História 10ºano 5ºteste
História 10ºano 5ºteste
História 10ºano 5ºteste
Só ao rei competia a chefia militar na guerra contra os inimigos externos, fossem eles
os vizinhos cristãos, ou fossem eles inimigos da cristandade. Esta vasta competência militar
relacionou-se com as circunstâncias em que o reino de Portugal nasceu e cresceu e que foram
a luta pela independência contra Leão e Castela e a Reconquista de territórios aos
muçulmanos.
A Cúria Régia
A Cúria Régia era um órgão que exercia um papel de proximidade dos monarcas,
aconselhando-os em questões militares, económicas e judiciais. Era composta por membros
da corte régia (Rainha, irmão, tios do rei, ricos-homens e prelados). A cúria régia contava
também com a presença dos altos funcionários e com o alcaide da cidade onde a corte se
instalasse.
- Abusos dos senhores sobre os povos ou da falta de consideração do rei para com os
privilégios do clero.
Confirmações gerais representaram o reconhecimento, pelo rei, dos títulos de posse de terras
e direitos da nobreza e do alto clero, doados pelos predecessores. Os senhores eram
consciencializados que os seus bens podiam regressar à Coroa.
Resistências
A legislação antissenhorial não foi nada fácil de implementar. Encontraram poderosas
resistências, tendo a luta adquirido contornos violentos. Os senhores prestavam falsas
declarações dizendo aos funcionários régios que as terras averiguadas sempre haviam sido
imunes. Caso eles não acreditassem expulsavam-nos e até os assassinavam.
Entre 1282 e 1310, D. Dinis interveio nos conflitos internos do Reino de Castela. Uma
das intervenções originou o Tratado se Alcanises e, assim, resolveu o problema da fronteira
terrestre entre os dois reinos.
Os elementos construtivos
As características do estilo gótico são:
- Arco quebrado que se identifica com a arquitetura gótica, pode ser esticado em
altura, o que lhe confere um aspeto de verticalidade e elevação.
- A abóbada de cruzamento de ogivas deriva da abóbada de aresta que lhe dava uma
função essencialmente decorativa. Identifica -se pelos arcos diagonais de suporte (ogivas). As
abóbadas góticas são compostas por secções independentes (tramos). Os arcos de cada tramo
desempenham o papel de armação, suportando o peso da abóbada e descarregando-o nos
quatro ângulos onde se encontram os pilares. É esta concentração do peso em pontos
específicos que permite fragilizar as paredes, introduzindo grandes aberturas preenchidas por
vitrais.
Os vitrais também serviam de ensinamento àqueles que não sabia ler, pois retratavam
os ensinamentos que deviam seguir e aquilo em que deviam acreditar.
S. Francisco, natural de Assis (Itália), fundou a Ordem dos Frades Menores, uma ordem
humilde que vivia em pobreza absoluta. Sobreviviam diariamente graças ao seu trabalho e às
esmolas (daí o termo mendicante). Esta ordem dedicava-se à pregação e à ajuda de quem mais
necessitava.
As confrarias
As confrarias eram associações de socorro mútuo, de carácter religioso e que se
organizavam sob a proteção de um santo. Mesmo em pequenas cidades podiam existir
dezenas, pois ligavam vizinhos, pessoas com devoção ao mesmo santo, homens com a mesma
ocupação profissional (os grupos profissionais organizavam-se em corporações), ou apenas
pessoas que desejavam praticar a caridade. Dedicavam-se, portanto, à generosidade, como
meio de minimizar a pobreza urbana.
Cada confraria tinha os seus estatutos, ou seja, definiam que tipo de ajuda deveria ser
prestado: distribuição de esmolas, manutenção dos hospitais, etc. Para estas atividades, os
fundos provinham das quotas anuais obrigatórias de cada confrade, os mais ricos faziam
também doações. Do dinheiro angariado era retirado uma parte para celebrações religiosas,
como, por exemplo, procissões e festas ao santo padroeiro.
No séc. XI criaram-se as primeiras escolas urbanas, no centro das cidades, que, ainda
sob a alçada da Igreja, se destinavam, além de clérigos, à população leiga.
Com o desenvolvimento citadino, são necessários homens instruídos em letras para
ocuparem cargos de juristas, notários e escrivães. Formavam-se novos médicos, legistas,
futuros funcionários régios, ou seja, funcionários reais que sejam capazes de planear e
executar e de fazer novas tarefas em cidades que estavam em crescimento. Para registos mais
rigorosos necessários na expansão das grandes companhias comerciais, foram criadas nas
cidades mercantis, como em Londres, Lubeque, Veneza ou Florença, uma espécie de “escolas
secundárias” que, além de Lógica e Gramática, ensinavam também Aritmética.
As universidades
Durante o século XII, algumas escolas catedralícias obtiveram fama internacional, o
que atraía estudantes de Teologia, Medicina ou Direito. Porque era necessária uma
organização mais rígida devido ao ensino ter-se tornado mais complexo, criaram-se as
universidades, que definiam objetivamente as matérias a estudar, os graus académicos e
defendiam os seus membros. Duas das primeiras escolas catedrais a assumir este sistema de
organização foram a Bolonha (1088) e a de Notre-Dame (1158). Em 1231, Gregório IX
determinou que as universidades estabeleceriam as suas próprias leis e regras, no que dizia
respeito a cursos, estados e graus (existiam os graus de bacharel, licenciado e doutor), desta
forma, ficaram sob influência do Papa.
Em 1308, o rei transferiu o Estudo Geral para Coimbra, pois esta ocupava já uma
posição de destaque no panorama cultural português. Embora tenha sido transferida
novamente para Lisboa, em 1537, a universidade portuguesa fixou-se definitivamente em
Coimbra, o que alterou a vida académica coimbrã até aos nossos dias.
O ideal de cavalaria
Nasce o ideal do perfeito cavaleiro, com que toda a nobreza se identificava. Para
atingir esse estatuto, era necessário ser filho de um nobre e ser honrado, corajoso e leal para
com o seu senhor; piedoso e justo. O cavaleiro tem como fundador o arcanjo S. Miguel e por
isso lutam por Cristo. Seguiam, portanto, modelos espirituais, mas também humanos, como
grandes figuras da Antiguidade ou o lendário Rei Artur.
Antes de ser armado cavaleiro, um jovem tinha de ter uma educação rigorosa, prestar
provas da sua coragem e destreza e só depois possuía a honra de um cavaleiro, pertencendo,
então, a uma das muitas ordens de cavalaria que cresciam na Europa.
A educação cavaleiresca
Nos primeiros anos de vida, o rapaz era cuidado pela mãe e depois seguia para uma
“casa grande”, a casa de um senhor, onde servia, durante sete anos, como pajem, iniciando-se
na equitação e no manuseamento de armas; na adolescência, já conhecia a arte de cavalgar e
tornava-se escudeiro, ou seja, durante mais sete anos, servia um cavaleiro nas suas
expedições, tratava do seu cavalo e das armas. Durante estes anos, o jovem treinava para, no
futuro, se tornar cavaleiro.
Como treino físico eram praticados desportos como a caça, os torneios e as justas. A
caça, sobretudo a montaria, em que perseguiam grandes animais, obrigava a cavalgadas nos
bosques; no entanto os torneios eram bastante mais apreciados, simulando combates
amigáveis entre dois grupos de cavaleiros.
O amor cortês
O código da cavalaria integrava também um código de amor: conjunto de normas que
explica como deve ser o amor e define-o como uma parte importante na vida de um cavaleiro
que é um herói que serve por amor.
A influência da literatura
Nas cortes, assistiam-se a espectáculos de jograis que recitavam e cantavam poemas
dos trovadores que pertenciam, na maioria, à nobreza. Este tipo de poesia amorosa chamava-
se poesia trovadoresca (de influência provençal, francesa, espalhou-se pela Europa), foi a
primeira manifestação literária portuguesa.
Esta literatura genealógica difundiu-se pela nobreza europeia nos séculos XIII e XIV. Em
Portugal, D. Pedro, Conde de Barcelos, filho ilegítimo de D. Dinis, foi quem deu autoria a um
dos mais importantes livros de linhagens: O Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. Neste livro,
inserem-se narrativas históricas como batalhas importantes, mas também lendas de tradição
oral, com personagens fantásticas, o que lhe confere um carácter literário.