Aula 01 - Metodos de Diagnosticos de Maquinas - Parte 1

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AMBIENTE MULTIMDIA DE SUPORTE DISCIPLINA DE

PS-GRADUAO

FERRAMENTAS DE DIAGNSTICO DE MQUINAS

Mauro Hugo Mathias


Faculdade de Engenharia de Guaratinguet
Programa de Ps-graduao em Mecnica
rea de Projetos
AMBIENTE MULTIMDIA DE SUPORTE DISCIPLINA DE
PS-GRADUAO

FERRAMENTAS DE DIAGNSTICO DE MQUINAS

Captulo 1 Introduo e conceitos


Introduo e conceitos
Contedo do captulo

Neste captulo efetuaremos o estudo de:


1.1 Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas;
1.2 Conceitos de processamento de sinais;
1.3 Diagnstico de mquinas em condies operacionais;
1.4 Normas Tcnicas.
AMBIENTE MULTIMDIA DE SUPORTE DISCIPLINA DE
PS-GRADUAO

FERRAMENTAS DE DIAGNSTICO DE MQUINAS

Captulo 1.1 - Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas


Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Estratgias de manuteno na indstria

Na indstria atual existem basicamente 3 tipos de estratgias de


manuteno:
Corretiva (Produzir at quebrar) Mtodo tradicional onde a mquina
produz at que um defeito ocorra e a fore a parar para manuteno;
Preventiva (Intervalos de tempo) Paradas de manuteno ocorrem a
intervalos regulares menores que o tempo entre falhas especificado para
os componentes substitudos. Evita paradas inesperadas porm pode
significar substituio de componentes antes do fim da vida til;
Preditiva (Baseada na condio) Baseia-se no monitoramento de
componentes da mquina buscando identificar variao de parmetros de
funcionamento que indiquem incio e desenvolvimento de uma falha,
efetuando a manuteno antes da quebra do componente.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Manuteno corretiva

Manuteno corretiva a atividade de manuteno necessria para


corrigir uma falha que j ocorreu.
Esta atividade consiste na reparao, restauro ou substituio de
componentes para recolocar a mquina em funcionamento.

Em geral a parada no programada da mquina resulta


em custos de pessoa, interrupo de linha e
dependendo do momento em que ocorre pode resultar
em altos custos.
Via de regra, quando uma manuteno corretiva se inicia
no se sabe quando ela vai acabar, por isso a mais
onerosa das manutenes.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Manuteno preventiva

Manuteno preventiva uma manuteno planejada no tempo que


previne a ocorrncia corretiva, o que implica na parada no planejada das
mquinas.
Os programas mais comuns de um plano de manuteno preventiva so:
Lubrificao
Ajustes
Troca de peas
Recondicionamentos de mquinas para toda a planta industrial.
Devido a considerar intervalos de tempo corre-se o risco de trocar peas
boas que ainda poderiam funcionar por mais algum tempo.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Manuteno preditiva

Manuteno preditiva apresenta vantagens de evitar a quebra prematura


do componente e tambm permitir a maximizao de sua vida til.

Atravs do monitoramento e uso de alarmes pode-se antecipar a


ocorrncia da falha e efetuar a manuteno, evitando a ocorrncia da falha.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

As etapas de um monitoramento:

6 Implementar correes
1 - Avaliao do equipamento no plano de monitoramento

2 Definio do padro 5 Criao de um banco


de monitoramento de dados da mquina

3 Determinao da 4 Implementao
tcnica de monitoramento da coleta de dados
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Avaliao do equipamento: 1
Identificar qual equipamento tem maior impacto na produo;
Presena ou no de sistemas de auto-superviso;
Obteno dos ndices de MTBF (Mean Time Between Failures) e MTTR
(Mean Time To Repair) dos componentes crticos da mquina;
Identificar quais os pontos no equipamento so mais acessveis para a
montagem de sensores e transdutores;
Buscar por dados histricos ou anlises de risco dos equipamentos, por
exemplo o FMEA da mquina.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Definio do padro de monitoramento: 2


Traar o perfil da taxa de falhas no tempo dos componentes.
Perfil Tipo Monitoramento
Aplicar monitoramento com nvel de alarme baixo para
Aumento gradual
identificar o momento de manuteno;
Aplicar testes iniciais de stress (burn-in) e monitoramento
Mortalidade infantil
durante a vida til.
Poucas falhas Aplicar monitoramento durante toda a vida til do
quando novo equipamento
Aplicar testes iniciais de stress (burn-in) e monitoramento
Curva da banheira
durante a vida til com nvel de alarme baixo.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Determinar a tcnica de monitoramento: 3


Identificar qual parmetro ser monitorado e tcnica a ser utilizada.
Mtodos Exemplo de equipamento a ser aplicado
Anlise de Mquinas rotativas em geral: motores, redutores, compressores,
vibraes bombas, ventiladores, rolamentos e engrenagens.
Anlise leo Redutores, circuitos hidrulicos e motores
Caixas de distribuio de energia, equipamentos de alta-tenso e
Termografia
componentes eletrnicos
Ultra-som Equipamentos pneumticos e mquinas de fluxo
Corrente
Motores eltricos
eltrica
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Implementao da coleta de dados: 4


Nesta etapa so efetuadas as coletas de dados do equipamento;
Nas primeiras coletas de dados, quando ainda no se possui histrico da
mquina conveniente a utilizao de mais sensores distribudos pelo
equipamento e diminuir o tempo entre retirada de amostras;

No incio do monitoramento podem ocorrer falhas inesperadas em funo


de componentes no monitorados ou que possuam falhas de fabricao
ou instalao.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Criao do banco de dados da mquina: 5


Com base nos dados coletados na etapa anterior e nas etapas de
manuteno cumpridas, pode-se criar um histrico do monitoramento.
Total de mquinas monitoradas;
Condio dos equipamentos aps o enquadramento nos seus respectivos
alarmes (grfico demonstrativo);
Tipos de defeitos encontrados (grfico demonstrativo);
Resumo geral da condio de equipamento;
Recomendaes e observaes de como eliminar os problemas
encontrados.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Implantar correes no plano de monitoramento: 6


Com base nas informaes coletas possvel:
Diminuir ou aumentar o tempo entre coletas de amostras;
Alterar a tcnica de anlise dos dados;
Identificar correes a serem efetuadas no equipamento;
Utilizao de outros tipos de sensores.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Indicadores de estado das mquinas

Aps a criao do primeiro banco de dados das mquinas, necessrio


identificar quais indicadores apropriados para as medies peridicas. Tais
indicadores devem possuir as seguintes caractersticas:
Progredir com o defeito permitindo a definio de nveis de alarme;
Ser pouco sensveis, as mudanas de carga nos eixos, a perturbao por
fontes externas, e as caractersticas dos sensores, etc;
Se medidos em duas falhas iguais porm em locais diferentes devem
permitir comparao dos valores antes e depois das falhas.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento Permanente x Intermitente

Necessidade de monitoramento permanente:


Mquinas crticas que possuem transdutores de vibrao permanentes
e continuamente monitoradas;
Equipamentos que podem sofrer mudanas rpidas nas condies de
operao que podem preceder falhas graves;
Mquinas que no possuem equipamento reserva.
Vantagens:
Permite reao muito rpida a mudanas abruptas e permite proteger
equipamentos de maior valor;
a melhor forma de proteo para falhas no previsveis.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento Permanente x Intermitente

Desvantagem do monitoramento permanente:


Custo elevado de equipamentos e pessoal Este monitoramento
aplicado para mquinas crticas;
Onde os transdutores forem proxmetros estes tem que ser montados
dentro da mquina no estgio de projeto, assim modificaes em
mquinas existentes algumas vezes so proibitivas;
O tempo de reao deve ser muito rpido, requerendo para tanto
tcnicas simples de monitoramento baseadas no acompanhamento do
nvel de vibrao global e da fase.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento Permanente x Intermitente

Monitoramento intermitente:
Aplicado a processos mais estveis, onde os perodos de coleta de
dados possibilitam identificar mudanas nas caractersticas do processo
e ativar alarmes de manuteno;
Reduz custo de implementao, equipamento e pessoal;
A desvantagem no conseguir identificar mudanas rpidas dos
parmetros e falhas no previsveis, para estes casos deve-se utilizar
monitoramento permanente.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Monitoramento de mquinas

Dentro do ciclo do monitoramento apresentado, atualmente as duas


grandes frentes de anlise da condio de mquinas so:

Anlise de lubrificante Consiste na


avaliao do leo lubrificante utilizado na mquina
em busca de partculas em suspenso e contaminantes;

Anlise de vibrao Consiste na avaliao dos nveis


de vibrao de componentes da mquina, tambm
chamados de assinatura de vibrao.
O desenvolvimento das falhas altera o comportamento
destes sinais e podem ser utilizados como indicativo
da progresso da falha.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de lubrificantes

A anlise de leo procura identificar as condies do lubrificante e


identificar a presena de partculas em suspenso no lubrificante.
Existem basicamente duas tcnicas de anlise:
a) Ferrografia: Investigao microscpica dos fragmentos em suspenso
para determinar o tipo e a localizao das falhas;
b) Espectrografia: Amostras de lubrificantes passam por anlise qumica
para determinar a presena de materiais que possam ser resultado de
abraso entre os componentes.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de lubrificantes

A seleo da tcnica para anlise de pequenas partculas e componentes


da amostra de leo pode ser feita em funo do tamanho da partcula em
anlise:
A Ferrografia distingue o
tamanho e forma da partcula mas
possui restrio a pequenos
tamanhos (< 2m) e identificao
dos componentes da amostra;
A Espectrometria no distingue
tamanho e forma, mas pode
identificar partculas menores e
quais so os componentes da
amostra.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de lubrificantes

A espectrometria uma tcnica que se baseia na avaliao das


freqncias luminosas emitidas pelos elementos de uma amostra de leo
quando entram em combusto (cada elemento qumico possui a sua
prpria freqncia).
Permite a identificao de substncias metlicas (ferro, cobre, alumnio,
etc.) e contaminaes externas (ex: silcio).
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de lubrificantes

A Ferrografia baseia-se na avaliao microscpica visual de partculas


extradas e depositadas em uma lmina de microscpio chamada de
ferrograma.
Examinando forma, cor, detalhe das bordas, efeitos de um campo
magntico e outros testes como tratamento trmico e adio de reagentes
qumicos, pode-se identificar o mecanismo de desgaste.
Essa tecnologia diferencia o tipo de material contido na amostra e
determina o componente de desgaste a partir do qual ele foi gerado.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de lubrificantes

O estado do leo pode ser analisado de forma mais ampla para indicar
outras anormalidades:
INDICAO CAUSA PROVVEL AO SUGERIDA
Agitao excessiva ou
Espuma passagem sob presso Verificar o sistema
atravs de uma restrio.
Emulso
Drenar a gua
- Separa-se naturalmente Contaminao por gua
Trocar o leo
ou por Centrifugao
Oxidao do leo
Temperatura elevada
Escurecimento Trocar o leo
Produtos de combusto
em contato com o leo
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de vibrao

Um corpo dito estar vibrando quando ele descreve um movimento de


oscilao em torno de uma posio de referncia.
O nmero de vezes de movimento completo (Ciclos) efetuados no perodo
de 1(um) segundo chamado de freqncia e medido em hertz (Hz).
A anlise de vibraes busca por indcios (mudanas) de amplitude e
freqncias nos sinais coletados que so indcios de alterao no
funcionamento do equipamento.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de vibrao

A anlise da vibrao consiste em identificar freqncias especficas no


espectro de freqncia dos sinais coletados das mquinas em
funcionamento a fim de identificar antecipadamente falhas do sistema.
Um sinal no domnio do tempo no demonstra claramente quais as falhas
de um equipamento. O processamento dos sinais e visualizao no
domnio da freqncia necessrio para melhor identificao das
freqncias que pode, indicar uma falha do equipamento.

Sinal no domnio do tempo Sinal no domnio da freqncia


Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de vibrao

Vantagens da anlise de vibraes:


Os sinais coletados identificam prontamente a mudana da condio dos
equipamentos;
capaz de detectar avaria na sua fase inicial, quando ainda no gerou
danos graves no equipamento;
Pode (e deve) ser aplicado com a mquina em funcionamento;
Na maioria dos casos permite identificar o componente que est gerando
a vibrao;
Alguns equipamentos de coleta de dados (ex: coletores portteis) e
sensores tem tamanho pequeno e portanto facilidade para uso em campo;
Permite monitoramento intermitente ou permanente.
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de vibrao

Entre os modos de falha que podem ser identificados por anlise de


vibrao esto:
Defeitos de rolamento;
Desbalanceamento e desalinhamento;
Excentricidade;
Interferncia;
Eroso localizada;
Abraso;
Ressonncia;
Folgas;
Introduo e tcnicas de diagnstico de mquinas
Anlise de vibrao

As principais tcnicas de anlise de vibrao utilizadas para o diagnstico


de mquinas so:
Deslocamento, velocidade e acelerao global;
Fator de crista (Crest factor);
Anlise no domnio do tempo;
Anlise espectral;
Anlise do Envelope;
Curtose.
Estas tcnicas sero detalhadas nos captulos posteriores.

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