silva_marialussieuda_d
silva_marialussieuda_d
silva_marialussieuda_d
Instituto de Economia
UNICAMP
I
Prof. Dr. Mariano Fra11cisco·_,.-..-""'
Campinas. 2002
UNICAMP
BIBLIOTECA CENTRAL
V EX __,---
,.OMBO BC/ Cf 9 '5'0 'f
PROC ./t) .8'3 f}O ~
c o ) :;._~-
PREÇO /f?., $ .,f 1, 0 0
OATA Q'if'/O 6/~
111' C?O
CMOOt66985-9
(Nietzsche)
UNiCAMP
BIBLI OTECA CENTRAL
SEÇÃO cmCULANTE
v
AGRADECIMENTOS
Ao Edvânio, pelo seu apoio constante. A sua dedicação e o auxílio nos diversos
momentos do trabalho foram essenciais para que tudo terminasse bem.
Aos amigos especiais Márcia e André; Cristina e Cláudio (meus afilhados); Carla,
Leonardo e Giulia; Marcilene e Eneuton, pela saudável convivência e afeto que nos
acompanha. Aos amigos que se tornaram importantes ao longo dos anos em
Campinas, Graça, Noemi, Camilo, Cid, Alfredo e Nágela, Lenice e Mauro, Glenda,
Simone.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....... ....... .... ........................................ ...... ........ ....... .... ........ ........... .. ......... 1
1.1. 0 PARADIGMA ECLÉTICO ................ ... ........................... ... ..................... ...... ........... 13
1.2. CONSIDERAÇÓES GERAIS ACERCA DA INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA DE
EMPRESAS DE PAÍSES EM DESENVOLVIMENT0 .......... .... ... ..... .... .............. .................. ....... 23
3.1 . A REESTRUTURAÇÃO DAS EMPRESAS NACIONAIS .... ..... ..... ...... ... .......... ... .... ... ...... .... 49
3.2. AS EMPRESAS NACIONAIS NA CúPULA EMPRESARIAL 8RASILEIRA ............ ... .... .......... 52
3.3. AS GRANDES EMPRESAS NACIONAIS NO COMÉRCIO ExTERIOR ......... .. ....................... 56
4.1. AS CARACTERISTICAS DAS EMPRESAS NACIONAIS SELECIONADAS ..... ... ...... ............. 61
4.2. A INTERNACIONALIZAÇÃO COMERCIAL COEFICIENTES DE ABERTURA DAS EMPRESAS
NACIONAIS................ .......................................... .. ......... ............... ................................ 77
4.2.1. Classificação do Painel a partir dos Coeficientes de Abertura das Empresas ... 79
4.2.2. Classificação do Painel em Setores lndustriais ....... ......... .................... ........ 88
4.3. A INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA: INVESTIMENTOS DAS EMPRESAS DE CAPITAL
NACIONAL NO ExTERIOR ... ............ ....................................................................... .......... 97
Lista de Tabelas
Lista de Gráficos
Gráfico 01 - Participação das Empresas Nacionais entre as 500 Maiores...................... . 53
Gráfico 02 - Participação das Empresas Nacionais e Estrangeiras nas Vendas das
500 Maiores.................................................................................................. 54
Gráfico 03- Participação das Empresas Nacionais Selecionadas na Balança
Comercial Brasileira e nas 500 Maiores........................ ............................... 63
Gráfico 04 - Painel de Empresas: Coeficientes de Comércio por Grau de
Internacionalização, Ponderado pela Participação nas Vendas,
1989....................................................................................... ........ ............... 82
Gráfico OS - Painel de Empresas: Coeficientes de Comércio por Grau de
Internacionalização, Ponderado pela Participação nas Vendas,
1997.... ... ...... ...................... ......... ......................... .............. .............. ...... ...... 82
Gráfico 06 - Painel de Empresas: Coeficientes de Comércio por Grau de
Internacionalização, Ponderado pela Participação nas Exportações,
1989..................................................................... ................................ ......... 83
Gráfico 07 - Painel de Empresas: Coeficientes de Comércio ~r Grau de
Internacionalização, Ponderado pela Participação nas Exportações,
1997.................................... .......................................................................... 83
Gráfico 08- Painel de Empresas Agrupadas por Setores: Coeficientes de Comércio
por Grau de Internacionalização, Ponderado pela Participação nas
Vendas, 1989.. ... .. ... . .. . ... .... . ... . .. .... ..... ... . .. . .. ..... . .. . ... .. . .. ... .. .. .. .... . .. .. ... ... . .. ..... . 94
Gráfico 09- Painel de Empresas Agrupadas por Setores: Coeficientes de Comércio
por Grau de Internacionalização, Ponderado pela Participação nas
Vendas, 1997........... ......... ............................... .............................. ............... 94
GráfiCo 10- Painel de Empresas Agrupadas por Setores: Coeficientes de Comércio
por Grau de Internacionalização, Ponderado pela Participação nas
Exportações, 1989........................................................................................ 95
Gráfico 11 - Painel de Empresas Agrupadas por Setores: Coeficientes de Comércio
por Grau de Internacionalização, Ponderado pela Participação nas
Exportações, 1997.............................. ... .. . .. ... . .. . ... .. ... .. .... ... .. .. . . .. . .. .. . .... .. .. .. .. 95
Gráfico 12 - Subsidiárias Instaladas no Exterior (amostra de 70 empresas),
1989/95.. .... .. .. ... .... ... ... . ..... ... . .. . .. ... .. .. ... .. ... .. .. . . .. . .. .... .. ... .... .. .. ... .. .. .. .. .. ... ... . .. .. 102
Lista de Quadros
RESUMO
ABSTRACT
Parece inevitável concluir que a abertura comercial e financeira não apenas não
alterou significativamente a inserção do Brasil no mundo, pelo menos do lado das
exportações, como agravou o grau de fragilidade da economia, na medida em que os
déficits comerciais aumentaram a restrição externa ao crescimento.
3
Para tentar explicar o avanço das atividades desenvolvidas por empresas além
das fronteiras do país de origem, após a Segunda Guerra Mundial diversos estudos
surgiram com o objetivo de analisar os principais determinantes do processo de
internacionalização, em suas diferentes modalidades. Cada estudo tomou para si uma
questão particular, o que gerou abordagens distintas em relação ao mesmo processo.
Em linhas gerais, pode citar-se pelo menos quatro vertentes importantes:
8
O fato é que desde os anos 70, em função da crise econômica que afetou os
países desenvolvidos, o processo de internacionalização vem apresentando um
movimento bastante acentuado e as empresas transnacionais passaram a atuar como
os principais atores da economia mundial, pelo seu envolvimento nas várias atividades
econômicas. Além disso, o avanço das transformações ocorridas em meados dos anos
80 e nos anos 90 - envolvendo as esferas tecnológica, produtiva, organizacional e
financeira - e que afetou todo o conjunto das economias, permitiu a aceleração desse
processo, que tomou-se explícito em função de$sas mudanças.
1
Vale salientar que aqui está sendo considerada a intensidade dos fluxos de investimento direto
estrangeiro e não a sobreposição/substituição do comércio pelo investimento direto estrangeiro.
lO
2
Essa participação se evidencia mais pela recepção do investimento direto estrangeiro (IDE) do que pela
em1ssão desse investimento; embora. deva-se salientar que há um movimento crescente de IDE por
parte dos atores institucionais presentes nos países em desenvolvimento nas últimas décadas,
principalmente em alguns países asiáticos.
11
É relevante salientar que por trás dessa estratégia das empresas transnacionais
houve uma busca constante pela valorização de seu capital, uma vez que ao se instalar
em países em desenvolvimento o objetivo foi distribuir os seus investimentos em
diversos setores/países com vistas a uma racionalização da produção e redução de
custos. A conseqüência para estes países foi uma desnacionalização bastante
acentuada; e, em alguns casos, uma forte desindustrialização em determinados
setores, quando estruturas produtivas foram desarticuladas de forma brusca (Coutinho,
1997b).
12
É preciso ter claro, no entanto, que a estrutura analítica elaborada por Dunning
não se propõe a ser uma teoria das empresas transnacionais (ET) nem tampouco do
investimento direto estrangeiro (IDE) per se. O propósito é permitir que as atividades
desenvolvidas por essas empresas no exterior sejam analisadas em função de alguns
determinantes e, por conseguinte, das estratégias implementadas por estas empresas,
dando uma dimensão do processo de internacionalização da produção5 .
3
Para uma visão mais abrangente dos antecedentes históricos do paradigma eclético ver Dunning
~ 198 ) , cap. 4.
Entendida como uma atividade produtiva controlada e organizada por um investidor fora das fronteiras
de seu país.
5
Desde o in ício, Dunning assume que não é possível obter uma teoria geral desse processo, dada a
importâncta dos aspectos históncos específicos.
14
Por outro lado, o investimento fora das suas fronteiras de origem leva as
empresas a decidir entre as vantagens de intemalizar (I) a produção ou conceder
licenças de produção desses bens/serviços para terceiros. As vantagens de
intemalização surgem da maior facilidade com que uma firma integrada é capaz de
apropriar-se de um retorno total de sua própria tecnologia, retendo o controle e
administrando uma rede mais complexa de ativos (reais, tecnológicos e financeiros).
Ressalta-se, ainda, que em função das vantagens "O" e das falhas de mercado
existentes, a empresa tende a recorrer a intemalização de suas atividades tanto como
uma tentativa de tomar mais eficiente o uso dos recursos quanto para não tornar
acessível para os concorrentes potenciais as vantagens que detém e que permite a elas
um fluxo de renda e de poder de competição diferenciados.
O que está por trás desses dois tipos de investimentos é que com o crescimento
do grau de internacionalização dessas empresas, elas passam a utilizar suas vantagens
de propriedade, em busca de melhorar sua posição no mercado global, aumentando a
sua eficiência ou adquirindo novas fontes de vantagens competitivas.
20
Com relação a esta tipologia de estratégias, pode-se ainda adicionar que as duas
primeiras geralmente dizem respeito à motivação dos investimentos iniciais das
empresas no exterior; enquanto que as duas últimas, podem estar vinculadas aos
investimentos seqüenciais de empresas já internacionalizadas.
6
Confira Lall (1983) e Chudnovsky et ai (1999).
23
Nessa nova onda de investimentos, está por trás uma busca de integração dos
ativos (tangíveis e intangíveis) das grandes corporações, que dinamizam a sua atuação
global. E, portanto, o que leva uma empresa definir a forma de internacionalizar a sua
produção8 é a possibilidade de explorar as opções que oferece uma economia
internacional mais permeável aos movimentos de produtos e de capital. Essas
mudanças alteram as condições de atuação, tanto das empresas transnacionais como
das grandes empresas de capital nacional nos países em desenvolvimento.
7
Não se trata de substituição dessas formas tradicionais, mas de novos condicionantes do investimento
direto estrangeiro, como os processos de fusões e aquisições e de privatizações.
8
É interessante ressaltar que mesmo com as mudanças ocorridas nas últimas décadas, que alterou todo
um padrão de concorrência mundial , o paradigma eclético de Dunning pode ser empregado como um
recurso analítico apropriado para entender estas questões.
24
Nos anos 80, todavia, o ciclo de investimentos no exterior ocorridos nas décadas
anteriores, por parte de empresas latino-americanas, começou a perder dinamismo,
dando espaço para que as empresas dos países asiáticos assumissem a liderança
desse movimento entre os países em desenvolvimento. As que mais se sobressaíram
foram às empresas de Hong Kong, Singapura, Coréia e Taiwan, conhecidas por sua
forte orientação exportadora, advinda do processo de industrialização acelerada
adotado por seus governos. Esses investimentos tiveram como motivo principal a
necessidade de manter/aumentar a competitividade das firmas nos mercados locais e
externos. A maioria desses investimentos ocorreu nos segmentos de maior sofisticação
tecnológica e visava basicamente a exportação e não o mercado interno dos países
receptores. O investimento direto estrangeiro era tido como peça fundamental para as
estratégias competitivas de longo prazo, dadas as limitadas dimensões dos mercados
nacionais de origem dessas empresas.
25
9
Os estudos de Chudnovsky et ai (1999) apontam os casos de em presas da Argentina, do Brasil , do
Chile e do México como exemplos dessa situação.
26
É preciso ter claro que a maioria das empresas dos países em desenvolvimento
não possui vantagens competitivas relacionadas à capacitações que permita que essas
empresas atuem na fronteira tecnológica. A internacionalização dessas empresas deve
estar associada a algum tipo de vantagem que elas construíram sobre tecnologias
amplamente difundidas, conhecimento especial de mercado, habilidades de gestão, e
que podem ter surgido de adaptações ou melhoramentos na tecnologia de processos
ou produtos. Nesse sentido é importante salientar que, em função do processo de
aprendizado e desenvolvimento das capacitações de cada empresa, o resultado será
um tipo de internacionalização com características diferentes daquelas encontradas nos
países desenvolvidos.
29
Ainda de acordo com Lall, existem determinados fatores que podem influenciar
na criação e desenvolvimento de vantagens "O" de empresas de países em
desenvolvimento. O fato de que, em geral, a atuação destas empresas não se
encontrar na fronteira tecnológica e que o processo de mudança técnica ocorra de
forma diferente de seus competidores de países avançados, realça ainda mais um
mercado não perfeito e não homogêneo. Em outras palavras, as empresas dos países
em desenvolvimento devem apoiar sua internacionalização com base em vantagens
que compensem sua relativa fragilidade, especialmente tecnológica, em relação às
empresas dos países desenvolvidos. A construção de outros tipos de vantagens e/ou a
implementação de estratégias de especialização em mercados nos quais a relevância
da capacitação tecnológica é relativizada assume um ritmo compatível com os recursos
da empresa ou criam oportunidades de internacionalização acessíveis.
Lall (1983) 10 expôs cinco situações que poderiam justificar estas vantagens,
conforme mencionado abaixo:
10
As s1tuações expostas por Lall (1983) podem ser vistas apenas como uma referência do que pode
ocorrer com as empresas de países em desenvolvimento , no sentido de desenvolverem algum tipo de
vantagem de propriedade (0 ), uma vez que há uma série de fatores que poderão influenciar a forma
como estas se inserem e concorrem nos dias atuais. Exemplo disso é como empresas asiáticas e latino-
americanas buscaram cam inhos e tempos diferentes à sua internacionalização.
30
11
De forma complementar. poder-se-ia também compreender o processo de internacionalização através
do que Dunning (1988) denominou de ciclo do desenvolvimento do investimento. Nessa perspectiva, a
relação entre o investimento direto estrangeiro emitido e/ou recebido estaria vinculada a determinadas
etapas do desenvolvimento dos países. A idéia é que países em desenvolvimento provavelmente seriam
receptores de IDE; quando estes avançassem em seu desenvolvimento passariam a ser em issores e
receptores de IDE; e, ao atingir a maturidade do desenvolvimento, seriam emissores de IDE. Dessa
forma, as vantagens de propriedade que permitem a internacionalização das empresas seriam criadas e
consolidadas ao longo dessas etapas de desenvolvimento. Esta discussão também está presente em
Chudnovsky et ai (1999), mas os autores advertem para as indispensáveis adaptações do esquema para
a sua aplicação. uma vez que geralmente as etapas de desenvolvimento dos países não coincidem com
a sua posição de emissor/receptor de IDE.
12
Desde já se esclarece que não é objeto desse trabalho um mapeamento do processo de
internacionalização de empresas dos países em desenvolvimento, sejam asiáticas ou latino-americanas.
Pretende-se situar o Brasil nesse processo nos anos 90; e, em particular, a internacionalização das
empresas nacionais do país após a abertura da economia. Salienta-se também que foge ao escopo
deste estudo a questão da internacionalização financeira.
33
13
Até a década de 30, o principal produto da pauta de exportação brasileira era o café.
14
A expressão •mudança de regime de comércio" está sendo utilizada neste estudo para caracterizar o
processo de abertura comercial implementado no Brasil no inicio dos anos 90.
34
Nos anos 90, porém, a internacionalização poderia ter sido adotada como uma
estratégia mais importante das empresas, como uma resposta aos desafios impostos
pela própria reestruturação da economia mundial e pela abertura da economia. Esse
fato, entretanto, não se verificou. A internacionalização do mercado doméstico de
produtos industriais não foi acompanhada por aumento proporcional da
internacionalização da produção industrial brasileira.
35
15
No período anterior à abertura. o comportamento de empresas estrangeiras e nacionais era
semelhante (baixo nível de produtividade, atualização de produtos e processos). A partir da abertura, no
entanto, as diferenças se evidenciaram, pois os recursos disponíveis às filiais de empresas estrangeiras
eram mais abundantes que para as empresas nacionais (por exemplo, financiamento, acesso a
tecnologia, etc).
37
Nos anos 90. a economia brasileira foi marcada pela abertura comercial,
promovida desde o início da década no governo Collor. Um dos argumentos que
justificaram a abertura foi que as empresas industriais brasileiras seriam ineficientes e
estavam acomodadas em uma economia fechada , e portanto "protegidas'' de uma
exposição maior à concorrência internacional. Assim, fazia-se necessário aumentar a
competitividade dessas empresas por meio da abertura e de outras reformas estruturais
que aumentassem a pressão da concorrência sobre os produtores.
38
U NICAMP
BiBLipTECA CENTRAL
SECAO CIRCULANTF
40
Tabela 01
Participação do Brasil nas Exportações Mundiais de Bens: 1990-1999
valores em US$ milhões e coeficientes em rcenta em
Tabela 02
Balan a Comercial Brasileira - 1989/1999 - milhões de dólares
Assim,
"o comportamento da balança comercial na segunda metade da década de 90 foi
condicionado por diversos fatores, a maior parte com efeitos expansionistas
sobre as importações. Nesse sentido, merecem destaque a liberalização
comercial e a estabilização da economia após o lançamento do Plano Real em
julho de 1994, além do processo de integração no âmbito do Mercosul, o
aprofundamento do programa de privatização, a retomada dos investimentos e a
própria crise asiática." (Averburg, 1999, p. 49).
A análise de Averbug (1999), por sua vez, permite afirmar que a balança
comercial brasileira, por valor agregado, mostra as exportações do Brasil concentradas
principalmente nos produtos manufaturados (tabela 03) e quanto ao destino, a ALADI
representa o principal destino das exportações do Brasil.
Tabela 03
Exportações por Valor Agregado (US$ milhões FOB)
16
Ressalta-se que o setor intensivo em tecnologia abrange as empresas automobilísticas instaladas no
país bem como a Embraer, fabricante de aviões. São, portanto, produtos de alto valor agregado e
conteúdo tecnológico; além disso, é um setor liderado por empresas transnacionais (com exceção da
Embraer, de capital nacional) e que repercute na obtenção desse resultado.
43
17
Para ma1ores detalhes acerca dos fatores que conduziram à presença de estatais na econom1a
brasileira , ver Pinheiro, 1999.
44
Tabela 04
Número de Transações de Fusões e Aquisições Efetuadas
ent re 1992 e 1998 , por Set or de Af1v1'dade
Principais Setores 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Total
Alimentos, Bebidas e Fumo 12 28 21 24 38 49 36 208
Financeiro 4 8 15 20 31 36 28 142
Químico e Petroquímico 4 18 14 13 18 22 25 114
Metalurgia e Siderurgia 11 13 11 9 17 18 23 102
Elétrico e Eletrônico 2 7 5 14 15 19 9 71
Telecomunicações 1 7 5 8 5 14 31 71
Outros 24 69 104 124 204 209 193 927
Total das Fusões 58 150 175 212 328 367 345 1.635
Fonte: KPMG apud S1ffert F1lho, 1999, p. 383.
45
Tabela 05
Propriedade das 100 Maiores Empresas Não-Financeiras
no Brasil (1990-1998)
Ano Propriedade Propriedade Propriedade Propriedade Propriedade Cooperativas
Dispersa Dominante Familiar Governamental Estrangeira
1990 1 5 27 38 27 2
1995 3 15 26 23 31 2
1997 3 19 23 21 33 1
1998 4 23 26 12 34 1
Fonte: S1ffert Filho , 1999, p. 402 .
18
Várias empresas passaram recentemente pelo processo de descruzamento das ações, como por
exemplo a CSN e CVRD .
19
Maiores detalhes em Miranda e Martins (1999).
47
Os diversos setores da atividade industrial do país, alguns dos quais foram mais
atingidos do que outros , responderam de formas e em momentos diferentes às
transformações que ocorreram na economia brasileira. Nesse contexto, na visão de
Ferraz, Kupfer e Serrano (1999, p. 57), estas respostas tiveram por conseqüência a
alteração permanente da estrutura industrial brasileira20 , uma vez que
"um sub-conjunto de empresas desenvolveu estratégias, capacitações e
desempenho mais adequadas ao enfrentamento das incertezas do que outras.
O perfil das empresas com maior e menor capacidade de resposta não foi
aleatório; elas apresentaram características comuns, tanto estruturais - setor e
capital de origem, grau de concentração, porte - quanto comportamentais - nível
de eficiência, direção de vendas, esforço tecnológico".
20
Não faz parte do escopo deste trabalho uma análise acerca da estrutura produtiva do país bem como
do seu desempenho após as mudanças ocorridas nos anos 90.
SI
O aumento da produtividade foi notório, mas esse fato expressou-se muito mais
na redução do nível de emprego industrial do que no aumento da produção. As
empresas tentaram reagir através da terceirização, da racionalização da produção -e
algumas delas optaram por operações de transferência de propriedade com o intuito de
abandonar linhas de produtos fora de seu core business ou ainda fechar unidades
produtivas.
52
21
A discussão realizada acerca da reestruturação das empresas nacionais nos anos 90 está respaldada
nos estudos de Erber (2001 ), Gonçalves (2001 ), Ferraz, Kupfer e Serrano (1999), Kupfer, Ferraz e
Serrano (1997), Bielschowsky e Stumpo (1996).
53
Gráfico 01
Fonte· NEIT/IE- UNICAMP, a partir dos dados da Exame- Melhores e Maiores; Elaboração própria.
Gráfico 02
• · Empresas
60,0 l •
Nacionais
-<>-- Empresas
5o,o I Estrangeiras
40,0 1
30,0 1
20,0 i
10,0 ~
0,0 - - - - ---:-- - - - ---.-- - - - - - ,
1989 1992 1997
Fonte: NEITIIE - UNICAMP, a partir dos dados da Exame - Melhores e Maiores; elaboração própria.
de valor das vendas, a perda de importância relativa foi, entretanto, muito acentuada
(de 48,8% , em 1989, para 39,7%, em 1997).
Tabela 06
Dados Gerais do Número de Empresas Nacionais
e Vendas nas 500 Maiores(%)
Anos 1989 1992 1997
Participação do total das empresas industriais no total das 500 maiores 71 ,8 72,4 68,6
Participação do total das vendas da indústria no total das vendas das 500
maiores 66,2 67,1 65,9
Participação das empresas nacionais do setor industrial no total das 64 ,1 64,6 58,2
empresas nacionais presente nas 500 maiores
Participação das empresas nacionais no setor industrial 62 ,7 63,0 53,9
Participação das vendas das empresas nacionais da indústria nas 55,0 57 ,8 52,1
vendas das empresas nacionais das 500 maiores
Participação das empresas nacionais nas vendas da indústria 48,9 49,1 39,7
-
Fonte: NEIT/IE- UNICAMP. a part1r dos dados da Exame- Melhores e Ma1ores; Elaboraçao própna.
22
A redução observada na participação do número de empresas bem como das vendas da indústria, em
1997, provavelmente se deve ao avanço do setor de serviços ao longo dos anos analisados: a
participação do número de empresas deste setor cresceu de 2,8% (1989) para 9,6% (1997); e, suas
vendas, de 2,6% (1989) para 8,1% (1997).
56
Tabela 07
Crescimento do Comércio Exterior do Brasil e de Regiões do Mundo
1990- 1998 (% aa)
Exportações Importações !
Mundo 6,2 6,5
Desenvolvidos 5,6 6,1
Em Desenvolvimento 8,4 7,9
Ásia 10,0 8,7
América Latina 8,5 12,5
Brasil 6,3 13,4
Fonte: Banco Central do Brasil; e UNCTAD (1999) apud Carneiro, 2000, p .87.
57
23
Em 1997, as 500 maiores empresas brasileiras, listadas pela Exame. responderam por 46% das
exportações brasileiras. A participação das pequenas e médias empresas mais recentemente é que vem
buscando se mtegrar internacionalmente e portanto tem pouca influência na determinação do resultado
comercial do país. Esta afirmação também pode ser constatada em Miranda (2001 }.
58
Tabela 08
Saldo Comercial das 500 Maiores Empresas Privadas (em milhões de dólares)
1989 1992 1997
Setor Nacionais Estrangeiras Nacionais Estrangeiras Nacionais Estrangeiras
Agncultura, silvicultura e pesca 35,0 - 78 ,7 - (48,1) -
Indústria Geral 3 269 ,1 2.730,4 5.649 ,0 3.422,9 4 838,7 (432 ,0)
Extrativa mineral 732.8 164.9 788 ,6 185,4 2.675,5 603,9
Indústria de Transformação 2.536 ,3 2.565,5 4.860,4 3.237,5 2 .163,2 (1.035,9)
Serv1ços (75,0) - (280 ,5) (0,5) (954 ,0) (7,6)
Comérc1o 755 ,3 536,1 487,1 494,2 243,4 647,5
Construção civil (10,8) - (2,8) 0,1 (1,9) (30 ,7)
Total 3.973,6 3.266,5 5.931 ,5 3 916,7 4 .078,1 177,2
Fonte: NEIT/IE-U NICAMP, a partir de dados da Secex e Exame Ma1ores e Melhores apud Laplane et ai, 2000, p. 77 .
24
É interessante ressaltar que a atenção deve estar voltada para os setores que compõe a indústria
brasileira por serem eles responsáveis pela parte relevante das vendas e exportações/importações
brasileiras.
59
UI~CAMP
8JBLIOYECA CENTFIAL
60
Apesar da queda na participação das empresas nacionais nas vendas das 500
maiores empresas brasileiras, constatou-se que ainda realizam contribuição importante
para o saldo da balança comercial brasileira. Nos três anos estudados, o superávit
comercial das empresas nacionais ultrapassou o das empresas estrangeiras que
participam do mesmo grupo. Na atividade industrial as empresas nacionais
continuaram superavitárias após a abertura, enquanto o comércio das empresas
estrangeiras tomou-se deficitário.
25
A Petrobrás, mencionada apenas na discussão acerca da internacionalização produtiva, em razão do
avanço de sua estratégia internacional, por ser ainda uma empresa estatal foi excluída da amostra que
serviu de base para a análise dos fluxos de comércio das empresas brasileiras de capital nacional.
26
Detalhes adicionais sobre a metodologia são apresentadas no anexo 02.
27
Estas empresas são acompanhadas pela revista Exame - Melhores e Maiores. Ademais, foram
consideradas também no painel as empresas nacionais do setor industrial que foram privatizadas na
década de 90, e que continuaram pertencendo ao capital nacional.
62
28
Ocasionalmente, apresentam-se dados correspondentes ao ano de 1992, ano que retrata a situação
econômica no final da profunda recessão provocada pelo Plano Collor, no início da abertura .
63
Gráfico 03
Participação das Empresas Nacionais Selecionadas na Balança Comercial Brasileira e
nas 500 Maiores (%)
60,0 l
01989
50,0 1 .1992
40,0 1 01997
30,0 -
20,0 ~
10,0 J
Fonte. NEIT/IE- UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame- Melhores e Maiores;
Elaboração própria.
Tabela 09
Painel das Empresas Selecionadas
Número de Empresas e Vendas por Setor - 1997 (em US$ milhões e %)
N°de
Setores Empresas % Faturamento %
Minerais Metálicos
3 3,3 3.651 7,2
Alimentos e Beb1das
24 26,7 14.602 28,9
Têxteis e Calçados
8 8,9 2.391 4,7
Madeira
1 1,1 417 0,8
Papel e Celulose
8 8,9 3.270 6,5
Fab. De coque, ref .petróleo
2 2,2 375 0,7
Produtos Químicos (Químlca/Petroquímica)
13 14,4 6.830 13,5
Borracha e Plásticos
2 2,2 714 1,4
Minera is Não Metálicos
3 3,3 1.027 2,0
Siderurgia/Metalurgia
13 14,4 12.715 25 ,1
Fab. Produtos de Metal
3 3,3 716 1,4
Máquinas e Equipamentos
1 1' 1 304 0,6
Eletroeletrônicollnformática
5 5,6 2.106 4,2
Fab. Mont. Veic., reb., carrocerias.
3 3,3 715 1,4
Outros Equipamentos de Transportes
1 1'1 731 1,4
TOTAL
90 100 50 .564 100
Fonte: NEIT-IEIUNICAMP , a partir dos dados da Exame e da Secex; Elaboração Própria .
Tabela 10
Participação Relativa dos Principais Setores no Total das Exportações e Importações
d p . I 0A
I .......-'~"'{.JP4=-, \ -
J_
-. "T-:.,'~
. ~=· . •_:.,~T· •- ·.-. ---~ ~ -
. f• '~
... - - . . .
~d. ~-
- -
\•• -,~.
-~ . y:_~ -
. ~:- (,~· \ •·. -• .----
---
•-'
....... ---. --
... ~ ... --·----- -·--- -·~ .. - - _..,__ - -- --·- . . _ -- ~- - '~"=·- • - -- __ :~. •
Metalurgia Básica 37,5 Metalurgia Básica 50 ,2
Ext de Minerais Metálicos 27,1 Fab de Outros Equip de Transporte 16,6
Fab de Prod Alimentícios e Bebidas 15,3 Fab de Prod Alimentícios e Bebidas 6,8
Fab de Outros Equip de Transporte 9,3 Fab de Prod Químicos 5,6
89,2 79,2
• • • •• . -
Tabela 11
N . SI . .. .. -- ...
.d R
.~-:,l ___ . . ____ ...... ~ _ ..~, .•• :.;~4 ....... !.L. .. _.___.__ . . .:. . .;2.!i..!.. ~_: . . --» •.•. -~ -_, - -· - - - - · - · - · -····-··"" • - ' - ' - " - - - ~
............. .. •-----· ,;., ...
Tabela 12
Comércio Exterior dos Principais Setores das Empresas Nacionais Selecionadas
or
1989 1997
Metalurgia Básica 38,5 Metalurgia Básica 44,6
Fab de Outros Equip de Transporte 22,7 Ext de Minerais Metálicos 14,3
Fab de Prod AJimentídos e Bebidas 13,8 Fab de Outros Equip de Transporte 13,8
Ext de Minerais Metálicos 10,9 Fab de Celulose, Papel e Prod de Papel 11 ,0
Fab de Celulose, Papel e Prod de Papel 9,5 Fab de Prod Alimentfdos e Bebidas 5,0
Fab de Prod Químicos 2,6
1989
Fab de Prod Alimentícios e Bebidas 30.3 Ext de Minerais Metálicos 35,7
Ext de Minerais Metálicos 29,0 Fab de Prod AJímentfcios e Bebidas 25,1
Metalurgia Básica 16,6 Fab de Celulose, Papel e Prod de Papel 12,3
Fab de Outros EqUip de Transporte 9,8 Metalurgia Básica 12,2
Fab de Prod Qulmicos 7,6 Fab de Outros Equip de Transporte 7,1
93,3 92,4
1989 1997
Metalurgia Básica 53,7 Metalurgia Básica 40,5
Ext de Minerais Metálicos 36,3 Ext de Minerais Metálicos 40.0
Fab de Prod AJimentfdos e Bebidas 5,3 Fab de Celulose, Papel e Prod de Papel 8,4
F ab de Prod Qulmicos 3,8 Fab de Prod AJimenticios e Beb1das 7,1
Fab de Prod Qufmicos 3,8
99,1 99,8
1989 1997
Metalurgia Básica 36, 1Fab de Prod Alimentídos e Bebidas 30,4
Ext de Minerais Metálicos 28.1 Ext de Minerais Metálicos 24,6
Fab de Prod Alimentfclos e Bebidas 16,9 Metalurgia Básica 16,8
Fab de Outros Equip de Transporte 9,1 Fab de Outros Equip de Transporte 12,3
Fab de Prod Químicos 5,6 Fab de Celulose, Papel e Prod de Papel 10,5
95,8 94,6
(Continua)
68
1997
Fab de Material EletrOmco e de Ap e Equip de Fab de Material Eletrônico e de Ap e Equlp de
Comunicações 49,3 Comunicações 56.2
Metalurgia Básica 3 1,7 Metalurgia Básica 28,6
Fab de Maq, Ap e Mal Elétricos 5,2 Fab de Maq. Ap e Mat Elétricos 6,4
Ext de M1nerais Metálicos 5,0 Prep Couros e Fab Art Couro, Art Viagem e Calçados 3,3
Fab de Maq Para Esailório e Equip de Informática 4.2 Fab de Prod Oulm1cos 1,9
Fonte· NEIT-IE/UN
69
29
Esta classificação é adaptada da taxonomia de Pavitt por Guerrieri (1994) em seus estudos de
competitividade internacional e permite classificar os setores segundo a intensidade de fatores, de forma
que se pode ter uma avaliação da pauta da ótica do valor adicionado.
70
30
Ressalta-se que há diferenças quanto ao destino das exportações brasileiras entre as empresas
nac1onais e estrangeiras. As empresas nacionais exportam sobretudo para o Nafta, União Européia e
Ásia ; enquanto que as estrangeiras têm no Mercosul e Aladi o principal destino de suas exportações. Por
outro lado, assim como as empresas estrangeiras, as nacionais importam dos pa fses desenvolvidos só
que em menor proporção, e, por isso são superavitárias (Hiratuka, 2002).
72
I
Marcoaul Aladi Unilo Asa Res1D Total
Européia Mundo
Produtos Primá nos Agrícolas 2,83 1,36 0 ,11 11 ,52 3 ,95 7.80 5,46
Produtos Primários Minerais 11 ,39 6,55 1,95 35 ,83 39,82 23.24 24,03
Produtos Primários Energéticos 0,00 0,00 0,00 0,00 0 ,00 0 ,00 0,00
Indústria Agroalimen tar 5,58 2,53 2,81 14,62 4 ,83 3,84 6,30
lnd . lntens1va em Outros Rec. Agrfcolas 5,31 11 ,56 8 ,95 11,47 7,85 29,22 13,10
lnd. Intensiva em Recursos Minerais 16,46 15,52 4,98 7 ,59 5 ,31 4,44 9,10
lnd . lntens1va em Recursos Energéticos 0,06 0,08 0 ,01 0,04 0 ,00 0 ,02 0,04
Indústria Inten siva em Trabalho 12,48 2,92 11 ,74 1,92 0,25 1,73 3,07
Indústria Intensiva em Escala 42,24 43,21 66,36 9,06 37,75 16,52 30,41
Fornecedores Especializados 1,03 2,13 2,13 0,70 0,08 0,78 1,00
Indústria lntens1va em P&D 2,62 14,14 0,96 7,25 0,16 12,42 7,49
Total regiões 100 100 100 100 100 100 100
IMPORTAÇAO
Produtos Pnmários Agrícolas 13,07 1,33 0,15 0 ,73 0, 11 0,20 1,38
Produtos Primários Minerais 1,08 1,73 70 .57 2 ,05 2,42 1,81 7 ,95
Produtos Primános Energéticos 0,00 26,06 0,45 0,00 10,21 35 ,69 15,05
Indústria Agroahmentar 57,92 4,00 3,87 1,97 0 ,25 20 ,66 7,98
lnd lnten s1va em Outros Rec. Agrícolas 1,40 0,94 0,01 1,94 0,20 0,11 0,81
lnd . lntensiva em Recursos Minerais 2 ,25 9,49 20,87 5,42 1,34 11 ,63 7,78
lnd . Intensiva em Recursos Energéticos 0,35 0,32 0,00 0, 10 0,00 0,81 0,25
Indústria Intensiva em Trabalho 8 ,65 3,01 0,50 3 ,89 3 ,99 1,81 3,35
Indústria Intensiva em Escala 8,83 7,79 1,30 11,36 8,72 7,93 8 ,19
Fornecedores Especializados 4 ,22 28,89 0,16 47,71 22,44 9,83 24 ,80
Indústria Intensiva em P&D 2 ,22 16,43 2,11 24,82 50,31 9,51 22,46
Total regiões 100 100 100 100 100 100 100
No que diz resperto a origem das importações, por tipo de produto, percebe-se
que produtos intensivos em escala (produtos da indústria química; obras de ferro
fundido, ferro ou aço; plásticos e suas obras; borracha e suas obras) e fornecedores
especializados (sobretudo máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes, para
diversos setores da indústria brasileira) vem principalmente do Nafta e da União
Européia; os primários agrícolas (amêndoas; cevada cervejeira; extratos e suco de
lúpulo; milho; trigo) do Mercosul e Nafta; os primários minerais (cobre e outros produtos
químicos inorgânicos) da Aladi e os intensivos em P&D (sobretudo componentes de
produtos eletroeletrônicos) foram originados na Ásia. Essas informações podem ser
conferidas na tabela 14.
75
Tabela 14
Composição das Exportações e Importações das Empresas Nacionais Selecionadas
or Ti o de Produtos e or Re iões - 1997 %
EXPOR.TAÇAO
Meroosul Nafta Aladl UniãQ ia Resto Total
Européia Mundo
Produtos Primários Agrícolas 4,64 5,97 0,08 47 ,64 16,76 24 ,91 100
Produtos Primários Minerais 4,23 6,52 0,32 33,65 38,42 16,86 100
Produtos Primários Energéticos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 o
Indústria Agroalimentar 7,90 9,58 1,77 52,37 17,77 10,61 100
lnd . Intensiva em Outros Rec. Agrícolas 3,62 21 ,11 2,70 19,76 13,90 38,90 100
lnd. Intensiva em Recursos Minerais 16,16 40,81 2,17 18 ,82 13,53 8,51 100
lnd. Intensiva em Recursos Energéticos 14,22 51,71 0,72 22,57 0,87 9,92 100
Indústria Intensiva em Trabalho 36 ,30 22 ,76 15,1 4 14 ,13 1,88 9,80 100
lndústna Intensiva em Escala 12,41 33,99 8 ,64 6,72 28,78 9,47 100
Fornecedores Especializados 9,22 51 ,02 8,43 15,93 1,86 13.53 100
Indústria Intensiva em P&D 3,13 45,11 0,50 21,85 0,51 28,90 100
Total regiões 8,93 23,92 3,96 22,57 23,18 17,44 100
IMPORTAÇAO
Produtos Primários Agrícolas 54 ,56 30 ,65 0,98 10,21 1,76 1,83 100
Produtos Primários Minerais 0,78 6,95 77,79 5,00 6,60 2,87 100
Produtos Pnmários Energéticos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 o
Indústria Agroalimentar 41 ,75 15,97 4,25 4,78 0,68 32,57 100
lnd. Intensiva em Outros Rec. Agrícolas 9,91 36,76 0,13 46,05 5,38 1,78 100
lnd. Intensiva em Recursos Minerais 1,67 38,83 23,49 13,46 3,74 18,80 100
lnd. Intensiva em Recursos Energéticos 8,08 41,89 0,00 8,23 0,33 41,47 100
Indústria Intensiva em Trabalho 14,88 28 ,62 1,31 22,48 25,89 6,81 100
Indústria Intensiva em Escala 6,21 30,30 1,39 26,80 23,12 12,18 100
Fornecedores Especializados 0,98 37,12 0,06 37,20 19,65 4,99 100
Indústria Intensiva em P&D 0,57 23,30 0,82 21,36 48,62 5.33 100
Total regiões 5,75 31 ,86 8,76 19,33 21,71 12,59 100
Fonte: NEIT-IE/UNICAMP, a partir dos dados da Exame e da Secex; Elaboração Própria .
76
31
A exceção foi o comércio deficitário com a Aladi em 1989, mas com recuperação de um pequeno saldo
pos1tivo em 1992 e 1997.
77
32
A utilização de Dunning para uma tipologia da mtemacionalização comercial das empresas de capital
nacional necessita de adaptações, pois seu uso pode causar confusões na interpretação das atividades
comerciais dessas empresas.
79
Tabela 15
Indicadores Síntese do Painel de Empresas por Grau de Internacionalização
1989 e 1997 (em US$ milhões e%)
Internacionalização Internacionalização Não
Variável avançada Incipiente Internacionalizada ~
1989 1997 1989 1997 1989 1997 I
N° de Empresas 7 5 7 15 76 70
Faturamento 4.760,77 5.518,20 4 .009,75 6 .478 ,20 23 .692,69 38.567,40
Exportação 3.694,18 4.264,09 1.127,84 2.246,78 1.079 ,73 2.562,60
Importação 588,48 848,98 285,49 761 ,18 1.261,72 2.280,83
A mudança mais significativa para esse grupo, em relação a 1989, foi o aumento
no número de empresas, que passou de 7 para 15, mostrando uma alteração no grau
de internacionalização para algumas empresas do painel, mesmo que de forma
incipiente. Esse fato foi responsável pelo aumento das participações relativas das
exportações e importações no total do painel de empresas selecionadas, sobretudo das
importações. Em termos de saldo comercial, também houve um crescimento relevante
no período.
UN ICAM P
BIBLI!JTECA CENTRAL
SEÇAQ CfRCULANTF
82
Gráfico 04
Gráfico 05
•
20,0
~
(.)
~ o
- 10~o .o o 10.0 20.0 30,0 40,0 50,o so.o 70,0 ao.o 90,0 1oo.o
Coeficiente de Exportação
Fonte: NEIT/IE-UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame -Melhores e Maiores Adaptado de Laplane et
ai (2001).
Nota. O tamanho dos círculos corresponde a participação relativa de cada categoria no total das vendas das
empresas nacionais e a posição cfrculos reflete os seus coeficientes de comércio.
83
Gráfico 06
o
Q)
•
u 20,0
o
10,0
r-f};
e
-1G;n:>.oo,o 10.0 2o,o 3o,o 40,o 50,o 6o,o 7o,o 8o.o 9o.o 100.0
Coeficiente de Exportação
Gráfico 07
o
c
Q)
·~ 20,0
~ 10,0
0-H+~ ~- -. ~- - - -~
'
-1 <r.OO.o cY,o 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Coeficiente de Exportação
A partir dos gráficos acima, algumas observações podem ser feitas em relação à
evolução do grau de internacionalização das empresas selecionadas no painel. Em
primeiro lugar, pode-se perceber pela posição dos círculos que os grupos de fato
apresentam fortes diferenças no grau de internacionalização. Segundo, a posição dos
círculos não se altera, comparando 1989 a 1997, porque os coeficientes não sofreram
maiores alterações. Isso mostra que o grau de internacionalização não se alterou
significativamente. Terceiro, o tamanho relativo dos círculos não altera também, o que
mostra que a importância relativa dos três grupos no total do painel também não sofreu
grandes mudanças.
Quadro 01
Internacionalização Avançada: Empresas, Produtos e Mercado de Destino - 1997
Empresas Produtos Destino
Mercosul, Aladi , União
Minério de ferro Européia, Ásia e Resto do
Mundo
Vale do Rio Doce Minério de manganês Nafta, Aladi , União Européia
Ouro Nafta
Ligas de Alumínio União Européia
MBR Minério de ferro Aladi
Mercosul, Aladi, União
Pasta química de madeira Européia, Ásia e Resto do
Aracruz Celulose Mundo
Outras sementes para Ala di
semeadura
Companhia Siderúrgica de Produtos semimanufaturados de Aladi, União Européia, Asia e
Tubarão ferro/aço Resto do Mundo
Peças e materiais relacionados Nafta e União Européia
Embraer à fabricação e montagem de
aviões
Fonte NEIT/IE-UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame - Melhores e Ma1ores. Elaboração Propna
Tal como no caso anterior, o quadro abaixo expõe alguns exemplos dos produtos
e os mercados de destino das empresas inseridas neste grupo.
Quadro 02
Internacionalização Incipiente: Empresas, Produtos e Mercado de Destino - 1997
Empresas Produtos Destino
Papel de desenho Mercosul
Outros papéis e cartões União Européia
Ripasa Papéis, cartão para escrita, impressão, fins Mercosul, Nafta, Aladi, União
gráficos Européia, Ásia e Resto do Mundo
Ceras artificiais de polietileno Mercosul. Nafta, União Européia,
Oxiteno Resto do Mundo
Nordeste Outros produtos e prep. para ind. química Mercosul
Produtos semimanufaturados de ferro/aço Nafta e As ia
Laminados de ferro/aço Mercosul. Nafta. Ala di, União
Gosipa Européia, Ásia e Resto do Mundo
Billets de ferro/aço Mercosul, Nafta. Aladi, União
Açominas Européia, Ásia e Resto do Mundo
Produtos semimanuf. de outras ligas de aço Mercosul, Nafta e Asia
Artex Roupas de cama, mesa e banho Sobretudo Mercosul e Ala di
Ligas de alumínio Aladi e Resto do Mundo
CBA Fios de alumínio Mercosul, Nafta, Aladi, União
Européia, Ásia e Resto do Mundo
Fios de algodão e outros tipos de algodão Mercosul
Granol Oleo de amendoim e outros grãos de soja União Européia e Asia
Fonte: NEITIIE-UNICAMP. a partir dos dados da Secex e da EJ<ame - Melh ores e Ma1ores. Elaboração Própria.
I
87
O grupo das empresas de capital nacional que constam no painel e que foram
classificadas como "Não Internacionalizadas" comportam empresas de todos os setores
industriais brasileiros, entre elas: Coopervale, Usina da Barra (alimentos), Teka (têxtil),
VCP (papel e celulose), Petroquímica União e Deten Química (Química) CSN
(siderurgia/metalurgia). Embora exista a heterogeneidade de empresas no grupo, no
geral, ambos os coeficientes de abertura podem ser considerados muitos baixos.
Quadro 03
Não Internacionalizada: Empresas, Produtos e Mercado de Destino - 1997
Empresas Produtos Destino
Coopervale Outros grãos de soja União Européia e Asia
Oteo de soja União Européia
Soja para semeadura Mercosul
Usina da Barra Outros açúcares de cana, Aladi, União Européia, Resto do
beterraba, sacarose Mundo
Teka Roupas de cama, mesa e banho Mercosul, Aladi, União Européia
e Resto do Mundo
VCP Pasta química para madeira Nafta. União Européia, Asia e
Resto do Mundo
Fonte: NEIT/IE-UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame - Melhores e Ma1ores. Elaboraçao Propna
88
Tabela 16
Indicadores Síntese do Painel de Empresas Agrupadas por Setores, por Grau de
Internacionalização 1989 e 1997 (em US$ milhões e %)
Internacionalização Internacionalização Não
Variável Avançada Incipiente Internacionalizada
1989 1997 1989 1997 1989 1997
N° de Empresas 4 4 13 21 73 65
Faturamento 3.239,49 4 .381,60 9.855,51 15.985,70 19.368,21 30.196,50
Exportação 2.151 ,29 3.020,62 2.215,90 3.740,59 1.534,56 2.312,26
Importação 423,68 580,48 1.072,94 1.510,57 639,07 1.799,94
Saldo 1.727,61 2.440,14 1.142,96 2.230,02 895,49 512,32
Coef. Exportação (médio) 66 ,41 68,94 22,48 23,40 7,92 7,66
Coef. Importação (médio) 13,08 13,25 10,89 9,45 3,30 5,96
Part. Faturamento no Total 9,98 8,67 30 ,36 31 ,61 59,66 59,72
Part. Exportação no Total 36,45 33,29 37,55 41 ,23 26,00 25 ,48
Part. Importação no Total 19,84 14,92 50,24 38,82 29,92 46,26
Fonte. NEIT/IE-UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame- Melhores e Ma1ores. Elaboração Própna .
Nota: Painel das Empresas Agrupadas por Setores de Atuação.
No geral, o que se constatou a partir da análise setorial acima, e que pode ser
visualizado nos gráficos 08 e 09, foi que as estratégias comerciais perseguidas pelas
empresas selecionadas sugerem um impacto direto, em termos de saldos comerciais
positivos, na balança comercial do país. Ressalta-se ainda que o comportamento
comercial das empresas nacionais e estrangeiras resulta em tendências distintas pelo
fato destas últimas serem, no conjunto, mais deficitárias33.
33
Esta afirmação pode ser corroborada pelas pesquisas de Laplane et ai (2000, 2001 ).
94
Gráfico 08
•
·~ 30,0
'mo 20 ,0 o
o 10,0
l
-10:\9·00,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Coeficiente de Exportação
Gráfico 09
Gráfico 1O
j
C1l
g_ 70,0
E 60,0
Q)
"O
Q)
50,0
~ 40,0
•
.g 30,0 ~
ü
:g 20,0
10,0 -; o
20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Coeficiente de Exportação
Gráfico 11
o
"O
3o .o l
.;:: 20,0 ~
8 10,0 j ~ •
r-n~.o , ~ r-. -. -.
-10.Qo,oOJO 10.0 20.0 3o,o 40,o 5o.o 6o,o 1o.o 8o.o 9o,o 100.0
Coeficiente de Exportação
Fonte: NEIT/IE-UNICAMP, a partir dos dados da Secex e da Exame - Melhores e Maiores Adaptado de Laplane et
ai (2001 )
Nota: O tamanho dos cfrculos corresponde a participação relativa de cada tipologia no total das exportações
das empresas nacionais e a posiçao dos cfrculos reflete os seus coeficientes de comércio.
96
34
Ressalta-se que não há pretensão de fazer qualquer tentativa de quantificação dos investimentos
realizados pelas empresas brasileiras no exteior; mas. apenas apontar alguns elementos dessa forma de
internacionalização do capital nacional. Para tanto, recorre-se aos trabalhos de Villela (1983}, Fundação
Dom Cabral {1996), Siqueira (2000}, López (1999), além de matérias publicadas em revistas e jornais.
Ademais, vale salientar que os dados oficiais publicados pelo Banco Central do Brasil não permitem que
se tenha uma visão mais detalhada sobre esse tipo de investimento realizado pelo capital nacional , uma
vez que são dados agregados e que portanto não estão disponíveis os registros sobre em que países
ocorreram os investimentos, nem tampouco quais as empresas e os setores que fizeram este tipo de
investimento.
98
Para López (1999), citando Villela (1983), a explicação para o baixo grau de
internacionalização produtiva das empresas de capital nacional poderia estar no
dinamismo e tamanho do mercado interno brasileiro. Com os problemas resultantes do
balanço de pagamentos na década de 80, o governo brasileiro adotou um programa de
estímulo às exportações e seu êxito teve como conseqüência a ida de empresas
brasileiras de vários setores ao exterior, quando estas investiram em escritórios
comerciais e de assistência técnica, como forma de apoiar suas exportações.
99
35
Segundo o autor, este trabalho foi realizado com base em pesquisa de campo.
100
Até os anos 80, as empresas que instalaram unidades produtivas fora do país
foram movidas pela necessidade de fortalecer e ampliar as suas exportações. Nos
anos 90, a internacionalização também está conectada à dinâmica dos processos de
regionalização (Mercosul), e aproveitamento das oportunidades com as mudanças
ocorridas na economia e comércio mundial. Parte das empresas de capital nacional
passaram para as mãos de outro controlador, no processo de desnacionalização da
economia. Outras, porém, buscaram responder a essa nova fase por meio da
intemacionalização não só comercial mas também produtiva, redefinindo assim seus
espaços de atuação no cenário mundial. Pode-se citar como exemplos desse tipo
empresas: Odebrecht, Petrobrás, Gerdau, Marcopolo, Votorantim, CSN, Cutrale,
Brahma.
36
A amostra do trabalho citado conta com 33 grandes grupos economtcos brasileiros, atuantes
principalmente na indústria de transformação. Estes grupos controlam empresas líderes, que detêm
part1c1pações expressivas nos setores em que atuam.
102
Gráfico 12
Subsidiárias Instaladas no Exterior (amostra de 70 empresas) - 1989/95
(Em%)
60,0 56
50,0
40 ,0
30,0
20,0
13
11
8 8
10,0
0,0
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
37
Siqueira (2000), em seu estudo não discrimina as empresas pertencentes a estes setores. No entanto,
é preciso salientar que algumas empresas da amostra já não pertencem ao capital nacional como, por
exemplo, a Cofap, Metal Leve e Brasmotor, que foram adquindas pelo capital estrangeiro após 1995,
como o próprio autor observa na p.25 de seu texto.
38
Detalhes da trajetória do Grupo Gerdau confira Paula, 1999.
104
Quadro 04
Evolução das Empresas Brasileiras no Mercado Internacional
Décadas Precedentes Transição Situação Atual
(até os anos 80) (a partir de meados dos 80) (a partir do início dos 90)
• exportações derivadas de • exportações condicionadas • expansão internacional
excedentes resultantes de por vantagens competitivas como estratégia de
vantagens comparativas • ação estrategicamente crescimento
• improvisação planejada • internacionalização como
• oportunismo: válvula de • forte preocupação com a diretriz estratégica
escape para adversidades conformidade dos • visão de longo prazo e
conjunturais internas produtos diversificação das
• produtos de baixa • criação de gerências, estratégias de
conformidade com as departamentos e internacionalização
exigências dos mercados diretorias de comércio • adaptação do produto às
externos exterior especificidades de cada
• pouca estruturação interna • criação de serviços pós- mercado onde atua muitas
para gerenciar venda para atender vezes com produção local
exportações mercado externo, a partir • criação de diretoria
• exportações diretas ou via da base doméstica internacional, com
agentes, sem • estratégias mais responsabilidade de
preocupações maiores complexas de ação administrar relações com
com serviços pós-venda internacional, através de subsidiárias
• estratégia internacional implantação de unidades • instalações de subsidiárias
centrada exclusivamente de produção e/ou que se encarregam de
em exportações aquisição de plantas em marketing e da assistência
• Presença no mercado outros países, formação pós-venda no mercado
internacional de um de alianças local
número restrito de grandes • número crescente de • aquisição de plantas no
empresas exportadoras de empresas exportadoras exterior por empresas não-
bens. de bens e serviços em exportadoras (non
vários segmentos. tradeable goods) em
estratégia de
internacionalização
multidoméstica.
• ampliação da presença
internacional com a
participação de empresas
de diferentes portes e
setores.
Fonte: Arruda, Goulart, Bras1l, 1996, p. 53.
106
Um levantamento feito pelo BNDES, citado tanto por Siqueira (2000) quanto por
Bonelli (1998), aponta para algumas questões interessantes relacionadas ao processo
de internacionalização das empresas brasileiras e que por sua vez corrobora com as
afirmações feitas anteriormente:
• o estabelecimento de subsidiárias no exterior é feito como complemento das
atividades de exportações dessas empresas;
• o investimento direto muitas vezes ocorre por meio de compras ou
associações com grupos locais;
• o processo de internacionalização está sendo perseguido em vários setores
da economia, com heterogeneidade da natureza da atividade desenvolvida no
exterior (unidades comerciais e/ou unidades produtivas);
• as principais razões para enveredar por esse caminho dizem respeito ao
fortalecimento do poder de competição em função da proximidade do mercado
consumidor: ao abastecimento do mercado regional, inclusive pelo
aproveitamento de oportunidades surgidas pelo processo de integração
regional; e, desenvolvimento de alianças estratégicas com empresas locais.
39
Não constam as informações relacionadas aos seus ativos no exterior.
40
Mais uma vez, não constam as Informações relacionadas aos ativos da empresa no exterior.
107
Em estudo realizado pela Cepa I, citado por Castro (2001, p. 3), o investimento
direto intra-regional de 1990 a 1999 refletia um movimento de expansão de
investimentos de empresas em países da própria região; e, embora seja ainda
incipiente quando comparado às estatísticas que envolvem o investimento direto
estrangeiro oriundos de países desenvolvidos, já é um valor significativo em relação a
décadas anteriores. No que diz respeito ao Brasil4 1 , o montante envolvido no
investimento direto para países da região somou US$ 1.532 milhões de dólares, de
1990 a 1999, sendo que mais de 60% desse valor teve como destino a Argentina;
ademais, vale salientar que a participação brasileira ainda é bastante pequena, com
7,6% do total dos investimentos dentro da região, como pode ser observado na tabela
abaixo:
Tabela 17
Investimento Estrange1ro 1reto Intra-Reg1ona I de 1990 a 1999* -em US$ m1.Ih-oes
Origem/ Argentina Bolivia Brasil Chile Colômbia Peru Venezuela Outros Total I
Destino
Argentina -- 534 1.097 400 -- 263 1.129 113 3.535
Bolfvia - -- -- 6 - -- -- -- 6
Brasil 985 48 -- -- 151 151 165 32 1.532
Chile 1.513 176 1.791 - 1.333 1.426 209 279 6.727
Colômbia - -- -- -- - 18 922 -- 940
Costa Rica
_,_
--
_,_
-- -- -- -- -- 2 2
Equador -- - -- 115 7 45 2 169
México 702 -- 206 111 700 19 2.152 897 4.787
Peru -- 6 --_,_ -- -- -- 100 30 136
Venezuela 118 -- 15 967 -- -- 480 1.580
Outros 17 -- -- -- - 31 - 737 785
América
latina e 3.335 764 3.093 532 3.265 1.915 4.721 2.573 20 .199
Caribe
Fonte: Cepai/•Tota1s acumulados no '
penodo 1990-1999, mciUI compras de at1vos pnvados e
estatais apud Castro, 2001, p. 3.
41
Não há como saber que tipo de investimento está envolvido neste montante.
108
Mesmo que seja possível ter uma dimensão geral do investimento direto no
exterior realizado por empresas brasileiras, é preciso deixar claro que há poucas
informações sistematizadas sobre empresas específicas que trilharam esse caminho,
apenas informações gerais. Dessa forma, no que se refere às empresas de capital
nacional com atuação no exterior, pode-se citar como exemplos42 :
• Votorantim: instalação de escritórios para operações internacionais, com vistas a
estar mais próximo aos clientes e evitar intermediação por tradings. Está
presente em países da Ásia, da Europa e nos Estados Unidos. A Vororatim
Cimentos possui uma fábrica no Canadá e um escritório na Argentina;
• Sadia: instalação de escritório comercial e centros de distribuição, com o
objetivo de fortalecer sua posição nos mercados consumidores. Está atuando
nos Estados Unidos e na Argentina;
• Gerdau: aquisição de usinas siderúrgicas (minimills) no exterior, com o intuito de
fortalecer o seu mercado pela proximidade com os consumidores e utilização de
insumos fornecidos localmente e ultrapassar as barreiras comerciais em função
do protecionismo de determinados países. Possui usinas nos seguintes países:
Uruguai, Chile, Canadá, Argentina, Estados Unidos;
• Weg Motores: instalação de escritórios de vendas e assistência técnica. O seu
objetivo é fortalecer o seu mercado externo, visto como estratégico para o
crescimento dos negócios. Os escritórios estão localizados na Argentina e no
México;
• Odebrecht: aquisição de empresas do setor da construção civil e projetos com
governos de vários países. O objetivo é entrar nos mercados. No total, a
empresa está presente em 14 países na América do Sul, América do Norte,
África e Europa;
42
Estes exem plos foram compilados dos diversos estudos e fontes citadas neste item do trabalho.
109
López (1999) também faz uma discussão geral acerca das empresas brasileiras
que enveredaram pelo caminho da internacionalização apontando os fracassos dessas
experiências bem como os êxitos e também posteriores absorções por empresas
transnacionais, como por exemplo, a Metal Leve, a Brasmotor/Embraco.
43
As vantagens de intemahzação seriam relevantes para analisar a forma dos investimentos diretos das
empresas brasileiros no exterior. Como as informações a esse respeito são incompletas optamos por
deixar de lado esta questão.
116
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Hamilton. Rede O Boticário investe US$ 500 mil. Gazeta Mercantil Latino-
Americana, São Paulo, 3 a 9 de set. de 2001 , p. 13.
BONELLI, Regis. As estratégias dos grandes grupos industriais brasileiros nos anos
90. Texto para Discussão, n. 569, Brasília: IPEA, 1998.
CASTRO, Antonio Barros de. Crescimento reprimido versus balança de comércio como
variável de ajuste. IN: VELLOSO, João Paulo dos Reis (Coord.). O Brasil e o mundo
no limiar do novo século. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998. (Volume 2).
CORREA, Cristiane. Corra, ainda dá tempo. Exame, São Paulo: Abril S.A , v. 35, n.
10, p. 36-47, 16 maio 2001 .
FRANCO, Carlos. Multis brasileiras trazem mais dólares este ano. O Estado de São
Paulo, 6 ago. 2000, p. 6.
IEDI. Abertura, política cambial e comércio exterior brasileiro : lições dos anos 90
e pontos de uma agenda para a próxima década. [on line]. São Paulo, Ago. 2000.
Disponível em: <http://www.iedi.com.br>. [Consulta: 15/02/2001].
LALL, Sanjaya. The new multínationals: the spread of third world enterprises.
Chichester, New York: John Wiley & Sons, 1983.
LAPLANE, Mariano et ai. Empresas transnacionais no Brasil nos anos 90: fatores de
atração, estratégias e impactos. IN: CHUDNOVSKY, Daniel (coord.). E/ boom de
ínversión extranjera directa en e/ Mercosur. Buenos Aires: Siglo XXI de Argentina
Editores, 2001 .
PINHEIRO, Armando Castelar. Privatização no Brasil. Por quê? Até onde? Até
quando? IN: GIAMBIAGI, Fábio, MOREIRA, Maurício Mesquita (orgs.). A economia
brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro: BNDES, 1999.
SIFFERT FILHO, Nelson, SILVA, Carla Souza. As grandes empresas nos anos 90:
respostas estratégicas a um cenário de mudanças. IN: GIAMBIAGI, Fábio, MOREIRA,
Maurício Mesquita (orgs.). A economia brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro:
BNDES, 1999.
132
VELLOSO, João Paulo dos Reis. Introdução: um país em transformação- criando uma
economia internacionalmente competitiva. In: VELLOSO, João Paulo dos Reis
(Coord.). Brasil: desafios de um país em transformação. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1997.
VERNON, R. lntemational investment and intemational trade in the product cycle. IN:
DUNNING, John H. The theory of transnational corporations. New York:
Routledge, 1993 (United Nations Library on Transnational Corporations, v. 1).
VILLELA, A Multinationals from Brazil. IN: LALL, Sanjaya. The new multinationals:
the spread of third world enterprises. Chichester, New York: John Wiley & Sons, 1983.
133
ANEXOS
136
ANEXO 01
Setores Empresas
Companhia Vale do Rio Doce
Minerais Metálicos Magnesita
MBR
Açuca reira Zillo Lorenzetti
Antarctica Niger
Antarctica Nordeste
Antarctica RJ
Aurora
Avipal
Brahma
Braswey
Central ltambé
Chapecó Alimentos
Citrosuco Paulista
Alimentos e Bebidas Cocamar
Coopervale
Cooxupé
Copersucar
Garoto
Granel
Leite Paulista
Perdigão Agroindustrial
Refinaria Piedade
Sadia Concórdia
Skoi-Caracu
Swift
Usina da Barra
Artex
Calçados Azaléia S/ A
Elizabeth
Têxteis e Calçados Fibra
Herino Têxtil
São Paulo Alpargatas
Teka
Vicunha Nordeste
Continua
137
Continuação
Madeira Duratex
Aracruz Celulose
Bahia Sul Celulose S/A
Klabin Fabricadora
Riocell
Papel e Celulose RiQ_asa
Suzano
Trombini
VCP
Fab. de Coque, ref. Petróleo Refinaria de Manguinhos
Refinaria de Petróleo lpiranga
Aché Laboratórios
Adubos Trevo
Co pene
Copesul
Deten Química
Produtos Químicos (Química/Petroquímica) O Boticário
OPP
Oxiteno Nordeste
Trikem
Petre>química Triunfo
Petroquimica União S/A
Politeno
Pro no r
Borracha e Plásticos Dixie Toga
Tigre
Cimento Rio Branco
Minerais não Metálicos ltabira
Votorantim
Acesita
Açominas
Aços Villares
Barra Mansa
Caraíba Metais
Siderurgia/Metalurgia CBA
Cosipa
CSN
CST
Dedin i
Gerdau
Usiminas
Zamprogna
Continua
138
Continuação
Prada
Fab. Produtos de Metal Termomecanica
Tupy
Máquinas e Equipamentos Weg
CCE da Amazônia
Evadin Amazônia
Eletroeletrônico/lnformática Semp Toshiba Amazonas
Sharp do Brasil
Sid Informática
Busscar
Fab. Mont. Veic. Reb., Carrocerias Marcopolo
Sifco
Outros Equipamentos de Transportes Embraer
139
Anexo 02
indústria de moagem ; malte; amidos e féculas; i; Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos div; Matérias para entrançar e outros
Indústria produtos de origem vegetal; Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua disso; Preparações de carne, de peixes ou de crustáceos,
Agroalímentar de molusc; Açúcares e produtos de confeitaria; Cacau e suas preparações; Preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou;
Preparações de produtos hortfcolas, de frutas ou de outras; Preparações alimentlcias diversas: Bebidas, liquides alcoólicos e vinagres;
Reslduos e desperdlcios das indústrias alimentares; aliment; Madeira, carvão vegetal e obras de madeira; Cortiça e suas obras; Papel e cartão;
obras de pasta de celulose, de papel ou de; La e pêlos finos ou grosseiros; fios e tecidos de crina; Algodão; Pérolas naturais ou cultivadas,
pedras preciosas ou semipre· Móveis, mobiliário médico-cirúrgico· colchões amofadas e
Indústria Peixes e crustáceos, moluscos e os outros Invertebrados aqu; leite e latlclnios; ovos de aves; mel natural; produtos com; Preparações de carne,
Intensiva em de peixes ou de crustáceos, de molusc: Açúcares e produtos de confeitaria; Fumo (tabaco) e seus sucedâneos, manufaturados; Pastas de
Outros madeira ou de outras matérias fibrosas celulósica; Papel e cartão; obras de pasta de celulose, de papel ou de
Recursos
Agrlcolas
Indústria Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua disso ; Açúcares e produtos de confeitaria; Bebidas, liquides alcoólicos e vinagres;
Intensiva em Produtos qufmicos inorgênicos; compostos inorganicos ou org; Produtos qulmicos orgênicos; Matérias albuminóides; produtos à base de amidos
Recursos ou de fécu; Borracha e suas obras; Fibras sintéticas ou artificiais, descontfnuas; Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou sem lpre,
Minerais Cobre e suas obras; Nlquel e suas obras; Alumlnio e suas obras; Chumbo e suas obras; Zinco e suas obras; Estanho e suas obras; Outros
-
_m_etais comuns· ceramais (cermets); obras dessas maté
Continua
.....
oi:>.
.....
Continuação
lndústna Combustlveis minerais, óleos minerais e produtos da sua des; Sabões, agentes orgânicos de superficie, preparações para;
Intensiva em
Recursos
Energéticos
Extratos tanantes e tintoriais; taninos e seus derivados: p; Sabões, agentes orgânicos de superflcie, preparações para I; pólvoras e
explosivos; artigos de pirotecnia; fósforos: lig; Produtos para fotografia e cinematografia; Produtos diversos das Indústrias qulmicas;
Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras: Peles, exceto a peleteria (peles com pêlo), e couros; Obras de couro; artigos de
correeiro ou de selelro; artigos: Peleteria (peles com pêlo) e suas obras; peleteria (peles c; Obras de espartaria ou de cestaria; Papel e
cartão; obras de pasta de celulose, de papel ou de, Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias; Seda, La e pêlos finos ou
grosseiros; fios e tecidos de crina; Algodão; Outras fibras têxteis vegetais; fios de papel e tecido de f; Filamentos sintéticos ou artificiais,
Fibras sintéticas ou artificiais, descontínuas; Pastas (ouates), feltros e falsos tecidos; fios especiais; Tapetes e outros revestimentos para
pavimentos, de matérias; Tecidos especiais; tecidos tufados; rendas; tapeçarias, pas; Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou
Indústria estratificad · Tecidos de malha· Vestuário e seus acessórios de malha·
Intensiva em Vestuário e seus acessórios, exceto de malha; Outros artefatos têxteis confeccionados; sortidos; artefato; Calçados, polainas e artefatos
Trabalho semelhantes, e suas partes; Chapéus e artefatos de uso semelhante, e suas partes; Guarda-chuvas, sombrinhas, guarda-sOis,
bengalas, bengalas-: Penas e penugem preparadas, e suas obras: flores artificial; Produtos cerâmicos; Vidro e suas obras; Pérolas
naturais ou cu~ivads , pedras preciosas ou semipre; Obras de ferro fundido, ferro ou aço; Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres,
e suas part; Obras diversas de metais comuns; Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instru; Máquinas, aparelhos e
materiais elétricos, e suas partes; a; Veicules automóveis, tratores, ciclos e outros veicules Ter; lntrumentos e aparelhos de óptica,
fotografia ou cinematogr; Aparelhos de relojoaria e suas partes; Instrumentos musicais, suas partes e acessórios; Armas e munições,
suas partes e acessórios; MOveis, mobiliário médico-cirúrgico, colchões, almofadas e: Brinquedos, jogos, artigos para divertimento ou
para esport Obras diversas, Objetos de arte, de colecao e antigUidades
Produtos da Indústria de moagem; malte: amidos e féculas: i; Sal; enxofre: terras e pedras: gesso, cal e cimento; Matérias albuminOides;
produtos à base de amidos ou de fécu; Produtos diversos das indústrias qufmicas : Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras;
Outros artefatos têxteis confeccionados; sortidos: artefato: Obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matéria; Produtos
Indústria cerâmicos; Vidro e suas obras; Ferro fundido, ferro e aço; Obras de ferro fundido, ferro ou aço; Cobre e suas obras; Nlquel e suas obras;
Intensiva em Alumfnio e suas obras; Chumbo e suas obras: Zinco e suas obras: Estanho e suas obras: Outros metais comuns: ceramais (cermets);
Escala obras dessas maté; Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres, e suas part: Obras diversas de metais comuns: Reatores nucleares,
caldeiras, máquinas, aparelhos e instru; Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes: a; Vefculos e material para vias
férreas ou semelhantes, e sua; Vefculos automóveis. tratores, ciclos e outros velculos Ter; Embarcações e estruturas flutuantes;
lntrumentos e aparelhos de óptica fotografia ou cinematogr; Aparelhos de relojoaria e suas partes
Fornecedores Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instru; Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes; a; Velculos e
Especializados material para vias férreas ou semelhantes, e sua; lntrumentos e aparelhos de óptica, fotografia ou cinematogr;
Indústria Produtos qulmicos orgânicos; Produtos farmacêuticos; Extratos tanantes e tintoriais; taninos e seus derivados: p; Oleos essenciais e
Intensiva em resinOides; produtos de perfumaria ou de; SabOes, agentes orgânicos de superflcie, preparações para I; produtos à base de amidos ou
P&D de fécu; artigos de pirotecnia; fósforos; llg; Produtos para fotografia e cinematografia; Produtos diversos das indústrias qulmicas;
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes; a: Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes; lntrumentos e aparelhos de
Opt1ca fotoarafia ou c1nematoqr
"'