QUESTIONÁRIO MAPA PARA REVISÃO DE PROVA – Disciplina – Psicopatologia II.
Professor Juliano Heberle
1 – O que é a Psicopatologia?
Psicopatologia é o ramo da ciência que trata a natureza essencial da doença ou transtorno mental – suas causas,
as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação.
• Em uma compreensão mais ampla, pode ser definida como o conjunto de conhecimentos referentes ao
adoecimento mental do ser humano.
• Ao se estudar e praticar a psicopatologia, não se julga moralmente aquilo que se estuda; busca-se apenas
observar, identificar e compreender os diversos elementos do transtorno mental.
• Deve rejeitar qualquer tipo de dogma, qualquer verdade pronta e intocável, seja ela religiosa, filosófica,
psicológica ou biológica; o conhecimento que se busca está permanentemente sujeito a revisões, criticas e
reformulações.
2 - Como podemos definir normalidade estatística, como bem-estar, como ausência de doença e como ideal?
1º - Normalidade como ausência de doença. Definição negativa.
2º Normalidade ideal – Estabelece arbitrariamente uma norma ideal, aquilo que é supostamente “sábio”, mais
“evoluído”.
3º Normalidade estatística – identifica norma e frequência. (Peso, altura, tensão arterial, horas de sono e etc).
4º Normalidade como bem-estar – Conceito amplo e impreciso.
5º Normalidade Funcional – O fenômeno é considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional
e produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para seu grupo social.
6º - Normalidade como processo – Consideram os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias e certos períodos
etários.
7º Normalidade subjetiva – Aqui é dada a maior ênfase a percepção subjetiva do próprio individuo em relação
a seu estado de saúde, as suas vivencias subjetivas.
8º Normalidade como liberdade – Doença mental como a perda da liberdade existencial.
3 - Como podemos diferenciar o diagnóstico sindrômico do diagnóstico nosológico?
Síndromes são agrupamentos relativamente contantes e estáveis de determinados sinais e sintomas. É
puramente uma definição descritiva de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e sintomas.
Denominam-se entidades nosológicas, doenças ou transtorno específicos os fenômenos mórbidos nas quais se
podem identificar (ou pelo menos presumir com certa consistência) as causas ou fatores causais (etiologia), o
curso relativamente homogêneo, certos padrões evolutivos e estados terminais típicos
4- Como podemos definir a semiologia psicopatológica?
Semiologia é a ciência dos signos. Permite ao profissional de saúde identificar alterações físicas e mentais,
ordenar os fenômenos observados, formular diagnósticos e compreender terapêuticas.
5 – Na semiologia psiquiátrica qual a diferença de sinal e sintomas? De exemplos.
Os Signos de maior interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, verificáveis pela
observação direta do paciente, e os sintomas, isto é, as evidencias subjetivas relatadas pelos indivíduos, suas
queixas e narrativas, aquilo que o sujeito experimenta e de alguma forma comunica alguém.
No estudo é importante avaliar a Forma dos sintomas (patogênese), isto é, sua estrutura básica relativamente
semelhante nos diversos pacientes e nas diversas sociedades (a forma da alucinação, delírio, ideia obsessiva,
fobia e etc), e seu conteúdo (Patoplastia), ou seja, aquilo que preenche a alteração estrutural (o conteúdo de
culpa, religioso, de perseguição e etc)
6 – Quais são os itens que compõem uma anamnese em psicopatologia?
A palavra anamnese significa rememoração. É preciso ter um roteiro da anamnese, mas este não pode perturbar
a espontaneidade da entrevista.
7 – Quais são os itens centrais que devem constar na identificação da anamnese psicológica e qual a sua
importância?
Os itens que compõem são: identificação, queixa principal, motivo do atendimento, história da doença atual,
história patológica pregressa, história fisiológica, história pessoal, história social e familiar.
8 – Quais são as características centrais da “Queixa Principal” – item da anamnese?
A QP constitui o foco da história da doença atual, deve ser sucinta. Contem relacionar no máximo três queixas,
de preferência apenas uma. A QP é redigida com as palavras do paciente (entre aspas, ou usando sic), devendo
ser registrada mesmo que absurda.
9 – Quando ou em quais situações se utiliza o item “motivo do atendimento” na anamnese?
Só é necessário quando não há consciência de morbidade por parte do paciente. O seu conteúdo é fornecido por
outra pessoa: um familiar, vizinho, bombeiro, policial, outro profissional de saúde e etc. São produzidas
literalmente as palavras do informante.
10 – Quais são as características centrais do item “História da doença/moléstia atual” na anamnese?
História Patológica Pregressa - A HPP refere-se a estados mórbidos passados, em geral não
psiquiátricos, que mostrem possuir relação direta ou indireta de causa e efeito com a moléstia atual. São
investigados principalmente as seguintes ocorrências: enurese, sonilóquio, pesadelos frequentes, terror
noturno, sonambulismo, asma, tartamudez, fobia escolar, na infância; convulsões ou desmaio, doenças
venéreas, outras doenças infecciosas, tóxicas ou degenerativas; traumatismos craneanos, alergia,
intervenções cirúrgicas, hábitos tóxicos (álcool, tabaco, drogas ilícitas); uso de medicamentos.
Psicopatologia – História Fisiológica Na HF são investigados elementos relativos a história fisiológica:
gestação (da mãe), nascimento, aleitamento, desenvolvimento psicomotor (andar, falar, controle
esfincteriano), menarca, catamênios, atividade sexual, gestações, partos, abortamentos, menopausa,
padrões de sono e alimentação.
11 – Quais são as principais ocorrências investigadas no item “História Patológica Pregressa” na anamnese do
paciente e por que é importante?
Psicopatologia – História Patológica Pregressa A HPP também indica a avaliação dos sistemas
(cardiorrespiratório, digestivo, e etc). Incluem-se todas as doenças importantes relatadas.
12 – Quais são as informações que pesquisamos na “História Pessoal” na anamnese do paciente e o porquê isso
é importante?
– História Pessoal Na História Pessoal, pesquisam-se as seguintes informações:
1 – Infância: personalidade, socialização, jogos e brincadeiras, aproveitamento escolar, ansiedade de
separação.
2 – Adolescência: desempenho escolar, uso de álcool e drogas, delinquência, relacionamentos
interpessoais.
3 – Sexualidade: iniciação, preferências, orientação, números de parceiros e frequência.
4 – Vida Profissional: vocações, estabilidade nos empregos, relacionamento com os chefes,
subordinados e colegas, desempenho no trabalho.
5 – Personalidade pré-mórbida: relacionamentos sociais, interesses, hábitos de lazer e culturais, padrão
de humor, agressividade, introversão/extroversão, egoísmo/altruísmo, independência/dependência,
atividade/passividade, valores, adaptação ao ambientes.
13 – Quais são as informações pesquisadas na “História Social” na anamnese do paciente e por que isso é
importante?
Na História social pesquisam-se as seguintes informações: moradia – condições sanitárias, pessoas em
quem convive, número de cômodos, privacidade, características sociodemográficas da região – situação
socioeconômica, características socioculturais, atividade ocupacional atual, situação previdenciária,
vínculo com o sistema de saúde, atividades religiosas e políticas, antecedentes criminais
Bônus: Psicopatologia – História da Doença Atual
A redação deve seguir em ordem cronológica, mesmo que a narrativa, não tenha sido assim. Faz
também parte os negativos pertinentes, ou seja, certos sintomas cuja ausência pode ser significativa para
a identificação da doença ou da fase evolutiva em que ela se encontra.
Episódios psiquiátricos anteriores devem ser relatados também aqui, já que estes devem estar
relacionados com o atual, visto que transtornos mentais, em geral, são crônicos.
14 – Defina o exame de estado mental e o porquê ele é importante na avaliação psicopatológica?
Definição: Exame psíquico ou exame de estado mental, começa no primeiro contato com o paciente,
antes de se obterem os dados de identificação. No modelo médico, a história é reconhecida como
subjetiva, enquanto o exame físico é considerado a fonte principal de informações objetivas. Assim, na
avaliação psiquiátrica, o que é relatado pelo paciente deve ser incluído na anamnese, enquanto o que é
observado pelo examinador representa o exame psíquico. Das vivencias internas, subjetivas, dos
pacientes são expressas em seu comportamento, sua mimica ou sua fala, tornando-se assim passiveis de
serem observadas e descritas por outras pessoas, tornando-se objetivas.
Importância: Na redação, é conveniente a descrição das condições nas quais se realizou o exame: se no
domicilio do paciente, em consultório ou ambulatório, em quarto de hospital, ou numa enfermaria, se
havia mais alguém na sala. do registro das alterações psicopatológicas, faz parte do exame psíquico a
descrição das funções mentais preservadas. Para avaliação de algumas funções, como memoria,
orientação, inteligência e etc., são necessárias perguntas mais especificas ou mesmos testes. A redação
do exame deve restringir-se a uma descrição de fenômenos observados, sem o uso de termos técnico.
15 – O que se deseja avaliar no item “Aparência” do nosso exame de estado mental?
O termo Aparência tem se referido aos cuidados higiênicos e estéticos relativos ao corpo (incluindo cabelos,
barba, unhas e dentes) e roupas, maquiagem e adereços (brinco, colares, pulseiras e etc.). Cuidada ou descuidada
(desleixada).
Se esta descuidada, há que se observar se ele apresenta higiene corporal comprometida, roupas sujas, rasgadas
ou desalinhadas; mau cheiro; cabelos despenteados e excessivamente cumpridos; barba por fazer ou pernas não
depiladas; dentes estragados ou ausentes; unhas sujas ou cumpridas.
Outra forma de classificar a aparência seria em: adequada, bizarra e exibicionista.
16 – Como a aparência pode se apresentar nos quadros de Depressão e nos quadros de Mania?
Depressão: O desinteresse ou a falta de energia pode inviabilizar os cuidados pessoais. Alguns deprimidos
vestem-se com roupas escuras.
Mania: Roupas muito coloridas e chamativas, excesso de maquiagem, perfume em excesso, muitos enfeites,
unhas e cabelo as vezes pintado com várias cores diferentes (aparência bizarra); roupas muito curtas e decotadas
(exibicionista).
Bônus:
Demência: Nos casos de demência que cursam com apraxia (perda dos movimentos voluntários),
frequentemente a aparência esta descuidada.
17 – O que se deseja avaliar no item “Atitude” do nosso exame de estado mental?
Costumadamente confusão entre psicomotricidade e atitude (comportamento). O comportamento ou atitude,
num sentido amplo – engloba a fala, os gestos, a mimica e os demais movimentos corporais. Alguns
comportamentos dos pacientes são considerados desejáveis, no sentido de contribuírem positivamente para a
realização da avaliação psiquiátrica: atitude cooperante, atitude amistosa, atitude interessada e etc.
18 – Defina as atitudes de “oposição, hostil, fuga, supicaz e querelante, lamuriosa, evasiva e sedutora”?
As que interessam a semiologia, são:
Atitude de oposição: o paciente se recusa a participar da entrevista. Atitude hostil: o paciente ofende,
ameaça ou agride fisicamente o examinador.
Atitude de Fuga: Reflete o medo por parte do paciente.
Atitude Suspicaz (de desconfiança): “você é mesmo médico”, “há microfones escondido aqui”,
“porque você está perguntando isso”.
Atitude Querelante: o paciente discute ou briga com o examinador, por se sentir ofendido e ou
prejudicado. Avaliando o Paciente – Atitude As que interessam a semiologia, são:
Atitude evasiva: o paciente evita responder certas perguntas, sem se recusar explicitamente. Atitude de
esquiva: o paciente não deseja o contato social.
Atitude jocosa: o paciente está frequentemente fazendo piadas, ou brincando com outras pessoas.
Atitude lamuriosa: o paciente queixa-se o tempo todo de seu sofrimento e demonstra autopiedade.
Atitude sedutora: o paciente elogia e tenta agradar o examinador, ou tenta despertar interesse sexual.
19 – Quais são os tipos de atitude que mais aparece na mania e na depressão?
Mania: O paciente maníaco pode apresentar uma atitude expansiva, desinibida, jocosa; ou então
irônica, arrogante, hostil.
Depressão: Comum atitude lamuriosa ou com desinteresse.
Retardo mental: Comum o comportamento pueril (infantil).
Bônus:
Transtorno de personalidade paranoide: No transtorno delirante e de personalidade paranoide, a
atitude é querelante, reivindicativa ou suspicaz.
Transtorno de personalidade antissocial: o sociopata apresenta um comportamento sedutor,
manipulador e hostil.
20 – Segundo Jasper como podemos definir consciência?
21 – Quais são as características da consciência psicológica?
Segundo Jaspers, Consciência é “ o todo momento da vida psíquica”. Constitui uma síntese ou integração de
todos os processos mentais em determinado momento.
1 – Trata-se de uma vivência interna e atual.
2 – Está relacionado à distinção eu/não eu.
3 – É o conhecimento (o dar-se conta) que o indivíduo tem de suas vivencias internas, de seu corpo e do mundo
externo – podendo ser dividida em consciência do eu e consciência dos objetos. É reflexiva, ou seja, o indivíduo
tem consciência de que tem consciência, e assim pode refletir sobre os seus conteúdos psíquicos.
22 - Como podemos definir campo ou amplitude da consciência?
O campo ou amplitude da consciência refere-se a quantidade de conteúdos que a consciência abarca em
determinado momento, e representa a dimensão horizontal da consciência.
23 – Como podemos definir vigilância e lucidez de consciência?
Vigilância é definida como “uma capacidade fisiológica (do sistema nervoso) que serve para dar suporte a
uma atividade adaptativa, qualquer que seja a modalidade desta”. Estar consciente significa que o
indivíduo esta vígil, desperto, alerta, com o sensório claro.
Lucidez de Consciência: Constitui um estado de consciência clara ou de vigilância plena. Na lucidez os
processos psíquicos são experimentados com suficiente intensidade, os estímulos são adequadamente
aprendidos e os conteúdos mentais possuem nitidez e são claramente delimitados e identificados.
24 – Como podemos definir “rebaixamento de nível de consciência”, explique os dois tipos “obnubilação
simples e obnubilação oniroide”?
Obnubilação Simples: caracteriza-se pela ausência de sintomas psicóticos. O paciente apresenta, além
de intensa sonolência, hipoprosexia (diminuição global da atenção), desorientação no tempo e no
espaço, pensamento empobrecido e alentecido (as vezes, mutismo), dificuldades de compreensão e
raciocínio, hipoestesia (alteração quantitativa de sensopercepção), hipomnesia de fixação e de evocação
(distúrbio de memória), apatia e inibição psicomotora.
Obnubilação Oniroide: Caracteriza-se pela presença de sintomas psicóticos, especialmente ilusões e
pseudoalucinações visuais, ideias deliroides. Ha ainda dificuldade de concentração, desorientação
temporoespacial, desagregação do pensamento, dificuldade de compreensão e de raciocínio, amnesia de
fixação e evocação, exaltação afetiva, perplexidade a agitação psicomotora.
25 – Como podemos realizar o exame de consciência? Quais são os aspectos avaliados?
EXPRESSÃO FISIONÔMICA: Uma fáceis que denota sonolência ou fadiga constitui um indicio de
que a consciência está rebaixada. Pode expressar também perplexidade e entre outras.
ALIENAÇÃO DO MUNDO EXTERNO: Uma aparente alienação do mundo externo pode indicar
tanto rebaixamento como estreitamento da consciência. Traduz-se por um desinteresse, ou dificuldade
de apreensão, em relação ao ambiente, ou por comportamento inadequado ou incoerente, que não leva
em consideração a realidade.
Bônus:
Delirium: é um quadro agudo que se caracteriza por um prejuízo cognitivo global; com rebaixamento
do nível de consciência. Ao longo do dia, o nível de consciência flutua amplamente, piorando a noite.
Ocorrem por uma perturbação difusa no metabolismo cerebral que pode ser causado por: intoxicação
por droga, abstinência a drogas, encefalopatias metabólicas, infecções (septicemia, meningoencefalites),
epilepsia, traumatismo cranioencefálico, doença cerebrovasculares, tumores intracranianos, doenças
degenerativas e etc.
Alcoolismo: pode haver rebaixamento de consciência, chegando a coma.
Narcolepsia: caracteriza-se por ataques irresistíveis de sono, associados a alucinação hipnagógicas,
cataplexia e paralisia do sono.
26 – Como podemos definir a “atenção”?
Atenção é o processo pelo qual a consciência é direcionada para determinado estimulo (de origem externa ou
interna), que pode ser uma imagem perceptiva ou representativa, um afeto ou um pensamento. Há uma
concentração da atividade mental sobre um objeto especifico (ou pouco objetos) em detrimento dos demais. O
que é selecionado pela atividade da atenção adquire maior clareza e nitidez. De vital importância para a
memória, tanto para a fixação de novas informações como para a evocação de antigas
27 – Descreva as quatro funções da atenção e de exemplos?
Atenção e consciência são funções psíquicas muito próximas e conectadas, mas não são as mesas coisas. Se não
há lucidez de consciência, a atenção não pode funcionar adequadamente, mas a atenção pode estar alterada
mesmo se o nível de consciência está normal.
Quatro funções da atenção:
Atenção seletiva: capacidade de prestar a atenção a um estimulo e ignorar outros (ex. festa e conversa).
A vigilância e detecção de sinal: envolve a espera passiva de um estimulo que pode surgir a qualquer
momento (Ex. Salva-vidas).
A Sondagem: consiste na procura ativa por um estimulo particular. (Ex. busca termo técnico).
Atenção dividida: representa a distribuição de nossos recursos de atenção entre duas ou mais tarefa que
realizamos ao mesmo tempo. (Dirigir e escutar música).
28 – Como podemos definir atenção voluntária, atenção espontânea, tenacidade e mobilidade da atenção?
Atenção voluntária: está relacionada ao esforço intencional, consciente, por parte de um indivíduo na
direção do objeto.
Atenção Espontânea: consiste numa reação automática, não consciente e não intencional, do indivíduo
aos estímulos.
Tenacidade: capacidade de manter a atenção em determinado objeto por certo tempo.
Mobilidade: é a capacidade de, a qualquer momento, desviar-se a atenção de um objeto para outro.
29 – Como podemos realizar o exame de atenção? Quais as testagens mais comuns?
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
Não é possível um aumento global de atenção.
Hipoprosexia: consiste numa diminuição global da atividade de atenção, afetando todo a tenacidade
como a mobilidade. Há uma rápida fatigabilidade associada ao esforço para se concentrar, e ocorre um
aumento do limiar da estimulação. Observa-se nos estados de fatiga, tédio e sonolência.
Aprosexia: Abolição da atenção. Ocorre durante o sono sem sonhos, coma, demência e etc.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Rigidez da atenção: Durante um longo período o indivíduo está concentrado em um único objeto e não
é capaz de desviar sua atenção. Ocorre no individuo normal, por exemplo, quando se está lendo um
livro que considera muito interessante e não registra nada do que ocorre ao seu redor. Muitos
denominam essa alteração de distração. Aparece nos depressivos – em relação aos pensamentos e
recordações dolorosas, nos obsessivos-compulsivos – em relação as ideias recorrentes, na hipocondria –
em relação as sensações corporais.
Labilidade de atenção: O indivíduo é incapaz de manter por algum tempo sua atenção no mesmo
objeto. Predomínio da atenção espontânea. Ocorre na mania, nas intoxicações por álcool.
Observação da mimica e do comportamento:
Entrevista Psiquiátrica: demora nas respostas, repetir a pergunta, respostas parciais e ou inadequadas.
Testagem: Comum: solicitar ao paciente que observe os objetos presentes no local do exame, e depois,
os liste de memória.
Teste de repetição: solicite que o paciente repita de imediato uma lista de palavras ou uma série de
dígitos. Prova de Bourdon: oferece-se uma folha em que esta impresso um conjunto de letras reunidas
aleatoriamente, que não formam palavras, e pede-se que ele marque todos as letas a e n – após 10
minutos, são contados as letas A e N que escaparam do risco.
Avaliação neuropsicológica formal.
30 – Como podemos definir sensopercepção?
Constitui a primeira etapa da cognição, ou seja, do conhecimento do mundo externo. A sensação é um fenômeno
passivo, físico, periférico e objetivo, que resulta das alterações produzidas por estímulos externos sobre os
órgãos sensoriais.
A percepção é um fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo. É um fenômeno consciente, que
resulta da integração das impressões sensoriais parciais e das associações destas à representação.
Exemplo:
Sensações: formas e cores em uma fotografia.
Percepções: um quadro negro, carteiras, crianças uniformizadas (sentadas) e uma senhora de pé
(apontando para o quadro).
31 - Como podemos classificar as qualidades sensoriais?
As qualidades sensoriais podem ser classificadas em:
Exteroceptivas: visuais, auditivas, gustativas, olfativas, cutâneas.
Interoceptivas ou cenestésicas: bem-estar, mal-estar, fome, sede, sensibilidade visceral.
Propioceptivas: movimentos corporais, equilíbrio, barestesia (sensibilidade a pressão), palestesia
(sensibilidade para vibrações).
32 – Quais são as características da imagem perceptiva?
Propioceptivas: movimentos corporais, equilíbrio, barestesia (sensibilidade a pressão), palestesia (sensibilidade
para vibrações).
33 – Quais são as características da imagem representativa?
Representativa ou mnêmica (repre- sentação) se caracteriza por ser apenas uma revivescência de uma
imagem senso- rial determinada, sem que esteja presente o objeto original que a produziu. poderia dizer que os
vemos ou sentimos.
HIPERESTESIA: consiste num aumento global da intensidade perceptiva: as impressões sensoriais
tornam-se mais intensas, mais vividas ou mais nítidas. Na modalidade visual, as cores ficam mais
brilhantes. Pode também ser definida como uma hipersensibilidade a estímulos sensoriais comuns, que,
patologicamente, se tornam desagradáveis. Ex – ruídos de pequena intensidade tornam-se extremamente
incômodos.
HIPOESTESIA: Consiste numa diminuição global da intensidade perceptiva. O mundo parece mais
escuro e sem brilho, a comida é insossa, os sons são abafados e etc.
ANESTESIA: Consiste na abolição da sensibilidade.
34 – Como podemos definir Alucinação?
ALUCINAÇÃO NEGATIVA: é definida como uma aparente ausência de registro sensorial de
determinado objeto presente no campo sensorial do paciente; como, por exemplo, não ver uma pessoa
que está diante dos seus olhos.
ALUCINAÇÃO: É classicamente definida como “percepção sem o objeto”, ou como uma percepção
na ausência de estímulos externos correspondentes. As alucinações não se originam de transformações
de percepções reais. A atenção não remove as alucinações. As alucinações ocorrem simultaneamente e
paralelamente as percepções reais.
Alucinações Verdadeiras: apresentam todas as características de uma imagem perceptiva real,
incluindo a corporeidade e a localização no espaço objetivo externo. Possuem uma irresistível força do
conhecimento, são aceiras pelo juízo da realidade, por mais que pareçam para o paciente estranhas ou
especiais. Só ocorrem sob a lucidez de consciência.
Pseudoalucinações: Diferenciam-se pela ausência de corporeidade e localização no espaço subjetivo
interno. Há plena convicção quando a realidade do fenômeno.
Alucinoses: O objeto percebido é localizado no espaço objetivo externo. Diferenciam-se das
alucinações verdadeiras por serem adequada e imediatamente criticadas pelo individuo, que reconhece o
fenômeno como algo patológico. Ocorrem sob a lucidez de consciência. Simples – clarões, chamas,
pontos brilhantes. Complexas – figuras, objetos, pessoas, cenas estáticas ou em movimento.
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS: Elementares – zumbidos, estalidos, sinos, campainhas. Complexas –
palavras, frases.
ALUCINAÇÕES AUDITIVO-VERBAIS: Vozes bem claras ou ininteligíveis para o paciente. Podem
dirigir-se diretamente ao paciente ou dialogar-se entre si. Podem ofender, criticar, ameaçar o paciente
ou lhe dar ordens.
35 – Como podemos realizar o exame de sensopercepção?
EXAME DE SENSOPERCEPÇÃO ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA: Não é tão importante, pode ter
manipulação, mentira ou não-compreensão.
OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO: Atenção comprometida, mudança súbitas da posição da
cabeça, fisionomia de terror ou de beatitude, proteção dos ouvidos, olhos, narinas ou órgão genitais com
as mãos, algodão ou outro material. Falar sozinho, dar respostas incoerentes em relação a perguntas,
risos imotivados. O olhar fixo em determinada direção, desvios súbitos no olhar, movimento defensivo
com as mãos. Movimento das mãos como que afastando algo da superfície do corpo.
36 – Como podemos definir memória?
Aprendizado é o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o mundo, já a MEMÓRIA representa o
armazenamento desse conhecimento.
ETAPAS DO PROCESSO MNÊMICO
FIXAÇÃO: refere-se à aquisição de novas informações. A fixação depende da preservação do nível de
consciência (vigilância), da atenção (especialmente da tenacidade) da sensopercepção e da capacidade
de apreensão.
CONSERVAÇÃO: a etapa de conservação refere-se à manutenção, em estado de latência, das
informações que foram fixadas.
EVOCAÇÃO: Corresponde ao retorno, espontâneo ou voluntario, à consciência das informações
armazenadas. Fatores afetivos podem influenciar a evocação.
37 – Diferencie memória de curto prazo, memoria de longo prazo, memoria sensorial, memória implícita e
memória de procedimento?
MEMÓRIA SENSORIAL: Dura menos de um segundo. Permanece ativa o tempo necessário para se
dar a percepção. É mais uma função da atenção do que da memória propriamente dita.
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO: Possui uma capacidade de armazenamento limitada e dura de
segundos a minutos. Também conhecida como memória de trabalho.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO: O processo que converte as memorias de curto prazo em
memórias de longo prazo chama-se consolidação. Facilitada pela repetição da informação, ela necessita
de 5 a 10 minutos para que ocorra minimamente e de pelo menos 60 segundos para que ocorra de forma
plena.
MEMÓRIA EXPLICITA: Representam informações sobre o que é o mundo, informações essas que
são acessíveis a consciência, podem ser evocadas voluntariamente, e podem ser expressas em palavras.
E subdivide-se em:
o Memória Episódica: é uma memória explicita que se refere a eventos autobiográficos, a
vivencias pessoais do indivíduo que estão vinculadas a determinado local e ocasião. EX –
Ontem fui ao cinema.
o Memória Semântica: se refere a conhecimentos factuais, compartilhado com as outras pessoas.
EX – A Segunda Guerra Mundial começou em 1939.
MEMÓRIAS MEMÓRIA IMPLICITA: Refere-se ao aprendizado de como fazer as coisas. Expressa-
se numa melhora de desempenho em uma determinada atividade. É um tipo de memória automática e
reflexa.
MEMÓRIA DE PROCEDIMENTO: refere-se a práticas e habilidades motoras, perceptivas e
cognitivas.
38 – Como podemos definir linguagem?
Linguagem é um sistema até certo ponto arbitrário de signos – fonéticos e gráficos – que funcionam como um
processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo.
39 – Quais as principais funções da linguagem?
Possui as funções: comunicação social, expressão de vivencias internas (pensamentos e sentimentos),
organização da experiencia sensorial e dos processos mentais, tradução dos estímulos externos, indicação e
descrição das coisas, transmissão de conhecimentos e regulação da conduta.
40 – Qual a diferença de afasias e disfasias?
AFASIAS: Perda da linguagem.
DISFASIA: Prejuízo ou dificuldade quanto a linguagem
41 – Qual a diferença de coprolalia, maneirismo, pedolalia e solilóquio?
MANEIRISMO: A fala torna-se pouco natural, afetada, seja quanto a escolha das palavras, à
pronuncia, ao sotaque ou a inflexão verbal. EX- Com frequência o ex-jogador Pelé conta episódios da
sua carreira sem usar o pronome eu, preferindo usar a expressão o Pelé.
PEDOLALIA: O paciente fala com voz infantilizada.
SOLILÓQUIO: Refere-se ao comportamento de falar sozinho.