Doenças Exantemáticas
Doenças Exantemáticas
Doenças Exantemáticas
Inês Cascais
6º ano Medicina Criança e do Adolescente II (ICBAS-UP)
2022
1 Definição
2
EXANTEMA: lesões cutâneas difusas e agudas
As características da erupção e
sinais/sintomas associados podem-nos ajudar
diagnóstico etiológico/diferencial
3
Doenças exantemáticas
EXANTEMAS EXANTEMAS
MACULOPAPULARES BOLHOSOS
EXANTEMAS
VESICULARES
4
Doenças exantemáticas
MD Mecanismos de Doença
D Diagnóstico
T Tratamento
GD Gestão do Doente
5
2 Exantemas
maculopapulares
6
SARAMPO
7
SARAMPO
10
PROFILAXIA PÓS-INFECIOSA:
SARAMPO
✓ Vacina: até 72h após contacto, >6
meses
✓ Sintomático
dias após contacto em
imunodeprimidos, grávidas, <6 meses
11
>12M: 200 000UI
SARAMPO
GD
12
RUBÉOLA
13
RUBÉOLA
DIAGNÓSTICO
Pode realizar-se confirmação com:
CLÍNICO
- IgM específica
É DIFICIL
15
RUBÉOLA
16
RUBÉOLA
T ✓ Sintomático GD
COMPLICAÇÕES:
POUCO FREQUENTES:
-Púrpura trombocitopénica
-Encefalite
-Neurite
17
ERITEMA INFECIOSO |
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA
18
25% assintomáticos
ERITEMA INFECIOSO |
50% síndrome gripal ligeiro
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA 25% exantema
19
ERITEMA INFECIOSO |
MEGALOERITEMA | 5ª DOENÇA
T GD
COMPLICAÇÕES:
✓ Sintomático
-Poliartrite-artralgias
✓ IgG
-Crise de anemia aplásica (anemias
-Infeção persistente em
hemolíticas crónicas)
imunodeprimido, miocardite
-Infeção persistente e aplasia glóbulos
-2g/kg total dividido em 2-5 dias
vermelhos (imunodeprimidos)
-Hidropsia fetal
21
EXANTEMA SÚBITO | ROSÉOLA
| 6ª DOENÇA
22
EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA
D ▪ Fase Prodrómica:
▫ Febre elevada, bom aspecto geral, linfadenopatia (98%), hiperemia
membrana timpânica, irritabilidade, pontos de Nagayama
23
EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA
24
EXANTEMA SÚBITO |
ROSÉOLA | 6ª DOENÇA
T GD
COMPLICAÇÕES:
✓ Sintomático
-Convulsão febril (+ frequente 0-6%),
✓ Ganciclovir, foscarnet
encefalite, meningite asséptica e púrpura
-encefalite por herpes 6 trombocitopénica
25
MONONUCLEOSE INFECIOSA
26
Infeção assintomática (+ lactentes)
MONONUCLEOSE INFECIOSA
Mononucleose infeciosa (+ adolescentes)
Estudo laboratorial: leucocitose com linfocitose (>50%), linfócitos atípicos, trombocitopenia, elevação
27 transaminases (80%)
MONONUCLEOSE INFECIOSA
DIAGNÓSTICO Confirmação:
- Atc anti-heterófilos (Paul Bunnell): deteta IgM
-> útil >5 anos, em <2 anos sensibilidade <25%
CLÍNICO
- Atc específicos
-> IgM anti-ACV: positiva rápido e mantém-se ↑ >4semanas
-> IgG anti-ACV: aparece no final da fase agua e mantém-se ao longo
de toda a vida
-> IgG anti-EBNA: aparece tardiamente e mantém-se ao longo de toda
a vida; indica que a infeção ocorreu pelo menos há 4 meses
- PCR: útil em quadros linfoproliferativos e complicações
28
MONONUCLEOSE INFECIOSA
29
MONONUCLEOSE INFECIOSA
T GD
✓ Sintomático COMPLICAÇÕES:
30
✓ Ganciclovir: encefalite
ESCARLATINA
MD ▪ Streptococcus pyogenes
31
ESCARLATINA
▪ Fase exantema:
▫ Exantema micropapular, eritematoso (“lixa”), generalizado, palidez circum-oral, mais
intenso nas pregas cutâneas (“linhas pastia”), pode afetar palmas e plantas, língua
em framboesa, enantema petequial em palato e úvula, regressão em 3-4 dias com
descamação
32
CLÍNICO - Exame cultural (teste de referência)
ESCARLATINA
33
ESCARLATINA
T
✓ Penicilina PO durante 10 dias
34
DOENÇA KAWASAKI
Sem tratamento específico, até 40% dos doentes desenvolvem dilatação transitória das artérias
coronárias e 25% desenvolvem aneurismas coronários
Com tratamento, as sequelas coronárias aparecem em <5% dos casos
35
▪ Fase aguda febril: 1-2 semanas
36
DOENÇA KAWASAKI
37
DIAGNÓSTICO realiza-se por clínica +
alterações analíticas que coincidem num curto
DOENÇA KAWASAKI
período de tempo; apenas dilatação artérias
coronárias é específica de doença Kawasaki
38
DOENÇA KAWASAKI
39
DOENÇA KAWASAKI
40
41
Doenças exantemáticas
✓ EXANTEMAS
MACULOPAPULARES
EXANTEMAS
BOLHOSOS
EXANTEMAS
VESICULARES
42
2 Exantemas
vesiculares
43
VARICELA
44
VARICELA
46
VARICELA
T GD
✓ Medidas de higiene COMPLICAÇÕES:
Tratar sempre:
-imunossupressão congénita ou
adquirida, corticoterapia sistémica, anti-
TNF, transplante hematopoiético ou
quimioterapia
-meningoencefalite, varicela
disseminada, pneumonia
-varicela neonatal
Recomendado: se >12 anos, lactentes, aquisição intrafamiliar, doença crónica ou doença crónica da pele, corticoides
48 inalados em doses elevadas
✓Profilaxia ativa:
-Vacina, administração máximo
3-5 dias após contacto escolar
ou domiciliário (50-70% eficácia)
✓Profilaxia passiva:
-Imunoglobulina, útil nas primeiras 72
horas pós-exposição
-Aciclovir, 7º-9º dia após contacto;
não evita a infeção mas pode torna-la
assintomática
-Valaciclovir, eficácia demonstrada
transplante hematopoiético
49
HERPES ZOSTER
D ▪ Fase pré-eruptiva:
▫ Febre, mal-estar, dor e sensibilidade ao longo do
dermátomo afetado
51
cutânea; pode durar semanas a meses; pouco frequente nas crianças
HERPES ZOSTER
T
✓ Sintomático: analgésicos
52
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA
D ▪ Clinicamente:
▫ Febre elevada e sintomas via aérea superior 1-2 dias
▫ Vesículas e pústulas mucosa oral, úvula, palato mole (90%
casos)
▫ Pústulas lábios, nádegas, mãos e pés (dorso, palmas e
plantas); exantema maculopapular face, braços e tronco
53
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA
54
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA
T GD
✓ Sintomático COMPLICAÇÕES:
-Pneumonia
55
VÍRUS HERPES SIMPLES
D ▪ Clinicamente:
▫ Febre elevada com irritabilidade, sialorreia, odinofagia,
halitose e dificuldades alimentares pela dor
▫ Úlceras orais, múltiplas, muito dolorosas, hemorrágicas,
sobretudo na língua e gengivas; vesículas periorais
▫ Duração 4-9 dias
57
GENGIVOESTOMATITE
VÍRUS HERPES SIMPLES
HERPÉTICA
58
VÍRUS HERPES SIMPLES
T
✓ Sintomático
59
60
61
Doenças exantemáticas
✓ EXANTEMAS
MACULOPAPULARES
EXANTEMAS
BOLHOSOS
✓ EXANTEMAS
VESICULARES
62
3 Exantemas
bolhosos
63
SÍNDROME PELE ESCALDADA
ESTAFILOCÓCICA
D ▪ Clinicamente:
▫ Geralmente <5 anos
▫ Febre, irritabilidade
DIAGNÓSTICO ▫ Eritema generalizado doloroso → bolhas → descamação;
65
SÍNDROME PELE ESCALDADA
ESTAFILOCÓCICA
T
✓ Internamento
✓ Hidratação + Analgesia
✓ Antissépticos tópicos
✓ Antibioterapia:
- Clindamicina 30-40 mg/Kg/dia + Flucloxacilina 100-150 mg/kg/dia ou
66
Ácido-clavulânico +/- Vancomicina 30-40 mg/Kg/dia
ERITEMA MULTIFORME
MD ▪ Reação de hipersensibilidade
▫ 90% casos infeções
- +++ herpes simples (infeção ou reativação)
- Mycoplasma pneumoniae, tuberculose, S pyogenes
▫ fármacos
-antibióticos (antituberculínicos, vancomicina, beta lactâmicos)
- AINE’s,
-anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína)
67
▫ 20% casos idiopático
ERITEMA MULTIFORME
D ▪ Clinicamente:
▫ Máculas ou pápulas urticariformes, distribuição inicial nos
membros, simétrico, incluindo palmas e plantas, evolução
centrípeta
▫ Lesão típica em alvo formada por halos eritematosos
concêntricos com vesícula ou bolha central
▫ Lesões das mucosas (+oral): placas eritematosas ou bolhas
▫ Febre: ausente ou baixa.
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ERITEMA MULTIFORME
69
ERITEMA MULTIFORME
T
✓ Se fármaco suspeito – suspender
70
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA
D ▪ Clinicamente:
▫ Febre + mal-estar
▫ Exantema morbiliforme/eritema difuso doloroso aà
palpação → bolhas que se rompem (Sinal Nikolsky +)
▫ Geralmente não afeta palmas, plantas nem couro cabeludo
▫ Afeta mucosas, conjuntivas, oral, genital e urinária
▪ Complicações:
▫ Desidratação, sobreinfeção, pneumonia e sepsis
72
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA
73
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA
✓ UCIP
✓ Imunomodeladores:
- Imunoglobulina 1 g/Kg/dia 2 dias + Metilprednisolona 1-1,5 mg/Kg/dia 8/8h 2-5
dias
- Ciclosporina A 3-5 mg/Kg/dia 12/12h 10 dias
74
- Etanercept 0,8 mg/Kg subcutâneo ou Infliximab 5 mg/Kg EV
75
4 Casos clínicos
76
CASO CLÍNICO I
Ao exame objetivo:
77
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Varicela
b) Escarlatina
c) Exantema súbito
d) Eritema infecioso
e) Doença mão-pé-boca
78
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Varicela
b) Escarlatina
c) Exantema súbito
d) Eritema infecioso
e) Doença mão-pé-boca
79
Considerando o diagnóstico mais provável qual
a afirmação mais adequada?
a) O lactente deve ser internado
b) O lactente tem alta para domicilio com
medidas sintomáticas
c) Deve medicar-se com antibioterapia
porque a etiologia mais frequente é
bacteriana
d) Deve realizar estudo analítico com
hemograma e bioquímica
e) As convulsões febris ocorrem em 20% dos
casos
80
Considerando o diagnóstico qual a afirmação
mais adequada?
a) O lactente deve ser internado
b) O lactente deve ter alta para domicilio com
medidas sintomáticas
c) Deve medicar-se com antibioterapia
porque a etiologia mais frequente é
bacteriana
d) Deve realizar estudo analítico com
hemograma e bioquímica
e) As convulsões febris ocorrem em 20% dos
casos
81
CASO CLÍNICO II
Ao exame objetivo:
82
Qual o agente mais provável mais
provável?
a) Parvivírus B19
b) Herpes vírus 6
c) Epstein-Barr vírus
d) Enterovírus
e) Vírus varicela-zoster
83
Qual o agente mais provável mais
provável?
a) Parvivírus B19
b) Herpes vírus 6
c) Epstein-Barr vírus
d) Enterovírus
e) Vírus varicela-zoster
84
Relativamente ao tratamento da varicela é verdade que:
a) Os anti-histamínicos não têm utilidade e não devem ser prescritos
b) Se recém-nascido, deve tratar-se sempre com antivírico
c) O tratamento com antivírico é eficaz independentemente do dia de doença em
que se inicia
d) O ácido acetilsalicílico não está contraindicado
85
Relativamente ao tratamento da varicela é verdade que:
a) Os anti-histamínicos não têm utilidade e não devem ser prescritos
b) Se recém-nascido, deve tratar-se sempre com antivírico
c) O tratamento com antivírico é eficaz independentemente do dia de doença em
que se inicia
d) O ácido acetilsalicílico não está contraindicado
86
CASO CLÍNICO III
Ao exame objetivo:
87
Qual a atitude mais adequada neste
contexto?
a) Medicar com AINE
b) Reforçar hidratação oral
c) Iniciar tratamento com
prednisolona 1 mg/kg/dia PO
d) Iniciar tratamento com
amoxicilina 50 mg/kg/dia 8/8h
10 dias
e) Encaminhar para observação em
serviço de urgência
88
Qual a atitude mais adequada neste
contexto?
a) Medicar com AINE
b) Reforçar hidratação oral
c) Iniciar tratamento com
prednisolona 1 mg/kg/dia PO
d) Iniciar tratamento com
amoxicilina 50 mg/kg/dia 8/8h
10 dias
e) Encaminhar para observação em
serviço de urgência
89
CASO CLÍNICO III
Ao exame objetivo:
90
Qual o diagnóstico mais provável?
a) Alergia a amoxicilina
b) Mononucleose infeciosa
c) Escarlatina
d) Doença de Kawasaki
e) Urticária
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Qual o diagnóstico mais provável?
a) Alergia a amoxicilina
b) Mononucleose infeciosa
c) Escarlatina
d) Doença de Kawasaki
e) Urticária
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Relativamente a esta entidade, escolha a errada:
a) O tratamento é essencialmente sintomático
b) A corticoterapia oral pode ter um papel, particularmente se obstrução da via
aérea, complicações neurológicas ou anemia hemolítica
c) O repouso é particularmente importante pela presença de hepatomegalia com
elevação das enzimas pancreáticas e risco de rotura hepática
d) Pode ser necessário tratamento com antivíricos como aciclovir e ganciclovir
e) Está associada a potencial oncogénico
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Relativamente a esta entidade, escolha a errada:
a) O tratamento é essencialmente sintomático
b) A corticoterapia oral pode ter um papel, particularmente se obstrução da via
aérea, complicações neurológicas ou anemia hemolítica
c) O repouso é particularmente importante pela presença de hepatomegalia com
elevação das enzimas pancreáticas e risco de rotura hepática
d) Pode ser necessário tratamento com antivíricos como aciclovir e ganciclovir
e) Está associada a potencial oncogénico
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Doenças exantemáticas
Inês Cascais
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