ILUSTRÍSSIMO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE-1

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ILUSTRÍSSIMO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DA PREFEITURA

MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

Eu, Graciola Padilha de Araújo Kella, brasileiro, RG 13592204 PCMG, CPF 065 767 736 17, CNH
03286806173 telefone 31 997799925 , residente e domiciliado na Rua Luiza Vieira n. 260 – Bairro
Venda Nova- CEP 31610110 na cidade de BH – MG, tendo sido autuado através do presente,
em conformidade com os arts. 280, 281 e 285 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, Resoluções
299/08 e 404/12 do CONTRAN, da Lei Federal n. 9.784/99, e CF/88, para interpor a presente
DEFESA PRÉVIA, contra referida autuação, com o objetivo de exercitar legítimo direito de ampla
defesa e do exercício pleno do contraditório.

DO VEÍCULO
Marca Toyota, modelo Etios SD XS, ano 2016, cor prata placa PXN 0106, RENAVAM
N 01082520982

DA INFRAÇÃO
Art. 184, inc. III, do CTB. Auto de infração: . Data: 23/05/2022. Hora: 05:58. Local: Avenida
Vilarinho, sentido Bairro/Centro sem número, no Município de Belo Horizonte/MG

DOS FATOS E FUNDAMENTOS LEGAIS


Este Recorrente recebeu NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO, na qual
teria na data de 23/05/2022, às 05:58, cometido infração de trânsito por supostamente transitar na
faixa ou via exclusiva regulamentar para trânsito público coletivo de passageiro.
Todavia, a Imposição de Penalidade não pode prosperar. O Código Civil Brasileiro ensina no art.
166, inciso IV, que é nulo o negócio jurídico quando não revestir a forma prescrita em lei. Assim,
no caso das autuações de trânsito, podemos dizer que se trata de um “negócio jurídico” entre o
Estado e o cidadão. Desta maneira, deve ser preenchido todos os requisitos prescritos em Lei, sob
pena de nulidade do ato administrativo.
Assim sendo, ao autuar o cidadão, o Departamento de Trânsito deve preencher corretamente o
auto de infração, conforme prevê o art. 280 do Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do
qual constará:
I - Tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos
julgados necessários à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
V - Identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento
que comprovar a infração;
VI - Assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento da
infração.
Pois bem, um ponto absolutamente importante no artigo supramencionado diz respeito ao
equipamento captador de imagens, que precisa regularmente passar aferição do INMETRO ou por
órgão por ele delegado, para que a autuação possa ser realizada de maneira mais idônea
possível.
De modo geral, esta aferição deve ser feita anualmente, e, caso isso não ocorra, a suposta
penalidade deve ser nula.
Os equipamentos eletrônicos necessitam estar com a sua calibração regularmente comprovada,
para que emitam detecção exata, medindo com precisão os eventos, de forma que sirva de prova
dentro dos autos. Precisa estar certificado pelo INMETRO informando sua devida aferição, como
preconiza o artigo 2º da Resolução nº 165 c/c o art. 280, § 2º, bem como deliberação nº 38 do
Denatran, senão vejamos:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do
qual constará:
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade
de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer
outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
RESOLUÇÃO Nº 165 DE 10 DE SETEMBRO DE 2004 - Regulamenta a utilização de sistemas
automáticos não metrológicos de fiscalização, nos termos do § 2º do artigo 280 do Código de
Trânsito Brasileiro.
Art. 2º. O sistema automático não metrológico de fiscalização deve:
I – Ter sua conformidade avaliada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – Inmetro, ou entidade por ele acreditada;
Deliberação CONTRAN nº 38 de 11/07/2003 que dispõe sobre requisitos técnicos mínimos para a
fiscalização da velocidade, de avanço de sinal vermelho e da parada sobre a faixa de pedestres
de veículos automotores, reboques e semirreboques, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.
[...]
Art. 2º O instrumento ou equipamento medidor de velocidade de veículos deve observar os
seguintes requisitos:
I - Ter seu modelo aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial - INMETRO, atendendo a legislação metrológica em vigor e aos requisitos estabelecidos
nesta Deliberação;
II - Ser aprovado na verificação metrológica realizada pelo INMETRO ou por entidade por ele
delegada;
III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com
periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a
legislação metrológica em vigência.
Importante ressaltar que esses equipamentos estão sujeitos à falibilidade do citado objeto
eletrônico (item 8.1.4.7 da Portaria nº 115/98-INMETRO), seja por dano, temperatura, severidade,
interferência eletromagnética, umidade, intempérie ou falha qualquer.
In casu, trata-se de inobservância de regra técnica sobre aferição de radar que deve ser em
consonância com o disposto no art. 3º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, o qual deve ser
verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com periodicidade
máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em
vigência.
Fundamental para elucidação do caso, a data da última aferição do equipamento é de
03/12/2014, conforme consta na cópia da notificação anexo. Por outro lado, a data da infração é
de 23/05/2022. Por fim, nota-se que o radar se encontra sem a devida aferição no período de
8 anos aproximadamente, ou seja, quase 97 meses sem aferição.
Neste sentido, vale destacar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, esposado nas
Súmulas 346 e 473: "A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos" e
"A Administração pode anular seus próprios atos, quando derivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial".
A data de aferição do radar pelo INMETRO é elemento essencial do auto de infração, sob pena de
nulidade absoluta.
Cita-se jurisprudência para o caso ora analisado:
DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA. CONTROLADOR ELETRÔNICO
DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃO DA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU
ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DE
INFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da
resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos
medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e
veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovação da regular manutenção dos
instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de penalidade administrativa,
devendo ser declarada a nulidade do auto de infração e das penalidades dela decorrente. 3.
Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto, decidem os juízes integrantes da 1ª turma
recursal juizados especiais do estado do Paraná, conhecer e negar provimento ao recurso, nos
exatos termos do voto. Relator: Liana de Oliveira Lueders, data de julgamento: 29/01/2015, 1âª
turma recursal, data de publicação: 02/02/2015).
Por estes motivos, pautado o agente público na estrita legalidade, deve este Órgão julgador de
trânsito, anular a NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO em comento,
pois eivada de vícios que a torna ilegal, dela não se origina direitos.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS DO AUTO DE INFRAÇÃO

Alego em minha defesa que ao entrar na via, , não deu tempo de ver a faixa colocada de mudança
da via, moro próximo ao endereço da infração no qual fui notificado, confesso que já havia
passado pelo mesmo local na qual nunca fui notificado, era uma via de circulação normal,
notei que a mesma no ato da infração, não estava corretamente sinalizada me induzindo ao
erro, (fotos em anexo) e a mesma foram feitas modificações recentemente para faixa
exclusiva de ônibus, e o que mais me intriga, foi o fato de ser notificado duas vezes as
05:58 e também as 05:59 pelo mesmo agente GT 0214 aferidos a 8 anos na mesma data
03/12/2014 e pelo mesmo motivo no mesmo endereço da avenida Vilarinho,

Vale dizer que:( infração com a mesma raiz) trata se de infração continuada, o condutor
comete o ato inflacionário duas ou mais vezes pela mesma infração, sem que tenha
interrompido o deslocamento, pois ainda está cometendo a mesma infração pela qual foi
autuado inicialmente, dando continuidade à manobra. Ilustro que durante meu tempo de
carteira, nunca precisei recorrer a pedido de infração, não sou melhor condutora, mas
como cidadã, cumpro rigorosamente as leis de transito como são impostas. Diante do
exposto peco humildemente e gentilmente o deferimento da suposta autuação.

Peco que entendem que as situações estão previstas no Manual Brasileiro de Fiscalização
de Trânsito – Vol. II, instituído pela Resolução n. 371 do Contran e podem ser:

1. Infrações que tiverem a mesma raiz de código de enquadramento (conjunto de


números que indica, ao sistema de processamento de dados, que se refere a
determinada infração de trânsito, conforme Portaria do Departamento Nacional de
Trânsito n. 59/07, alterada pela Portaria n. 276/12). Neste caso, o motorista será
autuado apenas por uma infração.
Também leva se em conta o deferimento da infração sobre das alegações como
aferição dos agentes e sinalização defeituosa.

Diante do acima exposto, é de se ver que a infração cometida é justificável.

Certo de sua atenção,

Aguardo deferimento.

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