CFO - História do Pentecostalismo - Apostila 2022 (1)
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CFO - História do Pentecostalismo - Apostila 2022 (1)
O Curso de Formação de Obreiros tem, como o próprio nome diz, o objetivo de capacitar
homens e mulheres desejosos de trabalhar na obra do Senhor, servindo-O na Igreja, da
melhor maneira possível.
Nessa etapa do nosso curso, estudaremos sobre a HISTÓRIA DO PENTECOSTALISMO.
Estudar sobre o Pentecostalismo é muito importante, porque muitos não sabem porque
somos denominados como pentecostais e muito menos sobre as doutrinas esposadas
pelo Pentecostalismo clássico.
Os evangélicos pentecostais do Brasil são oriundos de um vasto movimento
reavivacionista de herança wesleyana e Holiness norte-americano, desde o fim do século
XVII até sua eclosão na virada do século XX.
O catedrático de Estudos Bíblicos na Faculdade Teológica Evangel Gary B. McGee em seu
panorama histórico do pentecostalismo assim escreveu: “Com a chegada do reavivalismo,
no fim do século XVII e início do século XVIII, na Europa e na América do Norte, os
pregadores calvinistas, luteranos e arminianos passaram a enfatizar o arrependimento e
a piedade na vida cristã. Qualquer estudo do Pentecostalismo tem de se ater aos eventos
desse período, especialmente à doutrina da perfeição cristã ensinada por João Wesley,
o pai do Metodismo, e pelo seu assistente João Fletcher. A publicação por Wesley de A
Short Account of Christian Perfection (1760) conclama seus seguidores a buscarem uma
nova dimensão espiritual. Essa segunda obra da graça, posterior à conversão, libertaria
os crentes de sua natureza moral imperfeita, que os tem induzido ao comportamento
pecaminoso. Essa doutrina chegou à América do Norte, e inspirou o crescimento do
Movimento da Santidade. A ênfase voltada à vida santificada, mas sem mencionar o
falar noutras línguas, registrado nas Escrituras (“derramamento do Espírito”, “batismo no
Espírito Santo”, “línguas de fogo”), tornou-se “marca registrada” da literatura e hinódia
do Movimento da Santidade. Uma das principais líderes da ala metodista do movimento,
Phoebe Palmer, editou o Guide to Holiness e escreveu entre outros livros, The Promise of
the Father (1859). Outro escritor popular, William Arthur, escreveu Tongue of Fire (1856)
um grande sucesso literário (HORTON, 1999, p. 12-13).
O pentecostalismo é, essenciallmente, uma restauração do cristianismo apostólico que
tem por objetivo produzir, na época da chuva serôdia, uma colheita em preparação para a
volta de Cristo. A expressão “chuva serôdia” é uma referência a palavra profética de Joel
2.23 e 28, e, ás vezes, de Tiago 5.7, como um designativo que descreve um reavivamento
no fim dos tempos e uma colheita evangelística esperados por muitos pentecostais. Estes
crêem que o Espírito Santo, nalguma ocasião futura, seria derramado de modo nunca
dantes visto. O ensino da chuva serôdia desenvolveu-se a partir do modelo agrícola que
demonstra, por parte do agricultor, a necessidade de chuva em dois momentos cruciais
do ciclo de crescimento dos vegetais a fim de produzir uma sagra abundante. O primeiro
momento se dá logo após o plantio da semente, quando a “chuva temporã” é necessária
para a germinação da semente a fim de que a plantação seja saudável. O segundo momento
em que a plantação precisa de chuva é imediatamente antes da colheita, precipitação
que se denomina “chuva serôdia”, de modo que haja uma alta produção de grãos até o
momento da colheita que vem logo a seguir. O pentecostalismo da chuva serôdia defende
o ensino de que o derramamento do Espírito em Atos 2 foi a “chuva temporã” e que o
derramamento do Espírito que diz respeito à “chuva serôdia” ocorrerá no final dos tempos”
(ICE, 2004, p. 90-91 - adaptado).
Portanto, a história do pentecostalismo é bastante complexa e emblemática, uma
vez que ela é resultante de vários avivamentos e movimentos espirituais de santidade
oriundos do protestantismo anglo-saxônico. Thomas Ice assim resumiu a história do
pentecostalismo: “ ...o movimento pentecostal teve início em 1 de janeiro de 1901 na
cidade de Topeka, capital do estado de Kansas, quando Agnes Ozman (1870-1937) falou
em línguas sob a tutela de Charles Fox Parham (1873-1929)... “o pentecostalismo, nos
primeiros anos, era denominado de ‘Movimento da Chuva Serôdia’”... Isso se deve ao fato
de que Parham intitulou seu registro do novo movimento de The Latter Rain: The Story of
the Origin of the Original Apostolic or Pnetecostal Movements (“Chuva Serôdia: A História
do Nascimento dos Movimentos Pentecostais ou Apostólicos Originais”). Muitos também
estão informados de que William J. Seymour (1870-1922), sob a influência de Parham, foi
a Houston, no Texas, em 1905, e em seguida levou a mensagem pentecostal para a rua
Azusa em Los Angeles no ano de 1906, de onde ela se disseminou para os quatro cantos
da terra... Sem dúvida, a doutrina da chuva serôdia foi um dos principais componentes
do pentecostalismo (ICE, 2004, p. 91).
A escritora católica secular Karen Armstrong apresenta a história do pentecostalismo
como uma fé “pós-moderna” que ojeriza a modernidade racional do Iluminismo, não se
interessando na dogmática, mas voltando para o primitivismo eclesiástico de Atos dos
Apóstolos, algo retomado na rua Azusa em Los Angeles pelo pastor afro-americano William
Joseph Seymour .
O Movimento Pentecostal inicial, adepto da doutrina da “Chuva Serôdia” de herança
wesleyana e holiness, propunha o aperfeiçoamento individual (santificação) e o
aperfeiçoamento social no âmbito coletivo. Thomas Ice apresenta o pensamento de alguns
líderes pentecostais para explicar o distanciamento do pentecostalismo da doutrina da
“Chuva Serôdia”: “Donald Dayton declara que “o moderno pentecostalismo é a ‘chuva
serôdia’, o derramamento especial do Espírito, que nos últimos dias restaura os dons como
parte da preparação para a ‘colheita’, a volta de Cristo em glória”. David Weslwy Myland
(1858-1943) foi um dos primeiros líderes pentecostais, sendo o autor do primeiro hino
nitidamente pentecostal, intitulado The Latter Rain (“A Chuva Serôdia”) escrito em 1906.
Em 1910, surgiu “a primeira teologia distintamente pentecostal, Latter Rain Covenant
(“Pacto da Chuva Serôdia”), que foi amplamente distribuída. Em seu livro, Myland alega
que “agora estamos no Pentecoste Gentílico, o primeiro Pentecoste deu início à Igreja, o
corpo de Cristo, e este, o segundo Pentecoste, une e aperfeiçoa a Igreja para a volta do
Senhor”. Dayton chega à conclusão de que “a doutrina geral da chuva serôdia estabelecia
uma premissa (...) chave da lógica do pentecostalismo”. Apesar de ocupar um lugar
fundamental no pensamento do pentecostalismo primitivo, “a doutrina da chuva serôdia
estava fadada a desaparecer do pentecostalismo” na década de 1920, “para reaparecer,
todavia, na década de 1940, por ocasião do movimento de revitalização radical da chuva
serôdia”. Uma das causas do declínio dos ensinamentos da chuva serôdia em meados da
década de 1920 reside no fato de que, à medida que se tornou mais institucionalizado,
o pentecostalismo precisava oferecer uma resposta ao avanço do liberalismo nas suas
fileiras. Como se observou anteriormente, o dispensacionalsimo foi visto como um auxílio
nessa área” (ICE, 2004, p. 91-92).
Assim podemos afirmar que o movimento pentecostal nasceu como um grupo
protestante avesso aos princípios liberais, e sem dúvida o fundamentalismo
influenciou as igrejas pentecostais em seu sistema teológico básico. No período em
que o pentecostalismo começou a se desenvolver era necessário uma identificação
firme, sendo que ou se apresentava como liberal ou como fundamentalista, mas
o pentecostalismo tinha o seu próprio caminho: “Enquanto os fundamentalistas
desenvolviam sua fé moderna, os pentecostais elaboravam uma visão “pós-moderna”
que correspondia a uma rejeição popular da modernidade racional do iluminismo.
Enquanto os fundamentalistas retornavam ao que consideravam a base doutrinal do
cristianismo, os pentecostais, que não se interessavam por dogmas, remontavam a um
nível ainda mais fundamental: a essência da religiosidade primitiva que ultrapassa as
formulações de um credo. Enquanto os fundamentalistas acreditavam na palavra das
Escrituras, os pentecostais desdenhavam a linguagem que, como os místicos sempre
enfatizaram, não podia expressar adequadamente a Realidade existente além dos
conceitos e da razão. Seu discurso religioso não era o logos dos fundamentalistas,
mas, que o Espírito Santo descera sobre eles da mesma forma que descera sobre
os apóstolos de Jesus na festa judaica de Pentecostes, quando a presença divina
se manifestou em línguas de fogo e conferiu aos apóstolos o dom de falar idiomas
estrangeiros (ARMSTRONG, 2000, p. 208).
C a p í t u l o 3 - O R G A N I Z AÇ ÃO DA S A S S E M B L E I A S D E D E U S N O S ESTA D O S
UNIDOS DA AMÉRICA.............................................................22
Capítulo 6 - O U T R A S D E N O M I N A Ç Õ E S P E N T E C O S TA I S
NO BRASIL ................................................................... 37
Igreja do Evangelho Quadrangular........................................................37
Igreja Pentecostal O Brasil Para Cristo.................................................. 37
Igreja Pentecostal Deus é Amor ....................................................... 39
Capítulo VII - CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO ........................................40
CAPÍTULO I
FALANDO SOBRE PROMESSA DO SENHOR
Introdução
“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a
vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tan-
tos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos
2:39).
O contexto de ATOS 2.39 está entre os versícu-
los 37 a 47 onde relata as primeiras conversões
em Jerusalém, após o discurso de Pedro no dia de
Pentecostes.
Em Atos 2.39 o apóstolo Pedro declara: “Porque
a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos
e a todos os que estão longe: a tantos quantos
Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39), ele apre-
senta essa promessa para todos os cristãos, é isso
que o apóstolo ministra após as primeiras con-
versões (Atos 2.37-47).
1. Para vós – aqueles que estavam ali no dia do
pentecostes, judeus do mundo inteiro (judeus na-
tivos e da diáspora);
2. Para Vossos filhos – para a próxima geração,
ou geração seguintes (seus descendentes);Joel
2.28;
3. Para Todos os que estão longe – os que es-
tavam na diáspora, mas também os que estavam
longe geograficamente, e ou outros povos;Isaías
57.19, que é citado em Efésios 2.17 e Atos 22.21;
4. Para Tantos quantos Deus, nosso Senhor
O MONTANISMO
Entre 155-160 surgiu um movimento denomi-
nado de MONTANISMO.Esse movimento defen-
dia a prática da glossolalia e do profetismo.Esse
movimento foi rejeitado pelas lideranças da épo-
ca.
O único documento que temos desse movi-
mento foi escrito por Eusébio de Cesareia, que
apresenta uma caricatura deles: “dizendo que
Montano encarnava o Parácleto e dizia que o Sen-
hor Jesus Cristo retornaria a terra naqueles dias e
estabeleceria a Nova Jerusalém na Frígia”.
Essa caricatura foi apresentada pelos seus
opositores, mas não sobreviveu nenhum texto
produzido pelo montanismo para confirmar a ve-
racidade dessa afirmação.Não, houve o princípio
do contraditório.
Qual seria a imagem do pentecostalismo mod-
erno se dependêssemos apenas da imprensa e
dos documentos dos opositores?
Em uma cética reportagem de primeira pági-
na intitulada “A Babel de Línguas Estranhas”, um
repórter do Los Angeles Times tentou descrever
o que seria conhecido como Avivamento da Rua
Azusa.
“Suspirando expressões estranhas e pronun-
História do Pentecostalismo - Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Min. Belém - Campinas/SP 9
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Área para suas anotações
ciando um credo que ao que parece nenhum
mortal são pode entender”, começa a reporta-
gem, “a mais recente seita religiosa teve início em
Los Angeles”.
Outro repórter de um periódico local em setem-
bro de 1906 descreveu os acontecimentos com as
seguintes palavras: “... infame miscigenação de
raças... elas choram e ficam uivando todo dia e
noite. Correm, pulam, todas se sacodem, gritam
com toda a sua voz, giram em círculos, caem se
sacudindo no chão coberto de serragem, chutan-
do e rolando tudo sobre si”.
Alguns desmaiam e não se movem durante
horas como se estivessem mortos. Essas pessoas
parecem estar loucas, mentalmente perturbadas
ou sob um feitiço.
Elas afirmam estar cheias do Espírito. Elas
têm um negro caolho e iletrado como o seu
pregador que fica de joelhos a maior parte do
tempo com a cabeça escondida entre as caixas
de leite de madeira.
Ele não fala muito, mas às vezes ele pode ser
ouvido gritando ‘arrependei-vos’, e ele acha que
está fazendo isso... Eles cantam repetidamente a
mesma canção, “O Consolador Chegou”.
Os assistentes das reuniões eram às vezes de-
scritos como “Roladores Santos”, “Saltadores
Santos”, “Línguas presas” e “Espiritistas Santos.”
Notícias foram publicadas em todo os EUA e ao
mundo sobre os acontecimentos estranhos em
Los Angeles.
Cristãos de várias tradições foram críticos, di-
CAPÍTULO II
ANCESTRAIS DO PENTECOSTALISMO
PENTECOSTALISMO E A TRANSFORMAÇÃO DA
SOCIEDADE
Além do problema político social da Segregação
racial, o pentecostalismo se defrontou com um
segundo problema político social; ora, se alguém
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Área para suas anotações
acredita no aperfeiçoamento pessoal, individu-
al, crerá também no aperfeiçoamento da coisa
pública ou social, no entanto, se o Espírito Santo
foi concedido para aperfeiçoamento individual e
coletivo, por que a sociedade não mudava para
melhor?
Se a santificação aperfeiçoa o indivíduo, ou seja,
então por que no coletivo não se concretizava?
Se Deus dá o Espírito Santo para aperfeiçoar
pessoas, indivíduos, por que não a sociedade for-
mada por esses indivíduos? Porque eles estavam
longe do poder político.
Na passagem do século XIX para o século XX, a
mudança social relacionava-se cada vez mais com
a teoria da evolução proposta por Darwin.
O fundamento da lógica evolucionista foi, en-
tão, utilizado para atacar a própria Bíblia. Excluin-
do os cristãos do poder político.
No período em que o pentecostalismo começou
a se desenvolver era necessária uma identificação
firme, sendo que ou se apresentava como liberal
ou como fundamentalista, mas o pentecostalis-
mo tinha um roteiro próprio.
CAPÍTULO IV
ORGANIZAÇÃO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS
NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
CAPÍTULO IV
O PENTECOSTALISMO NO BRASIL
CAPÍTULO V
A ORGIEM DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO
BRASIL
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CARACTERISTICAS DO PENTECOSTALISMO
BRASILEIRO
CAPÍTULO VIII
BIBLIOGRAFIA