m4 - Pato - Morte Celular
m4 - Pato - Morte Celular
m4 - Pato - Morte Celular
M7 – PATOLOGIA – TAC 3
MORTE CELULAR
NECROSE APOPTOSE
Tamanho celular Aumentado Reduzido
Núcleo Picnose → cariorrexe → Fragmentação em partículas
cariólise
Membrana plasmática Rompida Intacta (mas com estruturas
alteradas)
Conteúdo celular Digestão enzimática Intactos, mas com formação dos
corpos apoptóticos
Inflamação Frequente Ausente
Papel Sempre patológico (é lesão Geralmente é fisiológico,
fisiológico/patológico celular irreversível) podendo ser patológico
NECROSE
o É a morte celular acidental ou patológica → injúrias e agressões celulares por fatores ambientais,
mecânicos ou por micro-organismo e outros patógenos que levam a ruptura da membrana plasmática!
o É o espectro de alterações que ocorrem após a morte celular em um tecido vivo que resulta, em grande parte,
da ação progressiva de enzimas nas células que sofreram lesão letal!!!
o Célula quase sempre tem déficit de ATP que lesiona as membranas, fazendo a célula aumentar de tamanho
o Pode acontecer em decorrência de algum processo degenerativo
o A célula aumenta de tamanho e, eventualmente, são vacuolizadas
o Ocorre a necrose de várias células ao mesmo tempo e uma ao redor da outra
o Lesão nas membranas, inclusive na dos lisossomos → a célula perde a capacidade de conter as enzimas
hidrolases no interior do lisossomo → elas degradam e digerem todos os componentes celulares, inclusive a
membrana celular →autólise → esse extravasamento atrai resposta inflamatória
o É a morte celular do organismo vivo, seguida de autólise (autodigestão)
o Ocorre necrose quando a agressão à célula interrompe as funções vitais, como a produção de energia, a
síntese celular, a liberação de hidrolases no citoplasma que são ativadas pelas altas concentrações de Ca+ e
começam a digerir todos os componentes da célula
o Causas gerais:
• Hipóxia
• Radicais livres
• Agentes físicos
• Agentes químicos
• Agentes infecciosos
• Reações imunológicas
• Desequilíbrios nutricionais
o Membrana plasmática: lesionada
o Núcleo: é digerido
• Picnose: retração nuclear, com redução do volume nuclear e condensação do DNA
• Cariorrexe: o núcleo sofre fragmentação, com dispersão da cromatina nuclear e perda dos limites
nucleares
• Cariólise: dissolução da cromatina por ação da DNAse
o Conteúdos celulares: extravasados
o Processo inflamatório presente!!!
o Suas bordas geralmente são bem demarcadas, geralmente delimitada por uma linha vermelha (vasodilatação
que facilita chegada de linfócitos)
➔ Várias agressões físicas podem causar necrose: traumatismos, frio, calor, eletricidade, radiações que podem
atuar direta ou indiretamente sobre as células
➔ Agentes químicos como o clorofórmio e o tetracloreto de carbono atuam na necrose, desorganizando os
constituintes lipídicos das membranas celulares e lesando o retículo endoplasmático sem inibir as enzimas
Por Manuela Pedroni
➔ Agentes biológicos como vírus, ricketsias, bactérias, protozoários e metazoários podem produzir necrose
pelas enzimas proteolíticas liberadas
➔ A morte celular por mecanismos imunitários pode ser devida à lise, causada por anticorpos após fixação do
complemento ou ao efeito citopático efetuado por linfócitos T através das linfocitoxinas
➔ A necrose caseosa é mais frequentemente produzida pelo bacilo de Koch, enquanto a necrose gomosa (uma
variação da necrose de coagulação) é, em geral, causada por Treponema pallidum
NECROSE DE COAGULAÇÃO
o Tecido acometido mantem estrutura sólida
• Pois o bloqueio da circulação sanguínea atrasa o processo de autólise e atrasa também o quadro
inflamatório
o É caracterizada pela preservação do contorno celular, pelo menos por alguns dias
o Tipo mais comum é o infarto (por isquemia)
o Deve-se à redução do pH intracelular pela produção de ácido lático, que
culmina na desnaturação das enzimas
o A isquemia causada pela obstrução de um vaso provoca necrose de
coagulação dos tecidos em todos os órgãos, exceto no cérebro
o Pode haver tanto regeneração quanto substituição por tecido fibroso
o Região fica esbranquiçada devido à falta de suprimento sanguíneo
Obs.: os núcleos das células inflamatórias ficam entre o tecido necrótico
NECROSE LIQUEFATIVA
o Observa-se digestão completa da célula pelo maquinário enzimático
o O tecido encontra-se totalmente liquefeito, com dissolução completa do tecido
o Se deve, sobretudo, pela ação das enzimas lisossômicas e pela infiltração massiva por neutrófilos!
o É caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida
o O material necrótico é frequentemente amarelo-cremoso devido a presença
de leucócitos mortos, isto é, pus
o A morte por hipóxia de células dentro do SNC, com frequência, se
manifesta como necrose liquefativa (mesmo que não haja presença de
neutrófilos)
o Exemplo clássico: infecções bacterianas com abcessos
NECROSE GANGRENOSA
o Em geral, aplica-se a um membro que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que tenha sofrido
necrose (tipicamente, coagulativa)
o Há necrose do tecido associada ao efeito do ambiente externo em cima daquele tecido já necrosado, muito
comum nas extremidades do corpo
o Não há um padrão específico de morte celular
o Gangrena seca: o tecido fica exposto ao ar e desidrata, estando bem nas
extremidades
o Gangrena úmida: há infecção secundária bacteriana com maior produção
de exsudato
o Gangrena gasosa: tecido necrosado, que já passou pela fase seca, é
invadido por Clostridium, micro-organismo que produz gás
NECROSE CASEOSA
o É comum em focos de infecção tuberculosa
o “Caseoso” = aparência friável esbranquiçada da área de necrose
o À microscopia, a área de necrose exibe uma coleção de células rompidas ou
fragmentadas, além de restos amorfos delimitados por uma borda inflamatória
distinta
• Essa aparência é característica de granuloma
Por Manuela Pedroni
NECROSE GORDUROSA
o Não determina um tipo específico de necrose pois é um processo enzimático
o Ocorre pela ação de lipases sobre os adipócitos
o Descreve apenas a destruição da gordura da cavidade abdominal
pelas enzimas pancreátivas liberadas na pancreatite
o Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo
áreas calcárias brancas, macroscopicamente visíveis (=
saponificação da gordura)
• Ácidos graxos livres liberados por enzimas reagem com o cálcio,
ocorrendo precipitação (saponificação)
o À microscopia, os focos de necrose exibem contornos indistintos dos
adipócitos necróticos, com depósitos de Ca+ basófilos, circundados por uma reação inflamatória
NECROSE FIBRINÓIDE
o É uma forma especial de necrose, geralmente observada nas reações imunes que envolvem os vasos
sanguíneos
o Ocorre nas paredes dos vasos frente a reações imunes
o Esse padrão de necrose ocorre tipicamente quando complexos de antígenos e anticorpos são depositados
nas paredes das artérias
• Exemplo: vasculites
o Os depósitos desses “imunocomplexos” na parede do vaso, em combinação com a fibrina que
extravasa do próprio plasma sanguíneo, resulta em uma aparência amorfa róseo-brilhante, conhecido
como fibrinoide
APOPTOSE
o Morte celular programada (fisiológica) e controlada → controle e regulação de tecidos embrionários e
adultos, remoção de células infectadas, danificadas ou transformadas e sem ruptura da membrana
plasmática!
o É a via de morte celular induzida por um programa intracelular altamente regulado, no qual as células
destinadas a morrer ativam enzimas que degradas seu DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas
o A célula morta é rapidamente eliminada sem haver extravasamento do seu conteúdo, não desencadeando
uma resposta inflamatória
o A célula reduz de tamanho e se distância das células ao redor dela, perdendo contato → fragmentação dos
conteúdos das membranas → corpos apoptóticos
o Não tem estímulo para infiltrado inflamatório porque as enzimas não foram extravasadas
o Pode ser desencadeada individualmente por cada célula
o Macrófagos próximos fagocitam os corpos apoptóticos
APOPTOSES FISIOLÓGICAS
1. Destruição programada de células durante a embriogênese
2. Involução de tecido hormônio-dependentes
➢ Exemplo: colapso endometrial durante a menstruação e a regressão da mama lactante após o
desmame
3. Eliminação de células em populações em proliferação
➢ Exemplo: epitélio da cripta intestinal para manter um número constante
4. Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos
5. Morte celular de células normais que já tenham cumprido sua atividade funcional
➢ Exemplo: hemácia velha
APOPTOSES PATOLÓGICAS
1. Dano ao DNA
➢ Exemplo: radiação
2. Acúmulo de proteínas mal dobradas
3. Morte celular em certas infecções
➢ Exemplo: vírus e bactérias intracelulares
4. Atrofia patológica no parênquima dos órgãos após obstrução de ducto
5. Células contendo mutações
Por Manuela Pedroni
➢ Exemplo: tumores
6. Morte celular estimulada por vários agentes nocivos
Obs.: pode ocorrer também em várias situações que normalmente se observa necrose
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS
o Degradação de Proteínas: observa-se hidrólise de proteínas envolvendo a ativação de uma família
específica de cisteíno-proteases, as caspases
• Elas clivam proteínas estruturais vitais do citoesqueleto e da célula, destruindo a estrutura nuclear
o Decomposição do DNA: ocorre em grandes pedaços de 50-300 quilobases
o Reconhecimento Fagocitário: as células apoptóticas expressam proteínas de superfície que facilitam a
fagocitose das mesmas
APOPTOSE EPIDÉRMICA
o É a apoptose de uma célula epidérmica em uma reação imunológica
o A célula é reduzida em tamanho e contem citoplasma eosinófilo brilhante, com núcleo condensado
MECANISMOS DE APOPTOSE
o Resulta da ativação das enzimas caspases
o Fase de Iniciação: algumas caspases se tornam cataliticamente ativas
• A via mitocondrial e a via do receptor de morte convergem nessa fase: embora elas possam se cruzar,
elas geralmente são induzidas em condições diferentes, envolvem moléculas diferentes e possuem
funções distintas na fisiologia e na doença
• Via Mitocondrial (via intrínseca): proteínas da família BCL2, que regulam a permeabilidade
mitocondrial, tornam-se desequilibradas e a liberação de várias substâncias da mitocôndria leva a
ativação das caspases
➢ Lesão celular → estimula sensores da família BCL2 → esses sensores são efetores da família
BCL2 → ativam mitocôndrias → ativam citocromo C e proteínas pró-apoptóticas → ativam caspases
iniciadoras → estimulam as caspases efetoras → ativam endonuclease → há fragmentação nuclear
→ formação de bolha citoplasmática → formação de corpo apoptótico que contem ligantes para
receptores de células fagocíticas → fagócito reconhece os ligantes do corpo apoptótico →
fagocitose do corpo apoptótico
➢ Portanto, essa via resulta do aumento da permeabilidade mitocondrial e da liberação de moléculas
pró-apoptóticas no citoplasma, sem a participação dos receptores da morte
➢ É o principal mecanismo de apoptose em todas as células dos mamíferos
• Via do Receptor de Morte (via extrínseca): sinais de receptores da membrana plasmática levam a
montagem de proteínas adaptadoras em um “complexo de sinalização incluindo a morte”, que também
ativa as caspases
➢ Interação entre receptor e ligante → proteínas adaptadoras estimulam caspases iniciadoras →
caspases iniciadoras estimulam caspases executoras → há destruição do citoesqueleto
➢ Essa via é iniciada pela ativação de receptores da família do fator de necrose tumoral que contém
um domínio citoplasmático, chamado de domínio da morte, essencial para a transferência dos
sinais apoptóticos
o Fase de Execução: outras caspases iniciam a degradação de componentes celulares críticos
• As 2 vias de iniciação convergem para uma cascata de ativação de caspases que medeiam a fase final
da apoptose
o Remoção das Células Mortas: é feita por marcadores de superfície que facilitam a fagocitose, sendo então
removidas sem desencadear resposta inflamatória
CORRELAÇÕES CLINICOPATOLÓGICAS
o Apoptose excessiva
• AIDS
• Doenças degenerativas
• Síndromes mielodisplásicas
• Lesões isquêmicas
• Doenças do fígado
Por Manuela Pedroni
o Apoptose insuficiente
• Câncer
• Doenças autoimunes
• Infecções viróticas
Para ter acesso ao meu drive com todos os resumões completos, acesse:
https://drive.google.com/drive/folders/1sI4_UxIJHiw5wzCUBdZf8G9lr_ZH7dzU?usp=sharing