O Cilindro Feio

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 27

-Como feio!

Era o comentrio que ele mais ouvia


quando estava no ptio com os colegas da
escola .

-No tem arestas! dizia um.


-Onde esto os vrtices? perguntava o
outro, assombrado.
-As suas bases so redondas! torcia
o nariz um terceiro.

Mas, medida que o tempo passava, todos


notavam, surpresos, que ele ficava cada dia
mais esperto, gil e forte. Nas brincadeiras
de pegar, ningum conseguia alcan-lo.

Nos dias de calor, iam todos juntos nadar


no rio. Ele era mais gil, mais rpido,
sempre conseguia chegar at a outra
margem em primeiro lugar.

Depois de nadar no rio, o banho.


Ningum era to rpido quanto ele! Tudo
parecia to fcil! Ele se lavava mais
depressa, se enxugava com facilidade e
quando refletia o sol, reluzia de tanta
limpeza.

Os outros demoravam muito mais e


no se limpavam to bem.
Pudera, no era fcil lavar tantas
arestas e vrtices!

O Tempo ia passando. O cilindro ia se


tornando cada vez mais triste e solitrio.
Como seus colegas, ele queria encontrar
seu par.

Uma vez, quase encontrou seu par!


Mas ela nem o notou, deslumbrada
com os vrtices de um prisma.

Uma outra vez, foram as arestas que


impressionaram a companheira que ele
buscava.

Quase deu certo da terceira vez. Pena que


tivesse aparecido aquele lindo prisma de
base quadradas.

O cilindro decidiu partir. Ele tinha de


encontrar sue par!

Depois de caminhar muito tempo, o cilindro


ficou mais animado. Ser que finalmente
havia encontrado o seu par? Uma base
redonda; parecia que no tinha vrtices...
De repente, viu o nico e reluzente vrtice.
Sorriu timidamente e, sem dizer uma
palavra, continuou seu caminho.

Cansado, triste, desanimado, o cilindro


sentou-se cabisbaixo beira de um rio.
Surpreso, notou na superfcie da gua um
outro reflexo alm do seu. Levantou a
cabea e viu, o seu lado, uma pirmide
que o encarava com um largo sorriso nos
lbios.

- Por que voc est to triste? perguntou


a Pirmide. Porque sou to feio que no
consigo encontrar um par. Sorrindo
maliciosamente a Pirmide exclamou:

- Feio? Para mim voc parece muito bonito


e atraente! Ainda abatido ele foi contando
seus infortnios: no tinha arestas nem
vrtices, as suas bases eram redondas...
Como ele poderia encontrar seu par?
Alegremente a Pirmide respondeu: - Nada
disso tem importncia. Cada pessoa tem o
seu jeito de ser. Voc apenas diferente.

A alegria da Pirmide fez com que, pouco a


pouco, o triste Cilindro esquecesse suas
desventuras. Como se divertiram!
Correram, subiram nas rvores para colher
frutas, nadaram e at pescaram.

Como estava delicioso o almoo! Mas logo


a seguir o Cilindro retomou aquele seu ar
pensativo, refletindo sobre com encontrar
sue par. Era hora de partir novamente.

Caminhando
apressadamente o
Cilindro no deixava
de olhar para trs. L
estava a espevitada
Pirmide acenando
em sinal de
despedida. Depois de
muito caminhar,
chegou um momento
em que, mesmo
fixando bem seu
olhar, j no
conseguia mais
enxerg-la. Sentiu
um aperto estranho
no peito.

Caminhando e j desistindo de sua busca


intil, o Cilindro passou subitamente
maravilhado com o que via. Lgrima de
alegria saltaram de seus olhos. Agora sim
ele conseguiria encontrar seu par.

Alegre, feliz caminhando ao lado da


companheira, o Cilindro contava
emocionado as suas desventuras. Depois
de algum tempo notou que elas no
prestavam a mnima ateno s suas
palavras.

Observando a prpria imagem refletindo no lago,


ela ajeitava os cabelos, acertava a fivela, no
parava de se arrumar, preocupada com cada
detalhe da sua aparncia. Decepcionado, o
Cilindro percebeu que ainda no tinha sido
daquele vez que havia encontrado seu par.

Mais uma vez, cheio de esperana o Cilindro


passeava com uma nova companhia. Desinibida,
alegre e falante ela conversava sem parar. Falava
das suas amigas, dos seus amigos, das suas notas
na escola...

No parava de
falar sobre si
mesma.
Aborrecido, o
Cilindro percebeu
que se sasse dali,
silenciosamente
ela nem
perceberia de to
entretida que
estava com sua
prpria. E assim
pensando ele
prpria se
assustou com a
idia que passou
por sua cabea.

Saiu em
desabalada
corrida pela
estrada at
que seu
corao bateu
feliz quando
viu, l longe, a
alegre
Pirmide. Eles
eram muito
diferentes.
Mas que
importncia
tinha isso? Ele
havia par.

Você também pode gostar