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Fotômetro Ultravioleta

Número 25
NOV/DEZ 2024

CAMPOS PRÓXIMOS E
DISTANTES, CAMPOS
ESTÁTICOS E DINÂMICOS, E
CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS

NOVAS ARQUITETURAS DE
COMUNICAÇÃO VEICULAR

DETERMINAÇÃO DO FUNDO
DE ESCALA DE UM
INSTRUMENTO ANALÓGICO

Visão geral do I²C e seu uso com ESP32


A chave para acesso irrestrito
Explore milhões de componentes para seu próximo projeto

Embora a fórmula secreta da Coca-Cola® permaneça trancada em


segurança a sete chaves, podemos dar-lhe acesso a milhões de
componentes eletrônicos, de mais de mil marcas líderes que os
engenheiros bem conhecem e confiam – seu ingrediente secreto
para o sucesso da sua engenharia.

br.mouser.com

2 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Nº 25
EXPEDIENTE
Revista INCB Eletronica
NOV/DEZ
Revista do Instituto Newton C. Braga

Ano 4 – Edicão n° 25 - 2024


2024
Editor Administrativo

Newton C. Braga (CEO)


ÍNDICE
Editor Técnico

MSc. Eng. Prof. Antonio Carlos


Gasparetti
MONTAGEM
6 Fotômetro Ultravioleta
Produção

Renato Paiotti
PROJETOS
12 Visão geral do I²C e seu uso com ESP32
18 Interruptor de toque por gradiente de tensão
Producão Gráfica
sem relé
Wilson Caruso Junior - @wcjrdesign

SERVICE
Atendimento ao leitor
22 Determinação do fundo de escala de um
[email protected]
instrumento analógico
26 Circuitos do aparelho Boombox JBL
Atendimento ao cliente

[email protected]
NOVOS COMPONENTES
36 Varistores SM10 da Littelfuse para montagem
Jornalista Responsável
em superfície
Marcelo Lima Braga
40 A nova Raspberry Pi Pico 2
MTB 0064610SP

TECNOLOGIA
Colaboradores
42 Novas arquiteturas de comunicação veicular
Alexandre José Nário
46 Conheça a tecnologia OTL
Antonio Carlos Gasparetti
52 Como funciona o diodo Schottky
Claudio Santiago Junior
56 Calculadora personalizada de corrente nominal
Luis Carlos Burgos
62 Campos próximos e distantes, campos estáticos
Michael A. Shustov
e dinâmicos, e campos eletromagnéticos
Newton C. Braga

Pedro Bertoletti
DIVERSOS
66 Fichas de service
Não e permitida a reproducão das 68 Componentes
materias publicadas sem previa au-
torizacão dos editores. Não nos res-
ponsabilizamos pelo uso indevido
do conteudo de nossos artigos ou
projetos.

3
EDITORIAL: UMA JORNADA DE CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NA
ELETRÔNICA
Caros leitores,
É com imensa satisfação que apresentamos a 25ª edição da Revista Ele-
trônica INCB, reunindo uma seleção de artigos que refletem a diversidade e a
profundidade da eletrônica contemporânea. Nossa missão é oferecer a você,
leitor, um conteúdo rico e aplicável, que inspire tanto projetos práticos quanto
avanços técnicos e teóricos.
Montagem: Explorando Aplicações Práticas
Iniciamos com o Fotômetro Ultravioleta, um projeto educacional e funcional
que ensina a testar materiais para proteção contra radiação UV. Ideal para
iniciantes e educadores, ele combina aprendizado técnico e utilidade prática.
Projetos: Ferramentas Essenciais para Desenvolvedores
Antonio Carlos Gasparetti
Na seção de projetos, destacamos dois artigos essenciais: a Visão Geral do
I²C e seu Uso com ESP32, que oferece instruções detalhadas para configurar
e operar este protocolo versátil, e o Interruptor de Toque por Gradiente de Tensão Sem Relé, uma solução
alternativa que elimina contatos mecânicos.
Service: Guias Práticos para a Manutenção
Para técnicos e curiosos, exploramos a Determinação do Fundo de Escala de um Instrumento Ana-
lógico, um passo a passo para identificar e reaproveitar instrumentos antigos. Também destrinchamos os
Circuitos do Aparelho Boombox JBL, revelando a engenharia por trás de um dos dispositivos de áudio
mais modernos.
Novos Componentes: Inovações que Fazem a Diferença
Apresentamos os Varistores SM10 da Littelfuse, projetados para proteger circuitos contra surtos de cor-
rente, e a nova Raspberry Pi Pico 2, com desempenho ampliado e foco em segurança, que promete revolu-
cionar o mercado de desenvolvimento embarcado.
Tecnologia: Explorando o Futuro da Eletrônica
Nesta seção, analisamos as Novas Arquiteturas de Comunicação Veicular, que prometem maior eficiên-
cia e segurança. Também mergulhamos na tecnologia OTL, no funcionamento do Diodo Schottky, e o uso
de uma Calculadora de Corrente Nominal Personalizada, disponibilizada online pela Würth Electronik ,
além de abordar conceitos fundamentais sobre Campos Eletromagnéticos.
Diversos: Complementos Técnicos e Informativos
Finalizamos com um panorama de Fichas de Service e Componentes, oferecendo insights adicionais
para aqueles que desejam expandir seu repertório técnico.

Cada artigo desta edição foi pensado para ampliar horizontes e promover a troca de conhecimento. Agra-
decemos a você, nosso leitor, por nos acompanhar nesta jornada. Que esta edição inspire novos projetos e
aprendizados.
Boa leitura!

ERRATA
Na edição 24 - Artigo “Detector de Campo Eletromagnético K2+” da página 6, as Referências 1, 2, 3 e 4 saíram erradas,
as referências corretas são:
[1] TAVARES, M.; SANTIAGO, M.A.M. Eletricidade atmosférica e fenômenos correlatos. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 24, n. 4, dez. 2002. Universidade Federal Fluminense.Instituto de Física
[2] QUEVEDO, Carlos; QUEVEDO-LODI, Claudia. Ondas Eletromagnéticas: Eletromagnetismo, Aterramento, Antenas,
Guias, Radar, Ionosfera. 1. ed. São Paulo: Pearson Education, 2009.
[3] BRAGA, Newton C. Electronic projects from the next dimension: paranormal experiments for hobbyists. São Paulo:
Newnes, 2000.
[4] MURPHY, Todd. The God Helmet Experiments: The Science that Found God in the Human Brain. 2019.

4 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


EDITORIAL
Chegamos a última edição do ano e com ela renovamos nossas es-
peranças para que o próximo ano seja cheio de realizações e suces-
sos para nós vivemos da tecnologia. Aqui no Instituto estamos cheios
de ideias, não apenas em relação ao que vamos fazer nas próximas
edições, já estando com todos os temas determinados e também os
artigos básicos que já estamos começando a preparar, como também a
interação da revista com as nossas mídias, pensando em vídeos, livros,
eventos, podcasts e tudo mais. Não paramos. Estamos numa época de
transição em que não paramos só para pensar, mas também para já co-
meçar em prática nossas ideias. Destacamos para as próximas edições a chegada de novos colaboradores
que já perceberam que é preciso publicar para se tornar visível e para mostrar seu talento, essencial quando
se aspira uma nova posição no mercado. Não é apenas para mostrar a uma eventual empresa o que você
já fez, mas também para mostrar ao mundo o que você é capaz, atraindo negócios e eventualmente até a
lhe ajudar a abrir sua pequena empresa. Um artigo gera uma ideia, uma ideia gera um contrato, um contrato
gera um produto e pronto, você se torna um novo empresário no mercado. Pense nisso. Nossa função não é
apenas levar as tecnologias da eletrônica aos nossos leitores, mas também ajudá-los a subir novos degraus
nessa atividade como empreendedor. Não se esqueçam de pensar nos negócios quando estão soldando os
componentes numa nova placa que estão desenvolvendo. Feliz 2025!

5
MONTAGEM

FOTÔMETRO
ULTRAVIOLETA
Léo Corradini

O objetivo deste artigo é mostrar um projeto que montei para testar a


eficiência de objetos designados a bloquear a radiação ultravioleta, tais
como óculos escuros, insulfilm e protetores solares, a montagem con-
siste em um fotômetro de radiação ultravioleta.
Existem à venda no mercado óculos de sol das mais diversas marcas,
preços e procedências, alguns realmente confiáveis e outros que não
são capazes de filtrar a radiação ultravioleta. Óculos de sol que deve-
riam, mas não bloqueiam a radiação UV e não o fazem, são particular-
mente perigosos, isso porque a lente escura promove o aumento da íris
do olho para compensar a redução da luz, deixando assim a retina mais
exposta à radiação ultravioleta.

COMO FUNCIONA
O circuito do fotômetro é composto por dois LEDs emissores de ul-
travioleta semelhantes, sendo que um funciona como LED (emissor) e

6 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


o outro como fotodiodo sensor de ultravioleta (receptor). Os LEDs são
montados em conectores de forma que possam deslizar livremente sem
perder o contato elétrico. Assim, podemos regular a distância entre o
emissor e o receptor para encaixar o material a ser testado.

Figura 1 - A distância entre os LEDs

O CIRCUITO
O circuito é composto por dois amplificadores operacionais funcionan-
do como passadores de tensão.
Foi necessário o uso de dois passadores de tensão, um para gerar o
terra virtual do circuito, que torna desnecessário o uso de alimentação
dupla. O outro passador aumenta muito a impedância de entrada do
voltímetro composto pelo galvanômetro e resistor em série.
Quem acompanha o Blog Potássio-40, sabe que sou fã de galvanô-
metros analógicos!
O LED que está funcionando como fotodiodo, produz uma tensão pro-
porcional à intensidade da radiação, porém essa fonte de tensão é de
alta resistência interna. Então, temos que usar um voltímetro de alta im-
pedância para fazer essa medida corretamente. No diagrama da figura
2 podemos ver como o circuito é montado.
Por outro lado, temos que colocar um resistor de valor alto para des-
carregar a carga do capacitor formado pela junção do fotodiodo.
O potenciômetro ajusta a corrente no LED emissor para acertar o pon-
teiro do galvanômetro ao fim de escala.
Perceba que mantive a escala original do galvanômetro (VU usado
para áudio) porque as leituras são comparativas e adimensionais.

7
MONTAGEM

Figura 2- Diagrama do circuito

MONTAGEM DO APARELHO
Na foto da figura 3 temos uma sugestão de montagem que além de
simples não é crítica.

Figura 3 - A montagem na caixa

8 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


COMO USAR
Basta ajustar a distância entre o LED emissor do LED receptor em fun-
ção da aplicação, ligar o aparelho através do botão e ajustar a posição
do ponteiro para o fim de escala usando o potenciômetro frontal.

COMO INTERPRETAR A LEITURA


As medidas são comparativas, quanto menor a deflexão do galvanô-
metro menor será a radiação recebida pelo LED receptor.

ENSAIO COM LUZ BRANCA


Este ensaio, feito com LED emissor de luz branca, mostra que o LED
ultravioleta usado como fotodiodo não é sensível para a faixa de luz
visível. Na figura 4 temos este teste.

Figura 4 - Teste com aparelho.

ENSAIOS DE ÓCULOS DE SOL DE BOA E DE MÁ QUALIDADE


Agora faremos um teste com dois tipos de óculos, um de boa quali-
dade que deve filtrar a radiação emitida pelo LED UV e outro que não é
de boa qualidade e deixa a radiação do LED ultravioleta passar para o
outro LED (figura 5). O mesmo teste pode ser feito com óculos de grau
com e sem proteção de radiação ultravioleta (figura 6).

9
MONTAGEM

Figura 5 - Teste com óculos de sol.

OUTROS ENSAIOS Figura 6 - Teste com óculos de grau.

Em meu Blog, coloquei outros


CONCLUSÃO
ensaios que realizei para testes,
tanto com protetor solar e insul- Vale a pena lembrar que este circuito não é um instrumento de preci-
filmes, caso tenha interesse nes- são, servindo para testes qualitativos, além da aprendizagem do funcio-
tes testes e outros assuntos é só namento eletrônico, podendo ser útil também em laboratórios escolares
acessar http://potassio-40.blogs- e universitários para testes de diversos elementos. Este projeto também
pot.com/2024/11/fotometro-ultra- é uma excelente sugestão para TCC e feira de ciências.
violeta.html. Ficarei grato se dei-
Outro ponto importante de salientar é que existe muita diferença de
xar algum comentário no post.
resultados entre LEDs de mesmo fornecedor, então é interessante fazer
uma pré-seleção dos LEDs adquiridos.
BIBLIOGRAFIA Você poderá usar o galvanômetro de um multímetro analógico ou
mesmo um multímetro digital para esse projeto. Se usar um multímetro
LM358 - https://www.alldata-
digital, o circuito com os operacionais não será necessário.
sheet.com/view.jsp?Searchwor-
d=Lm358 Confesso que me surpreendi com os ótimos resultados desse projeto!

10 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


APRENDA
ELETRÔNICA

No formato
Impresso e e-Book
newtoncbraga.com.br/livros

11
PROJETOS

VISÃO GERAL DO I²C E


SEU USO COM ESP32
Pedro Bertoleti

INTRODUÇÃO
Não é novidade que os dispositivos eletrônicos, ao longo dos anos,
têm projetos cada vez mais amplos, complexos e completos. Não é in-
comum encontrarmos, mesmo nos dispositivos mais corriqueiros e ba-
ratos, componentes como memórias, controladores de I/O, mais de um
microcontrolador e RTC (Real-Time Calendars), compondo verdadeiros
subsistemas em placas eletrônicas. Esta necessidade de uso de cada
vez mais componentes e subsistemas traz consigo um requisito man-
datório: estabelecer comunicação eficaz e eficiente entre todos estes
elementos, viabilizando a integração de tudo de forma confiável. Para
atender este requisito, o barramento I²C (Inter-Integrated Circuit), criado
há pouco mais de 40 anos, permanece amplamente utilizado.
Neste artigo, será dada uma visão geral do I²C e, além disso, será
abordado o uso do I²C com o ESP32, passando por etapas como con-
figuração do barramento, leitura e escrita de dados no barramento I²C
o ESP-IDF.

12 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


VISÃO GERAL DO I²C
O barramento (e protocolo de comunicação) I²C foi desenvolvido pela
empresa Philips Semiconductor (hoje chamada NXP Semiconductors)
na década de 1980, com o objetivo de ser uma solução eficiente e eficaz
para integrar microcontroladores e periféricos diversos em sistemas em-
barcados. Visando simplicidade de design eletrônico, o I²C faz toda sua
comunicação com base apenas em 2 vias, uma dedicada à transmissão
de dados e outra utilizada para sincronia (clock) entre os diferentes dis-
positivos que fazem uso do barramento I²C em um sistema embarcado,
dessa forma compondo uma comunicação serial síncrona, no paradig-
ma mestre-escravo.
Dada sua simplicidade - principalmente devido a utilizar apenas duas
vias para a comunicação, o que facilita muito a confecção de placas
de circuito impresso que possuem um ou mais barramentos I²C - o I²C
se tornou popular e amplamente adotado em diversos dispositivos ele-
trônicos, permitindo a interface entre microcontroladores e periféricos
diversos, tais como: sensores, memórias EEPROM, RTC, displays e ex-
pansores de I/O, por exemplo.
O protocolo I²C é amplamente utilizado em dispositivos eletrônicos das
mais diversas áreas, incluindo os sistemas embarcados. Este protoco-
lo tem uma função fundamental para quaisquer dispositivos eletrônicos
modernos: comunicar componentes diversos através de um barramen-
to, através de apenas 2 vias. Desenvolvido para conectar periféricos
a microcontroladores, o I²C utiliza apenas dois fios para comunicação,
facilitando o design de hardware e economizando pinos nos microcon-
troladores
No I²C, existe sempre um mestre (tipicamente, um microcontrolador) e
os escravos (demais periféricos conectados aos barramentos I²C). Toda
comunicação é iniciada, obrigatoriamente, pelo mestre.
O I²C opera em modo half-duplex, ou seja, ele pode enviar e receber
dados, mas não simultaneamente. Em vez disso, ele alterna entre os
modos de transmissão e recepção, o que simplifica o design do barra-
mento e reduz o número de fios necessários.
As duas vias utilizadas pelo I²C são chamadas de SDA e SCL, e seus
usos e funcionalidades estão descritos a seguir:
• SDA (Serial Data Line):
O SDA é a via responsável pela transmissão dos dados, onde todos
os bits trafegam entre o mestre e os escravos. Dada a comunicação
half-duplex que o I²C faz uso, essa via é bidirecional, o que significa que
tanto o mestre quanto os escravos podem enviar ou receber dados pelo
SDA, mas não simultaneamente. O estado do SDA é sincronizado com
o clock gerado pela linha SCL, garantindo que os bits sejam lidos ou
escritos no momento correto.
• SCL (Serial Clock Line):
O SCL é a via de clock que sincroniza mestre e escravos, definin-
do o tempo exato de transmissão de cada bit no barramento. No I²C,
o mestre sempre controla o sinal de clock, decidindo a frequência de
operação e o ritmo da comunicação. Esse pulso de clock sincroniza a
comunicação, indicando quando um bit de dados presente no SDA está
disponível para leitura.
Na figura 1, pode ser observada a interação entre SDA e SCL no I²C.

13
PROJETOS

Figura 1 - vias SDA e SCL durante a transmissão de dados (1)

VELOCIDADE DE COMUNICAÇÃO
A velocidade de comunicação no I²C é um ponto de atenção, pois em
comparação com outros protocolos de comunicação amplamente utili-
zados para comunicação entre microcontroladores e periféricos (como
SPI, por exemplo), o I²C apresenta uma velocidade de tráfego de dados
inferior, além de não permitir comunicação bidirecional simultânea (ou
seja, trafegar dados entre mestres e escravos em ambas as direções ao
mesmo tempo). Logo, o I²C não deve ser usado para atender requisitos
de comunicação onde grandes velocidades de transmissão de dados
(na ordem de MBps) são requeridas.
A especificação I²C original, criada pela Philips na década de 1980,
estabeleceu algumas frequências padrão que atendem a diferentes re-
quisitos de aplicação, permitindo flexibilidade na escolha da velocidade,
conforme as necessidades de desempenho e características dos dispo-
sitivos. As velocidades estão intrinsecamente ligadas a frequência de
clock aplicada a via SCL, e são definidas na especificação original do
I²C em quatro níveis distintos: Standard Mode, Fast Mode, Fast Mode
Plus e High Speed Mode.
1. Standard Mode (100 kHz): neste modo, a frequência utilizada é
mais baixa (100kHz). Este modo é, de longe, o mais comum do
I²C, uma vez que dificilmente os periféricos que se comunicam via
I²C exigem altas velocidades de transmissão de dados, além de
esta baixa frequência simplificar o design de placas de circuitos
impressos.
2. Fast Mode (400 kHz): neste modo, é utilizada uma frequência de
clock maior, atingindo 400kHz. É amplamente utilizado em dispo-
sitivos que exigem mais dados em menos tempo, como sensores
que realizam leituras rápidas e massivas, como IMU (acelerôme-
tro, giroscópio e magnetômetro), por exemplo.
3. Fast Mode Plus (1 MHz): neste modo, a frequência de clock apli-
cada na via SCL é expressiva, atingindo 1 MHz. O Fast Mode
Plus é comum em dispositivos que demandam tráfego de dados

14 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


mais altos que simples sensores, como no caso de displays, por
exemplo.
4. High Speed Mode (3,4 MHz): o High Speed Mode opera com
frequência de clock na via SCL de 3,4MHz, e trata-se da opção
mais rápida definida na especificação original do I²C. Este modo
é adequado para dispositivos de alto desempenho e alto tráfego
de dados, como câmeras, por exemplo. Devido à alta frequência,
o High Speed Mode requer um design de hardware mais robusto,
pois há um maior risco de interferência e ruído no barramento I²C.

PULL-UP NO I²C: PONTO DE ATENÇÃO


No I²C, o uso de resistores de pull-up nas vias SDA e SCL é funda-
mental porque o protocolo utiliza uma configuração “open-drain”, onde
os dispositivos no barramento podem apenas puxar o sinal para o nível
baixo (GND), mas não para o nível alto. Esses resistores, conectados
entre as vias (SDA e SCL) e a fonte de alimentação (VCC), garantem
que o nível lógico alto seja atingido sempre que nenhum dispositivo es-
tiver “drenando” a linha para o nível baixo, possibilitando uma transição
correta dos sinais entre os níveis lógicos alto e baixo. O vsalor dos re-
sistores de pull-up dependem da frequência de clock aplicada no SCL e
na taxa de transmissão de dados na via SDA, logo devem ser consulta-
dos no datasheet do componente específico que se deseja adicionar ao
barramento I²C, sendo normalmente recomendado o uso de resistores
entre 1 kΩ e 10 kΩ.
Sem os resistores de pull-ups, as linhas ficariam em estado indefinido
(nem nível lógico alto, nem nível lógico baixo), inviabilizando a comuni-
cação.

USOS COMUNS DO I²C EM SISTEMAS EMBARCADOS


Entre os usos mais comuns do I²C em sistemas embarcados, desta-
cam-se:
• Sensores: diversos sensores presentes atualmente no merca-
do utilizam o barramento e protocolo I²C para comunicarem-se
com microcontroladores. Dentre os tipos de sensores mais co-
muns que fazem uso do I²C, estão: pressão barométrica (exem-
plo: BMP180), acelerômetros (exemplo: MPU6050) e iluminância
(exemplo: BH1750).
• Controladores de displays: é comum encontrar também controla-
dores de displays que possuem como interface de comunicação o
I²C. Dentre eles, um dos mais comuns é o controlador de displays
OLED identificado como SSD1306.
• Memórias EEPROM: diversas memórias EEPROM usam I²C como
interface de comunicação, o que facilita o uso destas em placas de
circuito impresso. Como exemplo, a memória EEPROM AT24C256
pode ser citada.
• Conversores A/D e D/A: conversores de sinal analógico para di-
gital e vice-versa. Como exemplo comum, está o ADC ADS1115.
• Expansores de I/O: permitem a expansão das portas de I/O, pro-
porcionando ao microcontrolador controlar e ler mais pinos para
dispositivos adicionais, utilizando para isso somente 2 fios (SDA e
SCL). Um exemplo de expansor de I/O I²C é o PCF8574.

15
PROJETOS

CONFIGURAÇÃO DO I²C NO ESP-IDF


Para utilizar o protocolo I²C no ESP32 com a ESP-IDF, é necessário
configurar os GPIOs que serão usados para SDA e SCL e as confi-
gurações gerais do barramento (frequência de clock, por exemplo). O
ESP-IDF fornece uma API dedicada para isso, permitindo que os desen-
volvedores configurem os parâmetros de comunicação e inicializem o
periférico I²C no ESP32 com facilidade.
Para fazer a configuração do I²C no ESP32 usando o ESP-IDF, siga o
passo-a-passo:
1. Seleção dos GPIOs: primeiramente, é necessário selecionar os
GPIOs do ESP32 que serão usados como SDA e SCL. No ESP32, pra-
ticamente qualquer GPIO pode ser utilizado para estas finalidades, mas
é importante consultar a documentação para escolher pinos adequados
e não correr o risco de escolher GPIOs que não podem ser usados para
este fim (como é o caso dos GPIOs que possuem uso exclusivo como
entrada digital, por exemplo).
Para isso, utilize as macros abaixo no seu projeto:

#define I2C_MASTER_SDA_IO 21 // GPIO para SDA


#define I2C_MASTER_SCL_IO 22 // GPIO para SCL
#define I2C_MASTER_NUM I²C_NUM_0 // Porta I²C do
ESP32

2. Configurando o clock aplicado na via SCL: conforme visto neste


artigo, o I²C suporta diversas frequências, como por exemplo 100 kHz
(Standard Mode) e 400 kHz (Fast Mode). No ESP32, a frequência do
clock pode ser configurada diretamente no ESP-IDF.
Para configurar a frequência de clock em 100kHz, utilize a macro abai-
xo em seu projeto:

#define I2C_MASTER_FREQ_HZ 100000 // Frequência de clock


(100 kHz)

3. Inicializando o driver I²C: após definir os GPIOs e o clock, é preciso


configurar o driver I²C no ESP32. A função I2C_param_config () é utili-
zada para especificar a porta I²C, os pinos SDA e SCL e a frequência de
operação. Em seguida, i2c_driver_install () inicia o driver I²C. Isso pode
ser feito com o código-fonte da listagem abaixo:
i2c_config_t conf;

conf.mode = I2C_MODE_MASTER;
conf.sda_io_num = I2C_MASTER_SDA_IO;
conf.scl_io_num = I2C_MASTER_SCL_IO;
conf.sda_pullup_en = GPIO_PULLUP_ENABLE;
conf.scl_pullup_en = GPIO_PULLUP_ENABLE;
conf.master.clk_speed = I2C_MASTER_FREQ_HZ;

i2c_param_config (I2C_MASTER_NUM, &conf);


i2c_driver_install (I2C_MASTER_NUM, conf.mode, 0, 0, 0);

16 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


ESCRITA DE DADOS NO I²C COM ESP-IDF
Para enviar dados a um dispositivo via barramento e protocolo I²C,
o ESP32 utiliza a API i2c_master_write_to_device (). Antes de chamar
essa função, o endereço do dispositivo escravo e os dados a serem
enviados devem ser especificados.
O passo-a-passo abaixo mostra como enviar dados via I²C no ESP-
-IDF.
1. Definindo o endereço do dispositivo: cada dispositivo em um barra-
mento I²C possui um endereço único de 1 byte de tamanho, indo de 0
(0x00) até 127 (0x7F). Logo, é usual criar uma macro para definir este
endereço, conforme a listagem abaixo:

#define I²C_SLAVE_ADDR 0x28 // Endereço do dispositivo I²C

2. Enviando dados: a API i2c_master_write_to_device () é usada para


enviar dados via I²C. O código na listagem a seguir demonstra como
enviar um byte.

uint8_t data_to_send = 0x55; // Dados a serem enviados


i2c_master_write_to_device (I²C_MASTER_NUM I²C_SLAVE_
ADDR, &data_to_send, 1, 1000 / portTICK_PERIOD_MS);

LEITURA DE DADOS COM I²C NO ESP-IDF


A leitura de dados no I²C pode ser feita com a API i2c_master_read_
from_device (), que recebe o endereço do dispositivo e armazena os
dados recebidos na I²C. Abaixo está a forma de fazer esta leitura com
o ESP-IDF.
Para ler um único byte, utilize o código a seguir. A função `I²C_mas-
ter_read_from_device () ` irá armazenar o byte no buffer fornecido.
uint8_t data_received;
i2c_master_read_from_device (I²C_MASTER_NUM I²C_SLAVE_
ADDR, &data_received, 1, 1000 / portTICK_PERIOD_MS);
Observação: Alguns dispositivos requerem que um endereço interno
seja enviado antes de ler dados. Esse procedimento pode ser feito com
uma operação de escrita seguida por uma leitura. O ESP-IDF facilita
isso, conforme mostrado na listagem a seguir:

uint8_t reg_addr = 0x10; // Endereço do registro a ser lido


i2c_master_write_read_device (I²C_MASTER_NUM I²C_SLAVE_ REFERÊNCIA
ADDR, &reg_addr, 1, data_buffer, sizeof(data_buffer), 1000 / port-
TICK_PERIOD_MS); Figura 1 - https://www.
researchgate.net/figure/
The-SDA-and-SCL-signal-
CONCLUSÃO s-associated-with-the-I2C-bus-
A interface I²C é um dos recursos mais versáteis em sistemas embar- -communication_fig8_221908590
cados, permitindo a comunicação entre microcontroladores (o ESP32, Developing IoT Projects with
por exemplo) e diversos periféricos com facilidade. Este artigo abordou
ESP32 (2nd Edition) - Vedat
o básico sobre o protocolo, a configuração dos parâmetros I²C no ES-
P-IDF, e os métodos de leitura e escrita de dados com dispositivos co- Ozan Oner - 2023 - https://www.
nectados ao barramento. Com esse conhecimento, você poderá integrar amazon.com/Developing-IoT-Pro-
sensores, displays, e outros periféricos ao ESP32, expandindo as fun- jects-ESP32-production-grade/
cionalidades de seus projetos. dp/1803237686

17
PROJETOS

INTERRUPTOR DE
TOQUE POR
GRADIENTE DE
TENSÃO SEM RELÉ
Michael A. Shustov

Os interruptores convencionais geralmente contêm contatos mecâni-


cos propensos a desgaste e repiques. O artigo sugere uma maneira de
criar um interruptor sem usar contatos mecânicos. Uma característica
distintiva do dispositivo é o uso de um circuito de gradiente. O circuito de
relé de gradiente (Figura 1), é elaborado utilizando o comparador CI1.1
LM339 ou seu equivalente.

18 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


O dispositivo funciona da seguinte forma: um sinal do divisor resistivo
R1sens, R2sens é aplicado à entrada não inversora do comparador.
A entrada inversora do comparador também é excitada com um sinal
deste divisor resistivo, mas através do circuito integrador R3, R4, C1. No
estado inicial, uma alta tensão está presente na saída do comparador, a
carga é desligada. Com um aumento na resistência do resistor R1sens,
ou uma diminuição na resistência do resistor R2sens, a tensão na entra-
da não inversora do comparador diminui mais rapidamente do que em
sua entrada inversora; a tensão U1 torna-se menor que U2.
O comparador alterna seu estado e conecta a carga a uma fonte de
alimentação (resistor R5 e LED HL1). No entanto, essa comutação
ocorre apenas até que as tensões nas entradas do comparador sejam
iguais. Como resultado, o circuito é auto balanceado, o comparador re-
torna ao seu estado original e a carga é desligada. O resistor R4 fornece
um pequeno excesso inicial do nível de tensão U1 acima do nível U2.
A duração da comutação do comparador é determinada pelo grau de
desequilíbrio da tensão inicial na saída do divisor R1sens, R2sens, bem
como pelos valores nominais dos elementos R3, R4, C1. Assim, o tempo
de comutação pode ser controlado pela escolha dos valores nominais
desses elementos.

Figura 1 – Diagrama do relé de gradiente mais simples

O dispositivo da Figura 1 reage apenas a um excesso de curto prazo


do nível de tensão U2 acima do nível de tensão U1, após o qual o dispo-
sitivo retorna ao seu estado original e se auto equilibra.
A Figura 2 mostra um circuito mais avançado de um dispositivo sem
contato que reage tanto a um aumento quanto a uma diminuição da
tensão no ponto de junção do divisor resistivo R1sens, R2sens. Para
fazer isso, o segundo comparador CI1.2 do circuito integrado LM339 é
usado no circuito. Assim, por exemplo, quando a tensão é reduzida no
ponto médio do divisor de tensão R1sens, R2sens, o comparador CI1.1
é acionado, o LED HL1 incluído.
Pelo contrário, quando essa tensão é aumentada, o LED HL2 incluído.
Desta forma, o dispositivo reage aos gradientes de tensão de entrada
positivos e negativos. Os LEDs HL1 e HL2 não podem acender ao mes-
mo tempo, então um resistor comum R7 é usado para limitar a corrente
através deles.

19
PROJETOS

Figura 2 – Diagrama de um relé de gradiente reagindo a gradientes positivos


ou negativos do nível do sinal de entrada

Para fixar o estado ligado da carga, é utilizada uma modificação do


circuito mostrado na Figura 3. Para isso, as saídas dos comparadores
são carregadas nos resistores R7 e R8, e os D-triggers do circuito inte-
grado CD4013 são conectados às saídas dos comparadores. A carga de
disparo são os LEDs HL1 e HL2 com resistores limitadores de corrente.

Em vez de LEDs, por exemplo, podem ser conectados emissores ele-


tromagnéticos com geradores de som embutidos, enrolamentos de relés
com diodos conectados em paralelo a eles (um ânodo a uma fonte de
energia), bem como outras cargas.

Figura 3 – Chave de carga de dois canais controlada por gradientes positivos e


negativos do sinal de entrada

20 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Termistores com coeficiente de temperatura positivo ou negativo de BIBLIOGRAFIA
resistência, fotoresistores, fotodiodos e outros sensores sensíveis a si- [1] Shustov M.A. Relé gradiente.
nais externos podem ser usados como elementos do divisor resistivo Radioamador (BY). 2000. No. 10.
R1sens e R2sens. P. 28–29.
[2] Shustov M.A., Shustov A.M.
Assim, por exemplo, se você usar termistores termométricos com bai-
Gradient Detector a new device for
xa inércia térmica (frações de segundo) como elementos sensíveis, você the monitoring and control of the
pode controlar sem contato pelo toque dos dedos a ativação e desati- signal deviations. Elektor Electro-
nica Fast Forward Start-Up Guide
vação de cargas através de dois canais. Ambas as cargas são controla-
2016–2017. 2017 P. 44–47.
das separadamente uma da outra.
[3] Shustov M.A. Contactless
Para ligar um deles, basta colocar o dedo no termistor ou até respirar electric bell on a gradient relay.
de longe. Após auto equilibrar o circuito, ele retornará ao seu estado EDN. May 30, 2024. https://www.
edn.com/contactless-electric-bell-
original e a carga permanecerá ligada. Para desligar essa carga, você
-on-a-gradient-relay
deve tocar novamente o dedo no termistor correspondente e o compa-
rador mudará novamente de estado com disparador D desligando a car-
ga. O segundo canal de comutação de carga é controlado de maneira
semelhante.

21
SERVICE

DETERMINAÇÃO DO
FUNDO DE ESCALA
DE UM INSTRUMENTO
ANALÓGICO
Newton C. Braga

Um problema que pode surgir quando aproveitamos componentes de


sucata ou mesmo compramos pela internet é a não especificação do
fundo de escala de um galvanômetro, microamperímetro ou miliampe-
rímetro. Neste artigo, veremos como descobrir essa corrente utilizando
um multímetro comum, com o apoio de um vídeo associado.

22 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Veja o vídeo VM17 no canal do autor dado

Muitos instrumentos analógicos do tipo microamperímetro, miliampe-


rímetro ou galvanômetro podem não apresentar indicações em sua es-
cala da intensidade da corrente que provoca o movimento da agulha até
o final da escala, ou seja, a corrente de fundo de escala. Instrumentos
desse tipo podem ser encontrados à venda na internet, ou aproveitados
de aparelhos de som ou de painel de muitos equipamentos, conforme
mostra a figura 1.

Figura 1 – Instrumentos comuns

Montamos então um circuito de prova em que ligamos em série com o


medidor em teste uma fonte de 3 a 6 V (2 ou 4 pilhas), um potenciômetro
de 100k ohms e um resistor de 1 k ohms. Na verdade, conforme o ins-
trumento pode ser experimentado um valor menor para o potenciômetro
de modo a facilitar o ajuste fino da corrente.
Na realidade, esses valores são para um instrumento típico de 200
uA a 1 mA de fundo de escala. Se com esses calores não for possível
medir os valores, conforme veremos, alteramos tanto o resistor como o
potenciômetro, pois o fundo de escala do instrumento será maior do que
1 mA. Temos então o circuito mostrado na figura 2.
Procedimento:
a. Faça as conexões indicadas para o multímetro, colocando-o ini-
cialmente numa escala mais elevada de correntes (DC mA). Ob-
serve a polaridade de sua conexão no circuito de teste. Se houver
inversão, a agulha tende a deflexionar ao contrário do esperado.

23
SERVICE

b. Ligue o circuito e ajuste P1 até que a agulha do instrumento que


está sendo testado vá até o final da escala.
c. Procure uma escala do multímetro ou do instrumento usado na lei-
tura da corrente em que possa ser obtida uma leitura confortável.

Figura 2 – O circuito de teste

INTERPRETAÇÃO DA PROVA
A corrente indicada pelo multímetro usado no teste é a corrente de
fundo de escala do instrumento que está sendo testado. Para os instru-
mentos que possuem zero no centro da escala vale o mesmo. A agulha
do instrumento em teste deve ir para os extremos à direita ou esquerda
quando ajustamos o potenciômetro e então podemos ler no multímetro
a corrente de fundo de escala.
Na foto, a montagem do autor, mostrando que para seu microampe-
rímetro, o fundo de escala é obtido quando o potenciômetro de 100k é
ajustado para se obter uma corrente de 200 uA (A escala escolhida do
multímetro vai até 2,5 mA) – figura 3.

Figura 3 – A montagem do autor

24 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


OBSERVAÇÃO
Lembramos que alguns instrumentos já possuem resistências multi-
plicadores ou shunt que devem ser removidos para que conheçamos
suas reais características. Por exemplo, podemos ter um miliamperí-
metro com 20 mA de fundo escala e ele terá um instrumento que, ao
retirar o shunt, constatamos ser de 1 ou 2 mA de fundo de escala. Em
alguns casos, o shunt consiste numa resistência de fio que é encai-
xada e parafusada ou ligada externamente nos terminais, conforme
mostra a figura 4.

Figura 4 – Shunt num instrumento analógico


para medida de alta corrente

Para saber mais veja nosso livro: O segredo no uso do multímetro e


a seção de instrumentação em nosso site: https://newtoncbraga.com.br/
usando-os-instrumentos/6751-os-segredos-no-uso-do-multimetro.html

Link para o artigo no site: INS665

https://www.newtoncbraga.com.br/usando-os-instrumentos/18713-de-
terminacao-do-fundo-de-escala-de-um-instrumento-analogico-ins665.
html

BIBLIOGRAFIA

Charles Kitchin and Lew Counts, A Designer’s Guide to Instrumenta-


tion Amplifiers, 3 rd Edition, Analog

Devices, 2006

Measurement Systems: Application and Design. McGraw-Hill. - 4 rd


Edition - 2004

25
SERVICE

CIRCUITOS DO
APARELHO
BOOMBOX JBL
Luis Carlos Burgos

Neste artigo, exploraremos as poderosas caixas acústicas portáteis


conhecidas como ‘boombox’. Apesar do tamanho compacto, esses dis-
positivos podem entregar até 100W RMS de som, com enorme eficiên-
cia energética, graças a tecnologias como amplificadores classe D, fon-
tes chaveadas e conversores DC-DC. Utilizaremos a JBL Boombox 3
como podemos ver na imagem que abre este artigo.

Na figura 2, podemos ver como os principais componentes estão dis-


tribuídos na placa de circuito impresso neste modelo JBL.

26 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 2

Estes aparelhos podem funcionar com a bateria recarregável de 7,2


ou 7,4 V com a tensão DC proveniente de uma fonte conectada à placa
principal. Tal bateria tem linhas de comunicação I2C (data e clock) com
o micro principal e com o micro I/O auxiliar para indicar no painel não
somente o nível de carga como para ligar e desligar o carregador dela.
Na figura 3 temos o esquema em bloco da placa principal destacando
os circuitos.
Nestes blocos não estão incluídos o circuito de carregamento da ba-
teria nem o DC-DC que alimenta a saída de áudio na bateria. Vamos
explicar a função resumida para cada etapa:
Saídas de áudio – O aparelho tem três CIs de saída funcionando em
classe D, sendo um deles para os alto falantes de agudos, o tweeter,
outro para os mid, falantes de médios que cobre a maioria das frequên-
cias do espectro audível e o terceiro para o woofer, alto falante de super
graves para baixas frequências. O CI do tweeter tem entradas analó-
gicas de áudio, os outros dois possuem entradas digitais de áudio em
três trilhas de protocolo I2S: trilha para o áudio digital, trilha para o word
clock LR_Clock entre 44,1 e 96KHz e a trilha para o bit clock B_Clock
entre 1,4 e 6,1MHz.
Processador de áudio – Recebe o sinal de áudio do processador de
bluetooth, realiza os controles como volume, balance, graves, agudos
e entrega-os para as saídas de áudio. As trilhas de transporte do áudio
entre o CI bluetooth e o processador de áudio usam o protocolo I2S
como explicado.
Micro principal – Recebe e processa todos os sinais do equipamento
alimentando os circuitos de saída de áudio e realiza os comandos do
aparelho através da linha I2C (data e clock).

27
SERVICE

Micro I/O – Este CI comunica-se com o bluetooth e realiza alguns co-


mandos como por exemplo indicação do nível de carga da bateria, liga/
desliga dos sistemas e do amplificador de potência, controle do nível de
som quando a caixa funciona na bateria, porta USB, sistema de identifi-
cação de falhas e controle dos leds do painel.
Micro liga/desliga – Este pequeno CI liga e desliga algumas alimen-
tações incluindo do próprio CI do bluetooth.
Alimentação inicial do aparelho – Veja na figura 4, o circuito conver-
sor DC-DC inicial após a fonte de alimentação.

Figura 3

Este conversor step down transforma a alimentação de 24 V da fonte


em 16,8 V para alimentar o carregador da bateria.

CHAVEAMENTO ENTRE A FONTE E A BATERIA (FIGURA 4)

Figura 4

Este circuito não possui o mosfet e os dois resistores ligados no gate,


pois a indicação NC indica “non connected” Quando a fonte está ligada
no aparelho e energizada, D1 (Schottky) conduz e no ponto M_VDD
teremos cerca de 24 V. D5 e D24 ficam desligados, mantendo a tensão

28 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


VBAT fora do circuito. Quando não há tensão da fonte, D5 e D25 con-
duzem (D1 corta) e no ponto M_VDD teremos 7 V fazendo o aparelho
funcionar na tensão da bateria (VBAT).
Circuito de carregamento da bateria – Veja no esquema da figura 5,
o circuito de carga da bateria do Boombox JBL 3.

Figura 5

Quando a bateria necessita de carga, o CI gerenciador do carregador


aciona um par de mosfets funcionando como um conversor DC-DC step
down síncrono onde o mosfet inferior faz o papel do diodo “free whee-
ling” e na saída teremos uma tensão de 7,5 V a partir da entrada de 16,8
V. Esta tensão de 7,5 V encontrará os dois MOSFETs em série (liga/
desliga da bateria no carregador) conduzindo e carregará a bateria no
ponto VBAT. O mosfet em paralelo (o primeiro após o conversor DC-DC)
fica desligado. Quando a bateria não necessita de carga ou a fonte es-
tiver desligada, o conversor DC-DC fica desligado, assim como os dois
mosfets em série (o mosfet em paralelo liga). Assim não terá tensão
para carregar a bateria.

ALIMENTAÇÃO DOS CIS DE SAÍDA DE ÁUDIO ATRAVÉS DA


BATERIA (FIGURA 6)

Figura 6

29
SERVICE

Temos um conversor DC-DC step up que aumenta a tensão da bateria


de 7,2 a um valor entre 17 e 22 V para alimentar os CIs de saída. Quan-
do não há tensão da fonte, o comando BOT_POW_ON aciona o pino 15
do CI liberando o funcionamento do oscilador de PWM interno. Quando
o pino 8 do CI está em nível alto, o pino 13 estará em nível baixo e vi-
ce-versa. Assim os transistores MOSFETs conduzem alternadamente.
O MOSFET superior faz o papel de um diodo enquanto o inferior faz o
papel de uma chave e na saída do mosfet superior teremos uma tensão
entre 17 e 22 V. O valor desta tensão dependerá da demanda de áudio
dos amplificadores. Quando houver a tensão da fonte o conversor DC-
-DC ficará desabilitado.

CHAVEAMENTO ENTRE A TENSÃO DA FONTE E DA BATERIA


(FIGURA 7)

Figura 7

30 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Como explicamos anteriormente, quando não há tensão da fonte o
conversor DC-DC é acionado e alimenta a saída de áudio. Porém quan-
do a fonte está presente é ela quem alimenta a saída de áudio.
Vamos observar com atenção o funcionamento do circuito mostra-
do. Quando a fonte está presente, a tensão de 24 V faz Z1 conduzir
acionando Q11 e Q9 e desta forma teremos 24 V no ponto AMP_VCC.
Neste momento o ponto AMP_POW_ON está em nível baixo mantendo
Q5 e Q18 desligados. Quando não há tensão da fonte Q11 e Q9 ficam
desligados E o ponto AMP_POW_ON está em nível alto fazendo Q5 e
Q18 conduzirem levando a tensão da bateria ao amplificador. O ponto
VOL_MAX_BOOST_EN é controlado pelo micro I/O e quando está em
nível alto faz Q14 conduzir colocando R181 e R182 no circuito. Assim a
tensão diminui na malha de feedback e a saída do conversor aumenta
de 17 para 22 V. O controle da tensão de saída pode ser feito também
através do ponto AMP_HPFB controlado pelo amplificador de áudio.
Lembre-se que esta malha só atua quando o amplificador está funcio-
nando no modo bateria.

CONVERSOR DC-DC COM CIRCUITO DE PROTEÇÃO (FIGURA


8)
Este circuito alimenta a porta USB. Trata-se de um conversor com
entrada entre 7 e 24 V e saída de 5,2 V. Esta tensão passa pelo U39
(circuito de proteção de corrente e tensão). Na saída dele teremos uma
tensão de 5 V para a porta USB.

Figura 8

CONVERSOR STEP DOWN E LDO PARA ALIMENTAÇÃO DOS


SISTEMAS (FIGURA 9)
Aqui temos 2 reguladores para alimentar os sistemas do aparelho com
3,9 e 3,3 V. O circuito de cima recebe uma tensão entre 7 e 24 V e con-
verte para 3,9 V, portanto um conversor DC-DC step down. Já o circuito
de baixo é um regulador LDO ou low dropout para converter 3,9 em 3,3
V. Tais reguladores são lineares e aquecem muito pouco pois recebem
uma tensão próxima a tensão de saída. Os reguladores low dropout
(LDO) são relativamente comuns nestes tipos de equipamentos. Esses
2 conversores são ligados e desligados pelos micros menores do apa-
relho.

31
SERVICE

Figura 9

O micro I/O (extensão) – É um micro auxiliar do Bluetooth com al-


gumas funções entre elas o controle e a verificação do nível de carga
da bateria. Também pode ligar e desligar parte do equipamento. Ele se
comunica com a bateria através da linha de dados e clock e assim mo-
nitora o funcionamento dela. Veja o circuito na figura 10.
Observe como ele vai conectado ao teclado e aos LEDs do aparelho.

Figura 10

32 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Micro liga/desliga – Como o próprio nome sugere, a função deste CI
é ligar e desligar o aparelho (figura 11).
Ele recebe atenção de standby no pino 1 e tem a chave liga/desliga no
pino 2. Ao pressionar a chave, os pinos 4 e 9 vão a nível alto ligando o
aparelho. Este CI se comunica com Bluetooth. Observe a linha acima do
CI como há um circuito que detecta a presença da fonte.

Figura 11

33
SERVICE

CI do Bluetooth – É o maior CI do aparelho com a função de controle


das funções e processamentos dos sinais digitais. As saídas I2S do CI
são enviados ao processador de áudio e deste às saídas dos alto-falan-
tes (figura 12).

Figura 12

Ele trabalha com o sinal do bluetooth, da entrada auxiliar, controle da


porta USB e alguns controles liga/desliga. Comunica-se com os dois
menores CIs micros, o expansor da bateria e o liga/desliga.

REGULADORES DE STANDBY E 3,4 V (FIGURA 13)


O U18 recebe uma tensão de 7 a 24 V e regula para 3,3 V alimentando
o CI micro liga/desliga ao ligar o aparelho na fonte ou bateria. Assim ele
fica pronto para o comando liga/desliga. Como a corrente de standby é
muito pequena (na casa dos µA) o LDO pode regular uma tensão bem
mais alta num valor menor pois haverá pouquíssimo aquecimento. Já o
U17 regula 3,9 em 3,4 V chamada tensão BT_BAT usada na alimenta-
ção do CI bluetooth e vários outros pontos do circuito.

34 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 13

Temos uma live no canal Burgoseletronica do YouTube explicando o


funcionamento deste circuito e ela pode ser acessada neste QR code:

Link para a aula

Quer o esquema pintado? Acesse este QR Code:

A Burgoseletronica Ltda vende


cursos e livros técnicos neste en-
dereço:
http://burgoseletronica.com.br
Canal no YouTube: www.youtu-
be.com/c/Burgoseletronica05

35
NOVOS COMPONENTES

VARISTORES SM10
DA LITTELFUSE
PARA MONTAGEM
EM SUPERFÍCIE
Newton C. Braga

Varistores são elementos fundamentais na proteção de circuitos, ab-


sorvendo surtos e transientes. Os varistores da série SM10 para monta-
gem em superfície da Littelfuse estão nesta categoria de componentes,
com especificações que atendem a uma grande gama de aplicações e
com invólucro para montagem em superfície.
As informações que damos a seguir são baseadas no site da Mouser
Electronics e no próprio datasheet do fabricante que pode ser acessado
pelo link na página da Mouser.
Esses varistores são projetados para suportar surtos de correntes in-
tensas e temperaturas elevadas que chegam aos 125º C. São indicados
especificamente para a proteção primária de circuitos contra transien-
tes. A série de varistores Littelfuse SM10 é a primeira para montagem
em superfície de Varistor de Óxido Metálico (MOV) com manipulação de
corrente de surto de ultra-alta capacidade, projetado especificamente
para tensão transitória do circuito primário de proteção contra surtos. A
série de varistores SM10 é construída com um Disco MOV e terminais

36 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


estanhados dentro de uma moldagem de polímero em invólucro, que é
totalmente qualificado em soldagem sem chumbo e compatível com pro-
cessos de soldagem por refluxo e por onda. Na figura 1 temos as curvas
características para diversas condições de funcionamento.

Figura 1 – Instrumentos comuns

37
NOVOS COMPONENTES

Na figura 2, temos a curva característica de resposta a transientes


levando em conta a tensão e a corrente de pico.

Figura 2 – Curva de resposta a transientes.

No datasheet de 6 páginas podem ser obtidas todas as informações


adicionais necessárias aos projetos que utilizem este componente;

Aplicações
• Armazenamento de energia elétrica
• Carregadores EV integrados e externos
• Eletrônica geral e produtos elétricos

ESPECIFICAÇÕES
• Faixa de tensão operacional de 170 VCC a 720 VCC
• Dissipação nominal máxima de 110W
• Corrente de pico de surto de 5000A
• Capacitância típica de 600pF
• Faixa de temperatura operacional de -40°C a +125°C
• Resistência de isolamento ≥100MΩ

Para obter mais Informações sobre este componente, incluindo o da-


tasheet vá ao link da Mouser:
https://br.mouser.com/new/littelfuse/littelfuse-sm10-varistors/

38 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


39
NOVOS COMPONENTES

A NOVA RASPBERRY
PI PICO 2
Renato Paiotti

Em agosto de 2024, foi anunciado o lançamento da Raspberry Pi Pico


2, uma placa de desenvolvimento projetada para substituir sua anteces-
sora e trazer diversas melhorias. Neste artigo, exploraremos as princi-
pais mudanças e as novas possibilidades que essa versão oferece.
No mercado de desenvolvimento em sistemas embarcados temos di-
versas placas conhecidas entre os engenheiros e makers, placas que
visam otimizar o tempo de lançamento de produtos, suporte à códigos
e exemplos, como a implementação final usando o microcontrolador da
placa de desenvolvimento no projeto final. Este é o caso da Raspberry
Pi Pico 2, onde o desenvolvedor pode criar todo o sistema, testar e
validar o funcionamento e depois criar a sua própria placa utilizando o
microcontrolador no projeto, que no caso da Pi Pico 2 é o RP2350.
Quando a Fundação Raspberry lançou a Pi Pico 2, teve como objetivo,
criar uma placa de desenvolvimento barata (5 dólares), uma placa com
maior desempenho que sua anterior e focada em segurança.
Algumas das mudanças foram o aumento da velocidade do clock que
passou de 133 para 150 MHz na versão 2, memória flash QSPI de 4 MB

40 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 24 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


(antecessora era de 2 MB), SRAM de 540 KB (antecessora era de 264
KB), a possibilidade de utilizar tanto a arquitetura RISK-V como Cartex-
-M33 entre outros.
A Pi Pico 2 possui 26 GPIOs configuráveis, onde o usuário poderá
configurar algumas portas como I2C, SPI, UART, PWM, com também
utilizar 4 portas para ADC, ou 12 portas para PIO (Entradas e Saídas
Programáveis), trabalhando numa tensão entre 1,8 V e 5 V.
Na figura 1, temos a pinagem da Pi Pico 2 com as suas funções.

Figura 1
MAKER OU INDÚSTRIA?
Uma dúvida muito comum é quando utilizar na indústria “algo” que é
utilizado por “makers”, mas o certo é “o que” deve ser utilizado nas mon-
tagens “makers” ou nas montagens “industriais”. Isso porque toda placa
de desenvolvimento é para ajudar o engenheiro a prototipar algo para
testes, ganhando assim tempo.
Por exemplo: imagine que você precise desenvolver um sistema para
separar frutas em uma esteira. Durante a fase inicial, você pode usar
a Pico 2 para conectar sensores e atuadores, realizar testes e validar
o desempenho do sistema. Após concluir essa etapa, você pode criar BIBLIOGRAFIA
sua própria placa personalizada, utilizando apenas o microcontrolador
Raspberry Pi Pico 2 Datasheet
RP2350 da Pi Pico 2, eliminando as conexões desnecessárias e redu-
zindo os custos. https://datasheets.raspberrypi.
com/pico/pico-2-datasheet.pdf
Raspberry Pi Pico-series Python
MAS POSSO UTILIZAR A PI PICO 2 NO PRODUTO FINAL?
SDK
Conheço diversas aplicações finais com a Pi Pico 2 que estão funcio-
https://datasheets.raspberrypi.
nando bem, aplicações que precisam de poucas placas para o projeto fi-
com/pico/raspberry-pi-pico-py-
nal, e isso responde à pergunta, que podemos sim utilizar a Pi Pico 2 em
thon-sdk.pdf
produtos finais, mas pra que levar “um trem inteiro se você só precisa da
locomotiva?”, ou seja, pra que levar “toda a placa de desenvolvimento Raspberry Pi Pico-series C/C++
se você só precisa do microcontrolador?” SDK
Por este motivo é importante separar bem as coisas, Pi Pico 2 é uma https://datasheets.raspberrypi.
ferramenta de desenvolvimento e o RP2350 é um poderoso microcon- com/pico/raspberry-pi-pico-c-sdk.
trolador que equipa a Pi Pico 2. pdf

41
TECNOLOGIA

NOVAS ARQUITETURAS DE
COMUNICAÇÃO VEICULAR
Newton C. Braga

Do tempo em que tínhamos apenas uma bateria para alimentar um


sistema de ignição e eventualmente os faróis, a eletricidade do automó-
vel evoluiu a ponto de se tornar eletrônica e com isso a complexidade
dos dispositivos aumentou num grau exponencial. Se bem que isso te-
nha trazido conforto e segurança, também aumentou os custos, comple-
xidade da fiação e finalmente a probabilidade de falhas.
Chegamos a uma nova era no modo como os dispositivos que fazem
parte de um automóvel comum e de outros veículos são interligados e
se comunicam. Uma nova arquitetura promete melhorar, não apenas o
desempenho, mas também a segurança, a redução de custos e a pro-
babilidade de defeitos.

Rede CAN
A tecnologia mais usada até agora tem sido baseada na comunicação
de um dispositivo de controle central com dispositivos que devem ser
controlados e sensores através de uma rede física, denominada rede
CAN (Controller Area Network), conforme mostra a figura 1.

42 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 1 – A rede CAN

Nela temos um controlador central que reúne todas as tarefas que


devem ser realizadas pelos dispositivos eletrônicos, elétricos e os sen-
sores que fazem parte do veículo.
A comunicação é feita por cabos. Com isso, à medida que o número
de dispositivos foi aumentando, a fiação se tornou pesada e cara e a
probabilidade de falhas aumentou exponencialmente.
Mas, o pior é que estando centralizadas as funções, existe o perigo
que uma falha num dispositivo de menor importância que não afete o
funcionamento geral do veículo possa levar a uma disfunção central que
coloca em risco todo o sistema.
Como resolver tudo isso? A complexidade dos sistemas veiculares só
tende a aumentar pelo aumento de comodidades e mesmo de novos
dispositivos de segurança, conforto e navegabilidade.

ARQUITETURA VEICULAR DESCENTRALIZADA OU ZONAL


Uma ideia que está sendo colocada em prática e que deve fazer parte
dos novos veículos é a arquitetura descentralizada. Em lugar de termos
um controlador central que gerencia todos os dispositivos do veículo,
como sistemas efetores e sensores, temos um sistema central que se
comunica com processadores setoriais ou zonais que processam os si-
nais dos dispositivos que eles devem controlar ou receber informações,
conforme mostra a figura 2.

Figura 2 – A Arquitetura Veicular Descentralizadas

43
TECNOLOGIA

Isso traz enormes vantagens tanto em termos de fiação com a redu-


ção dos custos e do peso, como também da confiabilidade do sistema
como um todo.

Se o sistema que controla a altura e posição dos bancos falha, o ajus-


te pode automaticamente ser colocado numa posição manual e a comu-
nicação cortada com o controle central, sem que isso afete o funciona-
mento do veículo.

Numa rede CAN, conforme a falha nesse sistema ela poderia induzir
o controle central a interpretações ou falhas capazes de afetar o funcio-
namento do veículo como um todo.

Com sistemas inteligentes de controle descentralizados isso não ocor-


re, uma falha não se propagaria afetando o restante do veículo, pois não
chegaria ao controlador central.

Além disso, temos diversas outras vantagens que discutimos a seguir:

A primeira está numa simplificação da atualização e dos serviços de


manutenção que exigiriam o diagnóstico de problemas apenas no setor
que o apresenta. E, em caso de necessidade de atualização, seria mais
fácil fazer isso apenas no setor que o exige.

Também temos a segurança a ser considerada. Isso significa que


havendo um hub central ele poderia reunir as medidas de segurança
protegendo as demais partes. É claro que tudo isso também implica em
vantagens no custo e no desempenho.

Com a descentralização, as unidades separadas podem trabalhar iso-


ladamente com algoritmos mais complexos de uma forma mais rápida, o
que vai melhorar o desempenho do veículo. E, é claro, temos um custo
menor na implementação com menos cabos que, conforme vimos, re-
presentam peso e gasto considerável para implementação.

Mas existem outras vantagens a serem consideradas:

Projeto Modular:- Uma vantagem importante a ser considerada é a


possibilidade de termos um projeto modular. Assim, cada setor tem sua
unidade própria que pode ser criada de forma independente facilitando
tanto a instalação como a manutenção.

As atualizações podem ser feitas por setores conforme a demanda.


Esta é outra vantagem.

Outra vantagem que deve ser incluída é que operando de forma inde-
pendente, podemos trabalhar com a tolerância a falhas de acordo com
cada ambiente em que o setor controlado apresenta. Isso implica em
maior flexibilidade para o projeto e para a própria tolerância e resistência
ao ambiente dos componentes usados.

Mas, sem dúvida, a maior vantagem está na redução da fiação. Não


apenas os problemas que podem ocorrer com uma fiação pesada que
às vezes precisa passar por lugares difíceis e estar sujeitas a maiores
problemas de falhas como também seu custo e peso.

44 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 3 – Cabos da fiação elétrica são uma boa parcela do peso dos veículos

Com relação ao software, também existem vantagens significativas a


serem consideradas.
Os códigos utilizados atualmente na programação veicular se apro-
ximam de 500 milhões de linhas e quando chegarem a esse ponto as
arquiteturas tradicionais centralizadas não funcionarão mais.
Além do trabalho enorme para a produção desses códigos, devemos
levar em conta que a probabilidade de que ocorram falhas aumenta ex-
ponencialmente com seu tamanho. O diagnóstico de problemas se torna
difícil e trabalhoso, o que eleva os custos de criação das empresas au-
tomotivas e impactam diretamente na confiabilidade de seus produtos
em caso de falhas.
A alternativa justamente está na utilização de arquiteturas distribuídas.
Cada ECU terá então seu próprio código aliviando a ECU central da
necessidade de processar códigos excessivamente longos e, portanto,
mais sujeitos a falhas.
Segundo se espera, essas transformações vão facilitar, não apenas
a vida do mecânico e do fabricante, mas levar os usuários a uma expe-
riência melhor ao utilizar seu veículo que poderá atender melhor às suas
necessidades como também aumentar sua confiabilidade e até baixar
seu custo.
Para os nossos leitores, saber como isso funciona significa estar por
BIBLIOGRAFIA:
dentro das novas tecnologias e também estar preparado para o desen-
volvimento de produtos que se enquadrem nessa nova arquitetura se https://br.mouser.com/applica-
pretendem focar a área dos automotivos. tions/automotive-central-body-
-control/
A Mouser Electronics tem diversos artigos sobre o assunto em seu site
e também já tem a disponibilidade de produtos relacionados que podem https://br.mouser.com/applica-
ser utilizados em novos projetos. tions/automotive-applications/

45
TECNOLOGIA

CONHEÇA A
TECNOLOGIA OTL
Newton C. Braga

Os mais antigos que montaram muitos amplificadores valvulados cer-


tamente conhecem. Mas, mesmo os mais modernos que ainda curtem
essa tecnologia sabem o que é. Vamos explicar. OTL significa Output
Transformerless ou saída sem transformadores. Como todos sabem um
dos componentes caros de um bom amplificador de áudio é o transfor-
mador de saída.

Ele é tanto maior e mais pesado quanto maior for a potência do am-
plificador. Ele é necessário porque as válvulas na configuração normal
dos amplificadores, push-pull classe B, têm alta impedância de saída e
os alto-falantes são de baixa, exigindo a presença desse componente
conforme mostra a figura 1.

46 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 1 – Um amplificador com saída classe B

Isso também ocorre com os transistores, que numa configuração nor-


mal classe B precisa de um transformador de saída para casar a alta im-
pedância do circuito com a baixa impedância do alto-falante, conforme
mostra a figura 2.

Figura 2 – Saída classe B com transistores

Mas, se com os transistores é possível obter o sinal amplificado com


baixa impedância, eliminando a necessidade do transformador, por que
não fazer o mesmo com as válvulas.

Assim, isso realmente é possível se analisarmos o circuito com tran-


sistor mostrado na figura 3, em que usamos uma configuração de cole-
tor comum tirando o sinal do emissor.

Nossos antepassados que só conheciam a válvula não sabiam que


era possível fazer isso com transistores, que ainda não existiam, mas
sabiam que, da mesma forma que os transistores, as válvulas podiam
ser utilizadas com 3 configurações, conforme mostra a figura 4.

47
TECNOLOGIA

Figura 3 – A configuração de coletor comum em dois circuitos


Figura 4 – As configurações das válvulas

Na configuração e catodo comum, que equivale a configuração de


emissor comum, temos uma alta impedância de entrada e uma alta im-
pedância de saída. Na configuração de grade comum, que equivale à
configuração de base comum temos baixa impedância de entrada e alta
impedância de saída; finalmente, na configuração de anodo comum ou
placa comum, equivalente à configuração de coletor comum temos alta
impedância de entrada e baixa impedância de saída. Essa é a configu-
ração que nos interessa.

Conforme mostra a figura 5, num amplificador valvulado comum te-


mos um pesado transformador de saída que abaixa a impedância das
etapas valvuladas de modo a poder excitar o alto-falante.

Figura 5 – A etapa classe B

No entanto, podemos tirar o sinal dos catodos das válvulas, exata-


mente como fazemos com uma etapa complementar transistorizada.
Temos então o circuito da figura 6.

48 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 6 – A etapa OTL

A impedância não é tão baixa como a que obtemos com circuitos tran-
sistorizados, mas suficientemente baixa para podermos usar alto-falan-
tes até uns 200 ohms, o que ocorria no passado.
Na figura 7, temos um amplificador completo com saída OTL forne-
cendo uma boa potência.

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TECNOLOGIA

Figura 7 – Amplificador OTL - da internet

Esse amplificador tem 25 W de saída em carga de 8 ohms e 40 W em


carga de 16 ohms.
Na figura 8 a montagem do autor que pode ter sua construção vista
no artigo do link abaixo. No artigo, além da montagem, o autor fornece o
diagrama da fonte de alimentação.
https://audioxpress.com/article/your-can-diy-a-25w-otl-tube-amplifier

BIBLIOGRAFIA:
https://www.atma-sphere.com/ Figura 8 – O amplificador montado
en/ma-1.html
Naquela época havia então alto-falantes apropriados para este tipo
https://www.newtoncbraga.com. de circuito, que tinham impedância que se casava com essas etapas de
br/index.php/valvulados saída sem a necessidade de se empregar um transformador de saída.

50 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


51
TECNOLOGIA

COMO FUNCIONA O
DIODO SCHOTTKY
Newton C. Braga

Os diodos retificadores de estado sólido são componentes de grande


importância para eletrônica, sendo encontrados em diversas versões,
com diversos materiais básicos como o silício, germânio etc. Com o pas-
sar do tempo, a descoberta de novas tecnologias tem levado a diodos
com características especiais que encontram aplicações específi-
cas, como é o caso dos diodos Schottky. Veja neste artigo o que
são os diodos Schottky e onde são usados.
Os diodos Schottky não são componentes novos. Já estão em
uso há mais de 30 anos, principalmente na manufatura de fontes
de alimentação.
Mas, o que têm esses diodos de diferente dos demais? Quan-
do analisamos a curva característica dos diodos comuns, vemos
que para que eles comecem a conduzir é preciso que uma tensão
mínima seja atingida. Essa tensão é necessária para se romper a
barreira de potencial que se manifesta na junção do diodo. Para os
tipos comuns como os diodos de silício, essa barreira exige uma
Figura 1 tensão da ordem de 0,7 V, conforme mostra a figura 1.

52 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Também observamos que os diodos comuns, como os de
silício usados em fontes, são dispositivos lentos precisando de
algum tempo para começar a conduzir e mais, tempo para se
recuperar do estado de condução quando a polaridade da ten-
são aplicada se inverte. Este tempo de recuperação inversa
ou “reverse recovery” é especialmente importante em muitas
aplicações. O que ocorrem é que, ao invertermos a polariza-
ção de um diodo, para que ele passe do estado de condução
para não condução, no intervalo do processo o diodo não blo-
queia a corrente e conduz ainda mesmo quando a tensão já
foi invertida, conforme mostra a figura 2.
Figura 2
Se bem que o intervalo de tempo em que isso ocorre seja muito
pequeno, existem aplicações sensíveis, principalmente aquelas em que
o diodo precisa comutar rapidamente, em que isso não é admitido. Es-
sas características indesejáveis nos diodos comuns são superadas em
grande parte pelos diodos Schottky.

O DIODO SCHOTTKY
Em primeiro lugar os diodos Schottky começam a conduzir com uma
tensão extremamente baixa, muito menor do que as dos diodos de silí-
cio comuns usados em retificação. Além disso, a corrente de fuga que
circula por um diodo Schottky, quando polarizado no sentido inverso, é
menor do que a que encontramos nos diodos de silício, conforme mos-
tra a figura 3.

Figura 3

O tempo de comutação, por outro lado, é extremamente baixo, da


ordem de menos de 100 picos segundos o que permite seu uso em
circuitos de frequências muito altas. Para o tempo de recuperação inver-
sa também temos excelentes características desses diodos. Além dos
tempos serem muito curtos, a recuperação é suave, o que garante um
“overshoot” reverso muito pequeno quando eles comutam do estado de
plena condução para não condução.
Na prática isso tem alguns benefícios importantes, como a não neces-
sidade de se usar filtros “snubbers” nos circuitos para evitar o apareci-
mento de altas tensões nos dispositivos comutadores devido à velocida-
de de comutação.

53
TECNOLOGIA

NA PRÁTICA

No início, o principal problema que o projetista que pretende usar


diodos Schottky encontrava é que os tipos comuns raramente tinham
tensões reversas que superavam os 100 V. (Vrrm). No entanto, hoje te-
mos diodos Schottky com tensões reversas máximas maiores, podendo
superar os 500 V.

O problema é que, quando se fabricam diodos Schottky com maiores


tensões reversas, também aumenta a tensão direta necessária à condu-
ção e aí suas propriedades de condução se aproximam das dos diodos
comuns, não havendo, portanto, vantagem em usá-los. As propriedades
dos diodos Schottky são determinadas pela altura da barreira de energia
do material depositado no silício no processo de fabricação.

Um metal com uma barreira de energia mais baixa minimiza a tensão


direta, mas também restringe a capacidade de operação em altas tem-
peraturas. Além disso, passam a ocorrer correntes de fuga maiores.

Por outro lado, uma barreira maior minimiza a temperatura e as fugas,


mas aumenta a tensão direta necessária à condução. Assim, dependen-
do da aplicação, os fabricantes devem jogar com essas características
de modo a obter um diodo que tenha as características desejadas. Na
figura 4 temos um exemplo de estrutura adotada para a fabricação de
um Diodo Schottky pela Microsemi.

Nessa estrutura temos um anel que envolve a região p-n o qual fun-
ciona como supressor para a absorção da energia reversa. De qualquer
forma, podemos encontrar uma ampla variedade de circuitos, principal-
mente que exigem a retificação com alto rendimento e baixas perdas de
tensões com frequências elevadas, que fazem uso dos diodos Schottky.

BIBLIOGRAFIA

DUAL SCHOTTKY DIODE BRIDGE

Texas Instruments: https://www.ti.com/lit/ds/symlink/uc3610.pdf

54 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


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55
TECNOLOGIA

CALCULADORA PERSONALIZADA
DE CORRENTE NOMINAL
Dr. Richard Blakey

NOTA DE APLICAÇÃO ANP138 – WÜRTH ELETRONIK EISOS®


Tradução, edição e revisão por A.C.Gasparetti

INTRODUÇÃO
A definição de corrente nominal continua a variar entre os fabricantes
de componentes passivos na indústria de eletrônica de potência, apesar
da adoção da norma IEC 62024-2, que descreve especificamente como
a corrente nominal deve ser medida.
A norma IEC 62024-2 trata dos métodos de medição da corrente de
saturação de indutores usados em dispositivos eletrônicos de peque-
no porte. Essa corrente de saturação é definida como o ponto em que
a indutância cai a uma fração específica de seu valor inicial devido à
saturação do núcleo magnético. A norma fornece orientações sobre as
condições de teste, os equipamentos necessários e os critérios para as-
segurar a precisão e a reprodutibilidade das medições, sendo relevante
para projetistas e fabricantes de componentes eletrônicos.
Por conta disso, ainda podem surgir equívocos sobre o que esse pa-
râmetro realmente representa e como os engenheiros de projeto podem
utilizá-lo. Ele é um parâmetro absoluto? Os valores de corrente nominal

56 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


de diferentes fabricantes são diretamente comparáveis? A resposta para
essas perguntas é não.
Como resultado, é possível que componentes de alguns fabricantes
pareçam melhores à primeira vista do que os de outros. No entanto, os
engenheiros de projeto e de componentes devem sempre se esforçar
para entender completamente como um fabricante mede seus compo-
nentes para relatar os parâmetros de corrente nominal, em vez de acei-
tar esses valores superficialmente.
Com isso em mente, a Würth Elektronik desenvolveu um modelo tér-
mico que calcula a corrente nominal de indutores de potência, consi-
derando dimensões específicas de trilhas em uma PCB. Isso dará aos
engenheiros de projeto e de componentes a capacidade de explorar
como a corrente nominal das peças é afetada por diferentes dimensões
de condutores usadas na PCB.

COMO AS DIMENSÕES DA PCB AFETAM A CORRENTE NOMI-


NAL?
Uma explicação do comportamento térmico de indutores de potência
pode ser encontrada na ANP096 – O que os valores de corrente nominal
significam? em www.we-online.com.
A ANP096 é uma especificação técnica que define padrões e orienta-
ções para a medição de parâmetros elétricos e magnéticos de induto-
res e transformadores. Ela foi desenvolvida pela Würth Elektronik para
complementar normas internacionais como a IEC 62024, com foco em
aplicações práticas.
Principais aspectos da ANP096:
1. Corrente de Saturação: Define métodos precisos para medir a cor-
rente em que o núcleo magnético do indutor entra em saturação.
2. Corrente de Perda (Irms): Estabelece critérios para determinar a
corrente máxima suportada sem superaquecimento significativo.
3. Condições de Teste: Especifica as condições ideais de frequência,
temperatura e circuitos de teste para garantir resultados reprodu-
tíveis.
4. Componentes Aplicáveis: Enfatiza indutores e transformadores
usados em conversores de potência, equipamentos portáteis e
eletrônica de alta eficiência.
O objetivo da ANP096 é garantir medições confiáveis e consistentes,
atendendo às necessidades dos projetistas que dependem de dados
precisos para otimizar circuitos eletrônicos.
Como as dimensões das trilhas da PCB influenciam o aumento de
temperatura do indutor são descritas e resumidas na nota de aplicação
referenciada.
Resumidamente, trilhas mais largas e com maior espessura de cobre
reduzem a resistência térmica de condução, aumentando o fluxo de ca-
lor conduzido pelo indutor. À medida que a área de superfície do condu-
tor aumenta, a resistência térmica de convecção e radiação é reduzida,
aumentando a transferência de calor por convecção e radiação para o
ambiente.

57
TECNOLOGIA

Nesse cenário de aumento das dimensões, mais calor é transferido


para o ambiente, reduzindo a temperatura operacional do indutor. Isso
também significa que uma corrente mais alta pode ser aplicada à peça
para atingir a mesma temperatura que seria atingida ao usar uma PCB
com dimensões de condutores menores.

Agora, podemos ver como as dimensões dos condutores da PCB afe-


tam o valor relatado de corrente nominal nas folhas de dados. Mais uma
vez, PCBs de teste com grandes dimensões ou espessuras de condu-
tores podem ser usadas para aumentar os valores de corrente nominal.
Essas informações podem não ser especificadas nas folhas de dados,
deixando espaço para interpretações equivocadas por engenheiros de
projeto e de componentes. Isso foi demonstrado na ANP096.

CALCULADORA DE CORRENTE NOMINAL

Para definir a corrente nominal de componentes medida em diferen-


tes dimensões de condutores de PCB, a Würth Elektronik disponibili-
zou uma ferramenta online chamada Calculadora de Corrente Nominal,
acessível pelo REDEXPERT, que permite ao usuário inserir as dimen-
sões desejadas do condutor de cobre (Figura 1).

O REDEXPERT é uma ferramenta online desenvolvida pela Würth


Elektronik, projetada para ajudar engenheiros e projetistas na seleção e
análise de componentes passivos, como indutores, capacitores e trans-
formadores. Ele oferece cálculos e simulações detalhadas com base
nos parâmetros reais de componentes, permitindo avaliar o desempe-
nho em diferentes condições de operação.

Principais funcionalidades do REDEXPERT:

1. Seleção de Indutores: Ajuda a escolher indutores com base em


aplicações específicas, como conversores DC-DC, com visualiza-
ção de curvas de perda e eficiência.

2. Simulação de Circuitos: Permite simular o comportamento do


componente no circuito, considerando fatores como temperatura
e frequência.

3. Dados Reais: Baseado em medições reais realizadas pela Würth


Elektronik, garantindo precisão maior do que simulações teóricas.

4. Exportação e Integração: Oferece arquivos para importação em


softwares de simulação, como LTspice, facilitando o fluxo de tra-
balho.

É amplamente utilizado na indústria para otimizar designs de circuitos


e reduzir o tempo de desenvolvimento de projetos.

58 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Figura 1: Interface de usuário da Calculadora de Corrente Nominal com
dimensões IEC62024-2 Classe A de 5 mm inseridas.

Após o usuário inserir as dimensões, uma coluna chamada Custom IR


(corrente nominal personalizada) é adicionada à tabela de parâmetros
(Figura 2), além de o gráfico de aumento de temperatura ser atualizado
para refletir as novas dimensões dos condutores (Figura 3).

Figura 2: Corrente nominal da folha de dados (à esquerda) e corrente


nominal personalizada (à direita) com base nas dimensões inseridas na
interface do usuário. Observe como esse valor é diferente do encontrado na
folha de dados. Portanto, o condutor da PCB é muito estreito.

Esses cálculos utilizam um modelo numérico que é baseado e valida-


do por medições de componentes em diferentes tamanhos de trilhas de
PCB. Dessa forma, o usuário pode visualizar a corrente nominal para
indutores de potência da Würth Elektronik em diferentes tamanhos de
condutores de cobre.
Os resultados podem ser usados para comparações com outros in-
dutores de potência ou para estimar a corrente nominal de uma peça
quando soldada à PCB de aplicação. É importante notar que, ao usar

59
TECNOLOGIA

Figura 3: Gráfico de aumento de temperatura com base nas dimensões


inseridas na interface do usuário.

a ferramenta para estimar a corrente nominal na aplicação final, deve-


-se lembrar que outros componentes contribuirão para a distribuição de
calor na PCB. Componentes como CIs e capacitores podem aumentar
a temperatura da PCB ou, no caso de dissipadores de calor, reduzi-la.
Exemplo – Indutor WE-LHMI (74437346068)
Este componente possui uma corrente nominal de desempenho de
4,45 A (Figura 4), medida em uma PCB IEC 62024-2 Classe C.
Uma PCB (Placa de Circuito Impresso) IEC 62024-2 Classe C refere-
-se a uma placa projetada para atender aos critérios definidos na norma
IEC 62024-2 para medições de indutores em dispositivos de pequeno
porte. A Classe C, nesse contexto, especifica requisitos particulares,
como o tipo de circuito, as condições de teste e a precisão para medi-
ções de indutância e corrente de saturação.
Características principais de uma PCB Classe C:
1. Alta Precisão: Projetada para fornecer medições confiáveis de in-
dutância e corrente de saturação em componentes testados.
2. Baixo Ruído: O design minimiza interferências externas para ga-
rantir que os resultados sejam precisos.
3. Compatibilidade: Atende aos padrões de medição definidos pela
IEC 62024-2, o que significa que é adequada para testes labora-
toriais e industriais de indutores.
4. Usos Específicos: Geralmente empregada em aplicações que re-
querem validação rigorosa das especificações de componentes
magnéticos, como indutores para eletrônicos portáteis.
O gráfico mostra o aumento de temperatura em função da corrente DC
para esse componente nas PCBs Classe A 5 mm, Classe C e Classe
D. Além disso, o gráfico exibe os pontos de dados da Calculadora de
Corrente Nominal disponível na interface do usuário do REDEXPERT.

60 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Os valores calculados são comparáveis aos obtidos em medições
práticas. Essa comparação demonstra como a Calculadora de Corrente
Nominal determina a corrente com precisão relativa em comparação às
medições reais. Também ilustra como a corrente nominal de um compo-
nente é altamente dependente das dimensões dos condutores da PCB,
permitindo que o indutor opere com correntes mais altas do que as indi-
cadas na folha de dados.
Adicionalmente, a comparação mostra que os valores de corrente no-
minal servem como referência para a seleção de indutores antes da pro-
totipagem. Deve-se lembrar que esses são parâmetros básicos, consi-
derando apenas correntes DC e sem outros componentes geradores de
calor na PCB. Em condições reais, perdas em AC e os efeitos térmicos
de componentes adjacentes devem ser considerados, pois são respon-
sáveis pela maior parte das perdas em frequências de chaveamento
mais altas.

Figura 4: Comparação de auto aquecimento do WE-LHMI 74437346068


em diferentes PCBs IEC 62024-2 e a corrente calculada para um aumento
de temperatura de 40K usando a Calculadora de Corrente Nominal (pontos
de dados).

CONCLUSÃO
Os valores de corrente nominal encontrados em folhas de dados ser-
vem como guias para a seleção de indutores de potência. No entanto,
o aumento de temperatura em indutores de potência pode ser influen-
ciado pelas dimensões dos condutores da PCB nos quais são testados.
Essas dimensões nem sempre são comparáveis entre fabricantes,
criando uma falsa percepção sobre o que os valores de corrente nomi-
nal realmente representam. Comparar componentes similares de dife-
rentes fabricantes na mesma PCB revela que o desempenho térmico é
quase análogo.
Por isso, a Würth Elektronik desenvolveu a ferramenta online Calcu-
ladora de Corrente Nominal, que determina a corrente nominal de indu-
tores de potência da empresa em uma PCB com trilhas escolhidas pelo
usuário. Essa ferramenta permite estimar o valor da corrente nominal REFERÊNCIAS
para a aplicação final ou comparar valores de corrente nominal de indu-
ANP085a | 2024/11/12
tores de outros fabricantes, desde que as dimensões das trilhas da PCB
WÜRTH ELEKTRONIK EISOS®
de teste sejam especificadas.
www.we-online.com
A ferramenta de software REDEXPERT pode ser acessada no ende-
ANP096 | 2021-03-29
reço:
WÜRTH ELEKTRONIK EISOS®
https://www.we-online.com/en/support/design-tools/redexpert www.we-online.com

61
TECNOLOGIA

CAMPOS PRÓXIMOS E DISTANTES,


CAMPOS ESTÁTICOS E DINÂMICOS,
E CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS
MSc. Eng.Prof. Antonio Carlos Gasparetti

INTRODUÇÃO

A interação entre os campos elétrico e magnético é essencial


para a compreensão dos fenômenos eletromagnéticos e a propagação
de ondas. As equações de Maxwell fornecem a base matemática para
modelar esses campos e suas interações. Este artigo explora a distin-
ção entre campos próximos e distantes, campos estáticos e dinâmicos,
e como essas categorias se relacionam com o conceito de campo ele-
tromagnético.

INDUÇÃO VS. IRRADIAÇÃO

Campos Induzidos (Near Field)

Em regiões próximas , os campos e estão fortemente


acoplados e armazenam energia ao redor da fonte, como em antenas
de baixa frequência (Griffiths, 2017, p. 162).

62 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Campos Irradiados (Far Field)
Em regiões distantes os campos se desacoplam e se pro-
pagam como ondas eletromagnéticas, irradiando energia (Jackson,
1998, p. 138).
A definição de campos acoplados e desacoplados refere-se à intera-
ção entre os campos elétrico ( ) e magnético ( ) em diferentes regi-
mes de propagação de ondas eletromagnéticas.
Campos Acoplados
Campos acoplados são aqueles em que a componente elétrica (
) e componente magnética ( ) estão fortemente interligadas, o que
significa que elas não podem ser descritas independentemente uma da
outra. Em um sistema com campos acoplados, a variação de um campo
(por exemplo, ) afeta diretamente o outro campo (por exemplo, ( ),
e ambos interagem de maneira significativa.
Isso é comum em regiões próximas à fonte de radiação, como no cam-
po próximo (Near Field), onde as ondas eletromagnéticas ainda não se
propagaram eficientemente. Nessas regiões, os campos não irradiam
energia de maneira significativa, mas podem armazenar energia no es-
paço ao redor da fonte (Griffiths, 2017).
Campos Desacoplados
Campos desacoplados ocorrem quando a componente elétrica ( ) e
a componente magnética ( ) se tornam independentes uma da outra.
Em regiões distantes da fonte de radiação, como no campo distante
(Far Field), as ondas eletromagnéticas se propagam de maneira desa-
coplada, com os campos e perpendicularmente orientados entre
si e à direção de propagação. Nessa região, os campos podem irradiar
energia de maneira eficiente, e cada componente (elétrico e magnético)
pode ser analisado separadamente, sem uma forte interação entre am-
bos (Jackson, 1998).

CAMPO PRÓXIMO E CAMPO DISTANTE


Os campos eletromagnéticos podem ser classificados em duas re-
giões principais: campo próximo e campo distante.
Campo Próximo (Near Field)
Na região próxima à fonte de radiação , onde r é a distância
da fonte e λ o comprimento de onda) os campos e são fortemente
acoplados. Isso significa que sua interação é dominada por componen-
tes não radiativos, armazenando energia ao redor da fonte. Exemplos in-
cluem circuitos oscilantes ou antenas próximas (Griffiths, 2017, p. 162).
Campo Distante (Far Field)
Na região mais afastada da fonte , os campos e tor-
nam-se desacoplados e propagam-se como ondas eletromagnéticas.
Nessa região, os campos e são perpendiculares entre si e à dire-
ção de propagação , formando uma onda que irradia energia. O com-
portamento do campo distante é fundamental para a análise de radiação
(Jackson, 1998, p. 138).

63
TECNOLOGIA

CAMPOS ESTÁTICOS
Campo Elétrico Estático
Os campos elétricos estáticos são criados por cargas fixas. A inten-
sidade do campo pode ser descrita pela Lei de Gauss para o Campo
Elétrico:

onde ρ é a densidade de carga e ϵ0 é a permissividade elétrica do


vácuo (Griffiths, 2017, p. 74).
Campo Magnético Estático
Criado por correntes constantes ou pela magnetização de materiais,
o campo magnético estático obedece à Lei de Gauss para o Campo
Magnético:

Isso implica que o campo magnético sempre forma linhas fechadas


(Jackson, 1998, p. 121).

CAMPOS DINÂMICOS
Campo Elétrico Dinâmico
A variação temporal do campo magnético induz um campo elétrico
dinâmico, conforme a Lei de Faraday:

Esse fenômeno é essencial em circuitos de alta frequência, como


transformadores (Fleisch, 2008, p. 109).
Campo Magnético Dinâmico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁ-
FICAS (ABNT) O campo magnético dinâmico surge de correntes variáveis ou da va-
riação do campo elétrico. A Lei de Maxwell-Ampère descreve esse com-
1. GRIFFITHS, David J. Intro-
portamento:
duction to Electrodynamics.
4. ed. Cambridge: Cambrid-
ge University Press, 2017.
2. JACKSON, John David.
Classical Electrodynami-
cs. 3. ed. New York: Wiley, onde é a densidade de corrente elétrica (Jackson, 1998, p. 281).
1998. Campo Eletromagnético e Relação Vetorial
3. FLEISCH, Daniel. A Stu- O campo eletromagnético combina os campos e , que são per-
dent’s Guide to Maxwell’s pendiculares entre si e ao vetor de onda . A intensidade da onda é
Equations. Cambridge: dada pelo vetor de Poynting:
Cambridge University Press,
2008.
4. KRAUS, John D.; CARVER,
Keith R. Electromagnetics. onde é a intensidade do campo magnético. Este vetor des-
2. ed. New York: McGraw- creve a densidade de fluxo de energia propagada pela onda (Kraus &
-Hill, 1973. Carver, 1973, p. 37).

64 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


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65
DIVERSOS

Ficha: 097 Defeito: Totalmente Inoperante


Marca: Elsys Aparelho/Modelo: Receptor Satélite 2.0 Black
Autor: Alexandre J. Nário

Inicialmente suspeitei de problemas


na fonte chaveada, mas as tensões na
saída estavam corretas e sem ripples.
Fui então ao circuito do microcontrolador
U401, mais especificamente ao setor de
clock e reset. Ao chegar aos componen-
tes responsáveis pelo clock, encontrei o
resistor R425, em paralelo com o cristal,
aberto. Troquei o resistor R425 (1MΩ) e
o receptor voltou funcionar.

Ficha: 099 Defeito: Não liga (LED stand by piscando)


Marca: Semp Toshiba Aparelho/Modelo: TV LED DL3977I
Autor: Alexandre J. Nário

Comecei as análises pelo


secundário da fonte chaveada,
constatando que as tensões
12V e 24V estavam pulsando.
Fui então ao circuito primário
da fonte, medindo a tensão
no terminal 1 que alimenta o
integrado controlador PWM
ICP1. A tensão também estava
oscilando. Após algumas ob-
servações, verificando os com-
ponentes com ligação a este
terminal, encontrei o diodo
DP9 com muita fuga (pratica-
mente em curto). Ao ser subs-
tituído o diodo DP9 (1N4007),
o televisor voltou a operar no-
vamente.

66 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


Ficha: 098 Defeito: Totalmente Inoperante
Marca: Sony Aparelho/Modelo: Mini System HCD-EX99
Autor: Alexandre J. Nário

Primeiramente verifiquei que


as tensões no secundário da
fonte estavam ausentes, oca-
sionando a total inoperância do
aparelho. Concentrei minhas
análises pelo primário, pois a
fonte não estava oscilando. De
posse do esquema elétrico, rea-
lizei medições de tensões e tes-
tes de componentes em torno do
integrado IC930, foi quando en-
contrei o diodo zener D932 (22V)
apresentando fugas. Feita a sua
troca, o funcionamento do apa-
relho foi restabelecido.

Ficha: 100 Defeito: Não liga


Marca: H-BUSTER Aparelho/Modelo: TV LCD HBTV3201HD
Autor: Alexandre J. Nário

Pelos sintomas apresentados, iniciei verificando o primário da fonte de alimentação. Na maio-


ria dos diversos pontos críticos do circuito as tensões estavam com os valores corretos em relação ao
diagrama esquemático. Ao testar os componentes responsáveis pela iniciação da fonte, encontrei o
capacitor eletrolítico C22 (47uF/35V) com fugas elevadas. Fiz sua troca e o televisor voltou a funcionar.

67
COMPONENTES EM DESTAQUE
Estar sempre em dia com o que há de mais novo em termos de produ-
tos de alta tecnologia, componentes e tudo mais é de vital importância
para o desenvolvedor, para o professor, para o técnico, para os estu-
dantes e mesmo para os amadores. Assim, nesta seção focalizamos as
novidades e lançamentos diretamente do site da Mouser Electronics.
Escolhemos os mais recentes e damos uma breve visão de suas ca-
racterísticas e finalidade, sempre terminando com um link onde se pode
acessar informações adicionais como o próprio datasheet e sua obten-
ção através da Mouser Electronics.

VISHAY SEMICONDUCTORS MXP120A080FW MAXSIC™ MOS-


FET DE CANAL N
O MOSFET de canal N MaxSic™ da Vishay Semiconductors MX-
P120A080FW apresenta tensão de dreno-fonte de 1200 V, velocidade
de comutação rápida e tempo de resistência a curto-circuito de 3 μs.
Este MOSFET também apresenta dissipação de potência máxima de
139 W (Tc=25 °C) e corrente de dreno contínua de 29 A (Tc=25 °C). O
MOSFET MXP120A080FW é livre de halogênio e está disponível em um
invólucro TO-247 3L. Este MOSFET é usado em carregadores, aciona-
mentos de motores auxiliares e conversores CC-CC.

68 REVISTA ELETRÔNICA INCB - Nº 25 - NOVEMBRO/DEZEMBRO / 2024


CONVERSOR BUCK-BOOST TOTALMENTE INTEGRADO TPS-
551892-Q1 DA TEXAS INSTRUMENTS
O Conversor Buck-Boost Totalmente Integrado da Texas Instruments
TPS551892-Q1 é um conversor buck-boost síncrono otimizado para
converter a tensão da bateria ou do adaptador em linhas de alimenta-
ção. O TPS551892-Q1 integra quatro interruptores MOSFET, fornecen-
do uma solução compacta para várias aplicações. O TPS551892-Q1
tem capacidade de tensão de entrada de até 27 V. O TPS551892-Q1
pode fornecer 60 W de uma entrada de 12 V ao trabalhar no modo
boost. Ele é capaz de fornecer 45 W de uma tensão de entrada de 9 V.

FCL COMPONENTS FBR53-LE RELÉ AUTOMOTIVO CO-


M3313E COM3092S
O Sensor de Umidade do solo, Temperatura e EC do Seeed
Studio SenseCAP possui aquisição de dados industriais de longa
distância. O sensor possui uma ampla faixa de 0 ~ 100% (m³/m³),
-40 ~ 80ºC e 0 a 23 dS/m. Ele permite baixo custo de manuten-
ção de sua robustez, uso prolongado da bateria e BLUETOOTH®
integrado para configuração OTA e gerenciamento remoto de dis-
positivos.

69
DIVERSOS

DIODOS TVS DE MONTAGEM EM SUPERFÍCIE LITTELFUSE


SM8S
Os diodos supressores de tensão transiente (TVS) para montagem
em superfície Littelfuse SM8S são alojados em um invólucro SMTO-
263 com modificações de chumbo. O pacote de baixo perfil minimiza
a pegada do PCB e é compatível com a pegada do invólucro industrial
DO-218AB amplamente utilizado. Os diodos SM8S são projetados para
proteger eletrônicos sensíveis contra raios e eventos transientes de ten-
são de comutação de carga indutiva. A série apresenta baixa resistência
dinâmica, uma junção de chip passivada por vidro e conformidade com
RoHS. Os diodos TVS para montagem em superfície Littelfuse SM8S
são ideais para proteger interfaces de E/S, barramentos VCC e outros
circuitos vulneráveis usados em aplicações de computador, telecomuni-
cações, industriais e eletrônicos de consumo.

RELÉS DE ESTADO SÓLIDO DE ALTA RESISTÊNCIA LITTELFUSE SRP1


Os relés de estado sólido de alta resistência (SSRs) Littelfuse SRP1 apresentam
SSRs multifuncionais, garantindo tempo de atividade superior em operações de
alta frequência. Os SSRs fornecem um design de alta resistência para confiabili-
dade operacional aprimorada, resultando em 2x a 3x mais ciclos de vida útil em
condições exigentes. Os modelos SRP1-CB são um SSR básico para flexibilidade,
os modelos SRP1-CB são ideais para conectores rápidos e os modelos SRP1-CR
são seguros ao toque e usados para proteção contra sobretensão. A série SRP1
acomoda várias aplicações e tipos de carga, o que oferece flexibilidade e utilidade
em projetos de engenharia. Os SSRs estão em conformidade com os padrões
internacionais cЯUus e CE para segurança e qualidade do produto. Os SSRs de
alta resistência Littelfuse SRP1 são compatíveis com RoHS/REACH e ideais para
várias indústrias de alimentos e bebidas, incluindo fornos de cozimento, dispensa-
dores de bebidas quentes e fritadeiras/torradeiras comerciais. Os SSRs também
são adequados para outras aplicações de iluminação e HVAC.

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