Erliquiose
Erliquiose
Erliquiose
Tereza Lima
Thiago Serrão
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A erliquiose é uma das principais
doenças infecto-contagiosas,
causada por um hemoparasita da
ordem Rickettsiales e do gênero
Erlichia spp., são parasitas
intracelulares obrigatórios e de
células hematopoiéticas maduras
ou imaturas. A principal espécie
que acomete os cães é a Erlichia
canis. Sua transmissão pode
ocorrer pela participação de um
vetor, o carrapato Rhicephalus
sanguineus, ou por transfusão
sanguínea.
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Os cães infectados com E. canis podem
desenvolver sinais brandos a intensos ou mesmo
não apresentar sinais, dependendo da fase da
doença em que se encontram.
Apesar de ser uma doença que pode ser bem
severa, o tratamento é simples, e consiste na
administração de antibióticos; sendo a doxiciclina
o antibiótico de escolha.
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Após a picada pelo carrapato infectado, o período
de incubação varia de 7 a 21 dias. Os sinais
clínicos são variáveis, e os proprietários mais
desatentos podem não perceber o início da doença.
Na fase aguda a riquetsia se replica pelas células
de defesa do organismo (células mononucleares)
localizadas em linfonodos, baço e medula óssea,
resultando em aumento de volume desses órgãos.
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A infecção do cão sadio se dá no momento do repasto do
carrapato infectado (DAVOUST, 1993). Após um período de
incubação de 8 a 20 dias, o agente se multiplica nos órgãos do
sistema mononuclear fagocítico (fígado, baço e linfonodos).
Logo, na fase aguda, a infecção acarreta uma hiperplasia
linforeticular (GREGORY et al., 1990) com posterior inflamação
(COUTO, 1998; DAVOUST, 1993).
Durante esse período, o microrganismo multiplica-se dentro das
células mononucleares circulantes e dos tecidos fagocitários
mononucleares do fígado, baço e linfonodos. Isso leva à
linfadenomegalia e à hiperplasia linforreticular do fígado e do
baço. As células infectadas são transportadas pelo sangue para
outros órgãos do corpo, especialmente pulmões, rins e
meninges, e aderem-se ao endotélio vascular, induzindo
vasculite e infecção tecidual subendotelial (ALMOSNY, 2002;
ETTINGER e FELDMAN, 2004).
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Secundariamente ao processo de vasculite, teremos a
destruição periférica das células alvo, ou o seqüestro das
mesmas, levando a uma trombocitopenia e leucopenia
(BUHLES et al.,1975).
Após a fase aguda, temos o aparecimento da fase sub-clínica,
onde a E. canis persiste no hospedeiro, promovendo altos
títulos de anticorpos (HARRUS et al., 1998). Esta fase pode
perdurar por vários anos, sendo que irá acarretar apenas
leves alterações hematológicas, não havendo sintomatologia
clínica evidente (DAVOUST et al., 1991).
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Após 6 a 9 semanas de incubação segue-se a fase subclínica
caracterizando-se pela persistência da trombocitopenia,
leucopenia variável, e anemia na ausência de sinais clínicos
(Breitschwerdt, 1997).
A forma subclínica persiste por até 5 anos em cães
naturalmente infectados. Apesar de alguns cães eliminarem o
microrganismo durante a fase subclínica, ele persiste de
forma intracelular na maioria das vezes, resultando na fase
crônica da infecção (Lappin,2001).
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Quando a resposta imune do hospedeiro é incapaz de
eliminar o agente, teremos a doença crônica. Estes quadros
poderão ser reagudizados caso ocorra imunossupressão do
hospedeiro. A principal característica desta fase, é o
aparecimento de uma hipoplasia medular levando à uma
anemia aplástica, monocitose, linfocitose e leucopenia
(GREGORY et al., 1990).
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Fase Aguda
ocorre após um período de incubação que varia entre 8 e 20
dias e perdura por 2 a 4 semanas.
Hipertermia (39,5ºc – 41,5ºc)
Anorexia
Astenia (Fraqueza orgânica sem perda real da capacidade
muscular.)
Fase crônica
Geralmente nesta fase o animal tem os mesmos sinais da fase
aguda, porém mais atenuados, encontrando-se apático,
caquético e com suscetibilidade aumentada a infecções
secundárias, em consequência do comprometimento
imunológico (COUTO, 1998).
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O diagnóstico de erliquiose geralmente é feito através da
história, sinais clínicos e achados hematológicos.
Na história clínica normalmente é relatada a presença de
carrapato no animal e sinais clínicos compatíveis com
erliquiose (BIRCHARD e SHERDING, 1998; NELSON e COUTO,
1998; ALMOSNY, 2002).
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Diagnóstico laboratorial pode ser feito através da observação
da E. canis em esfregaços de sangue.
Reação de polimerase em cadeia (PCR)
Imunofluorescência indireta (IFI)
Lesões micro e macroscópicas (BIRCHARD e SHERDING, 1998;
NELSON e COUTO, 1998; ALMOSNY, 2002; BABO-TERRA,
2004).
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O objetivo do tratamento é prevenir a
manutenção da doença pelos portadores
sãos.
Oxitetraciclina, o cloranfenicol, o imidocarb,
a tetraciclina e a doxiciclina.
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A doxiciclina é a droga de eleição para o
tratamento da erliquiose
A droga é bem absorvida pela via oral
Sua distribuição é ampla: Coração, músculos,
rins, pulmões, fluido pleural, secreções
brônquicas, bile, saliva, entre outros
A doxiciclina é lipossolúvel e penetra nos
tecidos com mais facilidade que o cloridrato
de tetraciclina e oxitetraciclina.
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A eliminação da doxiciclina se dá
primariamente através das fezes por vias não
biliares, na forma ativa.
A meia vida da doxiciclina no soro em cães é
de 10-12 horas e a "clearence" de cerca de
1,7 mL/kg/min.
A droga não se acumula em pacientes com
disfunção renal
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O tratamento pode durar de 3 a 4 semanas
nos casos agudos e até 8 semanas nos casos
crônicos
A doxiciclina deverá ser fornecida 2 a 3 horas
antes ou após a alimentação para que não
ocorra alterações na absorção
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A doxiciclina deverá ser fornecida 2 a 3 horas
antes ou após a alimentação para que não
ocorra alterações na absorção
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Deve-se fornecer tratamento de suporte,
principalmente em casos crônicos
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Dependerá da fase em que a doença se
encontra, quando foi diagnosticada
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Na fase subclínica tende a ser favorável a
reservado
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Devido a falta de vacinas contra a doença, se
faz necessário medidas preventivas.
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Animais que são encaminhados para canis
deem sempre ser isolados dos demais, em
uma espécie de quarentena.
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A erliquiose é uma das doenças com maior
incidência no amazonas, vê-se que é comum
tratar animais com esta doença
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