Metalurgia Física Da Transformação Mecânica
Metalurgia Física Da Transformação Mecânica
Metalurgia Física Da Transformação Mecânica
MICROESTRUTURA
Antes da Depois da
deformação deformação
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PROPRIEDADES DOS METAIS
DEFORMADOS PLASTICAMENTE
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DISCORDÂNCIAS E
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Em uma escala microscópica a deformação
plástica é o resultado do movimento dos átomos
devido à tensão aplicada. Durante este processo
ligações são quebradas e outras refeitas.
Nos sólidos cristalinos a deformação plástica
geralmente envolve o escorregamento de planos
atômicos, o movimento de discordâncias e a
formação de maclas
Então, a formação e movimento das
discordâncias têm papel fundamental para o
aumento da resistência mecânica em muitos
materiais. A resistência Mecânica pode ser
aumentada restringindo-se o movimento das
discordâncias 4
MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
E A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Discordâncias em cunha
movem-se devido à aplicação
de uma tensão de
cisalhamento perpendicular à
linha de discordância
O movimento das
discordâncias pode parar na
superfície do material, no
contorno de grão ou num
precipitado ou outro
defeito
A deformação plástica
corresponde à deformação
permanente que resulta
principalmente do movimento
de discordâncias (em cunha
ou em hélice)
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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS
EM CUNHA E EM HÉLICE
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Fonte: Prof. Sidnei/ DCMM/PUCRJ
DENSIDADES MÉDIAS DE
DISCORDÂNCIAS
Densidade de discordâncias = É a somatória dos comprimentos de todas as
discordâncias [cm] contidas em 1 cm3 do material.
Valores Típicos:
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CARACTERÍSTICAS DAS
DISCORDÂNCIAS IMPORTANTES PARA
AS PROP. MECÂNICAS
Quando os metais são
deformados plasticamente cerca
de 10% da energia é retida
internamente, o restante é
dissipado na forma de calor.
A maior parte desta energia
armazenada está associada
com as tensões associadas às
discordâncias
A presença de discordâncias
promove uma distorção da rede
cristalina de modo que certas
regiões sofrem tensões
compressivas e outras tensões
de tração.
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INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS
ATRAÇÃO REPULSÃO
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INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS
Durante a deformação
plástica o número de
discordâncias aumenta
drasticamente
As discordâncias movem-
se mais facilmente nos
planos de maior densidade
atômica (chamados planos
de escorregamento).
Neste caso, a energia
necessária para mover
uma discordância é
mínima
Então, o número de planos
nos quais pode ocorrer o
escorregamento depende
da estrutura cristalina 10
Maclas
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INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS
EM SOLUÇÕES SÓLIDAS
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ENCRUAMENTO OU ENDURECIMENTO
PELA DEFORMAÇÃO À FRIO
É o fenômeno no qual um material
endurece devido à deformação plástica
realizada pelo trabalho à frio. Os cristais
tornam-se deformados
Esse endurecimento dá-se devido ao
aumento da densidade e interação de
discordâncias que tem suas mobilidades
reduzidas, dificultando o escorregamento
dos planos atômicos
A medida que se aumenta o encruamento
maior é a tensão necessária para produzir
uma maior deformação
O encruamento pode ser removido por
tratamento térmico (recozimento de
recristalização)
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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS EM FUNÇÃO DO
ENCRUAMENTO
O encruamento aumenta o
limite de resistência à
tração ( LR )
O encruamento aumenta
o limite de escoamento
(LE)
O encruamento
diminui a ductilidade
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MECANISMOS DE RESTAURAÇÃO
MICRO-ESTRUTURAL QUE OCORREM
DURANTE O AQUECIMENTO DE UM
MATERIAL ENCRUADO
ESTÁGIOS:
Recuperação
Recristalização
Crescimento de grão
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RECUPERAÇÃO
Há um alívio das tensões internas
armazenadas durante o encruamento.
A aniquilação das discordâncias de sinais
opostos e o alinhamento das
discordâncias de mesmo sinal conduzem
à formação de sub-contornos.
Propriedades físicas como condutividade
térmica e elétrica começam a voltar ao
seu estado original, correspondente ao
material não-deformado
Os cristais permanecem com formato
alongado, em especial na direção da
deformação principal.
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RECRISTALIZAÇÃO
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MECANISMOS QUE OCORREM NO AQUECIMENTO
DE UM MATERIAL ENCRUADO
Ex: Latão
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RECRISTALIZAÇÃO
Os grãos recuperados ainda estão tensionados
Na recristalização os grãos tornam-se
novamente equiaxiais (dimensões iguais em
todas as direções)
O número de discordâncias é reduzido para 10 6
cm/cm 3 em função da varredura da estrutura
pelos contornos de alto ângulo durante a
recristalização
As propriedades mecânicas voltam ao seu estado
original ( ductilidade e tenacidade mais altas e
resistência mecânica mais baixa (LE;LR;Dureza)
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CRESCIMENTO DE GRÃO
Depois da recristalização ocorre o
crescimento dos cristais se o
material permanecer quente. A força
motriz é a diminuição da quantidade
de contornos de grão.
Em geral, quanto maior o tamanho
de grão mais mole é o material e
menor é sua resistência
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TEMPERATURA HOMÓLOGA
( Th )
É um valor adimensional utilizado para estimar o tipo de
trabalho mecânico aplicado (frio; morno ou quente).
1) Ferro: TF = 1534 o C
Se TT = 25 o C : Th = 0,16 (frio)
Se TT = 375 o C : Th = 0,35 (morno)
Se TT = 825 o C : Th = 0,60 (quente)
Se TT = 1230 o C:Th = 0,83 (quente)
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TEMPERATURA HOMÓLOGA
( Th )
Exercícios de aplicação (Th)
2) Alumínio: TF = 660,2 o C
Se TT = 25 o C : Th = 0,31 ( morno )
Se TT = 155 o C : Th = 0,45 ( morno )
Se TT = 392 o C: Th = 0,71 ( quente )
Se TT = 577 o C: Th = 0,91 ( quente )
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TEMPERATURA HOMÓLOGA
( Th )
Exercícios de aplicação (Th)
3) Chumbo: TF = 327,4 o C
Se TT = - 20 o C: Th = 0,42 (morno)
Se TT = 25 o C: Th = 0,496... (quente)
Se TT = 235 o C: Th = 0,84 (quente)
Se TT = 297 o C: Th = 0,94 (quente)
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TEMPERATURA HOMÓLOGA
( Th )
Estimativa da temperatura mínima
de Recristalização ( Trex) em o C
Trex = 0,5 TF (K) – 273
Exercícios:
1) Trex para ferro= 630,5 o C
2) Trex para alumínio = 193,6 o C
3) Trex para chumbo = 27,2 o C
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TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
Temperatura de Recristalização: É a
temperatura capaz de recristalizar
95 % do material em 1 hora
A temperatura de recristalização é
também dependente do tempo
Assim: A temperatura de
recristalização está entre 1/3 e ½ da
temperatura de fusão [k]
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TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
Chumbo - 4C
Estanho - 4C
Zinco 10C
Alumínio de alta pureza 80C
Cobre de alta pureza 120C
Latão 60-40 475C
Níquel 370C
Ferro 450C
Tungstênio 1200C
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DEFORMAÇÃO A QUENTE E
DEFORMAÇÃO A FRIO
Deformação a quente: O trabalho
mecânico é realizado acima da
temperatura de recristalização do
material. É a etapa inicial na conformação
mecânica da maioria dos metais e ligas
metálicas.
Deformação a morno e a frio: O
trabalho mecânico é realizado abaixo da
temperatura de recristalização do
material
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DEFORMAÇÃO A QUENTE
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DEFORMAÇÃO À QUENTE
VANTAGENS
Requer menor energia para deformar o metal e proporciona maior
habilidade para o escoamento plástico sem o surgimento de
trincas;
Ajuda a diminuir as heterogeneidades da estrutura dos lingotes
fundidos devido às rápidas taxas de difusão presentes nas
temperaturas do trabalho a quente. Neste sentido:
a) Bolhas de gás e porosidades são caldeadas e portanto,
eliminadas.
b) A estrutura colunar dos grãos grosseiros da peça fundida é
quebrada e refinada em grãos equi-axiais recristalizados de
menor tamanho.
c) Promove a homogeneização da composição química durante o
reaquecimento do lingote.
Aumenta a ductilidade e a tenacidade em relação ao estado
fundido.
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DEFORMAÇÃO A QUENTE
DESVANTAGENS:
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DEFORMAÇÃO A QUENTE
Limite inferior de temperatura para o trabalho a quente: é
a menor temperatura para a qual a recristalização é rápida
o bastante para eliminar o encruamento quando o metal
está submetido àquela temperatura. Depende de:
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DEFORMAÇÃO A QUENTE
Limite térmico superior do trabalho a quente: É a temperatura
máxima possível sem a ocorrência de fusão incipiente ( liquação
ou queima ) ou de excesso de oxidação.
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DEFORMAÇÃO A QUENTE
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DEFORMAÇÃO A FRIO
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DEFORMAÇÃO A FRIO
Trabalho a frio excessivo: o metal fratura-se antes de
alcançar a forma e o tamanho desejados. Basicamente, o
limite de escoamento aproxima-se perigosamente do
limite de resistência à tração. A ductilidade tende a valores
mínimos com o aumento do encruamento.
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DEFORMAÇÃO A FRIO
Recozimentos de recristalização
intermediários a etapas de trabalho a
frio: Visam amolecer o material encruado,
restituindo-lhe a ductilidade ( %
alongamento e % redução de área (
estricção)) e evitando assim, a ocorrência
de trincas.
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VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES EM
FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO
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PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA
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