O documento discute como o mito da identidade nacional brasileira oculta as desigualdades sociais no país. Ele explora como a ênfase na miscigenação e harmonia racial promovida por Gilberto Freyre ajudou a legitimar a negação dos conflitos sociais e a invisibilizar a desigualdade. Também analisa como o economicismo atribui problemas sociais à falta de gestão estatal em vez de reconhecer as desigualdades estruturais.
O documento discute como o mito da identidade nacional brasileira oculta as desigualdades sociais no país. Ele explora como a ênfase na miscigenação e harmonia racial promovida por Gilberto Freyre ajudou a legitimar a negação dos conflitos sociais e a invisibilizar a desigualdade. Também analisa como o economicismo atribui problemas sociais à falta de gestão estatal em vez de reconhecer as desigualdades estruturais.
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Título original
o Mito Brasileiro e o Encobrimento Da Desigualdadde
O documento discute como o mito da identidade nacional brasileira oculta as desigualdades sociais no país. Ele explora como a ênfase na miscigenação e harmonia racial promovida por Gilberto Freyre ajudou a legitimar a negação dos conflitos sociais e a invisibilizar a desigualdade. Também analisa como o economicismo atribui problemas sociais à falta de gestão estatal em vez de reconhecer as desigualdades estruturais.
O documento discute como o mito da identidade nacional brasileira oculta as desigualdades sociais no país. Ele explora como a ênfase na miscigenação e harmonia racial promovida por Gilberto Freyre ajudou a legitimar a negação dos conflitos sociais e a invisibilizar a desigualdade. Também analisa como o economicismo atribui problemas sociais à falta de gestão estatal em vez de reconhecer as desigualdades estruturais.
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O MITO BRASILEIRO E O ENCOBRIMENTO DA
DESIGUALDADDE O QUE UM MITO?
O POTENCIAL DE APRENDIZADO MORAL DE UMA SOCIEDADE EST NA
CAPACIDADE (OU NO) DE EXPANDIR E GENERALIZAR O SENTIMENTO DE SOLIDARIEDADE E RESPONSABILIDADE COLETIVO.
POR QUE O BRASIL MEDE SEU DESENVOLVIMENTO ATRAVS DO PIB E PASES DA
EUROPA USAM COMO RGUA A QUALIDADE DE VIDA?
POR QUE O BRASIL SE PERCEBE COMO MERCADO E ESSAS SOCIEDADES SE
PERCEBEM COMO SOCIEDADE? NS SOMOS UMA NAO?
PARA QUE O MITO VIRE IDENTIDADE, O COMUNITRIO PRECISA COINCIDIR COM O
PESSOAL
UMA IDENTIDADE NACIONAL EFICIENTE FONTE PARA A CONSTITUIO DA
INDENTIDADE INDIVIDUAL DE CADA UM DE NS NOS IDENTIFICAMOS CEDO COM NOSSOS PAIS, O MESMO VALE PARA O NOSSO PAS.
POR QUE O MITO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA DEU TO CERTO?
O BRASIL RECM-INDEPENDENTE ERA UMA NAO POBRE, SE SENTIA INFERIOR EM RELAO EUROPA
VAMOS RETIRAR NOSSA RAZO DE SER DE UM MEIO NATURAL E EXUBERANTE,
A NATUREZA, QUE SER O NOVO SMBOLO DO PAS
O PARADOXO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA SE MATERIALIZA NA
IMPOSSIBILIDADE DE SE CONSTRUIR UMA IMAGEM POSITIVA PARA UM POVO DE MESTIOS A INFLUNCIA E IMPORTNCIA DA VIRADA CULTURALISTA DE GILBERTO FREYRE COM A PUBLICAO DE CASA GRANDE & SENZALA, ELE O PRIMEIRO A NOTAR ENTRE NS A CULTURA E NO MAIS A RAA
O BRASIL, COMO PARTE DO HORIZONTE CULTURAL LUSITANO, REALIZA AQUI,
COM UMA INTENSIDADE SEM IGUAL NO MUNDO, AS VIRTUALIDADES DA PLASTICIDADE CULTURAL DO PORTUGUS
A MISTURA TNICA E CULTURAL DO BRASILEIRO, AO INVS DE SER UM FATOR DE
VERGONHA, DEVERIA, AO CONTRRIO, SER PERCEBIDA COMO MOTIVO DE ORGULHO: A PARTIR DELA QUE PODERAMOS NOS PENSAR COMO O POVO DO ENCONTRO CULTURAL POR EXECELNCIA. A TESE DE FREYRE DEFENDE PRECISAMENTE A UNIDADE SUBSTANCIAL DOS BRASILEIROS NUM TODO UNITRIO E TENDENCIALMENTE HARMNICO
ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO: ESSA TESE PERMITIA CONFERIR
AUTORIDADE INTELECTUAL E UM CARTER SINGULARMENTE BRASILEIRO IDEOLOGIA ORGNICA DO ESTADO NOVO QUE PERCEBIA A NAO COMO SUPERAO DOS CONFLITOS MESQUINHOS DE CLASSE
A NEGAO DOS CONFLITOS DE TODA ESPCIE PASSA A SER VISTA COMO
ATRIBUTO POSITIVO, AGORA ARTICULADO, EXPLICITADO E DESENVOLVIDO COMO IDEIA. EST CRIADO O NOSSO DNA SIMBLICO, UM CONJUNTO DE IDEIAS QUE LEGITIMAM PRTICAS SOCIAIS E INSTITUCIONAIS DE TODA ESPCIE EM LTIMA INSTNCIA, ESSE DNA SIMBLICO SE DESTINA A RETIRAR QUALQUER LEGITIMIDADE DO DIFERENTE E DA DIFERENA. DO CRTICO E DA CRTICA
A UNIO, O AMOR E A SOLIDARIEDADE ENTRE RAAS E CULTURAS QUE
COMPORIAM A BRASILIDADE PASSA A SER ENSINADA NOS LIVROS DE ESCOLA, CELEBRADA COMO SINGULARIDADE NACIONAL NAS CAMPANHAS DE PROPAGANDA DO GOVERNO, CARNAVALIZADA NOS SAMBAS E DESFILES, DISCUTIDA E DEBATIDA NOS JORNAIS E NAS UNIVERSIDADES. (SOUZA, 2009)
DEIXA-SE PERCEBER, QUANDO SE TRANSFORMA CULTURA EM NATUREZA, O
PRINCIPAL: TODA A NOSSA ORIENTAO NA VIDA E TODA JUSTIFICAO DE NOSSAS AES E COMPORTAMENTOS DEPENDEM DE IDEIAS CONTINGENTES E FORTUITAS, FORMULADAS POR OUTROS, E QUE COMANDAM NOSSAS DECISES E JULGAMENTOS TANTO MAIS QUANTO MENOS TEMOS CONSCINCIA DELAS (SOUZA, 2009, P.39)
HOJE EM DIA, O MITO FREYRIANO DA IDENTIDADE BRASILEIRA PARTE DA ALMA
DE TODO BRASILEIRO SEM EXCEO, DE TODOS NS QUE NOS IMAGINAMOS COM A AUTOCOMPLACNCIA E COM A AUTOINDULGNCIA DE QUEM DIZ: TUDO BEM, TEMOS L NOSSAS MAZELAS, NOSSOS PROBLEMAS, MAS NENHUM POVO MAIS CALOROSO, SIMPTICO E SENSUAL NESTE PLANETA. ISSO, ESSA DELICIOSA FANTASIA COMPENSATRIA, NINGUM NOS TIRA. A INVISIBILIDADE DA DESIGUALDADE BRASILEIRA NO SE PODE FOCAR APENAS NA EXPLICAO DAS ORIGENS DA DESIGUALDADE SOCIAL, MAS ESSENCIALMENTE COMPREENDER SUA PERMANNCIA E, POR VEZES, SEU APROFUNDAMENTO A DESPEITO DOS VALORES IGUALITRIOS MODERNOS (SCALON 2011)
O IDEAL DE IGUALDADE NATURAL FAVORECE O OCULTAMENTO DAS
DESIGUALDADES, NA MEDIDA QUE RECAI SOBRE O SUJEITO A CULPABILIZAO POR SUA PRPRIA MISRIA
A CONSTRUO SOCIAL DA SUBCIDADANIA
O ECONOMICISMO CONSTRUIU UMA FALSA OPOSIO ENTRE MERCADO E ESTADO E UM REFLEXO DISSO HOJE , POR EXEMPLO, VER A CORRUPO COMO PROBLEMA ESTATAL
O ECONOMICISMO TENTA VENDER A IDEIA DE QUE A QUESTO X DOS
PROBLEMAS SOCIAIS A FALTA DE UMA BOA GESTO DE RECURSOS, LEVANDO ASSIM A RESPONSABILIDADE PARA AS MOS DO ESTADO
A ESCOLA COMO UM REMDIO PARA TODOS OS MALES NASCIDOS PARA O
SUCESSO x NASCIDOS PARA O FRACASSO O PROCESSO DE SOCIALIZAO NO OCMEA NA ESCOLA PR-DECIDIDO NA SOCIALIZAO FAMILIAR O QUE CADA CLASSE TRANSFERE A SUA GERAO?
OS FILHOS NO DEVEM HERDAR APENAS DINHEIRO, MAS TAMBM O ESTILO DE
VIDA DOS PAIS
HERANA CULTURAL E AMPLIAO DO CAPITAL MATERIAL
A CLASSE MDIA E AS PR-CONDIES PARA COMPETIR IDENTIFICAO
AFETIVA
A ESCOLA J PRESSUPE E INCORPORA OS MODOS DE VIDA DA CLASSE MDIA
O ECONOMICISMO UNIVERSALIZA OS PRESSUPOSTOS DA CLASSE MDIA PARA TODAS AS CLASSES INFERIORES DA SURGE A MERITOCRACIA
OS RICOS E PRIVILEGIADOS PRECISAM SE SABER COMO TENDO DIREITO A SUA
FELICIDADE E PRIVILGIO SO OS CAPITAIS IMPESSOAIS QUE EXPLICAM OS PRIVILGIOS DE CLASSE
O PROCESSO DE MODERNIZAO CONSTITUI TAMBM UMA CLASSE INTEIRA DE
INDIVDUOS NO S SEM CAPITAL CULTURAL NEM ECONMICO EM QUALQUER MEDIDA SIGNIFICATIVA, MAS DESPROVIDA DAS PR-CONDIES SOCIAIS, MORAIS E CULTURAIS QUE PERMITEM ESSA APROPRIAO A RAL UM CONJUNTO DE INDIVDUOS CARENTES OU PERIGOSOS A LEGITIMAO DO MUNDO MODERNO COMO JUSTO EST PAUTADA NA MERITOCRACIA. O MEERCADO DIZ EU SOU JUSTO PORQUE DOU REMUNERAO JUSTA E VERDADEIRAMENTE EQUIVALENTE AO DESEMPENHO. O ESTADO DIZ EU FAO CONCURSOS PBLICOS ABERTOS PARA TODOS, E O MELHOR DEVE VENCER
EXISTEM PR-CONDIES SOCIAIS PARA O SUCESSO INDIVIDUAL
O QUE VAI SER CHAMADO DE MRITO INDIVIDUAL PRODUZIDO POR HERANAS
AFETIVAS DE CULTURAS DE CLASSE DISTINTAS
A RAL NO CONSEGUE MAIS ATINGIR AS EXIGNCIAS DO CAPITALISMO E
EXPLORADA COMO UM CORPO VENDIDO A BAIXO PREO O ATUAL ESTGIO DO DEBATE INTELECTUAL E PBLICO BRASILEIRO APENAS CONTRIBUI PARA O DESCONHECIMENTO SISTEMTICO DO GRANDE DRAMA HISTRICO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DESDE O INCIO DO SEU PROCESSO DE MODERNIZAO: A CONTINUAO DA REPRODUO DE UMA SOCIEDADE QUE NATURALIZA A DESIGUALDADE E ACEITA PRODUZIR GENTE DE UM LADO E SUBGENTE DE OUTRO (SOUZA, 2009) REFERNCIAS SCALON, Celi (Org.) Imagens da Desigualdade. Belo Horizonte: Editora UFMG, Rio de Janeiro: IUPERJ/UCAM (Col. Humanitas), 2004. SOUZA, Clarilza Prado de.et al.Angela Arruda e as representaes sociais: estudos selecionados. Curitiba: Champagnat, So Paulo: Fundao Carlos Chagas, 2014. SOUZA, Jess. A construo social da subcidadania: para uma sociologia poltica da modernidade perifrica. 2 ed. Belo Horizonte: Editora UFMG (Col. Humanitas), 2012a. _______, Jess. Os batalhadores brasileiros: nova classe mdia ou nova classe trabalhadora? 2 ed. Belo Horizonte: Editora UFMG (Col. Humanitas), 2012b. _______, Jess. A ral brasileira: quem e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG (Col. Humanitas), 2009. OBRIGADA [email protected]