Os Lusíadas - Contextualização Histórico-Literária

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Os Lusíadas

Contextualização
histórico-literária
Contextualização histórico-literária

Os Lusíadas foram publicados em 1572, no final de um


século prodigioso. A ação acompanha a histórica viagem
realizada por Vasco da Gama à Índia em 1497.
Contextualização histórico-literária

 No século XVI, o mundo era literalmente dos portugueses. O avanço


científico e tecnológico do povo português sustentava fabulosas
ilusões de grandeza.

 Neste contexto, era natural celebrar em literatura os feitos da


nação. Os portugueses tinham-se afirmado já como nação imperial,
mas faltava à língua portuguesa um idêntico prestígio no plano
internacional.
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O sonho e a concretização dos Descobrimentos Portugueses ficaram a dever-se


ao Infante D. Henrique, a D. Manuel I e a Vasco da Gama.
Contextualização histórico-literária

O enaltecimento ou o elogio dos Descobrimentos Portugueses ficou a cargo de


Luís Vaz de Camões.

O Infante D. Henrique foi o grande projetista das Descobertas.


Vasco da Gama comandou a expedição à Índia e Camões perpetuou-a em verso.
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As descobertas portuguesas, nos séculos XV e XVI, tinham criado a


consciência de que se tratava de uma empresa excecional, de tal modo que
merecia um tratamento literário também excecional.

EPOPEIA
Género que o Humanismo, reavivando o conhecimento das literaturas
antigas, tinha revalorizado.
Contextualização histórico-literária

De acordo com os modelos clássicos, tratava-se de um género no cimo da hierarquia


literária, um género sublime e densamente codificado.

Ilíada Odisseia

Gregos Textos que afirmavam não só a


importância dessas civilizações mas

Eneida também a excelência das suas literaturas.


Algo de semelhante importava realizar.
Romanos
Contextualização histórico-literária

Segundo as regras explicitadas e os seus modelos, a epopeia


inicia-se com a proposição e a invocação. No caso de Os
Lusíadas, Camões inclui também a dedicatória.
E
P
O A ação começa in medias res, de modo a colocar perante o

P leitor episódios suscetíveis de lhe captar imediatamente a

E atenção.
I
A Usa um estilo elevado, grandiloquente, abrilhantado com
latinismos e helenismos.
Contextualização histórico-literária

Havia o aproveitamento frequente de factos e figuras da

E História antiga e da mitologia clássica, que “para os artistas de


P quinhentos eram dados culturais familiares e prestigiosos”.
O
P
E Evitava a monotonia da tensão épica recorrendo a episódios de
I tonalidade diferente .
A
Contextualização histórico-literária

Aquilo que mais profundamente


marcou a epopeia camoniana foi a
modificação que o género épico
tinha sofrido com Virgílio.

Em vez de exaltar proezas


individuais, de consagrar um herói
sobre-humano, a Eneida salienta as
finalidades cívicas do heroísmo, dá
relevo à nobreza das causas que o
herói serve.
Contextualização histórico-literária

«’[Virgílio] procurou interpretar o significado especial


do Império romano e lançar a luz da glória heroica nos
feitos deste. Os seus admiradores queriam fazer o
mesmo em relação ao seu próprio tempo, valorizar
[... n]a sua época [...] símbolos e indícios de alguma
coisa de espiritual e de eterno’ (BOWRA [1945] 1950,
p. 22).»

Maria Vitalina Leal de Matos, "Os Lusíadas", Dicionário de Luís


de Camões, Alfragide, Caminho, 2011, pp. 492-494.
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Os Lusíadas

Poema épico destinado a Os heróis, reais ou mais


“cantar”, celebrar feitos frequentemente míticos, têm
grandiosos, reais ou fictícios, normalmente representatividade
praticados por heróis fora do coletiva, exprimindo valores,
comum, em estilo “elevado”. sonhos e capacidade de
realização do povo ou grupo
étnico a que pertencem.
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Os Lusíadas
ESTRUTURA EXTERNA
 Dez cantos.
 Estrutura estrófica: oitavas (1102 estrofes, numa média de 110 por
canto, havendo cantos mais longos, como o III e o X, e cantos mais
curtos).

 Estrutura métrica: versos decassilábicos.


 Esquema rimático: abababcc.
 Rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos.
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Os Lusíadas
ESTRUTURA INTERNA
 Em Os Lusíadas, Camões decidiu, na parte
introdutória, incluir uma Dedicatória e, na
Conclusão, um apelo ou invetiva – nos dois
casos tendo como recetor o rei que então
governava, D. Sebastião, que é apresentado,
na Dedicatória, como futuro rei, predestinado
a grandes realizações no domínio da expansão
da fé, e que é já rei, no final.
Contextualização histórico-literária

Os Lusíadas – Estrutura Interna


PLANOS
Viagem Viagem de Vasco da Gama em busca da Índia, realizada em 1497-
98.

História de Portugal História narrada por narradores participantes, Vasco da Gama,


Paulo da Gama, e por deuses.

Deuses Imaginário mitológico pagão.

Considerações do Considerações e excursos do poeta e autor-narrador Luís de


poeta Camões.

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