejam condições de operação mais homogêneas para os usuários ao longo das rodovias.
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.2. Superelevação
ou
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.2. Superelevação
P = peso do veículo;
N = reação normal à superfície do pavimento, devido
ao peso do veículo;
Fa = força de atrito transversal;
Fc = força centrífuga;
onde:
m = massa do veículo, em kg;
v = velocidade diretriz, em m/s;
R = raio de curvatura horizontal, em m;
f = coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento;
g = aceleração da gravidade, em m/s².
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.2. Superelevação
onde tg = e = Superelevação.
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.2. Superelevação
Onde:
e = superelevação (m/m);
V = velocidade diretriz (km/h);
R = raio de curvatura (m);
f = coeficiente de atrito transversal, entre pneu/pavimento.
O coeficiente de atrito f difere do conceito puro de coeficiente de atrito da Física Clássica, pois trata-se de
um coeficiente de atrito de deslizamento lateral, medido dinamicamente, isto é, com o veículo em
movimento.
Valores máximos admissíveis para os coeficientes de atrito transversal f
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.3. Valores Mínimos e Máximos de Superelevação
No projeto e construção de uma rodovia, os trechos em tangente têm pista dotada de abaulamento, para
facilitar a condução das águas pluviais para fora da superfície de rolamento. O acúmulo de água na pista
poderia causar risco aos usuários (eventualmente até a aquaplanagem de veículos transitando com
excesso de velocidade), além de favorecer a infiltração de águas superficiais para as camadas inferiores
do pavimento e para o subleito.
As normas do DNER consideram adequada a utilização dos seguintes valores para o abaulamento, nos
projetos de rodovias com os pavimentos convencionais:
A experiência Norte-Americana aponta que valores máximos do coeficiente f obtidos para condição de
pneus novos em pavimento molhado, de concreto de cimento, variaram de f=0,50, para V=30 km/h a
f=0,35, para V=100 km/h (AASHTO, 1995).
Nos trechos em curva, a retirada das águas superficiais da pista é possibilitada pela existência de
superelevações.
10. SUPERELEVAÇÃO E RAIOS MÍNIMOS DE CURVATURA HORIZONTAL NAS
ESTRADAS DE RODAGEM
10.3. Valores Mínimos e Máximos de Superelevação
Para curvas com raios muito grandes em relação à velocidade diretriz de projeto, os efeitos da força
centrífuga resultariam desprezíveis, podendo-se projetar seções transversais da pista nessas curvas nas
mesmas condições consideradas para os trechos em tangente, ou seja, com abaulamentos, dispensando-
se o uso de superelevações.
Para curvas com raios muito grandes em relação à velocidade diretriz de projeto, os efeitos da força
centrífuga resultariam desprezíveis, podendo-se projetar seções transversais da pista nessas curvas nas
mesmas condições consideradas para os trechos em tangente, ou seja, com abaulamentos, dispensando-
se o uso de superelevações.
e, na condição limite
A superelevação máxima estabelecida para o projeto de uma rodovia somente deve ser utilizada nas
concordâncias projetadas com o raio mínimo, que é uma condição extrema do projeto, a se evitada
sempre que possível e razoável.
Quando se empregam raios de curva maiores que o mínimo, as forças centrífugas envolvidas diminuem à
medida que aumenta o raio da curva, reduzindo, conseqüentemente, as intensidades das forças de atrito
e/ou das forças devidas à superelevação, necessárias para equilibrar os efeitos das forças centrífugas.
O critério adotado pelo DNER, o qual é assemelhado ao da AASHTO, porém mais simplificado, para a
determinação dos valores de superelevação a adotar para cada concordância horizontal no projeto de
rodovias. A equação adotada por tal critério é a seguinte:
onde:
eR = superelevação a adotar para a curva com raio R, em %;
emáx = superelevação máxima para a classe de projeto, em %;
Rmín = raio mínimo de curva para a velocidade diretriz dada, em m;
R = raio da curva circular utilizada na concordância, em m.
11. CURVAS HORIZONTAIS COM TRANSIÇÃO
11.1. Introdução
Em vários casos usa-se a ESPIRAL DE CORNU como curva de transição entre a tangente e a curva
circular, na concordância horizontal de traçados rodoviários e ferroviários. A adoção de espirais
proporciona uma série de vantagens ao traçado da estrada, tais como:
tangentes são PC e PT
Este método é denominado de RAIO CONSERVADO, com a transição feita pelo eixo da estrada, porque
mantém os elementos da curva circular (raio, G, etc).
11. CURVAS HORIZONTAIS COM TRANSIÇÃO
11.2. Espiral de Cornu Empregada como Curva de Transição
CONDIÇÃO DE TRANSIÇÃO
t → Recuo máximo da curva circular original, para a nova posição, quando se faz a transição em espiral.
11. CURVAS HORIZONTAIS COM TRANSIÇÃO
11.2. Espiral de Cornu Empregada como Curva de Transição
ic = ângulo entre a corda e a tangente em TS
Como visto anteriormente, ao passar um veículo de um alinhamento reto a uma curva circular, há uma
variação instantânea do raio infinito da reta para o raio finito da curva circular, surgindo bruscamente
uma força centrífuga que tende a desviar o veículo de sua trajetória.
Para minimizar este inconveniente, além de se usar uma curva de transição, seu comprimento deve ser
adequado para que o efeito da força centrífuga apareça de maneira gradual. Desta forma:
Lembrando que:
11. CURVAS HORIZONTAIS COM TRANSIÇÃO
11.3. Comprimento Mínimo de Transição
O valor aceitável para J varia para cada condutor. Experiências comprovaram que os valores ideais
estão entre 0,3 e 0,8 m/s³. BARNETT, em seu trabalho Transition Curves for Highways, recomenda o
valor Jmáx = 0,6 m/s³, valor este adotado pelo DNER.
Corresponde a um valor nulo para o desenvolvimento do trecho circular (Dθ = 0), ou seja, as espirais
se encontram. Então:
A locação da curva de transição é iniciada pela localização do ponto TS sobre a primeira tangente a
uma distância Ts do ponto de interseção PI.
As larguras de faixas de trânsito são fixadas com folgas suficientes em relação à largura máxima dos
veículos, de modo a permitir não apenas a acomodação estática desses veículos, mas também suas
variações de posicionamento em relação às trajetórias longitudinais, quando trafegam nas faixas, nas
velocidades usuais.
• os veículos ocupam fisicamente espaços laterais maiores do que as suas próprias larguras;
• devido a efeitos de deformação visual, causados pela percepção da pista em perspectiva, e
devido às dificuldades naturais de um veículo pesado em trajetória curva, os trechos em curva
horizontal provocam aparência de estreitamento da pista à frente dos usuários, provocando sensação
de confinamento.
Com a finalidade de compensar esses fatores, os trechos em curva podem ser alargados, de forma a
oferecer aos usuários melhores condições de continuidade quanto à sensação de liberdade de manobra
ou melhores condições de fluidez, no que diz respeito à disponibilidade de largura de faixa de trânsito.
Essa largura adicional das faixas de trânsito, a ser projetada para os trechos em curva, é denominada
superlargura, sendo representada pela letra S.
O veículo mantém o eixo traseiro e, assim, também A superlargura é obtida calculando a largura
toda a parte traseira perpendicular à direção do total da pista necessária no trecho curvo, para
movimento, ou seja, na direção do raio da curva o veículo de projeto adotado (geralmente o
veículo CO), deduzindo a largura básica
estabelecida para a pista em tangente
13. SUPERLAGURA EM RODOVIAS
13.3. Cálculo da Superlargura pela Fórmula adotada pelo DNER
onde:
S = superlargura total da pista;
LT = largura total em curva da pista de 2 faixas de tráfego;
LB = largura básica da pista em tangente.
13. SUPERLAGURA EM RODOVIAS
13.3. Cálculo da Superlargura pela Fórmula adotada pelo DNER
onde:
Gc = gabarito estático do veículo em curva;
GL = folga lateral do veículo em movimento;
GF = acréscimo devido ao balanço dianteiro do veículo em curva;
FD = folga dinâmica, determinada de forma experimental e
empírica.
usando a Fórmula
de Báskara
onde:
S = superlargura, em metros;
L = largura física do veículo, em metros;
b = distância entre eixos, em metros;
F = balanço direito do veículo, em m;
R = raio da curva, em metros;
V = velocidade diretriz, em km/h;
GL = folga lateral do veículo em movimento, em metros;
LB = largura básica da pista em tangente, em metros.
Para pistas com mais de duas faixas, o critério recomendado pelo DNER consiste em multiplicar os
valores da superlargura por 1,25 no caso de pistas com três faixas de tráfego, e por 1,50 no caso de
pistas com quatro faixas.
14. PROJETO EM PERFIL, PROJETO VERTICAL OU GREIDE DE UMA ESTRADA
DE RODAGEM
14.1. Introdução
O projeto de uma estrada em perfil é constituído de greides retos, concordados dois a dois por curvas
verticais. Os greides retos são definidos pela sua declividade, que é a tangente do ângulo que fazem
com a horizontal. Na prática, a declividade é expressa em porcentagem.
À interseção dos greides retos dá-se a denominação de PIV (ponto de interseção vertical). Os pontos de
tangência são denominados de PCV (ponto de curvatura vertical) e PTV (ponto de tangência vertical),
por analogia com a curva circular do projeto em planta.
O perfil da futura estrada deve ser escolhido de tal forma que permita aos veículos que percorrerem a
estrada uma razoável uniformidade de operação.
14. PROJETO EM PERFIL, PROJETO VERTICAL OU GREIDE DE UMA ESTRADA
DE RODAGEM
14.1. Introdução
14. PROJETO EM PERFIL, PROJETO VERTICAL OU GREIDE DE UMA ESTRADA
DE RODAGEM
14.2. Rampas
14.2.1. Comportamento dos Veículos nas Rampas
• Caminhões: a perda de velocidade em rampas é bem maior do que a dos veículos de passageiros.
Com base no comportamento dos veículos nas rampas, podemos obter elementos para a determinação
das inclinações máximas admissíveis.
Apresenta os valores das inclinações máximas para rampas recomendados pelas Normas para Projeto de
Estradas de Rodagem do DNER.
14. PROJETO EM PERFIL, PROJETO VERTICAL OU GREIDE DE UMA ESTRADA
DE RODAGEM
14.2. Rampas
14.2. Controle de Rampas para Projetos
b) Inclinações Mínimas (Greide Mínimo)
Nos trechos onde a água de chuva não pode ser retirada no sentido transversal à pista, por exemplo, em
cortes extensos ou em pistas com guias laterais, o perfil deverá garantir condições mínimas para o
escoamento no sentido longitudinal. Nesses casos, é aconselhável o uso de rampas com inclinação não
inferior a 0,5% em estradas com pavimento de alta qualidade e 1% em estradas com pavimento de média e
baixa qualidade
c) Comprimento Crítico de Rampa
O termo Comprimento Crítico de Rampa é usado para definir o máximo comprimento de uma determinada
rampa ascendente na qual um caminhão pode operar sem perda excessiva de velocidade.
15. CÁLCULO DOS ELEMENTOS DEFINIDORES DA CURVA PARABÓLICA DE
CONCORDÂNCIA VERTICAL
15.1. Introdução
As curvas clássicas de concordância empregadas em todo o mundo são as seguintes:
parábola de 2° grau,
curva circular,
elipse e
parábola cúbica.
Quando g>0 significa que a curva vertical parabólica é CONVEXA, enquanto que g<0 indica que a curva é
CÔNCAVA.
Podem ser dispensadas curvas verticais quando a diferença algébrica entre rampas contíguas for inferior
a 0,5 %.
Substituindo os valores
dos coeficientes a e b
na Equação Geral da
Parábola chega-se a:
15. CÁLCULO DOS ELEMENTOS DEFINIDORES DA CURVA PARABÓLICA DE
CONCORDÂNCIA VERTICAL
15.5. Cálculo das Flechas Parciais da Parábola
15.5.1. Parábola Simples
a) Para o 1° Ramo:
onde:
f = flecha da parábola no ponto P;
g = diferença algébrica das rampas;
L = comprimento da curva vertical;
x = distância horizontal do ponto de cálculo da flecha ao PCV.
b) Para o 2° Ramo:
Flechas Parciais:
1° Ramo:
2° Ramo:
15. CÁLCULO DOS ELEMENTOS DEFINIDORES DA CURVA PARABÓLICA DE
CONCORDÂNCIA VERTICAL
15.6. Cálculo do Ponto de Ordenada Máxima ou Mínima da Parábola Simples
Derivando a equação da Parábola em relação ax temos:
Fazendo a substituição na
Equação da Parábola
15. CÁLCULO DOS ELEMENTOS DEFINIDORES DA CURVA PARABÓLICA DE
CONCORDÂNCIA VERTICAL
15.7. Cotas e Estacas do PCV e PTV
Para o cálculo das estacas e cotas dos pontos PCV e PTV utilizamos as seguintes relações: