CMUN 2024 - Mudanças Climáticas - Ebook
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Mudanças Climáticas
Sumário
Apresentação do tema ............................................................................................................. 2
Causas das mudanças climáticas............................................................................................ 2
Consequências das mudanças climáticas ................................................................................ 2
Soluções e ações globais ....................................................................................................... 3
Posicionamento dos países ....................................................................................................... 4
BRASIL .................................................................................................................................... 4
CHINA ..................................................................................................................................... 8
ETIÓPIA ................................................................................................................................ 12
EGITO ................................................................................................................................... 16
RÚSSIA.................................................................................................................................. 20
Referências ........................................................................................................................... 23
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Apresentação do tema
As mudanças climáticas são um dos maiores desafios globais da atualidade, afetando todos os
aspectos da vida humana e natural. Elas se referem às alterações a longo prazo nos padrões climáticos,
causadas principalmente pela ação humana, como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento,
e outras atividades que aumentam a concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Esses
gases, como o dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOx), aprisionam o
calor na atmosfera e aquecem o planeta, fenômeno conhecido como aquecimento global.
DESAFIOS:
Interesses econômicos e políticos: Muitas economias dependem de indústrias de alto
carbono, e a transição para uma economia de baixo carbono pode ser vista como um desafio
econômico, especialmente para países em desenvolvimento.
Desigualdade global: Países que historicamente emitem mais gases de efeito estufa, como os
EUA e os países da Europa, são mais capazes de financiar soluções climáticas. Já os países mais
vulneráveis, como aqueles em África, América Latina e pequenas ilhas, são os mais afetados
pelas mudanças climáticas, embora tenham contribuído menos para o problema.
Urgência: A janela para limitar os danos das mudanças climáticas está se fechando
rapidamente. A ação precisa ser intensificada e urgente para evitar os piores cenários, como
o aumento incontrolável da temperatura e a perda irreversível de ecossistemas e
biodiversidade.
Energia: Embora o Brasil tenha uma matriz energética relativamente limpa, com grande
participação de hidrelétricas e fontes renováveis, a queima de combustíveis fósseis
(especialmente no setor de transportes e indústria) ainda contribui significativamente para as
emissões.
DESAFIOS DO BRASIL
O Brasil enfrenta vários desafios no combate às mudanças climáticas, muitos dos quais estão
interligados com a sua economia e modelo de desenvolvimento:
Desmatamento e pressão sobre a Amazônia: A Amazônia é um dos maiores sumidouros de
carbono do planeta, mas também está sob ameaça constante de desmatamento ilegal e de
políticas que incentivam a exploração de suas riquezas naturais. A destruição da floresta não
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DESAFIOS E CRÍTICAS
Apesar de muitos esforços, o Brasil enfrenta desafios em relação à implementação de políticas
eficazes de combate ao desmatamento e de adaptação aos impactos climáticos. A instabilidade
política e as pressões econômicas internas, especialmente relacionadas ao agronegócio, dificultam a
implementação de uma agenda climática mais robusta.
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CHINA
A China, como a maior emissora de gases de efeito estufa (GEE) do mundo, desempenha um
papel crucial na questão das mudanças climáticas, tanto em termos de suas responsabilidades quanto
de suas ações. O país enfrenta desafios significativos, mas também tem se mostrado um ator chave
em várias frentes, com um grande potencial para influenciar os rumos da crise climática global. Aqui
está um panorama geral sobre a China em relação às mudanças climáticas:
Aumento do nível do mar: Muitas das grandes cidades costeiras da China, como Xangai e
Tianjin, estão ameaçadas pelo aumento do nível do mar. Isso coloca em risco milhões de
pessoas que vivem em áreas costeiras, bem como as infraestruturas portuárias e industriais.
Poluição do ar e saúde pública: A poluição atmosférica, resultante principalmente da queima
de carvão e do transporte rodoviário, tem um impacto significativo na saúde pública,
causando milhões de mortes prematuras por doenças respiratórias e cardiovasculares.
Embora a qualidade do ar tenha melhorado em algumas regiões nos últimos anos, ela ainda é
um problema crítico em grandes áreas urbanas da China.
Degradação do solo e desertificação: A China também enfrenta desafios relacionados à
degradação do solo e à desertificação, especialmente nas regiões do norte e oeste do país, o
que compromete a segurança alimentar e agrava a escassez de recursos naturais.
DESAFIOS E CONTROVÉRSIAS
Embora a China tenha avançado em várias áreas, ainda enfrenta grandes desafios:
Dependência do carvão: Apesar dos avanços nas energias renováveis, a China ainda depende
fortemente do carvão, que representa uma grande parte de sua matriz energética. O país
continua a construir novas usinas de carvão, o que dificulta os esforços para reduzir
rapidamente suas emissões.
Crescimento econômico vs. mudanças climáticas: A China segue uma estratégia de
crescimento econômico acelerado, o que pode entrar em conflito com suas metas ambientais.
O país tem grandes desafios para equilibrar a necessidade de crescimento com a necessidade
de descarbonização.
Política interna e impactos ambientais: Embora o governo central tenha adotado políticas de
combate às mudanças climáticas, a implementação dessas políticas varia muito entre as
diferentes regiões do país. A falta de fiscalização rigorosa e a pressão de interesses locais e
empresariais podem enfraquecer os resultados.
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ETIÓPIA
A Etiópia, localizada no Chifre da África, é um dos países mais vulneráveis às mudanças
climáticas, apesar de ser responsável por uma fração muito pequena das emissões globais de gases
de efeito estufa (GEE). A nação enfrenta uma série de desafios relacionados a secas, inundações,
desertificação e outros impactos climáticos, mas também tem demonstrado liderança em termos de
políticas ambientais, adaptação e mitigação, com um foco em soluções sustentáveis e uma forte
ênfase em energias renováveis.
destruíção de lavouras. Estas inundações podem ser tanto o resultado de chuvas torrenciais que
ocorrem em um período muito curto quanto do transbordamento de rios devido à má gestão hídrica.
Desertificação e degradação do solo
A Etiópia enfrenta também desafios de degradação do solo e desertificação, especialmente
nas regiões mais secas do país. A pressão sobre os ecossistemas locais, impulsionada pela agricultura
extensiva e pela coleta de lenha, tem exacerbado esses processos. O uso insustentável da terra e a
desflorestação aumentam a vulnerabilidade do solo à erosão e reduzem a capacidade de reter água.
Agricultura e segurança alimentar
A agricultura na Etiópia depende fortemente de práticas agrícolas de baixo rendimento e da
variabilidade climática. O setor está especialmente vulnerável a mudanças nos padrões de chuva e
temperaturas mais altas, o que afeta tanto a produção de alimentos quanto a segurança alimentar. A
agricultura familiar, que emprega cerca de 80% da população, enfrenta riscos constantes devido à
falta de irrigação e à dependência de uma única estação de chuvas.
Em particular, a produção de café, uma das principais exportações da Etiópia, pode ser
seriamente afetada por mudanças nas temperaturas e padrões de precipitação. A produção de
alimentos básicos, como milho, trigo e cevada, também é sensível às variações climáticas.
Saúde e doenças
Mudanças climáticas também têm um impacto direto na saúde pública na Etiópia. O aumento
das temperaturas e a alteração dos padrões de precipitação podem contribuir para o crescimento de
doenças transmitidas por vetores, como malária e dengue, que se espalham com mais facilidade em
climas mais quentes e úmidos. A insegurança alimentar também pode gerar um aumento da
desnutrição e de doenças relacionadas à falta de água potável.
Respostas da Etiópia às Mudanças Climáticas
Apesar de ser um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, a Etiópia tem adotado
várias políticas e estratégias tanto para mitigar as emissões quanto para adaptar-se aos impactos
climáticos. Algumas das principais iniciativas incluem:
Estratégias de mitigação
A Etiópia não é um grande emissor de gases de efeito estufa, mas está comprometida com o
desenvolvimento sustentável e a redução das emissões através de várias iniciativas:
Plano de Ação Climática de Baixo Carbono (LCCAP): A Etiópia adotou um plano de ação para
alcançar um desenvolvimento de baixo carbono até 2030, promovendo a expansão da energia
renovável (principalmente hidrelétrica, eólica e solar) e a eficiência energética. O país está
investindo na modernização do setor energético, com foco em reduzir a dependência de
fontes de energia fósseis.
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Estratégias de adaptação
A Etiópia tem implementado várias estratégias de adaptação para reduzir a vulnerabilidade
às mudanças climáticas e garantir a resiliência de suas comunidades e ecossistemas:
Gestão da água e irrigação: A construção de sistemas de irrigação e o melhor gerenciamento
dos recursos hídricos são fundamentais para mitigar os impactos da seca e melhorar a
segurança alimentar. O país tem investido na captação de água da chuva, em projetos de
irrigação de baixo custo e em infraestrutura hídrica para reduzir os riscos de escassez de água.
Agricultura climática inteligente: A Etiópia está promovendo práticas agrícolas mais
resilientes ao clima, como a agricultura de conservação e a introdução de sementes
resistentes à seca. Isso inclui a promoção de técnicas agrícolas que conservam a água e
melhoram a produtividade, além de diversificar os tipos de culturas para reduzir os riscos
associados a uma única estação de chuvas.
Sistemas de alerta precoce: O governo etíope e organizações internacionais têm trabalhado
no desenvolvimento de sistemas de alerta precoce para monitorar eventos climáticos
extremos, como secas e inundações, a fim de permitir respostas rápidas e ajudar a mitigar os
danos.
Promoção da resiliência comunitária: A Etiópia tem buscado envolver as comunidades locais
no planejamento e implementação de ações de adaptação, garantindo que as populações
vulneráveis tenham acesso a recursos e conhecimentos para lidar com os impactos das
mudanças climáticas.
Desafios e Oportunidades
Desafios
Pobreza e vulnerabilidade: A Etiópia é um dos países mais pobres do mundo, e muitas de suas
comunidades ainda dependem da agricultura de subsistência. A pobreza e a falta de acesso a
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tecnologias adequadas tornam as populações rurais mais vulneráveis aos impactos das
mudanças climáticas.
Falta de infraestrutura: A infraestrutura do país ainda é subdesenvolvida, o que dificulta a
implementação de projetos de mitigação e adaptação em larga escala.
Conflitos internos e instabilidade política: A Etiópia tem enfrentado conflitos internos,
especialmente na região de Tigré, que afetaram a capacidade do governo de implementar
políticas de adaptação de forma eficaz.
Oportunidades
Energia renovável: O potencial da Etiópia para expandir o uso de energias renováveis é uma
grande oportunidade. O país possui recursos hídricos abundantes, além de grande potencial
para a geração de energia eólica e solar.
Agricultura sustentável: A promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a agricultura
climática inteligente oferecem uma oportunidade para melhorar a segurança alimentar e
aumentar a resiliência das comunidades agrícolas.
Apoio internacional: O país tem recebido apoio de organismos internacionais como o Fundo
Verde para o Clima e outras ONGs para implementar programas de adaptação e mitigação.
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EGITO
O Egito é um país do Nordeste da África que, apesar de ser responsável por uma fração
relativamente pequena das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), está entre as nações
mais vulneráveis às mudanças climáticas. Localizado ao longo do Rio Nilo e com grande parte de seu
território no deserto, o Egito enfrenta desafios significativos devido à escassez de água, aumento do
nível do mar e alterações nos padrões climáticos, que afetam diretamente a agricultura, a segurança
alimentar e as populações costeiras. Embora o país tenha adotado várias políticas para mitigar e se
adaptar às mudanças climáticas, o cenário é de grande preocupação, especialmente diante de um
contexto de crescimento populacional acelerado e um modelo econômico dependente da agricultura
e do uso intensivo de recursos hídricos.
Um dos maiores desafios para o Egito é o aumento do nível do mar, que ameaça as áreas
costeiras densamente povoadas, incluindo cidades como Alexandria e Port Said. O Egito possui uma
costa de cerca de 2.500 km ao longo do Mar Mediterrâneo, e o delta do Rio Nilo, uma das regiões mais
produtivas e densamente habitadas do país, está particularmente vulnerável à submersão. Projeções
indicam que o aumento do nível do mar pode inundar vastas áreas do Delta do Nilo, deslocando
milhões de pessoas, afetando a agricultura e a infraestrutura e provocando sérias implicações para a
economia.
Escassez de Água
Rio Nilo é a principal fonte de água para o Egito, mas a crescente demanda e a variabilidade
climática afetam diretamente a disponibilidade de água doce. O Nilo já está sob pressão devido ao
aumento da população e ao desenvolvimento agrícola, e as mudanças climáticas exacerbam a situação
ao reduzir a quantidade de precipitação na região e aumentar a evaporação. Além disso, a construção
da Barragem de Grand Etíope Renascimento (GERD) na Etiópia gerou tensões com o Egito, que teme
que a construção da barragem reduza o fluxo de água do Nilo. A escassez de água pode prejudicar
tanto a agricultura quanto o abastecimento de água potável e aumentar os riscos para a saúde pública.
Desertificação e Degradação do Solo: O Egito, com sua vasta região desértica, já enfrenta
problemas de desertificação e degradação do solo. O aumento da temperatura e as mudanças
nos padrões de precipitação podem acelerar esses processos, particularmente no interior do
país e em áreas que já enfrentam problemas de salinização do solo devido à irrigação
inadequada. Isso pode reduzir a quantidade de terra arável e comprometer a produção
agrícola.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Desafios
Escassez de recursos: A escassez de água é uma questão crítica, agravada por fatores
climáticos e geopolíticos, como o projeto da Barragem de Grand Etíope Renascimento (GERD).
Crescimento populacional: O Egito enfrenta uma rápida expansão populacional, o que
aumenta a pressão sobre recursos como água e alimentos, exacerbando os desafios de
segurança alimentar e gestão dos recursos naturais.
Infraestrutura inadequada: A infraestrutura do país precisa ser mais resiliente para lidar com
os impactos das mudanças climáticas, especialmente nas áreas urbanas e costeiras.
Oportunidades
Energias renováveis: O Egito tem um grande potencial para se tornar um líder em energia
solar e energia eólica, o que pode impulsionar seu desenvolvimento sustentável e ajudar na
mitigação das mudanças climáticas.
Inovações em irrigação e uso de água: O país pode se beneficiar de inovações tecnológicas
em gestão hídrica e práticas agrícolas sustentáveis para aumentar a resiliência do setor
agrícola.
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RÚSSIA
A Rússia é um dos países mais impactados pelas mudanças climáticas, especialmente devido
ao seu tamanho e localização geográfica. Estendendo-se por diversos fusos horários e abrigando uma
grande variedade de ecossistemas — desde o Ártico até as estepes da Ásia Central — a Rússia
experimenta uma gama de efeitos climáticos, muitos dos quais têm profundas implicações sociais,
econômicas e ambientais.
Com uma economia grande e diversificada, a Rússia é responsável por uma parte significativa
das emissões de gases de efeito estufa (GEE), devido à sua dependência de combustíveis fósseis, como
o petróleo e o gás natural. Ao mesmo tempo, o país tem sido amplamente afetado por fenômenos
como o aquecimento rápido no Ártico, incêndios florestais mais frequentes e severos, e o
derretimento do permafrost, que está causando uma série de desafios para o meio ambiente, a
infraestrutura e as comunidades. A Rússia está começando a enfrentar as consequências da mudança
climática, mas a resposta governamental tem sido, em muitos casos, lenta e ambígua, em grande parte
devido ao papel central dos combustíveis fósseis em sua economia.
perdidas devido a secas prolongadas, danos por geadas fora de estação e pragas e doenças que podem
prosperar em um clima mais quente.
Saúde pública
As mudanças climáticas têm implicações também para a saúde pública na Rússia. O aumento
das temperaturas pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente em
populações mais vulneráveis, como os idosos. Além disso, a poluição do ar causada pela queima de
combustíveis fósseis e incêndios florestais também representa um risco crescente à saúde humana.
Melhorias na navegação no Ártico
Por outro lado, a redução do gelo marinho no Ártico abre novas oportunidades para a Rússia,
incluindo uma possível rota de navegação mais curta entre a Europa e a Ásia, o que poderia reduzir os
custos de transporte e aumentar as exportações de recursos naturais. A Rússia tem explorado essas
possibilidades por meio do desenvolvimento de infraestrutura para aumentar a navegabilidade na
Passagem do Noroeste e na rota do Ártico, que se torna mais acessível à medida que o gelo derrete.
Política climática
A Rússia assinou o Acordo de Paris em 2015 e se comprometeu a reduzir suas emissões até
2030. No entanto, o país tem sido criticado por não adotar metas mais ambiciosas e por priorizar os
interesses do setor de energia, em vez de promover uma transição para energias renováveis. Embora
o país tenha feito progressos em algumas áreas, como o desenvolvimento de tecnologias de captura
de carbono, o avanço tem sido aquém do necessário.
Florestas e incêndios
O governo tem adotado algumas medidas para prevenir incêndios florestais, como o aumento
da vigilância aérea e a introdução de políticas para a reflorestação e gestão sustentável das florestas.
No entanto, a falta de uma estratégia climática integrada para proteger e restaurar os ecossistemas
naturais continua a ser uma grande lacuna.
Referências
Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD).
Instituto Socioambiental (ISA).
Agência Internacional de Energia (IEA).
China National Petroleum Corporation (CNPC).
World Resources Institute (WRI).
China Climate Change Information Center (CCIC).
Relatório de Emissões de Gases de Efeito Estufa - China.
Banco Mundial - Mudanças Climáticas na Etiópia.
Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Comissão Econômica para a África (CEA).
Ethiopian Environmental Protection Authority.
Relatório do IPCC - Mudanças Climáticas e Agricultura.
Ministério de Meio Ambiente do Egito.
Relatório do IPCC sobre o Ártico.
Russian Academy of Sciences (RAS).
Ministério de Recursos Naturais e Ecologia da Rússia.