Apresentação Texto 6

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O século XVI: o início

da pedagogia
moderna
Disciplina: História da Educação e
da Pedagogia
Professora: Kelly Menezes
A modernidade
toma corpo
Secularização;

Individualismo;

Domínio da natureza;

Estado moderno
(territorial e
burocrático);

Afirmação da burguesia
e da economia de
mercado e capitalista.
O contexto
Político Religioso
Nascimento do Estado moderno, Renovação da educação
interessado no domínio racional religiosa e a formação do
da sociedade civil. cristão.

Econômico Educacional
Nova práxis de trabalho, mais Organizada por muitos
social, parcializado, alienante agentes (família, escola,
e mecânico. associações, imprensa etc.)
O Príncipe (1513)
• Visão racional da política e da história;

• Valorização do mundano e do humano;

• O príncipe de Maquiavel é a expressão mais


explícita e mais alta do projeto "pedagógico“
da época: de domínio e de conformação;

• É também um tratado de pedagogia, enquanto


fala do domínio sobre os homens e da sua
formação como cidadãos, atribuindo o papel
determinante neste processo ao carisma e à
astúcia do soberano, que é "metade raposa" e
Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) "metade leão", e que manipula o povo e os
indivíduos.
A escola
moderna Organização
Instrutiva, planificada e
controlada em todas as suas
ações, racionalizada nos seus
processos.

Objetivo
Papel social, civil e profissional
cada vez mais amplo e
determinante.
Os reformadores

Martinho Lutero João Calvino


(1483 – 1546) (1509 – 1564)
A Reforma
Protestante
Lutero defendeu uma
renovação radical;

A aversão pela hierarquia


eclesiástica considerada
responsável pela
desordem disciplinar e
pela corrupção moral que
dominam na Igreja de
Roma;

A ruptura da unidade do
cristianismo.
A concepção de
trabalho calvinista
Elemento de salvação
do ser;

Meio para “instaurar o


reino de Deus na terra”;

Oposta à tradição
clássica e medieval de
desvalorização do
trabalho, o calvinismo
favoreceu o surgimento
da civilização
capitalista.
Consequências do Protestantismo para a educação

Salvação Nível Direito-


individual popular dever
Essencial para todo Necessidade de De todo cidadão em
cristão a posse dos difundir a cultura por relação ao estudo, pelo
instrumentos meio de instituições menos no seu grau
elementares da cultura escolares públicas elementar, e o princípio
(em particular a mantidas a expensas da obrigação e da
capacidade de leitura). dos municípios. gratuidade da instrução.
Organização do Ensino pós-Reforma

Duração Finalidade
1 a 2 horas por dia na escola, Promover a “piedade evangélica”,
restante era trabalho em casa torná-la culta e consciente através
e aprendendo um ofício. de uma instrução clássica.

01 02 03 04
Línguas (latim, grego, hebraico, No centro da vida escolar,
alemão); Obras literárias (pagãs substitui a família na formação
e cristãs); Ciências e Artes; com severidade e amor, sem
Jurisprudência e Medicina. punições excessivas.
Currículo Mestre
A universidade

Introdução de novas
matérias, como a
matemática;

Desenvolvimento de
uma mentalidade
humanista geral;

Foco no
desenvolvimento
filosófico e literário.
O Concíclio de Trento
(1546-1563) e a
Contrarreforma
Confirma os pontos
essenciais da doutrina
católica, define novas
tarefas para os
eclesiásticos, impulsiona os
estudos bíblicos e
teológico-filosóficos.
Pilares da educação pós-contrarreforma

Disciplina Castigos Moral


Hábitos e Normas muito Temor a Deus e
obediência rigorosas aos pais

Família Costumes Instituições


Manutenção dos Aceitação da Colégios e
costumes ordem Internatos
Novas instituições escolares

Escolas piedosas (1597)


Consideradas por alguns como
sendo as primeiras escolas
públicas populares da Europa; fim
social e ético, além de religioso.

Oratório de São Filipe Néri


Também se enquadra no
âmbito das iniciativas a favor
do povo; atividades físicas,
lúdicas e teatrais.
Os Jesuítas (1540)
• Precursor: Sto. Inácio de Loiola – Companhia de
Jesus;

• Definição: ordem religiosa que desenvolve um


sistema orgânico de instrução que se afirma de
maneira expansiva em escala mundial e lança os
fundamentos da escola moderna, laica e estatal;

• Objetivo: repropõe um modelo cultural e formativo


tradicional em estreita conexão com o modelo
político e social expresso pela classe dirigente;

• Organização: rígida norma que abrange toda a


organização da vida do colégio e dos estudos;
hierarquia e obediência.
Ratio Studiorum (1599 – 1773)
● Definição: documento de 30 capítulos que dá as bases de
um programa formativo de caráter católico que se estende
a todos os colégios jesuíticos do mundo;

● Objetivo: formar uma consciência cristã culta e moderna;

● Currículo: curso de 8 anos (3 de gramática, 2 de


humanidades e retórica e 3 de filosofia) podendo se
estender a mais 4 anos de teologia para os internos;

● Metodologia: tarefas escritas e repetições orais a fim de


reforçar a memória - Praelectio (leitura e explicação) e
Concertatio (debate).
Reforma e Contrarreforma na educação

Reformistas Contrarreformistas

Privilegiam a instrução dos Repropõem um modelo cultural


grupos burgueses e e formativo tradicional em
populares com o fim de estreita conexão com o modelo
criar as condições mínimas político e social expresso pela
para uma leitura pessoal classe dirigente, sobretudo com
dos textos sagrados. a obra dos jesuítas.
Erasmo de Roterdã
(1466 – 1536)
• Cultivar a razão é essencial para realizar a
verdadeira humanidade e essa tarefa cabe à
educação;
• Propõe elevar "jovens de inteligência normal a um
apreciável nível de erudição”;
• Os autores clássicos devem ser relacionados à
vida cotidiana e com as várias disciplinas, da
teologia à agricultura, da geografia à história;
• Para isso, ele aconselha a iniciar a intervenção
educativa desde o terceiro ano de vida;
• Atribui grande importância ao professor, a quem
cabe a tarefa de caracterizar as diferenças
individuais dos sujeitos e em relação a elas seguir
as modalidades de ensino mais oportunas.
Juan Luis Vives
(1493 – 1540)
• Formação dos filhos da burguesia
industriosa;
• Inclui no currículo história natural,
medicina, economia e política;
• Eixos essenciais no conhecimento das
línguas e das literaturas clássicas e
numa profunda finalidade ético-
religiosa;
• Escola adquire uma função prática e
útil, não mais voltada exclusivamente
para a transmissão do saber;
• Valor da psicologia da educação.
François Rabelais
(1494 – 1553)
“O homem é livre”;

Sarcasmo à educação abstrata


escolástica reduzida a vazio
formativo e a exercício teórico
(inúteis manuais);

Propõe um saber humanístico


(estudo dos clássicos, jogos e
atividades físicas, ciências naturais e
medicina, além da Sagrada
Escritura).
Michel de Montaigne
(1533 – 1592)
Crítica à educação tanto àquela
que permanece com posições
escolásticas, quanto àquela que se
inspira apenas formalmente em
concepções humanistas, pois as
duas são autoritárias, sem vínculo
com a experiência concreta e
repetitivas; a educação tem o dever
de formar homens de mentalidade
crítica, aberta, e de sólidos
princípios morais.
Ideal do “Cortesão”
Perfeito homem de corte
que, gradativamente,
rompe com os ideais da
burguesia humanística
para afirmar-se como
modelo formativo capaz
de representar em nível
existencial aquela paixão
pela "bela forma" que
atravessa toda a cultura
do Renascimento
italiano.
Referência

CAMBI, Franco. O século XVI: o início da


pedagogia moderna. In: ______. História da
Pedagogia. São Paulo: Editora da NESP, 1999. P.
243 - 275.

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