Resumo
Resumo
Resumo
O diagnóstico do TEA requer uma avaliação neuropediátrica realizada por uma equipe
multidisciplinar. Ferramentas como a escala M-CHAT ajudam a identificar sinais precoces,
avaliando comportamentos como interesse por crianças, habilidades de faz-de-conta e
sensibilidade a estímulos. É comum que alterações sensoriais sejam percebidas antes mesmo do
ingresso da criança na escola, tornando o diagnóstico precoce essencial.
É importante compreender que os desafios enfrentados por indivíduos com TEA não são
resultado de má educação ou de birras, mas de alterações no modo como o cérebro processa os
estímulos. Essas condições podem ser percebidas em atividades simples, como o uso dos dedos
para explorar texturas, ou na reação exagerada a luzes e sons. O papel das famílias e profissionais
é fundamental para oferecer suporte e promover intervenções adequadas.
Aula 02
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que apresenta uma
enorme variedade de manifestações, tanto no comportamento quanto nas habilidades de
interação e comunicação. Ele não segue um padrão único, mas é um espectro, o que
significa que cada pessoa com TEA possui suas particularidades. Cerca de 90% das
pessoas com TEA apresentam alterações sensoriais, 80% podem enfrentar distúrbios do
sono e até 70% convivem com transtornos mentais associados.
No ambiente educacional, é essencial entender que cada aluno com TEA tem
necessidades únicas. Planos de atendimento e estratégias de ensino devem ser
individualizados. O uso de estímulos visuais, histórias, perguntas claras e diretas e
momentos de interação social guiada pode ajudar na comunicação e no desenvolvimento
da linguagem funcional.
Por fim, é importante lembrar que muitas pessoas com TEA chegam à idade adulta sem
um diagnóstico. Apesar de algumas dificuldades, como interação social e contato visual,
essas pessoas podem ser altamente funcionais, trabalhar, estudar e constituir famílias. No
entanto, é essencial oferecer suporte e compreensão, garantindo que possam viver de
forma plena e integrada à sociedade.
Aula 03
EeeA brincadeira, que parece algo tão natural para muitas crianças, também pode ser um
desafio para quem está no espectro. Muitas vezes, elas podem preferir rodar as rodinhas
de um carrinho a brincar com ele em pistas ou inventar histórias. Ensinar a usar os
brinquedos de maneira funcional, mostrando como brincar e simulando situações do dia
a dia, pode ser uma forma poderosa de estimular a criatividade e a socialização. A
interação, mesmo que guiada, é fundamental, pois essas crianças não preferem ficar
sozinhas – elas apenas não sabem como interagir espontaneamente.
Outro ponto importante é a afetividade. Apesar de algumas crianças com autismo não
demonstrarem emoções como o esperado, elas também sentem alegria, tristeza e amor.
Criar vínculos com respeito ao seu ritmo e interesses é essencial para fortalecer as trocas
afetivas.
O cotidiano de uma pessoa com TEA pode ser bastante influenciado pela necessidade de
rotina. Mudanças inesperadas podem gerar desconforto, e a previsibilidade ajuda a manter
a organização emocional. Por isso, avisar com antecedência sobre alterações na rotina e
manter uma estrutura clara são práticas que fazem a diferença.
Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, mexer as mãos ou repetir sons,
podem ser formas de auto regulação ou expressão de contentamento. Em vez de tentar
eliminá-los, é mais eficaz observar o que os desencadeia e redirecionar para atividades
funcionais quando necessário, sempre com empatia.
Também é importante desmistificar ideias equivocadas sobre o autismo. Não, vacinas não
causam autismo. Não, o autismo não é uma doença psicológica, mas sim uma condição
neurobiológica. E sim, com estimulação precoce e apoio, muitas pessoas com autismo
podem se tornar adultas independentes e autossuficientes.
O tratamento do autismo não tem como objetivo “curar” – até porque o autismo não é
uma doença –, mas sim potencializar as habilidades de cada pessoa, promovendo maior
funcionalidade e qualidade de vida. Abordagens multidisciplinares, como terapia
ocupacional, fonoaudiologia e intervenções comportamentais, desempenham um papel
essencial nesse processo.
O autismo é sobre diferenças, não sobre limitações absolutas. É sobre encontrar caminhos
para que cada pessoa possa expressar seu potencial de maneira única. E para isso,
compreensão, respeito e acolhimento são os primeiros passos.