História Da Toxicologia e Conceitos Básicos-Aula 1
História Da Toxicologia e Conceitos Básicos-Aula 1
História Da Toxicologia e Conceitos Básicos-Aula 1
DA TOXICOLOGIA
Histria da toxicologia acompanha a histria da civilizao conhecimento dos venenos animais e de plantas e utilizao para a caa ou como arma. Papiro de Ebers (1500 a.C.) - 800 ingredientes ativos (metais, venenos de animais e vegetais txicos).
Hippcrates (460-364a.C.), Theophrastus (370-287a.C.), Dioscrides (40-90 d.C.) identificao de novos agentes txicos e teraputicos.
Dioscrides 1 classificao de venenos, em animais, vegetais e minerais. Vegetais: pio, cicuta, acnito e os digitalis. Animais:venenos de vboras, de sapos e salamandras. Minerais: arsnio, chumbo, cobre e antimnio.
Dioscrides recomendava:
O uso dos emticos nos casos de envenenamento e as ventosas nas picadas de cobra.
Mitridates (120-63 a.C.) - 1 a realizar experincias toxicolgicas. Um rei temendo ser envenenado testava em seus escravos vrios tipos de venenos, a fim de encontrar seus antdotos.
Resultou na mistura Mithridaticum, contendo gordura de vbora e enxofre e utilizada como tnico e poderoso antdoto.
At na Idade Mdia utilizada com o nome de Theriacum. A Toxicologia evoluiu lentamente e mesmo nos sculos XVII e XVIII os mtodos de estudos eram muito empricos.
Avicena (980-1037) contribuiu discutindo os mecanismos de ao de venenos, incluindo neurotoxicidade e efeitos metablicos.
Paracelsus (1493-1541) grande importncia para a medicina e cincia desenvolveu estudos e idias revolucionrios para a poca nas reas de farmacologia, toxicologia e teraputica.
Vrios princpios permanecem ainda vlidos: todas as substncias so venenos; no h nenhuma que no seja um veneno. A dose correta diferencia o veneno do remdio.
Bernardino Ramazzini em 1700 publicou: Discourse on the diseases of workers marca o incio do desenvolvimento da Medicina e Toxicologia Ocupacional. Toxicologia Moderna - Fontana (1720-1805) estudos com venenos de serpentes. Magendie (1783-1855) mdico e fisiologista experimental introduziu o pio, a estriquinina, o iodeto e o brometo na medicina. Descreveu os mecanismos de ao da estriquinina e emetina. Seu mais famoso discpulo- Claude Bernard (18131878) - conceito de toxicidade de substncias em rgos-alvo; estudo do curare (veneno de flechas).
Ehrlich (1854-1915) - mecanismos de ao de agentes txicos (toxicodinmica) e de frmacos (farmacodinmica). Props a teoria dos alvos especficos, os receptores. Joseph Jacob Plenck (1739-1807) tcnicas analticas para identificar e quantificar os agentes txicos em tecidos causas do envenenamento surge a Toxicologia Forense. Orfila (1787-1853) Trait de toxicologie combinao da Toxicologia Forense, Clnica e Qumica Analtica administrao de doses conhecidas em animais e observao dos efeitos especficos. Frederick Accum (1776) 1 a aplicar a Qumica Analtica para deteco de contaminantes em alimentos e preparaes farmacuticas.
- Frmacos , excipientes ... - conservantes, corantes , flavorizantes ... - Praguicidas, herbicidas ... Inmeros casos de intoxicaes por estes compostos: 1937 centenas de mortes pelo solvente dietilenoglicol usado na preparao da sulfanilamida. Final da dcada de 50 talidomida - agente teratognico. Ps 2 Guerra Mundial notvel desenvolvimento a partir da dcada de 60 avanando em outras reas alm da forense, tais como: Avaliao de risco e segurana no uso de substncias; Aplicao dos dados de estudos toxicolgicos para o controle regulatrio de substncias em alimentos, no ambiente e nos locais de trabalho; Estudos de mutagenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade; Aspectos preventivos, preditivos e comportamentais de substncias qumicas.
Brasil Resoluo 1/88 do Conselho Nacional de Sade estabeleceu normas para os ensaios prclnicos e clnicos. Obrigatoriedade de ensaios toxicolgicos para outras categorias (agrotxicos, domissanitrios e aditivos alimentares) contato como usurio ou durante a fabricao regulamentao pelo Ministrio da Sade, Ministrio da Agricultura e IBAMA.
Subdivises da Toxicologia
Toxicologia descritiva: rea da toxicologia dedicada a caracterizar os efeitos
txicos das substncias qumicas atravs da experimentaao in vivo e in vitro Toxicologia mecanicista: dedica-se ao estudo dos mecanismos celulares, bioquimicos, e moleculares pelos quais as substncias qumicas exercem seus efeitos txicos Toxicologia regulatria: baseada em evidencias experimentais obtidas pela toxicologia descritiva e mecanicista, estabelece os nveis seguros de exposio s diversas substncias qumicas Toxicologia forense: dedica-se aos aspectos medico-legais resultantes das intoxicaes por substncias perigosas Toxicologia Clinica: rea de atuao de mdicos com formao em envenenamento por agentes txicos. Seu foco sobre o tratamento sintomtico e teraputica Toxicologia ocupacional: estuda os efeitos txicos das substncias qumicas presentes no ambiente de trabalho Toxicologia ambiental: rea da toxicologia dedicada ao estudo dos efeitos txicos das substncias qumicas presentes no meio ambiente
Toxicologia Social: estuda os efeitos das drogas psicoativas sobre o indivduo e o impacto social.
a cincia que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interaes das substncias qumicas com o organismo
Avaliao do risco para o estabelecimento de medidas de segurana na utilizao das substncias qumicas e a proteo dos indivduos expostos
Substncia qumica capaz de causar dano a um sistema biolgico, alterando uma funo ou levando-o morte, sob certas condies de exposio
Ex.: poluentes da atmosfera e metais que no possuam papel fisiolgico conhecido ( chumbo, mercrio etc.)
a capacidade inerente e potencial do agente txico de provocar efeitos nocivos em organismos vivos
Perigo (hazard) define o potencial de um composto provocar dano. Risco (risk) de um efeito adverso a sade diz respeito ao nvel de exposio e da suscetibilidade individual para aquela molcula.
No existe substncia qumica incua mas sim, maneiras seguras de utiliz-las, de acordo com as condies de exposio.
Conjunto de sinais e sintomas que evidenciam o efeito nocivo produzido pela interao entre uma substncia qumica e o organismo
Maneira pela qual um agente txico exerce sua atividade sobre as estruturas celulares
desenvolve rapidamente aps uma nica administrao ( ou mltipla em 24 horas ) de um agente qumico. se no somente pela sua durao mas tambm, por certas caractersticas patolgicas. Pode ser por acumulao ou somatria dos efeitos produzidos.
O rgo alvo, isto , aquele onde se produz o efeito, no freqentemente o que tem a maior concentrao do agente qumico, mas aquele com maior sensibilidade.
Alm da dose, tempo e freqncia da exposio, depende da capacidade de regenerao do tecido ou do sistema afetado
ADITIVO : A(2) + B(3) = AB(5) SINRGICO : A(2) + B(3) = AB(20) POTENCIAO : A(0) + B(2) = AB(10) ANTAGONISMO : A(4) + B(6) = AB(8)
Aditivo: pesticidas organofosforados inibindo a enzima acetilcolinesterase, um tipo (A) inibe 20% e ou outro (B) 30%. O efeito combinado foi de 50% de inibio. Sinergismo: tetracloreto de carbono e etanol so hepatotxicos, considerando o efeito de grau 3 para o tetracloreto e grau 2 para o etanol, o efeito combinado de grau 20. Potenciao: isopropanol no hepatotxico (no possui efeito) e tetracloreto tem grau 3 de toxicidade, o efeito combinado de 10. Antagonismo: Drogas que reduzem os efeitos de outras, como benzodiazepnicos contra as drogas convulsivantes. O efeito combinado das drogas menor do que seria o somatrio dos efeitos individuais.
Os termos efeito e resposta so usados como sinnimos para denotar uma alterao biolgica num indivduo ou numa populao relacionada com uma exposio ou dose
O mais correto considerar: Efeito relacionado ao indivduo Resposta indica a proporo da populao
que manifesta um efeito definido ou seja, a taxa de incidncia de um dado efeito.