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Os pássaros voam livres, a menos que estejam acorrentados

em uma gaiola bonita. Seja o pássaro ou abrace a gaiola se ela


incluir um pau grande e um alfa que saiba como usá-lo.
AVISO

Não pensei que este livro fosse precisar de um aviso, mas depois
de escrever os primeiros capítulos, parece que sim, então aqui vai.

Este livro contém elementos de bullying e, às vezes, contorna o


romance sombrio com algumas cenas que podem ser consideradas de
consentimento duvidoso.

Sebastian Lockwood é controlador, manipulador, cruel e às vezes


frio ao ponto de ser glacial. Por favor, não se deixe enganar pela idade
dele, ele é tão alfa e dominante quanto todos os outros heróis que
escrevi e se os machos alfa não são sua escolha, então pare de ler
agora.

Todos os meus heróis são idiotas exagerados, ciumentos,


irracionais e possessivos.

Se você considera inaceitáveis os machos alfa sem remorso, ou


sente que seu comportamento é de alguma forma abusivo, então este
não é o livro ou a série para você.

Se você é uma pessimista que pensa que o que escrevo romantiza


a violência doméstica e o abuso, por favor, pare de ler agora, você não
vai gostar deste livro!

Este livro não é um guia para relacionamentos disfuncionais, é


ficção. Meus livros são de fantasia, isso não é vida real, é um romance
e deve ser lido como tal.
Só porque este livro é baseado nos anos do ensino médio e da
faculdade, por favor, não confunda isso com um romance para jovens
adultos – não é. Este livro está repleto de cenas sexuais, sexo sujo e
imundo e algumas cenas que vão deixar você um pouco envergonhada
por ter gostado tanto delas.

Nada do que escrevo é baseado na vida real, é pura fantasia, então


não há problema em concordar que as relações disfuncionais entre
meus personagens são incrivelmente sexy. Por favor, não envergonhe
a mim ou a meus leitores entusiasmados por achar esses
comportamentos extremos de macho alfa quente, talvez se você ler
este livro com a pitada de sal romântico que ele pretendia trazer, você
também possa gostar.

Então, se, como eu, você ama um cara que está tão
obsessivamente apaixonado por sua garota que ele irá manipular,
coagir, controlar e ficar obcecado por ela até que ela se entregue
completamente a ele, então continue lendo e seja bem-vinda ao
mundo dos machos alfa. ;)
PRÓLOGO

Dedos firmes e inflexíveis forçam seu caminho entre minhas


coxas e seguram minha boceta com força — Esta boceta é minha, é
apenas para meus olhos, meus dedos, minha língua e meu pau. Não
vou compartilhar, e isso inclui você sugerir que isso poderia pertencer
a outra pessoa. As únicas coisas que estarão dentro da sua umidade
pertencerão a mim. Você é minha, Starling, sempre foi, então
acostume-se com isso. Eu sou seu dono desde o dia em que coloquei
os olhos em você no ensino médio e sempre serei. Você pode ter fugido
de mim, mas eu sempre soube onde você estava e sempre saberei.
Você nunca estará livre de mim.

Balançando a cabeça, arranco meus pulsos de seu aperto,


tentando me libertar, mas tudo que consigo mover é minha cabeça,
então balanço, negando suas palavras da única maneira que posso.

Sua risada é ameaçadora e cheia de promessas confiantes.


Inclinando-se, ele dá um beijo em meus lábios, apoiando o nariz na
minha bochecha enquanto inspira profundamente — Tente correr,
passarinho. Vou persegui-la até os confins da terra. Você não pode
sair desta casa a menos que eu te leve. Todas as pessoas do campus
sabem que você pertence a mim, e sua mãe adoraria saber que você
está sob meus cuidados e proteção. Comporte-se e a vida pode ser boa,
lute comigo e farei com que o que você conheceu no ensino médio
pareça um passeio no parque.

Lágrimas escorrem dos meus olhos, rolando pelo meu rosto


enquanto eu olho para seus olhos excitados. Ele está gostando disso.
Eu o odeio tanto. Mas eu segui em frente, deixei o ensino médio
para trás. Eu me forcei a esquecê-lo, ou pelo menos fiz um ótimo
trabalho fingindo esquecê-lo.

Mudei-me para outro lado do país e só voltei porque ele não


deveria estar aqui. Mas aqui está ele, meu algoz, e o único cara por
quem minha calcinha ficou úmida — Eu te odeio — eu sussurro
através da minha garganta árida.

— Bom, eu também odeio você.


PARTE 1
O início
1
STARLING
Três anos antes

— Starling.

— Sim.

— Courtney está aqui — mamãe grita do pé da escada.

Não preciso vê-la para saber que ela está encostada no corrimão
da escada, o cabelo ainda preso em um coque bagunçado no topo da
cabeça, o roupão aberto e revelando uma das enormes camisolas com
que ela dorme.

— Estou indo — eu grito, correndo para terminar de trançar meu


cabelo que precisa desesperadamente de um corte. Já está tão
comprido que a trança quase bate na minha bunda quando termino a
faixa na parte de baixo e a deixo cair sobre o ombro.

— Starling — mamãe grita novamente — Você vai se atrasar, a


menos que desça agora mesmo.

Enfiando o tubo de brilho labial que tenho na mão no bolso do


blazer, pego minha mochila do chão e corro para fora do meu quarto
e desço as escadas. Meus Chucks surrados ainda estão perto da porta,
onde eu os chutei depois que cheguei em casa do meu turno noturno
no restaurante ontem à noite. Enfio os pés neles enquanto mamãe
balança uma nota de cinco dólares na frente do meu rosto, os óculos
equilibrados na ponta do nariz.
— Eu tenho dinheiro — digo a ela.

— Você não deveria gastar seu dinheiro com comida, o dinheiro


que você ganha é para você.

— Não, o dinheiro que ganho é para nós. Eu moro aqui, sou mais
do que capaz de contribuir. Você não vai descontar meu salário nas
contas, então posso comprar meu próprio almoço.

— Querida, posso pagar nossas contas. Eu sou a adulta, você é a


criança. Meu próximo livro está pronto para ir para o editor, depois
disso vou trabalhar escrevendo manuais de instruções por um tempo.

— Não, você não vai. Você vai odiar isso e vai morrer um pouco
mais por dentro cada vez que tiver que explicar como inserir uma
bateria em um relógio ou algo assim.

— É dinheiro normal, um salário garantido todo mês, em vez de


depender do meu editor para promover meu livro.

Balançando a cabeça, me inclino e dou um beijo em sua bochecha


— Terei alguns turnos extras por semana, posso ajudar.

Sorrindo um sorriso triste, ela levanta a mão, segura meu rosto,


apertando meu queixo e amassando minhas bochechas do mesmo
jeito que fazia quando eu era criança. — Eu te amo muito.

— Também te amo, mãe.

Ela estala os lábios nos meus em um beijo rápido e


exageradamente barulhento, depois solta a mão e me apressa em
direção à porta. — Vá, ou Courtney vai começar a buzinar, não posso
lidar com o Sr. Longstein vindo aqui para reclamar do volume de sua
buzina novamente.
— Ok, ok, estou indo — Agarrando a maçaneta da porta, abro e
aceno distraidamente atrás de mim enquanto desço correndo os
degraus.

— Bom dia — Court canta, abrindo a janela e quase caindo do


carro enquanto dança com entusiasmo em seu assento ao som da
terrível música pop animada que ela adora, e está tocando no aparelho
de som.

— Uau, quantas xícaras de café você tomou esta manhã? —


pergunto, deslizando para o banco do passageiro e fechando a porta,
colocando minha mochila entre os pés.

— Apenas duas e algumas bebidas energéticas.

— Meu Deus, Court, isso é cafeína demais antes das oito da


manhã.

— Não é nem meu recorde, na outra semana quando você estava


doente tomei três cafés e três Red Bulls antes do almoço. Juro que fiz
todo o meu dever de casa de verão em menos de uma hora.

— Você vai ter um ataque cardíaco aos dezesseis anos, estou te


avisando. Estou falando sério, uma xícara de café de manhã e nada de
bebidas energéticas até o final das aulas a partir de agora.

Courtney ri, recostando-se em seu assento e se afastando do


meio-fio — Então, você nunca vai adivinhar quem estava na festa no
sábado à noite.

— Que festa?

— Festa de Jennifer Houston, eu te contei.


— Oh sim. Acho que me lembro de você mencionar isso — digo,
remexendo distraidamente na minha mochila, tentando encontrar o
celular que enfiei lá antes de começar a trançar o cabelo.

— Então…— Court solicita.

— E daí? — pergunto, finalmente localizando-o no fundo,


embaixo de uma embalagem de doce.

— Então, adivinha quem estava lá?

— Onde?

— Na festa.

— Ah, quem? — Eu pergunto, sem realmente me importar, mas


tentando parecer que sim. Court nunca entendeu por que não estou
mais interessada nos adolescentes com quem estudamos, e é muito
cedo para lidar com o fato de ela estar irritada comigo.

— Evan, Hunter, Clay e Sebastian.

— Ah, legal — digo, digitando uma mensagem para meu chefe


perguntando se há mais turnos que eu possa cumprir esta semana.

— Você está ao menos me ouvindo? Os Acres Elite estavam todos


na festa de Jennifer e ficaram quase uma hora.

— Eles só ficaram por uma hora? Isso parece meio rude.

— Jennifer é apenas uma estudante do segundo ano como nós, é


incrível que eles tenham aparecido — Court fala animadamente com
as mãos até que ela tenha que segurar o volante enquanto seu carro
começa a atravessar a estrada.
— Não é um pouco desprezível para um grupo de veteranos ir a
uma festa do segundo ano?

— Bem, na verdade era a festa do irmão de Jennifer, Justin, ele


apenas deixou Jennifer convidar alguns amigos. Justin está no último
ano, mas até ele pareceu chocado por eles terem aparecido. Ele estava
tentando agir de maneira legal, pegando cerveja para eles e
conversando como se fossem melhores amigos ou algo assim, mas
todos podiam ver o quão animado ele estava com a chegada do Elite à
sua festa. Clay é lindo, Hunter também, bem, todos eles são, mas Evan
é meio idiota e Sebastian, bem, ele é simplesmente assustador.
Assustadoramente quente, mas ainda assim… assustador.

— Ter um rosto atraente não faz de você menos idiota, e todos os


quatro são idiotas. Eles são valentões e todo mundo sabe que os
valentões têm paus pequenos. O comportamento idiota deles é apenas
tentar compensar a falta no departamento de calças. Aposto que todos
os quatro têm o pior caso de síndrome do pau pequeno.

— Muffy Hamilton disse que viu Evan trepando com Amanda


Collins no laboratório de ciências e que o pau dele era enorme.

Encolhendo-me, viro-me e olho para Courtney — Eca, ele estava


fazendo sexo no laboratório de ciências? Temos que sentar nessas
mesas, isso é nojento.

Courtney ri — Meu Deus, Starling, você é uma puritana. Muffy


disse que Evan colocou a mão sobre a boca de Amanda porque ela
estava gemendo muito alto.

— Ela provavelmente estava apenas perguntando se ele já tinha


colocado o micropênis dentro dela — Eu ri.
— Oh meu Deus, você pode imaginar se o pau dele fosse tão
pequeno? — Ela gargalha — Quão arrasada você ficaria se um garoto
tão gostoso tivesse um micropênis?

Ainda estamos rindo quando entramos no estacionamento da


escola. Existem áreas de estacionamento dedicadas separadas para
alunos do segundo ano, calouros e veteranos. As vagas do segundo
ano são as mais distantes, as dos calouros no meio e os veteranos logo
na porta de entrada. Courtney estaciona o carro e desliga o motor,
depois se vira para olhar para mim — Primeiro dia do segundo ano.

Posso ouvir a excitação em sua voz; ela adora isso. Estar na


escola, ter um milhão de amigos, ir a festas. Ela tem falado sobre o
que faremos quando estivermos no ensino médio desde a quarta série,
quando ela se mudou para a minha turma. Agora que finalmente
chegamos, o brilho não parece estar acabando. No nosso primeiro
ano, ela se acalmou um pouco. Acho que demora um pouco para que
todos encontrem seu lugar na hierarquia, mas depois que ela se
estabeleceu oficialmente em seu papel de líder de torcida, ela o
abraçou de todo o coração. Eu, por outro lado, ainda estou tentando
descobrir onde me encaixo.

A cidade de Green Acres, onde moramos, é dividida em duas


partes: os "Que Têm" e os "Que Não Têm". Os "Que Têm" vivem em
North Acres, onde todas as casas têm portões elétricos, piscinas
próprias e terrenos tão grandes que você não consegue ver as casas
dos vizinhos. South Acres é onde vivem os "Que Não Têm". Casas
decadentes ficam ao lado de terrenos abandonados, perto de
traficantes vendendo nas esquinas.
A família de Courtney tem uma bela mansão em uma rua
igualmente bonita em North Acres. Seus pais são advogados, e tanto
do lado da mãe quanto do pai, sua família vem de dinheiro. Eu moro
bem na divisa entre o norte e o sul, ou "terra de ninguém", como gosto
de chamar. Minha casa é pequena, com apenas dois quartos, um
banheiro e meio, e um quintal cheio de flores que minha mãe comprou
no mercado quando estavam em promoção. Não somos ricos como a
família da Courtney, mas também não somos pobres.

Minha mãe é autora. Ela escreve thrillers e até já entrou algumas


vezes na lista de mais vendidos do New York Times. O que as pessoas
não entendem é que, mesmo quando um autor vende uma porção de
livros, isso não significa que ele ganha uma porção de dinheiro.

Alguns meses ela ganha muito, em outros praticamente nada.


Isso significa que, embora quase sempre consigamos pagar as contas,
precisamos do dinheiro que eu ganho trabalhando no restaurante
para cobrir os buracos entre os meses bons e os ruins.

A única razão pela qual posso frequentar a Green Acres Academy


— uma escola particular sofisticada em North Acres — é porque minha
mãe recebeu um grande adiantamento da editora para escrever os
próximos três livros da série atual e pagou minha matrícula
antecipadamente para os anos de calouro e segundo ano. Se vou
conseguir estudar lá no terceiro e no quarto anos, bem, isso ainda é
uma incógnita.

Saindo do carro, aliso minha saia xadrez verde e prendo as alças


da mochila nos ombros. Os garotos do GAA1 são todos ricos e, embora

1 Green Acres Academy.


não sejam idiotas comigo, sabem que não sou um deles. Graças a Deus
a lanchonete onde trabalho fica em South Acres, porque se alguém
aqui chegasse no lugar onde trabalho e eu tivesse que atendê-lo,
nunca me deixaria esquecer.

Não tenho vergonha de ter um emprego, fico feliz em contribuir


para tirar um pouco de pressão da minha mãe. Mas para os
adolescentes que vem para cá, a ideia de um emprego de meio período
é estagiar na empresa Fortune 500 de seus pais, e não servir
hambúrgueres em uma lanchonete decadente em uma parte violenta
da cidade.

— Estou tão animada para o segundo ano — exclama Court,


passando o braço pelo meu e nos conduzindo em direção à entrada da
escola.

— Realmente? Por que?

— Duh, porque não somos mais novatas, alunos selecionados do


segundo ano são convidados para todas as festas boas, e seremos duas
dessas pessoas. Nós duas somos gostosas, talvez pudéssemos até
conseguir namorados veteranos e então estaríamos certas para ser
Elite quando chegarmos ao nosso último ano.

A Green Acres Academy tem uma tradição ridícula onde em vez


de ter monitores, eles têm a Elite, é um grupo de veteranos que
basicamente constitui os adolescentes mais populares da escola. A
cada ano, os formandos nomeiam os Elites para o ano seguinte, ou
pelo menos é assim que normalmente acontece. Os Elites reinantes
não foram escolhidos quando eram juniores, foram escolhidos
quando eram calouros. Pelo que me disseram, isso nunca aconteceu
antes.

Evan Morris, Hunter Rossberg, Clay Jansen e o próprio rei,


Sebastian Lockwood, entraram na escola como ninguéns ricos e, no
final do primeiro ano, eles administravam o lugar. De acordo com
Courtney, que na verdade presta atenção à hierarquia social no GAA,
seu reinado ininterrupto de terror nunca foi desafiado, porque mesmo
quando eram calouros, todos os veteranos acatavam o que quer que
os quatro dissessem.

Normalmente os Elites são uma mistura de meninos e meninas,


mas os caras nunca adicionaram nenhuma garota ao seu quarteto
poderoso. Em vez disso, eles têm um harém rotativo de coelhinhas de
Elite ansiosas, que pensam que têm uma chance de conquistar a coroa
se abrirem as pernas para um dos caras.

O que não faz sentido para mim é que todas essas garotas vêem
transar com uma Elite como uma medalha de honra, e se conseguirem
conquistar todos os quatro, acho que terão privilégios especiais ou
algo assim. Nos dias de hoje, certamente todos deveríamos ter como
objetivo avançar com algo mais progressista do que aquilo que está
entre as nossas pernas.

Courtney está tagarelando enquanto caminhamos, mas não estou


ouvindo. Quanto mais nos aproximamos da escola, mais tensa me
sinto. Minha melhor amiga passou todo o verão em festas na piscina
ou relaxando na praia perto de fogueiras com nossos colegas de classe.
Passei meu verão trabalhando em todos os turnos que meu chefe
Henry me dava. Enquanto ela se bronzeava de biquíni, eu suava
através do meu uniforme de poliéster de garçonete.
Não tenho ciúmes das festas; elas não são realmente minha praia
de qualquer maneira, mas estou com ciúmes da amizade e das
conexões que ela fez neste verão. Antes do ensino médio, a
disparidade entre o meu estilo de vida e o de Court não parecia tão
grande como agora, e não tenho certeza se conseguirei sobreviver
neste lugar sem ela se ela começar a perceber que não estou jogando
na mesma liga que a dela.

— Oh meu Deus, olhe para eles. Juro que minha calcinha quase
derrete só de olhar para eles — Court diz em voz alta, apertando meu
braço com mais força.

— Quem?

— Sério — ela bufa — A Elite.

Meus olhos seguem sua linha de visão e lá estão eles, os quatro


lindos meninos, Clay, Evan, Hunter e Sebastian. Mesmo em seus
uniformes, eles parecem estar posando para um anúncio da Calvin
Klein. A GAA tem um código de vestimenta rígido: saias ou vestidos
de sarja verde xadrez, blusas brancas, gravatas verdes e blazers para
as garotas. Calças cáqui, camisas brancas, gravatas verdes e blazers
verdes para os garotos. Todos nós basicamente parecemos figurantes
de Gossip Girl, mas, de alguma forma, os garotos da Elite conseguem
fazer com que os blazers verde-floresta fiquem incríveis.

Nunca admitirei isso na Corte, mas não sei qual garoto é qual.
Todos os quatro caras têm mais de um metro e oitenta de altura, são
bem constituídos e musculosos. GAA não pratica esportes clássicos do
ensino médio, então não há times de futebol ou basquete. Em vez
disso, os caras praticam lacrosse, remo e esgrima, e a Elite domina
todos os três. Clay é o capitão da equipe de remo, Evan esgrima e
Sebastian lacrosse. Eles também ocupam os quatro primeiros lugares
na lista de turmas desde que começaram.

Agora que penso nisso, suponho que faz sentido que eles tenham
se tornado Elites tão cedo. Os melhores da classe, capitães de todos os
times esportivos, bonitos e, claro, escandalosamente ricos.
Individualmente, talvez pudessem ter sido derrubados. Juntos, eles
são uma força imparável.

— Deus, você pode imaginar ter um deles como seu namorado?


— Court diz sonhadoramente.

— Não — eu rio — Eles não têm namoradas, têm coelhinhas que


deixam cair a calcinha no momento em que um deles estala os dedos.

— Talvez se eles conhecessem a garota certa.

— Meu Deus, Court, controle-se — respondo — Por favor, não


seja arrastada para a teia deles; eles passariam por você e depois a
descartariam. Não é isso que você quer, é?

— Suponho que não, embora eu aposte que seria divertido — ela


suspira — Eles são tão bonitos.

Rindo, balanço a cabeça e a afasto, arrastando-a pela Elite e para


dentro da escola.
2
SEBASTIAN

— Voe para longe, passarinho — murmuro baixinho enquanto a


observo arrastar a amiga pelo estacionamento até o prédio da escola.
Apesar do tênis sujo e da trança bagunçada, meu passarinho está
lindo como sempre. Eu a notei no momento em que entrou pela porta
no primeiro dia de aula do ano passado. Tão linda, tão doce, tão
inocente.

Pensei em levá-la ali mesmo, separando-a da amiga e tornando-


a minha para toda a escola ver. Mas não o fiz. Sou um Elite, tenho uma
certa reputação a defender, um legado a proteger, e não há como
arriscar tudo tocando em uma caloura.

GAA oferece educação aos jovens de North Acres há mais de cem


anos. De acordo com os registros, Elites estão aqui desde o início e a
tradição continuarão muito depois de partirmos. Com o legado da
Elite vêm as regras, e uma delas é que nem nós podemos mexer com
os calouros.

Todos que entram nesses corredores sagrados têm um ano para


mostrar ao resto da escola quem são. Um ano inteiro para afundar ou
nadar. Quem nada sobrevive, quem afunda não, mas cada um ganha
o seu ano.

Eu e meus amigos somos uma exceção. Nós não apenas nadamos


depois de chegarmos à escola, nós subimos, e a Elite da época viu isso.
Muita gente se irritou quando Clay, Evan, Hunter e eu fomos
nomeados Elites no final do nosso primeiro ano. Quando derrotamos
qualquer um que pensasse em questionar nosso status, logo se tornou
de conhecimento comum para todos que somos os reis desta escola
até o dia em que partirmos.

Claro, eu provavelmente poderia ter quebrado as regras e


reivindicado minha garota, mas eu queria observá-la, ver o que ela
fazia, ver o impacto que ela causaria antes de eu levá-la. Durante um
ano inteiro observei e esperei, recusando-me a ficar ainda mais
obcecado. Eu nem sei o nome dela, só sei que ela é minha. Agora o ano
dela acabou e é hora de elevá-la ao seu devido lugar ao meu lado.

— Você está pronto para saber? — Clay pergunta ao meu lado.

É raro eu deixar alguém se aproximar de mim, meu passarinho é


a única coisa que me distrai o suficiente para que eu pare de prestar
atenção no que está acontecendo ao meu redor — Vamos entrar —
digo a ele, sem responder sua pergunta, caso alguém mais esteja
ouvindo.

Clay assobia e as cabeças de Evan e Hunter se voltam nessa


direção.

— Vamos — eu digo, inclinando a cabeça em direção ao prédio da


escola.

De pé, eles afastam as coelhas que estão rastejando sobre eles e


se aproximam. Clay e eu começamos a andar e um silêncio repentino
cai sobre os alunos que estão meditando. A reverência e a adulação
deveriam ser dignas de vergonha, e de certa forma são, mas não vou
mentir, é bom ser rei.
Ser Elite é mais do que apenas uma questão de status, também
temos um papel dentro da escola que devemos desempenhar.
Mantemos a paz entre os alunos, aplicamos as antigas regras do GAA
e aplicamos punições quando necessário. O corpo docente confia em
nós para fazer o que é esperado e, em troca, fecha os olhos a tudo o
que fazemos para manter a ordem.

Quando o GAA foi inaugurado, era um internato, mas há trinta


anos o último dormitório foi fechado e os quartos foram
reaproveitados. O único quarto que permanece intacto e
relativamente inalterado desde todos aqueles anos atrás é a sala
comum da Elite. Este quarto pertence às Elites reinantes há quase
cem anos. É um espaço sagrado que somente a Elite pode usar.

O cheiro familiar de couro velho, livros e canela me atinge no


momento em que empurro a porta. Para todos os outros membros da
Elite reinantes no passado, este quarto só é deles por um ano. Para
nós, este é o nosso terceiro e, como tal, deixamos a nossa marca mais
do que os nossos antecessores. Adicionamos algumas atualizações,
como uma enorme TV de tela plana, um PlayStation e uma cafeteira
sofisticada. Mas mais do que isso, este é o nosso espaço privado onde
podemos relaxar sem a constante adoração e escrutínio do resto da
escola.

Espero os outros entrarem na sala e fechar a porta antes de falar


— Conte-me tudo.
3
STARLING

Ok, talvez estar no segundo ano tenha algumas vantagens. Meu


armário está em uma posição muito melhor e minha sala de aula fica
no prédio principal, em vez de ficar no anexo frio que costumava ser
um dos dormitórios de quando a escola tinha alojamento estudantil.

Os alunos do segundo ano podem usar o carrinho de café no pátio


e almoçamos na cafeteria estilo restaurante completa com atendentes,
em vez da cafeteria dos calouros, onde você tem que fazer fila com sua
bandeja.

Por outro lado, porém, os alunos do segundo ano são um jogo


justo para os adolescentes mais velhos. Há uma regra não escrita no
GAA de que calouros estão fora dos limites. Ninguém pode intimidá-
los ou fazer nada com eles; eles são basicamente ignorados no
primeiro ano, mas depois disso, todos os limites estão cancelados.

Nossa turma do segundo ano está com dez pessoas a menos.


Aparentemente, sete meninos e três meninas foram transferidos para
outras escolas, o que é meio estranho, considerando que a próxima
escola particular mais próxima fica a quase uma hora de distância, e
não há escolas públicas em North Acres.

Agora que todos estão em jogo, já vi um garoto da minha turma


sendo arrastado para uma sala de aula vazia por um bando de alunos
do terceiro ano. Eu teria intervindo, mas o garoto, Elliot, é um idiota
de primeira classe que tentou enfiar a mão dentro da minha saia esta
manhã. Ele levar um chute na bunda parece carma.

Courtney e eu estamos em turmas diferentes este ano, o que é


uma merda. Ela é superinteligente e seus pais a têm em todas as aulas
de AP2, acho que eles esperam que ela consiga pular uma série e se
formar mais cedo. Sou uma aluna intermediária e mediana e, no
momento, não há aulas de AP no meu futuro, a menos que eu queira
reprová-las. Então fiquei sem amigos a manhã toda enquanto Court
aprende todas as coisas importantes que eles ensinam aos gênios.

Indo para o meu armário, giro a combinação na fechadura e abro,


enfiando minha mochila dentro e puxando minha carteira e celular.
As regras da escola proíbem celulares, exceto na hora do almoço. Isso
deixa minha melhor amiga social louca, mas não me incomoda muito.
Na verdade, não tenho nenhum amigo aqui, exceto Court. Frequentei
a escola primária com a maioria dos alunos da minha turma, mas
quando eles perceberam que eu não era um deles, tornei-me uma
pária social. Só Court ficou comigo quando percebeu que minha
família era normal e não super-rica.

— Ei, melhor amiga — ela canta enquanto salta pelo corredor em


minha direção. Court tem tanta energia que ela poderia enfrentar toda
a equipe de torcida sozinha. Ela é animada e entusiasmada e, bem, ela
simplesmente tem muito espírito escolar. Eu sou o contrário, venho
aqui porque minha mãe gastou uma pequena fortuna para me mandar
para cá. Não adoro o lugar, na verdade nem gosto particularmente do

2Aulas AP (Advanced Placement) são disciplinas avançadas no ensino médio nos EUA que
permitem aos alunos ganhar créditos universitários ao realizar exames no final do curso. São mais
exigentes e voltadas para estudantes de alto desempenho.

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