RESUMO. Os Gêneros Do Discurso. Texto Do Fiorin. (Ismael Alves)

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FIORIN, Jos Luiz. Os gneros do discurso. In: Introduo ao pensamento de Bakhtin.

Fiorin inicia o texto com base no conceito comumente atribudo ao gnero (perspectiva esta adotada tambm pelos PCNs): produto composto por um conjunto de propriedades formais. Assim, temos que aqui, o papel social do gnero nulo, pois gnero nesta perspectiva apenas um produto regido por aspectos normativos. Cita-nos, Fiorin, que esta perspectiva j comum desde a Grcia. Diferente a isso, Bakhtin atm-se ao gnero ante seu processo de produo; sua preocupao est endereada ao modo como o gnero constitudo, sendo que, a, no temos aspectos relacionados apenas forma, mas tambm aos processos de interao do gnero com as esferas sociais a que est inserido. Como aparece no texto:
no se produzem enunciados fora das esferas de ao, o que significa que eles so determinados pelas condies especficas e pelas finalidades de cada esfera. Essas esferas de ao ocasionam o aparecimento de certos tipos de enunciados, que se estabilizam precariamente e que mudam em funo de alteraes nessas esferas de atividades.

Encontramos neste trecho algo de suma importncia aos estudos sobre o gnero com base em Bakhtin, a expresso relativamente estvel de enunciado. Aqui, surge-nos algo de novo, pois nos deparamos agora com uma noo a mais sobre gnero: este emerge dentro de um seio social; e seu uso (e construto) torna-se dependente das finalidades e condies especficas com as quais se encontra no seio. Os gneros so caracterizados, de acordo com Bakhtin, pelo seu contedo temtico, construo composicional e estilo; estes constituem o enunciado, que especificado pela esfera de ao social a que est inserida. 1 O contedo temtico corresponde ao tema do qual se ocupa o gnero; a construo composicional, ao modo como o texto organizado; e o estilo, a seleo dos meios lexicais, fraseolgicos e gramaticais utilizados na composio do texto. Fiorin frisa que os gneros esto sempre em continua mudana, pois acompanham o desenvolvimento da esfera social que participam. Assim, um gnero pode aparecer, sumir e assumir novos contornos (e novas funes) de acordo as finalidades e condies especficas em voga na sociedade a que esta inserido. Com base nisso, no nos parece censurvel conceber que o gnero une estabilidade e instabilidade: aquela, porque a validade do gnero dar-se diante da recorrncia da mesma no seio social; esta, porque as esferas da atividade social esto sempre em constante mudana. Bakhtin divide os gneros em primrio e secundrio. Os primrios abarcam os gneros da vida cotidiana, nascem do contato espontneo e tem relao direta com o contexto imediato ao qual esto inseridos (e so na sua maioria pertencentes oralidade). Os secundrios pertencem a um domnio da comunicao mais elaborada; e so na sua maioria escritos. Contudo, existem processos de hibridizao, onde um gnero inserido num outro (ex.: uma poesia concretista.). Por fim, duas ultimas observaes interessam-nos: 1. a propriedade de os gneros serem mais flexveis ou mais estereotipados. E 2. (a 2. ser transcrita em forma de citao do texto lido, pois a assertiva incita-me dvida):
necessrio ter em mente que o estilo individual no absolutamente livre do gnero. O propsito comunicativo do locutor leva, antes de mais nada, seleo de um gnero, (...)2
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Pergunta 01: Gnero e enunciado so a mesma coisa? Aquela leva a esta? Se no, qual a diferena? Pergunta 02: Propsito comunicativo aqui, neste texto, tem o mesmo valor de inteno?

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