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TSIG0082

O projeto Geokwanza propõe o desenvolvimento de um WebSIG para a Geologia Sedimentar da Bacia do Kwanza, visando facilitar a divulgação de informações geológicas na internet. Utilizando ferramentas livres, o WebSIG busca tornar acessíveis dados geológicos que atualmente estão em meios pouco acessíveis, promovendo o conhecimento geológico da região. O trabalho é resultado de uma compilação e análise crítica de informações geológicas, com o objetivo de beneficiar a comunidade de geocientistas e interessados no tema.

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O projeto Geokwanza propõe o desenvolvimento de um WebSIG para a Geologia Sedimentar da Bacia do Kwanza, visando facilitar a divulgação de informações geológicas na internet. Utilizando ferramentas livres, o WebSIG busca tornar acessíveis dados geológicos que atualmente estão em meios pouco acessíveis, promovendo o conhecimento geológico da região. O trabalho é resultado de uma compilação e análise crítica de informações geológicas, com o objetivo de beneficiar a comunidade de geocientistas e interessados no tema.

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GEOKWANZA:

Desenvolvimento de um WebSIG para a


Geologia Sedimentar da Bacia Sedimentar
do Kwanza

Américo da Mata Lourenço Victorino


GEOKWANZA:

Desenvolvimento de um WebSIG para a


Geologia Sedimentar da Bacia Sedimentar do Kwanza

Trabalho de Projecto orientado por

Professor Doutor Pedro da Costa Brito Cabral

Outubro de 2011

ii
AGRADECIMENTOS

Expresso os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que de forma


directa e indirecta, foram determinantes para a conclusão desta monografia, pois sem o
empenho das mesmas não seria possível a obtenção destes resultados. Especialmente:
• A Deus que iluminou o meu caminho durante esta longa caminhada. A
minha esposa Juelma Victorino que de forma especial apoiou-me durante a formação e
as minhas filhas, Gracielma e Flávia, que iluminaram de forma especial os meus
pensamentos.
• Um sentido especial de agradecimento a minha mãe que sem o amor,
carinho, educação e todo o apoio que sempre me deu ao longo dos anos possivelmente
não estaria aqui, a toda minha família um beijão do tamanho do universo.
• Ao Professor Doutor Pedro Cabral pela competência com que orientou
este trabalho de Graduação e o tempo que generosamente me dedicou transmitindo os
melhores e hábeis ensinamentos, com paciência, transparência e confiança. Pelas suas
críticas sempre atempadas e construtivas desde o primeiro momento que solicitei a
orientação. Agradeço desde já todo o tempo que gastou incondicionalmente comigo a
rever e discutir detalhes do trabalho até nos pormenores de impressão.
• Não posso deixar passar em clara a minha família residente em Lisboa
(Rosa Cristóvão Victorino e o meu cunhado Ângelo Panda e aos meus sobrinhos e a
Júlia) que muito me apoiou durante as minhas viagens de Luanda – Lisboa.
• Aos meus colegas de curso e viagens (especialmente Dr. Agostinho
Secuma) que embarcaram no mesmo cais, reservo uma passagem para a outra margem
no canto do coração e da memória.
• Ao Professor Doutor César Alaminus Ibarria (Faculdade de Ciências da
Universidade Agostinho Neto), o meu muito obrigado por todos os concelhos
geocientíficos que me tem transmitido nos últimos quinquénios. Ao Geovanni Manghi,
muito obrigado pela ajuda.
• A todos meus amigos de longa data que sempre me acompanharam e
conviveram comigo nas últimas décadas, o meu “muito obrigado”.
• A todas as Instituições que de forma Directa me apoiaram com subsídios
financeiros (ACREP – Angolan E&P Company; Faculdade de Ciências da
Universidade Agostinho Neto; Instituto Geológico de Angola – Ministério da
Geologia e Minas e Indústria), que continuem com o gesto que Angola agradece.

iii
GEOKWANZA:

Desenvolvimento de um WebSIG para a Geologia Sedimentar da


Bacia Sedimentar do Kwanza

RESUMO:

Com o impressionante crescimento da Internet nos últimos anos a comunicação


de dados multimédia tornou-se uma realidade devido à facilidade de navegação que este
recurso apresenta. Este trabalho visa abordar um tema actual e com bastante
aplicabilidade no que concerne a publicação de informação espacial na Internet, usando
ferramentas livres, tendo em vista as vantagens e potencialidades desta tecnologia para
as instituições que lidam com informação geográfica. A divulgação de dados espaciais
na Web, serviço baseado em hipertexto que permite a navegação entre as informações
disponíveis nos computadores da rede, vem apresentando um crescimento significativo
nos últimos anos, através do surgimento de uma nova era de Sistemas de Informação
Geográfica (SIG), cujas arquitecturas têm na Internet um componente fundamental,
trazendo desta forma, novas possibilidades para o conhecimento geológico. Os recursos
geológicos da bacia sedimentar do Kwanza não são conhecidos na sua totalidade e não é
possível antever-se ainda quanto tempo será necessário completar o seu estudo; porém
já muito se conhece sobre este gigante sedimentar mas, infelizmente, grande parte desta
informação ainda se encontra em meios pouco acessíveis para a vasta comunidade de
geocientistas que muito delas dependem para tomadas de decisão. A proposta deste
trabalho, visa desenvolver um SIG na Internet, vulgo WebSIG denominado Geokwanza
dirigido a todos interessados em adquirir conhecimentos sobre o estado da arte
geológica da bacia sedimentar do Kwanza, sem necessariamente possuir conhecimentos
SIG. Os dados de cartografia geológica foram obtidos essencialmente por compilação,
análise crítica e integração das informações bibliográficas publicada e não publicada,
além de trabalhos adicionais de geologia de campo, interpretações de imagens satélites,
amostragem, análises petrográficas e geocronológicas. A criação de um WebSIG, é um
primeiro passo para dar dimensão pública a estes dados, afirmando o interessante
potencial que representam.

iv
GEOKWANZA:

Development of a WebGIS for the Kwanza Sedimentary basin


geology

ABSTRACT:
With the impressive growth of the Internet in recent years the communication of
multimedia data has become a reality due to the ease of navigation. This work aims to
address a very actual and high applicable issue regarding the publication of spatial
information on the Internet using free tools, considering the potential advantages of this
technology for the institutions that deal with geographic information. The dissemination
of spatial data on the Web, which is an hypertext-based service that allows the
navigation between the information available on network computers, is showing a
significant growth in recent years through the emergence of a new era of Geographic
Information Systems (GIS) whose architectures are a key component of the Internet,
bringing new possibilities for geological knowledge. The geological features of the
sedimentary basin of the Kwanza are not fully known and it is impossible to predict
how long it will take to complete its study. Nowadays, much is known about this giant
sediment but, unfortunately, a great part of this information is still inaccessible to the
vast community of geoscientists for decision making. Our proposal aims to develop a
WebGIS, called Geokwanza to provide knowledge about the geology of the sedimentary
basin of the Kwanza, without necessarily having knowledge about GIS. Geological
mapping data were obtained primarily by building, critical analysis and integration of
information published and unpublished literature, plus additional work of field geology,
interpretation of satellite images, sampling, petrographic and geochronological analysis.
The creation of this WebGIS is the step towards the public dimension that this data
represent.

v
PALAVRAS – CHAVES:

Bacia Sedimentar do Kwanza


Geologia
Internet
Sistemas de Informação Geográfica
WebSIG

KEYWORDS:

Kwanza Sedimentary Basin

Geology

Internet

Geographic Information Systems

WebGIS

vi
ACRÓNIMOS:

CGI – Common Gateway Interface


IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGCA – Instituto geográfico e Cadastral de Angola
IGEO – Instituto Geológico de Angola
OGC – Open Geospatial Consortium
PHP – Hypertext Preprocessor
SGBD – Sistema Gestor de Bases de Dados
URL – Uniform Resource Locator
WCS – Web Coverage Service
WFS – Web feature service
XML – Extensible Markup Language

vii
ÍNDICE DO TEXTO

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................................
iii
RESUMO ......................................................................................................................................................iv
ABSTRACT ...................................................................................................................................................v
PALAVRAS-CHAVE ....................................................................................................................................vi
KEYWORDS .................................................................................................................................................vi
ACRÓNIMOS ................................................................................................................................................vii
ÍNDICE DO TEXTO ......................................................................................................................................viii
ÍNDICE DE TABELA ...................................................................................................................................xi
ÍNDICE DE FIGURAS ..................................................................................................................................xii

1º CAPÍTULO - INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1. ENQUADRAMENTO ........................................................................................................................ 1


1.2. OBJECTIVOS .................................................................................................................................. 1
1.3. MOTIVAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO........................................................ 3
1.4. METODOLOGIA .............................................................................................................................. 3
1.4.1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE PROJECTO ................................................................................. 4

2º CAPÍTULO - SIG NA INTERNET ........................................................................................................ 5

2.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5


2.2. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) ............................................................................. 5
2.3. APLICAÇÕES SIG........................................................................................................................... 5
2.3.1. - Modelos de Dados .................................................................................................................. 6
2.3.2. - Arquitectura da Internet ......................................................................................................... 7
2.3.3. - Estrutura e funções de uma aplicação na Internet ................................................................. 9
2.3.3.1 - Web Servers ......................................................................................................................... 9
2.3.3.2 - Páginas Web ...................................................................................................................... 10
2.3.3.3 - Web Browsers .................................................................................................................... 10
2.3.3.4 - HTML ................................................................................................................................ 10
2.3.3.5 - URL´S ............................................................................................................................... 10
2.3.4. - Servidor Web ..................................................................................................................... 11
2.3.5. - Programas a utilizar .......................................................................................................... 11
2.3.5.1 - PHP:Hypertext Preprocessor ........................................................................................... 12
2.3.5.2 - Apache .............................................................................................................................. 13
2.3.5.3 - MapServer…………………………………………………………………………………………. 13
2.3.5.4 - P. mapper .......................................................................................................................... 14
2.3.5.5 - Quantum GIS ..................................................................................................................... 14
2.3.6 - Critérios de desenvolvimento de um SIG na Internet ........................................................ 14

viii
2.3.7 - Informação Gerencial relevante (exemplos) ........................................................................ 15
2.3.8 - Conclusão ............................................................................................................................. 16

3º CAPÍTULO - GEOLOGIA DA BACÍA SEDIMENTAR DO KWANZA E MODELO


CONCEPTUAL DE GESTÃO DE DADOS GEOLÓGICOS ................................................................ 18

3.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 18


3.2. PRINCIPAIS BACIAS SEDIMENTARES DE ANGOLA.......................................................................... 18
3.2.1.- Evolução tectónica da Bacia Sedimentar do Kwanza ........................................................... 20
2.2.2. - Estratigrafia da Bacia do Kwanza....................................................................................... 22
3.3. ANÁLISE DOS BENEFICIOS E FUNCIONALIDADES DE UM WEBSIG NO ÂMBITO DO CONHECIMENTO
GEOLÓGICO ................................................................................................................................................. 24

3.4. ESPECIFICAÇÕES ESSENCIAIS E TÉCNICAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM SIG EM AMBIENTE


INTERNET …25

3.4.1. - Definição de um modelo de dados ....................................................................................... 25


3.4.2. - Especificação da informação necessária............................................................................. 26
3.4.3 - Tipos de dados ...................................................................................................................... 26
3.4.4 - conclusão .............................................................................................................................. 27

4º CAPÍTULO - DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO WEBGIS E IMPLEMENTAÇÃO EM


AMBIENTE INTERNET .......................................................................................................................... 28

4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 28


4.2. SOFTWARE ABERTO E GRATUÍTO................................................................................................. 28
4.3. ESCOLHA DOS SOFTWARES .......................................................................................................... 29
4.3.1.- Solução implementada ....................................................................................................... 29
4.3.1.1.- carregamento e disponibilização dos dados a partir do PostGIS ..................................... 30
4.3.1.2 - Sistema gerenciador do Banco PostgreeSQL e Módulo PostGIS ...................................... 32
4.3.1.3 - Configuração do PostgreeSQL/PostGIS............................................................................ 32
4.4.1.4 - Configuração do MapServer ............................................................................................. 32
4.4.1.5 - Framework de desenvolvimento P.mapper ....................................................................... 33
4.4.1.6 - Sistema Operacional e Servidor Apache para a Internet .................................................. 33

4.5. PADRONIZAÇÃO E MODELAÇÃO DO SISTEMA ............................................................................... 35


4.5.1 - Solução implementada .......................................................................................................... 35
4.5.2 - Desenvolvimento do Sistema ................................................................................................ 40
4.6. DESENHO DA INTERFACE ............................................................................................................. 42
4.7. VALIDAÇÃO, TESTES E RESULTADOS ............................................................................................ 45

4.8. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................................... 46

4.9. CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 50

ix
5º CAPÍTULO - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 51

5.1 DISCUSÃO ................................................................................................................................... 51


5.2 LIMITAÇÕES ................................................................................................................................ 51
5.3 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .................................................................................................. 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................... 53

x
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. – Descrição das diferentes partes de uma URL (Kobben, B.; Lemmens, R.-
Department of GeoInformation Processing, Setembro 2006) ..................................... 10
Tabela 2. – Descrição com o nome da Instituição e seu respectivo sítio na Internet . 16
Tabela 3. – Estrutura de directórios do Apache (Geovanni Manghi, 2011) ................ 34

xi
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. – Carta Geológica da Bacia do Kwanza – Total & Sonangol (1968-1972) ...... 2

Figura 2. – Estrutura geral de uma aplicação SIG segundo (IBGE, 2000) ..................... 6

Figura 3.– Representação do mundo real em modelos de dados vectorial e raster


segundo (GIS – Lincoln, 2010) ........................................................................................ 7

Figura 4. – Local Area Network (adaptado de Medeiros, 2000/04) ................................. 8

Figura 5. – WAN – Wide Area Network, composta por várias LAN segundo (Michelee,
2010) ................................................................................................................................. 8

Figura 6. – Funcionamento de aplicações Web (http://proxy.servidor.googlepages.com/)


........................................................................................................................................ 11

Figura 7. – Principais bacias sedimentaresde Angola (Tavares, 2000) ......................... 19

Figura 8.– Início da divisão da Pangeia (Leonor Guerra/teoria da derivação continental,


2010) ............................................................................................................................... 20

Figura 9. – Separação dos continentes Africano e Sul-Americano (Leonor Guerra/teoria


da derivação continental, 2010) ...................................................................................... 21

Figura 10. – Estratigrafia da bacia do Kwanza (GeoLuanda 2000 Int. Conf., Guide Book
Luanda – Benguela - Dombe Grande, 2000) ...................................................................... 22

Figura 11. – Painel de actualização do “Quantum-GIS” (QuantumGis, 2011) .............. 29

Figura 12. – Conexão Quantum GIS – PostGIS ............................................................. 30

Figura 13.– Conexão à base de dados kuanza no Postgis ............................................... 30

Figura 14.– Exportação da camada de informação do PostgreSQL ............................... 31

Figura 15. – Disponibilização da informação classificada em ambiente Quantum Gis . 31

Figura 16.– Página de internet do MapTools (http://www.maptools.org/ms4w/index


;acesso em 12/05/2011. .................................................................................................. 35

Figura 17. – Fases de instalação do ms4w...................................................................... 36

Figura 18. – Organização dos ficheiros do ms4w .......................................................... 37

Figura 19. – Sistema organizacional do MapServer for Windows ................................. 38

Figura 20. – Reiniciar o servidor para actualizar as mudanças ...................................... 39

xii
Figura 21. – Página inicial do MapServer for Windows ................................................ 39

Figura 22. – Página inicial do MapServer for Windows versão 3.0.1 com Framework
p.mapper ......................................................................................................................... 40

Figura 23. – Janela de configuração de impressão ......................................................... 45

Figura 24. – Janela de configuração para salvar o mapa ................................................ 45

Figura 25. – Página inicial do Geokwanza ..................................................................... 47

Figura 26. – Resultado da pesquisa seleccionando os objectos que representam a


formação Luanda ............................................................................................................ 48

Figura 27. – Tabela de atributos resultante da pesquisa realizada.................................. 48

Figura 28. – Imagem parcial de algumas camadas de informação habilitadas............... 49

Figura 29. – Geologia da bacia do kwanza sobreposta à divisão administrativa ........... 50

Figura 30. – Sistema de coordenadas ............................................................................. 50

xiii
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

O conhecimento geológico constitui, hoje, uma prioridade para a República de


Angola, face às exigências de desenvolvimento em curso. A bacia sedimentar do
Kwanza oferece áreas potenciais de petróleo e gás da plataforma continental. Muitos
trabalhos de campo têm sido realizados pelas várias companhias de petróleo que operam
no país, assim como por universidades e institutos de investigação. Porém, todas as
informações obtidas não têm sido disponibilizadas convenientemente por vários
motivos: sigilo de dados, falta de um Sistema Gestor de Bases de Dados alfanumérico e
espacial capaz de armazenar, inquirir e disponibilizar informação. Esta situação tem
condicionado a realização de actividades como a elaboração de cartas geológicas da
bacia a pequenas escalas.
A bacia sedimentar do Kwanza possui uma história explorativa de
hidrocarbonetos (Onshore 1/Offshore 2) cujo início data de 1910. Em 1955 foi descoberto
o primeiro poço comercial de petróleo denominado “Benfica”. Conhecida pela sua
dimensão geológica, a bacia do kwanza está subdividida em interna e externa.

1.1- Enquadramento:

A Bacia do Kwanza situa-se entre o 8º e 11º Sul e entre 12º e 15º Este,
englobando várias concessões angolanas numa área total aproximada de 50.000 km2
(Figura 1).
Neste trabalho são apresentados os vinte e três (23 Blocos Onshore) e cinco (5
Blocos Offshore) de exploração que compõem a bacia sedimentar do Kwanza”. A
superfície geológica e estratigráfica foi obtida por tratamento digital do mapa geológico
à escala 1/250 000 produzido em conjunto pelas empresas petrolíferas da Total
(Francesa) e Sonangol (Angolana), a partir da informação gerada durante o
levantamento sísmico de 1968 – 1972. Pelo facto de os dados de perfuração
estratigráfica serem confidencias e de dificil acesso não foi objectivo desta dissertação
apresentar as possíveis correlações litoestratigráficas entre os poços apresentados. No
entanto esforços continuarão sendo feitos para disponibilização futuras.
O acervo de dados foi compilado a partir de arquivos em diversas escalas e
formatos que foram posteriormente submetidos a procedimentos de generalização,
filtragem e fusões digitais com adequação a escala 1/100 000.

1.2 - Objectivos:

O principal objectivo deste trabalho é o de desenvolver e promover uma


aplicação WebSIG com enfoque na disponibilização de informações geológicas, que
permita a realização de tarefas de manipulação dos arquivos com diferentes atributos, de
forma gratuita, e sem a necessidade de nenhum outro software ou de bibliotecas
adicionais. Pretende-se num futuro próximo alojar o WebSIG no site oficial da
Universidade Agostinho Neto (Faculdade de Ciências) para permitir aos interessados o
acesso fácil, de forma cómoda e actualizada das informações. Para a execução deste
projecto foram identificados os factores humanos e tecnológicos necessários, assim
como a realidade estrutural e financeira que o desenvolvimento deste sistema acarreta.

1
Onshore: É a exploração de hidrocarbonetos realizada em terra.
2
Offshore: É a exploração de hidrocarbonetos realizada em mar.

1
Figura 1 – Carta Geológica da Bacia do Kwanza Total & Sonangol (1968 – 1972)

2
1.3 – Motivação para a realização do trabalho:

Os factores fundamentais foram:


• O aparecimento da cartografia digital 2 & 3D, impulsionado pela Google com a
disponibilização online e de acesso e inserção de dados gratuita com cobertura
mundial;
• A proliferação dos GPS “Sistemas de Posicionamento Global”, derivados da
baixa dos preços dos chips, permitiu o surgimento de aparelhos acessíveis com
capacidade de posicionamento integrados (telefones móveis, câmaras
fotográficas e tablets, facilitando enormemente a captura de informação
geográfica.
• O desenvolvimento da Internet e o surgimento da Web 2.0, É a web dos blogs,
wikis, Youtube e as poderosas redes sociais Facebook, Tuenti e o Twitter. A
crescente ligação entre o social e o meio geográfico está a produzir grandes
avanços tais como faceta espacial de Twitter, FourSquares, Facebook Places,
etc.

1.4 - Metodologia

O projecto vai ser desenvolvido para ser implementado no Departamento de


Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade “Agostinho Neto” na qual o
mestrando é funcionário e contribuirá para a divulgação e planificação de trabalhos de
levantamento cartográfico e de prospecção geológica; na elaboração de cartas de
carácter geológico (recursos minerais, tectónico-estrutural) da área que, partindo de uma
base geológica cientificamente estabelecida, vão fundamentar as potencialidades em
recursos minerais da bacia do kwanza e a definição das prioridades para o estudo dos
problemas geológicos visando a confirmação da informação básica da geologia.
É possível enumerar as etapas que vão dar forma à metodologia adoptada:

• Percepção do problema e proceder à identificação dos requisitos do


sistema, que servirão para elaborar as suas especificações. Será
importante definir os objectivos versus prazos, recursos, tecnologias
disponíveis para o êxito do Geokwanza. Engloba pesquisa bibliográfica e
entrevistas aos futuros beneficiadores do projecto;
• Fase do diagnóstico, identificação das tecnologias e ferramentas para
avaliar e optimizar a aplicação WebSIG;
• Com as tecnologias e o ambiente de desenvolvimento preparados,
desenvolve-se o modelo de dados conceptual;
• Utilização do software Quantum Gis 1.5.0 para criação e edição dos
dados shapefiles e raster, assim como eventuais análises espaciais e
interpolações;
• Exportação dos dados anteriormente tratados para o postgresql-postgis 3;
• Integração dos dados georreferenciados na aplicação WebSIG;
• Programação Internet;
• Validação e Testes.

3
O PostGIS é uma extensão para o PostgreSQL que adiciona a este SGDB o suporte de dados espaciais. A utilização
do PostgreSQL/PostGIS permite o armazenamento e gestão de grandes volumes de dados espaciais.

3
1.4.1 - Organização do Trabalho de Projecto:

A dinâmica da dissertação tem como ponto de partida a explanação de questões


de cunho epistemológico, nas quais se enfatizam os objectivos e pressupostos de
motivação para a realização deste trabalho.

Neste sentido, apresenta-se no segundo capítulo uma abordagem de forma


ampla, integrando os conhecimentos necessários para a realização do projecto.
Introduzem-se considerações quanto a estrutura, funções e critérios a se ter em conta
para desenvolver um SIG na Internet.

Após tais discussões, é apresentado um embasamento de informações com


cunho geológico, mostrando a sua importância no contexto económico e de
desenvolvimento da região. A possibilidade da sobreposição da informação dos poços,
linhas sísmicas, estratigrafia, geologia com recursos minerais, aliados aos seus
ambientes tectónicos, evidencia-se como uma ferramentas de grande utilidade, tanto
para pesquisadores académicos, quanto para usuários interessados na selecção de áreas
propícias para investimentos e/ou estudos em pesquisa mineral.

No quarto capítulo, introduzem-se questões metodológicas, especificações


técnicas e essenciais para a implementação de uma base de dados espacial geológica em
ambiente Internet. É aberto espaço para o desenvolvimento da aplicação. Tal
CAPÍTULO mereceu destaque especial em função da crescente “popularização” dessa
técnica, além da sua estreita vinculação com uso de geotecnologias. Apresenta ainda de
forma explicativa os procedimentos e critérios utilizados, para a elaboração do
aplicativo WebSIG que visa disponibilizar camadas de informação e permitir a
composição de mapas interactivos na Internet, através do tratamento e padronização de
dados e informações recolhidas.

No quinto capítulo, a dissertação termina com a discussão, limitações e


desenvolvimentos futuros.

4
CAPÍTULO II – SIG NA INTERNET
2.1 – Introdução

A arquitectura OpenGis para disponibilização do WebSIG segue uma


abordagem relativa sobre os diferentes tipos e formatos de dados, protocolos de internet,
especificações disponíveis. Ao nível de software aberto (Open Source / Free Software)
existe já um bom conjunto de programas de boa qualidade, cujo desenvolvimento
cooperativo é promovido pela Osgeo 4 (Open Source Geoespacial Fundation), uma
organização sem fins lucrativos que providencia apoio financeiro, organizacional e
legal, à comunidade de utilizadores e desenvolvedores de software livres para sistemas
de informação geográfica.
Para a implementação da solução proposta foram seleccionados softwares
específicos, dotados de funcionalidades para edição e análise de dados, produção de
mapas e publicação da informação via internet, tais como: Quantum-Gis, Grass, Php,
Apache, Mapserver, e P.mmaper.

2.2 – Sistema de Informação Geográfica (SIG)

A aquisição de dados representa propriedades significativas da superfície da


Terra é uma parte importante da actividade das sociedades organizadas e modernas. Nos
últimos anos tem-se verificado uma crescente abordagem e interesse pela informação
geográfica, sendo esta cada vez mais utilizada para diversos fins e domínios de
aplicação, em áreas tão distintas como as geociências, economia e gestão, sociologia e
saúde, engenharias, entre outras (Câmara, G.;Casanova, M.A. 1996)
O facto de ser possível utilizar informação georreferenciada, permite a
correlação de variáveis distintas, justificando o interesse pela área dos Sistemas de
Informação Geográfica como instrumentos de modelação de problemas, análise e
simulação de cenários.
Por outro lado, os SIG atingiram já um certo nível de maturidade, estando
presentes em grande parte dos serviços do sector público e privado, e sendo cada vez
mais, uma ferramenta acessível a todos e não apenas a sectores especializados.

2.3 - Aplicações SIG

A maioria das aplicações SIG apresenta uma estrutura geral com uma interface
para comunicação com o utilizador, uma base de dados, uma unidade de gestão dessa
base de dados, e um conjunto de funcionalidades para entrada e edição de dados, sua
análise e produção e impressão de mapas (Figura 2). Com os avanços da Internet,
desenvolveram-se nos últimos anos técnicas que possibilitam a publicação e acesso a
bases de dados geográficas remotas, cuja estrutura interna dos programas, permite
aceder e publicar dados remotamente através de serviços WMS (Web Map Service) 5,
WFS (Web Feature Service) 6 e WCS (Web Coverage Service) 7, de acordo com as

4
http://www.osgeo.org/
5
Http://en.wikipedia.org/wiki/Web_Map_Service
6
Http://en.wikipedia.org/wiki/Web_Feature_Service
7
Http://en.wikipedia.org/wiki/Web_Coverage_Service

5
especificações do OGC – Open Geospatial Consortium 8. A interface do utilizador
inclui um conjunto de ferramentas para visualização e navegação através de informação
espacial, sendo capaz de visualizar os tipos de ficheiros mais comuns em formatos
matriciais e vectoriais, aceder a bases de dados espaciais e aos standards de serviços
remotos do OGC. As ferramentas básicas das aplicações permitem ainda explorar
registos e compor mapas.

Interface

Entrada de Análise Saída de


Dados Dados

Gestor da
Base de Dados

BASE
DE
DADOS

Figura 2 – Estrutura geral de uma Aplicação SIG segundo (IBGE, 2000)

As aplicações SIG suportam diversos formatos / modelos de dados graças a


bibliotecas de interpretação, tais como a GDAL 9/OGR 10 que é a base de muitos
softwares SIG.

2.3.1 – Modelos de dados

A informação do mundo real é codificada e representada através de modelos de


dados com localização espacial, georreferenciação e um conjunto de descritores
quantitativos e qualitativos também conhecidos por atributos. Esta representação dos
elementos geográficos pode ter um formato vectorial ou matricial (Mitasova, H &
Mitas, L., 1993).
No modelo de dados vectorial o espaço é ocupado por uma série de entidades
(pontos, linhas e polígonos), descritas pelas suas propriedades e cartografadas segundo
um sistema de coordenadas geométricas. Neste tipo de modelo existe uma estreita
relação com os conceitos associados à cartografia tradicional impressa, à qual é
associada uma base de dados.
Num modelo vectorial os objectos são estáticos e têm fronteiras bem definidas,
sendo possível a utilização de objectos compostos e associação de tipologia. Num
modelo de dados matricial ou raster, o espaço é composto por células ou pixéis, às quais
está associado um valor representando uma superfície contínua de variação de um dado

8
Http://www.opengeospatial.org/
9
Http://www.gdal.org/
10
Http://www.gdal.org/ogr/

6
atributo de interesse. As dimensões da célula, medidas no terreno, correspondem à
resolução espacial, com que o tema está representado. Os sistemas raster são o resultado
dos desenvolvimentos tecnológicos das últimas décadas, e surgem como um
prolongamento da aquisição de informação através de imagem. Neste tipo de modelos
as células são dispostas de uma forma regular e a sua posição é identificável através do
índice de linha e coluna, em conjunto com a coordenada da primeira célula e com a
dimensão da mesma, pelo que a topologia está implícita.
Os formatos vectoriais são mais indicados para representações de entidades com
distribuição espacial exacta (localização de pontos de captação de água, estradas, usos
do solo, etc.), têm uma estrutura de dados compacta e a topologia pode ser descrita
explicitamente (aconselhável por exemplo em análises de redes).
Os formatos matriciais ou raster (Figura 3) são indicados para representações de
grandezas com distribuição espacial contínua (pressão atmosférica, temperatura, etc.),
têm uma estrutura de dados simples, permitem a incorporação imediata de dados de
sensores remotos e são adequados à análise espacial, face à facilidade de implementação
dos algoritmos computacionais necessários a este tipo de análise.
A resolução de um raster é medida em pixéis, que representam neste caso uma
unidade de medida de distâncias. Sendo a resolução nos rasters uma forma de escala,
podemos depreender que quanto maior a resolução maior o detalhe, mas uma vez que
no modelo matricial não se consegue medir facilmente o terreno em pixéis, perde-se a
noção tradicional da relação de escala, e em vez disso fala-se de Ground Sample
Distance (Neteler, M., 2005).

Figura 3 – Representação do mundo real em modelos de dados vectorial e raster (GIS@Lincoln, 2010)

2.3.2 – Arquitectura da Internet

O World Wide Web é construído sobre um protocolo chamado Hypertext


Transport Protocol (HTTP), projectado para ser um pequeno e rápido protocolo bem
adaptado para sistemas de distribuição e informação multimédia e hypertext jumps entre
páginas.
A Internet pode ser definida de forma simples, como a maior rede de trabalho
existente no mundo. As redes encontradas na maior parte dos locais de trabalho hoje em
dia são chamadas (LAN - Área Local), que consistem num grupo de computadores
relativamente perto uns dos outros, e ligados entre si através de hardware específico ou

7
cabos (Figura 4). Alguns computadores são clientes, muitas vezes designados por
workstations, e outros são servidores, também designados file servers. Todos estes
computadores podem comunicar entre si para partilha de informação.

Figura 4 -LAN – Local Area Network

Uma rede de trabalho maior que alcance localizações geográficas múltiplas


(como são os casos das grandes empresas com escritórios em diversos locais) poderá ter
diversas LAN, cada uma que junte todos os computadores de uma determinada
localização geográfica, ligadas entre si através de um sistema de comunicação. A
ligação pode ser feita através de simples ligações banda larga, ADSL, conexões de
banda mais rápida ou mesmo fibra óptica. A este grupo completo de LAN's
interconectadas (Figura 5) dá-se o nome de Wide Area Network (WAN).

Figura 5 – WAN – Wide Area Network, composta por várias LAN (Local Area Network).

8
Para que os computadores possam comunicar entre si existe uma linguagem de
comunicação comum que permite identificar cada computador ligado à rede, e garantir
que a informação enviada para um determinado computador realmente chegue ao seu
destino. Esta linguagem de comunicação é o Internet Protocol (IP), mas na verdade é
muito mais que uma simples linguagem.
O IP é um sistema de regras que regem o comportamento da Internet em
determinadas situações, garantindo que não haja falhas de comunicação ou mal-
entendidos graves, que os computadores comuniquem entre si de forma correcta e que
os dados sejam trocados de forma correctos. Desta forma todo o computador ligado à
Internet deve correr uma cópia do IP.
Os endereços IP são identificadores únicos. Cada máquina (computador ou
servidor) conectada à Internet tem um endereço de IP único. Este endereço é composto
por 4 conjuntos de números separados, por exemplo: 208.193.16.200. Alguns hosts tem
um endereço de IP fixo (ou estático), enquanto outros têm endereços designados de
forma dinâmica (atribuídos cada vez que é efectuada uma conexão). Independentemente
da forma como os endereços de IP são obtidos, não existem dois computadores com o
mesmo número a funcionar ao mesmo tempo.

2.3.3 - Estrutura e funções de uma Aplicação na Internet

As aplicações na internet consistem em páginas de informação georreferenciadas


em máquinas (hosts) que executam o web-server software. Normalmente quando um
utilizador num endereço IP específico faz um determinado pedido de um ficheiro, o
servidor Web tenta recuperar o ficheiro e enviá-lo para o utilizador. O ficheiro
solicitado pode ser o código HTML de uma página Web, uma imagem GIF, um ficheiro
Flash, um documento XML, etc. É o browser que determina o que deve ser solicitado, e
não o servidor Web, o servidor simplesmente processa o pedido, como mostrado na
figura 6.

2.3.3.1 - Web Servers

Um Web server é um programa que serve páginas Web, mediante solicitação É


importante salientar que os servidores Web, normalmente, não se preocupam com o
conteúdo desses ficheiros. O código HTML de uma página Web, por exemplo, será
processado pelo browser e não pelo Web server. O Web server devolve a página
solicitada como está, independentemente do que a página é e do que ela contém. Se
existirem erros de sintaxe HTML no ficheiro, os erros serão devolvidos juntamente com
o restante da página.
As ligações/conexões com servidores Web são feitas quando necessárias. Se for
solicitada uma página de um Web server, será feita através da internet uma conexão IP
entre o computador que faz o pedido e a máquina que está a executar o servidor. A
página Web solicitada é enviada através dessa conexão, que é interrompida logo que a
página é recebida. A maioria dos servidores Web utiliza o porto 80, mas se for de
interesse, o servidor Web pode ser instalado em portas não standard, por exemplo para
“esconder” o servidor Web, bem como para permitir vários servidores Web num único
computador.

9
2.3.3.2 - Páginas Web

A informação na World Wide Web é armazenada em páginas, que podem


conter: texto, títulos e cabeçalhos, listas, menus, tabelas, formulários, imagens, scripts,
folhas de estilo e multimédia. As páginas Web são construídas usando uma série de
tecnologias que são processadas e exibidas pelos navegadores Web (Browsers).

2.3.3.3 - Web Browsers

Os browsers são programas “client” usados para aceder a sites e páginas Web. O
browser tem a tarefa de processar as páginas Web recebidas e exibi-las ao utilizador,
com tudo aquilo que elas contêm.

2.3.3.4 – HTML

As páginas Web são ficheiros de texto construídos através de Hypertext Markup


Language (HTML), que é implementado como uma série de tags fáceis de aprender. O
autor de páginas Web ou WebSIG usa essas etiquetas para formatar uma página de
texto. Em seguida os browsers, irão usar essas etiquetas para processar e exibir as
informações a visualizar.

2.3.3.5 - URL's

Cada página na World Wide Web tem um endereço, aquele que habitualmente
digitamos no browser para instruí-lo a carregar uma página Web em particular. Estes
endereços são chamados Uniform Resource Locator (URLs), e não são apenas
utilizados para identificar páginas ou objectos da World Wide Web. Por exemplo os
ficheiros num servidor FTP também têm identificadores URL.

Tabela 1 – Descrição das diferentes partes de uma URL (Kobben, B.; Lemmens, R.- Department of
GeoInformation Processing, Setembro 2006)

10
2.3.4 – Servidores Web

Os servidores Web são realmente muito simples e permitem interagir com uma
base de dados, personalizar as páginas Web, processar os resultados enviados por um
utilizador através de um formulário, ou qualquer outra coisa. Tudo o que faz um
servidor Web é servir páginas.
Quando um servidor Web recebe uma solicitação de um browser, analisa o
pedido para determinar se trata de uma simples página Web ou uma página que precisa
de tratamento por um servidor de aplicações Web, passa para o servidor de aplicação
Web apropriado e devolve os resultados que recebe, de volta ao browser (Figura 6).

Figura 6 – Funcionamento de aplicações Web

Por outras palavras, os servidores de aplicações Web são pré-processadores de


páginas. Processam a página solicitada antes de esta ser enviada de volta para o cliente
(browser), e ao fazê-lo abrem a porta para que os desenvolvedores façam todo tipo de
coisas interessantes no servidor, tais como:

• Realizar pesquisas;
• Alterar as suas páginas on-the-fly com base na data, hora, primeira visita,
e o que mais se possa pensar;
• Personalização de páginas para os visitantes.

2.3.5 – Programas a utilizar

Para atingir os objectivos propostos no presente trabalho foi utilizado Softwares


Open Source excepto o Sistema Operativo. Em particular foi usado o Windows Xp
como sistema operativo, Mapserver como servidor de mapas, Pmapper como
Framework para a realização de WebSIG, PostgreSQL/Postgis como base de dados
geográfica e o Notpad++ para a edição dos ficheiros da aplicação.
O conceito de softwares livres e livres foi adoptado por uma população de
programadores ao redor do mundo e a cada dia surgem mais adeptos a esta nova
maneira de se desenvolver programas de computadores. O software passa a ser livres
para que todos que assim desejarem venham a colaborar com o seu desenvolvimento,
manutenção e aperfeiçoamento. Como seu aparecimento na década de 80, os softwares
livres surgem pela necessidade de existência de programas que não dependessem tanto
das formalidades legais e imposições dadas pelos conhecidos programas prioritários.

11
Os softwares abertos e livres possuem algumas características próprias:
• Qualquer pessoa interessada no seu uso pode obtê-lo sem a necessidade
de paga-lo;
• É permitida a sua cópia e distribuição, seja na sua forma original ou com
modificações;
• Possui o seu código fonte sempre alterado para que possa ser
modificado.
É importante não confundir software livres com software com software grátis
porque a liberdade associada ao software livres de copiar, modificar e redistribuir,
independente de gratuidade. Existem programas que podem ser obtidos gratuitamente,
mas que não podem ser modificados, nem redistribuídos. Os softwares abertos e livres,
são uma realidade no mercado e a cada dia vêm sendo incorporados nas organizações
(estatais e privadas) em substituição aos softwares proprietários, diminuindo
consideravelmente os custos da sua implementação, pois têm na sua gratuidade um
grande trunfo, além de estarem munidos praticamente das mesmas funcionalidades dos
softwares proprietários. Os softwares abertos e livres são hoje uma realidade ocupando
um espaço no cenário tecnológico mundial. O desenvolvimento do software livre é
colaborativo e compartilhado por todos os usuários, assim como a transmissão de
direitos sobre ele.
Alguns dos factores que influenciam o uso dos softwares abertos e livres são:
compatibilidade com outros programas comerciais; facilidade no manuseio; rápido
processo de evolução e correcção de problemas; o facto de dispensar pagamentos de
licenças para o uso dos programas; possibilidade de disseminação e popularização;

2.3.5.1 – PHP 11: Hypertext Preprocessor

É uma linguagem de scripting de servidor (server-side) (os scripts PHP são


executados no servido) de código aberto, que suporta várias bases de dados
PostgreSQL, MySQL, Informix, Oracle, Sybase, Solid, Generic ODBC, etc.). O PHP é
relativamente fácil de aprender e bastante eficiente ao nível do servidor. Para garantir
acesso a um servidor Web com suporte PHP, pode-se instalar o Apache (ou IIS) no
nosso próprio servidor, instalar PHP e PostgreSQL (ou MySQL). Outra alternativa é
adquirir um plano de alojamento Web com suporte PHP e PostgreSQL (ou MySQL).
Se o seu servidor suportar PHP não necessita instalar o programa, basta criar
ficheiros. php na sua directoria Web e o servidor irá processá-los.
Sendo um software livres e gratuito, a maior parte da Web hosts oferece suporte
PHP, no entanto se não for o caso será necessário instalá-lo.

11
Http://php.net/; http://www.php.net/docs.php; http://www.zend.com/en/

12
2.3.5.2 - Apache 12

O servidor Apache é o mais bem sucedido servidor Web Open Source. Este
servidor é compatível com o protocolo HTTP e as suas funcionalidades são mantidas
através de uma estrutura de módulos, possibilitando inclusive que o utilizador escreva
os seus próprios módulos (utilizando a API do software) assim como a publicação de
textos, arquivos HTML, imagens e hyperlinks em uma conexão web;
É disponibilizado em versões para os sistemas Windows, Novell NetWare, OS/2
e diversos outros do padrão POSIX (Unix, Linux, FreeBSD, etc.).

2.3.5.3 - Mapserver 13

Neste trabalho optou-se por empregar o servidor de mapas MapServer por ser
um software livre e permitir o desenvolvimento de soluções SIG para Internet. De
acordo com Amarante (2007), o MapServer é uma ferramenta para desenvolvimento,
elaborada de acordo com as especificações OGC para construção de soluções espaciais
para Internet. Esta tecnologia foi desenvolvida inicialmente no projecto ForNet na
Universidade de Minnesota (UMN) em conjunto com a National Aeronautics and
Spacie Administration (NASA) e o Departamento de Recursos Naturais de Minnesota
(MNDNR) com código aberto (GLP). Actualmente, o MapServer é mantido pelo
projecto TerraSIP (LIME, 2006).
O MapServer pode ser definido como “Servidor de Mapas”, sendo uma das
principais aplicações de código aberto mais usadas para a área de publicação de mapas
na Internet. Uchoa e Ferreira (2004) afirmam que, apesar de ser livres, supera os
softwares proprietários no que se refere à flexibilidade e ao desenvolvimento de SIG
para Web.
O MapServer compatível com vários sistemas operacionais Linux, Windows,
Unix, Solaris, etc., possibilitando a flexibilidade na instalação em qualquer sistema
operacional. Para que os dados sejam compreendidos, integrados e exibidos, o software
necessita que esses dados tenham uma componente espacial em comum, como por
exemplo, coordenadas longitudinais e latitudinais. Sua utilização pode ser combinada
com diversas tecnologias de desenvolvimento, bibliotecas de programação, Sistemas de
Gerenciamento de Banco de Dados, linguagens de programação (PHP, Java, C#, Perl),
biblioteca GDAL/OGR, Proj4 (Biblioteca de Projecções e Transformações de
coordenadas). Dessa forma, o software é capaz de integrar um determinado banco de
dados a mapas, de acordo com as características espaciais em comum. Como resultado
obtém-se a visualização dos dados do SIG, como também a criação de mapas temáticos.
Dentre as características principais são destacadas as vantagens de desempenho na
apresentação de resultados, compatibilidade com diversas bibliotecas de programação e
alta capacidade de personalização. São gerados resultados de fácil utilização para os
usuários finais, porém a elaboração de soluções depende de conhecimentos de
linguagens de programação, bem como um conhecimento mínimo de configuração e
publicação de home pages para Internet.
É uma plataforma para publicação de dados espaciais e aplicações interactivas
de mapeamento. O principal objectivo desta ferramenta é a disponibilização de
informação espacial através da Internet.

12
Http://www.apache.org/; http://httpd.apache.org/docs-project/
13
Http://mapserver.org/; http://mapserver.org/documentation.html;

13
2.3.5.4 - P.mapper 14

É um Framework 15 que oferece uma ampla funcionalidade e múltiplas


configurações, de forma a facilitar a configuração de uma aplicação Mapserver baseada
em PHP / Mapscript.
Algumas das funções que aparecem incluídas são:
• DHTML (DOM) interface zoom/pan (sem uso dos frames);
• Funções de query (identify, select, search);
• Configuração de funções, comportamento e layout bastante flexíveis;
• Interface de utilizador multilingue;
• Plug-in API para adicionar funcionalidades personalizadas.
O p.mapper foi já testado com as versões de 4.0 a 5.2 do MapServer em
ambiente Windows, Linux, e Mac OS X.

2.3.5.5 - Quantum GIS 16

O projecto nasceu oficialmente em Maio de 2002, quando começou a ser escrito


o seu código. A ideia foi concebida em Fevereiro desse ano quando o seu autor – Gary
Sherman – procurava um visualizador SIG para Linux que fosse rápido e suportasse
uma vasta gama de formatos de dados. Isso, associado ao interesse em programar uma
aplicação SIG levou à criação do projecto. A primeira versão, quase não funcional, saiu
em Julho de 2002 e suportava apenas layers PostGIS.

Hoje em dia, o Quantum GIS (QGIS) é uma aplicação SIG de fácil utilização
que pode funcionar em sistemas operativos Linux, Unix, Mac OSX e Windows. Suporta
dados vectoriais (shapefiles ESRI, GRASS, PostGIS, MapINFO, SDTS, GML e a
maioria dos formatos suportados pela biblioteca OGR), raster (TIFF, ArcINFO, raster
de GRASS, ERDAS, e a maioria dos formatos suportados pela biblioteca GDAL) e
bases de dados. QGIS é distribuído com licença GNU Public Licence e possui uma
arquitectura que permite extensibilidade através de plug-in.

2.3.6 - Critérios de desenvolvimento de um SIG na Internet

A Web não é apenas o equivalente electrónico de um jornal ou revista, é um


meio de comunicação que só é limitado pela inovação e criatividade dos programadores.
A Internet oferece maneiras de melhorar essas publicações utilizando animações, áudio,
aplicação multimédia, bases de dados, entre outros. Na verdade, as páginas dinâmicas
(com conteúdo dinâmico) são o que dá vida à Internet.
Existem dois tipos de páginas que podem ser disponibilizados por via da
Internet: as páginas estáticas e as páginas dinâmicas ou interactivas. As estáticas são
aquelas cujo formato de dados não permite ao utilizador obter mais informações além
daquelas mostradas no próprio mapa e na legenda (GIF, JPEG, PDF, BMP e etc.)
limitando desta forma que se realizem pesquisas com maiores detalhes. O outro tipo de
páginas “dinâmicas ou interactivas” que é objecto de estudo neste presente trabalho,

14
Http://www.pmapper.net/; http://svn.pmapper.net/trac/wiki
15
É uma abstracção que une códigos comuns entre vários projectos de software provendo uma
funcionalidade genérica
16
Http://qgis.org/

14
permite que os mapas possam ser visualizados com mudanças de escala, navegação e
consultas sobre seus atributos geográficos, conectados a uma base de dados
(PostgreSQL/PostGIS), podem ser realizadas. Além da vantagem dos usuários poderem
formar cenários com os mapas disponíveis na rede, através da mudança de parâmetros.
Ou seja, novos temas podem ser criados.
As páginas Web dinâmicas estão a tornar-se a norma, por boas razões.
Consideram-se neste trabalho o seguinte: as páginas Web dinâmicas contêm muito
pouco texto. Em vez disso, elas vão buscar as informações solicitadas a partir de outras
aplicações. As páginas Web dinâmicas comunicam com as bases de dados para, por
exemplo, extrair informações das formações geológicas, tipos de solos, etc.
A internet, deixa de ser somente um meio visualizar a informação, tornando-se
cada vez mais, uma ferramenta da edição remota, que adiciona, modifica e remove as
informações nela contida. Elas tornaram-se verdadeiras aplicações, permitindo efectuar
actualmente todos os tipos de tarefas de forma remota – usando o padrão HTTP.

2.3.7 - Informação gerencial relevante (exemplos)

Ao contrário de outro tipo de programas e aplicações, em que a maioria dos


dados é gerada pela própria aplicação, no mundo do WebSIG é quase sempre necessário
complementá-las com alguns dados pré-existentes. Na Internet existe uma grande
variedade de mapas e dados geográficos, o problema é que estão espalhados por toda a
Web, sem que existam motores de busca vocacionados para dados geográficos. Assim,
encontrar os dados georreferenciados que necessitamos para a nossa aplicação pode
tornar-se num grande despique e muitas vezes maior do que utilizá-los assim que os
tenhamos.
Outro problema que muito aflige ao descarregar dados na Internet e/ou obter de
outras formas, embora livres, é que estes não são providos de quaisquer tipos de
metadados geoespaciais, tornando praticamente impossível a sua incorporação numa
aplicação WebSIG. Depois de encontrados, os dados que possam ser usados, surge
então o problema de não haver um padrão internacional para formatos de ficheiro, pelo
que os dados podem estar em diversos formatos binários. Nestas situações, recorremos a
algumas aplicações que nos permitam converter os dados de um formato para outro,
como ogr2org ou GPSBabel.
Um dos formatos mais comuns para dados vectorais é o ESRI shapefile, que
apesar de não ser um standard aberto, está bem documentado e é amplamente utilizado
(formato empregado neste trabalho). À semelhança do Adobe PDF, muitas aplicações,
tanto comerciais como open source, podem facilmente ler e escrever este tipo de
ficheiros.
Bons exemplos de dados livres contidos em WebSIG a recomendar-se para a
procura em bases de dados criadas e mantidas por entidades governamentais e/ou
privadas podem citar-se:

15
Descrição Instituição Link
Disponibiliza produtos de Instituto Http://mapas.igeo.pt/igp/wfs_sig
Portugal via WFS Geográfico .html
Português
Bases Cartográficas (nos Sapo.pt Http://mapas.no.sapo.pt/html/car
formatos vectorial e raster) tografia.html
Sistema Nacional de Informação SNIRH Http://snirh.pt/
de Recursos Hídricos - Portugal
Disponibiliza dados para a Igeoe Http://www.igeoe.pt/mapas/html
utilização em SIGs /AplicacoesClientes.htm

Portal da água (Portugal) INAG Http://intersig-


web.inag.pt/intersig/mapas.aspx?
map=106
Disponibiliza informação Data.Gov Http://www.data.gov/
geográfica dos Estados
Americanos

Global Administrative Areas Internacional Http://www.gadm.org/country


Research Institute

Disponibiliza informação gfoss Http://download.gfoss.it /


georreferenciada Mundial
Disponibiliza informação osgeo Http://download.osgeo.org/gdal/
georreferenciada em vários data/
formatos
é um motor de busca OWS Search Http://ows-search-
especializada em serviços Web Engine engine.appspot.com/
(implementação de normas
publicadas pelo OGC
Disponibiliza imagens NASA Http://www2.jpl.nasa.gov/srtm/
georreferenciadas em vários
formatos e resoluções.
Tabela 2 – tabela descritiva com o nome da Instituição e seu respectivo sítio na internet

2.3.8 - Conclusão

Inicialmente definiu-se quais os tipos de dados, seus atributos, não espaciais


assim como as representações geométricas e cartográficas que serão associadas. Os
procedimentos necessários para à construção do banco de dados. O referencial
geográfico que permitirá delimitar a região de observação das entidades que serão
incorporadas no Geokwanza.
O banco de dados possuirá um conjunto de arquivos, que se transformarão em
informações a medida que manipulados. Os programas solucionados para a construção
do aplicativo serão capazes de garantir o armazenamento, gerenciamento e
disponibilidade dos dados. Eles possuem estruturas que permitem armazenar grandes
quantidades de dados e estão munidos de mecanismos de controlo de entrada e saída de
informações.

16
A implementação do Geokwanza vai gerar conhecimento, a sua utilização
permitirá ultrapassar questões específicas de conhecimentos avançados de sistemas de
informação geográfica para o conhecimento geológico da bacia sedimentar do kwanza
por parte dos interessados.
Uma das grandes vantagens que o geokwanza oferecerá é a impressão de mapas,
a pesquisa e a sobreposição de informação geológica.

17
CAPÍTULO III – GEOLOGIA DA BACIA SEDIMENTAR DO KWANZA
E MODELO CONCEPTUAL DE GESTÃO DE DADOS GEOLÓGICOS

3.1 – Introdução

É descrita neste capítulo a constituição geológica da bacia sedimentar do kwanza


com base na carta geológica à escala 1:250000 elaborada pela Total EP e Sonangol.
Procura-se caracterizar o nível de conhecimento geológico da Região. Este
embasamento de informações resume-se na análise profunda da documentação existente
e disponível sobre estratigrafia, tectónica, geomorfologia, história geológica e geologia
económica.
Este é o primeiro WebSIG sobre a geologia da bacia do kwanza; e foi elaborado
com base na compilação e análise de toda a informação publicada e não publicada dos
trabalhos realizados naquela parcela do território nacional no período antes da
independência e pós-independência, de realçar que 90% desta informação foi adquirida
em papel e posteriormente digitalizada, georreferenciada e vectorizada. Posteriormente,
os dados foram reinterpretados de acordo com os novos conhecimentos, metodologias e
ferramentas. Deste conjunto de documentos destaca-se os levantamentos geológicos
realizados pelos Serviços de Geologia e minas de Angola (IGEO), Instituto de
Investigação Científica de Angola, Sonangol, Cabinda Gulf Oil, Total, e as Cartas
Geológicas de Angola (Carvalho, H. – 1983)
Atendendo ao interesse económico que a bacia oferece (áreas potenciais de
petróleo e gás da plataforma continental), achou-se por bem representarem-se os poços
perfurados de algumas áreas do fundo oceânico adjacentes ao Continente.
Na elaboração deste trabalho foram utilizadas todas as fontes de dados que
serviram de base para a elaboração da Carta Geológica assim como outra informação
publicada e manuscritos que se encontram nos arquivos do Instituto Nacional de
Geologia. Os poços não apresentam dados de profundidade (geológica, estratigráfica e
sísmica), por possuir carácter sigiloso mas no entanto estes dados estão disponíveis no
banco de dados das empresas de pesquisa e exploração que operam na plataforma
Angolana, podendo os interessados adquiri-las através da Sonangol (Empresa Angolana
de Pesquisa e Exploração Petrolífera) proprietária dos dados.

3.2 – Principais Bacias Sedimentares de Angola

O pacote sedimentar angolano é subdividido em cinco (5) sectores (Figura 7), os


quais se resumem a três bacias costeiras, nomeadamente a Bacia do Congo (limitada
entre o rio Zaire e a Ponta da Musserra), a bacia do Kwanza (entre Musserra e o paralelo
12º 00´) e, por fim, a Bacia do Namibe (entre o paralelo 13º 45´S e o limite sul é
representado pela Namíbia), tal como representado na Figura1 (WEC 1991).

18
Figura 7 – Principais bacias sedimentares de Angola (Araújo, A.G., Prevalov et al)

A Região da Bacia do Cuanza está relacionada com um fenómeno de


importância regional – a evolução da margem Continental angolana, ou seja, a abertura
do Atlântico Sul. Neste contexto, torna-se relevante apresentar uma breve síntese da
evolução da margem angolana, a fim de melhor compreender e enquadrar os processos
geológicos – estruturais locais no espaço / tempo.
Com base nos conceitos de tectónica de placas e da migração dos continentes, e
de acordo com o estilo estrutural e características litológicas presentes, vários autores
(Cunha Baptista, 1991, Marcelino & Kaziluque, 2000) definiram os diferentes eventos
evidentes nas bacias sedimentares costeiras e na plataforma continental que reflectem as
diversas fases de evolução das bacias que compõem a margem angolana.

19
3.2.1 - Evolução Tectónica da bacia sedimentar do Kwanza
A evolução tectónica e sedimentar da bacia do Kwanza resultou, numa fase
inicial, da movimentação das placas tectónicas que provocaram a fracturação do super
continente Gondwana (figura 8).

Figura 8 – Início da divisão da Pangeia (Leonor Guerra/teoria da derivação continental, 2010)


Estes movimentos estiveram, então, na base da separação dos continentes
Africano e Sul-americano (Figura 9) e que ainda se reconhecem nos dias de hoje,
devido ao aumento progressivo do afastamento dessas placas continentais. Assim sendo,
a abertura do Oceano Atlântico teve início no Jurássico tardio / Cretácico inferior,
período em que a placa africana foi submetida a esforços distensíveis que levaram à
abertura do Rift, ao longo das zonas crustais estruturalmente mais frágeis. A evolução
desta bacia ocorreu segundo vários episódios tectónicos distintos, cada um deles
evidenciando uma estratigrafia e um estilo estrutural próprio. Esses movimentos
tectónicos são divididos em 5 (cinco) episódios, nomeadamente:
• Pré-Rift, que é caracterizado por um tectonismo suave;
• Sin-Rift I e II, caracterizados por um forte tectonismo;
• Pós-Rift, caracterizado por um tectonismo moderado;
•Subsidência regional, que é caracterizada pelo forte basculamento da
bacia (tectonismo activo).

20
Figura 9 – Separação dos continentes Africano e Sul-Americano (Leonor Guerra/teoria
da derivação continental, 2010)

21
3.2.2 – Estratigrafia da Bacia do Kwuanza

As formações da Bacia do Kwanza foram depositadas discordantemente sobre o


Soco cristalino e em diferentes ambientes (Figura 10). Elas compreendem sedimentos
de idade pós Pré-câmbrico ao Quaternário na seguinte sequência:

Figura 10 - Estratigrafia da bacia do Kwanza (GeoLuanda 2000 Int. Conf., Guide Book
Luanda – Benguela - Dombe Grande, 2000)
1) Rochas intrusivas, granito - 2) rochas efusivas, basalto - 3) rochas metamórficas - 4)
conglomerados - 5) areias - 6) shales - 7) evaporitos - 8) gesso - 9) carbonatos - 10) carbonatos
e dolomites silicificados 11) Calcilutitos 12) marls - LC Cuvo - SL Formação Chela - MS
Formação sal maciço - DGG Formação Dombe Grande - TZ Formação Tuenza - CT
Formação Catumbela - QS Formação Quissonde - CL Formação Cabo Ledo - ITB Formação
Itombe - NGL Formação N’ Golome TB Formação Teba - TS Tchipupa Shales - RD
Formação Rio Dande - GT Formação Gratidão - CG Formação Cunga – QF Formação
Quifangondo - CC Formação Cacuaco - LD Formação Luanda - AC Formação Areia
Cinzentas - QL Formação Quelo.

22
1) I – Formação Cuvo: Pode-se distinguir em trabalhos de campo e depois de
realizadas as análises laboratoriais que a formação cuvo encontra-se subdividida
em duas partes (o que não se verifica na coluna estratigráfica publicada – Figura
10);

• Cuvo inferior ou vermelho: Formado por conglomerados, que


apresentam fragmentos de rochas gnaissícas e outras metamórficas do
soco cristalino, bem como arenitos (possivelmente de cor vermelho), de
idade Neocomaniano a Barreniano, é de ambiente fluvial ou lacustre;
• Cuvo superior ou cinzento: Constituído por arenitos (grossos ou finos)
com intercalações de calcários conquiféros normalmente rico em
ostracodos, de idade Barreniano ou Ante Apciano, de ambiente lagunar
com uma evolução para fácies marinhos. De potencial enquanto rocha
reservatório Play do pré-sal bem como rocha reservatório;

2) II – Formação Sal Maciço: Constituída por dolomite, anidrite dolomítica, e


anidrite ou Halite. Esta sequência evaporítica é de idade Apciana e foi
depositada num ambiente lagunar ao marinho nerítico;

3) III – Formação Binga: Formada por calcários oolíticos e bioclastos, calcários


sublitográficos com dolomia microcristalina e anidrite; esta formação de idade
Apciano-Albiano foi depositada num ambiente lagunar à plataforma;
4) IV – Formação Tuenza: Representada por dolomias muito anidritizadas por
vezes com intercalações de evaporítos. Esta formação depositada num ambiente
lagunar foi definida como sendo de idade Albiana;
5) V – Formação Catumbela: Composta por calcarenitos e calcários marinhos com
algas e corais, bioclásticos, pisoolitos, fragmentos arredondados e calcarenitos
conquiféros. De idade Albiana Superior e depositada num ambiente marinho
pouco profundo (plataforma);
6) VI – Formação Quissonde: Depositada num ambiente de plataforma externa
constituída por calcários margosos com fragmentos de conchas na base, lagemas
e fragmentos de conchas na parte média e lagemas no topo;
7) VII – Formação Cabo Ledo: Caracteriza-se pela dominância das margas sobre
os calcários conquiféros. Depositada num ambiente marinho de grande
profundidade (Batial-Nerítico), e é de idade Cenomaniana;
8) VIII – Formação Itombe: Constituída por margas calcárias com amonites e
intercalações arenosas. Esta formação foi depositada num ambiente de mar
pouco profundo, é de idade Turoniana;
9) IX – Formação Ngolome: De idade Turoniano-Campaniana, é constituída por
margas pelágicas caracterizada pelo seu conteúdo em micro-fosseis
(Globotrucana);
10) X – Formação Teba: Margas com calcários lumachelicos e restos de
Inoceramus com níveis fosfatados. Depositou-se num ambiente de plataforma de
idade Maestrichtiana;
11) XI – Formação Cunga-Gratidão: Constituída por margas gresosas com
lentilhas e concreções calcárias e calcários silicificados. Depositadas num
ambiente pelágico de idade Eocénica;
12) XII – Formação Quifangondo: Representada por argilas com intercalações
siltosas, calcários gresosos lumachélicas; e ricas em foraminíferos, de idade
Oligocenico-Mioceninica, depositada em ambientes de plataforma externa à

23
batial;XIII – Formação Cacuaco: Constituída por calcários com algas,
equinoderme e bivalves, com calcarenitos; depositados num ambiente litoral a
circo litoral, de idade Oligocénica;
13) XIV – Formação Luanda: Composta por margas castanhas com foraminíferos,
areias litorais e grés com conchas. De idade Pliocénica e depositada num
ambiente litoral;
14) XV – Formação Areias Cinzentas – São sedimentos constituídos por areias
heterométricas com abundante matriz siltosa-arenosa no seio dos quais se
encontram imensos seixos sub-arredondados de dimensões de centímetros. Este
conjunto litológico, que apresenta uma posição estratigráfica e características
litológicas bem definidas e uma extensão areal significativa, foi designada por
Formação Areias Cinzentas. Pela presença de fragmentos de quartzo e de calhau
trabalhados pelo homem tal formação poderá ser considerada como de idade
pleistocénica (Duarte-Morais, M.L et al, 2004).

15) XVI – Formação Quelo: Constituída por areias ferruginosas e grés de cor
vermelha. Depositou-se num ambiente continental, é de idade Plio-Quaternária.

3.3 - Análise dos benefícios e funcionalidades do WebSIG no âmbito do


conhecimento geológico.

A necessidade da implementação de um WebSIG no âmbito do Geokwanza


torna-se evidente pela necessidade premente da integração, padronização e consolidação
de uma estrutura de dados georreferenciados da bacia sedimentar do Cuanza.
O Geokwanza foi desenhado para catalogar e dispor toda a informação espacial
disponível e possível que, com frequência, é desconhecida ou não tem canais adequados
para dar-se a conhecer. Este esforço implica respeitar os padrões universais de
apresentação de dados, definir referências espaciais comuns, promover os padrões de
interoperabilidade para garantir o intercâmbio de informação e proporcionar as
ferramentas e conhecimentos para que, sobretudo, fiquem ao alcance das
Administrações e do público em geral.
Por outro lado, os avanços tecnológicos não foram acompanhados de outras
melhorias relacionadas com os canais de distribuição e acesso do público aos dados. A
problemática é variada e é resumidamente apresentada a seguir:
1. Dispersão dos dados e inacessibilidade na sua aquisição;
2. Documentação incompleta dos dados produzidos pelos produtores
independentes;
3. Desconhecimento por parte dos produtores dos pormenores dos dados
que possuem;
4. Problemas de atitude: secretismo ou desconfiança para dar a conhecer ou
compartilhar os dados;
5. Pouca predisposição dos produtores para actuar em equipa;
6. Impasses administrativos ou preços especulativos para a aquisição dos
dados produzidos;

24
Em geral, pode-se afirmar que há uma forte demanda de dados espaciais, mais
ainda, é insuficiente a produção que não tem sido suficientemente rentabilizada. A
informação isolada sobre um problema tem sempre um preço maior que a informação
bem documentada e completa sobre o mesmo problema.
Num país de dimensão continental como Angola, com grande carência de
informações adequadas para a tomada de decisões sobre problemas ligados à
prospecção de jazigos minerais, impactos ambientais, etc. Todas as iniciativas cujo
objectivo é o de promover a partilha de informações geocientificas, são e serão sempre
bem-vindas para o conhecimento e entendimento dos fenómenos espaciais e, a bacia
sedimentar do kwanza não foge a esta regra.

3.4 - Especificações essenciais e técnicas para a implementação de um SIG em


ambiente Internet

Essencialmente a implementação do sistema começa tendo como premissas


básicas as recomendações e lições aprendidas durante as conferências das mais variadas
unidades curriculares do mestrado. Tecnicamente e procurando-se conformidade na
troca de informações, foi adoptado o padrão OpenGIS, cujo objectivo é o de
desenvolver especificações de geoprocessamento publicamente disponíveis e definir
padrões para interfaces e protocolos do tipo aberto e livres, que suportem soluções de
interoperabilidade na Internet.
O cronograma de implementação obedeceu as seguintes fases de trabalho:
1. Pesquisa bibliográfica e abordagens sobre os novos levantamentos;
2. Recomendação corporativa para padronização e consolidação da base de dados
georreferenciada;
3. Estudo da viabilidade da implementação do projecto;
4. Definição dos softwares a utilizar;
5. Treinamento para o aprendizado dos softwares seleccionados;
6. Treinamento em Bancos de Dados;
7. Elaboração da base cartográfica, na escala 1:100 000;
8. Inicio da implementação do WebSIG;
9. Conclusão da implementação;
10. Testes de funcionamento;
11. Disponibilização via Intranet.

3.4.1 - Definição de um modelo de dados

Utilizando a terminologia de Burrough e McDonnell (1998), um modelo de


dados resume-se num esquema formal que replica os processos do mundo real que tenta
modelar. Definem-se modelos de dados como a enumeração geral de um conjunto
específico de elementos e das afinidades entre estes conjuntos de entidades. Em termos
geológicos uma entidade pode ser um poço, uma formação ou uma falha. Uma entidade
deve ser identificável e distinguível. O essencial na abordagem do modelo entidades e
relações espaciais é o facto de ambos possuírem atributos que lhe são associados.
É praticamente conceitual que a construção de um modelo reside na
conceptualização de um problema de formas a responder a questões de interesse
científico ou social. Uma concepção bem sucedida de um modelo de dados espaciais em
Sistemas de Informação Geográfica deve considerar as seguintes condições:

25
Cenário geográfico e descrições espaciais de fenómenos são necessários para
correctamente representar o sistema em estudo.
A aproximação (modelo de dados espaciais) deve ser usada para gerir e
representar estas entidades espaciais.
O conjunto particular de instruções e informação (estrutura de dados) irá ser
necessária em termos computacionais para reconstruir o modelo de dados em formato
digital.

3.4.2 - Especificação da informação necessária

Todos os fenómenos geográficos, pelo menos no que se refere a um ambiente


bidimensional, podem ser representados por 3 (três) tipos de entidades (Pontos 17,
linhas 18, áreas ou polígonos 19). O Geokwanza é composto por várias categorias de
informação, organizadas pelos seguintes níveis: hidrografia, sistema viário, falhas,
geologia, poços, blocos administrativos, curva de nível e limites de localidades.
A seguir apresentam-se os atributos de cada uma delas:

1. Hidrografia – Linhas; (Id; Nome;Tipo)


2. Sistema Viário – Linhas; (Id; Nome; Classificação)
3. Falhas – Linhas; (Id; Tipo)
4. Geologia – Polígonos; (Id; litologia)
5. Estratigrafia – Polígonos; (Id; Idade)
6. Poços – Pontos; (Id; Nome; Tipo; Classe)
7. Divisão Administrativo – Polígonos; (Id: Nome: Capital; Municípios; Distritos)
8. Curva de nível – Linhas; (Id; Valor cotado)
9. Divisão da Bacia Onshore – Polígonos; (Id; Bloco; Data_Furo; Empresa)
10. Divisão da Bacia Offshore – Polígonos; (Id; Bloco; Data_Furo; Empresa)
11. Modelo Digital de Elevação – Raster.

As três primitivas geométricas acima descritas não são todavia suficientemente


convenientes para descrever a complexidade de certos fenómenos ou entidades
geográficas de forma. Os conceitos de área e linha podem ser alargados para produzir
dois outros tipos de entidades, nomeadamente superfícies e redes.

3.4.3 - Tipos de dados

Para padronizar a criação da aplicação Geokwanza, estipulou-se uma estrutura


básica de directórios no servidor de mapas (MapServer), os quais foram os responsáveis
pelo armazenamento dos arquivos necessários para o seu funcionamento. Na referida
estrutura, existe uma separação dos dados geográficos (rasters e shapefiles) dos arquivos
de aplicativo (mapfiles e templates).
Os dados são representados por símbolos, ou seja, por, formas, linhas, cores e
texto para representar os elementos do mundo real. Trata-se de uma abstracção da
realidade uma vez que somente alguns aspectos ou entidades são mostrados, por
exemplo, estradas, acidentes tectónicos, cortes geológicos, poços perfurados, rios, etc.
Todos os aspectos apresentados através do visualizador constituem uma aproximação ao

17
Ponto: é constituído por um único par de coordenadas xy.
18
Linhas: União de dois ou mais pontos utilizadas para descrever elementos numa dimensão.
19
Uma área é utilizada para representar a extensão e forma de uma entidade espacial.

26
que se pode encontrar no terreno. Alguns dos elementos apresentados tais como as
estradas, se encontram correctamente localizados, mas encontram-se exagerados em
termos da sua espessura. Este exagero visa facilitar a sua observação. Para o uso do
aplicativo exige-se sensibilidade visual e habilidade, para se poder interpretar toda a
informação disponível à luz do conhecimento geológico da região.

3.4.4 - Conclusão

A informação geológica joga um papel importante na promoção das actividades


de pesquisa geológicas e no desenvolvimento do sector. O geokwanza visa
disponibilizar importante informação geológica da região tal como (litoestratigráficas,
divisão dos blocos de exploração em offshore e onshore, etc.
O tipo de dados objectivados a apresentar abarcará toda a região da bacia
sedimentar do kwanza e classificar-se-ão em:
• Geologia (regional incluindo mapas administrativos);
• Geofísica (magnética, radiometrica e sísmicos);
• Geoquímicos (rochas e sedimentos)
• Poços perfurados
• Concessões
• Outras fotografias

Os dados serão arquivados em formato shapefiles, e raster, possibilitando desta


forma a sua projecção e exportação dos mapas resultantes.
O geokwanza possui a sua concepção com base em informações padronizadas e
organizadas de forma a permitir a crítica dos dados, segundo regras universalmente
predefinidas. Para poder atingir o objectivo proposto pelo WebSIG houve a necessidade
de preparar-se os dados e a modelação e estes obedeceram alguns princípios tais como:
• Compilação e pré-processamento da informação (maioritariamente
analógica);
• Georreferenciação;
• Organização dos dados e inventário;
• Selecção da informação de maior interesse geológico;
• Padronização da informação;
• Organização dos dados em diferentes graus de importância e qualidade.

O geokwanza deverá ser permanentemente actualizado e aperfeiçoado, deverá


igualmente apresentar uma interface gráfica amigável e escrito em português.

27
CAPÍTULO IV – Desenvolvimento da aplicação WebSIG e Implementação em
Ambiente Internet.

4.1 – Introdução

Neste capítulo é descrito as fazes que antecederam e permitiram o


desenvolvimento deste trabalho utilizando as aplicações distribuídas para informação
geográfica. Descrevem-se os procedimentos que permitiram a publicação da informação
através do servidor de dados geográficos MapServer e o Framework Pmapper; faz – se
apresentação dos softwares e pacotes utilizados a publicação de dados é detalhado o
carregamento dos shapfiles a base de dados PostgreSQL/PostGIS e posteriormente
disponibilizar os dados a partir de um Directório raiz ou do Postgre/PostGIS.
Posteriormente com todas as configurações feitas far-se-á preparação do ficheiro
Mapfile o que permitirá finalmente realizar a configuração das camadas no Framework.

4.2 - Software Aberto e gratuito

O conceito de softwares livre foi adoptado por uma população de programadores


ao redor do mundo e a cada dia surgem mais adeptos a esta nova maneira de se
desenvolver programas de computadores. O software passa a ser livre para que todos
que assim desejarem venham a colaborar com o seu desenvolvimento, manutenção e
aperfeiçoamento. Como seu aparecimento na década de 80, os softwares livres surgem
pela necessidade de existência de programas que não dependessem tanto das
formalidades legais e imposições dadas pelos conhecidos programas prioritários
(Giovanni Manghi, 2011)
Os softwares abertos e livres possuem algumas características próprias:
• Qualquer pessoa interessada no seu uso pode obtê-lo sem a necessidade
de paga-lo;
• É permitida a sua cópia e distribuição, seja na sua forma original ou com
modificações;
• Possui o seu código fonte sempre alterado para que possa ser
modificado;
É importante não confundir software livres com software gratuito porque a
liberdade associada ao software livres de copiar, modificar e redistribuir, independente
de gratuidade. Existem programas que podem ser obtidos gratuitamente, mas que não
podem ser modificados, nem redistribuídos. Os softwares abertos e livres, são uma
realidade no mercado e a cada dia vêm sendo incorporados nas organizações (estatais e
privadas) em substituição aos softwares proprietários, diminuindo consideravelmente os
custos da sua implementação, pois têm na sua gratuidade um grande trunfo, além de
estarem munidos praticamente das mesmas funcionalidades dos softwares proprietários
(Os softwares abertos e livres são hoje uma realidade ocupando um espaço no cenário
tecnológico mundial). O desenvolvimento do software livre é colaborativo e
compartilhado por todos os usuários, assim como a transmissão de direitos sobre ele.
Alguns dos factores que influenciam o uso dos softwares abertos e livres são:
compatibilidade com outros programas comerciais; facilidade no manuseio; rápido
processo de evolução e correcção de problemas; o facto de dispensar pagamentos de
licenças para o uso dos programas; possibilidade de disseminação e popularização;

28
4.3 - Escolha dos Softwares

Das etapas mais complexas que antecederam o desenvolvimento do sistema, a


sua aprendizagem exigiu do autor uma formação específica em diverso software aberto,
o que permitiu compreender não só os benefícios que cada um deles nos proporciona,
mas também os custos da sua implementação, personalização e manutenção. Na escolha
do software utilizado neste trabalho teve maior peso o facto de ser grande a
disponibilidade de material de apoio através da Internet e internautas, a facilidade de
instalação e manuseamento dos mesmos, a crescente comunidade de utilizadores de
software livres que é mundialmente reconhecida como sendo comunicativa, activa,
assim como a velocidade de actualização dos aplicativos (praticamente diária). Existem
algumas empresas que se destacam e podem ser encontradas na figura 11.

Figura 11 - Painel de actualização do “Quantum-GIS” (Quantum Gis, 2011)

Foram seleccionados para a realização deste trabalho os aplicativos seguintes:


• Quantum GIS 1.6;
• MapServer 3.0.1;
• Framework Pmapper 4.0.0;
• PostgreSQL/PostGIS e posteriormente 8.4

4.3.1 - Solução Implementada

• Quantum GIS/Grass

Este aplicativo atendeu às necessidades do trabalho, e foi utilizado para a edição e


tratamento dos dados geológicos. Permitiu através da ferramenta “Georeferencer” o
georreferenciamento dos mapas necessários, tornando as suas coordenadas conhecidas
num dado sistema de referência. Este processo iniciou-se com a obtenção das
coordenadas de pontos do mapa a serem georreferenciados, conhecidos como pontos de
controlo. Estes pontos foram seleccionados através dos locais que ofereceram feições
físicas perfeitamente identificáveis. Posteriormente à georreferenciação, foram
vectorizados os referidos pontos, linhas e polígonos, que serão utilizados na
representação das feições apresentadas no aplicativo Web, usando as coordenadas
cartográficas UTM WGS84 – ZONA 33S.

29
4.3.1.1 - Carregamento e disponibilização dos dados a partir do PostGIS

Foi através da extensão “Spit” que se fez a conexão com o sistema gerenciador
de banco de dados PostgreSQL + PostGIS (Figura 12) com um grau elevado de
segurança dos dados nele armazenados.

Figura 12 – Conexão Quantum GIS – PostGIS (Post Gis, 2011)

Uma vez carregada, a camada de informação proveniente do PostGIS comporta-


se como qualquer outra camada vectorial (Figura 13) com permissões para ser editada,
exportada, etc.

Figura 13 – Conexão à base de dados kuanza no Postgis

Podem-se criar ainda subconjuntos de dados a partir de uma camada PostGIS,


especificando-se uma determinada query de forma a limitar as features que são

30
carregadas (Figura 14) e serem visualizados posteriormente em ambiente de edição
(Figura 15)

Figura 14 – Query e Exportação da camada de informação do PostgreSQL (Post Gis, 2011)

Figura 15 – Disponibilização da informação classificada em ambiente Quantum Gis

De acordo com (IBGE, 1998) as operações realizadas o Quantum GIS permitiu-nos:


a) Realizar a conexão com dados espaciais, através de tabelas do sistema
gerenciador de banco de dados PostgreSQL utilizando o módulo PostGIS;
b) Conexão com arquivos shapefile (shp) com o auxílio da biblioteca
GDAL/OGR (Geospatial Data Abstraction Library/ Simple Feature Library), incluindo;

31
c) Integração com o SIG-GRASS (Geographic Resources Analysis Support
System), permitindo a visualização, edição e analises dos dados vectoriais e rasters;
d) Rápido acesso a camadas vectoriais de diversas projecções;
e) Criação de Mapas Temáticos;
f) Exibição do conteúdo dos atributos de uma tabela;
g) Preparação e exportação do arquivo. map;

4.3.1.2 - Sistema Gerenciador de Banco PostgreSQL e Módulo PostGis

De entre os produtos existentes no mercado e compatíveis com o MapServer,


como Oracle, Oracle Spatial, MySQL, PostgreSQL+PostGIS, o escolhido foi o Postgree
por ser um SGBD em constante actualização e aperfeiçoamento, possibilita o
armazenamento tanto de dados alfanuméricos quanto geográficos, possuir uma grande
comunidade mundial actuando no seu desenvolvimento e, pela robustez no
armazenamento de grandes quantidades de informações se comparado por exemplo
como o MySQL, e além de ser um software livres, o que lhe atribui uma grande
vantagem com relação ao Oracle no que se refere aos custos (Giovanni Manghi, 2011)

4.3.1.3 - Configuração do Postgre SQL/PostGIS

Após a instalação, e de acordo com o sistema operativo, que possuímos foram


seguidos os passos apresentados:
• Configuração das conexões para aceder à base de dados;
• Optimização da configuração de PostgreSQL;
• Criação dos elementos necessários (Base de Dados e utilizadores)
essenciais para começar a trabalhar.
Todos estes parâmetros de configuração podem ser editados nos ficheiros de
configuração da base de dados. No MS Windows encontram-se em: C: \Program
Files\postgresql\8.4\data e foi criado ao longo do processo de instalação uma palavra-
chave para a segurança do mesmo.
O PostgreSQL demonstrou ser um sistema de bases de dados muito versátil,
capaz de funcionar em ambientes de muitos baixos recursos e ambientes compartilhados
com uma grande variedade de outras aplicações.

4.3.1.4 – Configuração do MapServer

A configuração do MapServer por defeito necessita para o seu pleno


funcionamento de alguns softwares tais como:
• Servidor HTTP com suporte para CGI;
• Utilitários do Mapserver: shp2img, shptree, sortshp, etc;
• Proj.4 (proj, cs2cs) → motor de projecções;
• GDAL/OGR (ogr2ogr, gdalwarp, gdaladdo;)
• Outras aplicações SIG: QGIS, gvSIG, Kosmo, uDIG, vários CS;
• Frameworks de SIG Web → pMapper, Open Layers, etc.

A aplicação MapServer utilizada obedece a seguinte estrutura:


• Mapas – Os mapas são os dados de entrada e devem estar em um
formato que possa ser lido pelo MapServer;
• MapFile – O MapFile é um arquivo de extensão. map, em formato texto
puro, que faz todas as definições e configurações iniciais necessárias

32
para execução de uma aplicação MapServer. Este arquivo é lido pelo
MapServer em cada interacção do usuário com a aplicação e define
diversas características da aplicação como: os mapas a serem
disponibilizados, como estes mapas serão apresentados (cor, simbologia,
escala de aproximação, etc;)
• Formulário de inicialização – É uma declaração em HTML que enviará
ao executável do MapServer os parâmetros básicos para a inicialização
da aplicação, tais como o caminho do MapFile e endereço (URL) do
MapServer CGI;
• Arquivos Template – Os arquivos Template definem a interface ou
design da aplicação, como os componentes gerados pelo MapServer.

4.3.1.5 - Framework de desenvolvimento p.mapper

O Framework p.mapper é uma ferramenta de rápido desenvolvimento de


soluções SIG-WEB que utilizam o servidor de mapas MapServer (Pmapper, 2009). É
um software livres que reúne em sua arquitectura a organização de um código-fonte em
linguagens de programação PHP, JavaScript e MapScript que possibilita a configuração
de forma organizada e que pode ser customizada com facilidade. Está disponível para
download directo do site dos desenvolvedores (http://www.pmapper.net).
Foram testados vários Framework para este trabalho (como chameleon e Open
Layers) e o p.mapper foi seleccionado pela sua facilidade e versatilidade.
O p.mapper oferece diversos recursos para o desenvolvimento de aplicações
WEB-SIG. De acordo com P.mapper (2009) os principais recursos desta ferramenta são:
1. Recursos de Zoom e Pan implementados através de DHTML (DOM);
2. Compatibilidade com os principais navegadores Web (browsers):
Mozila/Firefox, Netscape, Internet Explorer, Opera, Google Chrome;
3. Ferramenta de Zoom e Pan também acessíveis via teclado, botão de rolamento
(wheel) do mouse e mapa de referência (mini mapa);
4. Funções de consulta do banco de dados (identificação, selecção e pesquisa);
5. Listagem de consultas do banco de dados com junções de tabelas e hyperlinks;
6. Funcionalidades de impressão: HTML e PDF;
7. Funções para cálculo de áreas de distâncias;
8. Download de mapas (imagens em várias resoluções e formatos).
Neste trabalho foi utilizada a versão 3.2.0 (versão estável) do p.mapper, o que
facilitou o desenvolvimento do SIG-WEB. Para gerar o mapa temático foi necessário
criar o arquivo mapfile (.map) com a indicação das camadas que acessam o SGBD
PostgreSQL+PostGIS. Também foram feitas outras configurações nos arquivos do
p.mapper para modificar o design da página.

4.3.1.6 - Sistema Operacional e Servidor Apache para a Internet

O sistema operacional escolhido para ser utilizado junto ao servidor deste


trabalho foi o da Microsoft Windows Os conhecimentos mínimos desse sistema, do seu
funcionamento, da sua história e do seu contexto foram indispensáveis para a sua
escolha, não obstante ser um software comercial. A sua compatibilidade com os
aplicativos propostos neste trabalho foi bastante integradora e satisfatória.
Um programa servidor é o responsável por aceitar ou recusar pedidos via http de
clientes navegadores e servi-los com respostas http.

33
O Servidor Web Apache é largamente utilizado no mundo todo, é um servidor
Web open-source, altamente confiável, configurável e extensível, compatível com
varias tecnologias de conteúdo dinâmico (como PHP e CGI). Esta liderança deve-se ao
facto de possuir um excelente desempenho. É composto de módulos, cada um
implementando uma característica diferente e aumentando a funcionalidade do servidor,
possui um alto nível de personalização, portabilidade, vasta documentação disponível,
baixo custo e pode ser executado em diferentes plataformas (Unix, Linux, Windows,
etc.). Outra vantagem do Apache está na sua capacidade para a inclusão dos protocolos
mais actualizados. Fornece ainda o código-fonte completo e não possui licenças
restritivas, podendo ser configurado para diferentes funções.
A instalação padrão do software configura uma estrutura de directórios,
conforme apresentado na tabela 3.

Directórios Conteúdos
Bin Programas e utilitários do Apache
Cgi-bin Scripts CGI
Conf Arquivos de configuração do Apache
Icons Documentos, imagens, dados do Apache.
É onde está colocado o conteúdo que será
publicado na Web
Include Ícones que Apache exibe nas mensagens
de erro e informação.
Logs Arquivos de cabeçalhos da linguagem “C”
Que podem ser utilizados por
desenvolvedores para integrar aplicações
com o Apache.
Manual Manual on-line do Apache
Modules Módulos do Apache
Ab Ferramenta de medida de desempenho do
Apache
Apxs Ferramenta para construir e instalar
módulos de extensão
Dbmmanage Cria e actualiza os arquivos de
autenticação de usuários
Htcacheclean Limpa a cache de disco
Logresolve Resolve nomes de hosts para endereços IP
nos arquivos log do Apache
Log_Server_Status Script perl que obtém informações de
status do servidor
Tabela 3 – Estrutura de directórios do Apache (Giovanni Manghi, 2011)

34
4.5 - Padronização e Modelação do Sistema

A composição da base de dados geográficos deu-se através da definição dos


dados de interesse geológico, entre as diferentes fontes e formatos existentes e
disponíveis e, da elaboração de procedimentos que garantissem a integração dos dados.
A partir da base cartográfica em formato de papel, adquirida através do Instituto
Geográfico e Cartográfico de Angola “IGCA”, foram seleccionados os elementos tais
como divisão administrativa por municípios, rodovias, rios, e ainda a partir da carta
geológica da bacia do kuanza também em formato de papel foram retiradas as
informações concernentes a geologia, estratigrafia, tectónica, limite dos blocos e os
respectivos poços em onshore e offshore.

4.5.1 - Solução Implementada

Para o êxito do aplicativo proposto, necessitamos de um servidor Web (servidor


de mapas) com suporte PHP e suporte para aplicações CGI, ademais necessitamos
também de um conjunto de livrarias que permitem a manipulação de informação
geográfica. Um pacote que já está preparado e que possui todas estas características é o
MapServer for Windows publicado na página de internet do MapTools (Figura 15)
onde podem ser encontradas ainda uma série de ferramentas, as quais é aconselhável
revisar, descarregar e instalar.

Figura 16 – página de internet do MapTools

35
Descarregamos a versão desejada e instalamos (Figura 16). Uma das vantagens
que nos oferece o uso do ms4w e do maptools é que é projectos bastante activos e
constantemente actualizados com novas funcionalidades. A instalação do mapserver
obedeceu os seguintes procedimentos:

1. Selecção dos aplicativos a instalar (Apache com suporte PHP “servidor Web”;
MapServer CGI; MapScript Framework / P.mapper e todos os aplicativos de
suporte para informação geográfica especialmente GDAL/OGR e PROJ
Utilities);
2. Local de instalação (recomendável ser feita na raiz);
3. Definição da porta;
4. Descarregar o ms4w;
5. O ms4w cria uma estrutura preparada para o MapServer;
6. Criar o serviço do Apache e iniciá-lo.

A instalação foi realizada a nível local do computador ou seja (localhost – 127.0.0.1).

Figura 17 – Fases de instalação do MS4W

36
As aplicações instaladas surgem no final da página inicial do MapServer (Figura 17)
Os ficheiros e directórios resultantes localizam-se por defeito em:
• C: \ms4w\Apache\conf\httpd.conf;
• C: \ms4w\Apache;
• C:\ms4w\apache\htdocs → http//localhost/;
• C:\ms4w\apache\cgi-bin → http//localhost/cgi-bin;
Seguidamente foram editados alguns ficheiros de configuração como apresentados: C:
\WINDOWS\system32\drivers\etc\hosts e acrescentou-se: 127.0.0.1 Nome_servidor. O
ficheiro de configuração de PHP php.ini encontra-se em C: \ms4w\Apache\cgi-
bin\php.ini (Figura 18)

Figura 18 – organização dos ficheiros do ms4w

Uma vez terminada a instalação do servidor Web, o MapServer cria um sistema


de pastas e subpastas onde encontramos todos os ficheiros necessários para a futura
aplicação (Figura 19).

37
Figura 19 – Sistema organizacional do MapServer for Windows

Necessitamos porém, uma aplicação que nos facilite a publicação dos dados
geográficos. A aplicação escolhida foi o p.mapper. Para a sua instalação descarregou-se
o package “pmapper-4.0.0-ms4w.zip” do endereço seguinte: http://www.pmapper.net e
seguidamente descompactou-se o mesmo e copiaram-se as pastas contidas para C:
\ms4w deixando o Windows subscrever as pastas e ficheiros pré-existentes.
É de realçar que a lista completa das directivas presentes no php.ini encontra-se
no manual da página inicial do PHP “ http://php.net/manual/en/ini.core.php” e para que
as alterações tenham o efeito necessário deve-se voltar a reiniciar o Apache (Figura 20).
No Windows podemos fazê-lo através da ferramenta “services” que se encontra nas
ferramentas de administração, no painel de controlo ou através da linha de comandos.

38
Figura 20 – reiniciar o servidor para actualizar as mudanças

Findo este processo verificamos que na instalação MS4W já está presente um script
“phpinfo” http://127.0.0.1 (Figura 21 e 22)

Figura 21 – página inicial do MapServer for Windows – versão 3.0.1

39
Figura 22 – página inicial do MapServer for Windows – versão 3.0.1 com o Framework p.mapper
instalado

O Framework p.mapper apresenta de inicio um WebSIG sensível e muito fácil


de utilizar. O mesmo apresenta dados geográficos inseridos por defeito na aplicação e
nos oferece a vantagem de somente nos preocupar com a qualidade dos dados. De
salientar que este Framework possui uma classe de PHP que por excelência nos permite
adicionar funcionalidades, podemos considera-lo como sendo bastante flexível.

4.5.2 - Desenvolvimento do sistema

A configuração do aplicativo teve início com a instalação e configuração do


servidor Apache com o PHP, em seguida foram instalados a partir das fontes as
bibliotecas seguintes: proj; gd; libpng; libgeotiff; geos; postgreSQL, postgis, gdal e o
MapServer. É normal a medida que eram requeridas algumas dependências destas
bibliotecas no processo de compilação, outros pacotes também foram baixados,
instalados e configurados.
O passo seguinte foi o de exportar as feições geográficas que estavam no
formato shapefile para o directório “ms4w” e para o banco de dados espaciais. Tal
procedimento foi realizado utilizando o plugin SPIT do Quantum-Gis 1.6.
Posterior a transferência de ficheiros, foi gerado o arquivo “mapfile.map” que não é
mais do que um arquivo de configuração para apresentação de camadas de informação,
baseadas no software MapServer. Este arquivo apresenta o formato de texto, e foi
editado a partir do “Notepad ++ ”
Na criação do arquivo mapfile foi utilizado o plugin MapServer Export do QGis.
É-nos extremamente útil, na etapa da determinação da região geográfica abrangida pelos
dados geográficos envolvidos no nosso projecto e para que se tenha uma configuração
básica para o nosso mapfile, que posteriormente são apenas necessárias pequenas
transformações de pormenor.

40
A aparência do arquivo mapfile “Geokuanza” pode ser visto a seguir:

MAP
EXTENT 282112.97 8782512.93 442500.04 9100266.09
UNITS meters
SIZE 600 500
SHAPEPATH "../../../Geokuanza"
SYMBOLSET "../common/symbols/symbols-pmapper.sym"
FONTSET "../common/fonts/msfontset.txt"
RESOLUTION 96
IMAGETYPE png
INTERLACE OFF
PROJECTION
"+proj=utm +zone=33 +south +ellps=WGS84 +datum=WGS84 +units=m no_defs"
END

No exemplo são observáveis as configurações do mapa, projecção, a extensão do mapa,


localização dos shapefiles, a resolução, e o tipo de fonte utilizado.

Explicando a tag:

MAP
EXTENT 282112.97 8782512.93 442500.04 9100266.09
# Limites máximos e mínimos admitidos pelo mapa

UNITS meters
# Unidades de medidas a ser apresentado pelo mapa

SIZE 600 500


# Tamanho da tela de apresentação do WebSIG

SHAPEPATH "../../../Geokuanza"
# Caminho do arquivo shape; é obrigatório que os três arquivos (shx, dbf, shp)
estejam na mesma pasta)

SYMBOLSET "../common/symbols/symbols-pmapper.sym"
# Caminho onde estão os símbolos a serem utilizados na renderização do mapa

FONTSET "../common/fonts/msfontset.txt"
# Caminho onde estão alocados as fontes para inserção de texto no mapa

RESOLUTION 96
IMAGETYPE png
# formato da imagem inserida no mapa

INTERLACE OFF
# status de visibilidade off | default

41
PROJECTION
"+proj=utm +zone=33 +south +ellps=WGS84 +datum=WGS84 +units=m no_defs"
# Projecção a ser apresentada no mapa

END

4.6 - Desenho da Interface

Para a personalização da interface iniciou-se a edição dos seguintes ficheiros:

1. Config/default/pmapper_demo.map

• Este arquivo contém as configurações do mapa como sendo a projecção,


extensão do mapa, formatação dos símbolos e letras, barra de escala, as camadas do
mapa, etc;
Obs.: o símbolo “#” significa comentário e não se torna visível no aplicativo

# INICIO DO WEB – GIS \ GEOKUANZA-ANGOLA


#
MAP
EXTENT 282112.97 8782512.93 442500.04 9100266.09
UNITS meters
SIZE 600 500
SHAPEPATH "../../../pmapper_demodata"
SYMBOLSET "../common/symbols/symbols-pmapper.sym"
FONTSET "../common/fonts/msfontset.txt"
RESOLUTION 96
IMAGETYPE png
INTERLACE OFF
PROJECTION
"+proj=utm +zone=33 +south +ellps=WGS84 +datum=WGS84 +units=m +no_defs"
END
LAYER # inicio da camada
NAME
TYPE Raster
STATUS OFF
DATA 'Limites da bacia do kuanza.jpg'
MINSCALE 1000000
PROJECTION
#"Init=epsg:4326"
"+proj=longlat +ellps=WGS84 +datum=WGS84 +no_defs no_defs"
END
METADATA # Inicio da definição dos metadados
"DESCRIPTION" "Limites Administrativos"
"LEGENDICON" "images/legend/dem.png"
"ows_title" "Limites Administrativos"
END
END

42
2. Config_default.xml

• O arquivo config_default.xml é um arquivo do tipo xml que permite


organização hierárquica dos temas. Os temas devem localizar-se dentro de categorias e
subdivididos em grupos e subgrupos.
A configuração requer a edição de várias secções. Seguidamente são
apresentadas algumas que foram realizadas:

<pmapper>
<ini>
<pmapper>
<pmTitle>GEOKUANZA - "BACIA SEDIMENTAR DO
KUANZA"</pmTitle>
<pmLogoSrc></pmLogoSrc>
<debugLevel>3</debugLevel>
<plugins>export</plugins>
<plugins>scalebar</plugins>
<plugins>transparency2</plugins>
<plugins>roundedboxes</plugins>
<plugins>desenho</plugins>

</pmapper>
<category name="Dados PostGIS">
<group>Zona_transferencia</group>
<group>Pocos_Offshore</group>
<group>Sismica_2d</group>
<group>Batimetria</group>
</category>
<category name="Divisão Administrativa">
<group>provincias</group>
<group>Blocos_Onshore</group>
<group>Blocos_Offshore</group>
</category>

<category name="Rodovias">
<group>Rodovias</group>
</category>

<category name="Unidades Geológicas">


<group>geologia</group>
</category>

<category name="Rios Principais">


<group>Rio_Bengo</group>
<group>Rio_Kuanza</group>
<group>Rio_Longa</group>
</category>
</categories>
<all Groups>
<group>provincias</group>

43
<group>geologia</group>
<group>Rio_Bengo</group>
<group>Rio_Kuanza</group>
<group>Rio_Longa</group>
<group>Blocos_Onshore</group>
<group>Blocos_Offshore</group>
<group>Rodovias</group>
<group>Zona_transferencia</group>
<group>Pocos_Offshore</group>
<group>Sismica_2d</group>
<group>Batimetria</group>
</allGroups>
<defGroups>
<group>geologia</group>
</defGroups>

• Este arquivo de nos permite modificar o idioma de origem do aplicativo


para um outro nome.
<locale>
<defaultLanguage>br</defaultLanguage>
<defaultCharset>UTF-8</defaultCharset>
<map2unicode>1</map2unicode>
</locale>

3. config/default/php_config.php

• Os outros arquivos importantes são search.xml de pesquisa; php.ini na


pasta cgi-bin do Apache. Existem várias configurações que podem ser feitas a partir
deste arquivo. Uma das definições de interesse para este trabalho foi a de liberar as
variáveis de sessão “session.use_cookies = 0”, que garantem que cada sessão inicialize
a partir dos seus próprios parâmetros definidos pelo mapa (extensão do mapa,
projecção, tamanho da janela, etc. sem esta função modificada as sessões subsequentes
não carregam como esperado. Foram ainda editados para melhorias os seguintes
arquivos: pm_cjs, de dialogo, e o de impressão.

# Pesquisa Geológica
<searchlist version="1.0">
<dataroot>$</dataroot>
<searchitem name="cat_limites" description="cat_limites">
<layer type="shape" name="geologia">
<field type="s" name="FORMAÇÃO" description=" FORMAÇÃO”
wildcard="10"/>
<field type="s" name="IDADE" description="IDADE” wildcard="10"/>
</layer>
</Searchitem>
</Searchlist>

44
4.7 - Validação, testes e resultados

Os testes da aplicação foram realizados em uma só máquina, isto é, sem conexão


com a rede, podendo acessar o conteúdo desejado através do endereço http://127.0.0.1
(localhost) e sendo possível desta forma ligar e desligar as diversas camadas disponíveis,
realizar pesquisas, exportar imagens e tabelas de atributos em vários formatos.
Nos resultados ressaltam as variadas possibilidades de produção de documentos a partir
dos mapas criados. No menu das ferramentas, foram criadas duas funções importantes
que são: Impressão de mapas e Salvar mapa. Na impressão do mapa (Figura 23) é
possível definir uma escala de representação diferente da sugerida, bem como a inserção
do mapa de referência e o tipo de saída desejado. Existem dois formatos disponíveis
para impressão “PDF e HTML”.

Figura 23 – janela de configuração de impressão

Em qualquer ocasião e por qualquer motivo podemos decidir guardar um mapa


como uma imagem, esta opção nos permite especificar a resolução (150, 200 ou 300
DPI). Quanto maior a resolução, maior será a qualidade da imagem e maior o tamanho
do arquivo gerado. Está disponível ainda a opção para a exportação de uma imagem
georreferenciada (Geotiff), o que de igual forma gera um arquivo maior (Figura 24).

45
Figura 24 – janela de configuração para salvar o mapa
4.8 - Análise dos resultados

Inicialmente, foi definido como default à opção de visualizar o mapa de


localização da região. A tela inicial do aplicativo (Figura 25) consiste em dois painéis,
onde a direita onde se encontram as camadas de informação e a esquerda são
apresentados os resultados das camadas solicitadas no aplicativo. A barra de
ferramentas do sistema possui ícones que permitem o manuseamento das informações
disponíveis. Abaixo apresentamos com detalhes algumas das suas funções:

1) Zoom + → Ferramenta que dá o zoom crescente (aproximação) no mapa;


2) Zoom – → Ferramenta que dá o zoom decrescente (afastamento) no mapa;
3) Informações → Detalha a informação da camada solicitada;
4) Pan → Ferramenta utilizada para deslocar um mapa para se observar
uma parte dele não mostrada na tela, conservando a escala inicial;
5) Zoom para todo o mapa → Ferramenta que possibilita a visualização de
todo o mapa (retorna à sua escala inicial);
6) Escala → Ferramenta que permite definir a escala de visualização no
mapa;
7) Régua → Ferramenta que permite medir a distância entre dois pontos no
mapa;
8) Mover → Ferramenta que permite movimentar-se a locais diferentes no
mapa;
9) Actualizar → Ferramenta que permite fazer um “refresh” no mapa;
10) Zoom para a selecção → Ferramenta que permite aproximar uma área de
interesse no mapa;
11) Identificação automática → Ferramenta que permite fazer a identificação
automática de uma zona de interesse no mapa;
12) Zona de pesquisa → Ferramenta de consulta à cobertura geológica da região

46
Figura 25 – Página inicial do Geokwanza

47
Na primeira etapa do trabalho, foram criadas várias geometrias que representam
os objectos da base de dados. Cada objecto representa um elemento geológico como por
exemplo, um rio ou uma camada geológica e a cada objecto estão relacionados aos
atributos que os caracterizam.
No painel superior esquerdo (Figura 26), encontra-se disponível uma caixa de
texto dedicada à pesquisar os corpos geológicos da região que deseja, tal como a
litologia, as formações presentes, e a estratigrafia. Clicando sobre ela aparecerá um
menu suspenso a partir do qual você deverá realizar a pesquisa.

Figura 26 – Resultado da pesquisa seleccionando os objectos que representam a formação Luanda

Ao realizar uma consulta, os resultados serão expressos em objectos


seleccionados que satisfaçam a chave inserida. Todos os elementos encontrados serão
destacados no mapa e uma janela será aberta exibindo as informações dos respectivos
atributos (Figura 27).

Figura 27 – Tabela de atributos resultante da pesquisa realizada

48
No canto inferior direito da aplicação está localizado o mapa de referência
baseado no mapa inicial do aplicativo. Ao utilizarmos as ferramentas de navegação, um
ponto ou rectângulo de referência é criado nesta área para indicar o posicionamento da
janela do mapa relativamente à extensão total da bacia sedimentar do kwanza.
No lado direito do aplicativo encontramos o menu principal onde através dele
podemos activar e/ou desactivar as camadas de informação que desejamos ver
projectado no mapa (Figura 28).

Figura 28 – imagem parcial de algumas camadas de informação habilitadas

É possível igualmente navegar no mapa de referência fazendo directamente um


“clic” sobre a área de interesse.

Na Figura 29 é possível visualizar a interacção entre o mapa composto pela base


cartográfica que é do IGCA “Instituto Geográfico e Cartográfico de Angola”, onde são
exibidas: camadas geológicas e nomenclaturas das regiões.

49
Figura 29 – geologia da bacia do kwanza sobreposta a divisão administrativa

É apresentada as coordenadas UTM da posição do rato enquanto navegamos no


aplicativo no canto inferior esquerdo (Figura 29)

Figura 29 – Sistema de Coordenadas do aplicativo

4.9 – Conclusões

Após longos meses de trabalho, para a adopção de software aberto no


desenvolvimento do “Geokwanza” podemos considerar que foi possível concretizar os
objectivos que foram inicialmente preconizados. Estes objectivos passavam pelo
estabelecimento de uma plataforma tecnológica que permitisse suportar os vários
requisitos associadas a um SIG geológico, em que os seus componentes fossem
totalmente integrados, eliminando-se assim a necessidade de efectuar conversão e
transformação de dados.

A utilização de softwares livres foi de grande importância, tanto na questão de


custos de implantação, quanto nos benefícios da sua utilização e acesso. Outro factor
importante é de estar em conformidade com os Padrões Internacionais de
Interoperabilidade, colocando em evidência a utilização de tecnologias de padrões
abertos nos órgãos públicos e privados.

Os softwares livres utilizados neste trabalho – Quantum GIS, PostgreSQL, PostGIS,


map-server e p.mapper, são usados em todo o mundo tendo em vista o seu baixo custo
de desenvolvimento e implantação. É importante destacar o facto de várias comunidades
Web promoverem o aperfeiçoamento dessas tecnologias, contribuindo para a melhoria
dos mesmos.

50
CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 – Discussão

As diversas análises exemplificadas sobre o Geokwanza mostraram que a


capacidade de integração de dados de diversas naturezas utilizando softwares livres
aumenta a percepção da observação e da análise, auxiliando de forma significativa à
compreensão do meio geológico e fornecendo informações para a tomada correcta de
decisões e implementação de projectos. Muitas outras informações poderão ser
acrescentadas futuramente, pois o aplicativo oferece praticidade, podendo ser
actualizado e/ou modificado a qualquer momento, segundo a necessidade da demanda.
Os shapefiles na aplicação WebSIG apresentam-se armazenados no banco de
dados “Postgree/PostGIS” e garantem aos utilizadores consultas dinâmicas e
actualizadas.
Evidenciou-se neste trabalho que uma solução baseada em softwares livres não
deixa nada a desejar quando comparada com as soluções proprietárias. Podendo
destacar-se, o alto desempenho e portabilidade alcançado pelo aplicativo.

5.2 – Limitações

A migração da geoinformação para a Web tem exigido que as tecnologias de


informação envolvidas neste processo façam o acompanhamento, principalmente as
exigências de facilidades de compreensão e manipulação por parte dos utilizadores. Por
trás dessa oferta de maiores facilidades ao utilizador existe uma maior complexidade
tecnológica para que a pretendida amigabilidade de interface seja um facto. Para a
compreensão deste novo nível de conhecimento, fez-se necessário estudar e
compreender alguns conceitos associados ao movimento do software livres, hardwares
de alto processamento, softwares específicos de visualização e aplicativos variados para
divulgação de informação espacial na Web. A falta de experiência na criação de
aplicativos WebSIG exigiu do autor bastante e prolongadas leituras. Foi normal no
princípio da construção do Geokwanza, recorrer-se aos logs dos erros que de forma
objectiva ajudam na identificação e correcção de erros.
O escasso número de utilizadores de softwares livres em Angola (Luanda) exigiu
do autor um desdobramento múltiplo para um perfeito entendimento, planeamento e
desenho da aplicação.
A não disponibilidade de informação por parte das empresas detentoras foi o
negativo do trabalho. Acredita-se que se houvesse boa vontade destas mesmas
Instituições na cedência de dados ou documentos o Geokwanza estaria muito bem
servido de informação geológica.

51
5.3 – Desenvolvimentos futuros

Pretende-se realizar com um grupo de utilizadores um treinamento técnico


visando à qualificação dos mesmos no manuseio do aplicativo, capacitando-os de
maneira que possam realizar análises, consultas, bem como actualizar o sistema com
novos dados. Propõe-se igualmente para próximos desenvolvimentos a inserção de hiper
ligações que serão associados ao mapeamento cartográfico, agregando mais subsídios
sobre as camadas de informação disponíveis.
O autor propõe-se a trabalhar em aplicações SIG para algumas áreas críticas em
Angola tais como:
• Saúde (distribuição das doenças);
• Meio Ambiente (monitorar áreas protegidas);
• Turismo (locais de pontos turísticos);
• Agricultura (mapas de uso de sol e previsão de safras);
• Planeamento Urbano (distribuição dos recursos das cidades);
• Comércio (optimização de pontos de comercialização);
• Polícia (distribuição espacial dos crimes);
• Utilidade Pública (água, esgotos, electricidade, telefones, etc.)

52
Referências bibliográficas

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