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Deontologia Profissional – Frequência 16º CLE

Grupo I – Escolhas múltiplas (8 valores) (a descontar!!!!)

1. A deontologia distingue-se da ética, da moral e do direito:


a. Por buscar o ideal de uma vida boa, com e para com os outros em
instituições justas.
b. Por se constituir numa “arte” boa e équa de atribuição do seu a seu dono,
fazendo justiça.
c. Por se remeter para a correlação da ação profissional e permitir o juízo
sobre a conduta das pessoas enquanto tais.
d. Por ser definida pelos próprios profissionais enquanto imperativo do agir
profissional e referente dos processos de regulação.

2. A Deontologia Profissional de Enfermagem integra:


a. Os deveres que o enfermeiro deve observar na sua prática
profissional.
b. Os direitos, os deveres e as incompatibilidades e impedimentos.
c. Os deveres e os direitos dos enfermeiros.
d. Os deveres e as incompatibilidades e impedimentos.

3. A Deontologia Profissional de Enfermagem fundamenta-se:


a. No direito do enfermeiro ao exercício profissional.
b. Nos direitos das pessoas a quem o enfermeiro presta cuidados.
c. Nas leis.
d. Nos pedidos de cuidados que as pessoas fazem.

4. No processo de tomada de decisão ética, confrontam-se frequentemente:


a. Os princípios da boa prática e as regras do serviço.
b. Os valores do cliente e os dos profissionais.
c. Os direitos dos clientes e os deveres do enfermeiro.
d. Os deveres do enfermeiro e as normas da organização.

5. Em Portugal a responsabilidade pela Regulação Profissional em


Enfermagem:
a. É do Estado que preserva em si os poderes de regulação.
b. É da Ordem dos Enfermeiros num modelo de hétero-regulação
profissional.
c. É de uma Associação Profissional de Direito Público. (ordem dos
enfermeiros)
d. Sempre foi dos Enfermeiros, primeiramente organizados em
Associações Profissionais e Sindicais e depois na Ordem dos
Enfermeiros num modelo de autorregulação profissional.
6. É desígnio fundamental da Ordem dos Enfermeiros:
a. Promover a defesa da qualidade dos cuidados de enfermagem
prestados à população.
b. Promover o desenvolvimento, a regulamentação e o controlo do
exercício da profissão do enfermeiro.
c. Assegurar a observância das regras de ética e deontologia profissional.
d. Todas as anteriores estão corretas.

7. Participar na vida e prossecução das finalidades da Ordem dos Enfermeiros:


a. É um direito e um dever dos membros dos Órgãos da Ordem dos
Enfermeiros.
b. É um direito e um dever de todos os licenciados e mestres.
c. É um direito e um dever dos membros efetivos da Ordem dos
Enfermeiros.
d. É um direito e um dever de qualquer cidadão português.

8. Na Deontologia Profissional de Enfermagem:


a. O dever de informação sobrepõe-se ao dever de sigilo.
b. O dever de sigilo construiu um mecanismo deontológico de garantia
da segurança da informação de saúde.
c. O dever de sigilo cessa com a morte da pessoa na medida em que se
esgota na relação dual de confiança entre o enfermeiro e a pessoa
cuidada.
d. O dever de sigilo cessa com a cessação do exercício profissional do
enfermeiro, na medida em que este deixa de estar obrigado ao
cumprimento dos deveres deontológicos.

9. Quando o Enfermeiro tem acesso condicionado à informação de saúde das


pessoas, tal:
a. Favorece os princípios da autonomia profissional da Enfermagem e
da complementaridade funcional com outras profissões.
b. Pode ser determinado pela organização de saúde, desde que o
enfermeiro tenha acesso a toda a informação que produz e seus
resultados.
c. Deve acontecer somente por decisão da pessoa titular da informação
de saúde ou seu representante legal.
d. Interfere nos direitos dos enfermeiros e dos cidadãos.
10. No uso apropriado da autoridade para delegar:
a. O enfermeiro transfere para pessoal dele funcionalmente dependente
a autoridade para a decisão e realização de uma determinada tarefa
de enfermagem.
b. O enfermeiro recebe por delegação a prescrição de outros
profissionais no âmbito das intervenções interdependentes.
c. O enfermeiro responsabiliza-se por assegurar a qualidade e a
continuidade das tarefas que delega.
d. As alíneas a) e c) estão corretas.

11. O artigo nº 113 da Deontologia Profissional relativo à Objeção de


Consciência:
a. Diz respeito a deveres do enfermeiro relacionados com o exercício de
um direito.
b. Diz respeito a um direito absoluto e irrevogável do enfermeiro que
decorre do reconhecimento da sua dignidade.
c. Diz respeito a um direito do profissional não correlativo como o direito
da pessoa a ser cuidada.
d. Nenhuma das alíneas anteriores está correta.

12. Relativamente à Segurança do Cliente:


a. Os “eventos adversos” são danos ou prejuízos sempre decorrentes de
enganos realizados no processo de cuidados e gestão da doença.
b. Os “eventos adversos” são um desafio à qualidade dos cuidados,
importantes causas de sofrimento humano evitáveis e estão na base de
perdas financeiras e custos para os serviços de saúde.
c. Para a gestão do risco devem considerar-se sobretudo variáveis de
natureza individual imputáveis à competência e responsabilidade dos
profissionais.
d. Nenhuma das alíneas anteriores está correta.

13. Relativamente ao Consentimento Informado em Enfermagem:


a. É um dever do enfermeiro que visa garantir o direito à informação da
pessoa.
b. Constituem situações de exceção ao consentimento aquelas em que se
prevê que a pessoa não vá aceitar a proposta de cuidados.
c. Deve ser explícito e escrito para todos os cuidados de enfermagem.
d. Nenhuma das alíneas anteriores está correta.
14. Para garantir a qualidade dos cuidados que presta, o enfermeiro assume
como dever geral:
a. Comunicar às entidades competentes os factos que possam
comprometer essa qualidade.
b. Solicitar às pessoas de quem cuida, que comuniquem os factos que
possam comprometer a qualidade dos cuidados.
c. Aguardar a resolução dos problemas pela hierarquia.
d. Recusar simplesmente trabalhar em condições adversas.

15. Na assunção dos deveres para com a profissão o enfermeiro:


a. Dignifica a enfermagem enquanto profissão autónoma.
b. Contribui para a consecução do desígnio fundamental da Ordem dos
Enfermeiros.
c. Concorre para a excelência do exercício.
d. Todas as alíneas anteriores estão corretas.

16. Relativamente às fontes de Doutrina Deontológica da Enfermagem em


Portugal:
a. O Código Deontológico contém toda a doutrina deontológica a um
nível de operacionalização que não carece de interpretação.
b. As Tomada de Posição e Pareceres em matéria deontológica são de
carater consultivo e não vinculativo.
c. A Doutrina deontológica prevê todas as situações profissionais
possíveis e não carece de revisão.
d. Todas as alíneas anteriores estão incorretas.

Tenho a 1 e a 13 diferentes da Daniela


Grupo II – Resposta Breve (4 valores)

1. Quais os principais marcos históricos e legislativos que determinaram o atual


Modelo de Regulação Profissional da Enfermagem portuguesa? (0,5 valores)
Os marcos históricos que levaram à criação do Modelo de Regulação Profissional que
temos atualmente foram a criação das escolas de Enfermagem, a criação do REPE
(Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros) em 1996, sendo que foi o
primeiro regulamento a considerar enfermagem como uma disciplina e o Código
Deontológico criado em 1998, tratando-se de um código vinculativo onde o profissional
é punido em caso de incumprimento. Antes da existência da Ordem era o Sindicato é que
protegia os direitos dos profissionais e as suas condições, permitindo assim a defesa
também dos cidadãos.
2. Distinga regulamentação de regulação e clarifique a importância da relação
entre estes dois conceitos no nosso modelo de regulação (1 valor)
Regulamentação são as leis, pareceres e protocolos existentes para que os enfermeiros se
possam regular. Constituindo assim medidas que têm que ser cumpridas, havendo
punições caso tal não ocorra, através destas medidas garante-se uma melhor prestação de
cuidados, valorizando assim os cidadãos.

3. Enumere as condições que determinam a eficácia do consentimento


informado e as situações consideradas de exceção. (1 valor)
Considera-se consentimento informado a autorização, que a pessoa dá, para realizar
os cuidados propostos, após lhe ter sido explicado quais os cuidados, como serão
realizados, por quem, porquê e quais os resultados esperados dos mesmos. Sendo que
para a eficácia do consentimento informado tem que se garantir que o mesmo é livre e
esclarecido tendo compreendido todas as dimensões, dotando assim a pessoa ao seu poder
de autodeterminação.
Portanto teremos que garantir que a pessoa se encontra esclarecida ao máximo, ou
seja temos que ser competentes e garantir que toda a informação que estamos a prestar é
válida e que a pessoa ao escolher está a fazer a escolha por si não estando a ser controlada
por qualquer agente externo (por exemplo um familiar que esteja presente), sendo que
temos todo o artigo 105º do Código Deontológico que nos esclarece os deveres do
enfermeiro perante a informação que tem que ser dada à pessoa.
Para o consentimento informado essa pessoa tem que ser maior de 16 anos e se
encontrar com todas as suas capacidades cognitivas.
Contudo, são consideradas exceções quando não se tem que pedir consentimento para
realizar algum procedimento, sendo estas exceções quando a pessoa é incompetente ou
incapaz (por exemplo em situações de ser um menor), por uma situação urgência ou
quando é para “Privilégio Terapêutico”, ou seja não é benéfico para a pessoa ter acesso à
informação de saúde.

4. No uso apropriado da autoridade para delegar, que critérios consideraria na


tomada de decisão? (1 valor)
Primeiro teria de garantir que estava a delegar em alguém funcionalmente dependente.
Depois teria de utilizar o pensamento critico e o julgamento clínico aplicando os 5
certos da delegação que são os seguintes:
 A tarefa certa, isto é, a que é adequadamente delegável, relativamente a um
cliente especifico
 Sob as circunstâncias certas, isto é, contexto de cuidados, disponibilidade de
recursos entre outros elementos relevantes.
 À pessoa certa para a levar a cabo
 Com a comunicação e orientação certa, ou seja, a descrição clara e concisa da
tarefa, incluindo objetivos, limites, expectativas e resultados, se fosse
necessário poderia primeiramente demonstrá-la e após isso teria de validar se
a pessoa que a ia desempenhar tinha entendido realmente o pertendido
 Sob supervisão e avaliação, ou seja, com monotorização, avaliação e
intervenções adequadas e feedback.
5. Tendo em conta os valores humanos e o dever de salvaguarda, explicite os
grupos vulneráveis na Deontologia e em que sentido deve ser realizada a sua
proteção. (0,5 valores)
De acordo com o artigo 102ª do Código Deontológico os grupos vulneráveis
identificados são as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência. Sendo temos que
salvaguardar os seus direitos e que relativamente às crianças temos que as proteger de
qualquer tipo de abuso, que em relação aos idosos temos o dever de promover a sua
independência física, psíquica e social e o autocuidado melhorando assim a sua qualidade
de vida e por fim em relação a pessoas com deficiência existe o dever de colaborar
ativamente na sua reinserção social. O enfermeiro não pode fazer qualquer discriminação,
abstendo-se de fazer juízos de valores respeitando e fazendo respeitar as opções de cada
pessoa.

Grupo III – Interpretação e Fundamentos


Apresente e interprete os fundamentos éticos de 3 dos seguintes deveres do
enfermeiro constantes na Deontologia Profissional (2 valores cada)

1. Explicar o dever do artigo 103º, alínea a).


Com este dever estão implícitos os valores Igualdade, Altruísmo, Solidariedade e
Competência profissional. Sendo que o enfermeiro tem o dever de “Cuidar da pessoa sem
qualquer discriminação económica, social, politica, étnica, ideológica ou religiosa” artigo
102º alínea a) do Código Deontológico. Portanto com este dever o enfermeiro deve agir
como todas as pessoas sendo iguais e deve agir em função do interesse do outro, em vez
do de si mesmo implicando assim o respeito pelo outro, assim como a partilha de
conhecimentos e saberes, a promoção de valores e a interação na busca de melhores
cuidados.
2. Explicar o dever do artigo 113º, alínea b).
O presente dever advém do facto de ao existir um objetor de consciência, em caso de
aparecer algo a quem essa pessoa se imponha de realizar, exista alguém capaz de o fazer.
Sendo, portanto, por parte dos enfermeiros informar atempadamente caso sejam objetores
de algo para serem reunidas as condições para que possa ser realizado por outra pessoa
que não se imponha a realizar determinado cuidado. Está associado a este dever os valores
de igualdade, de liberdade responsável e de competência, sendo que uma pessoa que
necessite da prestação de cuidados tem o direito de ser encarada como igual, não podendo
sofrer de qualquer tipo de negligencia de cuidados só porque não o enfermeiro não realiza.
A liberdade responsável e competência enquadram-se na medida em que o enfermeiro
tem o direito a escolher não fazer, mas no entanto é responsável e competente para
informar previamente que não o faz não condicionando desta forma o bem comum.
3. Explicar o dever do artigo 105º, alínea a).
Encontramos em associação a este dever o valor de verdade e justiça e de competência
profissional, o dever de verdade e justiça advém do facto de todas as pessoas terem o
direito à informação para se poder autodeterminar, sendo que faz parte dos valores de
competência profissional realizar os procedimentos apenas quando se obtém o
consentimento informado, sendo que para tal temos de capacitar as pessoas de
informação.
4. Explicar o dever do artigo 106º, alínea a).
A este dever encontra-se associado o valor competência profissional, sendo que
enquanto profissional de saúde estamos obrigados ao sigilo, só podendo divulgar
informação em situações e com as condições que vêm explanadas no decorrer do artigo
106º. Este dever está associado ainda ao dever de guarda da informação por parte das
instituições e ao mecanismo deontológico de salvaguarda da confidencialidade da
informação pelos profissionais de saúde.
5. Explicar o dever do artigo 109º, alínea b).
Nesta alínea estamos perante a adequação das normas de qualidade dos cuidados às
necessidades das pessoas, estando associada ao valores da competência e
aperfeiçoamento profissional, visto que temos que ter conhecimentos e mantê-los
constantemente atualizados de forma a podermos atuar da melhor forma, mas encontra-
se de igual forma associada ao artigo 100º a título “Da humanização dos cuidados” tendo
que olhar para a pessoa numa perspetiva holística, e sabendo que temos que associar as
normas ao contexto em que nos encontramos a prestar cuidados, aos recursos que temos
e a quais as necessidades a intervir na prestação.
6. Explicar o dever do artigo 109º, alínea a).
Este dever está associado ao valor da competência e aperfeiçoamento profissional
que se encontra no artigo 99º nº2 alínea e) do Código Deontológico sendo que o
enfermeiro deve analisar regularmente o trabalho que realiza e alterar algo que considere
que não está a ser realizado da forma mais correta sendo importante “assegurar a
atualização permanente dos seus conhecimentos, designadamente através das ações de
qualificação profissional” artigo 100º alínea e) do Código Deontológico. Esta é também
uma forma de prevenir eventos adversos associando-se assim à excelência do exercício
profissional.

Grupo IV – Situações Problema


Selecione 1 das seguintes situações. Considerando as questões de natureza
éticodeontológicas em presença, bem como o quadro regulador da profissão,
fundamente as suas respostas. (2 valores)

Situação A
Foi notificado para prestar depoimento no âmbito de um processo decorrente de
uma queixa-crime contra ofensas corporais, desencadeado pela família do Sr.
António a quem prestou cuidados e a quem foi realizado um cateterismo cardíaco
(não urgente= sem que este (vígil e orientado) tenha dado consentimento. No pós-
cateterismo o Sr. António iniciou um quando de confusão e posteriormente
hemiparesia à direita, disfagia e retenção urinária.
A1. Qual a responsabilidade do Enfermeiro em relação ao Consentimento
Informado e nesta situação em particular?
O médico é que deveria ter obtido o consentimento uma vez que se trata de um
procedimento médico, o enfermeiro apenas tem o dever de “informar o individuo e a
família no que respeita aos cuidados de Enfermagem” artigo 105º alínea a) do Código
Deontológico.
Neste caso o enfermeiro tem o dever de “respeitar, defender e promover o direito
da pessoa ao consentimento informado” artigo 105º alínea b) do Código Deontológico,
portanto o enfermeiro deveria ter falado com o médico respeitando o direito à
autodeterminação do Sr. António.

A2. Como procederia enquanto enfermeiro perante a notificação do tribunal?


Primeiramente deveria recolher o aconselhamento deontológico e jurídico antes
de comparecer em tribunal, uma vez que está obrigado ao sigilo como nos é dito no
Código Deontológico artigo 106º nº1 alínea c) o enfermeiro tem o dever de “ Divulgar
informação confidencial acerca do alvo de cuidados e da família só nas situações previstas
em lei, devendo, para o efeito, recorrer a aconselhamento deontológico e jurídico”
podendo apenas revelar a informação, caso essa fosse a sua escolha, após a autorização
do presidente do conselho jurisdicional como nos é dito no artigo 106º nº 4 do Código
Deontológico “ O enfermeiro apenas pode revelar factos sobre os quais tome
conhecimento no exercício da sua profissão após autorização do presidente do conselho
jurisdicional, nos termos previstos no regulamento do conselho jurisdicional.”

Situação B
Encontra-se na sala de trabalho do Serviço de Internamento de Cirurgia e toca o
telefone. Atende e do outro lado alguém se identifica como filho do Sr. António (que
se encontra em pós-operatório imediato e ainda um pouco sonolento) e lhe pede para
saber como este se encontra, o que realmente lhe fizeram na cirurgia, se tem febre
ou dor, se está a fazer antibiótico, se já teve visitas e de quem? O seu interlocutor
diz morar longe, não ter condições para ir ao hospital neste momento e é insistente
em qerer saber informações sobre o Sr. António.
B1. Redija um/dois parágrafo(s) (em discurso direto) o que respondeu (se
respondesse) ao seu interlocutor.
Boa tarde, compreendo a sua situação e peço-lhe desde já desculpas, mas não
estamos autorizados a dar esse tipo de informação. O que lhe posso dizer é para contactar
mais tarde o seu pai, sendo que só ele lhe poderá dar esse tipo informação caso pretenda
fazê-lo. Peço que compreenda não é que esteja sequer a duvidar que é filho dele, mas
imagine uma situação em que não era realmente você, como profissionais de saúde
estamos condicionados a não dar esse tipo de informação. Tenha uma boa tarde.
B2. Enquadre e fundamente deontologicamente a sua opção e resposta.
Enquanto enfermeira estou obrigada a guardar segredo profissional sobre o que
tomamos conhecimento no decorrer da nossa profissão e que tenho que “considerar
confidencial toda a informação acerca do alvo de cuidados e da família, qualquer que seja
a fonte “artigo 106º nº1 alínea a) do Código Deontológico sendo que poderia “partilhar a
informação pertinente só com aqueles que estão implicados no plano terapêutico” artigo
106º nº 1 alínea b) do Código Deontológico.

Situação C
O enfermeiro Pedro é testemunha de Jeová e objetor de consciência relativamente à
colocação de derivados de sangue em qualquer pessoa que deles venha a precisar.
Está a trabalhar com a enfermeira Rita (que não é objetora) num turno da tarde
num Serviço de Medicina. O Sr. Gregório de 78 anos encontra-se, nesse turno, a
realizar uma Unidade de Concentrado Eritrocitário (UCE) por anemia com 6,5 g/dl
de hemoglobina. Durante a perfusão de UCE, colocada em curso pela enfermeira
Rita, o Sr. Gregório desenvolveu uma reação alérgica exacerbada (choque
anafilático) seguido de paragem cardiorrespiratória.
C1. Em que medida deverá o enfermeiro Pedro participar nos cuidados ao Sr.
Gregório?
Enquadre e fundamente deontologicamente a sua resposta.
De acordo com o Código Deontológico artigo 96º nº2 alínea e) é ainda um direito
de um membro efetivo da ordem a objeção à consciência. Sendo que de acordo com o
artigo 113º do Código Deontológico, este não poderá prejudicar os direitos das pessoas
sendo que deve declarar previamente a sua qualidade de objetor de consciência de forma
a que sejam assegurados os cuidados a prestar.
Contudo o Enfermeiro Pedro é apenas objetor de consciência relativamente à
colocação de derivados de sangue em qualquer pessoa que venha a precisar, como
enfermeiro objetor tem ainda o dever de “respeitar as convicções pessoais, filosóficas,
ideológicas ou religiosas da pessoa e dos outros membros da equipa” artigo 113º nº 1
alínea c) , nesta situação esta objeção de consciência não influência a prestação de
cuidados que tem realizar, tendo que realizar a sua prestação sem realizar qualquer tipo
de juízos de valor.
Estando explanado que enquanto enfermeiro visto que neste caso a objeção de
consciência não se aplica tem que “cuidar da pessoa sem qualquer discriminação
económica, social, politica, étnica, ideológica ou religiosa” artigo 102º alínea a) do
Código Deontológico, assim como tem de “abster-se de juízos de valor sobre o
comportamento da pessoa e não lhe impor os seus próprios critérios e valores no âmbito
da consciência e da filosofia de vida” artigo 102º alínea e) respeitando e fazendo-se
respeitar como vem disposto na alínea f) do mesmo artigo.
Portanto o enfermeiro teria de “corresponsabilizar-se pelo atendimento do
individuo em tempo útil, de forma a não haver atrasos no diagnóstico da doença e
respetivo tratamento” artigo 104º alínea a) do Código Deontológico.

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