O documento resume o capítulo 2, versículos 8-17 do Cântico dos Cânticos, descrevendo a chegada da primavera e o reencontro dos amantes após uma noite separados.
Ele analisa os detalhes poéticos do texto bíblico, como contrastes entre inverno e primavera, e símbolos como pombas e raposas.
O documento também explora os significados místicos por trás das descrições, como a união entre Deus e seu povo.
O documento resume o capítulo 2, versículos 8-17 do Cântico dos Cânticos, descrevendo a chegada da primavera e o reencontro dos amantes após uma noite separados.
Ele analisa os detalhes poéticos do texto bíblico, como contrastes entre inverno e primavera, e símbolos como pombas e raposas.
O documento também explora os significados místicos por trás das descrições, como a união entre Deus e seu povo.
Descrição original:
Uma apresentação sobre o livro bíblico Cântico dos Cânticos.
O documento resume o capítulo 2, versículos 8-17 do Cântico dos Cânticos, descrevendo a chegada da primavera e o reencontro dos amantes após uma noite separados.
Ele analisa os detalhes poéticos do texto bíblico, como contrastes entre inverno e primavera, e símbolos como pombas e raposas.
O documento também explora os significados místicos por trás das descrições, como a união entre Deus e seu povo.
O documento resume o capítulo 2, versículos 8-17 do Cântico dos Cânticos, descrevendo a chegada da primavera e o reencontro dos amantes após uma noite separados.
Ele analisa os detalhes poéticos do texto bíblico, como contrastes entre inverno e primavera, e símbolos como pombas e raposas.
O documento também explora os significados místicos por trás das descrições, como a união entre Deus e seu povo.
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2, 8-17
A surpresa da primavera
O movimento poético dessa cena primaveril é cheio
de surpresas: “Uma voz!...Ei-lo...Ei-lo... Vê...” O Ritmo é levíssimo; Contrastes entre inverno e primavera, ausência e presença; Obra prima lírica, marchetada de vocábulos raros: “filhote de cervo” só o Ct possui; “parede” e “grades” são termos que aparecem só aqui em toda a Bíblia; “espreitar” é um verbo raro – só aqui e em Sl 33,14 – “gamo” em hebraico assemelha-se muito à palavra com que indica a beleza. Uma voz... O meu amado! (vv. 8-9)
O amado está para chegar à casa da moça depois
de uma noite escura de afastamento, de silêncio e de espera; Vinda da esposo é a libertação do horror do abandono; A mulher está em casa: o inverno acabou; a presença do amado coincide com a primavera: o amor faz florescer a vida e o mundo; A mulher espreita aquele sinal tão desejado, procura um só ruído, aquele de um passo conhecido, uma voz que, entre todas, que faz acelerar o coração. O esposo superou toda aspereza do terreno, porque sua meta era desejada acima de tudo; Alusão à Is 52,7-8; Ele espia pela grade da janela (musarabieh, para os árabes); Seu afã na corrida, sua mobilidade o tornam semelhante a um gamo ou a um cervato, animais graciosos e muito caros ao simbolismo do Ct. No bando dos cervos, não são os adultos que puxam a fila, mas os mais jovens, cujo passos ágeis dão avanço ao grupo: é a celebração da juventude Fala o meu amado e diz...(vv. 10-15)
As palavras do esposo são distribuídas em dois
movimentos: 1º: (vv 10-13): terno convite à alegria e ao gozo da primavera; Insistência do poeta na chuva, no inverno e no fim deles, com vocábulos únicos na Bíblia, denotam a impaciência e o tédio do amado: finalmente o céu se tornou límpido: brilha de novo a luz do amor, o rosto da sua mulher. Descrição da paisagem palestina na primavera, feita com termos hebraicos sofisticados, de grande efeito sonoro, poético e simbólico. A descrição das flores associa-se a auditiva dos trabalhos agrícolas e dos cânticos dos pássaros; O trabalho agrícola é expresso por “cortar”, “podar”, mas também “cantar”; Este termo tem a ver com o “podar” de Is 18,5; Outros autores, traduzindo por “cantar” pensam nas canções que com a primavera ecoam de novo em sintonia com o cortejo dos pássaros (Jr 7,34; 33,11; 16,9; 25,10; Lm 5,14-15); Recorda o arrulho da rola que na Palestina é sinal da primavera como na Europa é a andorinha; A videira e a figueira são as árvores características da agricultura mediterrânea: são símbolos de paz e bem estar (IRs 5,5);
Rabinos comparavam com freqüência a figueira e
seus frutos com a mulher, enquanto que o Talmude a identifica com a árvore da ciência do bem e do mal; Consagra o culto grego a Dionísio e a Demetra e Buda é iluminado sob uma figueira. “Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem!”: convite ao abandono total do amor; sair do próprio mundo fechado e efundir na humanidade este entusiasmo primaveril que o amor produz no coração. Simplicidade, novidade, frescor são qualidades surpreendentes do amor. 2º momento (vv. 14-15): o esposo compara a amada a um pompa selvagem que faz ninho nas fendas das rochas ou nos vãos dos barrancos ou nos esconderijos das torres;
Também citado por Jeremias 48,28;
A escolha deste animal é significativa, por seu comportamento: ilustra a delicadeza dos sentimentos dos dois enamorados: Fidelidade das pombas acompanhada de demonstrações de afeto: macho leva comida à fêmea, utiliza uma verdadeira coreografia de inclinações, saltos, convites; Animal consagrado à deusa grega Afrodite, a imagem de pombas eram representadas em templos; Na bíblia, a pomba se torna quase emblema de Israel (Os 7,11; 11,11; Sl 74,19), o que levou muitos a interpretarem este versículo em chave nacional. A esposa é a pomba escondida no ninho secreto e inatingível: o esposo suplica-lhe e lhe revele o rosto e lhe faça ouvir sua voz: é o seu único desejo: imagem de intimidade que elimina separações e segredos; Simbolismo animal continua: pequenas raposas que desmontam as vinhas floridas;
São os filhotes dos chacais, ávidos por cachos de
uva em amadurecimento;. A vinha em flor é símbolo do corpo e do esplendor da moça: ela é toda vida, frescor, florescência e perfume; Contra ela pode atentar o mal (raposa-chacal – animal impuro que devora os cadáveres). Contra a pureza do amor desencadeia-se pois a força da luxúria, da violência, do
ódio e, como numa vinha os
predadores fazem estragos, assim o mal pode atentar contra o esplendor do amor; A cena do Ct é atravessada por uma faísca de medo; um fio de tragédia se introduz na serenidade dulcíssima da primavera: todo amor tem seus inimigos. Antes que sopre a brisa do dia (vv. 16-17)
Conclusão do monologo com estupenda estrofe
final, aberta com uma altíssima declaração de amor, a mais bela dos Ct e entre as mais intensas da literatura; Feuillet chamou-a de “a fórmula da pertença mútua”; No original, esta é uma sigla que resume toda a mensagem do Ct: dodî lî wa anî lô. No AT, é a fórmula que se usa para indicar a relação de aliança que media entre Deus e o povo: “O Senhor será o teu Deus e tu serás um povo todo seu” Dt 26, 17-18; Interpretação mística: cântico de núpcias entre Deus e seu povo. Esposo: “aquele que apascenta o rebanho entre os lírios” – como pastor que conduz o rebanho em meio ao panorama de luz e de cores; Pode-se traduzir também como “aquele que se apascenta entre lírios” que expressa o desejo apaixonado do homem em relação à mulher, que cujo corpo é comparado a um lírio no capítulo 2, 1-2; Ao entardecer, antes que sopre a doce brisa da tarde e se alonguem as sombras, a mulher espera que volte o seu amado, ágil e ligeiro como uma gazela;
A meta é atingir os “montes de Beter” – localidade
deliciosa; Como os “lírios” talvez se referissem ao corpo da mulher, assim este “monte” se refere ao “monte de Vênus” da mulher. Todo resto é exaltação do doce corpo da esposa, do abraço e do amor; A união deve ser sempre reconstruída, porque as ausências, os afastamentos e os silêncios podem penetrar na vida do casal. O reencontro a tarde deve ser sempre surpresa, dom, encontro esperado como o foi o primeiro; Espera apaixonada, intensa, fremente, voraz, espera de amor verdadeiro e profundo. RAVASI, G. Cântico dos Cânticos. São Paulo: Paulinas, 1988. Comentário Bíblico. STADELMANN, L. I. Cântico dos Cânticos. São Paulo. Loyola, 1998. Bíblica. STORIOLO, I. BALANCIN, E. Como ler o cântico dos cânticos: o amor é uma faísca de Deus. São Paulo: Paulinas, 1991. PELLETIER, A. O Cântico dos Cânticos. São Paulo: Paulus, 1995. Cadernos bíblicos. ZENGLER, Erich. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo, Loyola, 2003.