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Cloud Computing

O documento apresenta um material didático sobre Computação em Nuvem, destacando sua importância para profissionais da área de TI e as vantagens econômicas e tecnológicas que oferece às empresas. Ele aborda conceitos fundamentais, modelos de serviços, implantação e segurança, além de incentivar a pesquisa e reflexão sobre o tema. A obra é um convite para aprofundar o conhecimento em um campo em constante evolução, com recursos interativos para enriquecer a aprendizagem.

Enviado por

cesaraugusto2022
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
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Cloud Computing

O documento apresenta um material didático sobre Computação em Nuvem, destacando sua importância para profissionais da área de TI e as vantagens econômicas e tecnológicas que oferece às empresas. Ele aborda conceitos fundamentais, modelos de serviços, implantação e segurança, além de incentivar a pesquisa e reflexão sobre o tema. A obra é um convite para aprofundar o conhecimento em um campo em constante evolução, com recursos interativos para enriquecer a aprendizagem.

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Cloud

Computing
(Computação
em Nuvem)
PROFESSORES
Dr. Raul Greco Junior
Esp. Fernando Ferreira Sombrio
Esp. Miguel Garcia Junior

ACESSE AQUI O SEU


LIVRO NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE

FICHA CATALOGRÁFICA

Coordenador(a) de Conteúdo U58 Universidade Cesumar - UniCesumar.


Flavia Lumi Matuzawa Cloud Computing (Computação em Nuvem) /
Projeto Gráfico e Capa Raul Greco Junior, Fernando Ferreira Sombrio, Miguel
Garcia Junior. - Florianópolis, SC: Arqué, 2022.
André Morais, Arthur Cantareli e Reimpresso em 2024.
Matheus Silva
200 p. : il.
Editoração
Caroline Casarotto Andujar e ISBN papel 978-85-459-2172-1
Larissa Luiz de Souza ISBN digital 978-85-459-2163-9

Design Educacional “Graduação - EaD”.


Lucio Carlos Ferrarese
1. TI 2. Infraestrutura 3. Nuvem 4. Fernando Ferreira
Curadoria Sombrio. 5. Raul Greco Junior. 6. Miguel Garcia Junior. I.
Elziane Vieira Alencar Título.

Revisão Textual CDD - 005


Laize Santos de Oliveira Núcleo de Educação a Distância.
Ilustração Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
André Azevedo e
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Eduardo Aparecido Alves
Fotos Impresso por:
Shutterstock

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
02511240
Fernando Ferreira Sombrio

Sempre fui uma pessoa interessada por tecnologia, e


meu pai sempre foi um grande incentivador para que eu
buscasse o conhecimento e o entendimento de como as
máquinas funcionavam. Desde adolescente, abrindo e
formatando computadores, o próprio destino me levou
à graduação na área de tecnologia, e os próximos passos
foram só concretizando minha paixão pelo mundo de TI.
Além de um grande entusiasta em tecnologia da infor-
mação, tenho como outra grande paixão, a música. Sou
guitarrista desde adolescente, tendo participado de várias
bandas e festivais. Gosto de ler e estudar sempre que pos-
sível, além de compartilhar minha vida em família.
Minha história com tecnologia tem o lado técnico, em
que trabalhei muito tempo na área de infraestrutura de
TI, e hoje, sou gerente de TI de uma grande empresa de
software de saúde pública, e o lado acadêmico, em que
participei de bancas orientadoras, escrevi alguns livros e
lecionei em cursos de graduação e pós-graduação.
Vale sempre lembrar que o conhecimento é a nossa
maior riqueza, que possamos sempre nos lapidar para
crescermos como seres humanos e grandes pessoas.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1794410844337573
Raul Greco Junior

Desde muito jovem, sou apaixonado por eletrônica. Em


1996, tive meu primeiro computador, momento em que
um novo mundo se abriu. Como um bom “micreiro”, es-
tava sempre montando e desmontando computadores,
buscando uma melhor performance. Desse modo, fui me
interessando não apenas pelo hardware, mas também
pelo software. Embora minhas primeiras graduações não
tenham muito a ver com tecnologia, sempre que pude
incorporei o tema em minhas pesquisas, seja na educa-
ção, nas letras, na literatura ou na filosofia. A tecnologia
é um tema que sempre permeou minha vida e creio ser
a solução constante para os problemas do mundo, desde
que seja feita ética e responsavelmente.
Meu hobby preferido é a leitura dos mais variados li-
vros possíveis. Sou movido pela busca do conhecimento,
da novidade e da tecnologia. Lembro-me de algumas pa-
lavras de Karl Popper, que afirmava que: "O conhecimento
é uma aventura em aberto. O que significa que aquilo que
saberemos amanhã é algo que desconhecemos hoje; e
esse algo pode mudar as verdades de ontem". Essa aven-
tura me motiva na busca da verdade, na divulgação cien-
tífica, na produção acadêmica, na socialização de minhas
experiências, pois essa vontade torna-se um farol para
guiar-me até a beleza da veracidade e a pureza de uma
sociedade aberta.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/8447571087123317
CLOUD COMPUTING

Entender o conceito de computação em nuvem é bastante crucial para quem vai


trabalhar com implantação, governança ou desenvolvimento. O Cloud Computing é
um domínio muito interessante, pois ajuda as empresas a atender à necessidade de
software, hardware e ao tipo certo de infraestrutura que pode manter os projetos
funcionando adequadamente. Enquanto isso, também oferece soluções econômicas,
que custariam milhares de reais às empresas. Essas são algumas das razões da im-
portância dessa disciplina em seu curso da área de computação.
Muitas vezes, a estrutura de taxas de cursos de computação em nuvem é negligen-
ciada e acredita-se ser muito alta. No entanto, essa condição mudou. Hoje, existem
muitos recursos de computação em nuvem, que são acessíveis e planejados com um
programa abrangente de aplicabilidade.
Neste material, você lerá sobre os interessantes e úteis detalhes dos recursos da
computação em nuvem. Você aprenderá que as formas, como o Cloud Computing, tor-
nam-se uma ferramenta imprescindível em qualquer empresa, pois une a economia,
a tecnologia de ponta e a segurança para trazer melhores resultados e rendimento
para os negócios.
Você, como responsável da parte informática de uma empresa, precisa, necessa-
riamente, se atentar a pontos predominantes para criar um ambiente seguro, durá-
vel, confiável e econômico. Imagine que você assumiu o posto em uma empresa de
renome, mas que por muito tempo negligenciou essa parte da implantação, seja por
comodismo ou por receio do novo. Você terá a responsabilidade de criar um plano de
ação detalhado para convencer uma diretoria cética de que as soluções ofertadas pela
computação em nuvem trarão uma relação custo=benefício realmente significativa
para a companhia e que qualquer investimento inicial, significativo ou não, justificar-
-se-á com o tempo de utilização, com a facilidade e com diversos pontos de economia
que virão em seus resultados, seja em espaço físico, em adequação e atualização de
infraestrutura, em manuseio ou em qualquer parte da governança inserida.
Você, como profissional da área, precisa sempre estar atento ao que há de mais
novo no mercado de soluções corporativas e quais são as vantagens e desvantagens.
Por isso, você terá o dever de dedicar-se à pesquisa de recursos, à catalogação e à
solução de desafios interessantes que podem surgir em seu trilhar nesse mundo tão
vasto e com tantas possibilidades.
Não se esqueça, você assumiu um cargo importante e quando chegou não en-
controu uma infraestrutura adequada, tampouco uma arquitetura apta às evoluções
diárias que a tecnologia exige. Você precisa resolver isso com sobriedade e apontar
soluções vinculadas a boas explicações. Afinal, em boas empresas, ninguém toma de-
cisões sozinho; temos de usar a boa e velha arte da oratória e política para encontrar
caminhos para o crescimento, mas absolutamente tudo embasado com argumentos
sólidos, reais e concretos, que possam dar aporte às suas propostas.
Uma vez que um negócio muda para soluções em nuvem, é crucial para simplificar
a administração no que diz respeito ao monitoramento e instalação centralizada.
Esse conhecimento é necessário para ajudar na otimização de diversos fatores como
custo e desempenho. As decisões devem, acima de tudo, ser tomadas com elementos
como a ideia do on-demand em mente. Essa é uma das principais razões pelas quais
a computação em nuvem inclui demandas de negócios.
Esta disciplina também se concentra em detalhes que ajudam na comparação de
vários cenários de serviço. São estudos práticos em que qualquer empresa precisa se
envolver antes de escolher soluções de serviços em nuvem ou provedores de serviços.
Muitas vezes, as escolhas que um cliente em nuvem faz tem que se concentrar em
melhorar a colaboração dentro e em torno de uma série de ferramentas de produti-
vidade de negócios. Além disso, as escolhas feitas têm que simplificar o esforço em
diversos processos de negócios. Isso abrange conceitos, como a criação e integração
de componentes existentes.
Ao mesmo tempo em que apresento a disciplina de CLOUD COMPUTING, agradeço
o esforço acadêmico e os frutos das leituras desenvolvidas por você até este momen-
to. Todas as iniciativas desenvolvidas para que a ciência possa perseverar e para que
a educação possa ser o centro de atenção das resolução de problemas no mundo
devem ser extremamente aplaudidas e reconhecidas.
O intuito deste material consiste em apresentar ou aumentar o seu conhecimento
sobre a computação em nuvem, de modo a proporcionar momentos compreensão,
debate e reflexões sobre um tema cada vez mais presente na área em que vocês
escolheram trilhar, recorrendo a um material teórico rico em informações e extre-
mamente desenvolvido sob o prisma científico-acadêmico. E, a partir disso, surge a
presente obra!
Na sequência, apresento uma breve ideia do que você encontrará na Unidade
curricular do presente curso. Reforço que, ao apresentar brevemente as noções abor-
dadas em cada capítulo, não pretendo resumir o conteúdo por eles contemplados
— até porque isso seria impossível —, mas mostrar o que o aguarda em cada um.
Conforme vamos avançando nesse mundo de serviços ofertados em nuvem, va-
mos perceber que nada é tão simples quanto parece quando o assunto é migração
de serviços / servidores: fica cada vez mais desafiador. Todavia, como o próprio nome
já diz, o DESAFIO será nossa meta daqui para frente: resolver um grande quebra-ca-
beças computacional, dia após dia, com soluções criativas e interessantes tanto para
você, implantador, quanto para a empresa que está investindo nisso.
Procure fazer uma pesquisa breve em qualquer motor de busca e veja a quan-
tidade de empresas que optaram por trabalhar e desenvolver serviços a partir do
cloud computing. Busque casos empresariais e perceba que, em esmagadora maioria,
tivemos sucesso, e os que fracassaram foram exclusivamente por mau planejamento
ou continham profissionais despreparados. O que, com certeza, não é o seu caso!
Essa pesquisa vai deixar os conceitos que estudaremos mais claros, bem como for-
talecer os vários itens que serão abordados quando falamos em um projeto de adoção
de serviços em nuvem, seja ele do zero ou uma migração de um ambiente já existente.
Agora que você está prestes a conhecer essa tecnologia, deve pensar em várias
perguntas como: Por onde começar? Como saber qual caminho seguir e quais so-
luções propor para melhorar constantemente? De que maneira posso estabelecer
paralelos ao que há disponível, porém obsoleto, e o que almejar para a companhia
com segurança e confiabilidade?
Essas são respostas que, com certeza, você encontrará ao término dessa disciplina,
bem como irá se munir de um bom conteúdo e criar bons argumentos técnicos para
lidar com relatórios e reuniões acerca do tema proposto.
Iniciamos com a primeira Unidade, chamada de Infraestrutura de TI, e nela você
irá aprender os conceitos básicos de infraestrutura de TI e todos os pontos positivos
e negativos da tecnologia. Também iremos abordar um estudo mais aprofundado
em datacenter local e computação na nuvem. Ao final, saberemos diferenciar as tec-
nologias existentes para suportar os ambientes em sua infraestrutura de TI.
Na Unidade seguinte, que é chamada de Conceitos e Características da Nuvem,
você aprenderá os conceitos de computação em nuvem, bem como os principais
provedores e serviços para utilizar esta tecnologia. Aproveitamos para estudar as ca-
racterísticas desse tipo de hospedagem, analisando suas vantagens e desvantagens.
Também teremos a oportunidade de ponderar acerca da adequação tecnológica em
nuvem no Brasil e como isso tem afetado nosso cotidiano.
Na terceira Unidade, Modelos de Serviços em Nuvem (Cloud), você estudará
conceitos muito importantes da utilização ou migração de serviços em nuvem, que
serão analisados durante a adoção da nuvem como hospedeira dos serviços de TI de
uma empresa. Veremos os modelos de serviço em nuvem, trazendo mais clareza para
os conceitos relacionados a este assunto. Faremos um paralelo entre cada amostra e
sua aplicação, a fim de elucidar em que cada um se destaca e qual o melhor cenário
para cada tipo de ambiente. Em tempo, veremos um breve comparativo entre os
padrões abordados, deixando claro os diferenciais de cada um.
Na quarta Unidade, Implantação de Serviços em Nuvem (Cloud), você verá
que a implementação de serviços em nuvem envolve muito mais do que imagina,
tanto começando do zero ou migrando serviços do ambiente local (on premises) para
uma determinada nuvem. Abordaremos os aspectos legais da nuvem e os aspectos
financeiros, calcanhar de Aquiles de muitas empresas. Com efeito, passaremos por
conceitos de microsserviços, sendo esse último um aliado de quem utiliza serviços em
nuvem, pois facilitam a escalabilidade e agilizam o desenvolvimento de aplicativos.
Por fim, estudaremos na quinta Unidade, denominada Funcionamento e Segu-
rança, as principais características e benefícios da utilização do Cloud Computing, bem
como os modelos de preço da computação em nuvem, trazendo à tona os desafios
deste tipo de implantação. Finalmente, entraremos no mundo Multi Cloud, assunto de
extrema importância, pois é uma abordagem que pode trazer vantagens estratégicas
às empresas que as utilizam ou querem começar a utilizar.
Essa obra, fruto de muitas pesquisas e desenvolvimento, é um convite para co-
nhecermos um pouco mais sobre o mundo da computação em nuvem. Em tempos
de avanços tecnológicos constantes, é necessário estarmos sempre atualizados e
inteirados sobre as tecnologias em voga. Dessa forma, agradeço desde já a leitura
de cada estudante que pretende se aventurar nestes instigantes temas sob uma
perspectiva tecnológica e empresarial.
RECURSOS DE
IMERSÃO
REALIDADE AUMENTADA PENSANDO JUNTOS

Sempre que encontrar esse ícone, Ao longo do livro, você será convida-
esteja conectado à internet e inicie do(a) a refletir, questionar e trans-
o aplicativo Unicesumar Experien- formar. Aproveite este momento.
ce. Aproxime seu dispositivo móvel
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex- EXPLORANDO IDEIAS
plore as ferramentas do App para
saber das possibilidades de intera- Com este elemento, você terá a
ção de cada objeto. oportunidade de explorar termos
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
RODA DE CONVERSA

Professores especialistas e convi-


NOVAS DESCOBERTAS
dados, ampliando as discussões
sobre os temas. Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos
de maneira interativa usando a tec-
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
nologia a seu favor.
Uma dose extra de conhecimento
é sempre bem-vinda. Posicionando
seu leitor de QRCode sobre o códi- OLHAR CONCEITUAL
go, você terá acesso aos vídeos que
Neste elemento, você encontrará di-
complementam o assunto discutido.
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos,
esquemas e fluxogramas os quais te
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara

Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar


Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM

1
13 2
47
INFRAESTRUTURA CONCEITOS E
DE TI CARACTERÍSTICAS
DA NUVEM

3
85 4 125
MODELOS DE IMPLANTAÇÃO
SERVIÇOS EM DE SERVIÇOS
NUVEM (CLOUD) EM NUVEM
(CLOUD)

5
159
FUNCIONAMENTO
E SEGURANÇA
1
Infraestrutura
de TI
Esp. Fernando Ferreira Sombrio

Nesta Unidade você irá aprender os conceitos básicos de infraestrutu-


ra de TI e todos os pontos positivos e negativos da tecnologia. Também
iremos promover um estudo mais aprofundado em datacenter local
e computação na nuvem. Ao final, você conseguirá diferenciar as tec-
nologias existentes para suportar os ambientes em sua infraestrutura
de TI. Vamos lá?
UNIDADE 1

Em um mundo cada vez mais conectado e dependente de tecnologias da infor-


mação, você já parou para pensar como tudo isso funciona? Onde as informações
ficam armazenadas? Por que alguns sites de grandes empresas ficam, na maioria
do tempo, disponíveis e online, e empresas menores sofrem tanto com indispo-
nibilidade e lentidão em sistemas? Hoje, a tecnologia está em um patamar de
importância essencial para todos nós. Temos informação e acesso à internet ao
alcance de nossas mãos, através de smartphones, e somos dependentes dessas
tecnologias em nosso dia a dia. Mas como as empresas se preparam para que
tudo isso funcione sem afetar a qualidade dos serviços prestados?
Pensando nisso, nesta disciplina, vamos acompanhar a história de um coorde-
nador de TI (Tecnologia de Informação) de uma universidade com 15 mil alunos.
Seu nome é Jeff e ele está em um momento da carreira que precisa rever e atualizar
seus conhecimentos de TI para aplicar no setor onde trabalha, pois os serviços
de TI oferecidos estão cada vez mais degradados. Os diretores da universidade
fazem constantes reclamações para Jeff de que os alunos estão com problemas de
lentidão no acesso aos sistemas, que, muitas vezes, encontram-se indisponíveis,
gerando um grande descontentamento nos alunos. A última grande queda dos
ambientes foi dois dias antes do vencimento do boleto de pagamento mensal, em
que o sistema de impressão de boletos ficou indisponível por dois dias, afetando
quem precisava imprimi-los para pagamento. Além do transtorno, esse incidente
impactou o fluxo de caixa da universidade. Jeff já havia mapeado alguns proble-
mas que ocasionaram estes e outros incidentes.
A universidade tinha um datacenter local, com servidores físicos, muitos deles
já desatualizados. A climatização do ambiente era feita através de ares-condicio-
nados caseiros, e os equipamentos estavam esquentando demais. Além disso,
a fornecedora de energia tinha um problema na área de atuação onde estava
instalado o datacenter, fazendo com que a energia do local sofresse constantes
oscilações e quedas. O link de internet não tinha redundância, ou seja, caso este
link ficasse indisponível, nenhum acesso poderia ser feito aos serviços hospeda-
dos no datacenter. Com estes problemas, incidentes eram rotineiros nos sistemas
da universidade. As reclamações eram constantes na central de atendimento e nas
redes sociais, e os diretores da universidade fizeram uma reunião emergencial
com Jeff para que fossem resolvidos todos os problemas possíveis, a fim de manter
os serviços de TI prestados com qualidade e disponibilidade.

14
UNICESUMAR

Você já deve ter se deparado com uma ida a um estabelecimento, como a um


supermercado ou farmácia, e a pessoa que o atende informa que o sistema está
“fora do ar” (não funcionando), ou lento, correto? Também já nos deparamos com
serviços grandes, como Google ou Facebook, “fora do ar’’, e a primeira coisa que
pensamos é que estamos com problema em nossa internet, tamanha é a confiança
na disponibilidade desses serviços. Você já se perguntou qual a diferença entre os
dois cenários? Estas e outras dúvidas trabalharemos durante esta disciplina. Retor-
nando ao caso de nosso personagem Jeff, você já conheceu alguns problemas que
ele tem em seu datacenter, mas saberia como solucioná-los? Alguns destes proble-
mas são de alta complexidade, como, por exemplo, a obsolescência do hardware.
Para solucionar este problema dinheiro não é suficiente, pois envolve uma
análise técnica do Hardware em questão, tendo em vista que atualizá-lo pro-
vavelmente irá impactar no software que ali está instalado, e muitas vezes uma
atualização no software também é necessária. Esta atualização de hardware e
software deve ser feita com muito planejamento para que os serviços de TI não
sejam afetados. Para os problemas de queda e alterações nas correntes de ener-
gia, a compra de nobreaks e geradores iria ajudar, porém também é necessário
um estudo de qual se adequa melhor ao cenário. Além disso, seria essencial
um constante acompanhamento destes equipamentos, para que funcionem
adequadamente quando requisitados.
Jeff já tinha uma grande tarefa para fazer, resolver estes problemas pontuais
e pensar na evolução tecnológica dos serviços de TI, mas uma pergunta não saía
de sua cabeça: “Será que preciso ter todos esses serviços em um datacenter local?
Onde vou precisar cuidar de todos estes pontos específicos, como, por exemplo,
energia, climatização, obsolescência de hardware? Ou já podemos pensar em
utilizar serviços hospedados na nuvem?”.
Tendo este breve relato de Jeff, e esta pergunta que não saiu de sua cabeça nas
últimas semanas, agora é a sua vez! Como você poderia resolver os problemas
que ele citou? A possibilidade de migrar seu datacenter para a nuvem é viável?
Procure na internet artigos de indisponibilidade de serviços prestados em data-
center local e, com base nessa leitura, promova uma reflexão sobre a necessidade
de manter ou uma estrutura local de datacenter ou uma estrutura voltada para a
nuvem. Você também já pode pesquisar sobre as vantagens de manter um data-
center ou de migrar os serviços para a nuvem.

15
UNIDADE 1

Agora que você já viu como os problemas citados estão impactando nos
serviços de TI da universidade e os alunos já estão fazendo várias reclamações,
convido você a registrar no Diário de Bordo quais sensações e questionamentos
você tem a respeito desse tema. Você chegou a imaginar como grandes empresas
tratam esses assuntos e como mantêm os serviços tão estáveis?
Reflita comigo sobre os pontos-chave dessa história:
■ Lentidão dos sistemas;
■ Queda constante de energia nos ambientes;
■ Datacenter local com problemas de infraestrutura (energia, superaque-
cimento);
■ Link de internet.

Você acha que a solução desses tópicos já garante a qualidade do serviço nos
próximos 10 anos? Ou o mercado já está à frente, pensando em migração para
nuvem, onde estes problemas são minimizados pela empresa contratada?

DIÁRIO DE BORDO

16
UNICESUMAR

INFRAESTRUTURA DE TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO

Atualmente, as empresas estão em constante crescimento e o aumento da con-


corrência está cada vez mais exaltado. Há algumas décadas, tínhamos processos
organizacionais sendo executados por uma única empresa, hoje, temos comparti-
lhamento de informações e processos entre empresas, onde necessitamos de redes
interligadas e informações disponíveis de forma segura e eficaz. Muitas empresas
buscam se adequar rapidamente às mudanças tecnológicas e, para isso, adotam
um modelo organizacional baseado em processos, e estes processos são suporta-
dos por ferramentas de tecnologia da informação. Neste sentido, estes processos
são amparados cada vez mais pelas aplicações tecnológicas, que permitem que
diversas organizações trabalhem em conjunto com um determinado objetivo e
entreguem um valor que, somado, é maior do que o que se conseguiria com as
partes isoladas. Melhorar a execução destes processos de negócio é uma deman-
da que faz parte do dia a dia de uma área de TI, sendo de extrema importância
melhorar a execução destes processos e reduzir os seus custos operacionais.
Como podemos avaliar, a infraestrutura de TI é o alicerce do modelo ope-
racional da organização, que, alinhado à estratégia da empresa, fará ela ser com-
petitiva. A infraestrutura de TI tem como papel a possibilidade de fazer com
que a organização cresça sem grandes interrupções, trazendo qualidade aos
serviços prestados para o cliente. Essa infraestrutura de hoje é mais complexa
do que a que tínhamos há alguns anos, pois temos uma combinação de infraes-
trutura privada e pública, ou seja, temos dados e informações que não podem
ter acessos externos. Todavia, precisamos enviar ou buscar dados e informações

17
UNIDADE 1

que estão na internet, fazendo com que sempre fiquemos atentos às questões de
segurança da informação (VERAS, 2009, p. 9).
Para que a nossa infraestrutura seja robusta, precisamos ter um planejamento
bem-feito e alinhado aos processos da organização, tais como metas e alinhamen-
tos estratégicos, pois, com isso, o gestor de TI terá as informações necessárias para
traçar os melhores caminhos de sistemas e processos de TI. A dependência da
infraestrutura e das aplicações do negócio exige cada vez mais a participação dos
gestores de tecnologia no planejamento da empresa. Em algumas delas, esta parti-
cipação ainda encontra barreiras, pois é mais fácil entender um alto investimento
em marketing do que em infraestrutura de TI. Para isso, precisamos mostrar a
importância da tecnologia para o negócio, trazendo os resultados de investimentos
em hardware, software, redes e pessoas.
Você deve ter notado que, no início da década de 2020, empresas foram
forçadas a investir em tecnologias adaptadas para o trabalho remoto. E, com
isso, os investimentos em infraestrutura de TI se mostraram importantes por
serem um fator quase crucial para a continuação da prestação de serviços pelas
empresas. Outra grande demanda que sofreu um crescimento exponencial foi
o consumo de entretenimento através de televisores, computadores e tablets. O
consumo de música, vídeos, programas de televisão e etc., através da internet
por serviços de streaming, fez parte da nossa realidade nos últimos anos e, com
isso, o gasto com infraestrutura de TI por parte dessas empresas cresceu, a fim
de melhor atender toda a demanda.
De acordo com um estudo do Gartner (apud ESTUDO, 2021, n. p.), a pande-
mia do coronavírus, que teve grande impacto nos anos 2019 a 2021, ampliou em
mais de 6% os gastos governamentais com TI, ultrapassando mais de 500 bilhões

18
UNICESUMAR

de dólares. Ainda de acordo com a pesquisa, a política pública e a tecnologia


tornaram-se inseparáveis, e esta combinação é um princípio fundamental para
a construção de um governo digital que trará agilidade, qualidade e segurança
nos processos de tecnologia da informação. Além disso, durante o ano de 2022
houve um aumento de investimento, fazendo com que os governos gastassem
64% das verbas totais destinadas para TI com serviços e programas de melhoria
da capacidade de respostas dos serviços prestados.

Gastos de Crescimento Gastos de Crescimento


2021 de 2021 (%) 2022 de 2022 (%)

Serviços de TI 188,06 10,9 203,92 8,4

Software 135,63 14,9 151,88 12

Serviços de Telecom 61,48 1,4 60,99 -0,8

Serviços Internos 64,24 0,3 65,97 2,7

Dispositivos 41,04 17,6 40,39 -1,6

Datacenter 32,73 6,5 34,15 4,3

Total 523,21 9,5 557,31 6,5

Quadro 1 - Previsão de gastos globais de governos com TI por segmento para 2021-2022 (em bi-
lhões de dólares) / Fonte: ESTUDO, 2021.

E para que tenhamos sucessos em nossas implementações de infraestrutura de


TI, quais seriam nossos desafios (XAVIER; REINET; XAVIER, 2013, p. 29):
■ Alinhamento da área de TI e a estratégia da empresa: Durante muito
tempo a tecnologia era vista como uma área de apoio, responsável pelo
suporte técnico e resolução de problemas, porém o papel da TI se trans-
formou, passando a assumir um lugar importante nas organizações, sendo
peça-chave para geração de valor. Para garantir o sucesso dos processos, é
necessário que a TI tenha estratégias, bem como um bom relacionamento
com os gestores e diretores da empresa.

19
UNIDADE 1

■ Entrega de valor: Uma área de TI bem estruturada, com bons


profissionais e processos bem definidos, entregará valor para a
empresa. Devemos pensar que a área de TI é uma provedora de
serviços e que aqueles que os consomem serão nossos clientes.
■ Segurança da informação: Com a vinda da LGPD (Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais, Lei nº 13.709/2018 - lei que regula as
atividades de tratamento de dados pessoais), devemos prever ativi-
dades e processos que garantam a segurança da informação e dos
sistemas, trabalhando nos três pilares de segurança da informação:
confidencialidade, integridade e disponibilidade. A segurança da
informação é extremamente importante, não somente por ques-
tões da Lei, mas também para se proteger de ataques que podem
impactar na operação dos serviços de TI prestados.
■ Redução de custos: Infraestrutura de TI deve ser vista como um
investimento que trará valor agregado ao negócio, e não somente
como um gasto da empresa. Todavia, devemos sempre pensar em
provisionar nossos serviços com o máximo de adequação ao fluxo
de investimentos da empresa, propondo, assim, um investimento
que trará agilidade e, se possível, redução de custos.
■ Agilidade nos processos: A tecnologia deve ser utilizada para
agilizar os processos da empresa, e não trazer maiores burocracias
e lentidão. Sabendo disso, devemos pensar na infraestrutura de TI
como uma mola propulsora de novos processos e serviços, para
que a empresa ganhe agilidade neste mundo altamente dinâmi-
co. Entretanto, deve-se sempre ter atenção na agilidade ligada à
qualidade, não podendo perder a qualidade do serviço prestado.
■ Maior qualidade dos serviços prestados: A biblioteca ITIL traz
um conjunto de boas práticas detalhadas para o gerenciamento de
serviços de TI. Neste acervo, se concentra o alinhamento destes ser-
viços com as necessidades dos negócios. A biblioteca tem como uma
de suas principais funções trazer métodos e formas de gerenciar os
serviços para que a área de TI entregue as demandas com maior
qualidade. Atualmente, muitas empresas utilizam a biblioteca ITIL
para gerenciar serviços de TI e padronizar a operação.

20
UNICESUMAR

EXPLORANDO IDEIAS

ITIL (Information Technology Infrastructure Library) é uma biblioteca de boas práticas para a
área de TI. Neste acervo está estabelecido o padrão para o gerenciamento de processos
e atividades. Esta biblioteca surgiu a partir de um projeto na Grã-Bretanha, nos anos 80,
com o principal objetivo de padronizar as melhores práticas em gestão de TI.

■ Manter a disponibilidade dos serviços: Já sabemos da importância


dos serviços de TI para as empresas, em consequência, a disponibilidade
destes, é o que devemos buscar sempre. Como vimos anteriormente, em
grandes empresas, a disponibilidade — o período de tempo em que o
serviço está disponível — é tão grande que, em alguns momentos em que
estamos utilizando seus serviços e eles ficam indisponíveis, achamos que o
problema é com a nossa internet, tamanha é a confiança em sua disponi-
bilidade. Com isso, devemos buscar essa excelência na prestação de nossos
serviços de TI, através de uma infraestrutura escalável, confiável e robusta.

Vencendo estes desafios, e trazendo a área de TI alinhada ao negócio, sem dú-


vidas, estaremos no caminho correto para o sucesso, não somente na área de
tecnologia, mas na empresa como um todo.
De acordo com Veras (2016, p. 18), “Um dos conceitos-chave da transforma-
ção da TI é o alinhamento estratégico, que é o componente central da governança
de TI e permite, quando bem feito, executar os projetos que são priorizados de
acordo com a estratégia.” Podemos avaliar que esta disposição vai unir os planos
de negócio e de TI, alinhando as operações da empresa juntamente com as ope-
rações de TI. É comum existirem dois planos que se complementam: o plano

21
UNIDADE 1

estratégico de TI e o plano estratégico da empresa. Mas como podemos fazer


este alinhamento? Veras (2016) sugere que forma de alinhamento é fazer uso do
conceito de gestão de portfólio de projetos. Em complemento à gestão de projetos,
é possível definir critérios de escolha que estejam alinhados às prioridades da
organização. Com este conceito, teremos um portfólio de projetos da organização
e outro da área de TI. Veja este alinhamento na Figura a seguir:

ORGANIZAÇÃO TI

Planejamento Planejamento
Estratégico Estratégico
de TI

Objetivo Objetivo
Indicadores Indicadores
Metas Metas
Ações Ações

Portfólio Portfólio de
de Projetos Projetos de TI

Projetos Projetos de TI

Figura 1 - Alinhamento Estratégico / Fonte: VERAS, 2016, p. 19.

Descrição da imagem: A figura é descrita em duas colunas, cada uma com seus quadrados representando
processos. Na primeira coluna, temos a Organização. Logo abaixo, temos quadrados com os seguintes pro-
cessos: Planejamento Estratégico, Objetivo, Indicadores, Metas Ações, Portfólio de Projetos e Projetos. Na
segunda coluna, temos TI, com os seguintes processos: Planejamento Estratégico de TI, Objetivo, Indicadores,
Metas, Ações, Portfólio de Projetos de TI e Projetos de TI. Ambas as colunas estão interligadas por uma seta.

Para que possamos criar o portfólio de projetos de TI, teremos que envolver o
total de investimentos em TI, tal como aquisições de hardware e software, redes

22
UNICESUMAR

e pessoas. VERAS (2016, p. 20) apresenta dados interessantes que apontam para
esse investimento. O autor traz fontes que afirmam que, em 2004, o investimen-
to em infraestrutura de TI já representava cerca de 60% dos investimentos das
empresas em TI nos Estados Unidos. O autor cita uma pesquisa, realizada em
grandes corporações americanas, que sugeriu que “25% do orçamento de TI de
grandes empresas dos Estados Unidos vai para o datacenter. A pesquisa aponta
que, dos 60% dos investimentos em infraestrutura, 25% vão para o datacenter, o
que o torna o elemento mais importante da infraestrutura. O datacenter é onde
boa parte dos dados e informação são processados e armazenados.”
Isso nos mostra o quanto é importante o alinhamento estratégico da empresa
e do departamento de TI. Além disso, a importância que o datacenter (local ou
na nuvem) possui na ascensão da empresa no mercado.

PENSANDO JUNTOS

Chegamos aqui sabendo da importância de destinar um recurso para infraestrutura de TI


e projetos nesta área. Lembrando que o Jeff, nosso personagem da Unidade 1, está com
muitos problemas operacionais em seu datacenter: Será que a empresa está investindo
em infraestrutura de TI? Será que o alinhamento da área de TI está sendo feito com os
objetivos da empresa? Reflita comigo e vamos continuar nossos estudos!

23
UNIDADE 1

DATACENTER

Para que possamos nos aprofundar mais nos conceitos de computação em nu-
vem, precisamos entender como muitas empresas ainda mantêm seus serviços
de TI e como tudo começou. Para isso, vamos entender os conceitos e caracte-
rísticas de um datacenter.
Datacenter (centro de dados) é um conjunto integrado de componentes de
alta tecnologia que permite fornecer serviços de infraestrutura de TI com va-
lor agregado (tipicamente processamento e armazenamento de dados em larga
escala). O datacenter é o elemento central da infraestrutura de TI, ou seja, toda
organização de alguma forma possui um datacenter, seja físico, terceirizado ou
em nuvem (VERAS, 2009, p. 42).
Com o aumento expressivo de utilização dos recursos de TI por parte dos
usuários, muitos gerentes de TI têm repensado a forma de prover seus serviços. As
organizações estão repensando a arquitetura e o planejamento do datacenter de-
vido ao aumento dessas demandas de processamento e armazenamento. Muitas
vezes, há um aumento de custo para manter um datacenter estável e operante, por
isso muitas empresas têm buscado atualmente os serviços disponíveis em nuvem,
não precisando se importar com alguns recursos, tais como energia etc. Porém,
para que possamos consolidar nosso datacenter, precisamos envolver todos os
ativos de TI, pessoas e as aplicações, fazendo um planejamento abrangente para
que o negócio continue a funcionar sem interrupção, entregando um nível de
serviços adequado para cada aplicação.
Veras (2020, p. 42) afirma que:


A maneira de construir o Datacenter e a forma de gerenciá-lo foi
alterada desde o surgimento do conceito, em 1942, com o lança-
mento do IBM System 360, um mainframe (computador de grande
porte) que prometia centralizar todo o processamento de dados de
uma organização. O domínio da IBM se prolongou até meados da
década de 70 com o lançamento de vários mainframes comerciais
que atendiam o Datacenter corporativo. [...] Na década de 1970, ini-
ciou-se um movimento baseado em microprocessadores 8080, lin-
guagem de programação chamada Basic e um Sistema Operacional
chamado CP/M. Em 1981, surgiu o IBM PC (IBM personal com-

24
UNICESUMAR

puter) e o MS-DOS (desenvolvido pela Microsoft). Paralelamente,


a SUN (Stanford University Network) lançou a primeira estação
de trabalho de rede TCP/IP. A estação de trabalho punha o poder
de processamento na mão de engenheiros e cientistas. O início da
era cliente/servidor foi marcada pela comunicação das estações de
trabalho entre si e com o mainframe. Surgiram, em seguida, os servi-
dores baseados em tecnologia Unix-RISC, que continuaram usando
o conceito de centralização do mainframe.

O autor também revela que:


[...] Enquanto os PCs se moviam em direção aos mainframes, outra
mudança estava em rumo, era o surgimento das redes de área local
que permitiam a comunicação em PCs e Estações de trabalho já
no início da década de 80. O próximo passo foi o surgimento dos
servidores de arquivo que permitiam que os arquivos fossem dis-
ponibilizados para vários clientes da rede, ao mesmo tempo garan-
tindo a integridade destes arquivos. O surgimento do Windows, na
década de 80, e o seu uso em LANs (Local Area Network), propiciou
uma mudança no conceito de centralização. Surgiram as aplicações
cliente-servidor que rodavam parte da aplicação no servidor e parte
da aplicação nos clientes. Posteriormente, o LINUX se tornou uma
opção. [...] Com a adoção da World Wide Web (www), em 1990, os
usuários descobriram o poder de usar a Internet (surgida em 1969)
como principal opção de conexão ao mundo externo. Além das re-
des locais privadas, as companhias passaram a se comunicar através
da Internet, uma rede pública, com aspectos de segurança muito
mais sérios a serem considerados. A partir do ano de 2005 existiu
um movimento com foco na consolidação das aplicações e dos re-
cursos de hardware. A mudança na arquitetura das aplicações, o uso
de servidores blades (estrutura composta de um chassi e lâminas de
servidores) e servidores em RACK baseados em processadores x86,
e mais as tecnologias de virtualização, facilitaram a consolidação
do ambiente de Datacenter, além do aumento da oferta de banda.
Atualmente, há um grande movimento de migração de datacenter
locais para a nuvem, ou seja, hospedar as aplicações em grandes
datacenter de empresas especializadas. (VERAS, 2020, p. 43-45).

25
UNIDADE 1

De acordo com Veras, existem duas maneiras de categorizar o Datacenter: pelo


seu porte (tamanho) ou pela propriedade (posse).
Quando você faz a categorização pelo porte, não se faz distinção se ele é pri-
vado ou operado por terceiros. Com isso, podemos classificá-lo da seguinte forma:
■ Datacenter empresarial;
■ Datacenter de médio porte;
■ Datacenter local;
■ Sala de servidores;
■ Armário de servidores.

Quando há a categorização por propriedade, é proposta a divisão em duas gran-


de modalidades: EDC (Enterprise Datacenter - Centro de Dados empresarial)
e IDC (Internet Datacenter). No EDC, ele é operado por corporações privadas,
instituições ou agências governamentais, em que o datacenter armazena e pro-
cessa os dados. Quando falamos de IDC, ele é administrado por um provedor
de serviços de telecomunicações e tem como principal meio de comunicação a
internet. Um requisito básico do IDC é a resiliência e a escalabilidade, já que a
demanda de processamento e armazenamento varia de acordo com o negócio e
é normalmente crescente (VERAS, p. 45-46).

26
UNICESUMAR

Sabemos que o datacenter hospeda recursos computacionais críticos


para a empresa, sendo necessário um controle e gerenciamento com-
plexo para que não haja perda ou instabilidade dos serviços. Tanto a
qualidade dos dispositivos utilizados, quanto a administração destes
recursos bem-feitas irão impactar na qualidade dos níveis de servi-
ços que serão entregues às aplicações. Temos alguns critérios que são
importantes de serem analisados para que este nível de qualidade seja
alcançado, são eles:
■ Desempenho: os serviços prestados pelo datacenter têm que
manter um desempenho satisfatório na entrega do serviço de TI;
■ Disponibilidade: os serviços de TI deverão estar sempre dis-
poníveis para acesso, a qualquer hora. Este critério é extrema-
mente importante e gera uma complexidade de processos e
ferramentas para garanti-lo;
■ Escalabilidade: tendo em vista que os clientes cada vez têm
crescido mais e consumido mais os serviços de tecnologia, o
datacenter tem que estar apto a escalar com facilidade, para que
não seja gasto tempo com burocracias de crescimento, princi-
palmente de hardware;
■ Segurança: como os clientes irão confiar suas informações e
dados armazenados no datacenter, este é um critério de alta
importância, como também de obrigatoriedade perante a lei.
A segurança, tanto física quanto lógica, deve ser tratada na ad-
ministração de um datacenter;
■ Gerenciabilidade: os ativos de TI devem ser gerenciados e mo-
nitorados, para que o nível de qualidade dos serviços se mante-
nha alto. Além disso, o monitoramento proativo resulta em uma
grande conquista para a área de TI, fazendo com que incidentes
sejam resolvidos antes mesmo de impactarem o cliente final.

Os serviços de um datacenter devem ser projetados para que fun-


cionem em conjunto e integrados. Na Figura a seguir podemos ver
que alguns serviços dependem uns dos outros e que alguns serviços
acabam completando outros.

27
UNIDADE 1

Energia Gerenciamento
DC Instalações
Refrigeração

Serviços de Alta Disponibilidade e Recuperação de Desastres

Serviços de Segurança

Serviços de Aplicação (Virtualização)

TI Serviços de Processamento Serviços de Rede

Serviços de Automação e Gerenciamento

Figura 2 - Serviços de datacenter / Fonte: VERAS, 2009, p. 47.

Descrição da imagem: No topo da imagem, temos um círculo representando o datacenter, ligado a outros
quatro círculos, com os dizeres: Instalações, Energia, Refrigeração e Gerenciamento, respectivamente. Este
mesmo círculo do datacenter está ligado à outro círculo denominado TI, que, por sua vez, está ligado a um
grande quadrado onde constam os seguintes subprocessos: Serviços de Alta Disponibilidade e Recuperação
de Desastres, Serviços de Segurança, Serviços de Aplicação (Virtualização), Serviços de Processamento, Ser-
viços de Rede e Serviços de Automação e Gerenciamento.

Os principais serviços de TI que nos permitem atingir uma alta qualidade de


nível de serviços para as empresas são:
■ Serviços de Rede: neste tipo de serviço, teremos as conexões entre os
componentes internos e externos. Como ativos de TI, temos os switches,
cabos de rede, serviços de firewall dentre outros. Também podemos ter
serviços providos por sistemas de detecção de intrusão e prevenção e
filtragem de pacotes;
■ Serviços de Processamento: são os serviços que respondem pelo de-
sempenho do datacenter, tal como servidores, sistemas operacionais e
processadores;

28
UNICESUMAR

■ Serviços de Armazenamento: envolvem o armazenamento de dados e


informações em unidades de storage (disco). Redes de Armazenamento
SAN (Storage Area Network - Rede de Área de Armazenamento) também
são partes importantes da arquitetura;
■ Serviços de Aplicação (virtualização): serviços de aplicação, incluindo
a virtualização, permitem que servidores físicos rodem diversas aplica-
ções e serviços em diferentes sistemas operacionais. Este tipo de serviço
também envolve o load-balancing, SSL (Secure Socket Layer - camada
de soquete seguro) e caching;
■ Serviços de Alta Disponibilidade (HA - High Availability) e Recu-
peração de Desastre (DR - Disaster Recovery): trata-se do serviço que
obtém a alta disponibilidade e recuperação de desastres dos serviços de
TI prestado. Neste tipo de serviço, teremos políticas, software, disposi-
tivos de backup e restore;
■ Serviços de Automação e Gerenciamento: é todo o gerenciamento dos
ativos de TI, desde o hardware até a aplicação de correções de sistema ope-
racional. Este gerenciamento deve possibilitar um monitoramento 24x7 (24
horas por dia, 7 dias por semana) para garantir a execução de processos de
TI, como as paradas programadas, execução de jobs e rotinas periódicas.

NOVAS DESCOBERTAS

Título: O Projeto Fênix


Autor: Gene Kim, Kevin Behr e George Spafford
Editora: Alta books
Sinopse: Bill é gerente de TI da Parts Unlimited. É segunda-feira de
manhã e, em seu caminho para o escritório, Bill recebe uma ligação do CEO.
A nova iniciativa de TI da empresa, chamada Projeto Fênix, é crucial para o
futuro da Parts Unlimited, mas o projeto está muito acima do orçamento e
muito atrasado. O CEO quer que Bill reporte diretamente a ele e arrume a
bagunça. Bill tem 90 dias para consertar o projeto ou todo seu departamen-
to será terceirizado.
Comentários: Neste livro, embarcamos numa aventura de um gerente de TI
que está com um grande desafio: reestruturar tecnologia, pessoas e proces-
sos, para entregar um grande projeto. Vale a leitura!

29
UNIDADE 1

Na área de tecnologia temos alguns padrões e normas criadas para um melhor


controle dos nossos ativos de TI. Quando falamos em datacenter, esta norma que
define os critérios para construção é a norma TIA 942. Esta norma, de 2005, defi-
ne um padrão de classificação para aspectos básicos como: layout e espaço físico,
infraestrutura e cabeamento, condições ambientais e classificação por níveis de
disponibilidade. De acordo com Veras (2009, p. 49):


O desempenho e a disponibilidade do Datacenter podem ser des-
critos por uma série de termos como confiabilidade, disponibili-
dade, normalmente difíceis de serem calculados. Uma alternativa
a estes termos é categorizar o Datacenter em termos de camadas
(tiers) de níveis críticos. Existe sempre um compromisso entre o
custo (TCO) e a escolha de uma camada de criticidade. Ou seja,
quanto mais sofisticado for o Datacenter, menor o downtime, e
maior é o seu custo de propriedade.

De acordo com Caciato (2010), a norma TIA 942 (ANSI/EIA/TIA 942) nos
permite definir o nível de criticidade de um datacenter. A escolha de criticidade
é feita baseada em um balanço entre custo do downtime (tempo de queda) e o
equivalente TCO.
A topologia de um datacenter pode ser feita de várias formas, porém podemos
descrevê-la baseado na norma TIA 942. Lembrando que a construção de um da-
tacenter deve ser baseada em requisitos do negócio. Para a classificação TIA 942,
o rating da camada só é mantido se os aspectos-chave da camada forem conside-
rados, ou seja, não adianta ter um datacenter robusto em termos elétricos e um
sistema ruim de refrigeração, pois, neste caso, para efeito de classificação, o que
vai valer é o sistema inadequado de refrigeração (VERAS, 2009, p. 50). Vejamos, a
seguir, a Figura que ilustra os principais componentes de acordo com a TIA 942:

30
UNICESUMAR

Sala de Suporte
e Centro de ER Provedor
Operações de Acesso

Cabeamento
Horizontal

Sala de Cabeamento
Backbone
Telecomunicações

MDA

HDA HDA HDA


Sala de
Computadores
ZDA EDA EDA

EDA

Figura 3 - Topologia básica de um Datacenter, segundo a TIA 942 / Fonte: VERAS, 2009, p. 51.

Descrição da imagem: No topo da imagem, temos dois quadrados interligados por um traço representando
um cabeamento horizontal de datacenter. No primeiro quadrado está escrito Sala de Suporte e Centro de
Operações e no segundo quadrado está escrito Sala de Telecomunicações. À direita, temos um quadrado
escrito ER, que está interligado em um conjunto de quadrados, localizados logo abaixo, através de suas retas,
representando um cabeamento de backbone. Na parte inferior da imagem, temos um quadrado central escrito
MDA e, abaixo dele, três quadrados escritos HDA, um quadrado escrito ZDA e três quadrados escritos EDA. Na
parte superior, no canto direito, temos um quadrado escrito Provedor Acesso, ligando ao quadrado central ER.

■ Entrance Room (ER) - Sala de entrada: um lugar para fazer a conexão


entre os cabeamentos estruturados no datacenter e os que estão vindo das
operadoras de telecomunicações;
■ Main Distribution Area (MDA) - Onde encontra-se a conexão cen-
tral do datacenter e conecta com o cabeamento estruturado, incluindo
roteadores e backbone;
■ Horizontal Distribution Area (HDA) - Área para conexão com a área
de equipamentos do datacenter, tal como LAN/SAN e Switches KVM;

31
UNIDADE 1

■ Zone Distribution Area (ZDA) - Interconexão opcional com o cabea-


mento horizontal. Fica entre o HDA e EDA;
■ Equipment Distribution Area (EDA) - área para os equipamentos, como
servidores, storages e equipamentos de rede, incluindo racks e gabinetes;

Segundo Caciato (2010, p. 3), a Norma TIA942 define a classificação dos datacen-
ters em quatro níveis independentes, chamados tiers (camadas), considerando
Arquitetura, Telecomunicações, Aspectos Elétricos e Mecânicos.

TIER 1 - Básico: Neste modelo não existirá redundância em rotas físicas ou lógi-
cas. Tem uma distribuição de energia elétrica sem redundância, podendo haver
falhas elétricas que podem causar interrupções parciais ou totais dos serviços;

■ Pontos de falha: falta de energia no datacenter. Falha nos equipamentos,


como roteadores ou switches. Qualquer problema nos caminhos de inter-
ligação ou nas áreas ER, MDA, HDA, ZDA e EDA;
■ Downtime de 28.8 hr/ano (equivalente a 99.671%).

TIER 2 - Redundância: Neste modelo, os equipamentos de comunicação do


datacenter e da operadora de telecomunicações, assim como os equipamentos
da LAN/SAN devem ter módulos redundantes. Deve-se prover equipamentos
no-break redundantes para N+1, sendo necessário um sistema de geração elé-
trica para suprir toda a carga. O sistema de ar-condicionado também deve ser
projetado para operação contínua 24x7;

■ Pontos de falha: problemas no ar-condicionado ou de energia podem oca-


sionar falhas em todos os outros componentes do datacenter;
■ Downtime de 22 hr/ano (equivalente a 99.739%).

32
UNICESUMAR

TIER 3 - Sistema Autossustentado: deve ser atendido por no mínimo duas


operadoras de telecomunicações com cabos separados. Deve-se ter duas salas
de entrada, não podendo compartilhar equipamento de telecomunicações e
deve estar em zonas de proteção contra incêndios, sistemas de energia e ar-
-condicionado distintos. Também deve-se ter uma solução de redundância para
os elementos ativos considerados críticos, por exemplo: storage;

■ Pontos de falha: uma catástrofe no MDA ou HDA irá interromper os ser-


viços;
■ Downtime 1.6 hr/ano (equivalente a 99.982%).

TIER 4 - Sem tolerância a falhas: todo o cabeamento e dispositivos ativos de-


vem ser redundantes e com alimentação de energia redundante. Recomenda-se
uma MDA secundária, desde que em zonas de proteção contra incêndio, deven-
do ser separadas e alimentadas por caminhos separados;

■ Pontos de falha: se a MDA primária falhar e não houver uma MDA secun-
dária. Se a HDA primária falhar e não houver HDA secundária;
■ Downtime: 0.4 hr/ano (equivalente a 99.995%).

Veja, a seguir, o Quadro com o resumo dos tipos e downtimes sugeridos de acordo
com a norma TIA 942:

Ano do Surgimento Downtime (hr/ano) Uptime (%)

TIER 1 1965 28.8 99.671

TIER 2 1970 22 99.749

TIER 3 1985 1.6 99.982

TIER 4 1995 0.4 99.995

Quadro 2 - Downtime por camada / Fonte: Adaptado de VERAS, 2009, p. 52.

33
UNIDADE 1

NOVAS DESCOBERTAS

Agora que estamos conversando sobre datacenter, aproveite para


assistir ao vídeo a seguir e conhecer um pouco sobre um datacenter
da gigante da tecnologia, a Microsoft! Com os temas que estudamos
até aqui, conseguimos ver algumas tecnologias e serviços no vídeo.

VIRTUALIZAÇÃO

Agora que já aprendemos os conceitos de infraestrutura de TI e também de datacenter,


iremos dar início ao estudo dos conceitos de Virtualização, tecnologia que mudou a for-
ma com que trabalhamos em nossa área e impulsionou a adoção do cloud computing.
A virtualização permite que um servidor físico rode diversas aplicações em
diferentes sistemas operacionais, otimizando a utilização dos recursos do hard-
ware, tal como processamento e memória. Veras (2009, p. 196) diz:


A virtualização é um conceito bem conhecido na área de TI, oriundo
dos sistemas operacionais de mainframe, que já possuíam esta carac-
terística há muitos anos. Na verdade, os benefícios da virtualização são
fáceis de serem entendidos pelo staff de TI. A dificuldade é convencer os
níveis superiores sobre a real vantagem do ambiente virtualizado, con-
siderando que o paradigma de comprar servidores físicos a cada nova
demanda está sendo quebrado por uma nova forma de aquisição que
implica em maior custo inicial, mas que no longo prazo trará uma série
de facilidades no atendimento de novas demandas computacionais.

Atualmente, temos várias formas de virtualização, dentre elas: virtualização de


servidores, virtualização de aplicações, virtualização de desktops e virtualização
de storages. Todavia, a virtualização do servidor é a mais comum e mais fácil de
ser justificada. Como veremos no decorrer desta disciplina, a virtualização é a pe-
ça-chave do modelo de computação em nuvem (cloud computing). Ela depende
do funcionamento de um conjunto de datacenters dinâmicos que, para funcionar
sob demanda, precisam da tecnologia de virtualização. Além disso, a virtualiza-
ção de servidores consolida vários servidores físicos e, muitos subutilizados, em
um único servidor com alto grau de utilização, reduzindo a complexidade de
gerenciamento, espaço físico, refrigeração, entre outros (VERAS, 2009, p. 196).

34
UNICESUMAR

Uma maneira fácil de entendermos a virtualização é considerar que ela é uma


camada de abstração entre o hardware e o software, protegendo o acesso direto
do software aos recursos físicos do hardware. Sendo assim, a camada de software
(aplicações e sistema operacional) é isolada da camada de hardware. A camada
de virtualização entrega para o sistema operacional um conjunto de instruções
de máquina equivalentes ao processador físico. Esta camada é conhecida como
hypervisor. O servidor físico virtualizado pode então rodar vários servidores
virtuais chamados de VMs (Virtual Machines), onde cada máquina virtual terá
seu sistema operacional e suas respectivas aplicações. Neste conceito, VMs podem
coexistir no mesmo servidor físico, conforme Figura a seguir:

VM 1 VM N
Figura 4 - Virtualização com
Hypervisor
Fonte: VERAS, 2009, p. 197.

AP1 APN AP1 APN


Descrição da imagem: Dois
grandes quadrados represen-
tando VMs (máquinas virtuais).
O primeiro quadrado contém
SO 1 SO N três quadrados dentro, sendo
eles: AP1, APN e SO 1. No se-
gundo grande quadrado, tam-
bém há três quadrados meno-
res, sendo eles: AP1, APN e SO
N. Estes dois grandes quadra-
dos estão interligados em um
Hypervisor ou VMM
retângulo denominado Hyper-
visor ou VMM. Abaixo deste
retângulo, há outro retângulo
Hardware denominado Hardware.

Uma VM (Virtual Machine ou Máquina Virtual) é um agrupamento (container)


de software totalmente isolado e capaz de executar sistemas operacionais e aplica-
ções próprias como se fosse um servidor físico, tendo CPU, memória RAM, disco
rígido e interface de rede virtuais baseados em software. A diferença entre uma
máquina virtual e um servidor físico não pode ser percebida por um sistema
operacional ou outros computadores da rede. Sendo assim, a máquina virtual é
constituída por software e não contém componentes de hardware. Como resul-
tado, as máquinas virtuais oferecem a vantagem da flexibilidade em comparação
a um hardware físico (VERAS, 2016, p. 47).

35
UNIDADE 1

Para contextualizar o surgimento da virtualização, podemos voltar ao ano


de 1998, com o surgimento da VMWARE, criada por Diana Green e Mendel
Rosenblum, posteriormente adquirida pela EMC em 2004. A VMWARE foi a
empresa que mais trabalhou, juntamente com a Microsoft, para difundir os con-
ceitos e tecnologias de virtualização. Esta técnica atende a uma demanda antiga
da área de TI, provocada pelo mau uso de recursos tecnológicos, que, muitas
vezes, executam uma única aplicação utilizando um mínimo de recursos. Com
o crescimento do poder de processamento dos servidores x86 e o aumento da
confiabilidade era evidente que a virtualização seria um instrumento importante
para a melhoria dos datacenters. Posteriormente, com a adoção de servidores x86
e adaptação tecnológica realizada por diversos fabricantes de hardware, a virtua-
lização veio como uma ótima possibilidade de redução do consumo de energia
dos servidores e da consequente refrigeração. Além disso, a virtualização também
é vista como uma aliada importante dos projetos que envolvem recuperação de
desastres, pois simplifica a construção de um ambiente com esta finalidade. De
acordo com Veras (2016, p. 44):


A Forrester Consulting fez uma pesquisa (pegar ref.) onde entrevis-
tou vice-presidentes e diretores do nível C em 29 grandes corpora-
ções e constatou que a virtualização de servidores trouxe os seguin-
tes benefícios para as suas organizações: TI se tornou mais eficiente,
a organização passou a ter um time-to-market mais adequado e os
serviços de TI se tornaram mais previsíveis. O benefício principal
apontado pelas organizações que fizeram parte da pesquisa para
fazer a virtualização de servidores foi a redução de custos de hard-
ware, em primeiro lugar, e a melhoria da condição de recuperação
de desastres e da continuidade do negócio, em segundo.

Podemos analisar que os servidores virtuais criados oferecem um ambiente mui-


to similar ao de um servidor físico e ainda otimizam o uso de recursos de TI. A
ideia central da virtualização é sair de um ambiente 1:1 (uma aplicação para um
servidor físico), para N:1 (N aplicações para um servidor físico). Além disso,
a virtualização traz outras vantagens, como redução de espaço físico utilizado
pelos ativos de TI e permite distribuir a carga de trabalho entre um conjunto de
servidores, otimizando o uso da infraestrutura.

36
UNICESUMAR

Imagine participar de todos esses movimentos na área de


infraestrutura de TI?! Iniciar seu trabalho em servidores
físicos em um grande datacenter, após alguns anos migrar
para servidores virtualizados e então migrar tudo isso para a
nuvem? Nesta conversa, iremos conhecer a história e os de-
safios enfrentados por Miguel Garcia Junior, um administra-
dor de sistemas de uma universidade que passou por todas
estas etapas. Venha conhecer os desafios que ele já superou
e os que ele ainda tem pela frente! É só acessar o QRCode!

As empresas buscam avançar no encontro de novas soluções e tecnologias mais


ágeis. Ao mesmo tempo, exigem flexibilidade para suportar a dinâmica dos pro-
cessos. Com isso, a virtualização pode trazer grandes benefícios nesses cenários.
De acordo com VERAS (2016, p. 50), os prováveis benefícios obtidos com a vir-
tualização são:
■ Redução do TCO: o TCO pode ser reduzido com o uso de virtualização.
Alguns fabricantes disponibilizam ferramentas que permitem o cálculo
de TCO comparando infraestrutura de TI, com e sem virtualização;
■ Redução de uso de espaço físico: como utilizamos menos servidores,
podemos reduzir espaço físico em utilização. Caso tenha a consolidação
de estruturas de storage e backup, contempladas em um projeto de vir-
tualização, podemos reduzir a utilização de espaço como um todo;
■ Redução no consumo de energia: quase sempre com a redução física de
utilização também vem a redução do consumo de energia, tendo em vista
que os servidores são responsáveis pelo maior consumo de eletricidade
em um datacenter;
■ Isolamento de ambientes de testes, desenvolvimento e produção:
fisicamente, poderia ser caro implantar ambientes separados, porém, com
a virtualização, é mais fácil, tendo em vista a flexibilidade que ela nos dá;
■ Flexibilidade na criação de novas máquinas virtuais: há uma facili-
dade de criação destes servidores virtuais, tendo em vista que o hardware
já estará disponível, não precisando, muitas vezes, adquirir a forma física,
que poderia envolver aprovação, compra, entrega e etc.;
■ Gerenciamento centralizado: o gerenciamento destas máquinas vir-
tuais fica centralizado em uma única ferramenta com uma única inter-
face, reduzindo custos operacionais de gerenciamento e promovendo a
simplificação de administração do ambiente;

37
UNIDADE 1

■ Simplificação da implantação de políticas de alta disponibilidade


e recuperação de desastres: podemos criar clusters de servidores e uso
de tecnologias de replicação para suportar tanto a alta disponibilidade
quanto a recuperação de desastres.

Com a virtualização bem implantada e madura, fica mais fácil a viabilização da


migração de serviços para a nuvem, tendo em vista que as camadas de hardware
já estão abstraídas. Para isso, precisamos entender um pouco como funciona a
computação em nuvem.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM

Para conhecermos mais a fundo a computação em nuvem, vamos, primeiramente,


saber de onde vem o termo “nuvem”. Ele é uma abreviação de “computação em nu-
vem”, traduzido do vocábulo original em inglês cloud computing. Este termo faz
referência a uma forma diferente de acessar os computadores e suas aplicações.

O cloud computing é um conceito poderoso e está revolucionando a forma como


nós, indivíduos e empresas, usamos estes recursos computacionais. A computação
em nuvem também está abrindo oportunidade para novos negócios, tornando-se
bastante popular, sendo, por muito tempo, a palavra da moda na área de Tecnolo-
gia da Informação. Todavia, sabemos que esses conceitos e termos do momento
na área de Tecnologia não são, obviamente, a solução para todos os problemas e,
muitas vezes, acabam não sendo, na prática, tudo o que prometem ser. Esse ciclo é
conhecido, e o termo “nuvem” está amadurecendo a cada dia, chegando ao ponto
de se tornar um conceito viável para muitas empresas (DE ROSE, 2020, p. 5).

38
UNICESUMAR

Mesmo antes de o modelo de computação pessoal apresentar limitações,


como memória e processamento, já havia estudos acontecendo para procurar
novas formas de utilizar computadores. Como tínhamos o surgimento e a proli-
feração das redes de computadores ao longo dos anos 1970, que permitiam uma
troca de dados e informações entre computadores, já se imaginava que seria
possível utilizar uma forma de computação terceirizada, ou seja, permitir dele-
gar tarefas muito trabalhosas a uma máquina remota mais poderosa ou enviar
dados para serem guardados em uma máquina com mais espaço. Porém, devido
às limitações técnicas da época, como redes de computadores lentas e pouco
confiáveis, era difícil implantar esses serviços de forma eficiente.
Nessa mesma época, notou-se que alguns modelos de provimento de serviços
funcionavam muito bem. Um exemplo era a distribuição de luz. Não temos um
gerador pessoal para atender à demanda de nossa casa, mas utilizamos um sistema
de distribuição de energia que nos presta este serviço, em que não sabemos muito
bem de onde vem a luz, mas temos uma relativa confiança no sistema. Neste
exemplo, o valor da conta no final do mês é proporcional ao que foi consumido,
podendo variar de acordo com o tempo. Inspirado no exemplo de sucesso do
fornecimento de energia elétrica, surge, no final dos anos 1990, um avanço con-
creto no caminho para a oferta de computação como um serviço. A proposta era
que a demanda por poder computacional fosse provida na forma de um serviço,
acessada por uma rede que interligaria vários outros computadores ao redor do
mundo, que seriam responsáveis por prestar esse serviço (DE ROSE, 2020).
A popularização do termo se deu no início dos anos 1990, quando empresas
de telecomunicações passaram a usar o mesmo desenho em seus materiais técni-
cos e publicitários para representar as conexões entre os computadores pessoais
e a rede mundial de computadores (Internet). Ou seja, o conceito de nuvem já
nasceu com essa ideia de representar algo abstrato, em que os clientes não sabiam
exatamente como funcionava, parecia algo misterioso, quase mágico. Já no final
dos anos 1990, cientistas exploram a conexão com a nuvem não somente para
fins de comunicação, mas também para terceirizar serviços, como execução re-
mota de programas e armazenamento remoto de dados, aprimorando o conceito
de computação como um serviço. Porém, para que tenhamos bons resultados
e isso se popularize, precisamos oferecer comercialmente e resolver problemas
concretos dos usuários. Com isso, em 2006, a empresa Amazon lançou a sua in-
fraestrutura de computação em nuvem elástica, a EC2 (Elastic Compute Cloud).

39
UNIDADE 1

Posteriormente, em 2008, a Google também fez seu lançamento e, em 2010,


a empresa Microsoft, popularizando de vez o termo e todos os conceitos
(DE ROSE, 2020).
A computação em nuvem pode ter três modelos: pública, privada ou hí-
brida. De acordo com Silva et al. (2020, p. 89), os conceitos e suas diferenças são:
■ As nuvens públicas podem ser definidas como uma coleção de recur-
sos e serviços computacionais oferecidos por diversos fornecedores por
meio da internet. Essa tecnologia pode ser comercializada e disponibili-
zada a qualquer pessoa ou empresa que deseje utilizá-la, de acordo com
a necessidade do negócio e a demanda a ser atendida em qualquer lugar
do mundo. A Amazon AWS e Microsoft Azure são exemplos de nuvem
pública. Todo o hardware, software e outras infraestruturas de suporte são
de propriedade e gerenciadas pelo provedor de nuvem, onde você acessa
esses serviços e gerencia sua conta usando um navegador web.
■ Uma nuvem privada é um modelo de implantação de nuvem em que os
serviços são hospedados de maneira privada para uma única corporação,
mantendo os recursos computacionais dedicados aos seus usuários. Ela
pode tanto estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa,
como pode estar abrigada em provedores de serviços terceirizados.
■ A nuvem híbrida associa os dois modelos de implementação da compu-
tação em nuvem — nuvem privada e nuvem pública. Este tipo de nuvem
permite que os “ambientes de infraestrutura de tecnologia da informação
(TI) mais complexos sejam migrados sem maiores inconvenientes em re-
lação à compatibilidade e à adaptabilidade do novo ambiente em relação
ao antigo”. Com este tipo de nuvem, os ambientes de infraestrutura de
tecnologia da informação (TI) mais complexos podem ser migrados sem
maiores inconvenientes em relação à compatibilidade e à adaptabilidade
do novo ambiente em relação ao antigo.

A seguir podemos ver alguns exemplos do que é possível fazer com serviços
de nuvem.

40
UNICESUMAR

Testar e criar
Criar aplicativos aplicativos
nativos da nuvem
Armazenar, fazer
backup e recuperar
Analisar os dados dados

Transmitir áudio Inserir


e vídeo inteligência
Fornecer software
sob demanda

Figura 5 - Serviços em Nuvem / Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: A imagem tem uma nuvem e, dentro dela, as seguintes dizeres: Criar aplicativos
nativos da nuvem; Testar e criar aplicativos; Armazenar, fazer backup e recuperar dados; Analisar os dados;
Transmitir áudio e vídeo; Fornecer software sob demanda; Inserir inteligência.

Além da distinção dos tipos de computação em nuvem, também temos a di-


ferenciação nos níveis de serviços oferecidos por uma nuvem, normalmente
chamados na literatura especializada de “modelos de serviços”. Os três níveis
mais comumente encontrados são: níveis de aplicação, níveis de ambiente
e níveis de máquina.
■ SAAS (software as a service) - Este é o nível de aplicação. Temos
este tipo quando contratamos ou utilizamos uma aplicação completa na
nuvem, como, por exemplo, um serviço de e-mail (como o Gmail da em-
presa Google). Neste caso, não precisaremos instalar localmente, em que
a execução, os dados e a manutenção do aplicativo ficam sob o encargo do
provedor. Utilizamos estes serviços através de um navegador (ex: Chrome
ou Firefox) utilizando um endereço de internet e as credenciais de acesso.
Neste modelo, não nos preocupamos com atualizações para novas ver-
sões, pois está tudo na nuvem;

41
UNIDADE 1

■ PAAS (platform as a service) - Este é o nível de ambiente. Este tipo


acontece quando contratamos um ambiente na nuvem, como um sistema
de hospedagens de site ou um Sistema de Gerenciamento de Banco de
Dados (SGBD). Neste caso, o provedor fica responsável pela manutenção
desses ambientes (atualizações de segurança ou novas versões), mas o
usuário fica responsável por administrar as aplicações que serão utilizadas
neles. O acesso já não é tão simples, pois pode necessitar de software ou
algum tipo de liberação específica para fazer as alterações;
■ IAAS (Infrastructure as a service) - Este é o nível de máquina. Fize-
mos a contratação de uma máquina virtual na Nuvem (VM) completa
para ser usada temporariamente. Neste tipo de nível, o provedor ficará
com pouca delegação de responsabilidade, ficando com o usuário a res-
ponsabilidade por escolher e configurar as máquinas. Além disso, tam-
bém ficará sob a responsabilidade do usuário a instalação e manutenção
de todos os aplicativos que forem usados nestas máquinas virtuais.

Referente aos tipos de serviços (SAAS, PAAS e IAAS), você os estudará em ou-
tro momento deste livro. Outro ponto importante da computação em nuvem é
o modelo de negócio de cobrança, que é baseado na contratação de serviços,
que são pagos mensalmente. Sobre este assunto, você verá mais detalhes, pois é
extremamente importante que possamos conhecer os pormenores das formas
e modelos de pagamentos que estes players de nuvem nos propõem. Como DE
ROSE (2020, p. 10), muito bem destaca:


O modelo de nuvem não substitui o modelo de computação pes-
soal, mas vem para complementá-lo, ficando o dispositivo pessoal,
seja ele o computador de mesa, notebook ou telefone celular, como
uma porta de acesso para serviços e dados que estão na nuvem. Esta
migração pode e deve ser feita de forma gradual, entendendo que o
modelo de computação em nuvem também envolve riscos e limi-
tações. Recomenda-se, então, aplicá-lo nos casos em que realmente
vai resolver um problema específico, nos trazer maiores facilidades
no manuseio de dados e aplicativos ou ter um custo menor, sem nos
impressionarmos com modismos ou pressões do mercado.

42
UNICESUMAR

EXPLORANDO IDEIAS

Para finalizar, vamos resgatar os três principais conceitos que aprendemos nesta Unidade.
Datacenter: Podemos considerar que é um espaço físico equipado e preparado para
hospedar os ativos de tecnologia, como servidores e equipamentos de rede. Neste local
teremos todos estes equipamentos e qualquer outro item que integra e garante o funcio-
namento das atividades do negócio.
Virtualização: É uma tecnologia que otimiza a utilização de hardware através da criação
de “versões virtuais” das aplicações ou recursos de infraestrutura, tal como hardware,
sistemas operacionais, computadores, servidores etc. Ou seja, essa tecnologia permite
compartilhar recursos de hardware de um computador e utilizá-lo para criar diversos am-
bientes virtuais dentro do mesmo equipamento.
Computação em nuvem: Trata-se do uso de tecnologias que permitem o acesso a pro-
gramas, serviços e arquivos por meio da internet, através de servidores alocados em ou-
tros computadores que podem estar em qualquer lugar do mundo. Geralmente, utiliza-se
servidores de alta capacidade, que armazenam arquivos e dados de forma fluída, sem es-
paço geográfico definido, por isso, o termo “nuvem”. Na maioria das vezes, os serviços em
cloud são operados por empresas especializadas, utilizando tecnologias de ponta para
tornarem esses espaços virtuais mais seguros.

Continue assim! Te espero na próxima Unidade com nossos conhecimentos e


desafios. Até lá!

Durante toda a Unidade fomos apresentados aos conceitos de datacenter e in-


fraestrutura de TI. Além disso, também conseguimos aprofundar nosso conhe-
cimento em conceitos de computação em nuvem. Nesta caminhada, podemos
relembrar a dúvida que o diretor de TI, Jeff, tinha quando teve a missão de esta-
bilizar o datacenter e seus respectivos serviços. Será que o caminho é a nuvem?
Sem dúvidas que o caminho da nuvem tem grandes vantagens, que serão expostas
nas próximas Unidades, portanto os conhecimentos que tivemos nesta Unidade,
em que mostramos a base da arquitetura de TI, foram de extrema importância
para avançar nos estudos. Continue assim! Te espero na próxima Unidade com
nossos conhecimentos e desafios. Até lá!

43
Com a finalização desta Unidade, qual tal aplicarmos todo o nosso conhecimento
nas questões a seguir? Vamos lá!

1. Nesta Unidade, conhecemos o conceito e os benefícios da virtualização. Assinale a


alternativa correta referente aos benefícios desta virtualização.

a) Redução do TCO: o TCO pode ser reduzido com o uso de virtualização. Alguns
fabricantes disponibilizam ferramentas que permitem o cálculo de TCO compa-
rando infraestrutura de TI, com e sem virtualização;
b) Aumento do uso de espaço físico: como utilizamos mais servidores, reduz o es-
paço físico, permitindo colocar outras coisas, tal como cadeiras.
c) Aumento do consumo de energia: sempre que fizermos a virtualização, os servi-
dores irão consumir mais energia.
d) Diminuição de flexibilidade: tendo em vista a dificuldade de criação de servidores
virtuais, diminuímos a flexibilidade de criação destes ambientes.
e) Dificulta a alta disponibilidade: não sendo possível criar cluster de servidores
com a virtualização, isso faz com que não tenhamos alta disponibilidade nestes
ambientes
.

2. Sabemos que o sucesso de implementações de infraestrutura de TI só é possível


com alguns desafios percorridos adequadamente. Assinale qual alternativa mostra
estes desafios.

a) Alinhamento da área de TI e estratégia da empresa, entrega de valor, aumento


de custos, processos lentos.
b) Aumento de custos, agilidade de processos, entrega de valor, segurança da infor-
mação.
c) Segurança da informação, alinhamento da área de TI e a estratégia de empresa,
redução de custos.
d) Não entregar valor, não alinhar a área de TI e a estratégia da empresa, aumentar
custos.
e) Baixa qualidade de serviços prestados, aumento de custos

44
3. A norma TIA942 faz uma classificação dos datacenters em quatro níveis, chamados
tiers. Assinale a alternativa correta que mostra os conceitos de cada Tier (1, 2, 3 e
4), nesta ordem.

a) 1 - Redundância, 2 - Básico, 3 - Sem tolerância a falhas, 4 - Sistema Autossusten-


tado.
b) 1 - Básico, 2 - Redundância, 3 - Sistema Autossustentado, 4 - Sem tolerância a
falhas.
c) 1 - Sem tolerância a falhas, 2 - Sistema Autossustentado, 3 - Redundância, 4 - Bá-
sico.
d) 1 - Básico, 2 - Sistema Autossustentado, 3 - Redundância, 4 - Sem tolerância a
falhas.
e) 1 - Sistema Autossustentado, 2 - Básico, 3 - Sem tolerância a falhas, 4 - Redun-
dância.

45
2
Conceitos e
Características
da Nuvem
Esp. Fernando Ferreira Sombrio

Nesta Unidade, você aprenderá os conceitos de computação em nu-


vem, bem como os principais provedores e serviços para utilizar esta
tecnologia. Aproveitaremos para estudar as características deste tipo
de hospedagem e suas vantagens e desvantagens. Também teremos
a oportunidade de analisar como está a adequação da tecnologia em
nuvem no Brasil e como isto está afetando nosso cotidiano.
UNIDADE 2

Nesta Unidade, iremos aprender um pouco mais sobre conceitos da nuvem.


Atualmente, muitas empresas, em vez de optarem por construir um datacen-
ter próprio, preferem provisionar seus sistemas e serviços em infraestruturas
disponibilizadas na nuvem. Temos uma grande quantidade de empresas que
fornecem este tipo de serviço, com destaque para as maiores, AWS (Amazon Web
Services), Microsoft Azure e Google Cloud Platform. Porém, muitas empresas
menores também disponibilizam infraestrutura de datacenter através da internet,
fazendo com que este seja um mercado em constante evolução. Já imaginou se
toda empresa exigisse criar uma infraestrutura de TI local? Atualmente, temos a
tecnologia como um importante pilar estratégico em qualquer tipo de empresa,
logo não faz muito sentido manter uma infraestrutura de TI local para suportar
todos os sistemas utilizados pela empresa.
Pensando nisso, vamos relembrar e continuar a história do Jeff, coorde-
nador de TI de uma universidade com 15 mil alunos, que estão passando por
problemas de acesso aos ambientes de tecnologia que a universidade provê.
Após o incidente de indisponibilidade de dois dias do sistema que gera boleto
para pagamento, Jeff estava com uma difícil missão: resolver, em definitivo, as
instabilidades e quedas nos sistemas que a área de TI administrava. Para isso, ele
montou uma equipe para tratar deste incidente e para pesquisar novos cami-
nhos a serem adotados. Jeff já tinha participado de reuniões e eventos em que
muitas empresas compartilhavam projetos de migração de uma infraestrutura
local para a nuvem e suas respectivas dificuldades.
A equipe criada começou a estudar as tecnologias e os sistemas envolvidos
nesse tipo de migração. Também foram pesquisados os impactos financeiros
que a universidade teria com o novo modelo de hospedagem. Jeff estava seguro
de que a nuvem tiraria a responsabilidade dele em alguns tópicos, tal como
energia e climatização, mas ainda estava inseguro quanto ao custo do projeto de
migração e quanto ao gasto mensal para ter os serviços hospedados na nuvem.
Para esse estudo, seu time pesquisou em diferentes players do mercado o tipo
de hospedagem, o tipo de faturamento (que era diferente em cada uma deles),
e também o tipo de suporte que teria em caso de incidentes. Com tudo isso em
mãos, era o momento de Jeff e sua equipe montarem um plano de migração e
começarem a estudar a fundo a nova tecnologia de hospedagem, para, em se-
guida, mostrarem aos diretores da universidade se esta migração valeria a pena.
Qual a melhor alternativa em nuvem para o cenário posto?

48
UNIDADE 2

Muitas empresas atualmente ainda utilizam servidores, ou até mesmo com-


putadores, com seus sistemas guardados localmente, principalmente pequenas
empresas onde a TI não está ligada à estratégia de crescimento. Porém, para as
grandes empresas, que mantêm serviços e dados trafegando o tempo todo, será que
estes servidores estão instalados localmente? Ou a nuvem já é realidade para isso?
Vamos pegar como exemplo a Netflix, gigante do streaming, que atualmente
utiliza seus serviços hospedados na AWS. Para que seus filmes e séries fiquem
disponíveis 24 horas por dia, em qualquer lugar do planeta, há uma grande com-
plexidade de software e hardware e, para isso, a nuvem é uma grande aliada na
disponibilidade e estabilidade destes serviços. Caso a Netflix optasse por utilizar
datacenters locais, já imaginou quantos teriam que ser espalhados pelo mundo?
Este custo de criar infraestruturas gigantes, com disponibilidade de hardware
de última geração, energia e redundância seria muito alto. Dessa forma, a Netflix
optou por fazer a hospedagem em um player de cloud e as responsabilidades de
disponibilidade são deste player, que tem como principal atividade o provisio-
namento desses serviços, deixando assim, que a empresa foque em seu software
e processos de negócio.
Vendo estes movimentos e analisando a fundo os modelos de negócio dessas
empresas, Jeff quer implantar alguns procedimentos e processos na universidade.
As preocupações com indisponibilidade de energia, climatização e outras deman-
das de uma infraestrutura local, Jeff não teria mais, e isso era muito importante
para a decisão de migrar seus serviços para a nuvem ou investir ainda mais em
seu datacenter local. Tendo em vista que os problemas de infraestrutura em seu
datacenter era um dos grandes problemas atuais, Jeff acredita estar no caminho
certo com seu movimento e de seu time.
Nessa nova fase em que Jeff e sua equipe estão, será que você conhece alguma
empresa que passou pelo mesmo movimento? Você acredita que Jeff está cor-
reto em migrar todos os seus serviços para a nuvem? Ou isto pode inviabilizar
a operação? Faça uma pesquisa na internet de empresas que estão migrando
ou já migraram seus serviços de TI para a nuvem. Nesta pesquisa é importante
verificar as vantagens e desvantagens desta migração. Será que é fácil? Será que
realmente é simples este tipo de migração? Quais as dificuldades que Jeff pode
enfrentar durante o processo? No ano de 2021, uma grande emissora de televisão
do Brasil fechou parceria com uma grande empresa de tecnologia para fazer esse
movimento de migração para a nuvem, tente encontrar!

49
UNIDADE 2

Quando falamos em nuvem, podemos ter a impressão de que a migração dos


serviços de TI para a nuvem é a solução de todos os nossos problemas, e isso
pode ser um perigo. Temos que ter conhecimento dos prós e contras desse tipo de
migração, como, por exemplo: Se não pagarmos a fatura mensal de hospedagem,
todos os serviços ficarão indisponíveis? Com esta reflexão, anote suas primeiras
impressões sobre o tema. Você acredita que hospedar serviços na nuvem é rápido
e simples? Ou um grande projeto deve ser feito? De acordo com seu conhecimen-
to, reflita sobre os seguintes tópicos e anote em seu Diário de Bordo:
■ Qual a vantagem de hospedar os serviços de TI na nuvem?
■ Qual a desvantagem desta hospedagem?
■ Quais tópicos é necessário avaliar nesse tipo de movimento?
■ Temos pessoas com conhecimento para essa migração?
■ A questão financeira é primordial? Ou podemos ignorá-la?

DIÁRIO DE BORDO

50
UNIDADE 2

A partir de agora, faremos uma introdução à computação em nu-


vem. Neste capítulo, iremos mergulhar ainda mais nestes conceitos e ti-
rar nossas conclusões das qualidades e defeitos deste tipo de tecnologia.
Quanto mais simplificamos as definições iniciais para aprendizado de qual-
quer conhecimento, mais fácil é a absorção do conhecimento, partindo do
mais simples até chegar a uma ideia complexa, no nosso caso, os conceitos da
computação em nuvem, ou simplesmente nuvem. Desta forma, ignorando as
complexidade envolvidas nesse tipo de tecnologia, podemos considerar que: a
computação em nuvem é o fornecimento de serviços de computação — ser-
vidores, armazenamento, banco de dados, rede, software, e muito mais — pela
internet. Com esta definição inicial, podemos ampliar o conceito e a visão sobre
essa inovação tecnológica que tem nos mostrado grande utilidade e economia
de recursos financeiros na área de tecnologia da informação (KOLBE JÚNIOR,
2020). Sabendo que esta tecnologia é acessada através da internet, podemos nos
perguntar: Quem são as empresas que criam estas estruturas? Estas companhias
são denominadas “provedores de nuvem”.

51
UNIDADE 2

Figura 1 - Os maiores provedores de nuvem / Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: Nesta imagem, encontramos o logotipo dos três maiores provedores de tecnologia em
nuvem da atualidade. À esquerda, temos a plataforma AWS (Amazon Web Services), representada pelo logo
que contém as letras a, w, s. Embaixo, há uma seta ligando as letras desde o a até o s, em forma de sorriso.
No centro da imagem, há o logotipo da plataforma Microsoft Azure, representado por quatro quadrados que
formam uma janela, nas cores vermelha, verde, azul e amarela, respectivamente. À direita, há a logomarca
da plataforma Google Cloud, representada por uma nuvem nas cores do Google: amarelo, vermelho, verde
e azul, com a escrita Google Cloud logo abaixo.

Neste modelo de negócio, na maioria das vezes, a economia destes serviços está no
fato de que o pagamento é feito somente pelo que foi consumido, mais conhecido
como on-demand, e a disponibilidade atende à perspectiva do just-in-time, que
deixa os recursos tecnológicos disponíveis em um formato 24x7x365 (vinte e qua-
tro horas por dia, sete dias por semana e trezentos e sessenta e cinco dias por ano),
utilizado de forma online. Além disso, o acesso é feito através de uma interface
gráfica entre máquina e ser humano, que apresenta alta agradabilidade, de forma
a chamar a atenção, e elevada usabilidade, garantindo um alto grau de satisfação
àquele que navega por sua infraestrutura digital. (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 6).

52
UNIDADE 2

Figura 2 - Console de gerenciamento (interface gráfica) da AWS / Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: Nesta imagem, encontramos o console de gerenciamento da AWS. No topo da imagem,
temos uma borda com algumas informações, dentre elas: o logotipo da empresa (AWS), um menu de serviços
disponíveis, uma barra de pesquisa. Nesta mesma barra, na parte direita do console, temos um botão de ajuda
e o local do datacenter em que esteja trabalhando, neste caso, São Paulo. Abaixo dessa barra, temos um console
dividido em quatro quadros. O primeiro quadro contém os serviços mais utilizados pelo controlador, como, por
exemplo: EC2, RDS etc. No segundo quadro, links de treinamentos e documentações sobre a navegabilidade dos
serviços. No terceiro quadro, um resumo contendo a “saúde” do ambiente. Já no quarto quadro, um resumo
de custos mensais de todos os serviços utilizados, tal como um top 5 dos serviços que mais estão gastando.

53
UNIDADE 2

De acordo com Kolbe Júnior (2020, p. 7):


Quando formos analisar e escolher algum provedor de nuvem, temos que ter
alguns aspectos de análise.
■ Ser reconhecido pela integridade de sua conceituação mercadológica;
■ Apresentar suporte eficiente à administração;
■ Apresentar funcionalidade com relação a aspectos técnicos e invisibili-
dade de complexidade sempre que possível;
■ E desenvolvimento de práticas de segurança altamente elevadas.

Após a análise destes aspectos e caso a empresa atenda estes requisi-


tos, o provedor é um bom candidato a ser analisado, levando em con-
sideração o elevado grau de responsabilidade que as empresas devem
ter com esta descentralização das informações estratégicas da empresa.
Sabendo dos requisitos e dos conceitos, podemos pensar que esse tipo de tecnolo-
gia é aconselhável para todas as empresas, porém temos que ter cuidado com essa
afirmação. A utilização dos serviços de nuvem deve ocorrer no caso de a organi-
zação ter recursos financeiros para essa descentralização de suas informações e
ter serviços que exijam elevado nível de segurança. A identificação da necessidade
normalmente parte do CIO (Chief Information Officer - Diretor de Informações)
ou CTO (Chief Technology Officer - Diretor de Tecnologia), ambas funções es-
tratégicas e ligadas à diretoria da empresa. Atualmente, temos muitos provedores
existentes, porém nem todos têm condições de atender a altos volumes e garantias
de acessibilidade, o que exige um levantamento detalhado de suas condições téc-
nicas. Além disso, também é possível analisar quando a nuvem pode ser utilizada,
como nos seguintes serviços: cópias de backup; transmissão de áudio e vídeo como
streaming; oferta de software on-demand etc. (KOLBE JÚNIOR, 2020).

54
UNIDADE 2

PENSANDO JUNTOS

Chegamos até este ponto sabendo os conceitos de datacenter, virtualização e, agora,


computação em nuvem. Pelo que você leu até aqui, Jeff está no caminho certo na busca
de soluções em nuvem? Será que a empresa está alinhada estrategicamente com este
novo momento tecnológico? E quais pré-requisitos ele tem que analisar para escolher o
provedor de nuvem correto? Vamos juntos!

Dentre vários benefícios da computação em nuvem, Kolbe Júnior (2020) destaca:


■ Aumento da velocidade devido à expertise (especialidade) elevada dos pro-
fissionais que trabalham nas empresas fornecedoras de serviços em nuvem;
■ Possibilidade do desenvolvimento de trabalhos de forma global;
■ Alto desempenho, considerando que os equipamentos e tecnologias ino-
vadoras utilizadas pelos provedores representam uma possibilidade real
de aumento no rendimento;
■ Confiabilidade garantida, com base em cláusulas rigorosas estabelecidas
no contrato de SLA.

Estudos desenvolvidos pelo Instituto Gartner informam que: “[...] até o ano de
2020, empresas que ainda não utilizam serviços de computação em nuvem serão
tão raras quanto as que hoje não utilizam a internet” (GARTNER apud KOLBE
JÚNIOR, 2020, p. 8). Isso nos mostra o quanto as empresas estão investindo nesse
tipo de tecnologia. Quando fizemos um estudo de adaptação de nossa empresa
para utilizar os serviços em nuvem, temos que tomar cuidado. A justificativa de
economia de espaço, hardware e a necessidade de programação deve ser ques-
tionada. É preciso uma análise sobre a real necessidade de tal serviço em deter-
minada empresa. Todos esses elementos fazem parte de uma análise, entretanto é
preciso saber se o volume de armazenamento e serviços justifica o trabalho inicial
desgastante em termos de sobrecarga laboral, cognitiva e até social que pode advir
de uma decisão como essa. Se a corporação não tiver um grande volume de servi-
ços ou dados e se não houver a necessidade de cópias e gestão de segurança, talvez
a migração para a nuvem não faça tanto sentido. (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 8).
Caso você tenha determinado, após esse estudo inicial, que a migração para a
nuvem é uma saída para que a organização apresente diminuição de gastos, en-
tramos na segunda fase do processo, na qual analisamos quais serviços devem ser

55
UNIDADE 2

migrados para a nuvem. Neste momento, devemos verificar se o provedor possui


o nível de segurança que as aplicações colocadas na nuvem exigem. Muitas em-
presas iniciam sua migração para a nuvem com a colocação de seus documentos,
planilhas, fotografias, materiais de cursos, ou seja, toda a informação para a qual
você visualiza aplicações na perspectiva de mobilidade e portabilidade necessá-
ria para evitar perda de informações com alto valor estratégico para a empresa.
Um exemplo comum é o de uma equipe de vendas em campo e participantes de
equipe de vendas no escritório. A agilidade de informações que serão trocadas
nestas duas equipes faz a diferença na estratégia comercial e no ganho dos negó-
cios, com isso, é mais fácil colocar tudo em nuvem (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 8).

Figura 3 - Empresas com serviços de sincronização de arquivos (documentos, fotos etc.) em nuvem
Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: Na imagem, temos três logotipos de serviços de sincronização de arquivos em nuvem.
O primeiro é o Dropbox, da empresa homônima, representado por uma caixa azul com a escrita Dropbox
logo abaixo, também em azul. No centro, há o logotipo do serviço Google Drive, da Google, formado por um
triângulo de quatro cores: azul, verde, amarela e vermelha, e pelo nome Google Drive, escrito logo abaixo da
figura geométrica. O terceiro logotipo refere-se ao serviço OneDrive, da Microsoft. O logo é composto por
duas nuvens azuis, com a escrita OneDrive logo abaixo do desenho.

De acordo com De Rose (2020), temos cinco características da nuvem que podem
nos ajudar:
■ Compartilhamento dos dados: A computação em nuvem facilita o
compartilhamento de dados sem stateless (sem estado), isto é, não man-
tém o estado nas máquinas locais, mas o transfere para a nuvem. Uma
forma de compartilhar dados é com a utilização de um serviço de SAAS,
ou seja, além do estado, a própria ferramenta também executa na nuvem,

56
UNIDADE 2

de forma que todos os dispositivos que usarem a ferramenta terão acesso


à versão mais atual dos dados.
■ Reinstalações e reconfigurações: O esforço necessário para reinstalar e
reconfigurar um computador fica bastante simplificado no modelo de nu-
vem. Isso porque, à medida que vamos migrando de aplicações locais para
a nuvem, cada vez menos aplicações e dados de estado ficam armazenados
na máquina que está sendo usada. Em alguns casos, por exemplo, como
em celulares, todos os aplicativos, configurações e dados de um usuário
já podem ser salvos na nuvem, e quando precisamos reinstalar um dispo-
sitivo ou migrar para um novo, todo o processo é feito automaticamente.

Figura 4 - Serviços disponíveis na nuvem da Apple, chamada iCloud / Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: Na imagem, temos os ícones das funções disponíveis no serviço de nuvem da Apple,
chamado iCloud. Ao centro, um ícone com um desenho do usuário com os seguintes dizeres: “Boa noite,
Fernando”. Abaixo, temos 11 ícones com os serviços disponíveis, sendo eles: Mail (formado por um envelope
branco, circulado em azul); Contatos (formado por uma representação de um caderno cinza com um ícone
de uma pessoa ao centro); Calendário (com o número 6 no centro, e escrito “domingo” logo acima; Fotos
(formado por uma flor colorida ao centro com as cores do arco-íris); iCloud Drive (ícone branco com uma
nuvem azul ao centro); Notas (ícone com a representação de uma folha de caderno amarela com branco);
Lembretes (representação de itens de lembretes, com três marcadores em disposição um abaixo do outro);
Pages (ícone laranja com uma caneta em branco ao centro); Numbers (ícone verde com um gráfico de colunas
em branco); Keynote (ícone azul com uma mesa de desenhar em branco); Buscar iPhone (representação de
um painel verde de busca).

57
UNIDADE 2

■ Capacidade de processamento e de armazenamento: No modelo de


computação pessoal, geralmente temos que escolher as capacidades de pro-
cessamento e armazenamento na hora da compra do equipamento, porém
o modelo de nuvem é bastante flexível e permite a adaptação dessas capaci-
dade em relação à demanda, valendo tanto para aumentá-las quando para
diminuí-las. Sendo assim, o usuário pode facilmente adaptar a quantidade
de recursos à sua demanda e pagar apenas pelo que está consumindo. Com
um exemplo mais usual, é como se, em vez de comprar um carro, fosse pos-
sível solicitar um transporte com o tamanho exato para cada necessidade,
pagando um preço proporcional por esse serviço, ou seja, se estou indo
sozinho para o trabalho, peço um carro pequeno; se estou indo passear com
a família, um carro para quatro pessoas, e assim sucessivamente.
■ Integridade e segurança dos dados: A utilização da computação em
nuvem reduz em princípio os riscos associados à integridade dos dados
quanto aos riscos de segurança, pois esses dados não ficam mais na má-
quina local, mas na nuvem em si, onde normalmente são armazenados em
servidores de maior porte e menos propensos a falhas e invasões. Além
disso, são feitas regularmente cópias de segurança dos dados e, em alguns
casos, é mantido histórico de alterações de arquivos. No caso dos riscos de
segurança, como esses servidores que guardam os dados e a rede que os
conecta com a Internet são gerenciados por profissionais da área, utilizan-
do as mais modernas técnicas e ferramentas de proteção, a chance de um
acesso não autorizado é muito menor do que em uma máquina doméstica.
■ Custos e modelo de negócio: Mesmo utilizando o modelo em nuvem,
iremos precisar de computadores pessoais para acessarmos os serviços
disponibilizados. No entanto, podemos comprar máquinas mais baratas e
com menos capacidade de processamento e armazenamento, pois servirá
apenas como porta de entrada para a nuvem e não ficará defasada tão rapi-
damente, tendo uma vida útil ainda maior. Com isso, consequentemente, o
custo de aquisição da máquina pessoal acaba sendo menor quando se usa
o modelo em nuvem. Esse modelo traz um projeto de negócio baseado na
contratação de serviços, sendo estes pagos mensalmente, cujo valor depen-
derá da capacidade de processamento e armazenamento contratada. Cabe
ao administrador analisar qual modelo de negócio é mais atrativo para
sua situação específica e, se for o de nuvem, qual é o plano mais adequado.

58
UNIDADE 2

Todavia, devemos saber que nem tudo é tão perfeito quanto pa-
rece, e a nuvem pode trazer várias limitações. De acordo com De
Rose (2020), a nuvem pode trazer as seguintes limitações:
■ Dependência de rede e de uma conexão boa: A depen-
dência de rede é sem dúvida um dos principais pontos
fracos da computação em nuvem. Como as demandas
de processamento e de armazenamento estão todas na
nuvem, a existência de conexão com a internet é impres-
cindível para permitir a utilização desses serviços. E de-
pendendo do tipo de serviços que estaremos usando, não
basta apenas estarmos conectados e termos uma conexão
estável, ela também terá que ser rápida para que funcione
de forma satisfatória. Já serviços de edição colaborativa
de textos e clientes de e-mail em nuvem são menos exi-
gentes e funcionam também com conexões mais lentas.
A qualidade dos serviços prestados pelas operadoras no
Brasil deixa muito a desejar, mesmo em um centro urba-
no é comum que a velocidade oferecida oscile bastante,
sendo na prática muito menor do que a que de fato foi
contratada. Isto acontece porque, no Brasil, as operado-
ras não precisam entregar 100% do que foi contratado.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que
regulamenta o setor, determina que a média mensal do
serviço tem que ser, no mínimo, de 80%, podendo chegar,
em alguns momentos do dia, a 40%. Estas oscilações no
serviço de internet afetam diretamente a qualidade e a
confiança nos serviços em nuvem e, dependendo da gra-
vidade da situação, tornam essa alternativa impraticável,
como, por exemplo, em zonas rurais.

Para destacar este cenário, apresentamos a seguir uma Figura do


Relatório de Acompanhamento do Setor de Telecomunicações
(ANATEL, 2020), que mostra o percentual de cumprimento de
indicadores de qualidade de rede por estado.

59
UNIDADE 2

Percentual de cumprimento de indicadores de qualidade por UF


BANDA LARGA FIXA - 3º TRIMESTRE DE 2020
SC 86,5%

SE 84,4%

MG 84,0%

DF 84,0%

AL 83,6%

RS 83,3%

PB 82,9%

PR 82,6%

RJ 82,1%

MS 81,5%

AM 81,5%

CE 81,0%

PI 80,7%

Brasil 80,6%

TO 80,6%

RN 80,5%

GO 80,2%

PE 80,1%

MT 80,0%

ES 79,7%

BA 79,4%

PA 79,2%

AC 78,2%

RR 76,6%

RO 76,3%

MA 76,3%

SP 73,9%

AP 68,9%

Figura 5 - Percentual de cumprimento de indicadores de qualidade por estado / Fonte: Anatel, 2020.

Descrição da imagem: Uma listagem com o ranking em percentual dos indicadores de qualidade de rede por
estado, sendo estes dispostos em linhas horizontais uma abaixo da outra, representando cada estado da se-
guinte forma: SC com 86,5%, SE com 84,4%, MG com 84,0%, DF com 84%, AL com 83,6%, RS com 83,3%, PB com
82,9%, PR com 82,6%, RJ 82,1%, MS com 81,5%, AM com 81,5%, CE com 81%, PI com 80,7%, Brasil com 80,6%,
TO com 80,6%, RN com 80,5%, GO com 80,2%, PE com 80,1%, MT com 80%, ES com 79,7%, BA com 79,4%,
PA com 79,2% AC com 78,2%, RR com 76,6%, RO com 6,3%, MA com 76,3%, SP com 73,9% e AP com 68,9%.

60
UNIDADE 2

■ Risco de quebra de privacidade: Como vimos anteriormente, os ris-


cos de integridade e segurança de dados são efetivamente menores no
modelo em nuvem, pois os provedores são normalmente empresas de
grande porte que usam servidores e ferramentas de última geração para
proteger sua infraestrutura. Porém, além de serem muito valiosos para
nós, nossos dados também podem interessar a outras pessoas, pois dizem
muito sobre nós, nossos interesses, hábitos de consumo etc. Devemos ter
cuidado especialmente com serviços que nos parecem em um primeiro
momento gratuitos, pois é bastante provável que o provedor vá buscar
sua remuneração vendendo as nossas informações pessoais. Ou seja, na
prática, essas informações são o pagamento. Muito conhecido por nós,
este é o caso “clique aqui para concordar com os termos de uso”, que é
acionado muitas vezes sem ser lido. Caso você tenha acesso aos serviços
do Google, tal como Gmail ou Google Fotos, vale analisar os termos de
utilização em: https://policies.google.com/.
■ Custo final pode ficar alto: Por mais que já saibamos que o modelo de
cobrança utilizado pelos provedores de nuvem, chamados de pay-per-u-
se (pago pelo uso), têm várias vantagens, também existem situações na
quais este modelo não é vantajoso, por isso é necessário que essa análise
de custos seja feita caso a caso, para que evite surpresas com a conta de
gastos no final do mês. Em um primeiro momento, os valores parecem
menores que os de pagamento por aplicativos no modelo de aquisição, a
impressão é a de que o serviço ficou mais barato, porém, em alguns casos,
se formos fazer a conta para o valor por ano e o projetarmos por alguns
anos, o que parece barato à primeira vista, poderá ficar bem caro no final.
Podemos ter, como efeito de comparação, a assinatura da Netflix. Em um
primeiro momento, parece promissor ter disponível filmes e séries em
qualquer lugar, porém, com o passar do tempo e com a necessidade de
assistir filmes que estão em outras plataformas, inicia-se a assinatura de
vários outros provedores, dando um valor alto no final do mês.
■ Falta de confiança nos provedores e necessidade de uma mudança
de cultura: Talvez a maior dificuldade a ser enfrentada quando consi-
deramos utilizar algum serviço em nuvem seja a falta de confiança nos
provedores desses serviços. Afinal, precisamos confiar nos provedores
que estão encarregados de cuidar de nossos preciosos dados. O mesmo

61
UNIDADE 2

processo aconteceu muito tempo atrás, quando se guardava dinheiro em


casa, com o dilema de passar essa responsabilidade para um terceiro, nesse
caso, um banco. Para isso, foi necessária uma mudança de cultura. Mais
cedo ou mais tarde, isso também vai acontecer com os provedores de nu-
vem, ou seja, iremos perceber que nossos dados estão mais seguros nesses
provedores do que em casa, pois em nossa casa os computadores podem
ser roubados, estragados por enchentes ou incêndio etc. Entretanto, esta
mudança de cultura é um processo lento. Os episódios de vazamento de
dados estão se tornando frequentes, aumentando nossa desconfiança,
por outro lado, estão expondo o problema e desencadeando a criação de
legislação e mecanismos de controle dessas vulnerabilidades.

NOVAS DESCOBERTAS

Título: O dilema das redes


Ano: 2020
Sinopse: Disponível na Netflix, o filme “O dilema das redes” aborda
a complexa relação entre os benefícios e problemas oriundos dos
avanços tecnológicos associados ao uso de redes sociais na internet. O filme mostra
como as Big techs possuem controle sobre a maneira como pensamos, agimos e vive-
mos. Frequentadores do Vale do Silício revelam como as plataformas de mídias sociais
estão reprogramando a sociedade e sua forma de enxergar a vida.
Comentário: Nesse filme, vemos o grande impacto que as redes sociais geram na socie-
dade em geral. Como estudantes do universo da computação em nuvem, sabemos que
esses dados estão disponíveis nas mais diversas tecnologias e provedores. Em “O dilema
das redes”, podemos ver que, com poucos acessos, as empresas mantêm um histórico
e controle de perfil de acesso, podendo utilizar essas informações das mais diversas
maneiras. Aproveite e assista!

62
UNIDADE 2

O mercado global de computação em nuvem cresceu exponencialmente na


última década. Estudos desenvolvidos pelo Market Research Media (Mídia de
pesquisa de mercado) apontam para uma evolução dos negócios com perspec-
tivas de que esse mercado ultrapasse um trilhão de dólares até o final do estudo
(ano de 2024). A maior cobertura de crescimento encontra-se nos anos de 2019
a 2024 e é apresentada em uma base anual. Tanto no mercado brasileiro quanto
no internacional, são diversas as referências aos tipos de serviços. Apesar disso,
três serviços se destacam, cada um deles representando um mercado particular
de compra e venda de serviços de computação em nuvem, são eles:
■ IaaS - Infraestrutura como serviço;
■ PaaS - Plataforma como serviço;
■ SaaS - Software como serviço.

Outras nomenclaturas existentes podem representar uma variação desses três


serviços (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 41).
Nesse mesmo estudo, foi levantado que há uma grande diversidade em termos
de tamanho de empresas que procuram a migração para a computação em nuvem.
O relatório aponta ainda que, do total de investimentos, cerca de 45% devem ser
de pequenas e médias empresas, mostrando que a nuvem está sendo vista como
uma possibilidade para as pequenas e médias empresas de se valer das novas tec-
nologias exponenciais para obter os mesmos resultados que grandes corporações.
Uma das maiores dificuldades apontadas é a falta de confiança das empresas com
relação à eficiência dos serviços, ou seja, a confiança fica garantida pela assinatura
de contratos de SLA com cláusulas pesadas. A falta de confiança na infraestrutura
é apontada por um grande percentual de empresas como a razão para a desacele-
ração. No relatório estudado, é apresentada uma lista dos principais fatores levados
em consideração na hora de adotar um serviços de computação em nuvem:

63
UNIDADE 2

Percentual de empresas Fatores levados em consideração

78% Segurança;

46% Preço;

42% Referência do prestador de serviço no mercado;

36% Infraestrutura tecnológica;

26% Parceiros tecnológicos;

18% Portfólio de serviços;

18% Marca;

14% Presença local;

14% Experiência;

6% Outros.

Quadro 1 - Fatores levados em consideração na contratação de um serviço em nuvem


Fonte: Adaptado de KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 43.

Uma das empresas que trabalhou e investiu pesado na área de computação em


nuvem, superando inclusive o interesse comercial particular, foi a empresa Ama-
zon, que criou a Amazon Web Services (AWS - Serviços da Web da Amazon) para
atender à necessidade de usuários distribuídos por diferentes localidades geográ-
ficas. Atualmente, a empresa tem diversos concorrentes, mas ainda é reconhecida
por seu pioneirismo em muitas das iniciativas em computação em nuvem.

Figura 6 - Primeiro logotipo da


Amazon Web services e o lo-
gotipo atual
Fonte: Elaborado pelo autor.

Descrição da imagem: A Fi-


gura contém dois logotipos da
empresa de computação em
nuvem Amazon Web Services
(AWS). O primeiro deles foi uti-
lizado pela empresa de 2006
até 2017. O segundo logotipo é
utilizado desde o ano 2017 até
os dias atuais.

64
UNIDADE 2

Na contramão de muitas tecnologias que centraliza-


vam os dados, a computação em nuvem veio justa-
mente para mudar este cenário, descentralizando e
deixando espalhados para o mundo, em servidores
que não necessariamente se sabe onde estão, o que foi
uma surpresa para muitos responsáveis pelos depar-
tamentos de TI. O crescimento da área de tecnologia
e do volume de informações que as empresas produ-
ziam envolviam investimentos elevados que podiam
ser drasticamente reduzidos com a utilização da com-
putação em nuvem. Diante disso, as resistências foram,
em pouco tempo, diminuindo, fazendo com que ou-
tras empresas surgissem no mercado de nuvem, como,
por exemplo: Microsoft, Google, Oracle, dentre outras.
Todavia, para facilitar o nosso estudo, iremos focar na
que mais se destaca e que tem o maior domínio de
mercado, a AWS (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 44).
Nos primórdios, a Amazon criou uma plataforma
de computação em nuvem conhecida como EC2 -
Elastic Cloud Computing (Computação Elástica
em Nuvem), tecnologia que oferece uma capacida-
de computacional escalável em que o usuário pode
criar computadores virtuais nos quais rodam suas
próprias aplicações. Posteriormente, foram criadas
inúmeras tecnologias em nuvem, ganhando noto-
riedade por características como pagamento sob
demanda, elasticidade das estruturas, portabilidade
e possibilidade de mobilidade total. A proposta de
tecnologia da Amazon está de acordo com o que hoje
é considerada uma arquitetura básica da plataforma
de nuvem na internet (KOLBE JÚNIOR, 2020).
A Figura a seguir apresenta uma estruturação bá-
sica que pode ser dimensionada aos níveis que forem
necessários.

65
UNIDADE 2

Figura 7 - Arquitetura básica


em nuvem
Fonte: Adaptado de KOLBE JÚ-
NIOR, 2020, p. 45.

Descrição da imagem: Da-


tacenter representado por
INTERNET computadores na parte infe-
rior da Figura. No centro da
imagem, uma nuvem em azul
com a palavra internet em
letras brancas. Ao redor da
nuvem, estão dispostos vários
equipamentos de acesso à
internet (smartphones, com-
putadores, notebooks), todos
eles interligados à nuvem, re-
presentando a conexão desses
dispositivos com a internet, a
fim de acessar os serviços hos-
Data Center pedados nos servidores.

A Amazon iniciou seu trabalho na nuvem, em 2006, com o lançamento da pla-


taforma EC2, oferecendo máquinas virtuais denominadas instâncias, com uma
interface que adotou a web como plataforma de suporte. Nessa época, essas tec-
nologias chamaram a atenção dos analistas de TI e de muitos stakeholders, que
já estavam com a atenção despertada para uma possível redução de custos.
De acordo com Kolbe Júnior (2020), foram colocadas como funcionalidades:
■ CloudWatch: Um webservice que permitia aos clientes o monitora-
mento em tempo real de todos os recursos da instância criada como
hardware e rede;
■ Escalonamento automático: Um webservice que permitia aos clientes
a mudança automática de recursos de hardware, adaptados a alguma ins-
tância particular, para atender variações de mudanças no tráfego da rede;
■ Endereço IP elástico: Um webservice que permitia aos clientes o ma-
peamento de um endereço IP para uma ou várias instâncias de forma
imediata, sem a necessidade de espera de programação nos DNS.

66
UNIDADE 2

Atualmente, a AWS oferece um nível de serviço gratuito, porém com uma deter-
minação de limite de uso. Dentre os serviços mais conhecidos estão:
■ AWS EC2;
■ Amazon RDS - Serviço de banco de dados relacional, podendo ser My-
SQL, PostgreSQL, dentre outros;
■ Amazon S3 - Infraestrutura de armazenamento de objetos segura, durável
e escalável.

Nesse estudo de nuvem, um conceito que vem ganhando grande notoriedade


nos últimos anos é a Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things)
e sua ligação com a nuvem. Sempre assistimos, em filmes de ficção cientí-
fica, robôs com inteligência artificial apurada e, nos últimos anos, realmente
essa tecnologia tem crescido muito em nosso cotidiano. Chamamos de IoT ou
internet das coisas este crescimento de aplicações que envolvem evoluções de
uma nova tecnologia disruptiva e que conecta objetos do nosso dia a dia com
a internet. Em outras palavras, a internet das coisas nada mais é que uma rede
de objetos físicos capazes de reunir e transmitir dados. Podemos considerar que
sem a evolução da computação em nuvem a IoT não conseguiria decolar e criar
novos aplicativos oferecidos como serviços da web (KOLBE JÚNIOR, 2020).

67
UNIDADE 2

De acordo com Kolbe Júnior (2020, p. 47):


A integração entre essas duas tecnologias levou a Amazon a criar um
webservice especificamente voltado para tal finalidade. O serviço é
oferecido separadamente e recebe o nome de AWS IoT. Segundo a
divulgação do serviço pela Amazon, ele é uma plataforma de nuvem
gerenciada, e permite que dispositivos interajam facilmente, com se-
gurança, com aplicativos da própria nuvem e com outros dispositivos.

Segundo o criador do projeto, Kevin Ashton, esses elementos que se conectam são
dispositivos físicos incorporados a dispositivos eletrônicos, sensores e atuadores
na nuvem, além de se conectarem uns aos outros, utilizando protocolos que não
precisam ser visíveis ao usuário final, ou seja, a complexidade fica escondida
com a utilização de interfaces altamente amigáveis. Também podemos analisar a
capacidade de conexão, gerando uma quantidade enorme de dispositivos interli-
gados, permitindo a geração de um gigantesco volume de informações, trazendo
milhares de dados que podem vir a ser utilizados com diferentes finalidades,
dando destaque ao Big Data. Além disso, essa tecnologia impacta também no
mercado de trabalho, destacando a função de analista de dados: profissionais que
irão visualizar e analisar essa grande quantidade de volume gerado.
Dessa forma, residências poderão estar conectadas a dispositivos, veículos
poderão se conectar a centrais de controle e dados de saúde poderão ser en-
viados para algum dispositivo de controle, ou algum sistema de software, que
monitorará o comportamento do paciente e orientará sobre aspectos como o
uso de medicação, dentre outros.
Kolbe Júnior (2020, p. 48), cita um do exemplo dessa utilização:


Atmosphere Sky Air é um aplicativo desenvolvido pela Amway,
e pode ser considerado um aplicativo de interesse geral, voltado
para a melhoria da qualidade de vida. Trabalha com a purificação
do ar e a remoção de causadores de alergia e também de outros
contaminantes de qualidade. Seu funcionamento está baseado na
utilização de sensores, que enviam dados que permitem avaliar as
condições em diferentes pontos.

68
UNIDADE 2

O grande crescimento de aplicações IoT presentes na nuvem abrangem um gran-


de número de situações relacionadas à saúde, mas também estão relacionadas
com o Big Data e o Data Analysis (Grandes Dados e Análise de Dados). Dentre
os serviços especialistas em IoT oferecidos pela Amazon, podemos citar:

Serviço Descrição

Serviço de interligação de microcontroladores que


Amazon freeRTOS permite programação, implantação, conexão e ge-
renciamento de pequenos dispositivos;

Responsável pela manutenção da comunicação


AWS Greengrass entre diferentes dispositivos, permitindo a conexão
de elementos conectados ou não à internet;

Suporte à transmissão de serviços mensageiros


AWS IoT Core
interligados na internet;

Serviços para integração, organização, monitora-


AWS IoT Device Management mento e gerenciamento de dispositivos de IoT em
grande escala e de forma segura;

Proteção da frota de dispositivos IoT, garantindo


AWS IoT Device Defender o cumprimento de condições de segurança, que
podem estar colocadas em contratos SLA;

Serviço de prestação de informações utilizáveis para


AWS IoT analytics análises estatísticas sobre o funcionamento da inte-
gração entre a IoT e a computação em nuvem;

Controle remoto de disparo de funções disponíveis


AWS IoT 1-Click
no AWS-Lambda;

Botão programável que possibilita que desenvolve-


AWS - IoT Button dores de aplicativos comecem a utilizar os serviços
oferecidos.

Quadro 2 - Serviços especialistas em IoT da AWS / Fonte: Adaptado de KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 43.

Estas e outras aplicações são disponibilizadas pelos provedores de nuvem, cada


um com suas particularidades e nomenclaturas.

69
UNIDADE 2

Como vimos até o momento, a computação em nuvem já está no nosso dia a dia
e, com ela, surgiram novos profissionais e uma mudança de mercado. Com
essa inovação, podemos montar uma equipe terceirizada, muitas vezes aceitável
em pequenas e médias empresas. Além disso, podemos criar uma equipe interna
para cuidar do ambiente em nuvem. Com o advento da computação em nuvem
e suas complexidades, novas profissões surgiram, ainda não deslocando pro-
fissionais anteriores, porém muitos deles têm que estudar e entender essa nova
tecnologia para o mercado atual e futuro. No momento em que estamos, com
muitas empresas ainda estudando a migração ou até mesmo mantendo nuvens
híbridas, se destacam três formações de profissionais:
■ Engenheiro de migração;
■ Arquiteto de computação em nuvem;
■ Engenheiro de software com ênfase em computação em nuvem.

O Engenheiro de migração fica com a função de estudar o ambiente e os sistemas


atuais e verificar a aderência em nuvem. Sua formação básica sugere conhecimento
em desenvolvimento de sistemas e aplicações, e o básico de redes de computado-
res. Os arquitetos de computação devem ter formação na área de TI e um conhe-
cimento avançado na área, pois serão eles que irão supervisionar a estratégia da
empresa para a migração dos ambientes para a nuvem. Além disso, também são
responsáveis pelo desenho do ambiente e pelo gerenciamento e monitoramen-
to das atividades desenvolvidas pela empresa. Já os engenheiros de software são
responsáveis pelo desenvolvimento do software necessário e adequado à nuvem.
Em algumas empresas, a mesma pessoa faz os três papéis, porém, como são cargos
importantes, o ideal é que sejam pessoas diferentes (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 66).

70
UNIDADE 2

Kolbe Júnior também afirma que:


Na esteira dos CIOs - Chief Information Officer, Chief Learning
Officer, surgem os CCOS - Chief Cloud Officer, para manter um
tradicional isolamento dos elementos que ocupam esses cargos do
próprio pessoal de TI, o que aproxima mais das gerência estratégi-
cas. Ele é a pessoa que, por delegação direta das chefias estratégicas,
gerencia, supervisiona e determina diretrizes, normas e procedi-
mentos que definem como será o ambiente em nuvem adquirido
pela empresa. É sua a responsabilidade pelo gerenciamento da nu-
vem e pelas aplicações que serão colocadas nela. (2020, p. 67)

Esses profissionais, podendo ter um nível salarial elevado, têm como principal
responsabilidade garantir que a empresa consiga aproveitar ao máximo o que a
tecnologia de computação em nuvem tem a oferecer. Todavia, por serem funções
estratégicas e que alteram as aplicações e a forma como elas atuam, aconselha-se
que sejam profissionais da própria empresa nesses cargos.
Existem inúmeros tipos de serviços de Computação em Nuvem. À pri-
meira vista, quando se fala no assunto, tendemos a imaginar um único modelo,
geralmente de infraestrutura. Porém, existem diversos serviços de computação
em nuvem, o que, por um lado, é positivo, pois permite que a empresa adquira
os serviços mais adequados às suas necessidades.
De acordo com Veras (2015, p. 44), há três principais modelos de serviços
de computação em nuvem:
■ Infraestrutura como um serviço (Infrastructure as a Service - IaaS): ca-
pacidade que o provedor tem de oferecer uma infraestrutura de processa-
mento e armazenamento de forma transparente. Nesse cenário, o usuário
não tem o controle da infraestrutura física, mas, através de mecanismos de
virtualização, possui controle sobre as máquinas virtuais, armazenamento,
aplicativos instalados e possivelmente um controle limitado dos recursos
de rede. Um exemplo de IaaS é a opção Amazon Web Services (AWS).
■ Plataforma como um serviço (Platform as a Service - PaaS): capacidade
oferecida pelo provedor para o desenvolvedor de aplicativos que serão exe-
cutados e disponibilizados na nuvem. A plataforma na nuvem oferece um

71
UNIDADE 2

modelo de computação, armazenamento e comunicação para os aplicati-


vos. Exemplos de PaaS são a AppEngine do Google e o Microsoft Azure.
■ Software como um serviço (Software as a Service - SaaS): aplicativos de
interesse para uma grande quantidade de clientes passam a ser hospedados
na nuvem como uma alternativa ao processamento local. Os aplicativos
são oferecidos como serviços por provedores e acessados pelos clientes
por aplicações como o browser. Todo o controle e gerenciamento da rede,
sistemas operacionais, servidores e armazenamento são feitos pelo prove-
dor de serviço. O Google Apps e o SalesForce.com são exemplos de SaaS.

Podemos destacar algumas características básicas do modelo de Infraestrutura


como um Serviço (IaaS):
■ O usuário não precisa dispor de hardware e software nos moldes tradi-
cionais, ou seja, em seu datacenter. Toda a capacidade de processamento
e armazenamento é feita remotamente na nuvem.
■ Todos os recursos computacionais estão na nuvem do provedor, que os
alocará de forma dinâmica e elástica, para atender às demandas necessárias.
■ O pagamento é feito pelo volume de utilização, ou seja, usou e pagou
pelo que foi usado.
■ Esse modelo incentiva a criação de ecossistemas que podem gerar aplica-
ções e serviços complementares à oferta de IaaS. Por exemplo, todo o ecos-
sistema é criado em cima da nuvem AWS, usando-a como infraestrutura.

Como estamos estudando nesta Unidade, a nuvem tem suas


particularidades e seus diversos tipos. Já imaginou trabalhar
diretamente com a administração de servidores e serviços
na nuvem? Nesta conversa, iremos conhecer Alberto, um
analista de infraestrutura DevOPS que trabalha em uma em-
presa catarinense atuante no ramo da saúde. Na empresa
que trabalha, todos os softwares criados são disponibilizados
na AWS. Vamos conhecer um pouco mais do dia a dia de um
profissional desse ramo? É só acessar o QRCode!

72
UNIDADE 2

A Figura a seguir apresenta as arquiteturas para computação em nuvem, compa-


rada aos serviços tradicionais de datacenter conhecidos como hosting (hospeda-
gem) e colocation (colocação).

SaaS

Hosting PaaS

Colocation IaaS

Datacenter Nuvem

Figura 8 - Tipos de serviço de nuvem comparado ao modelo tradicional de datacenter


Fonte: Adaptado de VERAS, 2015, p. 44.

Descrição da imagem: A Figura 8 representa, através de retângulos, os tipos de serviços de nuvem e do


datacenter tradicional. À esquerda, dois retângulos: um escrito Hosting e outro escrito Colocation. As duas
formas geométricas estão ligadas a outro retângulo, localizado à direita, com a palavra IaaS. Acima desse
retângulo, temos dois outros: um escrito PaaS e outro escrito SaaS. Na parte inferior da Figura, há duas
formas geométricas com os dizeres Datacenter e Nuvem, respectivamente. A primeira forma mostra que
os retângulos da esquerda referem-se ao Datacenter tradicional, enquanto os três retângulos da direita
referem-se ao modelo de Nuvem.

73
UNIDADE 2

Em consonância com a Figura apresentada anteriormente, Veras (2015, p. 45)


apresenta os conceitos de Hosting e Colocation:
■ Colocation: a organização contrata o espaço físico dos racks e a infraes-
trutura de energia e telecomunicações, porém os servidores, as aplicações,
o gerenciamento, o monitoramento e o suporte técnico são fornecidos
pela organização contratante. Essa relação pode ser flexibilizada e, para
isso, costuma-se estabelecer um contrato com os termos e as condições,
definindo claramente o escopo dos serviços de cada lado.
■ Hosting: oferece uma linha de serviços indicada para organizações que
desejam aperfeiçoar investimentos em hardware e software. O serviço de
hosting permite à organização contratante a utilização da infraestrutura
do datacenter, incluindo servidores, storage e unidade de backup, além de
contar com os profissionais do provedor de serviços para suporte.

Com esses dois conceitos, deve ficar claro que computação em nuvem é uma
proposta mais sofisticada do que a simples oferta dos serviços descritos ante-
riormente. Alguns provedores de internet confundem os clientes com o anúncio
de disponibilidade de serviços em nuvem, mas essencialmente operam fazendo
Colocation e Hosting.
Vejamos a Figura a seguir:
Figura 9 - Papéis em computa-
ção em nuvem
Fonte: Adaptado de VERAS,
2015, p. 45.
SaaS Cliente/Usuário
Final
Descrição da imagem: À es-
querda da Figura, temos um re-
tângulo com a palavra Provedor.
Provedor Desenvolvedor Essa forma geométrica se co-
PaaS
necta a outros três retângulos lo-
calizados no centro da imagem.
Os três retângulos estão orde-
nados verticalmente, em cada
IaaS um deles, as palavras: SaaS,
PaaS e IaaS, respectivamente.
À direita da imagem, temos dois
Fornece
retângulos, com as palavras:
Consome Cliente/Usuário final, ligado ao
retângulo SaaS, e Desenvolve-
dor, ligado aos retângulos PaaS
e IaaS, respectivamente.

74
UNIDADE 2

Podemos analisar que o modelo IaaS suporta o modelo PaaS, que suporta o mo-
delo SaaS. Do ponto de vista de interação entre os três modelos de serviços, a IaaS
fornece recursos computacionais, seja de hardware ou software, para a PaaS, que,
por sua vez, fornece recursos, tecnologias e ferramentas para o desenvolvimento e
execução dos serviços implementados a serem disponibilizados como SaaS. Vale
lembrar que um provedor de nuvem não precisa obrigatoriamente disponibilizar
os três modelos. Ou seja, um provedor pode disponibilizar a opção IaaS sem ter
que obrigatoriamente disponibilizar uma plataforma de PaaS (VERAS, 2015).
Também deve-se definir onde os serviços de nuvem serão implementados.
Na Figura a seguir, veremos três opções: datacenters empresariais, provedores
regionais e provedores globais. A definição de onde os serviços de nuvem irão
rodar depende de alguns fatores, tais como latência das aplicações e aspectos
institucionais. Ou seja, a latência pode obrigar a aplicação a estar mais perto do
usuário, enquanto as questões institucionais definem muitas vezes onde os dados
devem ser armazenados.

SaaS

PaaS Computação em nuvem

IaaS

Datacenters Provedores Provedores


empresariais regionais globais

Figura 10 - Serviços de nuvem versus localização / Fonte: Adaptado de VERAS, 2015, p. 46.

Descrição da imagem: À esquerda, temos três retângulos dispostos verticalmente, com as palavras SaaS,
PaaS e IaaS, respectivamente. À direita, temos uma nuvem, com a palavra Computação em nuvem escrita.
Na parte inferior da imagem, três retângulos apresentam as palavras Datacenters empresariais, Provedores
regionais e Provedores globais, respectivamente.

75
UNIDADE 2

Veras (2015, p. 47) nos mostra que existem quatro principais modelos de implan-
tação de computação em nuvem, são eles:
■ Nuvem privada (private cloud): compreende uma infraestrutura de
computação em nuvem operada e quase sempre gerenciada pela orga-
nização do cliente. Os serviços são oferecidos para serem utilizados pela
própria organização, não estando publicamente disponíveis para uso ge-
ral. Em alguns casos pode ser gerenciada por terceiros.

• Nuvem privada hospedada pela empresa: é um modelo interes-


sante quando aspectos de compliance e controle precisam ser
considerados.

• Nuvem privada hospedada em provedor de serviço: é um mo-


delo interessante para aplicações de forma geral e aplicações de
missão crítica.

■ Nuvem pública (public cloud): é disponibilizada publicamente através


do modelo “pague-por-uso”. É oferecida por organizações públicas ou
por grandes grupos industriais que possuem grande capacidade de
processamento e armazenamento.
■ Nuvem comunitária (community cloud): neste caso, a infraestrutura
de computação em nuvem é compartilhada por diversas organizações e
suporta uma comunidade que possui interesses comuns. A nuvem co-
munitária pode ser administrada pelas organizações que fazem parte da
comunidade ou por terceiros e podem existir tanto fora como dentro das
organizações.
■ Nuvem híbrida (hybrid cloud): a infraestrutura é uma composição de
duas ou mais nuvens (privadas, públicas ou comunitárias) que continuam
a ser entidades únicas, porém conectadas através de tecnologias proprie-
tárias ou padronizadas que propiciam a portabilidade de dados e aplica-
ções. A nuvem híbrida impõe uma coordenação adicional a ser realizada
para uso das nuvens privadas e públicas.

76
UNIDADE 2

Podemos elencar alguns benefícios comuns nas nuvens públicas e privadas: alta
eficiência; alta disponibilidade; elasticidade; economia de escala; mais fácil inte-
gração, dentre outros.

OLHAR CONCEITUAL
Para finalizar, vamos resgatar os três principais modelos de serviços de computa-
ção em nuvem de acordo com Carissimi (2015, p. 8-9):

É um modelo de provimento de serviço destinado a uma equipe de tecnologia da


informação (TI). Neste modelo, é feito o fornecimento de um sistema computacional
composto por processadores, memória e armazenamento. Ou seja, é necessário instalar e
IaaS configurar, por contra própria, todos os recursos necessários à utilização desse sistema,
tais como, compiladores, banco de dados e, inclusive, o próprio sistema operacional.
Alguns exemplos de provedores IaaS são o Windows Azure, AWS.

Neste modelo, o cliente final é o desenvolvedor do software. Esse modelo


fornece a seus clientes um ambiente completo composto por todos os
recursos necessários para o desenvolvimento de software em uma ou mais
PaaS linguagens de programação tais como compiladores, depuradores,
bibliotecas e um sistema operacional. São exemplos de PaaS, o Windows
Azure Platform, Google AppEngine, entre outros.

Este modelo provê serviços de computação para o usuário final.


No SaaS, o software está pronto para ser usado. Os serviços
oferecidos executam em plataformas computacionais concebidas
para serem utilizadas por um grande número de usuários, das mais
SaaS diferentes organizações e localizações geográficas.
A forma de acesso ao serviço é através da Internet, usualmente a
partir de um navegador. São exemplos desses serviços o Google
Drive, o Gmail, Hotmail, dentre outros.

77
UNIDADE 2

VENDA
SOFTWARE COMO SERVIÇO
Um software ou aplicativo acessado
SaaS pelo usuário final
CONTROLE

PLATAFORMA COMO SERVIÇO

PaaS Você pode hospedar ou desenvolver um


software que será utilizado por usuários
finais

INFRAESTRUTURA COMO SERVIÇO


IaaS Serviços como Backup, Servidores Virtuais,
Armazenamento entre outros
MAIOR

Figura 11 - Hierarquia IaaS, PaaS e SaaS / Fonte: CONHEÇA, 2021.

Descrição da imagem: À esquerda da imagem, um traço vertical informa que quanto mais para baixo, maior
o controle, e quanto mais ao topo, menor o controle. À direita do traço, há uma pirâmide dividida em três
partes. Na base da pirâmide, em uma forma geométrica em degradê roxo e azul está escrito IaaS. À direita,
os dizeres “Infraestrutura como serviço. Serviços como Backup, Servidores Virtuais, Armazenamento, entre
outros”. No meio da pirâmide, em verde, a palavra PaaS. À direita, os dizeres “Plataforma como serviço. Você
pode hospedar ou desenvolver um software que será utilizado por usuários finais”. No topo da pirâmide,
em azul, a palavra SaaS. À direita, os dizeres “Software como Serviço. Um software ou aplicativo acessado
pelo usuário final”.

Neste momento, temos muito mais informações sobre os tipos de nuvens e como
o mercado está adotando este tipo de tecnologia. Cada vez mais, estamos nos
aprofundando nesses conhecimentos da tecnologia em nuvem!

78
UNIDADE 2

Voltamos ao início desta Unidade e relembramos a história do Jeff, diretor de


TI de uma universidade que tem um desafio grande pela frente, a provável mi-
gração para a nuvem. Nesta unidade mergulhamos ainda mais nos benefícios e
diversidades de possibilidades que a nuvem nos traz. Além disso, também vimos
as modalidades de disponibilidade de serviços em nuvem e os tipos de nuvens
(privada, pública etc.). Com esses aprendizados, tenho certeza que se estivéssemos
no papel de Jeff, já teríamos uma melhor conceituação para podermos atuar nas
decisões a serem tomadas. Qual seria o melhor cenário? Migração total para a
nuvem? Trocar algum sistema interno por um serviço disponibilizado como o
SaaS? São tantas as possibilidades que Jeff pode ter! Com o engajamento neces-
sário de todo o time, Jeff certamente fará um ótimo trabalho.
Pelo que estamos estudando, uma migração para a nuvem é o melhor cami-
nho, resta saber qual a melhor forma e o melhor provedor para escolher, adequan-
do suas expectativas e necessidades. Uma mudança rápida pode gerar transtor-
nos, sendo preferível uma mudança planejada e por etapas, para que tudo seja
feito com maior assertividade.

79
Agora que já finalizamos a Unidade, qual tal aplicarmos todo o nosso conhecimento
nas questões a seguir? Vamos juntos!

1. Verificamos nesta Unidade que os serviços em nuvem podem ser disponibilizados


de várias formas, tal como IaaS, PaaS e SaaS. Assinale a alternativa correta para o
conceito de IaaS.

a) Aplicativos são oferecidos como serviços e acessados através de um browser. Um


exemplo desse tipo seria o Google Apps.
b) Capacidade que o provedor tem de oferecer uma infraestrutura de processamen-
to e armazenamento de forma transparente. Um exemplo desse tipo seria a AWS.
c) Capacidade oferecida pelo provedor para o desenvolvedor de aplicativos que
serão executados e disponibilizados na nuvem. Um exemplo seria o Google App
Engine.
d) Aplicativos são oferecidos como serviços e acessados através de um CD-ROM.
Um exemplo seria o Facebook.
e) Nenhuma das anteriores.

80
2. Durante os estudos, vimos muitas características e benefícios que a nuvem pode
trazer para a empresa. Assinale a alternativa CORRETA quanto a essas características.

a) A computação em nuvem dificulta o compartilhamento de dados por sem state-


less (com estado), isto é, mantém os estados nas máquinas locais, mas transfe-
re-os para a nuvem.
b) No modelo de computação em nuvem, geralmente temos que escolher as capaci-
dades de processamento e armazenamento na hora da compra do equipamento,
porém o modelo de computação pessoal é bastante flexível e permite a adaptação
dessa capacidade em relação à demanda, valendo tanto para aumentá-las quanto
para diminuí-las.
c) A utilização da computação em nuvem aumenta em princípio tanto os riscos as-
sociados à integridade dos dados quanto os riscos de segurança, pois os dados
ficam na máquina local.
d) O modelo em nuvem traz um tipo de negócio baseado na contratação de ser-
viços, sendo estes pagos mensalmente, cujo valor dependerá da capacidade de
processamento e armazenamento contratados.
e) No modelo de computação pessoal, geralmente temos que escolher as capacida-
des de processamento e armazenamento na hora da compra do equipamento, e
na nuvem funciona da mesma forma, uma vez feita a escolha da capacidade do
servidor contratado, não é mais possível alterar as configurações.

3. O modelo SaaS provê serviços para o usuário final, ou seja, provavelmente é utilizado
em nosso dia a dia, seja no acesso ao E-mail ou a alguns serviços, tal como Google
Drive, Dropbox, entre outros. Descreva, em no mínimo 5 e no máximo 10 linhas, qual
a forma mais segura de deixar nossos dados nesses serviços, demonstrando algumas
técnicas de segurança que aprendemos nessa Unidade.

81
4. Sabemos que os modelos de serviços disponibilizados em nuvem são interligados
e um suporta o outro em uma ordem. Qual a ordem correta de suporte e interação
entre os modelos? Assinale a alternativa correta.

a) O modelo IaaS suporta o modelo SaaS, que suporta o modelo PaaS.

b) O modelo PaaS suporta o modelo IaaS, que suporta o modelo SaaS.

c) O modelo SaaS suporta o modelo IaaS, que suporta o modelo PaaS.

d) O modelo IaaS suporta o modelo PaaS, que suporta o modelo SaaS.

e) Nenhuma está correta.

5. Dentre as características do modelo de Infraestrutura como Serviço (IaaS), podemos


destacar que:

a) Todos os recursos computacionais estão na nuvem do provedor, que os alocará


de forma dinâmica e elástica, para atender às demandas necessárias.
b) O pagamento é feito no primeiro dia útil do mês, ou seja, se utilizar mais, não será
cobrado.
c) Esse modelo dificulta a criação de ecossistemas que podem gerar aplicações e
serviços complementares.
d) O usuário necessitará dispor de hardware e software nos moldes tradicionais, ou
seja, em seu datacenter, pois toda a capacidade de processamento e armazena-
mento será feita em seu datacenter.
e) A ferramentas Google Drive, Gmail e Hotmail são exemplos de IaaS.

82
6. Quando formos escolher ou analisar qual provedor de nuvem contratar, temos que
considerar alguns aspectos para que essa escolha seja assertiva. Descreva, em no
mínimo 5 e no máximo 10 linhas, quais seriam os aspectos essenciais para a escolha
segura do provedor.

7. A nuvem privada é um tipo de nuvem disponibilizada para que possamos evoluir a


parte tecnológica de nossa empresa. Ela compreende uma infraestrutura de com-
putação operada e quase sempre gerenciada pela organização do cliente. A nuvem
privada pode ser subdividida em dois tipos. Descreva, em no mínimo 5 e no máximo
10 linhas, esses dois tipos.

83
3
Modelos de
Serviços em
Nuvem (Cloud)
Dr. Raul Greco Junior
Esp. Miguel Garcia Jr.

Nesta Unidade, você aprenderá que a utilização, ou migração, de ser-


viços em nuvem passa por conceitos muito importantes, que devem
ser analisados no caso de uma adoção da nuvem como hospedeira
dos serviços de TI de qualquer empresa: os Modelos de Serviço em
Nuvem. Serão abordados os modelos mais utilizados, trazendo mais
clareza para os conceitos relacionados à nuvem. Você fará um paralelo
entre cada modelo e sua aplicação, a fim de elucidar onde cada um se
destaca e qual o melhor cenário para cada tipo de ambiente. Por fim,
verá um breve comparativo entre os modelos abordados, deixando
claro os diferenciais de cada um.
UNIDADE 3

A migração de servidores, ou serviços, para a nuvem (cloud) tem se tornado um


tema importantíssimo para grandes e pequenas empresas. Contudo, continua sen-
do um conceito amplo, do ponto de vista que qualquer serviço pode ser migrado.
À medida que você traz à tona a necessidade de mudança do seu negócio para a
nuvem, seja para implantação de aplicativo ou para adequação da infraestrutura, é
crucial entender as diferenças e vantagens dos vários serviços que a nuvem provê.
Ao entrar nesse mundo de Cloud Computing, introduzido nas unidades an-
teriores, você já imaginou como a decisão de Jeff — o Coordenador de TI de uma
Universidade com 15 mil alunos — de migrar serviços para nuvem vem acompa-
nhada de uma série de fatores que podem mudar o modo como os serviços são
hospedados? A forma como os serviços serão utilizados em nuvem será um dos
desafios que Jeff precisa resolver, pois uma escolha errada pode ocasionar desde
a perda de performance do sistema até um custo financeiro elevado.
Se você olhar atentamente para o mercado, a grande maioria das empresas
está enfrentando uma carga sem precedentes em sua infraestrutura de TI, en-
quanto lutam para atender às crescentes necessidades e expectativas dos clien-
tes por serviços seguros, rápidos e confiáveis. À medida que tentam aumentar a
capacidade de processamento e armazenamento dos seus vários sistemas de TI,
essas mesmas empresas descobrem que o desenvolvimento e a manutenção de
uma infraestrutura de TI robusta, segura e escalonável são relativamente caros.
Com a evolução da oferta de serviços no mercado, as empresas vêm perce-
bendo que, ao invés de adquirir hardware extra, podem fazer a migração dos
seus recursos de TI para nuvem (cloud). Provedores de serviço em nuvem, ge-
ralmente, oferecem serviços como software, armazenamento e processamento
a preços acessíveis. A economia pode variar muito e depende de vários fatores,
como provedor, tipo de contrato, dentre outros.
Para tanto, a estrutura de serviços em nuvem, basicamente, é oferecida em três
modelos de serviço diferentes, cada um satisfazendo um conjunto único de requi-
sitos de negócios. Esses três modelos são conhecidos como IaaS (Infraestrutura
como Serviço ou Infrastructure as a Service), PaaS (Plataforma como Serviço ou
Platform as a Service) e SaaS (Software como Serviço ou Software as a Service).
No caso da migração dos serviços de TI para nuvem, na universidade em
que Jeff é o coordenador de TI, o modelo a ser adotado será muito importante,
tanto no quesito financeiro, visando à economia, quanto no quesito tecnológico,
visando à facilidade na migração dos recursos.

86
UNICESUMAR

Até agora, você pode perceber que um projeto de migração para nuvem
(cloud) não é tão simples quanto parece e demanda uma série de análises e de-
cisões. Uma delas é o modelo a ser adotado em nuvem. Nesta Unidade, iremos
abordar os principais modelos: IaaS, PaaS e SaaS, porém, existem que podem
ser adotados, dependendo do tipo de serviço que a universidade de Jeff deseja
utilizar futuramente.
Pensando em ampliar nosso horizonte de conhecimento no mundo cloud,
faça uma pesquisa na internet e liste, pelo menos, dois tipos de modelos de servi-
ços diferentes dos que vimos nesta Unidade. Não esqueça de descrever cada um,
para que consigamos avaliar a diferença entre eles e a aplicabilidade de cada um.
Mais importante do que simplesmente listar modelos de serviços utilizados em
nuvem (cloud) é entender, realmente, o conceito de cada um, para que possamos
deixar clara a real aplicabilidade de cada modelo.
E aí? Você está conseguindo compreender como um projeto de migração
para nuvem é complexo?
Muitas decisões precisam ser tomadas e, dependendo do cenário, não são
nada fáceis. O item-chave para qualquer tipo de projeto chama-se planejamento.
Quando bem-feito, um planejamento se torna a execução menos traumática e
mais rápida. Se coloque no lugar de Jeff e reflita sobre os itens a seguir, que são
de suma importância para uma tomada de decisão:
■ Como dimensionar os recursos computacionais, em nuvem (cloud), com
base no ambiente local (on-premises)?
■ Posso ter um ambiente híbrido, que me garanta disponibilidade durante
o processo de migração, independente do modelo escolhido?
■ Posso fazer um ambiente mesclado, utilizando parte de dois modelos di-
ferentes (Ex.: alguns recursos como IaaS, outros como PaaS)?

Agora que você viu que a adoção de serviços em nuvem demanda planejamento,
convido você a registrar, no Diário de Bordo, quais sensações e questionamentos
você tem a respeito deste tema. Que perguntas vieram à sua mente, relacionadas
ao tema migração para nuvem? Seria muito mais fácil adotar a nuvem do zero
do que fazer uma migração? Por quê?

87
UNIDADE 3

Vamos iniciar os estudos falando sobre os Modelos de Serviço em Nuvem,


um item primordial para quem quer levar seus serviços para a nuvem. Apesar
do conceito já difundido, a nuvem é um mundo totalmente obscuro para
várias empresas.
Se pararmos para pensar, a utilização dos recursos computacionais em
nuvem é um modelo que pode ser caracterizado como “onipresente”, do pon-
to de vista de permitir acesso de qualquer ponto do globo terrestre. “Ela está
posta como tecnologia disponível para pessoas que precisam ter acesso às
suas informações onde quer que elas estejam” (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 15).

88
UNICESUMAR

89
UNIDADE 3

Um dos maiores benefícios da nuvem é a automação, partindo do princípio que


os recursos necessários, tais como redes, servidores, armazenamento, aplicativos
e serviços podem ser provisionados e liberados rapidamente, com o mínimo de
esforço de gerenciamento ou interação e conforme a necessidade de quem usa.
A partir do momento que uma organização começa a utilizar os recursos
disponíveis em nuvem (cloud), ela abstrairá camadas de gerenciamento, ou seja,
ela não será mais responsável pelo datacenter (físico). Não precisará mais se preo-
cupar com instalações físicas, hardware, sistemas de refrigeração de precisão ou,
dependendo do modelo adotado, com sistemas operacionais.

PENSANDO JUNTOS

Você já imaginou que, ao remover essas camadas de gerenciamento, a instituição estará,


de certa forma, minimizando custos e tempo de tarefas rotineiras da equipe de TI? Isso se
dá porque, ao invés de ter uma equipe de TI dedicada a manter o hardware, a empresa
terá uma equipe focada nos assuntos mais pertinentes da instituição, como inovação e
dimensionamento de seus sistemas e/ou aplicativos.

Para uma adoção sadia da nuvem, temos que entender um pouco melhor como
os serviços de uma organização podem ser migrados. Lembra que falamos que
no caso da migração dos serviços de TI para nuvem, da universidade em que Jeff
é o coordenador de TI, o modelo a ser adotado seria muito importante, tanto no
quesito financeiro, visando à economia, quanto no quesito tecnológico, visando à
facilidade na migração dos recursos? Pois bem, nesse caso, Jeff precisará analisar
alguns modelos de serviço em nuvem (cloud) que podem ser adotados.

90
UNICESUMAR

Primeiramente, vamos ver que as modalidades de implantação que se diferem


com base no tipo de implementação, no tipo de hospedagem e quem tem aces-
so a ele. Todos os modelos de implantação em nuvem são baseados no mesmo
princípio de virtualização (ato de criar uma versão virtual de algo, incluindo
plataformas de hardware de computador virtual, dispositivos de armazenamento
e recursos de rede), mas diferem em termos de localização, capacidade de arma-
zenamento, acessibilidade, dentre outras tipificações. A partir do tipo de dados
e fins que os usuários trabalham, podemos encontrar nuvens públicas, privadas,
híbridas e comunitárias em níveis de segurança e gestão:

Nuvem Pública: Toda a infraestrutura de computação está localizada nas


dependências da empresa que oferece os serviços em nuvem pela internet.
Essa é a opção mais econômica para aqueles indivíduos ou empresas que não
desejam gastar em infraestrutura de TI. Em um ambiente de nuvem pública, os
recursos são compartilhados entre vários usuários que também são chamados
de ‹inquilinos’. O custo de uso dos serviços cloud é determinado através do
uso dos recursos de TI consumidos. Exemplos: Microsoft Azure, Google Cloud
Platform, Amazon Web Services e outras.

Usuários

Pública

Figura 1 – Modalidade Nuvem Pública / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma nuvem ao lado esquerdo com a legenda “Pública”. Essa nuvem
possui três setas que apontam para ícones que representam usuários, de forma direta.

91
UNIDADE 3

Nuvem Privada: Indivíduos ou empresas que escolhem o Private Cloud rece-


bem uma infraestrutura dedicada que não é compartilhada por qualquer outro
órgão. O nível de segurança e controle é mais alto ao usar uma rede privada.
Os custos partem de um indivíduo ou empresa e não são compartilhados com
qualquer terceiro. O gerenciamento do Private Cloud está sob os cuidados do
usuário, e o desenvolvedor não fornece nenhum serviço de gerenciamento em
nuvem. Exemplos: OpenStack, CloudStack, VMware, entre outros.

Usuários

Privada

Organização

Figura 2 – Modalidade Nuvem Privada / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma nuvem ao lado direito com a legenda “Privada” e a palavra
“Organização” abaixo. Essa nuvem possui três setas que apontam para ícones que representam usuários,
de forma direta.

92
UNICESUMAR

Nuvem Híbrida: Este modelo de implantação em nuvem inclui as característi-


cas de nuvem pública e nuvem privada. O Hybrid Cloud permite o compartilha-
mento de dados e aplicativos entre ambientes de nuvem pública e privada. As
organizações usam principalmente a nuvem híbrida quando sua infraestrutura
on-premise precisa de mais escalabilidade, por isso fazem uso da escalabilidade
na nuvem pública para atender às demandas flutuantes dos negócios. As orga-
nizações podem manter seus dados confidenciais em sua nuvem privada com a
abrangência da nuvem pública.

Usuários

Híbrida Pública
Usuários

Privada

Organização

Figura 3 – Modalidade Nuvem Híbrida / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma nuvem ao lado esquerdo com a legenda “Privada” e a palavra
“Organização” abaixo. Essa nuvem possui três setas que apontam para ícones que representam usuários,
de forma direta. Possui uma nuvem ao lado direito com a legenda “Pública”. Essa nuvem também possui
três setas que apontam para ícones que representam usuários, de forma direta. E, por fim, apresenta uma
nuvem interseccionando as anteriores com a legenda “Híbrida”.

93
UNIDADE 3

Nuvem comunitária: A Community Cloud é uma infraestrutura em nuvem


que é compartilhada por usuários da mesma indústria ou por aqueles que têm
objetivos comuns. Essa infraestrutura em nuvem é construída após entender as
necessidades de computação de uma comunidade, pois existem muitos fatores,
incluindo conformidades e políticas de segurança que precisam ser incluídas na
infraestrutura de nuvem da comunidade. Nesse modelo, a nuvem comunitária
pode ser dirigida por terceiros e pode existir tanto na modalidade on-premises
quanto na modalidade off premises da instituição.

Comunitária

Organização A Organização C
Organização B
Figura 4 – Modalidade Nuvem Comunitária / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma nuvem ao centro com a legenda “Comunitária”. Essa nuvem
possui três setas que apontam para ícones que representam organizações, respectivamente representadas
por A, B e C; de forma direta.

94
UNICESUMAR

Agora, vamos abordar como funcionam os modelos mais comuns de serviços em


nuvem, no qual cada modelo se refere a um conjunto de recursos computacionais.

Infraestrutura Plataforma Software


como Serviço como Serviço como Serviço

IaaS (Infraestrutura como Serviço), PaaS (Plataforma como Serviço) e


SaaS (Software como Serviço) são os três principais modelos quando falamos
de serviço de computação em nuvem. Cada um deles é baseado em diferentes
necessidades do usuário e da empresa e fornece um nível diferente de controle,
segurança e escalabilidade. Abordaremos cada modelo mais a fundo, fazendo
um comparativo entre eles ao final desta Unidade.

95
UNIDADE 3

O primeiro modelo que iremos abordar será o de Infraestrutura como Serviço


ou, simplesmente, IaaS. Esse é um modelo de computação em nuvem que permite
o provisionamento e o gerenciamento de recursos computacionais, tais como
servidores, armazenamento (storage) e rede. O termo IaaS vem do inglês Infras-
tructure as a Service, “que trata da capacidade do provedor de proporcionar uma
infraestrutura de armazenamento e processamento.” (SILVA et al., 2020, p. 149)
Como assim gerenciamento de recursos computacionais, tais como servido-
res, armazenamento (storage) e rede? A instituição que utiliza serviços em nuvem
(cloud) tem que comprar equipamentos? Uma migração para nuvem (cloud) não
seria, justamente, para não precisar investir mais em hardware? Pode ficar tran-
quilo(a) que todos esses questionamentos ficarão mais claros conforme formos
caminhando nos nossos estudos.
O modelo de Infraestrutura como Serviço (IaaS) traz o conceito de utilização
de tecnologia e os recursos de datacenters de terceiros, por empresas que não
querem fazer um investimento de capital significativo em equipamentos de TI.
A grande vantagem desse modelo é que, apesar de o cliente ter acesso a infraes-
trutura desse datacenter terceiro, por meio de um painel de controle ou API, ele
não precisará gerenciar o ambiente físico, que fica por conta do terceiro.

96
UNICESUMAR

EXPLORANDO IDEIAS

Mas o que é um datacenter? Para muitas pessoas, esse ainda é um termo desconhecido
ou pouco explorado, apesar dos dias de hoje. Muitos ainda se remetem ao antigo CPD ou
Centro de Processamento de Dados, que era uma sala, geralmente pequena, onde fica-
vam servidores e equipamentos de redes.
Um datacenter, ou Centro de Dados, nada mais é do que uma instalação física (sala ou
prédio), onde todos os servidores corporativos e principais equipamentos de rede es-
tão localizados. Nesse local, você irá encontrar servidores, roteadores, switches, storages
(conjunto de discos para armazenamento), dentre outros. Se verificarmos tudo o que um
datacenter possui, podemos notar que é nesse local que estão todos os equipamentos de
TI que dão suporte às operações de negócio da instituição.
Os datacenters podem ser de diferentes tamanhos, dependendo da infraestrutura que
necessitarem, bem como ser interconectados um ao outro, caso a empresa deseje ter
mais de um, para garantir a continuidade dos serviços de TI, no caso de um desastre.
Fonte: adaptado de O que é um data center, [20-?].

Uma API, ou Application Programming Interface, é uma Interface de Progra-


mação de Aplicação. “é possível criar, administrar e personalizar qualquer má-
quina virtual. Além disso, ele suporta inúmeras ferramentas de virtualização, que
beneficiam a organização com a redução de custos com a otimização de recursos.”
(SILVA et al., 2020, p. 108)
O modelo de Infraestrutura como Serviço (IaaS) traz consigo muita flexi-
bilidade às empresas, uma vez que elas adquirem recursos de computação sob
demanda, em vez de comprarem seu próprio hardware. Dessa forma, as empresas
aumentam a eficiência, a escalabilidade, a redundância e a segurança, mantendo
o controle de sua infraestrutura.


O IaaS tem ganhado espaço pelo uso de um modelo de pagamento
por demanda (on demand), em que o cliente paga apenas pelos
serviços utilizados, e pode, facilmente, aumentar ou reduzir os
serviços contratados (KOLBE JUNIOR, 2020, p. 18)

97
UNIDADE 3

Além disso, ao terceirizar sua infraestrutura, também delegam sua configura-


ção, gerenciamento e manutenção; como consequência, eles podem economizar
muito dinheiro, tempo e esforço, mantendo sua equipe de TI focada no negócio
da instituição.
Você notou quantas expressões são abordadas quando falamos de serviços
em nuvem (cloud)? Escalabilidade, redundância e flexibilidade são algumas delas.
Antes de continuar com os estudos, vamos ver o que cada um desses conceitos
significa? Estes conceitos estão intimamente ligados à utilização de serviços em
nuvem, sendo muito importante a compressão de cada um.

EXPLORANDO IDEIAS

Quando falamos de serviços em nuvem, três conceitos devem estar muito bem dissemi-
nados: escalabilidade, redundância e flexibilidade.
A Escalabilidade, em nuvem, é a possibilidade que a companhia que está usando os ser-
viços tem de acrescer ou diminuir o uso de recursos de forma dinâmica e inteligente, por
exemplo, memória ou processamento. Isso acontece acrescentando ou abatendo os re-
cursos da máquina já cunhada, bem como designando ou apagando uma nova máquina
idêntica. (VERDI et al., 2010, p. 6)
A Redundância pode ser descrita como a duplicação dos recursos que compõem a in-
fraestrutura de TI em nuvem, sejam eles virtuais ou físicos. Caso algum elemento da in-
fraestrutura venha a falhar, um outro item assume seu lugar, não deixando que os servi-
ços fiquem indisponíveis. (MARINESCU, 2018, p. 76)
Por fim, a Flexibilidade permite que você cresça ou diminua, ou seja, a capacidade do
sistema de suportar uma variedade de aplicações conforme a necessidade vigente, pa-
gando somente por aquilo que estiver usando. Ser flexível permite que a empresa possa
ir crescendo conforme necessidade. (MARINESCU, 2018, p. 215)

A Figura 5 retrata a estrutura do modelo de Infraestrutura como Serviço


(IaaS). Nessa Figura podemos notar até onde vai a responsabilidade do forne-
cedor de serviços em nuvem (Cloud), considerando o modelo IaaS, e quais são
as responsabilidades dos clientes. As linhas em cinza mostram que o provedor
é responsável por toda a parte física da estrutura, ou seja, servidores, redes de
comunicação, discos para armazenamento (storages) e a camada de virtualização
do sistema operacional.

98
UNICESUMAR


No modelo IaaS, mesmo que o usuário não disponha do contro-
le da infraestrutura física, com mecanismos de virtualização, ele
consegue controlar as máquinas virtuais, o armazenamento, os
aplicativos instalados e, mesmo limitadamente, os recursos de rede
(SOUSA NETO, 2015)

Conforme já falamos, a partir do momento que uma empresa inicia o seu pro-
cesso de migração para nuvem, ou a adota desde o início de sua existência, ela
não precisa mais se preocupar com a parte física do ambiente, ou seja, com o
hardware, independente do modelo escolhido.

Aplicações

Dados
Figura 5 – Modelo IaaS de
Controle controle
do Usuário Processamento Fonte: o autor com base em
SILVA et al., 2020, p. 149-158.

Middleware Descrição da Imagem: a fi-


gura apresenta uma coluna
Sistema principal chamada “IaaS”, que
IaaS

Operacional se subdivide em outras duas


colunas, a primeira chamada
“Controle do Usuário”, que
Virtualização apresenta as ramificações
“Aplicações”, “Dados”, “Pro-
cessamento”, “Middleware”
Servidores
Controle e “Sistema Operacional”. A
do Provedor segunda coluna, chamada
Armazenamento de “Controle do Provedor”,
apresenta as ramificações
“Virtualização”, “Servidores”,
Rede “Armazenamento” e “Rede”.

99
UNIDADE 3

Ainda olhando para a Figura


Aplicações 5, podemos notar que, no mo-
delo IaaS, o usuário é respon-
sável pela gestão do sistema
operacional e de todos os pro-
Dados gramas lá instalados, inclusive
das atualizações de segurança
e de resolução de bugs de cada
aplicativo e do próprio sistema
Processamento operacional.
Como vantagens do mo-
delo IaaS, podemos elencar
o controle de sua infraestru-
Middleware tura, recursos adquiridos sob
demanda, sem grandes inves-
timentos em hardware e au-
Sistema tomação e escalabilidade dos
Operacional recursos.
As preocupações com o
modelo de Infraestrutura como
Serviço (IaaS) variam conside-
Virtualização ravelmente dependendo do
tipo de nuvem escolhido, uma
vez que as empresas não apro-
veitarão os mesmos benefícios
Servidores de uma nuvem pública, privada
ou híbrida. Da mesma forma,
r os recursos variam significati-

Armazenamento vamente entre os vários prove-


dores que temos no mercado, e
o gerenciamento e a interope-
rabilidade entre os ambientes é

Rede uma das principais preocupa-


ções em um ambiente híbrido
ou multicloud (várias nuvens).

100
UNICESUMAR

O segundo modelo estudado será o de Plataforma como Serviço ou, simples-


mente, PaaS. Esse é um modelo de computação em nuvem que fornece um am-
biente de desenvolvimento pronto para uso “que se refere à capacidade do prove-
dor de oferecer para o desenvolvedor de aplicativos executados e disponibilizados
na nuvem” (SILVA et al., 2020, p. 149). Nesse modelo, os desenvolvedores podem
se concentrar em escrever e executar código para criar softwares e aplicativos.
O termo PaaS vem do inglês Platform as a Service e permite a criação de
softwares e aplicativos escaláveis e altamente disponíveis, sem se preocupar com
o sistema operacional, armazenamento (storage) ou atualizações. Ele fornece uma
estrutura que os desenvolvedores podem usar para desenvolver, gerenciar, distri-
buir e testar aplicativos de software, sem a preocupação de manter o ambiente do
sistema operacional atualizado, por exemplo, pois essa é uma tarefa do provedor,
como veremos mais à frente.
Este modelo de serviço em nuvem deixa toda parte de desenvolvimento
e implantação de softwares e aplicativos mais simples e, tecnicamente, mais
econômico. O PaaS pode ser acessado por vários usuários por meio do mesmo
aplicativo de desenvolvimento e integra serviços da web, ou seja, não se tem
um limite de acesso, trazendo uma dinâmica muito maior para a equipe de
desenvolvimento da instituição.

101
UNIDADE 3

Se no modelo de Plataforma como Serviço (PaaS) eu não preciso me preo-


cupar com o sistema operacional, quem fica responsável por ele? Quem atualiza
o SO para resolução de bugs e brechas de segurança? Recapitulando: em cada
modelo o provedor de nuvem (cloud) é responsável por uma parte dos serviços,
portanto, no PaaS, ele terá responsabilidades diferentes do modelo IaaS. Vamos
continuar para entender melhor?
Os serviços de plataforma baseados em nuvem (cloud) trazem consigo a agi-
lidade de promover a inovação, uma vez que os clientes de PaaS focam no desen-
volvimento dos seus sistemas, tendo somente o controle sobre o que é construído
na plataforma. Nesse sentido, caso haja algum tipo de problema com o sistema
operacional ou hardware da plataforma em si, a responsabilidade de resolução
fica por conta do provedor de serviços, pois o cliente não tem controle sobre
isso, muito menos sobre o impacto que isso tem no desempenho do software.
VERDI et al. apontam que “As plataformas para desenvolvimento de aplicações
em nuvem fornecem tais modelos e permitem utilizar conceitos implícitos tais
como virtualização e compartilhamento de recurso” (2010, p. 4).
A Figura 6 ilustra a estrutura do modelo de Plataforma como Serviço
(PaaS). Nessa figura podemos notar até onde vai a responsabilidade do forne-
cedor de serviços em nuvem (cloud), considerando o modelo IaaS e quais são as
responsabilidades dos clientes. As linhas em cinza mostram, nesse modelo, que
a responsabilidade do provedor aumenta um pouco mais em relação ao modelo
IaaS, pois além de ser responsável por toda parte física da estrutura — ou seja, ser-
vidores, redes de comunicação, discos para armazenamento (storages) e a camada
de virtualização do sistema operacional —, ele é responsável pelo funcionamento
do ambiente onde os aplicativos e dados residirão.
Novamente, e para deixar o conceito de nuvem muito bem difundido em sua
cabeça, a partir do momento que uma empresa inicia o seu processo de migração
para nuvem ou a adota desde o início de sua existência, ela não precisa mais se
preocupar com a parte física do ambiente, ou seja, com o hardware, independente
do modelo escolhido.

102
UNICESUMAR

Aplicações
Controle
do Usuário
Dados Figura 6 – Modelo PaaS de
controle / Fonte: o autor com
base em SILVA et al., 2020, p.
Processamento 159-172.
PaaS

Descrição da Imagem: a fi-


Middleware gura apresenta uma coluna
principal chamada “PaaS”, que
Sistema se subdivide em outras duas
Operacional colunas. A primeira é chama-
da de “Controle do Usuário”
Controle
Virtualização e apresenta as ramificações
do Provedor
“Aplicações” e “Dados”. A
segunda coluna é chamada
Servidores de “Controle do Provedor”
e apresenta as ramificações
“Processamento”, “Middle-
Armazenamento
ware”, “Sistema Operacional”,
“Virtualização”, “Servidores”,
Rede “Armazenamento” e “Rede”.

Ainda olhando para a Figura 6, observamos que o usuário não é mais o respon-
sável pela gestão do sistema operacional e de todos os programas lá instalados,
inclusive, das atualizações de segurança e de resolução de bugs do próprio sistema
operacional. Isso agora é de responsabilidade do provedor, que precisa manter o
ambiente atualizado e seguro para que o usuário possa manter o foco no desen-
volvimento dos seus aplicativos.
Você percebeu que, conforme o modelo escolhido, o nível de responsabili-
dade do usuário, com relação a manutenção do ambiente, diminui? Notou como
o planejamento para a adoção de serviços em nuvem é muito importante, tanto
em uma migração quanto em uma adoção do zero, levando em consideração o
custo/benefício? Que tal irmos comparando os modelos?
Na Figura 7, trazemos o comparativo entre os modelos de Infraestrutura
IaaS e PaaS, lado a lado, para que você possa observar com mais clareza os con-
troles do provedor e do usuário em cada um dos modelos.

103
UNIDADE 3

Aplicações Aplicações
Controle do
Usuário
Dados Dados

Controle do Processamento Processamento


Usuário

PaaS
Middleware Middleware

Sistema Sistema
Operacional
IaaS

Operacional
Controle do
Virtualização Provedor Virtualização

Servidores Servidores
Controle do
Provedor Armazenamento
Armazenamento

Rede Rede

Figura 7– comparativo entre os modelos de Infraestrutura IaaS e PaaS / Fonte: o autor com base
em SILVA et al., 2020 (p. 149-172)

Descrição da Imagem: a figura apresenta duas imagens, lado a lado. Na figura da esquerda, apresentamos
o modelo IaaS que traz uma coluna principal chamada “IaaS”, que se subdivide em outras duas colunas, a
primeira chamada “Controle do Usuário”, que apresenta as ramificações “Aplicações”, “Dados”, “Processamen-
to”, “Middleware” e “Sistema Operacional”. A segunda coluna, chamada de “Controle do Provedor”, apresenta
as ramificações “Virtualização”, “Servidores”, “Armazenamento” e “Rede”. Na figura da direita, apresentamos
o modelo PaaS, que traz uma coluna principal chamada “PaaS”. Essa coluna se subdivide em outras duas: a
primeira chamada “Controle do Usuário”, que apresenta as ramificações “Aplicações” e “Dados”, e segunda
chamada de “Controle do Provedor”, que apresenta as ramificações “Processamento”, “Middleware”, “Sistema
Operacional”, “Virtualização”, “Servidores”, “Armazenamento” e “Rede”.

Note, novamente, que dependendo do modelo escolhido, a responsabilidade de


gerenciamento do serviço, por parte do usuário, diminui. Consequentemente,
dependendo da estratégia da empresa que está adotando o modelo em nuvem
(cloud), não há necessidade de manter uma equipe especializada para os serviços
de infraestrutura, focando na parte de desenvolvimento. Lógico que isso tudo
depende muito da estratégia da empresa.
Como principais vantagens do modelo de Plataforma como Serviço (PaaS),
temos o desenvolvimento, teste e implantação de aplicativos de forma mais sim-
ples e econômica, a criação de aplicativos personalizados, escalonáveis e altamen-
te disponíveis e uma maior rapidez na inovação para a empresa.

104
UNICESUMAR

Com tudo que já vimos, a Plataforma como Serviço (PaaS) permite que as
organizações criem, executem e gerenciem aplicativos sem a infraestrutura de TI.
Nesse sentido, o processo se torna mais fácil e rápido, quando falamos de desenvol-
vimento, teste e implementação de aplicativos. Como os desenvolvedores podem se
concentrar em escrever códigos e criar aplicativos sem se preocupar com atividades
demoradas de infraestrutura de TI, como provisionamento de servidores, armaze-
namento e backup, o PaaS, de certa forma, agrega mais valor à nuvem. Dessa forma,
esse processo pode reduzir a sobrecarga de gerenciamento e os custos.

O nosso último modelo estudado será o de Software como Serviço, ou sim-


plesmente SaaS, é um modelo de computação em nuvem em que o software
é hospedado online e disponibilizado aos clientes por meio de assinatura ou
compra. Nesse modelo, os provedores de serviços em nuvem hospedam os apli-
cativos em sua infraestrutura, e os usuários podem acessá-los por meio de um
navegador (browser) ou aplicativo, de diferentes dispositivos.

105
UNIDADE 3

O termo SaaS vem do inglês Software as a


Service e, nesse modelo, diferente dos modelos de
Infraestrutura como Serviço (IaaS) e Plataforma
como Serviço (PaaS), o provedor é responsável por
desenvolver, manter e atualizar o software ofertado,
bem como manter toda a parte de infraestrutura
atualizada e segura.
Por parte do usuário, utilizar produtos ofertados
no modelo de Software como Serviço (SaaS) é muito
fácil, tendo apenas que fazer a autenticação (login)
no software desejado e começar a usá-lo online, sem
a necessidade de instalar ou ter uma estrutura para
hospedar o software localmente.
Nesse modelo, a facilidade de uso é tão grande
que a equipe de TI da empresa que contrata esse
tipo de serviço não precisa perder tempo, baixan-
do e instalando aplicativos no computador de cada
colaborador.
Muito importante frisar que, como no modelo
de Software como Serviço (SaaS), o provedor é que
mantém toda a infraestrutura do software ofertado,
desde a parte de hardware até o desenvolvimento
e atualização. Os usuários finais (clientes) não têm
muito controle sobre ele, o que pode ser uma des-
vantagem para algumas empresas.
A Figura 8 mostra como é composto o modelo de
Software como Serviço (SaaS). Nela, podemos notar
que a responsabilidade do fornecedor de serviços em
nuvem (cloud) é total, e o usuário não possui mais
responsabilidades sobre a infraestrutura do software.
Nesse modelo, o usuário só utiliza o serviço contrata-
do, deixando toda parte de desenvolvimento, manu-
tenção e atualização por conta do fornecedor.

106
UNICESUMAR

Aplicações

Dados
Figura 8 – Modelo SaaS de
controle / Fonte: o autor com
base em SILVA et al., 2020, p.
Processamento 173–192.

Descrição da Imagem: a fi-


Middleware
gura apresenta uma coluna
escrito “SaaS”, que traz nove
Sistema
SaaS

Controle do definições colocadas uma em


Provedor Operacional cima da outra. Começando
de baixo para cima, temos
Virtualização nove retângulos: “Rede”,
“Armazenamento”, “Servido-
res”, “Virtualização”, “Sistema
Servidores Operacional”, “Middleware”,
“Processamento”, “Dados” e
“Aplicações”. Ao lado esquer-
Armazenamento do deles, temos um retân-
gulo conectado aos outros
nove, escrito “Controle do
Rede Provedor”.

PENSANDO JUNTOS

Você notou que a escolha do modelo depende da estratégia que a instituição possui,
tanto em termos de evolução dos sistemas, quanto na manutenção de uma equipe de
TI? Dependendo do modelo escolhido, e da estratégia da empresa, você pode ter tanto
uma equipe pequena, terceirizando o que for necessário, quanto uma equipe maior,
visando grandes projetos e desenvolvimento de produtos.

107
UNIDADE 3

De um modo geral, o modelo de Software como Serviço (SaaS) é o serviço de


computação em nuvem mais comum. Se pararmos para pensar, todos nós usa-
mos alguns produtos SaaS em nossas vidas, cotidianamente. O modelo SaaS é
muito utilizado por várias empresas para construir seus negócios, pois é fácil
de implantar, usar, gerenciar e escalar. Além disso, o modelo de Software como
Serviço (SaaS) tornou a colaboração entre equipes muito mais fácil e dinâmica,
trazendo mais produtividade para as empresas.
Esse modelo traz como vantagens a economia de tempo e dinheiro, ter-
ceirizando a instalação, gerenciamento e atualização de aplicativos e softwares.
Isso traz para a equipe de TI a liberdade para dedicar seu tempo a tarefas mais
valiosas e complexas, voltadas ao negócio, e a upgrades e melhorias contínuas
dos softwares utilizados.
Para que possamos fixar, ainda mais, os conceitos desse modelo, o Software
como Serviço (SaaS) substitui o software tradicional, instalado em servidores e,
localmente, no dispositivo, por software licenciado por assinatura. Ele é hospe-
dado na infraestrutura do provedor de nuvem. A maioria dos aplicativos SaaS
pode ser acessada diretamente de um navegador da web (browser), sem nenhum
download ou instalação necessária. Segundo Veras (2015, p. 44):


Aplicativos de interesse para uma grande quantidade de clientes
passam a ser hospedados na nuvem como uma alternativa ao pro-
cessamento local. Os aplicativos são oferecidos como serviços por
provedores e acessados pelos clientes por aplicações como o brow-
ser. Todo o controle e gerenciamento da rede, sistemas operacionais,
servidores e armazenamento é feito pelo provedor de serviço.

Na Figura 9, podemos notar a diferença entre os três modelos, Infraestrutura


como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software como Serviço
(SaaS). Fica muito claro o limiar entre a responsabilidade do provedor de serviço
em nuvem e a responsabilidade do usuário.

108
UNICESUMAR

Aplicações
Aplicações Aplicações
Aplicações
Controle do do
Controle
cações Aplicações Usuário
Usuário
Controle do Dados
Dados Dados
Dados
Usuário
ados Controle dodo
Controle Dados
Processamento
Processamento Processamento
Processamento
Usuário
Usuário

PaaS
PaaS
samento Processamento
Middleware
Middleware Middleware
Middleware
IaaSPaaS

dleware Middleware
Sistema
Sistema Sistema
Sistema
Operacional Operacional
IaaS

Operacional Operacional
tema Sistema Controle do do
Operacional Controle Virtualização
acional Virtualização
Virtualização Provedor
Provedor Virtualização
Controle do
alização Provedor Virtualização Servidores
Servidores
Servidores Servidores
Controle dodo
Controle
Provedor
Provedor Servidores
idores Armazenamento
Armazenamento
Armazenamento
Armazenamento
Armazenamento Rede
enamento Rede Rede
Rede
Rede
ede
Aplicações Aplicações
Aplicações Aplicações
Figura 9 – Comparativo IaaS x PaaS x SaaS
Fonte: o autor com base em SILVA et al., 2020, p.
cações Dados
Aplicações Dados
Dados 149–192. Dados

ados Processamento
Dados Processamento
Processamento Descrição da Imagem: A figura apresenta três colunas. A
Processamento
coluna da esquerda apresenta uma coluna principal cha-
Middleware
SaaSOn Premise

samento Processamento Middleware


mada “IaaS”, que se subdivide em outras duas colunas, a
Middleware
On Premise

Middleware
primeira chamada “Controle do Usuário”, que apresenta
SaaS

Controle do Sistema Controle do


as ramificações
Sistema
Controle“Aplicações”, “Dados”,
Sistema“Processamento”,
SaaS

dleware Controle do
Usuário Sistema
Operacional Provedor do Operacional
Usuário Middleware Provedor
“Middleware” e “Sistema Operacional”. A segunda coluna,
Operacional Operacional
Virtualização chamada de “Controle do Provedor”, apresenta as rami-
tema Controle do Sistema Virtualização
acional Provedor Virtualização
Operacional ficações “Virtualização”, “Servidores”, “Armazenamento”
Virtualização
e “Rede”. A coluna do centro apresenta uma coluna
Servidores Servidores
alização Servidores
Virtualização principal chamada “PaaS”, que se subdivide em outras
Servidores
duas colunas. A primeira, chamada “Controle do Usuá-
Armazenamento Armazenamento
rio”, apresenta as ramificações “Aplicações” e “Dados”.
idores Servidores
Armazenamento Armazenamento
A segunda coluna, chamada de “Controle do Provedor”,
Rede Rede
apresenta as ramificações “Processamento”, “Middlewa-
enamento Rede
Armazenamento Rede
re”, “Sistema Operacional”, “Virtualização”, “Servidores”,
“Armazenamento” e “Rede”. A coluna da direita apresenta
ede Rede uma coluna escrito “SaaS”, que traz nove definições colo-
cadas uma em cima da outra. Começando de baixo para
cima, temos nove retângulos: “Rede”, “Armazenamento”,
“Servidores”, “Virtualização”, “Sistema Operacional”, “Mi-
ddleware”, “Processamento”, “Dados” e “Aplicações”. Ao
lado esquerdo deles, temos um retângulo conectado aos
nove, escrito “Controle do Provedor”.

109
UNIDADE 3

Você lembra que, no início dessa Unidade, nós vimos que o modo como os servi-
ços seriam utilizados em nuvem seria um dos desafios que Jeff precisaria resolver,
pois uma escolha errada poderia ocasionar desde a perda de performance do
sistema até um custo financeiro elevado? Pois bem, com os modelos que descre-
vemos, Jeff precisa analisar muito bem o ambiente que será migrado, podendo,
dependendo da estratégia da instituição, escolher um deles ou trabalhar com
mais de um modelo combinado.

Fala galerinha... Que tal abordarmos um assunto corriqueiro


no dia a dia de muitas empresas que estão adotando a
nuvem (cloud)? É muito legal conhecermos os modelos de
nuvem (cloud), porém fica muito mais interessante quando
aliamos o conceito à prática. Vamos conhecer como várias
empresas têm adotado a nuvem. Nesse Podcast, falarei so-
bre a migração lift-and-shift. Não conhece esse vocábulo?
Então, bora embarcar nessa viagem que irá agregar muito
ao seu conhecimento, pois o termo de hoje pode ser o seu
desafio de amanhã.

Que tal, agora, se eu trouxer uma Figura para ilustrar o que seria uma hierar-
quia, quando nos referimos ao modelo em que o usuário tem o maior controle
de tudo que será instalado no seu ambiente, até o modelo em que ele apenas
utiliza serviços? Essa Figura pode ser encarada como um complemento da
Figura 9, porém de uma forma mais lúdica.

110
UNICESUMAR

SaaS PaaS IaaS

Menor Médio Maior


Controle Controle Controle

Software Plataforma Infraestrutura


como serviço como serviço como serviço

Figura 10 - Categoria IaaS, PaaS e SaaS / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura apresenta três colunas. A primeira delas, a coluna da esquerda, é um
retângulo maior com o título SaaS, que traz dois retângulos internos, um sobre o outro, escrito “Menor
Controle” e “Software como serviço”. A coluna do centro é um retângulo maior com o título PaaS e traz dois
retângulos internos, um sobre o outro, escrito “Médio Controle” e “Plataforma como serviço”. Por fim, a coluna
da direita é um retângulo maior com o título IaaS e traz dois retângulos internos, um sobre o outro, escrito
“Maior Controle” e “Infraestrutura como serviço”.

NOVAS DESCOBERTAS

Podemos perceber que a nuvem segue evoluindo e se modernizan-


do. Prova disso são os modelos de serviços estudados, que não são
os únicos, mas, hoje, são os principais adotados pelo mercado. Toda
essa evolução começou com o on-premises (datacenter mantido pela
empresa). Que tal fixarmos um pouco mais o conteúdo estudado nes-
sa Unidade? Esse vídeo reforça os conceitos aqui estudados, com uma
explicação bem simples dos três modelos abordados na Unidade.

111
UNIDADE 3

Antes de continuarmos, e por mais que muitos saibam o significado dessa expres-
são, é muito importante fixarmos o significado de on-premises:


Os softwares on-premises são os softwares convencionais, que
exigem da empresa que os utilizam uma extensa infraestrutura de
hardware para sua implementação, o que promove um alto custo
financeiro, pois, além do hardware, é necessário pagar o software e
suas licenças, além de demandar tempo e uma equipe de TI total-
mente dedicada a esse suporte e às manutenções. Nesse caso, toda a
responsabilidade é do cliente, e o software é instalado diretamente
em cada estação de trabalho, sem poder ser acessado de outras ma-
neiras. (MARIANO et al., 2020, p. 234)

Agora que passamos pelos conceitos dos modelos de serviço em nuvem Infraestru-
tura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software como Serviço
(SaaS), que tal fazermos uma abordagem comparativa com a realidade de muitas
empresas? Muitas começam, ou começaram, com servidores e equipamentos locais.
Você já imaginou o grau de gerência que é necessário para manter esse ambiente?
Outro ponto interessante é que falamos que os modelos IaaS, PaaS e SaaS são
os principais, mas não os únicos, certo? A nuvem evolui a cada dia, trazendo mais
e mais recursos para seus clientes. Com isso, os modelos também evoluem e novos
são criados, pois o mercado está sempre de olho nas necessidades dos clientes.
Podemos citar, além dos modelos estudados nessa Unidade, alguns outros, para
que você possa ir se familiarizando com eles. Cada modelo tem sua particulari-
dade e pretende trazer mais agilidade e economia para os usuários:
■ Modelo DaaS ou Desktop as a Service: o modelo Desktop como Serviço
nada mais é que uma máquina virtual ofertada para o cliente. A ideia é que
o usuário não precise investir em desktops para as áreas administrativas,
tendo um equipamento mínimo, para permitir acesso a uma máquina
virtualizada na nuvem. Com isso, a empresa que contrata esse tipo de
serviço pode criar imagens de máquinas com aplicativos já instalados,
trazendo muito mais agilidade no provisionamento de máquinas para
os usuários administrativos;

112
UNICESUMAR

■ Modelo FaaS ou Function as a Service: esse


modelo de Função como Serviço permite
que o usuário crie e gerencie suas soluções
em nuvem, com base em eventos. Nesse mo-
delo, os serviços são criados como funções
que o usuário coloca para serem executadas
em nuvem. Como exemplo, você pode imagi-
nar uma função em que o usuário programa
um acesso a uma API ou uma alteração em
um banco de dados. No modelo de Função
como Serviço, o cliente é cobrado conforme
executa o código na nuvem, ou seja, é cobra-
do pelo tempo de execução.

Note que, no modelo DaaS, o(a) usuário(a) pode


acessar seu computador de qualquer lugar, pela in-
ternet, tendo acesso aos seus aplicativos e ao siste-
ma operacional escolhido. Já no modelo FaaS, o(a)
usuário(a) automatiza as ações por meio de eventos
pré-configurados.
Vamos pegar o exemplo de Jeff. Quando a uni-
versidade começou a informatizar suas áreas e pro-
cessos, eles tiveram que comprar máquinas e equipa-
mentos. Para poder utilizar os sistemas, por mais que
fossem de terceiros, precisaram adquirir servidores.
Antigamente, qualquer empresa que precisasse
ter, em sua estrutura, um sistema instalado, teria que
começar em uma sala, comumente chamada de CPD
(Central de Processamento de Dados) ou já iniciar
com um datacenter minimamente estruturado. Em
ambos os casos, você precisaria de um mínimo de
infraestrutura instalada para que os serviços pudes-
sem funcionar.

113
UNIDADE 3

Agora, pense: qual a quantidade de recursos em que a universidade precisou se


preocupar ao montar seu datacenter? Se fossemos listar alguns itens básicos, para
ter um datacenter “decente”, poderíamos citar, dentre outros:
■ Rede de dados;
■ Piso elevado;
■ Eletricidade;
■ Grupo gerador (equipamento de médio ou grande porte, movido a com-
bustível, que fornece energia elétrica sempre que ocorrem oscilações no
abastecimento da rede elétrica ou apagões);
■ No-break (equipamento que alimenta aparelhos por meio de um banco
de baterias, quando há queda ou variações bruscas de energia);
■ Climatização;
■ Equipamentos de redes;
■ Sistema antichamas;
■ Servidores;
■ Segurança de acesso.

114
UNICESUMAR

Poderíamos continuar listando inúmeros itens a mais, porém a intenção aqui


não é detalhar um datacenter, mas sim mostrar o quão oneroso é a construção e
manutenção dele. Coloque na conta, agora, um plano de atualização tecnológica
de um datacenter desses, para que você tenha sempre seus equipamentos atuali-
zados e não tenha problemas de performance.
Assim como na universidade de Jeff, essa é a realidade de muitas outras em-
presas que têm que manter um datacenter. Não bastasse a manutenção de toda
infraestrutura, as empresas contam, ainda, com a depreciação dos equipamen-
tos. Agora, que tal fazermos um comparativo entre as responsabilidades de Jeff,
enquanto coordenador de TI, tendo seu próprio datacenter, com os modelos de
nuvem aqui estudados?

115
UNIDADE 3

Aplicações Aplicações
Controle do
Usuário
Dados Dados

Controle do Processamento
Usuário Processamento

PaaS
Middleware Middleware

Sistema Sistema
IaaS

Operacional Operacional
Controle do
Virtualização Provedor Virtualização

Servidores Servidores
Controle do
Provedor
Armazenamento
Armazenamento

Rede
Rede

Aplicações Aplicações

Dados Dados

Processamento Processamento

Middleware
On Premise

Middleware
SaaS

Controle do Sistema Controle do Sistema


Usuário Operacional Provedor Operacional

Virtualização Virtualização

Servidores Servidores

Armazenamento Armazenamento

Rede Rede

Figura 11 - On-premise
Fonte: O autor com base em INTEL, 2022 e SILVA et al., 2020, p. 149–192.

116
UNICESUMAR

Descrição da Imagem: a figura apresenta quatro colunas, divididas em dez retângulos cada uma, posi-
cionados um embaixo do outro. O primeiro retângulo da coluna à esquerda, no topo, traz o nome “On-
-premise”. Começando de baixo para cima, temos nove retângulos na cor azul: “Rede”, “Armazenamento”,
“Servidores”, “Virtualização”, “Sistema Operacional”, “Middleware”, “Processamento”, “Dados” e “Aplicações”.
Ao lado esquerdo deles, temos um colchete conectado aos nove, escrito “Controle do Usuário”. O primeiro
retângulo da coluna superior, do lado esquerdo, traz o nome “IaaS”. Começando de baixo para cima, temos
quatro retângulos na cor cinza: “Rede”, “Armazenamento”, “Servidores”, e “Virtualização”. Ao lado esquerdo
deles, temos um colchete conectado aos quatro, escrito “Controle do Provedor”. Na sequência, temos cinco
retângulos na cor azul: “Sistema Operacional”, “Middleware”, “Processamento”, “Dados” e “Aplicações”. Ao
lado esquerdo deles, temos um colchete conectado aos cinco, escrito “Controle do Usuário”. O primeiro
retângulo da coluna superior, lado direito, traz o nome “PaaS”. Começando de baixo para cima, temos
sete retângulos na cor cinza: “Rede”, “Armazenamento”, “Servidores”, “Virtualização”, “Sistema Operacional”,
“Middleware” e “Processamento”. Ao lado esquerdo deles, temos um colchete conectado aos sete, escrito
“Controle do Provedor”. Na sequência, temos dois retângulos na cor azul: “Dados” e “Aplicações”. Ao lado
esquerdo deles, temos um colchete conectado aos dois, escrito “Controle do Usuário”. O primeiro retângulo
da coluna inferior, lado direito, traz o nome “SaaS”. Começando de baixo para cima, temos nove retângulos
na cor cinza: “Rede”, “Armazenamento”, “Servidores”, “Virtualização”, “Sistema Operacional”, “Middleware”,
“Processamento”, “Dados” e “Aplicações”. Ao lado esquerdo deles, temos um colchete conectado aos nove,
escrito “Controle do Provedor”.

Na Figura 11, podemos notar que a responsabilidade em manter o ambiente, por


parte do usuário, diminui, dependendo do modelo escolhido. Montar um data-
center, hoje, é uma tarefa que deve ser muito bem estudada, pois, dependendo
do cenário, sai muito mais caro do que contratar um serviço em nuvem (cloud).
Você deve estar se perguntando: mas as empresas que ofertam serviços em
nuvem têm que ter um datacenter muito bem estruturado e isso sai caro. Como
elas conseguem se manter e manter tudo atualizado? A resposta é simples: com-
partilhamento de recursos. Para os fornecedores de serviços em nuvem (cloud) o
ponto de equilíbrio está na quantidade de clientes. Quanto mais clientes utilizarem
seus serviços em nuvem, menos onerosa será a manutenção da infraestrutura.
Nesse caso, a empresa não fica com recursos parados, pois toda infraestrutura é
compartilhada com cada cliente. Esse compartilhamento segue toda uma norma de
segurança e privacidade, para que um cliente não tenha acesso aos dados de outro.
Entendeu a diferença entre um datacenter de uma empresa, em que os recur-
sos são utilizados só por ela, e um datacenter de um provedor de nuvem, em que
os recursos são compartilhados?
Nesse caso, temos um sistema de ganha-ganha, pois o cliente precisa diminuir
seus custos e continuar utilizando sistemas, e o fornecedor precisa de clientes para
pagar os custos de sua infraestrutura e manter tudo funcionando e atualizado.

117
UNIDADE 3


A diversidade de aplicações que podem ser hospedadas usando o
modelo em nuvem inclui desde aplicações comerciais, aplicações
de TI e aplicações Web tradicionais até aplicações científicas para
processamento paralelo em batch e aplicações móveis. Estas dife-
rentes aplicações requerem diferentes arquiteturas de data centers
e isto tem motivado a pesquisa e o desenvolvimento de soluções
que atendam a esta demanda, no sentido de criar mecanismos
escaláveis, com alto desempenho e custos mínimos. Isto inclui a
pesquisa em infraestrutura voltada para a eficiência energética,
cabeamento, resfriamento e, principalmente, infraestrutura de in-
terconexão dos servidores. (VERDI et al., 2010, p. 2).

Lembrem-se que, no início da Unidade, falamos que no caso da migração dos


serviços de TI para nuvem — da Universidade onde Jeff é o coordenador de TI
—, o modelo a ser adotado será muito importante, tanto no quesito financei-
ro, visando à economia, quanto no quesito tecnológico, visando à facilidade na
migração dos recursos? Pois bem, após os modelos apresentados, note que Jeff
tem um grande desafio pela frente, pois ele deverá analisar se a tecnologia que a
universidade tem hoje deve ser migrada do jeito que está, sem modificações nas
aplicações, ou se essas aplicações podem ser instaladas, reescritas ou, até mesmo,
substituídas por outras que já são ofertadas em nuvem.
A escolha de Jeff, de como a migração deverá ocorrer, irá indicar qual o me-
lhor modelo a ser adotado. Lembrando que ele pode utilizar mais de um modelo,
caso seja necessário. Esse é o grande diferencial de utilizar serviços em nuvem.
Espero que todo o conhecimento apresentado até aqui esteja sendo bem absor-
vido por você. Seguiremos agora para a atividade, momento em que você poderá
rever e fixar ainda mais alguns conceitos e, caso necessário, retornar e relembrar
os conhecimentos da Unidade. Vamos lá!

118
1. Os serviços em nuvem consistem em infraestrutura, plataformas ou software hos-
pedados por fornecedores terceirizados e disponibilizados aos usuários via internet.

Eles viabilizam o fluxo de dados de usuários de clientes de front-end (por exemplo,


servidores, tablets, computadores, laptops e qualquer outro hardware utilizado por
usuários) para os sistemas de provedores e vice-versa por meio da internet. Os
usuários podem acessar os serviços em nuvem usando apenas um computador com
sistema operacional e conexão com a internet ou rede privada virtual (VPN).

HAT, R. O que são serviços em nuvem? Disponível em: https://www.redhat.com/


pt-br/topics/cloud-computing/what-are-cloud-services. Acesso em: 10 jan. 2022.

Dentre os vários serviços em nuvem que temos no mercado, vamos optar pelo pa-
cote Microsoft 365. Esse serviço é uma versão online do pacote Office, com várias
outras funcionalidades, com foco no trabalho colaborativo e simultâneo. Levando em
consideração o que foi estudado nesta Unidade e analisando o fragmento de texto
acima, o pacote Microsoft 365 se enquadra em qual modelo de nuvem? Assinale a
alternativa correta:

a) PaaS.
b) SaaS.
c) IaaS.
d) DaaS.
e) Nenhuma das alternativas.

119
2. Os modelos de nuvem vêm em três tipos: SaaS (software como serviço), IaaS (infraes-
trutura como serviço) e PaaS (plataforma como serviço). Cada um dos modelos de
nuvem tem seu próprio conjunto de benefícios que podem atender às necessidades
de vários negócios.

A escolha entre eles requer um entendimento desses modelos de nuvem, avaliando


seus requisitos e descobrindo como o modelo escolhido pode entregar seu conjunto
pretendido de fluxos de trabalho.

SOUSA, J. Modelos de serviço em Nuvem SaaS, IaaS, PaaS – Escolha o certo para
sua empresa! Disponível em: https://otg.com.br/modelos-de-servico-em-nuvem-saas-
-iaas-paas-escolha-o-certo-para-sua-empresa/. Acesso em: 10 jan. 2022

Com base no texto acima, vamos analisar os três modelos de serviço em nuvem,
descritos abaixo:

I - O serviço é gerenciado pelo provedor, pois o foco está em aplicativos e softwares


para os usuários finais. Nesse modelo, o usuário não precisa se preocupar com
a manutenção de serviços ou infraestrutura;
II - É o modelo que mais se assemelha a um datacenter, no sentido de gerenciamen-
to dos recursos, pois oferece ao usuário acesso ao gerenciamento de instâncias
virtualizadas ou hardwares dedicados, bem como espaço de armazenamento
de dados;
III - Esse modelo dispensa o gerenciamento da infraestrutura pelo usuário, fazendo
com que ele mantenha o foco no desenvolvimento e gerenciamento dos seus
próprios aplicativos. Toda a parte de manutenção e atualização de infraestru-
tura adjacente fica por conta do provedor de serviços. Com base nos conceitos
apresentados, assinale a alternativa correta:

a) SaaS, PaaS e IaaS


b) PaaS, IaaS e SaaS
c) IaaS, SaaS e PaaS
d) SaaS, IaaS e PaaS
e) IaaS, PaaS e SaaS

120
3. Funciona como um complemento das demais opções de computação em nuvem que
podem ser adotadas pelas empresas. Ele envolve toda a mudança de uma infraes-
trutura física para os servidores do serviço contratado. A grande vantagem desse
serviço é a sua ótima flexibilidade. Isso significa que os usuários vão pagar apenas
pelo que consomem, on demand.

MULTIEDRO. IaaS, PaaS e SaaS: entenda as diferenças entre eles. Disponível em:
https://blog.multiedro.com.br/iaas-paas-saas/. Acesso em: 10 jan. 2022.

O texto acima descreve um dos modelos estudados. Agora, analise o excerto abaixo:

No modelo de ____________ como Serviço ou ________, o usuário é o responsável pela


instalação, manutenção e atualização do sistema operacional utilizado, bem como
pelos softwares usados nesse ambiente.

Conforme foi estudado, qual das alternativas abaixo completa as lacunas em branco
da questão? Assinale a alternativa correta:

a) Infraestrutura e IaaS
b) Plataforma e PaaS
c) Software e SaaS
d) Infraestrutura e PaaS
e) Plataforma e IaaS

121
4. Embora as siglas SaaS, IaaS e PaaS sejam conhecidas por muitos profissionais, o
assunto ainda gera dúvidas frequentes, mesmo para quem atua em TI. Essa clas-
sificação, que diz respeito aos modelos de serviço na nuvem, representa formatos
complementares com vantagens e direcionamentos específicos.

MICROSERVICE. Tipos de cloud: entenda os modelos SaaS, PaaS e IaaS. Disponível


em: https://www.microserviceit.com.br/tipos-de-cloud/. Acesso em: 10 jan. 2022

Após a leitura do texto acima, analise as seguintes afirmações:

I - O modelo de Infraestrutura como Serviço (IaaS) permite o fornecimento de re-


cursos, tais como servidores, rede, armazenamento de dados e outros recursos,
que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos;
II - No modelo de Software como Serviço (SaaS), o usuário é o responsável por
administrar a infraestrutura, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais,
armazenamento de dados e até mesmo aplicações instaladas no ambiente;
III - São modelos de serviços em nuvem (cloud): Plataforma como Serviço (PaaS) e
Infraestrutura como Serviço (IaaS) e Software como Serviço (SaaS);
IV - No modelo de Plataforma como Serviço (PaaS), o provedor fornece sistema ope-
racional, linguagens de programação e ambientes de desenvolvimento para as
aplicações. Isso auxilia na implementação das aplicações, pois contém ferramen-
tas de desenvolvimento e colaboração entre desenvolvedores;
V - No modelo Plataforma como Serviço (PaaS), o usuário tem a responsabilidade de
administrar a infraestrutura, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais e
armazenamento de dados.

Com base nos conceitos que estudamos, assinale a alternativa correta:

a) II, III e V
b) III, IV e V
c) I, III e V
d) I, II e IV
e) III, I e IV

122
4
Implantação
de Serviços em
Nuvem (Cloud)
Dr. Raul Greco Junior
Esp. Miguel Garcia Jr.

Nesta Unidade, você aprenderá que a implementação de serviços em


nuvem envolve muito mais do que começar do zero ou migrar serviços
do ambiente local (on-premises) para a nuvem. Abordaremos os aspec-
tos legais e financeiros — o calcanhar de Aquiles de muitas empresas
— da nuvem. Por fim, passaremos por conceitos de microsserviços,
um aliado de quem utiliza serviços em nuvem, pois facilitam a esca-
labilidade e agilizam o desenvolvimento de aplicativos. E aí? Vamos
embarcar nessa viagem?
UNIDADE 4

Quando o assunto é Computação em Nu-


vem, ou Cloud Computing, as possibilidades
vão além da escolha do provedor de serviços
ou do modelo que será adotado pela empre-
sa contratante. As instituições, seja as que
utilizam infraestrutura tecnológica on-pre-
mises (datacenter local) ou as que usam Nu-
vem (Cloud), desejam que seus dados sejam
compartilhados com outras empresas. Visto
isso, a segurança se torna um item primor-
dial em qualquer ambiente tecnológico.
Jeff, o coordenador de TI de uma uni-
versidade com 15 mil alunos, vem sendo o
personagem principal da nossa saga para a
nuvem. Jeff tem mais inúmeros itens para
avaliar, quando o assunto é a migração de
servidores e/ou serviços da universidade
para um provedor de nuvem. Os modelos de
serviço em nuvem, os quais já tivemos con-
tato, são apenas alguns itens desse universo
chamado nuvem. A escolha de um provedor
de serviços em nuvem vai bem além disso.
Em um ambiente on-premises (local), os
dados estão armazenados nos servidores de-
dicados da empresa, o que não traz preocu-
pações em termos de utilização do hardware
por sistemas terceiros. Todos os sistemas ali
instalados estão sob a gerência da equipe
de TI da empresa dona do datacenter ou de
equipes especializadas, que carregam cláu-
sulas de sigilo e confidencialidade, em seus
contratos. Tais cláusulas, quando descumpri-
das, podem resultar em multas.

126
UNIDADE 4

No ambiente em nuvem não é diferente. O que muda é que, em alguns casos,


dependendo de como a empresa está utilizando o recurso em nuvem, haverá o
compartilhamento de ambientes com outras empresas. Apesar disso, os dados
estão totalmente isolados, sendo que uma empresa não possui acesso ao ambiente
da outra. Alguns gestores não entendem muito bem isso, por isso a importância
dos profissionais de TI estarem afiados nos conceitos em nuvem, para poder
explicar que o ambiente da empresa é acessado somente pela própria instituição.
Outro ponto a ser considerado é o quesito financeiro. Na nuvem tudo é di-
ferente. A empresa não tem mais a necessidade de ficar comprando hardwares
para sua infraestrutura, como vimos anteriormente, porém precisa pagar pelos
serviços utilizados. Isso pode acontecer de várias formas, pagando pelo uso de
cada serviço ou por meio de contratos de reserva de recursos ou créditos em
nuvem, como veremos mais à frente nessa Unidade.
Um fator que pode ajudar muito na economia da utilização de serviços em
nuvem é a adoção de microsserviços, caso seja possível, ou de vários provedo-
res de nuvem, o que é chamado de Multicloud. Tal escolha vai depender muito
da característica do ambiente que utilizará a nuvem, bem como dos serviços a
serem implementados/migrados.
Jeff tem um grande desafio pela frente, afinal, como comentamos, a escolha do
modelo de serviços em nuvem é apenas um item a ser analisado em um universo
muito maior. Ele deve conduzir o processo de seleção do provedor de serviços
em nuvem com muita cautela, explorando cada item visto até aqui. Isso é fator
determinante para um projeto com um custo-benefício equilibrado para a uni-
versidade onde ele trabalha. Quais serão os conhecimentos necessários para que
Jeff possa apontar a melhor solução para isso?
Ao longo dos anos, com a evolução dos serviços ofertados em nuvem, as em-
presas têm olhado para o mercado com mais atenção. A possibilidade de poder
alocar serviços em uma ou diferentes plataformas têm trazido um leque enorme
de oportunidades para as empresas quando o assunto é implantação de serviços,
migração de dados ou projetos de inovação.
Apesar dessa evolução, não basta que os provedores de serviços em nuvem
evoluam as suas ferramentas, pois elas precisam responder a uma série de ques-
tões, tanto no âmbito de dados dos clientes, quanto no faturamento dos serviços
utilizados. Quanto mais claro forem essas respostas, mais propensas as empresas
estarão a fazer a adoção dos serviços em nuvem.

127
UNIDADE 4

Mostrar para essas instituições Ele deverá deixar claro qual o tipo de
que os dados estão seguros em sua modelo de serviços que irá utilizar
estrutura é o ponto de partida para os para migração de sua infraestrutura,
provedores em nuvem. Deixar trans- preocupando-se com os impactos
parente que os ambientes estão total- desta sobre usuários finais (colabora-
mente isolados, sem que uma empresa dores e estudantes), bem como preci-
tenha acesso a dados da outra, é fator sará mostrar para seus gestores que a
fundamental para esclarecer várias mudança de uma estrutura local para
dúvidas e sanar de vez a preocupa- uma em nuvem pode ser segura e tra-
ção que várias empresas têm quando zer uma relação custo-benefício ali-
o assunto é adoção dos serviços em nhada ao orçamento da universidade.
nuvem. Aliado a isso, deixar claro o Conforme vamos avançando nes-
valor de cada recurso em nuvem tor- se mundo de serviços ofertados em
na o processo comparativo com o am- nuvem, podemos notar que a adoção
biente local muito mais fácil, trazendo da nuvem pode ser um pouco mais
agilidade na tomada de decisão. complexa, quando o assunto é migra-
Hoje em dia, a promessa de redu- ção de serviços/servidores. Quando a
ção de custos, quando se adota os ser- empresa começa do zero, a definição
viços em nuvem, não é o suficiente para se torna um pouco mais fácil, pois não
garantir que as empresas mudem seus há ambientes para serem migrados. O
workloads (cargas de trabalho) para serviço já nasce na nuvem.
o ambiente em nuvem. A adoção dos Analisando tudo o que vimos
serviços em nuvem vem, além da re- até aqui, que tal buscarmos por mais
dução de custos, acompanhada de uma materiais que construam um conhe-
decisão estratégica, sempre alinhada ao cimento sólido em nossas mentes?
negócio da empresa. Isso não pode ser Faça uma pesquisa, na internet, sobre
ignorado, pois permite que a empresa os aspectos legais em nuvem e como
cresça, além de trazer um grande dife- isso pode afetar a decisão da empre-
rencial para ela no mercado. sa na adoção de serviços em nuvem.
Com essas informações, Jeff, que Além disso, pesquise como as em-
coordena o setor de Tecnologia da In- presas têm feito sua migração para
formação de uma universidade com a nuvem. Quais fatores críticos de
15 mil alunos, precisa fazer um pla- sucesso para uma boa adoção desses
nejamento minucioso da migração serviços. Por último, mas não menos
dos serviços de TI dessa instituição. importante, busque por ferramentas

128
UNIDADE 4

que possam lhe dar uma noção do investimento necessário para a utilização
de determinados serviços em nuvem.
Essa pesquisa vai deixar os conceitos até aqui estudados mais claros, bem
como fortalecer os vários itens que devem ser abordados quando falamos em
um projeto de adoção de serviços em nuvem, seja ele do zero ou uma migração
de um ambiente já existente.
Após essa nova etapa, com mais itens a serem considerados na adoção dos
serviços em nuvem, você consegue compreender como é importante uma análise
minuciosa de como será o ambiente em nuvem?
Novamente caímos na questão do planejamento, que é a peça-chave para
um projeto de sucesso e que Jeff deverá dedicar boa parte do seu tempo para
que os problemas que possam surgir, na migração do ambiente, possam ser
sanados o mais rápido possível.
Novamente, vou pedir para que você se coloque na mesma posição de Jeff,
que possui um grande trabalho a ser feito, e reflita sobre o seguinte:
■ Como fazer os gestores da universidade entenderem que, ao colocar os
dados em nuvem, tanto o provedor de nuvem quanto o cliente têm papéis
fundamentais quando o assunto é dado e aspectos legais no ambiente cloud?
■ Como você trabalharia a questão de investimento a ser feito, visto que
você tem um prévio conhecimento dos serviços que serão migrados?
■ Cogitaria a hipótese de ter um ambiente Multicloud? Por quê?

129
UNIDADE 4

Vamos lá, convido você a registrar no Diário de Bordo quais sensações e ques-
tionamentos vieram na sua cabeça após a apresentação desta Unidade. Você já
conhecia os aspectos legais que implicam a utilização da nuvem por parte da
empresa e de seus usuários? Sabia que os aspectos financeiros podem justificar a
adoção dos serviços em nuvem? Tem conhecimento de como definir o que será
migrado e o que pode ser reconstruído no ambiente em nuvem, levando em
consideração a relação custo-benefício para a organização?

130
UNIDADE 4

Antes de iniciar uma implementação de serviços em nuvem, e assim como é


feito em um bom processo de seleção, é muito importante que a empresa utilize
documentos que ajudem na seleção do provedor de serviços em nuvem, que irá
melhor prestar o serviço, com base nos requisitos solicitados pelo cliente.
Para isso, é muito comum vermos a utilização de dois documentos que aju-
dam, em muito, a escolha do serviço a ser utilizado: a RFI ou Requisição/Solici-
tação de Informação e RFP ou Requisição/Solicitação de proposta.

EXPLORANDO IDEIAS

Você já teve contato com uma RFI ou RFP? É muito bom deixarmos vários conceitos bem
claros, pois eles podem fazer parte do dia a dia de muitos profissionais que farão a sele-
ção de sistemas e outros itens de TI para as empresas em que trabalham.
A RFI vem do inglês Request For Information (Requisição/Solicitação de Informação). Esse
documento ajuda as empresas a entender melhor a solução que será contratada, pois
solicita informações sobre o funcionamento da solução e como ela atende às demandas
necessárias às empresas. Com isso, elas têm mais clareza sobre aquilo que pretendem
contratar (DENNIS; WIXON; ROTH, 2014, p. 261).
A RFP vem do inglês Request For Proposal (Requisição/Solicitação de Proposta). Esse do-
cumento é um tipo de apontamento de licitação usado para requerer propostas de pro-
váveis fornecedores de serviços ou produtos. A RFP sempre é utilizada após a RFI, uma
vez que a RFI é feita para adquirir informações sobre a solução pretendida. Diferente da
RFI, que pode ser utilizada para fazer uma primeira abordagem e descartar fornecedores
que não atendem aos requisitos, a RFP é mais detalhada, no quesito de funcionalidades e
necessidades da empresa (DENNIS; WIXON; ROTH, 2014, p. 260).

Sendo muito bem construídas, tanto a RFI quanto a RFP são grandes aliadas das
empresas que pretendem contratar um determinado serviço de TI, pois deixam
muito claro para o provedor de serviços quais objetivos pretendem alcançar com
a implementação da solução a ser contratada. Além disso, o provedor de serviço
terá a real noção do que a empresa busca em termos de funcionalidades, possi-
bilidades de integração, suporte aos usuários, dentre outros.

131
UNIDADE 4

RFI RFP

Criar uma carteira de


potenciais provedores de Escolher um provedor de
PROPÓSITO serviço, obtendo infor- serviços, avaliando detalha-
mações sobre o prove- damente a solução proposta.
dor e o serviço prestado.

Focado em coletar Focado em um projeto ou


FOCO informações amplas e necessidade de contratação
atualizadas do mercado. de um serviço pela empresa.

Ocorre após serem estabe-


Ocorre antes do início
lecidos orçamento, neces-
de qualquer projeto ou
CRONOLOGIA sidade e cronograma de
iniciativa de contrata-
um projeto ou iniciativa de
ção de um serviço.
contratação de um serviço.

Documento com grau Documento com um grau


menor de detalhes, maior de detalhamento,
trazendo uma visão trazendo respostas direcio-
AVALIAÇÃO E geral do provedor de nadas para seus questio-
RESPOSTAS serviços e solução de- namentos, informando se
sejada. Geralmente, as a solução cumpre, e como
respostas são enviadas cumpre, os requisitos deta-
de forma padronizada. lhados no documento.
Quadro 1 – Comparativo entre RFI e RFP / Fonte: baseado em DENNIS; WIXON; ROTH, 2014, p. 260-261.

No ambiente em nuvem não é diferente. Você já parou para pensar quantos prove-
dores de serviço em nuvem temos disponíveis no mercado? Buscar um provedor
que melhor se adeque às necessidades da empresa se tornou fundamental, para
não dizer um diferencial competitivo, levando em consideração o sucesso de uma
implantação ou migração.
É notório que muitos gestores veem os serviços em nuvem como uma ótima
chance de trazer mais inovação para o seu negócio, aliado a uma redução de
custos e melhoria na gestão de recursos de TI. Contudo, é muito importante
estar ciente que é um caminho muito delicado e qualquer tropeço pode levar a
empresa a ter uma tremenda “dor de cabeça”, ao invés de inovação. Isso vai de
encontro à forma como esse tipo de tecnologia é empregada. A grande sacada é

132
UNIDADE 4

avaliar muito bem o processo de implantação dos serviços em nuvem, ao ponto


de maximizar os benefícios esperados.
Partindo do ponto de vista de um bom planejamento, a empresa que quer
iniciar sua jornada nos serviços de nuvem deve verificar se tem bem definida as
suas necessidades. Independente se ela já tenha serviços ou servidores, ou se ela
esteja começando do zero, é muito importante saber para onde quer ir, para aí
sim buscar na tecnologia um aliado na potencialização das estratégias.
Conhecer bem o seu negócio auxiliará a empresa na concepção de indicado-
res de desempenho, conhecido pela sigla KPIs, ou Key Performance Indicator,
que nada mais é do que um indicador extremamente relevante para entender
a performance do seu negócio. (VELHO; GIACOMELLI, 2017, p. 80) O KPI,
voltado à área de TI, é um forte aliado na adoção ou migração de serviços em
nuvem, uma vez que vai criar um critério de desempenho de respostas dos ser-
viços contratados. Imagine você estar aderindo aos serviços de nuvem, mas não
ter noção do tempo de resposta dos seus sistemas? Do tempo de carregamento
de uma página ou, até mesmo, do consumo de recursos do ambiente em si? Ca-
minhar sem um rumo definido para a nuvem pode ser um verdadeiro problema,
pois vai frustrar os objetivos da empresa.

133
UNIDADE 4

Outro ponto muito importante é ter ciência que nem tudo é compatível com a
nuvem. Falando do ponto de vista de uma empresa que já possui sua infraes-
trutura de TI, a análise da infraestrutura tecnológica, com suas integrações de
sistemas, deve ser feita minuciosamente, principalmente no caso de possuir uma
quantidade considerável de sistemas legados (sistemas antigos).


Sistemas legados, ou seja, sistemas críticos em uso a determinado
período e desenvolvidos com tecnologia supostamente ultrapas-
sada, são peças importantes em uma organização. Na contramão
da tecnologia, em constante evolução, estes sistemas costumam
entrar em produção já desatualizados tecnologicamente, devido
a atrasos no seu ciclo normal de desenvolvimento. Geralmente
estes sistemas contêm informações vitais para a organização.
(PINTO; BRAGA; 2018, p. 47)

Para tanto, é preciso estar ciente de alguns pontos:

■ avaliar quais sistemas da empresa podem ser migrados para o am-


biente em nuvem, sem que sejam modificados ou reformulados;
■ necessidade de um redesenho da arquitetura;
■ os provedores de serviço em nuvem avaliados permitem uma mi-
gração menos morosa, sem a necessidade de reconfiguração de am-
bientes, apenas fazendo ajustes finos? Quais indicadores você pode
levar em consideração, tanto no fator tecnológico, quanto no fator
financeiro, para avaliar o retorno sobre o investimento feito?
■ adoção de um provedor de serviços ou de mais de um (muticloud).

Uma vez que a empresa conhece bem o que tem e para onde quer ir, a análise
do que precisa ser migrado, ou implementado em nuvem, fica muito mais

134
UNIDADE 4

clara, trazendo segurança e agilidade no processo. Outro ponto é que a em-


presa pode, cuidadosamente, avaliar o que realmente deve ser migrado e o
que deve ser “aposentado”.
Em um processo de seleção bem estruturado, a empresa terá acesso aos dados
acerca dos serviços prestados por cada provedor, como, também, às informações
de como será a implantação dos seus serviços: se através da própria empresa ou
de uma instituição parceira especializada no assunto. Isso também se torna um
item que deve ser analisado com bastante cuidado, afinal a implantação não é só
uma fase de instalação ou migração de serviços, mas uma fase em que quem está
implementando consegue identificar pontos a serem otimizados.

PENSANDO JUNTOS

Você está percebendo como a implantação de serviços em nuvem é muito mais do que pen-
sar em sistemas e/ou servidores? Notou que há uma série de fatores que podem impactar
no sucesso de um projeto de adoção dos serviços em nuvem? Não basta querer contratar
um serviço em nuvem ou achar que uma implantação envolve somente sistemas e equipa-
mentos de TI. O planejamento, alinhado aos objetivos da empresa, é fundamental para que
ela possa colher resultados positivos no futuro e não tenha experiências ruins.

Conforme falamos anteriormente, a busca por um provedor que melhor se


adeque às necessidades da empresa é o ponto-chave para a implementação de
serviços em nuvem. Durante a seleção, cada provedor pode orientar acerca do
processo de implantação, conforme a descrição das necessidades da empresa e
do portfólio de serviços que cada plataforma possui.


As negociações com as candidatas a fornecer o serviço devem ser sub-
metidas ao crivo de recomendações apontadas pelos especialistas da área.
Com esse cuidado, aumenta a possibilidade de efetuar uma boa escolha
da melhor plataforma, ou pelo menos daquela que mais se adequa às
necessidades da empresa em particular (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 57).

Que tal pontuarmos uma boa estratégia de implementação de serviços em nu-


vem? Assim, podemos criar um checklist (lista de verificação) do que pode ser
feito para que esse processo seja o menos traumático possível, principalmente
em se tratando de uma migração de ambiente já existente:

135
UNIDADE 4

■ Planejamento: como falamos anteriormente, tudo começa por um bom


planejamento. Aqui é o momento de mapear todos os riscos que envol-
vem o processo, bem como os indicadores que mostrarão um panorama
técnico e financeiro dos serviços utilizados;
■ Levantamento da Infraestrutura: o mapeamento da infraestrutura
local, com tipos e recursos de hardwares utilizados, quantidades e, até
mesmo, licenciamento de software. Isso ajuda no dimensionamento
da infraestrutura em nuvem, bem como indica se algum licenciamen-
to pode ser aproveitado nesse novo ambiente, trazendo descontos
financeiros para a empresa;
■ Tipo de Serviço em Nuvem: se toda infraestrutura ficará em uma nu-
vem pública, em uma privada, devido à confidencialidade dos dados,
ou se será utilizada uma infraestrutura híbrida, com um pouco de cada
tecnologia. Além disso, qual modelo será adotado: IaaS, PaaS ou SaaS?
As aplicações podem ser reescritas ou precisam ser migradas do jeito
que estão, com mudanças pontuais?
■ Seleção do Provedor: selecionar o provedor que seja mais aderente
aos processos de negócio da empresa e tragam soluções que agre-
guem valor na utilização da tecnologia;
■ Seleção do Parceiro de Implementação: além do provedor de serviços
em nuvem, selecionar um parceiro de implementação, com vasta expe-
riência no mercado, que possa fazer com que a adoção dos serviços em
nuvem seja uma transição tranquila;
■ Redesenhar Arquitetura: revisar a arquitetura de TI da empresa, fa-
zendo mudanças pontuais, caso necessário, ou redesenhando grande
parte para que se adeque da melhor maneira possível na nuvem;
■ Padronizar Políticas: revisar as políticas existentes ou, no caso de não
possuir, padronizar uma gama de políticas, tais como automatização e con-
trole de segurança, dentre outras, a fim de permitir que estratégias sejam
criadas, de forma a atenderem às demandas organizacionais da empresa.

Seja como for, o ideal é que a implantação dos serviços em nuvem aconteça de forma
incremental, quando no caso de uma migração, pois garante o mínimo de interrup-
ções nos serviços e a continuidade da operação do negócio. A escolha de um prove-
dor que possa lhe auxiliar com profissionais experientes e gabaritados no assunto é
garantia certa de uma migração mais rápida e segura.

136
UNIDADE 4

Durante nossos estudos, pudemos perceber que algumas das características


da adoção de serviços em nuvem passam por vários modelos de serviços em
que a infraestrutura não fica mais a cargo de quem está contratando o serviço.
Todavia, apesar de a responsabilidade da compra ou atualização de hardware
não preocupar mais o cliente, a questão de segurança vem na contramão.
Você já pode perceber que, quando se começa a utilizar os serviços em nuvem,
todos os dados da empresa contratante, ou seja, o cliente, passam a ser armazena-
dos e processados no provedor de serviços de nuvem. Diante disso, não podemos
esquecer que o provedor de nuvem é uma empresa terceira, da qual o cliente não
tem o controle sobre diversos aspectos.
Para muitas empresas, a contratação de serviços em nuvem traz à tona a
preocupação com o gerenciamento e manipulação dos dados, caindo na seara
daquilo que chamamos de aspectos legais da nuvem, ou seja, na parte referente
a toda documentação, confiabilidade, e interferências jurídicas a que ela pode ser
submetida. Lembrando que o Brasil implantou a LGPD em 2018 (Lei Geral de
Proteção de Dados – lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018), porém também te-
mos a versão europeia chamada de GDPR (General Data Protection Regulation,
ou seja, Regulamento Geral de Proteção de Dados) e a estadunidense chamada de
CCAA (California Consumer Privacy Act ou Lei de Privacidade do Consumidor
da Califórnia). Dependendo da abrangência dessa nuvem, várias leis de vários
continentes estarão presentes.
Quando a empresa se predispõe a utilizar os serviços em nuvem, ela está
adotando mais um caminho de acesso aos seus dados, porém isso não é sinal
de que a segurança dos dados será precária. Para tanto, o primeiro passo nes-
sa jornada é garantir a integridade dos dados através de um contrato, com a
discriminação de todas as necessidades de proteção que a empresa precisa,
referente a esses dados.


Com relação aos aspectos de segurança, um último cuidado está
voltado à garantia da integridade da informação. Trata-se da garan-
tia de que os dados que são acessados para cópia ou leitura perma-
neçam os mesmos, desde a data de sua inserção nas grandes bases
de dados, não tendo sido modificados, alterados ou danificados por
qualquer ação, seja ela de erro de sistema ou erro humano, desde o
último acesso autorizado (KOLBE JÚNIOR, 2020, p. 94).

137
UNIDADE 4

Nesse sentido, o gestor de TI da empresa que está contratando os serviços em


nuvem, com todo cuidado possível, deve assegurar que o provedor de serviço que
está sendo contratado cumpra todas as exigências necessárias para armazenar
arquivos confidenciais, principalmente, para os casos em que a empresa for no-
tificada judicialmente e precise de tais dados como provas em uma possível ação.
Um exemplo que pode ser dado, e que no Brasil é muito comum, são os
processos oriundos de ações trabalhistas. Nesses casos, por exemplo, a Justiça
costuma solicitar informações das pessoas envolvidas, relativas ao processo que se
encontra em andamento. Imagine a empresa não fornecer informações à Justiça,
em virtude de problemas na integridade dos dados? Isso é só um exemplo, pois,
dependendo do segmento da empresa que tem contratado serviços em nuvem,
as políticas para preservação dos dados são específicas para aquele segmento.
Finanças e saúde são exemplos típicos de áreas que precisam deixar seus dados
armazenados por longos períodos, para o caso de uma solicitação Judicial.
Mas como garantir a confidencialidade dos dados? Lembra daquele ditado
popular “o seu direito termina onde começa o do outro”? No mundo em nu-
vem não é diferente. O direito de acesso às informações do cliente, por parte do
provedor de serviços, pode e deve ser limitado através de cláusulas contratuais.
Dependendo do quando a informação é sigilosa, empresas adotam o modelo
híbrido, em sua infraestrutura de TI, em que os dados de extrema relevância são
armazenados em sua infraestrutura interna e os demais dados em nuvem.

NOVAS DESCOBERTAS

Uma coisa é certa, quando falamos em segurança das informações


de uma empresa, o assunto é muito mais delicado quando se cogi-
ta armazenar os dados em um provedor terceiro, nesse caso, em
um provedor de nuvem. Quando estamos dispostos a utilizar uma
infraestrutura terceira, os cuidados com as informações têm que
ser muito bem analisados, pois há a necessidade de manutenção
de políticas que garantam a integridade dos dados, protegendo con-
tra invasores indesejados, usuários não autorizados e, até mesmo,
o próprio provedor de serviço. Que tal aprofundarmos os estudos
sobre esse tema? Esse vídeo traz uma visão sobre os aspectos legais
e regulatórios em Cloud Computing.

138
UNIDADE 4

Ao adotar um modelo de nuvem, as um incidente ou problema, principal-


empresas têm uma ótima chance de mente, no caso de solicitações judiciais.
rever sua estrutura de retenção de da- É muito importante ressaltar que
dos e modelar os processos necessários quando falamos de dados da empresa,
para fazer isso da maneira mais ade- os contratos com provedores são só
quada. Muitas empresas não têm isso uma “fatia do bolo”. Não podemos
documentado ou padronizado. Depois esquecer que a própria empresa tem
da escolha de um provedor de servi- responsabilidades sobre a integridade
ços em nuvem, a empresa contratante, e segurança dos seus dados. Essa
que ainda não possui uma política bem responsabilidade tem que partir do
definida de armazenamento, consulta departamento de TI, uma vez que
e recuperação de dados, deve fazê-la, ele conhece mais a fundo sobre esse
para não ter problemas futuros. item do que qualquer outra área da
Esses processos serão criados con- empresa. Se olharmos com mais
forme critérios da empresa, respeitan- critério para esse cenário, vamos
do o tempo mínimo de armazenamen- notar que a proteção dos dados não
to desses dados, conforme o segmento está só na utilização de ferramentas
da empresa, e deixando documentado de ponta ou na estrutura do provedor
como cada dado da empresa é arma- de serviços, mas na forma como os
zenado e manipulado, bem como onde colaboradores da empresa, de uma
está sendo armazenado. Tais medidas forma geral, lidam com esses dados,
visam facilitar a restauração ou recu- principalmente quando são informa-
peração de qualquer dado, em caso de ções sensíveis e confidenciais.

Certificações ISO 27001, ISO 27701, ISO 27018, LGPD,


GDPR e CCPA
O que você acha de conhecermos um pouco sobre as
certificações ISO 27001, ISO 27701, ISO 27018, LGPD, GDPR e
CCPA, ou seja, sabermos um pouco mais acerca de normas
e padrões de segurança de informação pelo Brasil e pelo
Mundo. Bora conferir?

139
UNIDADE 4

Novamente, voltamos a responsabilidade para a área de TI da empresa, que deve


cobrar a regulamentação e o cumprimento da conformidade (compliance), evi-
tando, assim, brechas de segurança, principalmente, no que tange às causadas pelo
próprio usuário, quando este não lida com os dados de forma correta.


“Ser compliant”, nesse sentido, é mais do que conhecer as normas
da organização, é seguir os procedimentos recomendados, agir em
conformidade, ser correto, sentir o quanto é fundamental a éti-
ca e a idoneidade em todas as atitudes humanas e empresariais.
“Estar em compliance” é estar em conformidade com as leis e regu-
lamentos internos e externos. (BLOK, 2020, p. 20).

Em um processo de adoção dos serviços em nuvem, começando do zero ou du-


rante um projeto de migração, disponibilidade, flexibilidade e, principalmente,
custos “menores” são alguns dos benefícios que a empresa espera usufruir. No
caso dos custos, a gestão dos recursos em nuvem, por parte da empresa, é fator
fundamental para que ele esteja de acordo com a realidade dessa instituição e
traga a economia desejada.

140
UNIDADE 4

Quando falamos em aspectos financeiros da nuvem, não nos referimos


apenas a quanto os serviços irão custar para a empresa contratante, mas de todo
gerenciamento financeiro que a empresa coordena, fazendo com que haja uma
economia financeira na utilização dos recursos em nuvem.
É essencial ter o conhecimento de que, ao escolher os serviços em nuvem, em
vez de montar uma infraestrutura local, você está trocando o modo de aquisição
de serviços de CAPEX para OPEX, do ponto de vista financeiro.


A ideia central da nuvem pública é permitir que as organizações
executem boa parte dos serviços que hoje são executados em data-
center corporativos em datacenters na rede, provido por terceiros,
podendo sair de um modelo baseado em Capex (custo de capital)
para um modelo baseado em Opex (custo de operação) e onde
agora os indicadores de desempenho estão atrelados aos níveis de
serviços, principalmente disponibilidade e desempenho, acordados
entre clientes e provedores (VERAS, 2015, p. 39).

EXPLORANDO IDEIAS

Você sabe a diferença de CAPEX e OPEX e como isso impacta a escolha de uma nuvem?
CAPEX e OPEX são termos usados pelas companhias, principalmente, no planejamen-
to contábil. São siglas originadas de expressões em inglês. CAPEX e OPEX significam
Capital Expenditure e Operational Expenditure, respectivamente. Em outras palavras,
Capital Expenditure, em tradução livre, significaria despesa de capital, ou seja, o di-
nheiro que uma empresa gasta em imóveis e equipamentos que precisa para produzir
e/ou prestar serviços. Já o Operational Expenditure tem a ver com despesas operacio-
nais, melhor dizendo, todos os custos pertinentes com a feitura de bens e serviços de
uma companhia (MAXIMO, 2019, p. 10)
Quando uma empresa opta pelo CAPEX, ela compra bens dos quais se torna dona. Em
nosso caso, a nuvem se torna um bem adquirido e passa a fazer parte do patrimônio da
empresa. Já quando uma empresa opta por opex, ela não se torna a dona da nuvem, mas
paga pela utilização desse serviço por tempo determinado.

Mas antes de continuarmos com a visão financeira do lado do cliente, ou


seja, da empresa que está contratando os serviços em nuvem, que tal darmos
uma olhada no lado do provedor, aquele que oferta os serviços? Como ele
consegue chegar aos preços estipulados, que prometem essa economia na
utilização de serviços em nuvem?

141
UNIDADE 4

Segundo Veras (2015), a economia proporcionada pelo provedor de serviços


em nuvem ocorre devido aos seguintes fatores:

Economia proporcionada

Grandes provedores de serviços em nuvem


podem localizar seus datacenters em lugares
convenientes em termos de melhorar a eficiên-
Redução de custo
cia energética e taxas de eletricidade, reduzindo
de energia
o custo quando comparado às opções de man-
ter datacenters com pouca utilização média em
grandes companhias;

Devido à escala conseguida com computação em


nuvem, acaba por ocorrer uma redução de custo
Redução de custo
de pessoal. Um administrador de computação
de pessoal
em nuvem pode gerenciar mais servidores do
que um administrador de um único datacenter;

Aqui, novamente, o ganho em escala possibili-


ta obter uma infraestrutura mais confiável em
termos de alta disponibilidade e segurança física
Aumento da segurança
e lógica. Provedores de serviços em nuvem de-
e confiabilidade
veriam ter, pelo menos em tese, mais habilidade
para resolver problemas de segurança do que
um pequeno departamento de TI;

Operadores de grandes datacenters, ou seja,


os provedores de serviços em nuvem, podem
Aumento no poder utilizar o poder de barganha para adquirir
de compra componentes de TI com um melhor preço. Caso
contrário, estão fazendo suas organizações per-
derem dinheiro.
Quadro 2 – Economia proporcionada / Fonte: o autor.

Todos esses itens, citados por Veras (2015), e outros que veremos a seguir, fazem
parte do que chamamos de economia em escala. Que tal exemplificarmos para
um melhor entendimento? Imagine que, na sua empresa, você tenha um sistema
hospedado em um servidor dedicado a sua aplicação e mantido pela equipe de
TI. Caso o acesso a essa aplicação aumente e você precise de mais recursos, sua

142
UNIDADE 4

empresa terá que comprar um servidor novo, correto? Imagine a sua empresa
com várias máquinas, sendo que em um determinado momento nem todas estão
sendo utilizadas na sua totalidade. Desperdício de recursos e dinheiro jogado
fora. Isso não acontece na nuvem, uma vez que o provedor tem vários clientes,
ou seja, empresas que contrataram serviços em nuvem, e conseguem distribuir
os vários recursos tecnológicos entre esses clientes. É como um condomínio, em
que cada unidade paga a sua parte.
Conseguiu perceber a economia que é para o provedor ter vários clientes utili-
zando suas plataformas? É basicamente um jogo de ganha-ganha, em que o cliente
não precisa investir em hardwares, pagando só por aquilo que realmente utiliza.
Ainda segundo Veras (2015), há outros itens que colaboram para a economia
em escala, atenuando o problema de variabilidade de carga e permitindo aumen-
tar a taxa de utilização de servidores:

■ Redução da variabilidade: no lado da demanda, o uso da capacidade é


o fator determinante da economia de escala. A virtualização aperfeiçoa o
uso dos recursos e propicia economia de escala, principalmente, quando
as cargas de trabalho variam através do tempo. Mas, em uma arquitetura
de computação em nuvem, outras possibilidades otimizam ainda mais
o uso da capacidade do sistema, como a variabilidade de uso por parte
dos usuários de certos aplicativos e o correio eletrônico, por exemplo.
Para obedecer aos níveis de serviço, muitas vezes deve-se considerar em
instalações corporativas a chance de usuários utilizarem tarefas ao mes-
mo tempo, forçando o provisionamento de recursos para cima. Em com-
putação em nuvem, o pool (grupo) de servidores poderia ser mais bem
alocado, considerando que os recursos são globais;
■ Padrões de uso durante o dia: os padrões de uso da nuvem em países
com fusos diferentes variam. É possível aproveitar melhor os recursos
considerando que horários de pico no Japão, por exemplo, são diferentes
do horário de pico no Reino Unido para cargas de trabalho semelhantes;
■ Variabilidade da indústria: o padrão de uso de aplicativos é diferente
nas indústrias. A relação entre o uso de recursos de TI no pico e na média
pode chegar a quatro vezes no varejo e a dez vezes na indústria de serviços.
Ou seja, estas utilizam a TI de forma diferente. Computação em nuvem
poderia otimizar o uso dos recursos por indústrias diversas;

143
UNIDADE 4

■ Incerteza no crescimento do uso: sempre é feito um provisionamento


para cima em função de não se saber exatamente como cresce a demanda
dos usuários para determinado aplicativo. O resultado é que sempre sobram
recursos, mesmo em uma escala menor com a virtualização. Computação
em nuvem pode melhorar ainda mais esse aspecto da computação;
■ Variabilidade multirrecurso: a utilização dos recursos tecnológicos
como memória e processamento e I/O (Disco) de servidores varia de
acordo com a demanda dos aplicativos. Em um pool de recursos essa
característica poderia ser otimizada para melhorar a usabilidade.

Voltando para o lado do cliente, ou seja, de quem paga pelos serviços em nuvem, a
otimização dos recursos computacionais utilizados em nuvem trará, consequen-
temente, um uso mais eficiente dos recursos financeiros. Como esses serviços
são cobrados conforme o consumo, é muito importante ter uma gerência eficaz
sobre aquilo que está sendo utilizado, para não acabar pagando por algo que está
em funcionamento, porém sem aproveitamento.
Traçando um paralelo com a arquitetura de um datacenter on-premises (lo-
cal), em que a empresa compra os recursos de hardware e pode utilizá-los da
maneira que quiser, a utilização dos recursos em nuvem incorre em uma despesa
diária, fazendo com que a equipe de TI tenha que fazer um planejamento, junto
com as áreas de negócio da empresa, de como os recursos vão funcionar, levando
em consideração dias e horários.
Os valores dos serviços em nuvem podem ser os mais diversos, dependendo
do serviço escolhido, mas, principalmente, da modalidade que a empresa que
está contratando os serviços que utilizará. Para tanto, os valores podem variar
bastante, dependendo do tipo de contrato. Que tal verificarmos alguns? Lembra-
mos que nem todos os modelos são comuns para as operadoras de serviços em
nuvem, ou seja, elas podem apresentar tipos diversos.
■ Pay As You Go (PAYG): a modalidade “pague conforme o uso” é a
mais popular entre os provedores de serviços em nuvem. Nessa moda-
lidade, a empresa que contrata os serviços em nuvem paga somente por
aquilo que foi provisionado e está sendo utilizado, ou seja, usa e paga
depois o que consumiu. Se comparado ao serviço de telefonia, seria
como um plano pós-pago;

144
UNIDADE 4

■ Mensal Flexível (Monthly Flex): neste modelo, o comprometimento da


empresa que está contratando o serviço é mensal, em um período mínimo
de doze meses. Como a empresa já está se comprometendo a pagar pelos
serviços utilizados, esse modelo proporciona descontos bem expressivos
em relação ao modelo Pay As You Go, visto acima. O Mensal Flexível se
caracteriza como um gasto mensal mínimo;
■ Save when you commit (Economize ao se comprometer): esse modelo
oferece descontos agressivos para a empresa que se compromete a utilizar
um valor específico em serviços de nuvem. Geralmente são planos com
um ou três anos de comprometimento. Quanto mais tempo tiver o con-
trato, maior o desconto;
■ Bring Your Own License (BYOL): na modalidade “traga a sua própria
licença”, a empresa tem a possibilidade de levar o licenciamento que ela
possui no seu datacenter (on-premises ou local) para a nuvem, em troca
de descontos nos serviços contratados. Isso vai depender do produto que
será utilizado e do provedor de serviço escolhido.
■ Universal Credits: essa modalidade traz o conceito de “créditos uni-
versais”, em que a empresa compra créditos em nuvem para usar como
quiser, durante um determinado período preestabelecido. Funciona como
um cartão pré-pago.

145
UNIDADE 4

Esses são só alguns modelos de cobrança que as empresas vão encontrar pelo
mercado. Pode ser que tenha algum que não foi listado aqui, porém a intenção
é mostrar que os provedores de serviço em nuvem estão abertos à negociação,
principalmente quando o assunto for fidelização do cliente. Um bom contrato,
aliado à utilização consciente dos recursos em nuvem pode gerar a economia
financeira que a empresa almeja.
Mas teria alguma possibilidade de consultar o valor da minha infraestrutura
em nuvem, sem precisar contactar um provedor de serviços ou um parceiro de
implementação? A resposta é sim. Muitos profissionais podem fazer uma esti-
mativa dos valores necessários para determinada infraestrutura nos sites dos
provedores, porém esses orçamentos não vêm acrescidos de impostos, são os
chamados “valores de balcão”, aqueles que não possuem desconto algum. Outro
ponto é que o profissional tem que ter um know-how (experiência) mínimo para
saber compor o preço de uma infraestrutura em nuvem. A seguir, listamos os
endereços de alguns provedores em que você pode verificar o custo dos recursos
em nuvem para compor uma infraestrutura:

NOVAS DESCOBERTAS

1. Amazon
2. Google Cloud
3. IBM Cloud
4. Microsoft Azure
5. Oracle Cloud Infrastructure (OCI)

Os sites, geralmente, aparecem em língua inglesa, porém podem ser facilmente


modificados para o português, selecionando o idioma desejado. Outro ponto é
que esses endereços podem mudar com o passar dos anos, portanto, se algum
deles, futuramente, não estiver funcionando, você pode pesquisar pelo nome do
provedor, juntamente com a palavra Calculadora.
Fazer uma estimativa de preços nessas calculadoras pode ser um bom pon-
tapé inicial para que a empresa tenha uma real noção dos custos da adoção dos
serviços em nuvem. Conforme foi falado, esses preços das calculadoras não in-
formam os impostos e são preços sem desconto algum, portanto, um bom con-

146
UNIDADE 4

trato, dependendo do número de serviços a serem utilizados na nuvem, podem


melhorar em muito o valor estimado nesses ambientes.
Quando se fala de serviços em nuvem, não há como não olhar para trás e
ver o quanto se evoluiu nos últimos anos. Se focarmos nos datacenters antigos,
veremos que por anos os serviços computacionais rodaram em hardwares lentos,
limitados a discos rígidos ultrapassados, por exemplo.
Com a evolução da tecnologia, muita coisa mudou, incluindo o jeito como as
aplicações são desenvolvidas. Não é somente no hardware que vemos o ganho de
performance, mas na arquitetura de como as aplicações são construídas, princi-
palmente, quando o ambiente endereçado é a nuvem.
Se pegarmos aplicações tradicionais, veremos que elas foram construídas no
que se chama de arquitetura monolítica, ou seja, todos os processos fazem parte de
um único serviço. Imagine uma caixa em que você coloca tudo dentro e quando
precisa modificar algum, tem que mexer na caixa
como um todo. Olhe atentamente para a Figura 1.

Figura 1 – Arquitetura Monolítica / Fonte: autor com base


em Rodrigues e Pinto, 2018, p. 42-69.

Descrição da Imagem: a figura apresenta, na sua base, um


círculo alaranjado contendo a palavra Banco de Dados. Logo
acima vemos uma seta laranja informando o caminho de du-
plo sentido, ligando-se a um círculo na cor roxa. O círculo roxo
contém a palavra Aplicação. Mais acima, uma seta azul informa
o caminho de duplo sentido entre o círculo roxo e um círculo na
cor azul, no topo. Este contém a palavra Cliente.

Em uma arquitetura monolítica, podemos obser-


var que os processos possuem um nível de acopla-
mento muito grande e trabalham como um único
serviço. Agora, olhando para a Figura 1, imagine se
dentro dessa estrutura um processo do aplicativo
apresentar um pico elevado durante uma deman-
da? Você teria que rever toda a arquitetura. No caso
de recursos, teria que escalar um pool de recursos
para um aplicativo em virtude de apenas um proces-
so que está desalinhado. Isso não é nada se pegarmos

147
UNIDADE 4

um código pequeno, mas traz grandes proporções em um código que vai crescendo
ao longo do tempo, agregando mais processos.
Com isso, pensar em aplicativos com arquiteturas monolíticas tornou-se um
grande fator de risco, visto que a disponibilidade do aplicativo pode ser impac-
tada, no seu todo, em virtude do mau funcionamento de apenas um processo.
Trazendo isso para o conceito de utilização de serviços em nuvem, podemos ver
que, dependendo do caso, você terá que aumentar a infraestrutura, para que um
aplicativo possa rodar bem, em virtude de um processo que está apresentando falha.
Mas, se não for desse jeito, como pode ser feito? Atualmente, muitas em-
presas usam uma abordagem baseada em microsserviços. Tal método facilita
a escalabilidade, uma vez que consistem em pequenos serviços independentes.
Além disso, agilizam o processo de desenvolvimento de aplicativos, uma vez que
o desenvolvedor não pensa no todo de uma vez, mas em serviços independentes
que podem se complementar e se comunicar uns com os outros.
O conceito dos microsserviços não é algo que surgiu agora, originou-se nas
aplicações distribuídas nos anos 1970. As ideias primordiais que identificam a
arquitetura de microsserviços são a arquitetura orientada a serviços (SOA -
Service Oriented Architecture), o modelo de atores (actor model) e, até mesmo,
conceitos iniciais da arquitetura orientada a objetos. A maioria dos citados já
levantava alguns aspectos basais pertinentes à arquitetura de microsserviços que
temos atualmente, originando os bons resultados destes.
Uma vez que os microsserviços trazem uma abordagem de “pequenos servi-
ços independentes”, a arquitetura acaba sendo mais flexível, com uma manuten-
ção mais simples, pois você foca em um serviço específico e totalmente escalável.
O foco aqui é o desenvolvimento de algo que irá realizar uma única função,
podendo funcionar independente ou como parte de algo maior.

NOVAS DESCOBERTAS

Afinal, o que são esses tais microsserviços? Vamos trazer um pequeno


material que explica um pouco mais desse mundo, bem como alguns
exemplos de sistemas que se utilizam desse conceito. Vale ressaltar
que quando falamos de microsserviços, estamos falando de projetos
distribuídos e altamente escaláveis. Vamos conferir?

148
UNIDADE 4

Vamos, agora, analisar a Figura 2, que nos mostra uma arquitetura de microsservi-
ços. Nela, você pode notar a “independência” dos serviços.

Figura 2 – Arquitetura Microsserviços / Fonte: autor com base em Rodrigues e Pinto,2018, p. 42-69.

Descrição da Imagem: a figura apresenta, à esquerda, um retângulo vermelho escrito Gerenciador de


Tráfego, que aponta três setas roxas que vão e voltam para retângulos verdes com a palavra Aplicação.
Por sua vez, cada retângulo verde aponta para retângulos laranjas com a palavra Banco de Dados.

Conseguiu notar a diferença entre uma arquitetura monolítica e uma arquitetura de


microsserviços? Se pegarmos a primeira, notamos que ela funciona como um bloco
único, ou seja, um serviço único. Já na arquitetura de microsserviços, podemos ter
a composição de um serviço, baseado em um conjunto de pequenos serviços.
Segundo Rodrigues e Pinto (2018, p. 42), na arquitetura monolítica, já que
todo o sistema é desenvolvido dentro de apenas um único módulo, o código
acaba por ficar imenso, ambíguo, complicado para qualquer alteração ou
correção, sem contar a pouca escalabilidade. Não quer dizer que o sistema
não funcione ou não possa suprir as necessidades da organização, mas se
torna mais complexo seu manuseio, além de ser pouco adaptável. Vamos ver
as vantagens dessa arquitetura:

149
UNIDADE 4

Vantagens da Arquitetura Monolítica:

Praticamente todo o sistema está em uma


Estruturalmente mais
mesma estrutura de código, o que torna
simples
mais simples o entendimento e manutenção.

Teste e implantação de forma mais facilitada,


pois existe somente uma aplicação, ou seja,
Desenvolvimento
normalmente, o sistema todo estará escrito
em uma só linguagem de programação.

Amigável para aplicações Aplicações pequenas não requerem muito


pequenas do sistema e da infraestrutura.

Existe a possibilidade de centralizar fun-


Sem duplicidade de código
ções e métodos para serem utilizados em
e classes entre os módulos
todo o sistema.

Por ser mais simples, basta alterar o que


Fluxo de publicação
precisa, compilar e publicar.
Quadro 3 – Vantagens da Arquitetura Monolítica / Fonte: o autor.

150
UNIDADE 4

Agora, vejamos as desvantagens:

Desvantagens da Arquitetura Monolítica:

Não é possível usar duas tecnologias num


Ficar preso a uma mesmo sistema, bem como raramente irá
tecnologia trocar sua base de dados e seu servidor
de aplicação.

Conforme cresce sua aplicação, seu


código fica enorme, dificultando a manu-
Difícil entendimento
tenção, principalmente se você trabalhar
e manutenção
em um grupo de desenvolvedores para a
mesma solução.

Ter um grande ponto Caso aconteça uma simples falha pode


de falha acontecer de parar todo o sistema.

Conforme cresce seu monolítico, menor


Queda na qualidade
será a sua qualidade, tornando mais difícil
de código
implementar códigos mais otimizados.

Como o monolítico é uma única aplica-


ção, temos a preocupação de parar todo
Adoção de implantação
o sistema para implementação e testes;
continuada
só ao final será possível liberar para o
usuário final.
Quadro 4 – Desvantagens da Arquitetura Monolítica / Fonte: o autor.

151
UNIDADE 4

Agora que vimos como se comporta a arquitetura monolítica por meio de suas
vantagens e desvantagens, vamos analisar a arquitetura de microsserviços. Ro-
drigues e Pinto (2018, p. 42) observam a arquitetura de microsserviços como
uma abordagem para desenvolver uma singular aplicação com uma gama de
possibilidades, pois cada parte roda seu próprio processo e se comunica por meio
de estruturas ligeiras. Portanto, na arquitetura de microsserviços, o sistema é di-
vidido em vários serviços concomitantes. Vamos ver as vantagens:
Agora, vejamos as vantagens dos microsserviços:

Vantagens da Arquitetura Microsserviços:

Pode-se escalar somente um


microsserviço de seu sistema, não
existindo mais a necessidade de
escalar o stack (que é o conjunto
de tecnologias que você utiliza para
viabilizar a sua operação) inteiro de
seu sistema monolítico para ganho
de performance, por exemplo, o
Escalabilidade
que impacta diretamente no custo
e carga do sistema. Para que vou
gastar processamento e máquina
para uma funcionalidade que não é
necessária? Serviços individuais são
mais fáceis de entender, e podem
ser implantados e escalados de
forma independente.

Não é mais necessário amarrar


desenvolvedores a uma tecnologia
específica, podendo ser utilizada a
Adoção de novas tecnologias melhor tecnologia do momento para
com mais facilidade atender cada caso, tornando possível
a evolução do sistema continuamen-
te, evitando que ele fique obsoleto e
se torne legado em pouco tempo.

152
UNIDADE 4

O baixo acoplamento garante que


o sistema NÃO tenha um único
grande ponto de falha, permitindo
que a manutenção de um serviço
Baixo acoplamento não impacte diretamente em outras
funcionalidades da aplicação. Quan-
to menor o acoplamento, mais fácil
será a manutenção e a substituição
do microsserviço.

Um microsserviço não deve ter ligação


Implantar de forma direta com outro microsserviço, pos-
independente sibilitando assim que seja efetuada a
implantação de forma independente.

Posso ter em um mesmo sistema


Equipes separadas e
várias equipes, cada uma cuidando
independentes
de um conjunto de microsserviços.

Um microsserviço deve estar sempre


focado em um domínio de negócio,
desenvolvedores e envolvidos devem
ter o conhecimento de desenvolvi-
mento DDD (Domain Driven Design)
Organizado em torno
e conhecer sobre Bounded Context
dos recursos do negócio
(contextos delimitados). Quando se
fala de microsserviços, é importante
conhecer e estudar seu negócio para
ter a certeza de que a arquitetura
serve para seu contexto.
Quadro 5 – Vantagens da Arquitetura Microsserviços / Fonte: o autor.

153
UNIDADE 4

Considere, todavia, também as desvantagens:

Desvantagens da Arquitetura Microsserviços:

Um sistema de microsserviços pode


crescer muito, o que torna o deploy
(implantação) uma tarefa muito
Complexibilidade de complicada. Nesse cenário, entra o
implantação DevOps para gerenciar processos de
deploy e entrega contínua, o que vai
acarretar também uma necessidade
de governança.

Ou seja, gerenciar os dados de um


Gerenciamento de sistema de microsserviços se torna
dados distribuídos uma das atividades mais complica-
das nesse cenário.

Imagine testar um fluxo composto


Testes são mais por vários microsserviços, sendo que
complicados em muitos cenários o resultado de
um impacta o negócio de outro.

Que terá mais dificuldade para


entender a estrutura do sistema
Dificuldade para como um todo, levando em consi-
programador iniciante deração que poderá ter um “mix” de
tecnologias envolvidas e um “mix” de
conceitos.

O controle de transações que conhe-


cemos em sistemas monolíticos a ní-
vel de banco de dados com rollbacks
(encerra a transação descartando
todas as alterações realizadas duran-
Controle de transações te a operação) e commits (encerra
a transação salvando permanente-
mente todas as alterações realizadas
durante a operação) é praticamente
inexistente em mecanismos de mi-
crosserviços.

154
UNIDADE 4

O desenvolvedor deve conhecer


mais tecnologias e estar sempre
Desenvolvedores
antenado com mais frameworks do
qualificados são necessários
que o desenvolvedor de um sistema
monolítico.
Quadro 6 – Desvantagens da Arquitetura Microsserviços / Fonte: o autor.

Uma coisa é certa: a adoção de uma arquitetura baseada em microsserviços traz


a possibilidade de acabar com a dependência de um hardware em particular,
bem como de determinado software de um fornecedor. Além disso, conforme já
vimos, ela é uma forma de melhorar a infraestrutura de um sistema, sem afetar
grande parte dele.
Voltando para os desafios que Jeff possui, a escolha do modelo de serviços
em nuvem passou a ser uma peça de um grande quebra-cabeça. Como pudemos
perceber, uma mudança é sempre carregada de muitas variáveis, as quais devem
ser analisadas com grande cautela, afinal, quanto melhor e mais detalhado for o
planejamento, mais rápida e certeira será a execução.
Trazendo a situação em que Jeff se encontra, e traçando um paralelo com o dia
a dia das empresas, ele terá que mostrar que, além dos sistemas continuarem em
funcionamento, a adoção dos serviços em nuvem pode ser feita de forma segura,
além de proporcionar economia financeira para a universidade.
Mas como Jeff poderia fazer isso? Vamos analisar do ponto de vista de aspec-
tos legais, primeiramente. Nesse ponto, a abordagem de Jeff deverá ser de forma
que ele mostre como funciona o Acordo de Nível de Serviço ou SLA (Service
Level Agreement) e o Gerenciamento do Nível de Serviço ou SLM (Service Level
Management) entre a empresa e o provedor que está sendo contratado. Como o
sigilo dos dados são tratados e como “funciona” o acesso aos sistemas, do ponto
de vista de administração desses dados.

155
UNIDADE 4

Quando falamos de definições de Cloud Infrastructure (OCI). Pudemos


vínculo entre empresa contratante e ver, nessa Unidade, que todos possuem
provedor de serviços em nuvem, o ferramentas para que Jeff possa fazer os
SLA e SLM são duas formas de se ter cálculos de quanto ele vai precisar in-
uma garantia de proteção adequada vestir em nuvem. É lógico que ele pode
dos dados hospedados no ambiente pedir para os provedores fazerem esse
em nuvem. Enquanto o SLA define o cálculo, durante o processo de seleção.
que o provedor deve fornecer e o que a A questão aqui é dimensionar bem
empresa deve exigir do provedor con- o ambiente, com a ajuda de profissio-
tratado, a SLM garante que aquilo que nais adequados, tanto da equipe de Jeff,
foi escrito estará sendo praticado. quanto de terceiros, para poder preci-
No caso de Jeff, ele deve mostrar ficar essa estrutura em nuvem, fazen-
para os gestores da universidade que do um comparativo dos gastos que a
todos os cuidados referentes à proteção universidade tem em manter um data-
e confidencialidade dos dados estão center, o investimento necessário para
sendo tomados, desde o início da ado- fazer a adoção dos serviços em nuvem
ção dos serviços em nuvem. Além disso, e o ROI (Return on Investment), ou Re-
deve reforçar sua apresentação, trazendo torno sobre o Investimentos, que trará
fatores que contribuirão para o suces- uma visão dos ganhos com o investi-
so desse projeto, tal como apoio da alta mento que a universidade está fazendo.
gestão da universidade, plano de projeto Seguindo esses passos, a tendência
detalhado, plano de comunicação eficaz, é que Jeff consiga mostrar para a alta
plano de gerenciamento da mudança, gestão da sua universidade todos os
enfim, tudo aquilo que dê condições pontos principais, no nível estratégico,
para que o projeto se desenvolva bem. para que eles possam tomar a decisão
Outro ponto importante é tentar de ir ou não para a nuvem.
trazer o maior número de provedores Quanta coisa, não? Espero que o
possíveis, de preferência, os que, em conteúdo apresentado nessa Unidade
um primeiro momento, deixaram cla- tenha aberto seu horizonte quando
ro que as necessidades da universidade falamos em Computação em Nuvem.
serão satisfeitas. Listando os principais Agora, vamos fixar os conceitos apre-
provedores de nuvem, temos: AWS sentados, a partir de algumas ativida-
(Amazon Web Service), Google Cloud, des. Caso precise, retorne e relembre os
IBM Cloud, Microsoft Azure e Oracle conhecimentos da Unidade, tudo bem?

156
1. Leia o texto a seguir:
A aceleração da evolução tecnológica parece não ter fim. Todos os dias surgem
novos aparatos. A mudança de comportamentos sociais enseja similar trans-
formação nas técnicas de desenvolvimento da atividade de análise de sistemas.

MUNHOZ,A.S.Fundamentosdetecnologiadainformaçãoeanálisedesistemasparanão
analistas. Curitiba: Intersaberes, 2017. E-book. Acesso restrito via Biblioteca Virtual Pearson.

Com base no texto, analise as passagens descritas a seguir:


I - Em sua estrutura, se um processo do aplicativo apresentar um pico de deman-
da, toda arquitetura deverá ser escalada;
II - Executam cada processo do aplicativo como um serviço.

Os dois casos acima são relacionados a qual arquitetura de aplicações? Assinale a


alternativa correta:

a) Microsserviços e monolítica;
b) Monolítica e Multicloud;
c) Monolítica e Microsserviços;
d) Microsserviços e Multicloud;
e) Nenhuma das anteriores.

2. Leia o texto a seguir:


O modelo de nuvem traz um novo modelo de negócio, baseado na contratação de servi-
ços. Esses serviços são pagos por mês (à semelhança de uma assinatura) em função do
plano escolhido, cujo valor dependerá da capacidade de processamento e armazena-
mento contratados (pay-per-use). Cabe ao usuário analisar qual modelo de negócio é mais
atrativo para sua situação específica e, se for o de nuvem, qual o plano mais adequado.

ROSE, C. A. F. de. O que é essa tal de nuvem e o que pode fazer por você? Porto
Alegre: EdiPUC-RS, 2020. E-book. Acesso restrito via Biblioteca Virtual Pearson.

Após a leitura da passagem acima, analise o seguinte cenário:


Sua empresa está querendo contratar serviços em nuvem e você resolve fa-
zer um teste com alguns provedores. Partindo do princípio de que você não

157
tem contrato firmado ainda e só quer verificar como os serviços em nuvem fun-
cionam, qual seria o melhor plano, levando em consideração o custo-benefício?

Referente à possibilidade mais adequada, assinale a alternativa correta:

a) Save when you commit (Economize ao se comprometer);


b) Mensal Flexível (Monthly Flex);
c) Pagamento trimestral;
d) Pay As You Go (PAYG);
e) Universal Credits.

3. Num mercado extremamente competitivo para os profissionais de TI e de desenvolvi-


mento, sabemos que otimizar os códigos, métodos e modelos é a melhor forma para se
destacar no mercado. Dentre os elementos fundamentais para considerar uma arqui-
tetura, sistema e afins é que eles tenham um bom desempenho. Dentre essas caracte-
rísticas, temos uma que é a disposição de aumentar a capacidade de uma aplicação ou
de seu uso sem, contudo, ter que gastar a mais por isso. Quando falamos dessa quali-
dade de um software, estamos falando sobre ter um código e uma arquitetura de fácil
manutenção, de majorar suas funcionalidades, de vários indivíduos terem a oportuni-
dade de trabalhar nele, ao mesmo tempo ou não. Qual seria o nome desse elemento?

Referente à possibilidade mais adequada, assinale a alternativa correta:

a) Funcionalidade;
b) Otimização;
c) Escalabilidade;
d) Juridicamente legal;
e) Relação custo-benefício.

158
5
Funcionamento
e Segurança
Me. Raul Greco Junior

Eu e você trabalharemos nesta Unidade as principais características


e benefícios da utilização do Cloud Computing, dissertaremos sobre
os modelos de preço da computação em nuvem e traremos à tona os
desafios desse tipo de implantação. Por fim, entraremos no mundo
Multicloud, assunto de extrema importância, pois é uma abordagem
que pode trazer vantagens estratégicas às empresas que já usam ou
querem começar a utilizar os serviços em nuvem.
UNIDADE 5

Os valores, os modelos de preço e a segurança são fatores primordiais na escolha


de uma fornecedora de Cloud Computing, pois tanto a forma de investimento
quanto as informações importantes e confidenciais das empresas serão entregues
a uma outra instituição A confiança terá de ser a base do relacionamento entre a
prestadora de serviços e a empresa contratante.
Para efetuar um bom negócio para sua instituição, Jeff tem que entender como
funcionam as operações em Cloud Computing. Ao passo que vai juntando infor-
mações primordiais para fundamentar sua escolha, surgem novas dúvidas em sua
cabeça. Perguntas de alta relevância: Como são fundamentadas as operações? Quais
garantias de segurança a prestadora de serviço deve lhe oferecer? Qual solução pode
ter maior impacto na relação custo-benefício para sua empresa? É bom ele ficar
atento a essas questões, para que se sinta confortável no momento de contratação.
Assim como o Microsoft Windows se tornou onipresente em casa e no trabalho
e mudou nossas vidas, a computação em nuvem representa uma mudança de pa-
radigma. Isso ocorre porque o Cloud Computing é uma tecnologia facilitadora que
supera muitas funções que, às vezes, são barreiras, fornecidas pelo seu computador,
pelo software instalado nele, pelos departamentos de TI, pelas finanças do local de
trabalho, pelos negócios e pelos departamentos governamentais.
Os serviços podem ser entendidos como a disponibilização de uma função
informática de uma dada aplicação para outra, trabalhando de forma autônoma,
com interface amigável e definida e esse serviço computacional continuamen-

160
UNICESUMAR

te será uma ação advinda de algum volumes de uso, a natureza dessa uti-
pedido ou solicitação. Desse modo, o lização pode gerar exceções de tempo
Cloud Computing é uma novidade no de execução que reduzem os servido-
campo da tecnologia da informação res de hospedagem. Devido à falta de
(TI), concebendo recursos para pro- controles de confiabilidade dentro
blemas de gargalos da informática, da infraestrutura, a capacidade de res-
sem a necessidade de altos investi- posta aos requisitos do consumidor
mentos para montar uma base com- ou do cliente pode ser reduzida a um
pleta nas companhias. ponto em que a continuidade geral de
As empresas precisam da capa- uma empresa está ameaçada.
cidade de se adaptar e evoluir para Em uma escala mais ampla, os cus-
enfrentar com sucesso mudanças tos dos investimentos e a propriedade
causadas por fatores internos e exter- de infraestrutura necessários para per-
nos. A agilidade organizacional é a mitir soluções de automação de negó-
medida da capacidade de resposta de cios novas ou expandidas podem ser
uma organização à mudança. Uma proibitivas o suficiente para que uma
empresa de TI geralmente precisa empresa se contente com a infraestru-
responder à mudança de negócios, tura atual totalmente fora do ideal, di-
dimensionando seus recursos além minuindo sua capacidade em aten-
do escopo do que foi previsto ou pla- der aos requisitos do mundo real. Pior
nejado anteriormente. Por exemplo, ainda, o negócio pode regredir o pro-
a infraestrutura pode estar sujeita cesso com uma solução de automação
a limitações que impedem a orga- completamente errada após a revisão
nização de responder à flutuação do de seu orçamento de infraestrutura,
uso, mesmo quando previsto, se os porque simplesmente não pode se dar
esforços anteriores de planejamento ao luxo de gastar tanto. Essa forma de
de capacidade forem restringidos por incapacidade de responder pode ini-
orçamentos inadequados. bir uma organização de acompanhar
Em outros casos, a mudança de as demandas do mercado, pressões
necessidades e prioridades dos competitivas e seus próprios objetivos
negócios pode exigir que os recur- de negócios estratégicos.
sos de TI estejam mais disponíveis e Dessa forma, é importante conhe-
confiáveis do que antes. Mesmo que cer cases (casos já acontecidos de suces-
a infraestrutura suficiente esteja em so ou não) para que possamos aprender
vigor para uma organização apoiar com acertos e erros de algumas compa-

161
UNIDADE 5

nhias mundialmente conhecidas. Pesquise por, pelo menos, dois case de im-
plantação de Cloud Computing em âmbito empresarial e faça uma lista com as
vantagens e desvantagens.
Até aqui, você já aprendeu sobre o que é a computação em nuvem e o
que ela faz. Agora, temos que entrar em dois assuntos muito complexos: Valor
e Segurança. É preciso saber a importância desses dois pontos perfeitamente
para se discutir a implantação de sistemas baseados em nuvem e quebrar velhos
pensamentos e paradigmas.
A computação em nuvem representa, sim, uma mudança de paradigma. Isso
ocorre porque o Cloud Computing é uma tecnologia que facilita muitas fun-
ções. Quais funções são essas? Quais paradigmas essa nova tecnologia modifi-
cou? Como isso afeta os negócios de uma empresa?
Compare-as e verá que algumas soluções são muito mais simples do que
imaginava, além de economizarem milhares (até milhões) de reais. Ao mesmo tem-
po, verá que algumas coisas são bem mais complexas do que parecem e precisam de
uma organização e planejamento bem estruturados para que não incorram em
erro. Após fazer esse comparativo, anote seus resultados em seu Diário de Bordo.

DIÁRIO DE BORDO

162
UNICESUMAR

Os usuários de sistemas em larga escala descobriram ao longo dos anos como é difícil
desenvolver aplicativos eficientes tanto em dados quanto em performance. É
igualmente difícil localizar os códigos mais adequados para executar um aplicativo,
determinar quando uma aplicação é capaz de executar bem nesses sistemas e estimar
quais resultados podem ser esperados.
Migrar um aplicativo de um sistema para outro frequentemente representava
um trabalho desafiador, para não dizer hercúleo. Repetidamente, um aplicativo oti-
mizado para um sistema teve um desempenho ruim em outros. Também houve de-
safios extraordinários para os fornecedores de serviço, pois os recursos do sistema
não podiam ser efetivamente gerenciados e não era viável fornecer garantias de QoS
(Quality of service, ou seja, Qualidade de Serviço). Sem contar que se acomodava uma
carga dinâmica, apoiando a segurança e a rápida recuperação após uma falha
em todo o sistema, eram tarefas assustadoras devido à escala da operação. Qualquer
vantagem econômica oferecida pela concentração de recursos foi compensada pela
utilização relativamente baixa de recursos caros (MARINESCU, 2018).
A computação em nuvem alterou as visualizações e percepções dos usuá-
rios e provedores de serviço sobre como calcular com mais eficiência e a um
custo muito menor. A maioria dos desafios enfrentados pelos desenvolvedores de
aplicativos e provedores de serviços desapareceu ou diminuiu significativamente.
Eles começaram a aproveitar as vantagens de uma infraestrutura just-in-time
(de acordo com a demanda), livres para projetar um aplicativo sem se preocupar
quando será executado.
A elasticidade em nuvem admite que os aplicativos concentrem per-
feitamente a workload (carga de trabalho) adicional. Os usuários também se
beneficiam da aceleração devido à paralelização empregada, pois a carga de tra-
balho pode ser particionada em níveis, a aplicação pode gerar instâncias de si
mesmo e executá-las ao mesmo tempo, derivando em performances eficientes.
Isso é muito útil para o desenvolvedor na hora de modelar aplicações com-
plexas quando muitas variáveis e vários modelos de um sistema físico podem
ser avaliados ao mesmo tempo.
Marinescu (2018) deixa claro que a computação em nuvem está focada na
informática corporativa, isso a diferencia abertamente do esforço da computa-
ção em grades computacionais, amplamente focados em aplicações científicas
e de engenharia. Uma vantagem importante da computação em nuvem sobre

163
UNIDADE 5

as grades computacionais são os recursos ofertados por um provedor de serviços


que está apenas em um domínio administrativo.
O autor ainda afirma que o sucesso da computação em nuvem está mesmo na
capacidade das empresas que promovem a computação abranger um segmento
cada vez maior da população de usuários trazendo vantagens centralizadas
no conteúdo da rede. Isso se demonstra na competência de fornecer soluções
satisfatórias para aspectos críticos da segurança, escalabilidade, confiabili-
dade, qualidade do serviço e os requisitos acordados em SLAs (Service Level
Agreement ou Acordo de Nível de Serviço).

EXPLORANDO IDEIAS

É provável que você não se preocupe com o número de empregados que a empresa tem,
os custos que ela tem mensalmente, o software usado ou os computadores que estão
parados. Em vez disso, seu interesse estará nos benefícios e serviços da empresa. Esses
benefícios de serviço formam um contrato, um título entre você e a empresa de contabi-
lidade em um formato por escrito, um verdadeiro documento, chamado de Contrato de
Nível de Serviço (SLA).
Fonte: MAHMOOD; PUTTINI, 2013.

Uma coisa que precisa ficar clara em nossos estudos é que o Cloud Computing
já existe há vários anos e a infraestrutura contemporânea de computação em
nuvem confirma uma série de atributos que trouxeram benfeitorias significa-
tivas para companhias e empresas de todos os tamanhos no mundo inteiro,
com segurança e alta performance.
Segundo MARIANO et al:


O armazenamento em nuvem tem alterado a maneira como as
organizações pensam seu ativo eletrônico e sua infraestrutura de
tecnologia da informação (TI) ultimamente. As preocupações com
a segurança e a privacidade — antes exclusivas do proprietário —
mudaram de feição e passaram a ser o foco do administrador dos
dados. A garantia da disponibilidade passou a ter mais relação com
a qualidade da conexão com a internet do que com a confiabilidade
dos discos rígidos da empresa (2020, p. 241).

164
UNICESUMAR

Vejamos algumas das principais características da computação em nuvem:

Características da computação em nuvem

Os usuários finais podem girar


recursos de computação para quase
qualquer tipo de processo de tra-
balho sob demanda. Esse mesmo
usuário pode provisionar recursos
Autoatendimento
de computação, como tempo de
servidor, armazenamento e rede,
extinguindo a obrigação tradicio-
nal de administradores de TI para
suprir e administrar recursos digitais.

As empresas podem aumentar e


diminuir livremente à medida que
as necessidades de computação
Elasticidade crescem ou reduzem. Isso elimi-
na a necessidade de investimentos
maciços em infraestrutura local, que
podem ou não permanecer ativos.

Os recursos providos pelo cloud são


medidos de forma pormenori-
Pagar apenas pelo
zada, permitindo que os usuários
que está usando
paguem apenas pelos recursos de
trabalho que utilizarem.

Os CSPs (Cloud Solution Provider,


ou seja, Provedor de Soluções em
Nuvem) geralmente implementam
recursos redundantes para afiançar
Flexibilidade do
um armazenamento flexível e
Workload
para manter as cargas de traba-
(carga de trabalho)
lho mais importantes dos usuá-
rios em execução, muitas vezes,
rodando em várias regiões globais
ao mesmo tempo.

165
UNIDADE 5

As organizações podem mudar certos


conteúdos a partir da nuvem (ou para
diferentes plataformas em nuvem),
Facilidade de migração conforme desejado, ou automatica-
mente, para melhorar a economia
de custos ou usar novos serviços
à medida que emergem.

Um usuário pode acessar dados,


“baixar” ou “subir” dados para a
Amplo acesso à rede nuvem de qualquer lugar com
uma conexão à internet usando
qualquer dispositivo.

A multialocação possibilita que vários


usuários compartilhem as mesmas
infraestruturas físicas ou os mes-
mos aplicativos, mas ainda mante-
nham a privacidade e segurança sobre
Multialocação e seus próprios dados. Com o agrupa-
agrupamento mento de recursos, os servidores em
de recursos nuvem atendem muitos usuários a par-
tir dos mesmos recursos físicos. Essa
junção de provedores de nuvem acaba
sendo grande e flexível o suficiente
para que atendem aos requisitos
de vários clientes diferentes.
Quadro 1 – Características da computação em nuvem / Fonte: o autor.

Silva et al cita que:


Assim, a computação em nuvem trouxe flexibilidade aos servi-
ços computacionais, uma vez que datacenters em diversos locais
executam a função de hospedagem e compartilhamento de in-
formações e soluções, por meio de grandes velocidades de banda
larga. Ainda, existe uma facilidade de adaptação dos serviços, de
acordo com a carga computacional exigida, já que esse modelo
de serviço oferece virtualização de hardware e dos ambientes de
desenvolvimento (2020, p. 13-14).

166
UNICESUMAR

Figura 1 – Benefícios da implantação do Cloud Computing / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a imagem constitui-se de seis hexágonos divididos em três pares, um sobre o
outro. Da esquerda para a direita, no primeiro par, temos um hexágono verde escuro escrito Automação e
amplo acesso e um azul escrito Controle de custos. Abaixo, temos mais um par de hexágonos, o primeiro,
em laranja, com os dizeres Monitoria de performance e um marrom, em que está escrito Governança e
padronização’. Por fim, temos mais abaixo um par de hexágonos em que o primeiro, verde, tem a palavra
Segurança escrita e, ao seu lado, um outro hexágono, roxo, em que está escrito Flexibilidade e Elasticidade.

Obviamente que a facilidade do Cloud Computing não poderia ser fundamen-


tada somente em lógica baseada na programação ou na estrutura. Tinha que
ter algo a mais para que as companhias tivessem interesse e disponibilidade (pois
necessita uma grande manobra para migração) em acatar essa nova tecnologia:
A lógica econômica.
A lógica econômica mais comum para investir em recursos de TI baseados
em nuvem está na redução ou na eliminação total dos investimentos iniciais
da própria TI, a saber, compras de hardware, software e custos de propriedade.
A característica de uso medida de uma nuvem representa um conjunto de re-
cursos que permite gastos operacionais medidos (diretamente relacionados ao
desempenho dos negócios) para substituir as despesas de capital previstas. Isso
também é chamado de custos proporcionais.

167
UNIDADE 5

Essa eliminação ou minimiza- Cada empreendimento tem um


ção de compromissos financeiros custo e um benefício associado a ele.
iniciantes permite que as empresas Consumir serviços em nuvem não é di-
comecem pequenas e aumentem a ferente. Consideremos o elemento de
alocação de recursos de TI, confor- custo do seu uso de um serviço em nu-
me necessário. Além disso, a redução vem e o preço que você paga depois
das despesas de capital inicial permi- de avaliar vários formatos de armaze-
te que este seja redirecionado para o namento, conhecido como modelos de
investimento comercial principal. preços. Para compensar o investimento
Em sua forma mais básica, as opor- que você paga pelo serviço em nuvem,
tunidades de diminuir os custos são você precisa obter um benefício pro-
derivadas da implantação e operação porcional. Ele é avaliado considerando
de datacenters em larga escala pelos modelos de valor que podem estar rela-
principais provedores de nuvem. Es- cionados à computação em nuvem. Ter
ses datacenters (Centrais de dados) uma comparação dos modelos de pre-
estão comumente localizados em lo- ço e de valor permitirá comparar vários
cais repletos de profissionais de TI e serviços de computação em nuvem de
com uma largura de banda de rede maneira objetiva.
excelente, podendo ter custos mais Os modelos de preços fornecem
baixos, resultando em economia de um meio de estabelecer o valor que
capital e operacional. você investe para receber o benefício
A mesma justificativa se aplica a de um produto ou serviço. Um pro-
sistemas operacionais e software de vedor de serviços em nuvem calcu-
plataforma e aplicativo. Os recursos la os custos de programação e ope-
de TI combinados são disponibili- ração usando um modelo de custo,
zados e compartilhados por vários que, por sua vez, será convertido em
consumidores em nuvem, resultando um modelo de preço. O modelo de
em uma maior utilização, baratean- preço selecionado dependerá do
do os valores. Custos operacionais modelo de negócios do provedor
e ineficiências podem ser reduzidos de serviços em nuvem, estratégia de
ainda mais, aplicando práticas e pa- marketing e expectativas de receita.
drões comprovados para otimizar Para comparar os serviços em nuvem
arquiteturas em nuvem, sua ad- de maneira objetiva, é importante sa-
ministração e sua governança ber sobre os vários tipos de modelos
(MAHMOOD; PUTTINI, 2013). de preços (RUPARELIA, 2016).

168
UNICESUMAR

Todo modelo de preço começa sua vida como modelo de custo, ou seja, é
um modelo financeiro que o CSP (Cloud Service Provider ou Provedor de Serviços
em Nuvem) cria para descobrir quanto dinheiro gasta em um serviço em nuvem
específico para desenvolvê-lo, operá-lo e depois atualizá-lo para tecnologias mais
recentes, quando necessário. Segundo Ruparelia (2016), o tempo para atualização
de um servidor é de três anos, em média, que é a vida útil usual da tecnologia antes
de ficar obsoleta, alguns podem chegar a cinco anos, que é considerado o tempo
máximo para que um provedor de nuvem substitua a sua tecnologia. O modelo
de custo incluirá fatores como a inflação, variações de taxa de câmbio (caso
você contrate em moeda estrangeira), depreciação, custos com eletricidade (eles
podem ser significativos devido à energia e resfriamento exigidos por um grande
número de servidores), espaço, licença de software, mão de obra especializada
e capital de giro para comprar e operar servidores.
Há uma variedade de modelos de preços existentes. Em termos gerais,
vamos categorizá-los como modelos de utilidade, serviço, desempenho e mar-
keting. Embora, hoje, a computação em nuvem use principalmente modelos
de preços baseados em serviços públicos e de serviços, uma ampla gama de
modelos é considerada, porque a inovação financeira e negocial deve alcançar
a inovação técnica, permitindo assim alguns dos modelos menos usados para
entrar na nuvem no domínio da computação no futuro.

169
UNIDADE 5

Modelos de preços de utilidade são modelos de preços medidos em que o uso


do serviço é monitorado e você paga de acordo. Advindos dos planos de preços
que os provedores de serviços adotaram, eles se caracterizam por pagamentos
regulares, muitas vezes mensais, ao fornecedor de serviços em nuvem. É possível
encontrar três derivados de modelos de preços de utilidade: modelos de preços
baseados em consumo, transação e assinatura.
Modelo de preço baseado em consumo é comumente usado para IaaS e
PaaS. Você paga pelos recursos de computação que usa, por exemplo, quan-
tidade de armazenamento (em megabytes ou gigabytes), poder de computação
ou processamento (em termos de potência da CPU ou número de núcleos de
processador utilizados) e memória RAM (em megabytes ou gigabytes). Uma
taxa média de consumo desses recursos é calculada durante um dia, semana ou
mês e você paga pela utilização média.
Modelo de preço baseado em transações usa acordos, em vez de calcular
recursos, como base para os preços. As transações podem ser relacionadas aos
negócios, como faturas processadas para um faturamento de PaaS, dados relacio-
nados para IaaS ou aplicativos relacionados a SaaS. Você também pode ter preços
baseados em transações com IaaS e PaaS, por exemplo, usando a largura de ban-
da como um indicador de utilização de recursos de computação. Dessa forma,
um modelo de preço baseado em consumo pode ser convertido em um modelo
baseado em transações, avaliando a largura de banda usada por cada transação.
Modelo de preço baseado em assinatura é quando você paga um preço
fixo, mais comum ser mensalmente, para usar um serviço. Por exemplo, quando
você assina uma revista, paga uma taxa regular, independentemente de ler todos,
alguns ou nenhum dos artigos. Na computação em nuvem, por exemplo, você

170
UNICESUMAR

pode ter uma taxa mensal baseada nos recursos que são alocados a você, inde-
pendentemente do uso total desses recursos alocados. Além disso, você pode ter
um período de aviso prévio de três meses para que, se decidir não usar mais o
serviço, avisar o fornecedor. O preço da assinatura pode ser usado para todos
os modelos de implantação em nuvem.
Modelos de preços de serviço usam o benefício entregue a você, como,
por exemplo, o SLA (ou acordos de nível de serviço) realizado, a transferência
de risco ou o dinheiro economizado, como critérios para definir o preço que
você vai pagar pelo serviço em nuvem. Em termos gerais, o modelo de preço
fixo é um modelo de transferência de risco, pois você divide as expectativas de
boa performance para avaliar seu custo na nuvem.
Modelo de preço fixo é aquele em que o valor é fixado sazonalmente, seja
anualmente, trimestral ou mensalmente. O preço fixo pode ser composto por dois
componentes: preços recorrentes (valores fechados próprios da sua contratação)
e não recorrentes (valores de serviços adicionais durante o percurso). O modelo
de preço fixo é geralmente escolhido quando você tem um escopo claramente
definido que está alinhado às suas metas de curto prazo.
Modelo de preço baseado em volume é avaliado pela quantidade de espaço
de armazenamento, velocidade das transações (indicada como número de
transações por minuto ou hora), quantidade de largura de banda ou capacida-
de de processamento utilizado. Portanto, é imperativo definir, calcular e medi-lo.
Embora o preço do volume seja mais frequentemente usado em IaaS e PaaS, é
igualmente adequado para os outros tipos de nuvem.
Modelo de preço em camadas usa uma forma de preços baseada em SLAs,
volume ou quantidade gasta. É semelhante aos níveis que as companhias aéreas
têm para seu ranking de associação (Ouro, Prata e Bronze ou Premium, Diamond e
Gold) que são determinados pelo montante de valores gastos em viagens com a
companhia aérea. Com a computação em nuvem, uma forma semelhante de preços
em camadas pode ser aplicada com maiores descontos, desde que você gaste uma
certa quantia a cada ano. Como alternativa, você pode ter camadas com base nos
SLAs, de modo que quanto mais complexos os SLAs, mais você paga.
Modelos de preços de desempenho são modelos baseados em referência
que dependem de métricas-chave ou benchmarks (avaliação de performance)
para decidir o preço pago. A maioria dos modelos de desempenho se origina das
estratégias de preços relacionados à remuneração ou terceirização de funcioná-

171
UNIDADE 5

rios, mas pode ser aplicada à com- com seus funcionários. Em um con-
putação em nuvem, especialmente texto de computação em nuvem, em
a um serviço de nuvem privada ou vez de ter penalidades, caso certos
híbrida. Às vezes, esses modelos são SLAs não sejam atendidos, você re-
usados para alinhar suas metas de compensa o provedor de serviços
negócios às metas do seu serviço compartilhando seus lucros se os
de nuvem, a fim de criar uma ver- SLAs forem excedidos. É uma abor-
dadeira parceria. dagem diferente da baseada em resul-
Modelo de preço baseado em tados, pois o “bônus” só vai se passar
resultados é o modelo baseado no de uma meta predefinida.
retorno que sua empresa tem. Se Modelos de preços de marketing
o seu departamento quiser usar a são modelos de preços impulsionados
computação em nuvem, pois dese- pelo marketing e não pelo desempenho.
ja reduzir o tempo para o mercado, O principal fator por trás desses
convém negociar um pagamento de modelos é o contato dos usuários
“bônus” ao provedor de serviços em com o produto e, só depois, a preocu-
nuvem vinculado a esse resultado. A pação com a monetização para avaliar
maioria dos resultados usa métricas um lucro. Podemos entender melhor
relacionadas à proposta de valor da nos dois modelos abaixo:
Cloud Computing; quanto mais se Modelo de preço do Freemium
ganha, mais se paga. (junção das palavras Free, grátis, e Pre-
Modelo de preço ligado aos mium, plano melhor) é um modelo de
negócios medem a contribuição que preço de marketing em que você testa
a computação em nuvem faz para os antes de comprar um serviço mais apri-
KPIs (ou indicador-chave de desem- morado ou você recebe um serviço
penho) que afetam seu modelo de ne- gratuito, mas os anúncios que apare-
gócios. Um dos desafios é vincular o cem para você “custeiam” o valor do
resultado comercial à contribuição serviço. Esse modelo é especialmente
feita pela computação em nuvem. adequado para o SaaS, porque muitas
Modelo de preço de comparti- empresas de software, como o LinkedIn
lhamento de ganho tem suas raízes e o Dropbox, usam bastante. Eles ofere-
nos esquemas de remuneração dos cem uma versão gratuita de seu produto
funcionários. A ideia é que, à medi- que possui funcionalidade limitada,
da que a organização ganhe, alguns mas disponibilizam a opção de pagar
desses ganhos sejam compartilhados por um serviço premium com recursos

172
UNICESUMAR

extras. A ideia é oferecer valor suficiente aos usuários na versão gratuita para
atraí-los e convertê-los, e mais valor na versão aprimorada para garantir que os
usuários convertam e maximizem a receita do provedor de serviços.
Modelo de preço de razor-and-Blades (em uma tradução literal seria ba-
seado em “Lâminas e Barbear”), ou seja, um modelo de preços que depende de
dois elementos, um componente básico e um componente reutilizável para forne-
cer um serviço. Na computação em nuvem, um dispositivo ou um aplicativo que
usa um serviço em nuvem pode ser distribuído, mas o preço pode ser composto
dos dados armazenados, analisados e apresentados pelo serviço em nuvem.
Por exemplo, você pode ter um monitor de pressão arterial que envia dados au-
tomaticamente para um serviço em nuvem. O serviço em nuvem armazena e
analisa os dados, que usaria para alertá-lo se um certo nível de pressão arterial
fosse atravessado. O sensor pode ser fornecido gratuitamente ou a um preço
reduzido, enquanto você pagaria pelo uso do serviço em nuvem que torna as
informações do sensor significativas para você.
Modelos de preços híbridos, que é a união dos modelos de preços de
utilidade, serviço e desempenho. Eles podem ser agrupados para produzir
modelos de preços híbridos. Por exemplo, você pode ter um sistema baseado
em assinatura que utiliza uma abordagem em camadas. Se o gasto por ano
estivesse em um determinado nível, esse nível decidiria o de desconto que se
aplicaria a você. O modelo de preço híbrido pode ser aplicado com sucesso a
todos os tipos de planos de nuvem.

173
UNIDADE 5

EXPLORANDO IDEIAS

O National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de Padrões e Tecnolo-


gia) dos Estados Unidos, em sua publicação especial n.º 800-146, dispõe que os termos
de serviço de um consumidor para uma nuvem são determinados por um contrato legal-
mente vinculativo entre as duas partes, contratante e contratado, frequentemente seg-
mentadas em: (1) um contrato de serviço e (2) um contrato de nível de serviço (SLA).
Geralmente, o Contrato de Serviço é um documento legal que especifica as regras do con-
trato legal entre um consumidor e o provedor, segundo as legislações vigentes, e o SLA é
um documento mais curto que afirma as promessas técnicas de desempenho feita
por um provedor, incluindo soluções para falhas de desempenho. Dessa forma, essa pu-
blicação refere-se à combinação desses dois documentos como um contrato de serviço.
Fonte: BADGER et al., 2012.

Para fixar a ideia dos modelos de preços usados pelos provedores de nuvem
é importante analisar que eles são definidos usando padrões que especificam
custos unitários para o uso de recursos específicos de acordo com as métricas
de custo de uso. Vários fatores podem influenciar um modelo de preços, como:
■ Concorrência de mercado e requisitos regulatórios;
■ Sobrecarga incorrida durante o design, desenvolvimento, implan-
tação e operação de serviços em nuvem e outros recursos de TI;
■ Oportunidades para reduzir as despesas por meio de compartilha-
mento de recursos de TI e otimização de datacenters.

174
UNICESUMAR

A maioria dos principais provedores de nuvem oferece serviços a preços com-


petitivos relativamente estáveis, embora suas próprias despesas possam ser
voláteis. Um modelo de preço ou plano de preços contém um conjunto de custos
e métricas padronizadas que especificam como as taxas de serviço em nuvem
são medidas e calculadas. Os modelos de preços definem a estrutura de um mo-
delo de preços, definindo várias unidades de medida, cotas de uso, descontos
e outras taxas codificadas. Um modelo de preços pode conter vários modelos
de preços, cuja formulação é determinada por variáveis como:
■ Métricas de custo e preços associados - esses são custos que depen-
dem do tipo de recurso de TI e da alocação (como alocação sob
demanda versus reserva);
■ Definições de taxas fixas e variáveis - as taxas fixas são baseadas na
alocação de recursos e definem o uso.
Cotas incluídas no preço fixo, enquanto as taxas variáveis estão alinhadas
com o uso real de recursos.
■ Descontos de volume - mais recursos de TI são consumidos à medida que
o grau de escala de recursos de TI aumenta progressivamente, possivel-
mente qualificando um consumidor em nuvem para descontos mais altos.
■ Opções de personalização de custos e preços - essa variável está associada
a opções e horários de pagamento. Por exemplo, os consumidores em nu-
vem podem escolher parcelas de pagamento mensais, semestrais ou anuais.

175
UNIDADE 5

Alguns acreditam que mudar para uma nuvem livra uma organização de to-
das as preocupações relacionadas à segurança e elimina uma ampla gama de
ameaças à integridade dos dados. Outros acreditam que a segurança em nuvem
está nas mãos de especialistas, portanto os usuários de nuvem são melhor
protegidos do que quando usam seus próprios recursos de computação, porém
não é bem assim que funciona.
A terceirização de computação para uma nuvem gera novas preocu-
pações de segurança e privacidade. Além disso, os acordos de nível de serviço
(SLA) não fornecem proteção total para usuários de Cloud Computing que, mui-
tas vezes, são negligenciados e têm de lidar com eventos além de seu controle que
podem prejudicar demais o funcionamento habitual da empresa, gerando
gastos e prejuízos desnecessários.
Alguns usuários de nuvem estavam acostumados a operar dentro de um
perímetro seguro protegido por um firewall corporativo. Agora, eles preci-
sam estender sua confiança ao provedor de serviços em nuvem se quiserem se
beneficiar das vantagens econômicas da computação de utilidade. A transição
de um modelo interno para um modelo externo gera muitas preocupações,
principalmente porque os usuários estão acostumados a ter controle total de
todos os sistemas em que suas informações confidenciais são armazenadas e
processadas; mudando para um em que a confiança torna-se parte importante
do processo de aceitação e entendimento (MARINESCU, 2018).
Uma coisa importante é que a segurança deve ser abrangente, ou seja, não
apenas para o uso de serviços em nuvem da sua organização, mas também em
nome dos usuários que adquirem esses serviços, aos aplicativos associados a eles
e aos dispositivos que permitem acesso aos serviços. Além disso, deve-se consi-
derar a integridade e a privacidade dos dados numa perspectiva de ponta
a ponta (do usuário ao servidor e de volta ao usuário). As questões legais e de
conformidade relacionadas aos dados e ao seu uso, como supracitadas, são
de inteira relevância e importância para escolha.

176
UNICESUMAR

As principais preocupações do abrangência dessa nuvem, várias leis de


usuário são acerca de acesso não au- vários continentes estarão presentes.
torizado a informações confiden- As próximas preocupações con-
ciais, bem como o roubo de dados, e sideram o controle do usuário
o ciclo de vida dessas informações. As sobre o ciclo de vida dos dados.
informações realmente são mais É praticamente impossível para um
vulneráveis no armazenamento do usuário determinar se os dados que
que quando estão sendo processadas. deveriam ter sido excluídos foram
Os dados são mantidos em armazena- realmente apagados. Ainda que se-
mento por longos períodos, enquanto jam excluídos, não há garantia de
durante o processamento são expostos que a mídia tenha sido eliminada
a ameaças por tempo relativamente e o próximo usuário não possa re-
curto. Essas inseguranças são per- cuperar dados confidenciais. Nesse
feitamente normais, porém para cada caso, entra em cena a segunda regra
uma delas há uma resposta clara e bem importante desse tipo de serviço, as
definida (RUPARELIA, 2016). famosas CSPs (Content Security Po-
Normalmente, todas as empresas licy ou Política de Segurança de Con-
fornecedoras de serviços seguem dois teúdo). Essas regras desenvolvidas
tipos de regras bem definidas para pela própria empresa fornecedora
prestarem o serviço. A primeira delas de serviços visam gerar um com-
são as leis de informação oriundas pliance (padronização de regras) e
do país em que a empresa possui sua destacar protocolos em que se com-
sede. Exemplo disso podemos ver nas promete a cumprir. Fora as CSPs, ain-
legislações mais conhecidas vigentes, da temos as normas ISO. A sigla ISO
como a LGPD, implantada pelo Bra- vem do inglês e significa Internatio-
sil em 2018 (Lei Geral de Proteção de nal Organization for Standardiza-
Dados - lei nº 13.709, de 14 de agosto tion (em português, Organização
de 2018). Também temos a versão eu- Internacional para Padronização). A
ropeia chamada de GDPR (General ISO é uma fundação voltada para a
Data Protection Regulation, ou seja, normatização e padronização, que
Regulamento Geral de Proteção de se originou em 1947, em Genebra, na
Dados) e a estadunidense chamada de Suíça. No caso do Cloud Computing,
CCAA (California Consumer Privacy as regras fundamentadas por essa
Act ou Lei de Privacidade do Consu- organização são ISO 27001, ISO
midor da Califórnia). Dependendo da 27701 e ISO 27018.

177
UNIDADE 5

A segurança do provedor de serviços em nuvem protege a confidenciali-


dade, integridade e disponibilidade de sistemas e de dados que eles armaze-
nam ou manipulam no uso não intencional. Para tanto, formou-se atributos de
segurança em cloud que foram se padronizando e evoluíram para seis pontos
nodais, que são conhecidos como “Parkerian Hexad” (RUPARELIA, 2016).

Protocolo Parkerian Hexad

refere-se à definição consistente de


quem pode ou não obter as informa-
ções contidas no cloud. As empresas
estão preocupadas em proteger sua
Confidencialidade
propriedade intelectual, portanto ten-
dem a se preocupar mais com o aces-
so não autorizado de seus registros
financeiros, médicos, entre outros.

refere-se à definição de quem e


Controle de acesso quais sistemas possuem as informa-
ções ou têm controle sobre seu uso.

refere-se à certificação de que as


informações estejam corretas ou
consistentes com o uso pretendido.
Integridade Qualquer modificação não autori-
zada de dados, seja deliberada ou
acidental, é uma violação da integri-
dade dos dados.

refere-se à veracidade da origem ou


Autenticidade
criação das informações.

refere-se ao acesso à informação em


Disponibilidade tempo hábil, quando é necessário
para o seu uso atendido.

refere-se à utilidade, ou seja, ter a


informação de maneira útil para que
Utilidade
possa ser relacionada como preten-
dido pelo seu planejamento inicial.

Quadro 2 – Protocolo Parkerian Hexad / Fonte: O autor com base em Ruparelia, 2016.

178
UNICESUMAR

Figura 2 – Protocolo Parkerian Hexad / Fonte: adaptado de Ruparelia, 2016, p. 100.

Descrição da Imagem: a imagem é formada por um círculo central em azul com a palavra “segurança”,
que aponta para outros seis círculos coloridos com os seguintes dizeres e cores: Confidencialidade
(Laranja), Controle de Acesso (verde claro), Integridade (Roxo), Autenticidade (Verde), Disponibilidade
(Vermelho) e Utilidade (Marrom). Dando a ideia de que a segurança aponta para todos os seis elementos
ao mesmo tempo.

Analisando o quesito segurança nos Cloud Computing é importante entender


que tudo deve ser padronizado e todos os protocolos de segurança devem ser
respeitados. Afinal, eles hospedam coisas muito importantes para pessoas muito
importantes, seus clientes. Esse processo de segurança pode ser analisado em três
mecanismos para uma proteção coerente e confiável (RUPARELIA, 2016).
O primeiro mecanismo de defesa empregado para determinar vio-
lações de seguridade é um firewall (que é um dispositivo de uma rede de
computadores, na forma de um programa ou de equipamento físico, que tem
por objetivo aplicar uma política de segurança a um determinado ponto da

179
UNIDADE 5

rede). Vários firewalls são colocados A segunda linha de defesa está


em todos os contêineres de seguran- no estágio de autenticação e identi-
ça. A própria nuvem, sendo um con- ficação do usuário. Se várias tentati-
têiner de segurança, terá um firewall vas forem feitas e falharem, principal-
externo, para garantir o fluxo de da- mente no login, seja como alguém seja
dos. Esse dispositivo conterá regras em um serviço específico, as ferra-
que indicam o tráfego para todos e mentas de monitoramento devem
aquilo que deve bloquear. Você pode alertar o administrador do sistema
ser alertado se alguém tentar entrar em nuvem. Se as ferramentas forem
em uma alocação de segurança e for automatizadas, elas poderão negar
bloqueado pelo firewall. O alerta pode mais logins, às vezes, impossibilitando
ser um e-mail ou um registro no log por um tempo determinado ou blo-
(registro escrito de tudo que acontece queando-o totalmente, nessa conta ou
na aplicação) que pode ser monitora- esse serviço pelo nome de usuário em
do. No entanto, um sistema de se- questão. Além disso, certos tráfegos
gurança terá vários componentes, podem ser considerados suspeitos,
não somente o firewall, mas também porque estão tentando usar um servi-
autenticação e identificação de acesso, ço que não é permitido para um usuá-
detecção e prevenção de intrusões e rio específico ou está tentando acessar
segurança baseada no usuário, como dados que normalmente não seriam
ferramentas antivírus e antimalware acessados pelo usuário em questão.
(dispositivo contra arquivos mali- Todo esse tráfego pode ser analisa-
ciosos). Esse sistema, se configurado do e relatado por software conhecido
corretamente, gerará logs que acom- como IDS (ou sistema de detecção de
panharão os usuários, os serviços intrusões) (RUPARELIA, 2016).
prestados e os dados. A revisão dos A terceira linha de defesa está no
arquivos de log por qualquer pessoa lado do usuário. Os próprios disposi-
não é possível, pois eles possuem um tivos dos clientes precisam ser pro-
tamanho grande devido ao fluxo de tegidos contra ataques maliciosos, para
informações, porém é utilizado um que os detalhes de login do usuário pos-
software para analisar os logs do sam não ser comprometidos ao acessar
servidor e do firewall, como uma os serviços em nuvem. Geralmente,
primeira etapa no monitoramento, isso assume a forma de antimalware
a fim de detectar qualquer atividade (incluído nisso os antivírus, antispoo-
suspeita (RUPARELIA, 2016). fing — que é impedir usuários com IPs

180
UNICESUMAR

falsificados — , firewalls pessoais e bloqueio de cookies de rastreamento) instalados


no dispositivo-cliente que você usa para acessar os serviços em nuvem. Principal-
mente, esses dispositivos-clientes do usuário final estão fora do escopo de um
provedor de serviços em nuvem no quesito de monitoramento ou contribuição. Se
isso não for devidamente sanado, pode se tornar o elo fraco na corrente de segurança
(RUPARELIA, 2016).

Figura 3 – Proteção no Cloud / Fonte: adaptado de Ruparelia, 2016, p. 102.

Descrição da Imagem: na imagem aparecem três retângulos, um ao lado do outro equidistantes. O


primeiro, em verde, à esquerda, traz a frase Utilização de firewall no servidor; o segundo, em azul, ao
centro, traz a frase Autenticação e identificação do usuário; por fim, o terceiro, laranja, à direita, traz a frase
Proteção no dispositivo-cliente. Os três retângulos estão sobrepostos por uma seta que aponta para as
duas direções, dando a entender que a proteção do cloud funciona com as três frentes ao mesmo tempo.

Embora a Internet ofereça aos indivíduos a capacidade de ocultar sua identi-


dade, o anonimato resultante reduz os rastros normalmente usados em tran-
sações comerciais. A identidade é fundamental para o desenvolvimento de
relações de confiança, nos permite basear nossa confiança no histórico passado
das interações com uma entidade. O anonimato causa desconfiança porque
a persona está associada à prestação de contas e na ausência da capacidade de
verificação não pode ser aplicada.
A opacidade se estende imediatamente da identidade às características pessoais.
É impossível inferir se a entidade ou indivíduo com quem se desenvolvem transações

181
UNIDADE 5

é quem finge ser ou se sua reputação é confiável, ainda mais à proporção que as
transações vão ocorrendo entre entidades separadas pelo tempo e pela distância.
Por fim, não há garantias de que os institutos com os quais negociamos entendem
completamente o papel que assumiram.
Para remediar a perda de pistas, precisamos de mecanismos de seguran-
ça para controle de acesso, transparência da identidade e vigilância. Os
mecanismos para controle de acesso são projetados para manter os intrusos
afastados. A transparência da identidade exige que a relação entre um agente
virtual e uma pessoa física seja cuidadosamente verificada através de méto-
dos como identificação biométrica. Assinaturas digitais e certificados digitais
são usados para identificação. A vigilância pode ser baseada na detecção de
intrusões ou pode ser baseada em auditoria. O primeiro é baseado no moni-
toramento em tempo real, enquanto o segundo depende de vasculhar off-line
através de registros de auditoria (LOGs).

PENSANDO JUNTOS

Vamos pensar um pouco, por que tanta gente ainda tem resistência em mudar para o
Cloud Computing se a relação custo-benefício é melhor e se sua segurança é comprovada-
mente confiável?

Muitas pessoas são resistentes à mudança, pois acreditam que do jeito que está
funciona (sentem-se seguras) ou por estarem numa zona de conforto muito
grande. Não é algo que aconteça só com pessoas com mais idade e/ou donos da
empresa, mas com muitos profissionais que têm medo de aprender coisas
novas, que não se reciclam e que não têm uma formação continuada. O que po-
demos tirar de lição disso é que temos que nos atualizar dia após dia e estar
sempre receptivos a novas possibilidades e tecnologias.
Para compreender esse avanço tecnológico, bem como sua aceitação, é
necessário entender as camadas de tecnologias subjacentes às nuvens, as
motivações que levaram à sua criação pelos líderes da indústria. São vários
os fatores de negócios que promoveram a moderna tecnologia baseada em
nuvem, assim como sua origem e inspiração advém de muitas características,
modelos e mecanismos abrangentes que dificultavam a evolução de muitos
negócios e a majoração dos lucros.

182
UNICESUMAR

É importante observar que essas influências moldaram nuvens e que esse


mercado do Cloud Computing moldou tanto contratantes quanto contratados, de
ambas as extremidades. Eles motivaram as organizações a adotar a computação
em nuvem no suporte aos seus requisitos de automação de negócios. Além
disso, motivaram correspondentemente outras organizações a se tornarem for-
necedores de ambientes em nuvem e fornecedores de tecnologia em nuvem, a fim
de criar e atender à demanda para atender às necessidades do consumidor.
A partir de tantas demandas, entendemos o porquê de tantas empresas op-
tarem pelo uso das ferramentas em Cloud Computing, seja pela segurança,
praticidade e/ou performance. Porém, imagine se uma companhia ou um in-
divíduo pudesse utilizar os serviços em nuvem de dois ou mais fornecedores ao
mesmo tempo. Isso existe e chama-se Multicloud, que dá às organizações mais
flexibilidade para otimizar o desempenho, controlar custos e aproveitar
as melhores tecnologias disponíveis em nuvem.
Em uma definição simples, Multicloud (ou nuvem híbrida) nada mais é do que o
uso de serviços em nuvem de mais de um fornecedor em uma única arquitetu-
ra heterogênea para melhorar os recursos e o custo da infraestrutura. Podendo
ser um processo tão simplificado quanto usar “software como serviço” (SaaS) de dife-
rentes fornecedores de nuvem, como, por exemplo, Salesforce e Workday. Ou pode ser
um pouco mais complexo no âmbito empresarial, em que o multicloud, normalmente,
alude à execução de aplicativos corporativos na “plataforma como serviço” (PaaS) ou
“infraestrutura como serviço” (IaaS) de vários provedores de serviços em nuvem ao
mesmo tempo, como, por exemplo, utilizando o Amazon Web Services (AWS), Goo-
gle Cloud Platform, IBM Cloud e Microsoft Azure para fundamentar sua aplicação.
Silva et al. apresentam como algumas das principais funcionalidades:


Ela permite o desenvolvimento de aplicativos de forma acelerada,
movendo-os entre os dois ambientes; auxilia na migração de servi-
dores físicos e virtuais alocados na rede local para a nuvem; moni-
tora e gerencia a infraestrutura como um todo: serviços, aplicativos
e contêineres de forma centralizada; gerencia o tráfego de uso dos
recursos; traz diversas vantagens ao ambiente, como modernização
de aplicativos, automatização de tarefas e gerenciamento da nuvem
de forma centralizada, além de permitir o acesso à plataforma de
qualquer lugar via web(Adaptada, 2020, p.128).

183
UNIDADE 5

Figura 4 – Modelo Multicloud / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a imagem apresenta um círculo central azul com o dizer Aplicação, em volta desse
círculo há outros quatro interligados por um aro maior que os perpassa. O círculo acima, em laranja,
tem escrito a palavra AWS; o círculo do lado direito, em azul claro, tem escrito MS Azure; o círculo roxo
localizado abaixo tem escrito Google Cloud; por fim, temos um círculo azul marinho, à esquerda, escrito
IBM Cloud. A imagem dá a ideia de que a aplicação está funcionando em vários prestadores de serviços
cloud computing ao mesmo tempo.

As soluções multicloud são tipicamente construídas em tecnologias nativas de


nuvem de código aberto, como kubernetes (uma plataforma de manipulação de
código aberto que automatiza a implantação, o gerenciamento e o dimensiona-
mento de aplicativos), que são apoiadas por todos os provedores de nuvem pú-
blica. Essas soluções, normalmente, incluem recursos para gerenciar o workload
(cargas de trabalho) em várias nuvens com apenas um console central, ou seja,
um único painel de controle. Muitos dos principais provedores de nuvem, bem
como provedores de soluções em nuvem, oferecem soluções multicloud para in-
fraestrutura de computação, desenvolvimento, armazenamento de dados,
armazenamento em nuvem, inteligência artificial (IA) e machine learning
(que se concentra no uso de dados e algoritmos para imitar a maneira como os
humanos aprendem, melhorando gradualmente sua precisão), recuperação de
dados, produtividade nos negócios, dentre muitas outras (BHOWMIK, 2017).
O valor significativo do multicloud para uma organização é focado na
segurança, pois ele evita uma interrupção brusca dos sistemas, bem como

184
UNICESUMAR

diminui os problemas de desempenho, as opções limitadas e os custos des-


necessários resultantes do uso de apenas um fornecedor de nuvem; sendo visto
como uma verdadeira estratégia para as empresas. Além disso, a empresa conta
com uma flexibilidade em escolher serviços em nuvem de diferentes provedores
com base na combinação de preços, desempenho, segurança e requisitos de
conformidade, localização geográfica, dentre outras variáveis que melhor se
adequem ao negócio;
A capacidade de adotar rapidamente novidades tecnológicas de qual-
quer fornecedor, conforme necessário ou à medida que elas surgem, ajudam a
empresa a manter suas aplicações sempre com o que há de mais novo no mercado
ou, pelo menos, com o “melhor de todos os mundos”, pois em vez de limitar
os clientes a quaisquer ofertas ou funcionalidades, ele pode optar pelos recursos
mais interessantes que determinado provedor oferta em dado momento. Desse
modo, acontece uma redução na vulnerabilidade a paralisações e no tem-
po de inatividade não planejado (porque uma paralisação em uma nuvem não
necessariamente afetará os serviços de outras nuvens).
A chave para maximizar os benefícios de uma arquitetura multicloud
é gerenciar aplicativos e recursos através das múltiplas nuvens centraliza-
damente, como se fossem parte de uma única nuvem (MAHMOOD; PUTTINI,
2013). Mas o gerenciamento multicloud vem com vários desafios, incluindo:

185
UNIDADE 5

■ Manter políticas consistentes de segurança e conformidade na nuvem


em várias plataformas;
■ Implantação consistente de aplicativos em ambientes-alvo (por
exemplo, desenvolvimento, encenação e produção) e várias plataformas
de hospedagem;
■ Visualizando eventos a partir de ferramentas de registro e moni-
toramento para alcançar uma visão singular e configurar respostas
consistentes: as organizações usam ferramentas de gerenciamento mul-
ticloud — ou, preferencialmente, uma plataforma de gerenciamento mul-
ticloud — para monitorar e gerenciar suas implantações como se fossem
um único ambiente de nuvem. As melhores plataformas de gerenciamen-
to multicloud normalmente oferecem:
■ Visibilidade e controle sobre qualquer recurso em nuvem: incluindo
ofertas de IaaS, PaaS e SaaS e recursos associados de armazenamento e
rede de dados em plataformas públicas, nuvem privada e implantações
de bordas.
■ Recursos de análise e/ou inteligência artificial (IA): incluindo inte-
ligência artificial para operações (AIOps). Ela usa IA e aprendizado de
máquina para peneirar o ‘ruído’ de dados para métricas, telemetria, que a
organização pode usar para simplificar operações, prever problemas de
disponibilidade ou desempenho e até mesmo automatizar ações correti-
vas em toda a infraestrutura multicloud.

Outra possibilidade interessante é a nuvem híbrida, que nada mais é que o uso
de ambientes de nuvem pública e privada, com gerenciamento, governança e
portabilidade entre eles, o que permite que uma organização os use como uma
infraestrutura de TI única, unificada e otimizada. Nuvem multicloud e híbrida não
são reciprocamente exclusivas (BADGER et al., 2012). Na verdade, a maioria das
nuvens híbridas corporativas são multicloud híbridas, ou seja, incluem serviços
de nuvem pública e/ou privada de pelo menos dois fornecedores de serviços.
Multicloud híbrido baseia-se em benefícios como:

186
UNICESUMAR

Benefícios do modelo Multicloud híbrido

O multicloud híbrido permite e é habilitado


por métodos de desenvolvimento ágeis
e devOps (é uma cultura na engenharia de
software que aproxima os desenvolvedores
Melhor produtividade
e os operadores do software/administra-
do desenvolvedor
dores do sistema), bem como tecnologias
de aplicativos nativas da nuvem, como
arquitetura de microsserviços, contêineres
e computação sem servidor.

Além de fornecer o amplo acesso da multi-


cloud às principais tecnologias de segurança
e conformidade, o multicloud híbrido for-
nece a flexibilidade de implantação e escala
de dados confidenciais ou workload (cargas
Segurança aprimorada e
de trabalho) altamente regulamentadas das
conformidade regulatória
maneiras mais seguras e compatíveis, e
a conveniência de implementar segurança e
conformidade consistentemente em todos
os serviços de nuvem, além de seus fornece-
dores e ambientes implementados.

Além da flexibilidade para escolher


o serviço de nuvem mais econômico, o
multicloud híbrido fornece o controle mais
pontual sobre onde as capacidades de
trabalho serão implantadas e dimensiona-
das, permitindo que os administradores
melhorem ainda mais o desempenho
Maior eficiência e
(por exemplo, implantar mais perto dos
otimização de gastos
usuários para reduzir a latência) e otimizar
os gastos. A nuvem híbrida também ajuda
as companhias a modernizar os apli-
cativos existentes mais rapidamente e
conectar serviços de nuvem a dados em
infraestrutura em nuvem ou no local de
maneiras que ofereçam novos valores.

Quadro 3 – Benefícios do modelo Multicloud híbrido / Fonte: Adaptado de Badger et al., 2012.

187
UNIDADE 5

Vamos relembrar que Jeff precisava anualmente sobre um plano prede-


entender mais se o Cloud Computing finido, já que eles já têm um escopo
realmente era seguro e se a relação claramente definido e alinhado às
custo-benefício dele era real. Para suas metas de curto prazo.
isso, no quesito segurança, ele desco- A segunda empresa, mais dinâmi-
briu que existem muitos protoco- ca, resolveu ampliar mais sua abran-
los, normas e questões legais que gência, posto que sua fabricação de
amparam as empresas contratantes e conteúdo é constante e que o volume
contratadas e que, sem sombra de dú- de informação aumenta hodierna-
vida, ele pode optar por uma empresa mente. Eles optaram por um modelo
idônea e que vai armazenar bem os multicloud pensando na segurança
dados de sua instituição; no quesito que a redundância de informações lhe
valores, ele descobriu que existem daria, além da velocidade das aplica-
vários modelos de preços e que, com ções. Além disso, eles escolheram um
certeza, um deles vai se encaixar no Modelo de preço baseado em vo-
orçamento da empresa e na forma lume, pois preferem a precificação
como a instituição quer trabalhar baseada na quantidade de espaço de
com seus dados e aplicações. armazenamento, velocidade das
Como será que Jeff vai escolher transações , quantidade de largura
a(s) melhor(es) prestadora(s) de ser- de banda ou capacidade de proces-
viço de Cloud Computing? Simples, samento utilizado.
ele analisou casos específicos de duas Após considerar esses dois casos
empresas diferentes. A primeira em- totalmente diferentes, Jeff vai ser bem
presa tinha um orçamento fixo para cauteloso, a começar por analisar todas
dispor para cloud computing e pre- as privações de sua instituição, apon-
tendia, apenas, armazenar dados pro- tando falhas e necessidades. A partir
duzidos sem uma aplicação aparente. disso, Jeff vai transformar essas in-
O sistema funcionaria apenas, e tão formações em requisitos mínimos,
somente, como um arquivo virtual estipulando uma margem de seguran-
para a companhia manter os dados ça que deseja encontrar em um serviço
produzidos por cada funcionário e de computação em nuvem.
que teria seu espaço dedicado. A em- Por fim, ele deverá observar bem
presa optou por escolher uma solução as empresas, analisar cada serviço
de Modelo de preço fixo, pagando ofertado (ponto a ponto), bem como

188
UNICESUMAR

a reputação da fornecedora junto a outros clientes. Além disso, terá que avaliar
cada item apontado e ver se irão suprir ou não as demandas de maneira folgada.
Ou seja, cada requisito deve ter uma margem para que a aplicação possa
crescer e se desenvolver. Ainda nesse mote, é importantíssimo que ele avalie
o modelo de preços de cada empresa que já passou no crivo dos requisitos téc-
nicos, pois não adianta ter tudo o que ele precisa se o valor gerar um prejuízo ou
uma desvantagem para sua instituição. Concorda?
Seguindo esses passos, a tendência é que Jeff consiga escolher a melhor pres-
tadora de serviço, levando em consideração a segurança, os modelos de preço,
as funcionalidades e os lucros que toda empresa almeja.
Parece muito? Esse é o começo de um trilhar muito especial em sua vida
acadêmica, que será repleta de boas surpresas e boas experiências. Agora, que tal
fixar os conceitos apresentados através de um mapa mental. Caso precise, retorne
e relembre os conhecimentos da Unidade, tudo bem?

189
Passamos por um texto que trouxe muitos conceitos, definições e mode-
los de segurança. Dessa forma, propomos que construa um mapa mental
unindo toda parte de seguridade em Cloud Computing. Não se preocupe, o
que pode parecer um pouco confuso no começo apenas ganhará corpo e de-
monstrará o quanto as ideias foram se conectando em sua mente. Uma su-
gestão para a construção de um mapa mental é usar uma palavra-chave e
depois ir conectando-a a outras palavras-chave que tragam ideias afins. Veja
bem, não existe “certo” e nem “errado” em um mapa mental, mas como dis-
cutimos muitos conceitos que podem se perder caso não sejam correlacio-
nados com outras ideias, você verá que ganhará muito com este exercício.

O mapa mental é uma ferramenta muito útil e que revela um potencial


de desenvolvimento crítico muito grande e, o melhor de tudo, permite que
você “veja” o conhecimento que adquiriu e como ele “está em sua cabeça”.

Você pode usar uma folha em branco, ou ainda, usar uma tecnologia (olha só
que interessante!). Uma sugestão de ferramenta gratuita é o www.goconqr.com.
Ou, ainda, você pode se basear no seguinte mapa mental e preencher os dados
baseado no que estudamos nesta unidade:
UNIDADE 1

CACIATO, L. E. Virtualização e consolidação dos servidores do datacenter. Campinas: UNI-


CAMP, 2010. Disponível em: https://www.ccuec.unicamp.br/cicau/download/Artigo_Virtualiza-
cao_Datacenter.pdf. Acesso em: 30 abr. 2022.

DE ROSE, C. A. F. O que é esta tal de nuvem e o que pode fazer por você? Porto Alegre: EDI-
PUCRS, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/185000.
Acesso em: 15 abr. 2022.

ESTUDO do Gartner constata que a pandemia ampliou a necessidade de gastos governa-


mentais com TI. Inforchannel, [s. l.], ago. 2021. Disponível em: https://inforchannel.com.
br/2021/09/02/estudo-do-gartner-constata-que-a-pandemia-ampliou-a-necessidade-de-gas-
tos-governamentais-com-ti/. Acesso em: 26 jun. 2022.

SILVA, F. R. da et al. Cloud computing [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2020.

VERAS, M. Datacenter: componente central da infraestrutura de TI. Rio de Janeiro: BRASPORT,


2009.

VERAS, M. Virtualização: tecnologia central do datacenter. 2. ed. São Paulo: Brasport, 2016.

VERAS, M. Computação em Nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: BRASPORT, 2015.

XAVIER, C. M. S.; REINERT, J. H.; XAVIER, L. F. S. Projetos de Infraestrutura de TIC. Rio de Janei-
ro: BRASPORT, 2013.

UNIDADE 2

ANATEL. Relatório de Acompanhamento do Setor de Telecomunicações: banda lar-


ga fixa. Brasília, DF: Anatel, 2020. Disponível em: https://sei.anatel.gov.br/sei/modulos/
pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?NMLZh5iV6nbOCmPPhjssYO7e-
cW3Ia5ZtxFzuL_reIqZ8L3mCXpDwpWj43Y64iTm1DEA9jNIPIyHBKZq354jBP71fMe1sO_
1Q1aZ75HOS2-wvsCYhAE5N16qmLMhu_OI2. Acesso em: 21 abr. 2022.

CARISSIMI, A. Desmistificando a computação em nuvem. Porto Alegre: UFRGS, 2015. Dispo-


nível em: https://www.researchgate.net/profile/Alexandre-Carissimi/publication/301298378_
Desmistificando_a_Computacao_em_Nuvem/links/5710f63208aeff315b9f6ee6/Desmistifican-
do-a-Computacao-em-Nuvem.pdf. Acesso em: 1 mai. 2022.

CONHEÇA os 3 modelos Cloud: IaaS, PaaS e SaaS. Tecnomega, [s. l.], 22 mar. 2021. Disponível
em: https://tecnomega.com.br/blog/conheca-os-modelos-iaas-paas-saas/. Acesso em: 21 abr.
2022.

DE ROSE, C. A. F. O que é esta tal de nuvem e o que pode fazer por você? Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2020.

193
KOLBE JÚNIOR., A. Computação em nuvem. Curitiba: Contentus, 2020.

VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015.

XAVIER, C. M. S.; REINERT, J. H.; XAVIER, L. F. S. Projetos de infraestrutura de TIC. Rio de Janei-
ro: Brasport, 2013.

UNIDADE 3

KOLBE JÚNIOR, A. Computação em nuvem. Curitiba: Contentus, 2020. E-book. Acesso restrito
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UNIDADE 5

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195
UNIDADE 1

1. Alternativa correta: a).


Dentre as alternativas postadas como vantagens da virtualização, apenas a alter-
nativa A tem seu detalhamento correto. A alternativa B afirma que utilizamos mais
servidores, quando o correto é o contrário. A alternativa C informa que utilizaremos
mais energia, quando o correto é o contrário. A alternativa D informa que diminui a
flexibilidade, quando o correto é que aumenta a flexibilidade de criação de servidores.
A alternativa F informa que dificulta a alta disponibilidade, quando o correto é que
ajuda na alta disponibilidade.

2. Alternativa correta: c).


Para que possamos ter sucesso na implantação de infraestrutura de TI, temos que
ter os itens descritos na alternativa C. Na alternativa A, temos aumento de custos e
processos lentos, que não trazem sucesso na implantação. Na alternativa B, temos
o aumento de custos, que também não traz sucesso na implantação. A alternativa D
informa que não entrega valor e não alinha a área de TI com a estratégia da empresa,
não trazendo sucesso na implantação. A alternativa E informa baixa qualidade de
serviços, estando também incorreta.

3. Alternativa correta: b).


Nesta questão temos que ter a ordem correta de numeração em níveis e suas descri-
ções, sendo assim, a única que tem essa ordem correta é a alternativa B.

UNIDADE 2

1. Alternativa correta: b).


A alternativa correta é a B, pois solicita o conceito de IaaS, que é a capacidade de um
provedor oferecer Infraestrutura, tal como a AWS faz.

2. Alternativa correta: d).


Esta é alternativa correta, pois o modelo em nuvem é baseado na contratação de
serviços, pagos mensalmente, cujo valor dependerá da capacidade de processamento
e armazenamento contratada.

3. Questão discursiva em que o aluno deverá mostrar que absorveu os conceitos da


Unidade, tal como segurança em nuvem. Além de descrever se é seguro ou não utili-
zar os serviços apresentados na Unidade, o aluno deve descrever alguma técnica que

196
ele mesmo utiliza para a segurança desses dados, tais como: senha forte, utilização
de mais de um serviço (em questão de indisponibilidade de algum), dentre outros.

4. Alternativa correta: d).


De acordo com a Figura disponibilizada na página 29 dessa Unidade, podemos notar
que o modelo IaaS suporta o modelo PaaS, que suporta o modelo SaaS.

5. Alternativa correta: a).


Está correta, pois no modelo IaaS os recursos computacionais estarão na nuvem, ou
seja, quem alocará será o provedor. E, dessa forma, ela será dinâmica e elástica, para
atender às demandas necessárias.

6. O aluno deverá elencar os aspectos informados no começo da Unidade, que são:

■ Ser reconhecido pela integridade de sua conceituação mercadológica;


■ Apresentar suporte eficiente à administração;
■ Apresentar funcionalidade com relação a aspectos técnicos e invisibilidade de
complexidade sempre que possível;
■ E desenvolvimento de práticas de segurança altamente elevadas.

7. Os dois tipos são:

■ Nuvem privada hospedada pela empresa: é um modelo interessante quando as-


pectos de compliance e controle precisam ser considerados.
■ Nuvem privada hospedada em provedor de serviço: é um modelo interessante
para aplicações de forma geral e de missão crítica.

UNIDADE 3

1. Resposta correta: b).


O Microsoft 365 se enquadra no modelo SaaS (Software como Serviço), pois permite
aos usuários se conectarem e usarem seus aplicativos pela internet. O usuário não
precisa se preocupar com infraestrutura ou desenvolvimento, ele apenas contrata o
serviço, paga uma mensalidade e pode sair utilizando os aplicativos ali disponíveis.

2. Resposta correta: d).


Se relembrarmos os conceitos dos modelos de serviços em nuvem estudados, temos
que SaaS (Software como Serviço) é um modelo de computação em nuvem em que o
software é hospedado online e disponibilizado aos clientes por meio de assinatura ou
compra. Nesse modelo, os provedores de serviços em nuvem hospedam os aplicativos

197
em sua infraestrutura, e os usuários podem acessá-los por meio de um navegador
(browser) ou aplicativo, de diferentes dispositivos, IaaS (Infraestrutura como Serviço)
é um modelo de computação em nuvem que permite o provisionamento e o gerencia-
mento de recursos computacionais, tais como servidores, armazenamento (storage)
e rede e PaaS é um modelo de computação em nuvem que fornece um ambiente de
desenvolvimento pronto para uso, em que os desenvolvedores podem se concentrar
em escrever e executar código para criar softwares e aplicativos.

3. Resposta correta: a).


Relembrando o que foi estudado, temos que IaaS (Infraestrutura como Serviço) é um
modelo de computação em nuvem que permite o provisionamento e o gerenciamento
de recursos computacionais, tais como servidores e armazenamento (storage).

4. Resposta correta: e).


A resposta correta traz o item III, que descreve os modelos que estudamos nesta Uni-
dade: Infraestrutura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software
como Serviço (SaaS). O item I, pois IaaS (Infraestrutura como Serviço) é um modelo de
computação em nuvem que permite o provisionamento e o gerenciamento de recur-
sos computacionais, tais como servidores e armazenamento (storage). E, por último,
o item IV, visto que PaaS é um modelo de computação em nuvem que fornece um
ambiente de desenvolvimento pronto para uso, em que os desenvolvedores podem
se concentrar em escrever e executar código para criar softwares e aplicativos.

UNIDADE 4

1. Resposta correta: c).


Em uma arquitetura monolítica pode-se observar que os processos possuem um nível
de acoplamento muito grande e trabalham como um único serviço, já a arquitetura
de microsserviços consiste em pequenos serviços independentes, podendo ter a
composição de um serviço, baseado em um conjunto de pequenos serviços.

2. Resposta correta: d).


Uma vez que você quer avaliar como a tecnologia funciona e não vai se comprome-
ter com nenhum provedor no momento, o plano mais adequado é o Pay As You Go
(PAYG) ou “pague conforme o uso”. Dessa forma, você só paga por aquilo que utiliza,
sem se comprometer com algo que você não sabe se ainda vai precisar. Assim que o
contrato for firmado, você pode escolher um plano mais adequado, que proporcione
mais descontos para a empresa.

198
3. Resposta correta: c).
O elemento responsável é a escalabilidade, pois ela demonstra a capacidade de uma
empresa, ou sistema, de atender às suas necessidades de crescimento sem perder
qualidade e com pouco aumento de custos. Elevando a performance e tendo uma
baixa dificuldade para manutenção.

UNIDADE 5

1. Resolução do possível Mapa Mental proposto:

199

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