DIREITOS
HUMANOS
Aula 14 – Tribunal Penal
Internacional
Professor Kristianno Fireman
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
2.1 Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos
2.2 Órgãos Específicos – ONU
2.3 Declaração Universal de Direitos Humanos
2.4 Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos
2.5 Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais
2.6 Convenções Específicas do Sistema Global
2.7 Sistema Interamericano de Direitos Humanos
2.8 Grupos Vulneráveis
2.9 Tribunal Penal Internacional
O Tribunal Penal Internacional
Criado como um Tribunal Criminal para julgar indivíduos acusados
de praticar crimes graves com repercussão internacional.
Sede: Haia, Países Baixos. Mas pode se reunir em outros locais.
Criado em 17 de julho de 1998 em Conferência realizada em Roma
(Itália), começou a exercer suas funções em 2002, quando o
Estatuto de Roma entrou em vigor, com a adesão de 60 Estados.
O Tribunal Penal Internacional
Art. 126 do Estatuto: “O presente Estatuto entrará em vigor no
primeiro dia do mês seguinte ao termo de um período de 60 dias
após a data do depósito do sexagésimo instrumento de ratificação,
de aceitação, de aprovação ou de adesão junto do Secretário-Geral
da Organização das Nações Unidas.”
O Tribunal Penal Internacional
Não é órgão da ONU, sendo uma instituição independente, com
personalidade jurídica internacional e capacidade jurídica próprias.
(art. 4º do Estatuto). Possui vínculo de cooperação com a ONU (art.
2º do Estatuto), mas não é subordinada a mesma como um órgão
dependente.
O Tribunal Penal Internacional
Grande diferencial em relação aos demais tribunais: julga
indivíduos e não Estados.
Art. 26 do Estatuto: “O Tribunal não terá jurisdição sobre pessoas
que, à data da alegada prática do crime, não tenham ainda
completado 18 anos de idade.”
Estrutura do Tribunal
Presidência: responsável pela administração geral do Tribunal,
com exceção do escritório do procurador. Composta por três juízes
do Tribunal, eleitos para o cargo pelos seus pares, para um
mandato de três anos.
Estrutura do Tribunal
Divisões Judiciais: compostas por dezoito juízes distribuídos na Divisão de Pré
Julgamento, na Divisão de Julgamentos e na Divisão de Apelações. Os juízes de
cada divisão conduzem os diferentes estágios dos procedimentos do Tribunal. A
distribuição dos juízes em suas divisões é feita com base na natureza das
funções de cada divisão e nas qualificações e experiências dos juízes. Cada
divisão deve envolver especialistas em direito penal e internacional.
Estrutura do Tribunal
Escritório do Procurador: responsável pelo recebimento de referências ou
outras informações substanciais a respeito de crimes dentro da jurisdição do
Tribunal, por sua avaliação e pela investigação e prosseguimento do caso
perante o Tribunal. O escritório é chefiado por um Procurador, que é eleito pelos
Estados Partes para um mandato de nove anos. Ele é auxiliado por dois Vice
Procuradores.
Estrutura do Tribunal
Secretariado: chefiado pelo Secretário que o principal oficial administrativo do
Tribunal. O Secretário exerce suas funções sob a autoridade do Presidente do
Tribunal.
Estados membros do TPI
BRASIL: assinou o Estatuto de Roma em 7 de fevereiro de 2000,
tendo ratificado em 20 de junho de 2002.
Atualmente, o TPI possui 124 membros:
34 da África; 19 da Ásia; 18 do Leste Europeu; 28 da América
Latina; 25 do Oeste Europeu e outros Estados.
Ausentes: Estados-Unidos, China e Rússia.
Princípio da complementariedade da jurisdição do TPI
O TPI se apresenta como uma corte de último recurso. Ele não
agirá se um caso foi ou estiver sendo investigado ou julgado por
um sistema jurídico nacional, a não ser que os procedimentos
desse país não forem genuínos, como no caso de terem caráter
meramente formal, protegendo o acusado de sua possível
responsabilidade jurídica.
Princípio da complementariedade da jurisdição do TPI
Estados possuem o dever primário de investigar, processar e julgar
os crimes abrangidos na competência do TPI.
TPI deve atuar de forma subsidiária, sem excluir a jurisdição
nacional dos Estados. Sua atuação se dará quando da não atuação
ou da atuação irregular dos Tribunais nacionais.
Crimes abrangidos pelo Estatuto de Roma
Art. 5º do Estatuto
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a
comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o
Tribunal terá competência para julgar os seguintes crimes:
a) O crime de genocídio;
b) Crimes contra a humanidade;
c) Crimes de guerra;
d) O crime de agressão.
Art. 26: “Os crimes da competência do Tribunal não prescrevem.”
Genocídio
Art. 6º
Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos
atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou
em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
a) Homicídio de membros do grupo;
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua
destruição física, total ou parcial;
d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
Crimes contra a humanidade
Art. 7º
1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime contra a
humanidade", qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um
ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo
conhecimento desse ataque:
a) Homicídio;
b) Extermínio;
c) Escravidão;
d) Deportação ou transferência forçada de uma população;
e) Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação das
normas fundamentais de direito internacional;
f) Tortura;
Crimes contra a humanidade
g) Agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada,
esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de
gravidade comparável;
h) Perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por
motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, tal
como definido no parágrafo 3o, ou em função de outros critérios universalmente
reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional, relacionados com
qualquer ato referido neste parágrafo ou com qualquer crime da competência do
Tribunal;
Crimes contra a humanidade
i) Desaparecimento forçado de pessoas;
j) Crime de apartheid;
k) Outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente
grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou
mental.
Crimes contra a humanidade
Art. 7º par. 2º:
b) O "extermínio" compreende a sujeição intencional a condições de vida, tais
como a privação do acesso a alimentos ou medicamentos, com vista a causar a
destruição de uma parte da população;
g) Por "perseguição'' entende-se a privação intencional e grave de direitos
fundamentais em violação do direito internacional, por motivos relacionados com a
identidade do grupo ou da coletividade em causa;
h) Por "crime de apartheid" entende-se qualquer ato desumano análogo aos
referidos no parágrafo 1° , praticado no contexto de um regime institucionalizado
de opressão e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou outros grupos
nacionais e com a intenção de manter esse regime;
Crimes de Guerra
Art. 8º
2. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crimes de guerra":
a) As violações graves às Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 1949, a
saber, qualquer um dos seguintes atos, dirigidos contra pessoas ou bens
protegidos nos termos da Convenção de Genebra que for pertinente:
i) Homicídio doloso;
ii) Tortura ou outros tratamentos desumanos, incluindo as experiências biológicas;
Crimes de Guerra
iii) O ato de causar intencionalmente grande sofrimento ou ofensas graves à
integridade física ou à saúde;
iv) Destruição ou a apropriação de bens em larga escala, quando não justificadas
por quaisquer necessidades militares e executadas de forma ilegal e arbitrária;
v) O ato de compelir um prisioneiro de guerra ou outra pessoa sob proteção a
servir nas forças armadas de uma potência inimiga;
vi) Privação intencional de um prisioneiro de guerra ou de outra pessoa sob
proteção do seu direito a um julgamento justo e imparcial;
Crimes de Guerra
vii) Deportação ou transferência ilegais, ou a privação ilegal de liberdade;
viii) Tomada de reféns;
Crimes de Guerra
b) Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados
internacionais no âmbito do direito internacional, a saber, qualquer um dos
seguintes atos:
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não
participem diretamente nas hostilidades;
ii) Dirigir intencionalmente ataques a bens civis, ou seja bens que não sejam
objetivos militares;
Crimes de Guerra
iii) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades ou
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência
humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes
tenham direito à proteção conferida aos civis ou aos bens civis pelo direito
internacional aplicável aos conflitos armados;
Crimes de Guerra
iv) Lançar intencionalmente um ataque, sabendo que o mesmo causará perdas
acidentais de vidas humanas ou ferimentos na população civil, danos em bens de
caráter civil ou prejuízos extensos, duradouros e graves no meio ambiente que se
revelem claramente excessivos em relação à vantagem militar global concreta e
direta que se previa;
Crimes de Guerra
v) Atacar ou bombardear, por qualquer meio, cidades, vilarejos, habitações ou
edifícios que não estejam defendidos e que não sejam objetivos militares;
Crimes de Agressão
Dúvidas dos Estados em relação a tipificação desse crime. “Estratégias de
segurança” poderiam ser consideradas como crime de agressão.
Ex.: bombardeios da OTAN sobre a Iugoslávia em 1999 para coibir massacres
contra a minoria Bósnia.
Crimes de Agressão
Art. 5.2. “2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de
agressão desde que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma
disposição em que se defina o crime e se enunciem as condições em que o
Tribunal terá competência relativamente a este crime. Tal disposição deve ser
compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas.”
Crimes de Agressão
Se trata do emprego do Estado de forças armadas contra a soberania, integridade
ou independência de outro Estado. A definição desse crime foi adotada como uma
emenda ao Estatuto durante a Primeira Conferência de revisão do Estatuto em
Campala (Ouganda) em 2010.
Crimes de Agressão
Para que entre em vigor, estas emendas devem ser ratificadas por pelo menos 30
Estados e depois votadas pelos Estados parte em 2017.
Tipificação do crime de agressão
Art. 8º bis
1 - Para efeitos do presente Estatuto, entende-se por 'crime de agressão', o
planeamento, a preparação, o desencadeamento ou a execução por uma pessoa
que se encontre em posição de controlar ou conduzir de forma efetiva a ação
política ou militar de um Estado de um ato de agressão que, pelo seu carácter,
pela sua gravidade e dimensão, constitui uma violação manifesta da Carta das
Nações Unidas.
Tipificação do crime de agressão
Art. 8º bis
2 - Para efeitos do n.º 1, entende-se por 'ato de agressão', o uso da força armada
por um Estado contra a soberania, integridade territorial ou independência política
de outro Estado, ou de qualquer outra forma incompatível com a Carta das Nações
Unidas. Independentemente da existência ou não de uma declaração de guerra,
em conformidade com a Resolução n.º 3314 (XXIX) da Assembleia Geral das
Nações Unidas, de 14 de dezembro de 1974, qualquer um dos seguintes
atos deverá ser considerado um ato de agressão:
Tipificação do crime de agressão
a) A invasão do território de um Estado ou o ataque contra o mesmo pelas forças
armadas de outro Estado, ou qualquer ocupação militar, ainda que temporária,
decorrente dessa invasão ou desse ataque, ou a anexação pelo uso da força do
território, no todo ou em parte, de um outro Estado;
b) O bombardeamento do território de um Estado pelas forças armadas de outro
Estado, ou o uso de quaisquer armas por um Estado contra o território de outro
Estado;
Tipificação do crime de agressão
c) O bloqueio dos portos ou das costas de um Estado pelas forças armadas de
outro Estado;
d) O ataque pelas forças armadas de um Estado contra as forças terrestres,
navais ou aéreas, ou contra a marinha mercante e a aviação civil de outro Estado;
Tipificação do crime de agressão
e) A utilização das forças armadas de um Estado, que se encontram no território
de outro Estado com o consentimento do Estado receptor, em violação das
condições previstas no acordo, ou qualquer prolongamento da sua presença
naquele território após o termo desse mesmo acordo;
f) O facto de um Estado permitir que o seu território por ele posto à disposição de
um outro Estado, seja por este utilizado para perpetrar um ato de agressão contra
um Estado terceiro;
Tipificação do crime de agressão
g) O envio por um Estado, ou em seu nome, de bandos ou de grupos armados, de
forças irregulares ou de mercenários que pratiquem contra um outro Estado atos
de força armada de gravidade equiparável à dos atos acima enumerados, ou que
participem substancialmente nesses atos.
Exercício da competência pelo Tribunal acerca do crime de agressão
O TPI somente exercerá sua competência a respeito do crime de agressão se
2/3 dos Estados partes adotarem uma decisão nesse sentido após 1º de janeiro
de 2017. (art. 15 bis e 15 ter). Antes disso esse crime não pode ser julgado pelo
TPI.
Estado pode a qualquer momento deixar de aceitar a competência do TPI para
esse crime;
TPI não exercerá sua competência sobre nacionais de Estados que não são
parte do Estatuto.
Exercício da competência pelo Tribunal acerca do crime de agressão
Para iniciar uma investigação é necessário que o Procurador verifique junto ao
Conselho de Segurança da ONU se existe o reconhecimento da existência de
um ato de agressão por parte do Estado.
Se o Conselho de Segurança não se opuser a investigação ou se não
responder em 6 meses, o procurador mediante autorização da “Seção de
questões preliminares” do TPI poderá deflagrar a investigação.
Competência ratione temporis
Art. 11º
1. O Tribunal só terá competência relativamente aos crimes cometidos após a
entrada em vigor do presente Estatuto.
2. Se um Estado se tornar Parte no presente Estatuto depois da sua entrada em
vigor, o Tribunal só poderá exercer a sua competência em relação a crimes
cometidos depois da entrada em vigor do presente Estatuto relativamente a esse
Estado, a menos que este tenha feito uma declaração nos termos do parágrafo 3º
do artigo 12.
Irrelevância da Qualidade Oficial (imunidades de Chefe de Estado)
Art. 27
1. O presente Estatuto será aplicável de forma igual a todas as pessoas sem
distinção alguma baseada na qualidade oficial. Em particular, a qualidade oficial de
Chefe de Estado ou de Governo, de membro de Governo ou do Parlamento, de
representante eleito ou de funcionário público, em caso algum eximirá a pessoa
em causa de responsabilidade criminal nos termos do presente Estatuto, nem
constituirá de per se motivo de redução da pena.
Irrelevância da Qualidade Oficial (imunidades de Chefe de Estado)
Art. 27
2. As imunidades ou normas de procedimento especiais decorrentes da qualidade
oficial de uma pessoa; nos termos do direito interno ou do direito internacional, não
deverão obstar a que o Tribunal exerça a sua jurisdição sobre essa pessoa.
Jurisdição do TPI
O TPI não possui jurisdição universal. Só pode exercer sua jurisdição se:
• O acusado é um nacional de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite
a jurisdição do Tribunal;
• O crime tiver ocorrido no território de um Estado Parte ou de qualquer Estado
que aceite a jurisdição do Tribunal;
• O Conselho de Segurança das Nações Unidas tenha apresentado a situação ao
Procurador, não importando a nacionalidade do acusado ou o local do crime;
• O crime tiver ocorrido após 1° de julho de 2002;
• Caso o país tenha aderido ao Tribunal após 1° de julho, o crime tiver ocorrido
depois de sua adesão, exceto no caso de um país que já tivesse aceito a
jurisdição do Tribunal antes da sua entrada em vigor
Consideração do ne bis in idem
Artigo 20 - Ne bis in idem
1. Salvo disposição contrária do presente Estatuto, nenhuma pessoa poderá ser
julgada pelo Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha
condenado ou absolvido.
Penas previstas pelo Estatuto de Roma
• Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30
anos; ou
• Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições
pessoais do condenado o justificarem,
• Uma multa, de acordo com os critérios previstos no Regulamento Processual;
• A perda de produtos, bens e haveres provenientes, direta ou indiretamente, do
crime, sem prejuízo dos direitos de terceiros que tenham agido de boa fé.
Não contemplação das penas pelo direito interno
Art. 80 - Não Interferência no Regime de Aplicação de Penas Nacionais e nos
Direitos Internos
Nada no presente Capítulo prejudicará a aplicação, pelos Estados, das penas
previstas nos respectivos direitos internos, ou a aplicação da legislação de
Estados que não preveja as penas referidas neste capítulo.
Função dos Estados na Execução das Penas Privativas de Liberdade
Art. 103: “ 1. a) As penas privativas de liberdade serão cumpridas num Estado
indicado pelo Tribunal a partir de uma lista de Estados que lhe tenham
manifestado a sua disponibilidade para receber pessoas condenadas.”
Incompatibilidade “aparentes” com o direito interno dos Estados
Tendência: recepção integral do Estatuto pelos Estados. Ainda que seja
necessária alteração nas constituições nacionais.
• Relativização da noção de supremacia constitucional pela tese da
supraconstitucionalidade.
• BRASIL: EC 45/2004 acrescenta o par.4 do art. 5º: “§ 4º O Brasil se submete à
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. ”
✔ Aprovação pelo dec. Legislativo 112/2002
✔ Promulgação pelo dec. Executivo 4.388/2002
Incompatibilidade “aparentes” com o direito interno dos Estados
• Incompatibilidades aparentes entre Estatuto e CF/88:
Pena de prisão perpétua: art. 5º XLVII (não haverá penas: b) de caráter perpétuo)
Imprescritibilidade dos crimes: art. 5º XLII e XLIV (somente crime de racismo e
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático)
Incompatibilidade “aparentes” com o direito interno dos Estados
Princípio da afirmação dos direitos humanos: Sempre deve prevalecer a norma
mais benéfica para a dignidade humana.
• Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios: II - prevalência dos direitos humanos;
O Tribunal Penal Internacional
STF se posicionou indiretamente no despacho do Min. Celso de
Mello na Petição 4.625 (pedido de cooperação feito pelo TPI ao
Brasil para entregar o Presidente do Sudão, que é réu no TPI, caso
seja encontrado no território brasileiro) – Informativo 554 do STF.
O Tribunal Penal Internacional
Projeto de lei no 4.038/2008: Dispõe sobre o crime de genocídio, define os crimes
contra a humanidade, os crimes de guerra e os crimes contra a administração da
justiça do Tribunal Penal Internacional, institui normas processuais específicas,
dispõe sobre a cooperação com o Tribunal Penal Internacional, e dá outras
providências.
• Aprovado na CCJ em 2009, apresentado em plenário em 2016 (Apresentação do
Requerimento de Urgência (Art. 155 do RICD) n. 3937/2016, pelo Deputado
Weverton Rocha (PDT-MA) e outros Líderes).
• Busca instrumentos para o exercício da jurisdição primária brasileira em relação
aos crimes abrangidos pelo Estatuto, reduzindo a chance da atuação do TPI.