Direitos Humanos - slides
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1 Direitos Humanos
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CONTEÚDO:
Teoria dos direitos humanos fundamentais
Direitos fundamentais na CF/88
Os direitos de defesa e os direitos prestacionais.
Direitos e deveres individuais e coletivos.
Direitos políticos.
Direitos sociais.
Direitos econômicos.
Direitos de nacionalidade e cidadania.
3 BIBLIOGRAFIA
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DIREITOS DE 2ª GERAÇÃO
Final do século XIX inicio do XX, em decorrência do Welfare State / crise econômica em
virtude dos frutos da mecanização dos meios de produção e consequente desemprego.
A teoria econômica dizia que a iniciativa privada, através do emprego e da produção, seria
capaz de gerar tudo o que é necessário ao homem em sociedade. Quando a iniciativa
privada tornou-se incapaz de prover aos indivíduos os meios de subsistência, com a baixa
remuneração pelo trabalho ou desemprego, a sociedade entra em crise, precisando socorrer-
se da figura do Estado.
São direitos impulsionados pelas reivindicações trabalhistas das classes operárias.
São os direitos sociais, econômicos e culturais, que exigem a intervenção do Estado para que
sejam concretizados.
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O Estado então passa a fornecer e regular a saúde, o trabalho, a educação, o direito de greve,
entre outros – prestações positivas do Estado.
O principal objetivo é a garantida do direito de igualdade.
No Brasil a CF de 1934 inaugurou a fase do constitucionalismo social.
Após a Segunda Guerra Mundial ganharam extrema relevância.
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DIREITOS DE 3ª GERAÇÃO
Proteção da coletividade. Meio ambiente, patrimônio histórico e cultural, proteção dos
consumidores, etc.
São direitos metaindividuais, ou seja, não pertencem exclusivamente a indivíduos
isoladamente, são direitos difusos (grupos de pessoas indetermináveis) e coletivos (grupos
determináveis).
Ex: as pessoas afetadas pelo ar em São Paulo estão no mesmo grupo porque vivem na cidade
de SP. Não há entre elas nenhum tipo de relação jurídica, mas o grupo se configura em razão
de um fato.
Ex: Pessoas que assistiam TV e foram atingidas por propaganda enganosa, são
indetermináveis, pois não é possível saber quem via TV naquele momento.
Ex: consumidores de uma determinada marca de veículo que foi vendido com defeito.
Obs: há doutrinadores que classificam direitos de 4ª, 5ª dimensões, no entanto, são teorias
ainda em construção.
8 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
1 - Historicidade
Possuem caráter histórico.
2 – Universalidade
Destinados a todos os seres humanos.
3 – Limitabilidade
Não são absolutos. Um direito pode sobrepor-se a outro diante de casos concretos.
4 – Cumulatividade ou concorrência
Um mesmo indivíduo pode acumular direitos.
5 – Irrenunciabilidade
Os indivíduos podem deixar de exercer tais direitos, mas não podem renunciar ao seu
conteúdo.
6 – Inalienabilidade
São indisponíveis e não possuem conteúdo econômico-patrimonial para que possam ser
alienados.
7 – Imprescritibilidade
O não-exercício de um direito fundamental, não importa o lapso de tempo, não é capaz de
gerar prescrição, sempre podem ser exercitáveis.
8 - Eficácia horizontal
Regulam as relações entre cidadão e Estado (verticais), e também surtem efeitos nas
relações entre cidadão/cidadão (horizontais).
9 Vídeo
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https://www.youtube.com/watch?v=p-nP87rE2n4
- Ex: Brasil ratificou, em 01/08/2008, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência. Trata-se do primeiro tratado internacional de DH aprovado com força de EC, nos
termos do art. 5º, § 3º, da CF, o que dá aos direitos previstos na Convenção status de direitos
fundamentais.
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14 Destinatários
Art. 5º, caput: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
Os direitos são dirigidos principalmente às pessoas físicas, mas as pessoas jurídicas também
podem ser beneficiárias de muitos deles (ex: direito à imagem/moral).
Quanto aos estrangeiros: a CF menciona “brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”,
contudo quer demonstrar apenas que a lei brasileira se restringe ao território brasileiro, ou
seja, estrangeiros de passagem pelo país também terão seus direitos fundamentais
respeitados.
18 IGUALDADE
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Impede qualquer tipo de discriminação: origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas.
Nos direitos sociais há vedação da diferença de salários, de exercício de funções ou de
critérios de admissão por motivos de sexo, idade, cor, estado civil ou deficiência física (art. 7°,
XXX e XXXI).
Consiste em tratar igualmente os iguais, com os mesmos direitos e obrigações, e
desigualmente os desiguais. Tratar igualmente os desiguais seria aumentar a desigualdade
existente.
19 IGUALDADE
Há hipóteses em que o tratamento diferenciado é válido:
a) Quando a própria Constituição estabelece um tratamento desigual.
aposentadoria com menor idade e menos tempo de contribuição para mulheres (62 anos
mulheres, 65 homens – art. 201, § 7°);
exclusão de mulheres e eclesiásticos do serviço militar obrigatório em tempo de paz (art.
143, § 2°);
graduação dos tributos “segundo a capacidade econômica do contribuinte” (art. 145, § 1º)
b) Existência de um pressuposto lógico e racional que justifique a desequiparação.
assentos reservados para gestantes, idosos e deficientes físicos;
preferência para gestantes, idosos e deficientes físicos em filas de banco;
exigência de candidatos do sexo masculino para concurso de ingresso na carreira de
carcereiro de penitenciária masculina.
20 LIBERDADE
21 Liberdade de pensamento
Liberdades absolutas/internas:
de consciência,
de crença religiosa
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Liberdades relativas/exteriorizadas:
de culto;
de informação jornalística;
de cátedra,
científica,
artística, etc.
22 Liberdade de crença e de culto
A liberdade de crença é de foro íntimo. Inclui o direito de professar ou não uma religião, de
acreditar ou não na existência de um ou diversos deuses.
A liberdade de culto é a exteriorização da crença.
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a
suas liturgias;
Estado brasileiro laico = art. 19, I, CF.
Assistência religiosa: art. 5º, VII.
Objeção de consciência: art. 5º, VIII.
23 CENSURA
Proibição da censura - art. 5°, IX: é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Assim, não pode
haver qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística.
Classificação indicativa: Como meio de proteger a infância, o instituto da família e a liberdade
dos assistentes (direito escolha). Pode a lei impor controle sobre os programas de rádio e
televisão, criando faixas etárias e horários para programação.
Não pode o Governo limitar peças teatrais, obras de arte e filmes, uma vez que esses são
vistos apenas por quem vai até o teatro, cinema ou exposição.
24 Direito de informação
Tríplice alcance do direito de informação:
25 Direito de informação
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação.
Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular.
Sigilo da fonte:
Art. 5°, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
O sigilo da fonte é indispensável para o êxito de certas investigações jornalísticas. A
finalidade é permitir a ampla apuração de fatos comprometedores para que a população
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26 Direito de informação
Comunicação social:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto
no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
27 ADPF 130 / DF – J. 30/04/2009 - Por 7 votos a 4, o STF julgou que a Lei 5.250/67 (Lei de
imprensa) não foi recepcionada pela nova ordem democrática. Autor: PDT.
29 DIREITO DE RESPOSTA
ADPF 130 (Lei de imprensa) trecho voto do min. Celso de Mello:
Direito de resposta, garantia do direito à personalidade e do direito à informação. O direito de
resposta/retificação (...) busca neutralizar as consequências danosas resultantes do exercício
abusivo da liberdade de imprensa, pois tem por função precípua, de um lado, conter os excessos
decorrentes da prática irregular da liberdade de comunicação jornalística (CF, art. 5º, IV e IX, e
art. 220, § 1º) e, de outro, restaurar e preservar a verdade pertinente aos fatos reportados pelos
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art. 220, § 1º) e, de outro, restaurar e preservar a verdade pertinente aos fatos reportados pelos
meios de comunicação social. (...) visa a preservar tanto os direitos da personalidade quanto
assegurar, a todos, o exercício do direito à informação exata e precisa. (...)
30 DIREITO DE RESPOSTA
Pacto de São José da Costa Rica (Decreto 678/1992) – Art. 14 - Direito de retificação ou
resposta
1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por
meios de difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao público em geral, tem direito
a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que
estabeleça a lei.
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras responsabilidades legais em
que se houver incorrido.
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou empresa jornalística,
cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável, que não seja
protegida por imunidades, nem goze de foro especial.
31 Liberdade de locomoção
Direito de ir e vir.
Art. 5°, XV, CF: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.
O direito de sair do País com seus bens não abrange a concessão de qualquer imunidade
fiscal.
Em tese, apenas com decretação de Estado de Sítio (art. 137) podem ser feitas restrições à
liberdade geral de locomoção.
Pedágios X liberdade de locomoção: Art. 150, V, veda aos entes federativos estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público.
32 Liberdade de locomoção
Garantia da liberdade de locomoção: HC - art. 5º, LXVIII: conceder-se-á habeas
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
CF garante a prisão somente por ordem judicial ou flagrante (art. 5º, LXI): ninguém será preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
Prisão civil – art. 5º LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Súmula Vinculante 25 (09/12/2015): É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
que seja a modalidade de depósito.
33 Liberdades de expressão coletiva
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Liberdade de associação (art. 5º, XVII)
“é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;”
Organização paramilitar (exceção à liberdade de associação)
- A CF veda expressamente órgãos particulares que se estruturam de forma análoga às Forças
Armadas.
- O uso do poder de coerção deve ser restrito ao Estado, não se facultando a organismos
particulares a estruturação em forma bélica, em razão dos evidentes riscos à ordem social e
democrática.
- A Constituição proíbe também a “utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar” (CF, art. 17, § 4°).
36
Liberdade de atuação profissional
-
- Art. 5°, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer.
-
- É o direito de cada indivíduo exercer qualquer atividade profissional, de acordo com as suas
preferências e possibilidades. Conjuga-se com o previsto no art. 1º, IV, sobre serem
fundamentos da República “os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” e com o art. 170
que diz que a livre iniciativa é um dos princípios da ordem econômica.
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-
- Qualificações profissionais: para o exercício de determinados trabalhos, ofícios ou profissões,
a Constituição estabelece que podem ser feitas certas exigências pela legislação ordinária. Para
o exercício da profissão de médico, por ex, o indivíduo precisa ser formado em uma faculdade
de Medicina e ter registro no CFM.
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PROFISSÃO DO ADVOGADO
- Lei 8.906/1994 (EOAB): Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário: I - capacidade
civil; II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada; III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se
brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade incompatível com a
advocacia; VI - idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o conselho.
Posição do STF: RE 603.583, v.u., 26/10/2011:
BACHARÉIS EM DIREITO – QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito
mediante conclusão do curso respectivo e colação de grau.
ADVOGADO – EXERCÍCIO PROFISSIONAL – EXAME DE ORDEM. O Exame de Ordem,
inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei nº 4.215/63 e hoje no artigo 84 da Lei nº
8.906/94, no que a atuação profissional repercute no campo de interesse de terceiros, mostra-
se consentâneo com a Constituição Federal, que remete às qualificações previstas em lei.
38 VIDA
Principal direito individual.
O exercício dos demais direitos depende de sua existência.
Do direito à vida decorre uma série de direitos:
direito à integridade física e moral,
proibição da pena de morte
proibição da venda de órgãos,
crimes de homicídio e aborto
crime de tortura
crime de Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação
crime de lesão corporal
crime de periclitação (ameaça) da vida e da saúde
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No Brasil, em razão de a vida ser um bem jurídico indisponível, a eutanásia configura
homicídio privilegiado, em virtude da presença de relevante valor moral na conduta do
agente (CP, art. 121, § 1°: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.).
Na eutanásia há uma atuação do agente que auxilia o doente reconhecidamente incurável a
morrer. Alguns consideram a eutanásia como uma forma de tratamento de pacientes
portadores de doenças incuráveis, cujo objetivo é garantir a essas pessoas uma morte mais
humanizada, com menos sofrimento.
É diferente do suicídio assistido, em que uma pessoa fornece meios ao paciente para que ele
mesmo possa acabar com o seu sofrimento, ou seja, para que ele mesmo cometa o ato de
tirar a sua vida (o paciente possui responsabilidade mais ativa no processo).
Alguns intérpretes entendem que a vida vegetativa ou com as funções seriamente
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Uruguai
Desde 1934 o Código Penal uruguaio prevê a possibilidade da exoneração de castigo para
quem exerce, por piedade, homicídio mediante súplicas reiteradas da vítima, desde que esta
possua antecedentes honrosos. Trata-se de uma faculdade concedida aos juízes na análise de
caso concreto.
42 ABORTO
Art. 124, CP: o aborto é considerado um crime contra a vida. Pena: 1 a 3 anos caso o
procedimento tenha sido provocado pela gestante ou com seu consentimento; 3 a 10 anos
caso seja induzido por terceiros sem o consentimento da gestante.
O aborto só não é punido em três situações: em caso de estupro, risco de morte para a mãe
ou feto com anencefalia.
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In TORRES, José Henrique Rodrigues. Aborto - legislação comparada. Rev. Epos vol.2 no.2 Rio
de Janeiro dez. 2011
45 Feto anencefálico
A ADPF nº 54 firmou entendimento no sentido da possibilidade do procedimento semelhante
ao aborto do feto anencefálico. Princípios constitucionais correlatos, como liberdade,
intimidade e vida privada
A ADPF pedia que o STF conferisse ao Código Penal uma interpretação conforme a
Constituição e declarasse que o aborto de fetos anencefálicos não é crime.
Principais argumentos utilizados na ADPF (a ação foi assinada por Luís Roberto Barroso, hoje
ministro do STF):
1.Como o feto anencefálico não desenvolveu o cérebro, ele não teria qualquer condição de
sobrevivência extrauterina;
2.Perdurar a gestação por meses seria apenas prolongar o sofrimento da família considerando
que a morte da criança ao nascer, ou mesmo antes do parto, seria cientificamente inevitável;
3.Rigorosamente, não haveria nem mesmo aborto porque o feto anencefálico é desprovido de
cérebro e, segundo a Lei n 9.434/1997, o marco legislativo para se aferir a morte de uma
pessoa ocorre no momento da morte encefálica.
46 Feto anencefálico
Argumentos contrários a ADPF:
1.O feto já pode ser considerado um ser humano e deve ter seu direito a vida respeitado;
2.Haveria chances de sobrevivência extrauterina, como no caso raro de uma criança chamada
Marcela de Jesus Galante Ferreira, que foi diagnosticada como feto anencefálico, mas teria
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sobrevivido alguns meses após o parto (obs: médicos rechaçam essa afirmação, sustentam
que não era caso de anencefalia, houve erro no diagnóstico);
3.A legalização do aborto de fetos anencefálicos representaria o primeiro passo para a
legalização ampla e irrestrita dos abortos no Brasil;
4.O aborto de fetos anencefálicos seria um tipo de aborto eugênico (eliminação de indivíduos
com deficiências físicas ou mentais, em uma forma de purificação da raça).
47 Embrião fecundado
Na ADI nº 3.510 (j. 29/05/2008) o STF entendeu pela permissão de extração de células-tronco e
descarte do embrião fecundado. A ação foi proposta para determinar como inconstitucional a
Lei 11.105/2005, especificamente artigo 5º:
Art. 5º. É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no
respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou
II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, (...).
§ 1º. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2º. Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com
células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e
aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3º. É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática
implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
48 Embrião fecundado
A dificuldade do tema: quando começa a vida humana. Teorias discutidas pelo STF (mais
expressivas):
1.teoria da fecundação, defende que a vida se inicia no momento da união do gameta sexual
masculino com o feminino. Para os juristas adeptos a essa teoria, o embrião, mesmo fora do
útero materno, já seria provido de personalidade jurídica, devendo ser protegido pelo Direito.
2.teoria da nidação (adotada pelo STF), a vida tem início somente a partir do momento em que
o pré-embrião nida (se fixa) no útero materno, por volta do 6º ou 7º dia após a fecundação. A
teoria surgiu em época que somente se produzia filhos pelo método natural. O CP segue essa
teoria por meio da figura criminosa do aborto.
3.teoria da formação dos rudimentos, adotada na Inglaterra (o primeiro país a legalizar a
clonagem terapêutica ou eugênica), entende que só há vida após a 14ª semana de gestação,
porque é a partir daí que a cinta neural (sistema nervoso) começa a se desenvolver e o zigoto
passa a ser chamado de embrião.
Depois de 3 anos de análise, o STF decidiu pela improcedência da ADI n. 3510, por 6 votos
(Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio e Celso de
Melo – decidiram pela improcedência sem ressalvas) a cinco (Cezar Peluso, Gilmar Mendes,
Carlos Alberto Menezes Direito, Ricardo Lewandowski e Eros Grau julgaram parcialmente
procedente, estabelecendo orientações para a realização das pesquisas, sem proibi-las).
Para os 11 Ministros o embrião não é um sujeito de direitos, não possui personalidade jurídica,
pela teoria natalista (nascimento com vida) da aquisição da personalidade civil - art. 2º do
Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
49
- Não basta garantir um simples direito à vida, é preciso assegurá-lo com o máximo de
dignidade.
Proibição de penas cruéis
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50
Tortura
Art. 5º, III “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.
Tortura: imposição de qualquer sofrimento físico ou mental, mediante violência ou grave
ameaça, com a finalidade de obter informações ou confissão, para provocar qualquer ação
ou omissão, ou mesmo para aplicação de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
a indivíduos submetidos à guarda do Estado ou de outra pessoa.
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Art. 5º. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;
Damásio de Jesus diferencia graça, anistia e indulto:
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Venda de órgãos
Art. 199, § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo
tipo de comercialização.
Portanto, órgãos humanos são bens fora de comércio por expressa previsão constitucional.
A doação de sangue ou de órgãos em vida ou após a morte, para fins de transplante ou
tratamento, são totalmente válidos. A Lei n. 9.434/97 regulamenta a remoção de órgãos,
tecidos e partes do corpo humano com essas finalidades terapêuticas.
53 SEGURANÇA
Princípio da legalidade
- Art. 5º, II: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei”.
- Trata-se da base fundamental do Estado de Direito, a submissão de todos ao império da lei.
Garante segurança ao exigir a participação do Legislativo para impor deveres ao cidadão.
- Somente a lei pode limitar a vontade individual, por ser o produto da vontade geral, e obrigar
alguém a fazer ou não fazer alguma coisa.
54 SEGURANÇA
55 Direito à privacidade
Art. 5°, X: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
O direito à privacidade compreende a tutela da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem das pessoas:
a) Intimidade
qualidade do que é íntimo, do que é interior e particular a cada ser humano. É o direito de
estar só, de não ser perturbado em sua vida particular.
b) Vida privada
é o relacionamento de uma pessoa com seus familiares e amigos, o oposto da vida pública,
direito de levar sua vida pessoal sem a intromissão de terceiros, como agentes do Estado,
vizinhos, jornalistas, curiosos etc.
56 Direito à privacidade
c) Honra
Honra é um atributo pessoal. Compreende a autoestima (honra subjetiva) e a reputação
(honra objetiva). A legislação penal tutela a honra: crimes de calúnia, difamação e injúria
d) Imagem
Imagem-retrato: direito de não ter sua representação reproduzida por qualquer meio de
comunicação sem a devida autorização. Ressalva para atividades públicas.
Imagem-atributo: forma pela qual uma pessoa, física ou jurídica, é vista no meio social.
Imagem de bom profissional, pessoa honesta, empresa respeitada.
público, dispensa-se prévia autorização, desde que não haja utilização comercial, ou como no
caso, tenha caráter jornalístico atual. Liberdade de captação da imagem quando se tratam de
acontecimentos da atualidade, consistente em "licença compulsória" gratuita ? Recurso
desprovido. (TJSP - Ap 9076246-40.2007.8.26.0000 - Itatiba - 1ª CD.Priv. - Rel. Alcides Leopoldo
e Silva Júnior - DJe 08.11.2012 - p. 1254)
59 DIREITO DE IMAGEM - Jurisprudência
APELAÇÃO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
- DIREITO À IMAGEM - "PEGADINHA" EM PROGRAMA HUMORÍSTICO - Não caracterização de
situação extremamente inusitada e humilhante, de excesso de dissabor e constrangimento ao
autor. Simples veiculação não autorizada da imagem, porém, que é suficiente para
configuração do ato ilícito. Proteção autônoma da imagem ( art. 5º, incisos V e X, CF , e art. 20,
CC ). Uso com fins comerciais e lucrativos. Súmula 403 do STJ (Independe de prova do prejuízo
a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais). Indenização devida. Valor fixado em R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), com
juros de mora desde a realização do evento danoso (art. 398, CC , e súmula 54 do STJ ). Recurso
parcialmente provido, reformada a sentença para se condenar a apelada ao pagamento de
indenização de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais). Condenação sucumbencial carreada à
apelada, vencida em maior parte, nos termos do art. 21, § único, CPC , fixados honorários em
R$ 1.000,00 (um mil reais). (TJSP - Ap 0001298-32.2011.8.26.0005 - São Paulo - 3ª CD.Priv. - Rel.
Carlos Alberto de Salles - DJe 17.09.2013 - p. 1290)
60 Inviolabilidade do domicílio
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Inviolabilidade do domicílio
Art. 5º, XI: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
A qualquer hora do dia ou da noite, independente da exibição de mandado judicial:
com o consentimento dos moradores;
flagrante delito;
em caso de desastres, como incêndio, inundação etc;
para prestar socorro.
Fora dessas hipóteses, só é possível o ingresso na residência de uma pessoa durante o dia
(das 6 às 18 horas) e com a exibição de mandado judicial.
O STF já se manifestou que o “conceito de 'casa', para os fins da proteção jurídico-
constitucional (...) reveste-se de caráter amplo (...): (a) qualquer compartimento habitado, (b)
qualquer aposento ocupado de habitação coletiva e (c) qualquer compartimento privado
onde alguém exerce profissão ou atividade. (STF - RE 251.445 - Rel. Min. Celso de Mello -
DJU 03.08.2000).
61 Inviolabilidade das comunicações pessoais
Art. 5°, XII, CF: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal”.
Somente na vigência de estado de defesa ou de sítio poderão ser estabelecidas restrições à
inviolabilidade de correspondência (CF, arts. 136, I, b, e 139, III).
Correspondências dos menores de idade e presidiários, por exemplo, podem ser visualizadas
em prol da segurança.
A interceptação telefônica é regulamentado pela Lei n. 9.296/96. Depende de autorização
judicial e somente pode ser permitida para apuração de crimes (para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal), mas não para qualquer tipo, pois a lei veda-a quando
a prova puder ser produzida por outros meios ou o fato investigado for punido, no máximo,
com pena de detenção.
Gravação de conversa telefônica ou divulgação de mensagens feita por um dos
interlocutores, ou com sua autorização, mesmo sem ciência do outro, é considerada válida
como prova.
62 E-mails dos funcionários podem ser lidos pelo empregador no local de trabalho?
TST - AI-RR 1542/2005-055-02-40.4-2ª R. - 7ª T. - Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho - DJU
06.06.2008:
(...) a controvérsia em torno da licitude ou não da prova acostada pela Reclamada,
consubstanciada no acesso à caixa de e-mail corporativo utilizado pelo Reclamante, é matéria
que merece algumas considerações. 5. O art. 5º, X e XII, da CF garante ao cidadão a
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra, da imagem das pessoas, bem como o
sigilo de suas correspondências, dados e comunicações telegráficas e telefônicas. 6. A
concessão, por parte do empregador, de caixa de e-mail a seus empregados em suas
dependências tem por finalidade potencializar a agilização e eficiência de suas funções para o
alcance do objeto social da empresa, o qual justifica a sua própria existência e deve estar no
centro do interesse de todos aqueles que dela fazem parte, inclusive por meio do contrato de
trabalho. 7. Dessa forma, como instrumento de alcance desses objetivos, a caixa do e-
mail corporativo não se equipara às hipóteses previstas nos incisos X e XII do art. 5º da CF ,
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mail corporativo não se equipara às hipóteses previstas nos incisos X e XII do art. 5º da CF ,
tratando-se, pois, de ferramenta de trabalho que deve ser utilizada com a mesma diligência
emprestada a qualquer outra de natureza diversa. Deve o empregado zelar pela sua
manutenção, utilizando-a de forma segura e adequada e respeitando os fins para que se
destinam. Mesmo porque, como assinante do provedor de acesso à Internet, a empresa é
responsável pela sua utilização com observância da lei. 8. Assim, se o empregado
eventualmente se utiliza da caixa de e-mail corporativo para assuntos particulares, deve fazê-lo
consciente de que o seu acesso pelo empregador não representa violação de suas
correspondências pessoais, tampouco violação de sua privacidade ou intimidade, porque se
trata de equipamento e tecnologia fornecidos pelo empregador para utilização no trabalho e
para alcance das finalidades da empresa."
64 Garantias jurisdicionais
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (inciso LIV): “Ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal”.
O due process of law é um dos mais antigos direitos individuais obtidos pela humanidade,
assegurado pela Carta Magna em 1215.
Garantia do cidadão contra uma atuação arbitrária do poder do Estado. Esse princípio possui
uma dupla natureza:
1. Sentido processual: contém diversos desdobramentos, como os princípios do contraditório e
da ampla defesa.
2. Sentido substantivo: proteção dos direitos e liberdades das pessoas contra qualquer
modalidade de legislação que se revele opressora ou destituída de razoabilidade.
65 Princípios do contraditório e ampla defesa
Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes
Contraditório “consiste na possibilidade de uma das partes se manifestar contrariamente à
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pretensão deduzida pela outra parte, podendo inclusive apresentar contraprova” (Marcos
Orione G. Correia. Teoria Geral do Processo. 3. ed. S. Paulo: Saraiva, 2005, p. 31).
O contraditório se estabelece para toda a relação jurídico-processual. Em regra quando uma
parte se manifesta, deve ser aberto prazo para a outra também o fazer. O uso do
contraditório pela parte é opção, não ônus. Contudo, a abertura pelo juiz de tal
oportunidade é sempre obrigatória.
Não fere o princípio do contraditório a concessão de liminares inaudita altera pars ou de
tutela antecipada, pois são medidas que objetivam evitar o perecimento de direito.
A ampla defesa: garante ao réu a possibilidade de ter concedidas todas as oportunidades
para ver respeitado o seu direito, assegurando-se a citação, a nomeação de defensores
dativos em processos criminais e a notificação para a prática de atos processuais.
66 Proibição de prova ilícita .
- Art. 5º, LVI - “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
- A prova obtida de forma ilícita é absolutamente nula, não podendo gerar qualquer efeito no
convencimento do juiz.
- A prova produzida em afronta às garantias constitucionais e legais deve ser desentranhada,
de forma a não exercer nenhuma influência sobre o convencimento do juiz.
- Teoria do fruto da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree doctrine): uma prova ilícita
contamina as outras provas decorrentes dela, ainda que lícitas.
- Doutrina da fonte independente (independent source doctrine): limita os efeitos da doutrina
do fruto da árvore envenenada, nos casos em que não há uma relação de subordinação causal
ou temporal entre diferentes provas.
67 Proibição de prova ilícita .
68 PROVA ILÍCITA
STJ - REsp 1.498.685 - (2014/0317659-3) - 6ªT. - Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz - DJe16.10.2018
- p. 2018:
(...) O Supremo Tribunal Federal definiu, em repercussão geral, que o ingresso forçado em
domicílio sem mandado judicial apenas se revela legítimo - A qualquer hora do dia, inclusive
durante o período noturno - quando amparado em fundadas razões, devidamente justificadas
pelas circunstâncias do caso concreto, que indiquem estar ocorrendo, no interior da casa,
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situação de flagrante delito (...). 3- Após receberem denúncia anônima, sobre possível
cometimento ilícito de drogas, em uma residência, os policiais se dirigiram até o local indicado,
onde adentraram a moradia, encontrando o suspeito deitado. Na sequência, apreenderam,
embaixo da cama, "uma bolsa contendo 10 (dez) munições cal. 45 mm, 03 (três) carregadores
de 7.62, 01 (um) note book, 03 (três) cintos de guarnição, 01 (uma) bomba de fabricação
caseira, 02 (duas) joelheiras camufladas e 06 (seis) porta carregadores". Havia, consoante se
demonstrou, apenas vagas suspeitas sobre eventual tráfico de drogas perpetrado pelo réu. 4- A
mera intuição acerca de possível traficância praticada pelo recorrido, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a
autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o consentimento do morador - Que deve ser
mínima e seguramente comprovado - E sem determinação judicial. 5- Em que pese eventual
boa-fé dos policiais militares, não havia elementos objetivos, seguros e racionais, que
justificassem a invasão de domicílio. Assim, como decorrência da Doutrina dos Frutos da
Árvore Envenenada (...), é nula a prova derivada de conduta ilícita - No caso, a apreensão, após
invasão desautorizada do domicílio do recorrido, pois evidente o nexo causal entre uma e outra
conduta, ou seja, entre a invasão de domicílio (permeada de ilicitude) e a apreensão de drogas.
69 PROVA ILÍCITA
(STJ - Rec-HC 46.222-(2014/0058411-5) - 5ªT. - Rel.Min. Felix Fischer - DJe24.02.2015 - p. 2281)
(...) II- Na hipótese, o inquérito policial, a despeito de ter sido originado a partir de elementos
obtidos de uma Operação deflagrada em conjunto pelo Ministério Público Federal, Polícia e
Receita Federal - Operação esta cuja prova obtida por interceptação telefônica foi declarada
nula pelo eg. STJ - , foi, ao que consta dos autos, instruído com provas oriundas de fonte sem
qualquer vinculação causal com interceptações da ação anulada, ou seja, de fonte
independente, e, portanto autorizada nos termos do art. 157, § 2º. Do CPP . III- A teoria dos
frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree) e a doutrina da fonte independente
(independent source doctrine) são provenientes do mesmo berço, o direito norte-americano.
Enquanto a primeira estabelece a contaminação das provas que sejam derivadas de evidências
ilícitas, a segunda institui uma limitação à primeira, nos casos em que não há uma relação de
subordinação causal ou temporal (...). "1- A prova tida como ilícita não contaminou os demais
elementos do acervo probatório, que são autônomos, não havendo motivo para a anulação da
sentença. [...]. 5- Habeas corpus denegado e liminar cassada.
70 Princípio da presunção de inocência
Art. 5º, LVII - “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”.
- Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) prevê várias inelegibilidades. Dentre elas a condenação, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
até o transcurso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena, pelos crimes contra a
economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; contra o
patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula
a falência; contra o meio ambiente e a saúde pública; eleitorais, para os quais a lei comine
pena privativa de liberdade; de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à
perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; de lavagem ou ocultação
de bens, direitos e valores; de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura,
terrorismo e hediondos; de redução à condição análoga à de escravo; contra a vida e a
dignidade sexual; e praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando.
71 Proibição da identificação criminal da pessoa já civilmente identificada
- Art. 5º, LVIII - “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;”
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- A pessoa que já possui um documento de identidade civil válido, sem qualquer suspeita
fundada de falsidade, não poderá ser identificada criminalmente, salvo nas hipóteses
expressamente previstas em lei.
- A identificação criminal: processo datiloscópico, fotográfico e, excepcionalmente, de material
biológico para a obtenção do perfil genético.
72 A identificação criminal só é possível:
As garantias tributárias limitam a atuação do Estado no que se refere à atividade tributária,
com a finalidade de resguardar patrimônios individuais e coletivos, estando consagradas
basicamente no artigo 150 da CF.
São alguns exemplos sobre proibições ao Estado:
1. instituir ou aumentar tributo sem lei (pr. legalidade);
2. instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente
(pr. igualdade)
3. instituir impostos sobre outros entes federativos, sobre templos religiosos, sobre livros,
jornais e periódicos.
74 PROPRIEDADE
Art. 5º, XXII, CF, assegura “o direito de propriedade”. No inciso seguinte estabelece que “a
propriedade atenderá a sua função social” (direito do dono deve ajustar-se aos interesses da
sociedade).
Artigo 182 CF, § 2º - “A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.”
O Plano Diretor é definido pela Lei 10.257/01 (Estatuto da cidade):
- O plano diretor deve garantir aos cidadãos qualidade de vida, justiça social e o
desenvolvimento das atividades econômicas (art. 39), de forma sustentável, com direito à
moradia, saneamento ambiental, infraestrutura urbana, transporte, serviços públicos, trabalho,
lazer, para as presentes e futuras gerações; gestão democrática por meio da participação da
população (art. 2º).
- O plano diretor é obrigatório para cidades: a) com mais de 20 mil habitantes; b) que se situem
em regiões metropolitanas; c) integrantes de áreas de especial interesse turístico; c) inseridas
na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental
de âmbito regional ou nacional.
Art. 186 CF - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O artigo foi regulamentado pela Lei 8.629/1993.
77 Desapropriação
É o ato pelo qual o Estado toma para si ou transfere para terceiros bens de particulares,
mediante o pagamento de justa e prévia indenização.
A desapropriação pode incidir sobre qualquer direito de conteúdo patrimonial, bens imóveis
ou móveis, corpóreos ou incorpóreos, públicos ou privados (exceções: bens de caráter
personalíssimo e a moeda corrente no País que constitui o próprio meio de pagamento da
indenização).
A União pode desapropriar os bens dos Estados e Municípios; os Estados, os dos Municípios.
A CF, em seu art. 5°, XXIV, prevê três hipóteses de desapropriação:
a) Por necessidade pública: problemas de emergência, sendo a desapropriação indispensável
para a realização de uma atividade essencial do Estado.
b) Por utilidade pública: a desapropriação, embora não imprescindível, é conveniente para a
realização de uma atividade estatal.
c) Por interesse social: a desapropriação é conveniente para o progresso social, para o
desenvolvimento da sociedade, em razão da justa distribuição da propriedade ou da
adequação a sua função social.
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78 Requisitos da indenização
A indenização juridicamente válida precisa ser:
a) Justa. A indenização deve ser feita de forma integral, reparando todo o prejuízo sofrido pelo
particular. Deve ser calculada de acordo com o valor de mercado do bem no momento da
transferência da propriedade do imóvel para o Poder Público. Devem ser acrescidos os danos
emergentes e os lucros cessantes, além do pagamento de juros moratórios, compensatórios e
correção monetária.
b) Prévia. O pagamento deve ser feito antes do ingresso na titularidade do bem.
c) Em dinheiro. O pagamento deve ser feito em moeda corrente e não em títulos para
pagamento futuro e de liquidez incerta.
79 Desapropriação
Indenização sem pagamento prévio e não em dinheiro.
a) Desapropriação para reforma urbana. O pagamento pode ser feito em títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até 10 anos. Promovida pelos Municípios, como forma de adequação da utilização de
propriedades às diretrizes do Plano Diretor (art. 182, § 4°, III).
b) Desapropriação para reforma agrária. O pagamento pode ser feito em títulos da dívida
agrária, resgatáveis no prazo de até 20 anos. Promovida pela União em imóveis rurais que
não estejam cumprindo a sua função social.
81 Requisição
Art. 5º, XXV: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;”
Trata-se de uma exceção ao princípio da indenização prévia e talvez da própria indenização.
A requisição só será válida em momentos de calamidade pública já ocorrida ou prestes a
ocorrer, em que o Poder Público se veja obrigado pelas circunstâncias a ingressar na posse
de bens alheios para a preservação de direitos mais importantes que a propriedade, como a
vida e a saúde.
82 Expropriação
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As propriedades rurais e urbanas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei (art. 243, CF).
Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
especial com destinação específica.
83 Direitos do autor (art. 5º, XXVII)
84
Propriedade industrial (art. 5°, XXIX) - Patente
A CF assegura aos autores de inventos industriais o privilégio de sua exploração econômica,
em caráter de exclusão.
Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade,
outorgado pelo Estado aos inventores ou autores. O detentor da patente tem o direito de
impedir terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar a venda, vender ou
importar produto objeto de sua patente. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar
detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente.
Patente de Invenção (PI) - Produtos ou processos que atendam aos requisitos de atividade
inventiva, novidade e aplicação industrial. Sua validade é de 20 anos.
Patente de Modelo de Utilidade (MU) - Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível
de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo,
que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Validade de 15 anos.
85
Propriedade industrial (art. 5°, XXIX) – Marca
Marcas são os nomes, palavras, símbolos, figuras ou quaisquer sinais utilizados para
distinguir determinado produto dos demais.
A percepção da marca pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos
ou serviços.
A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no território
nacional em seu ramo de atividade econômica por 10 anos. O titular deve mantê-la em uso e
prorrogá-la de 10 em 10 anos.
86 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
87 MANDADO DE SEGURANÇA
- Introduzido no Brasil Constituição de 1934 que consagrou, ao lado do habeas corpus, e com
o mesmo processo deste, o MS para a proteção de direito “certo e incontestável, ameaçado ou
violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade.” (art. 133,
33)
- art. 5º, inc. LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público.”
- MS coletivo - art. 5º, inc. LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a)partido político com representação no Congresso Nacional;
b)organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
Súmula 630, STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança
ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
88 MANDADO DE SEGURANÇA
89 MANDADO DE SEGURANÇA
DIREITO LÍQUIDO E CERTO
- É aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem incertezas, a respeito
dos fatos narrados pelo declarante. É o que se apresenta manifesto na sua existência,
delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração. Se a existência
do direito for duvidosa; se a sua extensão ainda não estiver delimitada; se o seu exercício
depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o mandado de
segurança.
- Não há dilação probatória no MS, as provas devem ser pré-constituídas, documentais, levadas
ao processo no momento da impetração.
- Segundo a orientação dominante, a exigência de liquidez e certeza recai sobre a matéria de
fato, sobre os fatos alegados pelo impetrante para o ajuizamento do mandado de segurança.
Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode ser
apreciada em mandado de segurança. A alegação de grande complexidade jurídica do direito
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invocado não é obstáculo ao MS. Súmula 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito
não impede concessão de mandado de segurança.
90 MANDADO DE SEGURANÇA
COMPETÊNCIA
- A competência é definida ratione personae, ou seja, em razão de quem seja a autoridade
pública ou o agente delegado e pela sua sede funcional. Assim, se um Ministro de Estado
pratica um ato por delegação recebida do Presidente da República, o tribunal competente será
o STJ (CF 105, I, b), não o STF (que seria o Tribunal competente se o ato tivesse sido praticado
pelo próprio Presidente da República – CF 102, I, d).
- Todos os Tribunais têm competência para julgar originariamente os MS contra os seus
próprios atos, os dos respectivos presidentes e os de suas câmaras, turmas ou seções.
MINISTÉRIO PÚBLICO
- O MP é oficiante obrigatório no MS, como parte pública autônoma, sob pena de nulidade.
- O HD é regulado pela Lei 9.507/1997, que no art. 7º, III, acrescentou outra hipótese de
cabimento da medida: “para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou
amigável.”
- O HD não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5, XXXIV, b – CF), ou informações
de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5, XXXIII). Havendo recusa no fornecimento de
certidões (para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de interesse pessoal,
próprio ou de terceiros), ou informações de terceiros, o remédio apropriado é o mandado de
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segurança, e não o habeas data. Se o pedido for para conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, como visto, o remédio será o habeas data.
- Atenção: o direito em sede de HD não se reveste de caráter absoluto, uma vez que há dados
protegidos por sigilo, em prol da segurança da sociedade e do Estado. Nos termos do art. 5,
XXXIII, o acesso a informações de órgãos públicos não abrange aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (regulado pela Lei 12527/2011:
informações podem ter o acesso restrito: ultrassecreta: 25 anos; secreta: 15 anos; e reservada: 5
anos).
93 HABEAS DATA
LEGITIMIDADE
- Ativa: qualquer pessoa física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, desde que titular das
informações.
- Passiva: No polo passivo podem figurar entidades governamentais, da Administração Pública
Direta (União, Estados, DF e Municípios) e Indireta (as autarquias, as Fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista), bem
como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas detentoras de banco de dados
contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de
uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações (ex: as entidades
de proteção ao crédito, como o SPC, SERASA, entre outras).
PROCEDIMENTO
- Pré-requisito: prévia negativa da autoridade de fornecimento (ou de retificação ou de
anotação da contestação ou explicação) das informações solicitadas. Exceção ao princípio do
controle jurisdicional imediato (art. 5, XXXV), configurando hipótese de instância administrativa
de curso forçado (a outra hipótese de curso forçado está prevista pelo art. 217, § 1º, CF: causas
desportivas).
- A impetração do HD não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial.
- Competência: tem por critério a pessoa que pratica o ato (ratione personae). Exs: art. 102, I, d:
competência originária do STF para atos do Presidente da República; art. 105, I, b –
competência originária do STJ para atos dos Ministros de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ou do próprio Tribunal.
- Não se cobram custas ou taxas judiciais dos litigantes ou para o atendimento do
requerimento administrativo. Ademais, não há ônus de sucumbência (honorários advocatícios)
em HD. Para o ajuizamento da ação, porém, exige-se advogado.
94 MANDADO DE INJUNÇÃO
- Conceito de Alexandre de Moraes (p.159): “... consiste em uma ação constitucional de caráter
civil, e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de
viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa previsto na Constituição
Federal...”.
- Fundamento: art. 5°, LXXI: conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania
- Requisitos:
1. que o direito previsto na Constituição não esteja regulamentado,
2. omissão sobre direitos e liberdades constitucionais (individuais, coletivos e sociais),
prerrogativas inerentes à nacionalidade (arts. 12º e 13º), cidadania (direitos políticos) ou
soberania (entendida como soberania popular - arts. 14º e 15º).
3. que o impetrante, beneficiário, esteja sendo tolhido do usufruto do seu direito subjetivo
(caso concreto).
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- Artigo 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
- Lei 4.717/65 regula a Ação Popular.
REQUISITOS
- Para a propositura é requisito imprescindível a existência de LESIVIDADE.
- Exige-se que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
- A ofensa ou lesão deve atingir:
Ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe.
À moralidade administrativa.
Ao meio ambiente.
Ao patrimônio histórico e/ou cultural.
97 LEGITIMIDADE ATIVA
- Não podem ser autores: pessoas jurídicas (Súmula 365 STF), estrangeiros ou brasileiros com
direitos políticos suspensos (art. 15, CF).
- Há na doutrina posicionamento divergente. Para essa corrente, o “cidadão em nossa Carta
Magna é a pessoa humana no gozo pleno de seus direitos constitucionais e não única e
exclusivamente ‘nacional no gozo de seus direitos políticos’. O cidadão brasileiro, portanto,
possui igual dignidade social independentemente da sua inserção econômica, social, cultural e
obviamente política” (Celso Antonio Pacheco Fiorillo). Engrossam tal pensamento: Teresa
Arruda Alvim Wambier, Lucas de Souza Lehfeld.
- Essa corrente já tem reflexos no STF (Rel. Min. Celso de Mello, J. 13.10.2000, DJU 20.10.2000):
“A título informativo, esse julgado concluiu que “hoje, no entanto, registra-se sensível evolução
no magistério da doutrina, que agora, identifica o autor popular como aquele que, ao exercer
uma prerrogativa de caráter cívico-político, busca proteger, em nome próprio, um direito que,
fundado em sua condição de cidadão, também lhe é próprio”.
- Em observação ao artigo 12, § 1º da CF, cabe salientar que não é possível ao português o
ajuizamento da AP, pois a CF portuguesa não garante reciprocidade neste caso.
98 LEGITIMIDADE PASSIVA
- art. 6º, § 4º, Lei 4717/65: “O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a
produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem.”
100 COMPETÊNCIA AP
- Não há competência originária dos tribunais. Assim, por exemplo, mesmo que a AP seja
promovida em face do Presidente da República, será competente o Juiz Federal de 1ª instância.
101
LIMINAR NA AP
- Conforme § 4º, do artigo 5º, será possível a concessão de liminar para proporcionar ato que
defenda o patrimônio público, através da suspensão do ato lesivo impugnado.
SENTENÇA
- A natureza da sentença é puramente civil, portanto, se houver condenação, será para anular
atos, condenar pela restituição de dinheiro ao erário público, etc.
- Caso o ato administrativo possa ser tipificado como crime, o juiz determinará de ofício o
envio de peças processuais ao MP para que possa ser oferecida denúncia em processo crime
autônomo.
- A sentença é passível de recurso voluntário das partes ou recurso oficial.
- Todavia, o recurso de ofício somente é possível quando a sentença decidir pela
improcedência do pedido ou pela carência de ação. Assim, somente quando a decisão for
favorável ao ente governamental é que haverá recurso de ofício (exatamente o contrário do
mandado de segurança.)
102 DIREITO DE PETIÇÃO
105
DIREITOS DA NACIONALIDADE
106
- CONCEITO: nacionalidade é o vínculo jurídico que se estabelece entre um indivíduo e o
Estado, pelo qual aquele se torna parte integrante do povo deste.
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107 CRITÉRIOS AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE PRIMÁRIA
110
SEGUNDA FORMA – brasileiro nato
Art. 12, I, b: os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
111
TERCEIRA FORMA – brasileiro nato
Art. 12, I, c: os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira;
Jus sanguinis acrescido do registro em repartição competente no exterior ou residência em
território nacional e da opção pela nacionalidade brasileira.
Redação atual do 12, I, c, foi determinada pela EC 54/2007. Histórico:
1. O texto original da CF exigia que a pessoa viesse a residir em território nacional antes da
maioridade.
2. O texto da ECR 3 (1994) permitiu lacuna capaz de deixar filhos de brasileiros apátridas, pois
não previa o registro em repartição brasileira no exterior (consulado – embaixada).
3. Para solucionar a situação daqueles nascidos durante a vigência da ECR 3, a EC 54/2007
introduziu no ADCT o artigo 95: “Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a
data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira,
poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em
ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.”
112 AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE SECUNDÁRIA BRASILEIRA
naturalização.
- A naturalização é ato de natureza pessoal, não estendendo seus efeitos sobre o cônjuge e os
filhos já nascidos.
- O art. 12, II, estabelece quem são os brasileiros naturalizados, prevendo duas espécies:
ordinária e extraordinária.
- A Lei 13445/2017 (Lei de Imigração), previu 4 espécies:
- I – ordinária;
- II - extraordinária;
- III - especial; ou
- IV - provisória
113
I - Naturalização ordinária - art. 12, II, a
- Serão naturalizados “os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;”
- Os estrangeiros não provenientes de países de língua portuguesa deverão cumprir as
condições previstas no art. 65, da Lei 13445/2017:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Obs: art. 66 - o prazo de residência será reduzido para 1 ano se o naturalizando:
1.tiver filho brasileiro;
2.tiver cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no
momento de concessão da naturalização;
3.houver prestado ou puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
4.recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
114
II - Naturalização extraordinária ou quinzenária - art. 12, II, b
- É concedida aos estrangeiros residentes no país há mais de 15 anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
- Trata-se de direito subjetivo do interessado, não sujeito ao poder discricionário do Chefe do
Poder Executivo nacional.
- O art. 66 da Lei 13447/2017 não estabelece inovação além do previsto na CF.
III - Naturalização especial – art. 68, Lei 13.447/2017
- Poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 anos, de integrante do Serviço Exterior
Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do
Brasil por mais de 10 anos ininterruptos.
Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
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IV – Naturalização provisória – art. 70 Lei 13447/2017
Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente
que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade
e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a
maioridade.
116 DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
- Só a CF pode fixar distinções entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 3º):
a) Cargos privativos de brasileiros natos - art. 12, § 3º:
- Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente
do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomática, oficial das
Forças Armadas e Ministro de Estado da Defesa.
b) Não extradição de brasileiro nato em hipótese alguma.
- O brasileiro naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da aquisição da
nacionalidade brasileira ou por comprovado envolvimento com tráfico de entorpecentes (CF,
art. 5º, LI).
c) Somente brasileiros natos podem ser indicados para a composição do Conselho da
República, como representantes dos cidadãos, nos termos do art. 89, VII.
d) A propriedade da empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos (CF, art. 222).
117 QUASE-NACIONALIDADE OU TRATADO DE RECIPROCIDADE COM PORTUGAL
1ª Reconhecimento de outra nacionalidade originária pela lei estrangeira (art. 12, § 4º, II, a).
O brasileiro, nesse caso, não manifesta o interesse de adquirir a nacionalidade de outro país,
mas simplesmente reconhece um direito que possuía desde o seu nascimento (jus sanguinis
referente ao Estado estrangeiro, jus soli referente ao Brasil).
O cidadão de dupla nacionalidade mantêm direitos e deveres em relação aos 2 países
(serviço militar, situação eleitoral, fiscal, etc).
A dupla nacionalidade pode implicar limitações na reivindicação de certos direitos, como nos
casos de pedido de assistência consular.
120
DIREITOS POLÍTICOS
121 Noções
- São os direitos de participar da vida política do País, da formação da vontade nacional pelo
exercício da soberania popular.
- Inclui os seguintes direitos:
1. votar
2. ser votado.
3. iniciativa popular no processo legislativo
4. propor ação popular
5. organizar e participar de partidos políticos.
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- Sufrágio
- é o direito de eleger (ativo) e ser eleito (passivo).
-
- Voto
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123 AQUISIÇÃO DA CIDADANIA
Voto direto
Os representantes do povo devem ser escolhidos pelos eleitores sem intermediários.
O regime militar, logo após o golpe militar de 64, implantou a eleição indireta para a escolha
do Presidente da República, visando evitar uma possível derrota nas urnas.
Exceção: eleição do Presidente e do Vice da República pelo Congresso Nacional, no caso de
ocorrer a vacância desses dois cargos nos 2 últimos anos de mandato (CF, art. 81, § 1º).
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Voto secreto.
O eleitor não é obrigado a revelar em quem votou. A finalidade é garantir sua liberdade de
escolha, para que possa votar sem temer represálias.
126
Voto igual
Todos os votos possuem o mesmo valor. Não existem votos com pesos maiores, e cada
eleitor possui um único.
Voto universal
O direito de sufrágio foi atribuído a todos os cidadãos, não se admitindo restrições derivadas
de condições de nascimento, fortuna ou capacidade especial da pessoa.
Voto periódico
O direito de voto deve ser exercido em períodos espaçados determinados. A periodicidade
de todos mandatos é característica própria dos regimes republicanos democráticos.
Voto obrigatório e facultativo
O alistamento e o voto são obrigatórios, compulsórios, para todos os brasileiros maiores de
18 anos de idade.
São facultativos para: a) analfabetos; b) maiores de 70 anos; e c) maiores de 16 e menores de
18 anos de idade.
127 ELEGIBILIDADE OU CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA OU CIDADANIA PASSIVA
128
Domicílio eleitoral na circunscrição.
Considera-se como domicílio eleitoral o local onde se encontra registrado o título de eleitor.
A Lei n. 9.504/97, art. 9, exige que o candidato possua domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição há pelo menos 1ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido
no mínimo seis meses antes da data da eleição.
129
Filiação partidária.
Não se admitem candidaturas avulsas, independentes ou extrapartidárias.
As Leis n. 9.096/95 e 9.504/97, que dispõem, respectivamente, sobre os partidos políticos e a
realização de eleições, em seus arts. 18 e 9º, exigem que o eleitor esteja filiado ao partido há
pelo menos 6 meses antes da data fixada para as eleições. A dupla filiação partidária
configura crime previsto no Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65, art. 320).
Res. TSE nº 21.608/2004: Militar da ativa. Cargo eletivo. Filiação partidária. Inexigibilidade. A
filiação partidária contida no art. 14, § 3º, V, Constituição Federal não é exigível ao militar da
ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura
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Idade mínima (consideradas na data da posse):
35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
21 para Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito ou juiz de paz; e
18 anos para Vereador.
131
Não incorrer em nenhuma inelegibilidade específica.
a) Analfabetos.
Só possuem a cidadania ativa (direito de votar).
b) Menores de 18 anos de idade.
Dos 16 aos 18 só é possível a cidadania ativa
c) Inelegibilidades dos §§ 6º, 7º e 9º do art. 14
Direitos políticos negativos
132 DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
- São normas que impedem a participação do cidadão no processo político e nos órgãos
governamentais, abrangendo a perda e suspensão de direitos políticos, bem como as
inelegibilidades.
133
Perda de direitos políticos
Obs: Existe uma 3ª hipótese de perda de direitos políticos, embora não expressamente
mencionada no art. 15: brasileiro que, por naturalização voluntária, adquire a nacionalidade
de outro país e perde a nacionalidade brasileira (CF, art. 12, § 4º, II) e, por consequência,
também a cidadania brasileira.
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Suspensão de direitos políticos
- Art. 15 - suspensão de direitos políticos (privação temporária):
1. Incapacidade civil absoluta.
A pessoa que não se encontra em condições de exercer os atos da vida civil também fica
impedida de exercer direitos políticos (absolutamente incapazes precisam ser
representados, o que não é possível para o exercício dos direitos políticos).
2. Condenação criminal transitada em julgado.
Condenados são privadas de seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da
condenação.
Para a caracterização do termo final da suspensão há necessidade do cumprimento
integral da pena imposta, seja em regime fechado, livramento condicional ou até mesmo
em sursis (enquanto perdurar o período de prova, o indivíduo fica privado de seus direitos
políticos).
Tratando-se de pena pecuniária, o pagamento importa na extinção da punibilidade,
readquirindo a pessoa o pleno exercício de seus direitos políticos.
135
Suspensão de direitos políticos
3. Prática de atos de improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, CF
Lei n. 8.429/92 - suspensão de direitos políticos, variando de 3 a 10 anos conforme a
infração cometida.
Obs: Quando o eleitor deixa de votar por 3 eleições seguidas (cada turno equivale a 1 eleição)
e não justifica a ausência, seu título pode ser cancelado. Ao deixar de votar em apenas 1
eleição e não justificar a ausência, o eleitor poderá ter outros direitos suspensos, como por
exemplo, a possibilidade de prestar concursos públicos (art. 7º, Lei 4.737/65 – Código Eleitoral).
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Perda e suspensão de direitos políticos de parlamentar - perda do mandato.
- Nas hipóteses de suspensão de direitos políticos, uma vez superada sua causa, o indivíduo
readquire-os, seja pela cessação da interdição, seja pelo cumprimento da pena ou da sanção
imposta pela prática de ato de improbidade administrativa.
138 INELEGIBILIDADES
139
Inelegibilidades
Inelegibilidades absolutas
- São os impedimentos a qualquer cargo eletivo, para qualquer eleição.
- Estão previstas no art. 14, § 4º: inalistáveis, analfabetos e jovens entre 16 e 18 anos de idade
Inelegibilidades relativas
- São os impedimentos a certos cargos eletivos, em razão de situações específicas.
O indivíduo fica impedido de se candidatar em determinadas eleições.
- Prevista no art. 14, §§ 5º a 9º, CF e LC 64/90
-
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146
DIREITOS SOCIAIS
147
NOÇÕES
- Art. 6º: são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
- Art. 193: ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e
a justiça sociais.
- O Estado deve proteger e incentivar as relações de trabalho, para que então o indivíduo
alcance com o fruto de sua atividade laboral o bem-estar e a justiça social.
- A ordem econômica deve seguir caminho harmônico, conforme prevê o art. 170 da CF/88,
estando fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, com o objetivo de
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
- Não é o Estado quem, diretamente e em princípio, deve garantir bem-estar social, todavia, é
o Estado quem deve regular a ordem social e econômica para que isso aconteça.
150 SAÚDE
- Art. 196: a saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve agir mediante políticas
sociais e econômicas com intuito de reduzir os riscos de doenças e demais problemas de saúde
(acidentes, por exemplo).
- O Estado deve garantir o acesso universal e igualitário aos serviços que promovam a saúde,
sua proteção e recuperação.
- Art. 197: todas as ações e serviços de saúde prestados no país são de relevância pública,
cabendo ao Poder Público dispor sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou através da iniciativa privada (A assistência à saúde é livre à
iniciativa privada – art. 199).
- O sistema único de saúde (SUS) envolve as esferas federal, estadual e municipal.
- Competências do SUS (art. 200): controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; executar as ações de
vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; ordenar a
formação de recursos humanos na área de saúde; participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico; incrementar em sua área de atuação o
desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias
e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho.
151 PREVIDÊNCIA
- O artigo 201 estabelece que a previdência social será organizada sob a forma de regime
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.
65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de
contribuição;
60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e
para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
O requisito de idade será reduzido em 5 anos, para o professor que comprove tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio fixado em lei complementar.
153 ASSISTÊNCIA
- A assistência é prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social.
- Objetivos (art. 203):
a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
o amparo às crianças e adolescentes carentes;
a promoção da integração ao mercado de trabalho;
a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
por sua família, conforme dispuser a lei.
154 DIREITO À EDUCAÇÃO
155
Princípios para a educação - art. 206:
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
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privadas de ensino;
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
garantia de padrão de qualidade;
piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal.
158
DIREITOS DO TRABALHADOR
159
DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE E INFÂNCIA
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- Tem natureza de Direito Previdenciário (art. 201, II) e de Direito Assistencial (art. 203, I).
- É direito da trabalhadora a licença maternidade de 120 dias (art. 7º, XVIII).
- A proteção à infância tem natureza assistencial (art. 203, I e II), havendo ainda expressa
previsão de proteção à criança e ao adolescente nos termos do artigo 227.
DIREITOS ECONÔMICOS
- Os direitos econômicos constituem pressuposto da existência dos direitos sociais, pois sem
uma política econômica orientada para a intervenção e participação estatal na economia, não
serão construídas as bases necessárias para tutelar os interesses dos mais necessitados.
- O Brasil adota uma organização estatal intervencionista e ao mesmo tempo liberal (art. 170
da CF).