Doenças Exantemáticas

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Doenças exantemáticas

Inês Cascais
6º ano Medicina Criança e do Adolescente II (ICBAS-UP)
2022
1 Definição
2
EXANTEMA: lesões cutâneas difusas e agudas
As características da erupção e
sinais/sintomas associados podem-nos ajudar
diagnóstico etiológico/diferencial

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Doenças exantemáticas

EXANTEMAS EXANTEMAS
MACULOPAPULARES BOLHOSOS

EXANTEMAS
VESICULARES

4
Doenças exantemáticas

MD Mecanismos de Doença

D Diagnóstico

T Tratamento

GD Gestão do Doente

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2 Exantemas
maculopapulares
6
SARAMPO

MD ▪ Vírus RNA, família Paramyxoviridae

▪ Transmissão: respiratória e/ou conjuntival

▪ Contágio: inicia-se 5 dias antes do aparecimento do


exantema até 4 dias depois

▪ Tempo de incubação: 7-21 dias

7
SARAMPO

D ▪ Fase catarral ou prodrómica (3-5 dias):


▫ Febre moderada, tosse, coriza
▫ Conjuntivite com fototobia
▫ Manchas Koplik (patognomónicas)

▪ Fase exantema (4-6 dias):


▫ Exantema maculopapular, com inicio na região retroauricular com progressão
cefalo-caudal podendo atingir palmas e plantas; descamação

▪ Outros achados: esplenomegalia ocasional, linfopenia, adenopatias parahilares (75%) e


infiltrados pulmonares (25%)
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anticorpos maternos, após
SARAMPO imunoglobulina endovenosa,
sarampo prévio, títulos não
protetores após a vacina

D ▪ Variante – SARAMPO MODIFICADO:


▫ >tempo de incubação (17-21 dias)
▫ Quadro clínico semelhante mas mais moderado
▫ Exantema pode não seguir a ordem típica de
aparecimento

DIAGNÓSTICO Pode realizar-se confirmação com:


- ↑IgM
CLÍNICO - Cultura ou PCR de amostra secreções nasofaríngeas ou urina
9
SARAMPO

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PROFILAXIA PÓS-INFECIOSA:
SARAMPO
✓ Vacina: até 72h após contacto, >6
meses

T ✓ Isolamento ✓ Imunoglobulina (400 mg/kg EV): até 6

✓ Sintomático
dias após contacto em
imunodeprimidos, grávidas, <6 meses

Nos casos graves:

✓ Vitamina A : 1 dose diária durante 2 dias ✓ Ribavarina PO ou EV

<6M: 50 000UI 15 mg/Kg/dia 12/12h, máx. 1400 mg/dia

6-12M: 100 000UI

11
>12M: 200 000UI
SARAMPO

GD

CRITÉRIOS DE INTERNAMENTO - se complicações:

-Infeção bacteriana secundária (complicação + frequente): pneumonia, OMA

-Neurológicas (meningoencefalite, encefalite subaguda, panencefalite


esclerosante subaguda)

-Diarreia, queratite, miocardite, pericardite, sarampo hemorrágico, hepatite

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RUBÉOLA

MD ▪ Vírus RNA, família Togaviridae

▪ Transmissão: respiratória e/ou contacto

▪ Contágio: inicia-se 5 dias antes do aparecimento do


exantema até 7 dias depois

▪ Tempo de incubação: 14-21 dias

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RUBÉOLA

D ▪ Fase Prodrómica (1-2 dias):


▫ Febre baixa, coriza
▫ Conjuntivite
▫ Adenopatias dolorosas suboccipitais, retroauriculares e cervicais
▫ Petéquias no palato mole

▪ Fase exantema (3-4 dias):


▫ Exantema maculopapular, morbiliforme, com progressão cefalo-caudal, predomina
tronco; desaparece no 3º dia com discreta descamação

▪ Outros achados: leucopenia, trombocitopenia, linfócitos atípicos


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RUBÉOLA

D ▪ SÍNDROME RUBÉOLA CONGÉNITA:


▫ Infeção do feto no 1ºtrimestre de gestação
▫ +++ África e sudeste Ásia
▫ Abortamento, nado-morto; surdez neurosensorial,
lesões oculares, cardiopatia e alterações SNC,
hepatoesplenomegalia e pancitopenia ao nascimento

DIAGNÓSTICO
Pode realizar-se confirmação com:
CLÍNICO
- IgM específica
É DIFICIL
15
RUBÉOLA

16
RUBÉOLA

T ✓ Sintomático GD
COMPLICAÇÕES:

POUCO FREQUENTES:

-Artrite pequenas articulações

-Púrpura trombocitopénica

-Encefalite

-Neurite
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ERITEMA INFECIOSO |
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA

MD ▪ Parvovírus B19, família Parvoviridae

▪ Transmissão: respiratória e/ou contacto

▪ Contágio: 5-7 dias após infeção, durante 7-10 dias (fase


prodrómica), quando o exantema aparece NÃO é
contagioso

▪ Tempo de incubação: 6-12 dias

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25% assintomáticos
ERITEMA INFECIOSO |
50% síndrome gripal ligeiro
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA 25% exantema

D ▪ Fase Prodrómica (5-7 dias):


▫ Assintomático ou síndrome gripal ligeiro (febre, mal-estar,
mialgias e cefaleias)

▪ Fase exantema (5-10 dias):


▫ Eritema ambas bochechas (“sinal face esbofeteada”), exantema macular ou
maculopapular no tronco e extremidades (superfícies extensoras), sem afeção
palmoplantar; aspeto reticulado, +/- pruriginoso (pode confundir-se com urticária);
pode ser recidivante

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ERITEMA INFECIOSO |
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA

DIAGNÓSTICO Pode realizar-se confirmação com:


- IgM específica
CLÍNICO - PCR
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ERITEMA INFECIOSO |
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA

T GD
COMPLICAÇÕES:
✓ Sintomático
-Poliartrite-artralgias
✓ IgG
-Crise de anemia aplásica (anemias
-Infeção persistente em
hemolíticas crónicas)
imunodeprimido, miocardite
-Infeção persistente e aplasia glóbulos
-2g/kg total dividido em 2-5 dias
vermelhos (imunodeprimidos)

-Hidropsia fetal
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EXANTEMA SÚBITO | ROSÉOLA
| 6ª DOENÇA

MD ▪ Herpes vírus 6 (+frequente) e 7, família Herpesviridae

▪ Transmissão: contacto (saliva)

▪ Tempo de incubação: 9-10 dias

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EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA

D ▪ Fase Prodrómica:
▫ Febre elevada, bom aspecto geral, linfadenopatia (98%), hiperemia
membrana timpânica, irritabilidade, pontos de Nagayama

▪ Fase exantema (24 horas):


▫ Ao 4ºdia desaparecimento brusco da febre, com aparecimento do exantema
maculopapular tronco e extremidades superiores que desaparece em 1-2 dias

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EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA

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EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA

T GD
COMPLICAÇÕES:
✓ Sintomático
-Convulsão febril (+ frequente 0-6%),
✓ Ganciclovir, foscarnet
encefalite, meningite asséptica e púrpura
-encefalite por herpes 6 trombocitopénica

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MONONUCLEOSE INFECIOSA

MD ▪ Epstein-Barr vírus, família Herpesviridae

▪ Transmissão: saliva e sexual (excreção pela saliva nos


primeiros 6 meses e depois intermitentemente ao
longo da vida)

▪ Tempo de incubação: 30-60 dias

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Infeção assintomática (+ lactentes)
MONONUCLEOSE INFECIOSA
Mononucleose infeciosa (+ adolescentes)

D ▫ Astenia, mal-estar, mialgias, febre (1-4 semanas), odinofagia

▫ Linfadenopatia (apenas cervicais até generalizadas)


▫ Faringoamigdalite exsudativa com halitose
▫ Exantema maculopapular em <20% (até 80% se administrada
amoxicilina ou ampicilina)
▫ Hepatomegalia e esplenomegalia (50%)
▫ (Edema palpebral bilateral – característico)

Estudo laboratorial: leucocitose com linfocitose (>50%), linfócitos atípicos, trombocitopenia, elevação
27 transaminases (80%)
MONONUCLEOSE INFECIOSA

DIAGNÓSTICO Confirmação:
- Atc anti-heterófilos (Paul Bunnell): deteta IgM
-> útil >5 anos, em <2 anos sensibilidade <25%
CLÍNICO
- Atc específicos
-> IgM anti-ACV: positiva rápido e mantém-se ↑ >4semanas
-> IgG anti-ACV: aparece no final da fase agua e mantém-se ao longo
de toda a vida
-> IgG anti-EBNA: aparece tardiamente e mantém-se ao longo de toda
a vida; indica que a infeção ocorreu pelo menos há 4 meses
- PCR: útil em quadros linfoproliferativos e complicações
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MONONUCLEOSE INFECIOSA

29
MONONUCLEOSE INFECIOSA

T GD
✓ Sintomático COMPLICAÇÕES:

✓ Repouso (se esplenomegalia) -Rotura esplénica

✓ Prednisolona 1 mg/Kg/dia PO 2 semanas -Obstrução da via aérea

se obstrução via aérea, complicações -Quadro linfoproliferativo em


neurológicas ou anemia hemolítica imunodeprimido

✓ Aciclovir: casos graves -Oncogenecidade

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✓ Ganciclovir: encefalite
ESCARLATINA

MD ▪ Streptococcus pyogenes

▪ Complicação não supurativa faringoamigdalite

▪ Todas as idades, mas menos frequente <2 anos

31
ESCARLATINA

D ▪ Fase Prodrómica (12-48 horas):


▫ Febre elevada, odinofagia, cefaleias e vómitos

▪ Fase exantema:
▫ Exantema micropapular, eritematoso (“lixa”), generalizado, palidez circum-oral, mais
intenso nas pregas cutâneas (“linhas pastia”), pode afetar palmas e plantas, língua
em framboesa, enantema petequial em palato e úvula, regressão em 3-4 dias com
descamação

DIAGNÓSTICO - Deteção rápida de antigénio S.pyogenes (sensibilidade 70-90%)

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CLÍNICO - Exame cultural (teste de referência)
ESCARLATINA

33
ESCARLATINA

T
✓ Penicilina PO durante 10 dias

✓ Amoxicilina PO 50 mg/Kg/dia (max.1000 mg/dia) 8/8h, 12/12h, 24/24h


durante 10 dias

✓ Penicilina G benzatínica IM dose única

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DOENÇA KAWASAKI

MD ▪ Vasculite sistémica, com etiopatogenia desconhecida


▫ Provável desencadeante infecioso

▪ Infrequente <6M ou >5 anos (pico 6-24M)

▪ +++ sexo masculino

Sem tratamento específico, até 40% dos doentes desenvolvem dilatação transitória das artérias
coronárias e 25% desenvolvem aneurismas coronários
Com tratamento, as sequelas coronárias aparecem em <5% dos casos
35
▪ Fase aguda febril: 1-2 semanas

DOENÇA KAWASAKI ▪ Fase subaguda: 2-4 semanas

▪ Período de convalescença: meses a anos

36
DOENÇA KAWASAKI

37
DIAGNÓSTICO realiza-se por clínica +
alterações analíticas que coincidem num curto
DOENÇA KAWASAKI
período de tempo; apenas dilatação artérias
coronárias é específica de doença Kawasaki

38
DOENÇA KAWASAKI

39
DOENÇA KAWASAKI

40
41
Doenças exantemáticas

✓ EXANTEMAS
MACULOPAPULARES
EXANTEMAS
BOLHOSOS

EXANTEMAS
VESICULARES

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2 Exantemas
vesiculares
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VARICELA

MD ▪ Vírus varicela-zoster (primoinfeção), família


Herpesviridae

▪ Transmissão: via aérea, contacto

▪ Contágio (elevado): desde 2 dias antes do início do


exantema até todas as lesões estarem em crosta

▪ Tempo de incubação: 14-21 dias

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VARICELA

D ▪ Fase Prodrómica (1-2 dias):


▫ Febre, mal-estar, sintomas via aérea superior

▪ Fase exantema (3-5 dias):


▫ Exantema maculopapular eritematoso, não confluente, que evolui em horas para
vesículas transparentes com base eritematosa, que se rompem dando lugar a
crostas. Muito pruriginoso. Afeta couro cabeludo, mucosa oral e genital.
▫ Erupções sucessivas dando origem lesões em diferentes estadios
▫ Regressão em 7-14 dias, sem cicatrizes se não houver sobreinfeção
▫ Febre baixa, geralmente 1-2 dias
45
VARICELA

46
VARICELA

T GD
✓ Medidas de higiene COMPLICAÇÕES:

✓ Anti-histamínico -Sobreinfeção das vesículas (+ frequente)

✓ Antisséptico ou antibiótico tópico -Pneumonia (febre elevada ou sintomas


respiratórios persistentes)
✓ Aciclovir (critérios)
-Cerebelite, meningite vírica,
meningoencefalite, S.Guillain-Barré
X contraindicado:
-Vasculite das artérias cerebrais
47 ácido acetilsalicílico -> S. Reye
✓Aciclovir/Valaciclovir
(+ eficaz nas 1ºas 24h exantema):

Tratar sempre:

-imunossupressão congénita ou
adquirida, corticoterapia sistémica, anti-
TNF, transplante hematopoiético ou
quimioterapia

-meningoencefalite, varicela
disseminada, pneumonia

-varicela neonatal

-arterite cerebral, acidente vascular


isquémico

-tratamento com salicilatos

Recomendado: se >12 anos, lactentes, aquisição intrafamiliar, doença crónica ou doença crónica da pele, corticoides
48 inalados em doses elevadas
✓Profilaxia ativa:
-Vacina, administração máximo
3-5 dias após contacto escolar
ou domiciliário (50-70% eficácia)

✓Profilaxia passiva:
-Imunoglobulina, útil nas primeiras 72
horas pós-exposição
-Aciclovir, 7º-9º dia após contacto;
não evita a infeção mas pode torna-la
assintomática
-Valaciclovir, eficácia demonstrada
transplante hematopoiético
49
HERPES ZOSTER

MD ▪ Vírus varicela-zoster (reativação)

D ▪ Fase pré-eruptiva:
▫ Febre, mal-estar, dor e sensibilidade ao longo do
dermátomo afetado

▪ Fase eruptiva (1-2 semanas):


▫ Unilateral, geralmente nível torácico, lesões vesiculares
agrupadas em 1 a 3 dermátomos sensitivos
50
HERPES ZOSTER

▪ Nevralgia pós-herpética: dor que persiste após desaparecimento da erupção

51
cutânea; pode durar semanas a meses; pouco frequente nas crianças
HERPES ZOSTER

T
✓ Sintomático: analgésicos

✓ Aciclovir ou Valaciclovir (mesmas doses que no tratamento varicela)


-imunodeprimidos
-formas extensas
-afeção do trigémeo

52
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA

MD ▪ Vírus Coxsackie A16, Enterovírus 71

D ▪ Clinicamente:
▫ Febre elevada e sintomas via aérea superior 1-2 dias
▫ Vesículas e pústulas mucosa oral, úvula, palato mole (90%
casos)
▫ Pústulas lábios, nádegas, mãos e pés (dorso, palmas e
plantas); exantema maculopapular face, braços e tronco

53
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA

54
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA

T GD
✓ Sintomático COMPLICAÇÕES:

-Pneumonia

-Miocardite (Coxsackie A7)

-Meningite e encefalite (Enterovírus 71)

-Queda das unhas em 1-2 meses

55
VÍRUS HERPES SIMPLES

MD ▪ VHS tipo 1, VHS tipo 2, família Herpesviridiae

D ▪ Existem 2 tipos de infeção:


1) Primoinfeção herpética:
-subclínica 85%
-lesões locais (gengivoestomatite herpética, queratoconjuntivite)
2) Recorrência
-lesões localizadas a pele e mucosas
56
GENGIVOESTOMATITE
VÍRUS HERPES SIMPLES
HERPÉTICA

MD ▪ VHS tipo 1, primoinfeção

▪ Causa + frequente de estomatite 1-3 anos

D ▪ Clinicamente:
▫ Febre elevada com irritabilidade, sialorreia, odinofagia,
halitose e dificuldades alimentares pela dor
▫ Úlceras orais, múltiplas, muito dolorosas, hemorrágicas,
sobretudo na língua e gengivas; vesículas periorais
▫ Duração 4-9 dias
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GENGIVOESTOMATITE
VÍRUS HERPES SIMPLES
HERPÉTICA

58
VÍRUS HERPES SIMPLES

T
✓ Sintomático

✓ Aciclovir nas 1as 72-96 horas (ver tabela)


-↓ duração em 50% casos
-melhora a capacidade ingesta alimentar
-nas recidivas pode ser útil no eritema multiforme, lesões extensas ou
imunodeprimido

59
60
61
Doenças exantemáticas

✓ EXANTEMAS
MACULOPAPULARES
EXANTEMAS
BOLHOSOS

✓ EXANTEMAS
VESICULARES

62
3 Exantemas
bolhosos
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SÍNDROME PELE ESCALDADA
ESTAFILOCÓCICA

MD ▪ Toxinas esfoliativas Staphylococcus aureus

D ▪ Clinicamente:
▫ Geralmente <5 anos
▫ Febre, irritabilidade
DIAGNÓSTICO ▫ Eritema generalizado doloroso → bolhas → descamação;

poupa as mucosas, mas pode haver conjuntivite


CLÍNICO ▫ Sinal de Nikolsky +
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SÍNDROME PELE ESCALDADA
ESTAFILOCÓCICA

65
SÍNDROME PELE ESCALDADA
ESTAFILOCÓCICA

T
✓ Internamento

✓ Hidratação + Analgesia

✓ Antissépticos tópicos

✓ Se conjuntivite: colírio aureomicina a cada 4 horas

✓ Antibioterapia:
- Clindamicina 30-40 mg/Kg/dia + Flucloxacilina 100-150 mg/kg/dia ou

66
Ácido-clavulânico +/- Vancomicina 30-40 mg/Kg/dia
ERITEMA MULTIFORME

MD ▪ Reação de hipersensibilidade
▫ 90% casos infeções
- +++ herpes simples (infeção ou reativação)
- Mycoplasma pneumoniae, tuberculose, S pyogenes
▫ fármacos
-antibióticos (antituberculínicos, vancomicina, beta lactâmicos)
- AINE’s,
-anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína)

67
▫ 20% casos idiopático
ERITEMA MULTIFORME

D ▪ Clinicamente:
▫ Máculas ou pápulas urticariformes, distribuição inicial nos
membros, simétrico, incluindo palmas e plantas, evolução
centrípeta
▫ Lesão típica em alvo formada por halos eritematosos
concêntricos com vesícula ou bolha central
▫ Lesões das mucosas (+oral): placas eritematosas ou bolhas
▫ Febre: ausente ou baixa.

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ERITEMA MULTIFORME

69
ERITEMA MULTIFORME

T
✓ Se fármaco suspeito – suspender

✓ Se reativação VHS – aciclovir; Se suspeita de infeção por


Mycoplasma pneumoniae – azitromicina

✓ Corticóide tópico em gel para mucosa oral + limpeza bolhas com


sulfato de cobre 1/1000

✓ Casos graves: prednisolona 2 mg/Kg/dia 8/8horas 2 semanas

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SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA

MD ▪ Reação mucocutânea grave caracterizada por necrose


extensa e deslocamento da epiderme
▫ infeções
▫ fármacos (anticonvulsivantes, antibióticos)

Síndrome de Stevens-Johnson (+ infeções): <10% superfície corporal envolvida


Síndrome intermédio Stevens/Johnson/Necrólise Epidérmica Tóxica_: 10-29%
Necrólise Epidérmica Tóxica (+ fármacos) >30% superfície corporal envolvida
71
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA

D ▪ Clinicamente:
▫ Febre + mal-estar
▫ Exantema morbiliforme/eritema difuso doloroso aà
palpação → bolhas que se rompem (Sinal Nikolsky +)
▫ Geralmente não afeta palmas, plantas nem couro cabeludo
▫ Afeta mucosas, conjuntivas, oral, genital e urinária

▪ Complicações:
▫ Desidratação, sobreinfeção, pneumonia e sepsis
72
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA

73
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA

✓ UCIP

✓ Se fármaco suspeito – suspender (se semivida curta, melhora o prognóstico)

✓ Imunomodeladores:
- Imunoglobulina 1 g/Kg/dia 2 dias + Metilprednisolona 1-1,5 mg/Kg/dia 8/8h 2-5
dias
- Ciclosporina A 3-5 mg/Kg/dia 12/12h 10 dias

74
- Etanercept 0,8 mg/Kg subcutâneo ou Infliximab 5 mg/Kg EV
75
4 Casos clínicos
76
CASO CLÍNICO I

Lactente de 8 meses, sem antecedentes pessoais de relevo, com programa nacional de


vacinação atualizado com 3 doses de vacina anti-meningocócica B e 2 doses de vacina
anti-rotavírus é trazida ao serviço de urgência no dia 12/01, com febre com 48 horas de
evolução Tmáxima retal 39,8ºC e recusa alimentar parcial. Ao exame objetivo, bom
aspeto geral, sem exantemas ou petéquias, otoscopia, orofaringe, auscultação
cardiopulmonar sem alterações, Realizou tira teste urinária, sem alterações e, teve alta
com tratamento sintomático.
No dia 15/01, regressa novamente ao serviço de urgência por aparecimento de lesões
cutâneas no tronco. Apirética há 24 horas.

Ao exame objetivo:

77
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Varicela
b) Escarlatina
c) Exantema súbito
d) Eritema infecioso
e) Doença mão-pé-boca

78
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Varicela
b) Escarlatina
c) Exantema súbito
d) Eritema infecioso
e) Doença mão-pé-boca

79
Considerando o diagnóstico mais provável qual
a afirmação mais adequada?
a) O lactente deve ser internado
b) O lactente tem alta para domicilio com
medidas sintomáticas
c) Deve medicar-se com antibioterapia
porque a etiologia mais frequente é
bacteriana
d) Deve realizar estudo analítico com
hemograma e bioquímica
e) As convulsões febris ocorrem em 20% dos
casos

80
Considerando o diagnóstico qual a afirmação
mais adequada?
a) O lactente deve ser internado
b) O lactente deve ter alta para domicilio com
medidas sintomáticas
c) Deve medicar-se com antibioterapia
porque a etiologia mais frequente é
bacteriana
d) Deve realizar estudo analítico com
hemograma e bioquímica
e) As convulsões febris ocorrem em 20% dos
casos

81
CASO CLÍNICO II

Lactente de 7 meses, sem antecedentes patológicos relevantes, com programa nacional


de vacinação atualizado, sem vacinas extra PNV, frequenta infantário, é levada ao centro
de saúde por febre com 36 horas de evolução Tmáxima axilar 38,7ºC e aparecimento de
lesões cutâneas na face, couro cabeludo e tronco, pruriginosas. Sem outras sinais ou
sintomas.

Ao exame objetivo:

82
Qual o agente mais provável mais
provável?
a) Parvivírus B19
b) Herpes vírus 6
c) Epstein-Barr vírus
d) Enterovírus
e) Vírus varicela-zoster

83
Qual o agente mais provável mais
provável?
a) Parvivírus B19
b) Herpes vírus 6
c) Epstein-Barr vírus
d) Enterovírus
e) Vírus varicela-zoster

84
Relativamente ao tratamento da varicela é verdade que:
a) Os anti-histamínicos não têm utilidade e não devem ser prescritos
b) Se recém-nascido, deve tratar-se sempre com antivírico
c) O tratamento com antivírico é eficaz independentemente do dia de doença em
que se inicia
d) O ácido acetilsalicílico não está contraindicado
85
Relativamente ao tratamento da varicela é verdade que:
a) Os anti-histamínicos não têm utilidade e não devem ser prescritos
b) Se recém-nascido, deve tratar-se sempre com antivírico
c) O tratamento com antivírico é eficaz independentemente do dia de doença em
que se inicia
d) O ácido acetilsalicílico não está contraindicado
86
CASO CLÍNICO III

Criança de 8 anos, sem antecedentes patológicos relevantes, com programa nacional de


vacinação atualizado, sem vacinas extra PNV, é levada ao centro de saúde por febre com
48 horas de evolução Tmáxima axilar 39,4ºC, odinofagia, cefaleias e vómitos. Contexto
epidemiológico de conviventes com amigdalite.

Ao exame objetivo:

87
Qual a atitude mais adequada neste
contexto?
a) Medicar com AINE
b) Reforçar hidratação oral
c) Iniciar tratamento com
prednisolona 1 mg/kg/dia PO
d) Iniciar tratamento com
amoxicilina 50 mg/kg/dia 8/8h
10 dias
e) Encaminhar para observação em
serviço de urgência

88
Qual a atitude mais adequada neste
contexto?
a) Medicar com AINE
b) Reforçar hidratação oral
c) Iniciar tratamento com
prednisolona 1 mg/kg/dia PO
d) Iniciar tratamento com
amoxicilina 50 mg/kg/dia 8/8h
10 dias
e) Encaminhar para observação em
serviço de urgência

89
CASO CLÍNICO III

Após instituição da terapêutica surge exantema maculopapular eritematoso, não


pruriginoso.

Ao exame objetivo:

90
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Alergia a amoxicilina
b) Mononucleose infeciosa
c) Escarlatina
d) Doença de Kawasaki
e) Urticária

91
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Alergia a amoxicilina
b) Mononucleose infeciosa
c) Escarlatina
d) Doença de Kawasaki
e) Urticária

92
Relativamente a esta entidade, escolha a errada:
a) O tratamento é essencialmente sintomático
b) A corticoterapia oral pode ter um papel, particularmente se obstrução da via
aérea, complicações neurológicas ou anemia hemolítica
c) O repouso é particularmente importante pela presença de hepatomegalia com
elevação das enzimas pancreáticas e risco de rotura hepática
d) Pode ser necessário tratamento com antivíricos como aciclovir e ganciclovir
e) Está associada a potencial oncogénico

93
Relativamente a esta entidade, escolha a errada:
a) O tratamento é essencialmente sintomático
b) A corticoterapia oral pode ter um papel, particularmente se obstrução da via
aérea, complicações neurológicas ou anemia hemolítica
c) O repouso é particularmente importante pela presença de hepatomegalia com
elevação das enzimas pancreáticas e risco de rotura hepática
d) Pode ser necessário tratamento com antivíricos como aciclovir e ganciclovir
e) Está associada a potencial oncogénico

94
Doenças exantemáticas
Inês Cascais
6º ano Medicina Criança e do Adolescente II (ICBAS-UP)
2022

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