2como Introduzir Um Texto Opinativo
2como Introduzir Um Texto Opinativo
2como Introduzir Um Texto Opinativo
Por isso, evite os lugares comuns como: Atualmente, hoje em dia, desde pocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa. Listamos aqui dezoito formas de comear um texto. Elas vo das mais simples s mais complexas.
um grave erro a liberao da maconha. Provocar de imediato violenta elevao do consumo. O estado perder o precrio controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrpicas e nossas instrues de recuperao de viciados no tero estrutura suficiente para atender a demanda.
A declarao a forma mais comum de comear um texto. Procure fazer uma declarao forte, capaz de surpreender o leitor. Alberto Corazza, Isto, 20 dez. 1995.
O mito, entre os povos primitivos, uma forma de se situar no mundo, isto , de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. um modo ingnuo, fantasioso, interior a toda reflexo e no crtico de estabelecer algumas verdades que no s explicam partes dos fenmenos naturais ou mesmo a construo natural, mas que do tambm, as formas de ao humana.
A definio uma forma simples e muito usada em pargrafoschaves, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar s a primeira frase ou todo o primeiro pargrafo. ARANHA, Maria Lcia de Arruda & Martins, Maria Helena Pires. Temas de filosofia.
Predominam ainda no Brasil duas convices errneas sobre o problemas da excluso social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder pblico e a de que sua separao envolve muitos recursos e esforos extraordinrios. Experincias relatadas nessas olhas mostram que o combate marginalidade social em Nova York vem contando com intensivos esforos do poder pblico e ampla participao da iniciativa privada.
Ao dizer que h duas convices errneas, fica logo clara a direo que o pargrafo vai tomar. O autor ter que explicit-las na frase seguinte.
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecido pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parablicas, aparelhos de videocassete. este o paradoxo que vive hoje a educao no Brasil.
As duas primeiras frases criam uma oposio (de um lado|de outro) que estabelecer o rumo da argumentao. Tambm se pode criar uma oposio dentro da frase, como neste exemplo:
Vrios motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau de envolvimento: raiva e esperana. Explico-me: raiva por ver o quanto a cultura ainda vista como artigo suprfluo em nossa terra; esperana por observar quantos motivos culturais tem acontecido em nossa histria, e quase sempre como forma de resistncia e/ou transformao. (...)
O autor estabelece a oposio e logo depois explica os termos que a compem. FEIJ, Martin Csar. O que poltica cultural. So Paulo, Brasiliense, 1985. p. 7.
Aps a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalizao. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competio.
Os conhecimentos dos principais fatos histricos ajuda a iniciar um texto. O leitor situado no tempo e pode ter uma melhor dimenso do problema.
Ser que com novos impostos que sade melhorar no Brasil? Os contribuintes j esto causados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece no ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que s parece piorar.
A pergunta no respondida de imediato. Ela serve para despertar a ateno do leitor para o tema e ser e respondida ao longo da argumentao.
Uma tragdia. Essa a concluso da prpria Secretaria de Avaliao e Informao Educacional do Ministrio da Educao e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3 ano do 2 grau submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliao Educacional Bsica), que ainda avaliou estudantes da 4 srie e da 8 srie do 1 grau em todas as regies do territrio nacional.
A palavra tragdia explicada logo depois, retomada por essa a concluso. Folha de S. Paulo, 27 nov. 1996.
Equivocada e pouco racional. Esta a verdadeira adjetivao para a poltica educacional do governo.
A adjetivao inicial ser a base para desenvolver o tema. O autor dir, nos pargrafos seguintes, por que acha a poltica educacional do governo equivocada e pouco racional. Anderson Sanches, Infocus, n. 5, ano 1, out. 1966. p. 2.
As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.O comentrio, do fotgrafo Sebastio Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, um acicate no estado de letargia tica que domina algumas naes do primeiro mundo.
A citao inicial facilita a continuidade do texto, pois ela retomada pela palavra comentrio da segunda frase. DI FRANCO, Carlos Alberto. Jornalismo, tica e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73.
Para Marx a religio o pio do povo. Raymond Aron de o troco: o marxismo o pio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos o pio do povo mesmo ir s compras. Como as modas americanas so contagiosas, bom ver do que se trata.
Esse recurso deve ser usado quando no sabemos textualmente a citao. melhor citar de forma indireta de que forma errada. Cludio de Moura e Castro, Veja, 13 nov. 1996.
O ministro da Educao se esfora para convencer de que o provo fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaos na mdia e fazendo milionria campanha publicitria ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educao.
Ao comear o texto com a opinio contrria, delineia-se, de imediato, qual a posio dos autores. Seu objetivo ser refutar os argumentos do opositor, numa espcie de contra-argumentao. Orlando Silva Jnior e Eder Roberto Silva, Folha de S.Paulo, 5 nov. 1996.
O tema da reforma agrria esta presente a bastante tempo nas discusses sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparao entre o movimento pela abolio da escravido no Brasil, no final do sculo passado e, atualmente, o movimento pela forma agrria, podemos perceber algumas semelhanas. Como na poca da abolio da escravido existiam elementos favorveis e contrrios a ela, tambm hoje as que so a favor e os que so contra a implantao a reforma agrria no Brasil.
Para introduzir o tema da reforma agrria, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final do sculo XIX, mostrando a semelhana de comportamento entre elas. OLIVEIRA, Prsio Santos de. Introduo sociologia. So Paulo, tica, 1991. p. 101.
O corriqueiro adgio de que o pior cego o que no quer ver se explica com perfeio na anlise sobre o atual estgio da mdia: desconhecer ou tentar ignorar os incrveis avanos tecnolgicos de nossos dias, e supor que eles no tero reflexos profundos no futuro dos jornais simplesmente impossvel.
Sempre que voc usar esse recurso, no escreva o provrbio simplesmente. Faa um comentrio sobre ele para quebrar a idia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo acima, o autor diz o corriqueiro adgio e assim demonstra que esta consciente de que esta partindo de algo por demais conhecido. Jayme Sirotsky, Folha de S.Paulo, 5 dez. 1995.
O Jornal do Comrcio, de Manaus, publicou um anncio em que uma jovem de dezoito anos, j me de duas filhas, dizia estar grvida mas no queria a criana. Ela a estragaria a quem se dispusesse a pagar sua ligao de trompas. Preferia a dar o filho a ter que fazer um aborto. O tema tabu no Brasil. (...)
Voc pode comear narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coeso do pargrafo seguinte faz de forma fcil: a palavra tema retoma a questo que vai ser discutida. Antonio Carlos Viana, O Qu, edio de 16 a 22 jul. 1994.
Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clnica do Rio. Meia centena de mortes numa clnica hemodilise em Caruaru. Chacina de semterra em Eldorado dos Carajs. Muitos meses j se passaram e esses fatos continuam impunes.
O que se deve observar nesse tipo de introduo so os paralelismos que do equilbrio s diversas frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante.
Quem assistiu ao filme A Rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memria. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de Frana, sob ordens de Catarina de Mdicis, a rainha-me e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da Histria. (...) Desse horror a Histria do Brasil est praticamente livre. (...)
O resumo do filme A Rainha Margot serve de introduo para resolver o tema da intolerncia religiosa. A coeso com o segundo pargrafo d-se atravs da palavra horror, eu sintetiza o enredo do filme contado no pargrafo inicial.
Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe mdia. Choperia bodega um bar da moda, freqentado por jovens bem-nascidos. Um assalto. Cinco ladres. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e Jos Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista.
O pargrafo desenvolvido por flashes, o que da agilidade ao texto e prende a ateno do leitor. Depois desses dois pargrafos, o autor fala da origem do movimento Reage So Paulo. Josias de Souza, Folha de S.Paulo. 30 set. 1996.
Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Como certeza no algo que se refira somente as polticas ou s grandes decises do Brasil e do mundo. Segundo Tarcsio Padilha, tica um estudo filosfico da ao e da conduta humana cujos os valores provm da prpria natureza do homem e se adaptam s mudanas da histria e da sociedade.
As duas primeiras frases criam o leitor certa expectativa em relao ao tema que se mantm em suspense at a terceira frase. Pode-se tambm construir todo o primeiro pargrafo omitindo o tema, esclarecendo-o apenas no pargrafo seguinte. O Globo, 13 set. 1992.
1. 2. I.
Cite duas formas de se comear um texto opinativo. Classifique a introduo dos textos apresentados:
Esmola o que se que se da por caridade a algum que necessita. Deve ser evitada e utilizada em ltimo caso, quando todas as outras alternativas falharam. A todo ser humano, qualquer que seja a situao que esteja vivendo, preciso garantir dignidade. Desde o direito de privacidade, ao livre arbtrio, educao, at o direito ao trabalho atravs do qual se entende que a prpria pessoa possa administrar sua vida e obter o que se necessita para viver. II. O relatrio do banco mundial (Bird) que coloca a America Latina preocupante. Mas violenta que o Brasil apenas a Colmbia, pas que foi literalmente assaltado pelos traficantes de drogas. III. Todo brasileiro mestio. Se no no sangue, nas idias. A observao de Silvio Romero, e foi feita a cerca de um sculo.
tila Santos Mauricio Ribeiro Rafael Macedo Richard Souza Igor Cardozo