Universidade Save Extensão-Maxixe
Curso: Licenciatura em Português
Cadeira: Linguística II
Docente: Má. Lucério Gundane
Discentes:
Cláudia Ismael
Diodite Alda
Emídio Gilberto
Gércio Figueiredo
A Sintaxe Estrutural possui caráter sintagmático e busca fazer análise considerando regras
de identificação de cada segmento e na segmentação busca entender as relações entre os
sintagmas do enunciado e é disciplina autônoma, com origem no Estruturalismo (modelo
fundado nas ideias de Saussure), que se ancora na concepção de língua como “uma estrutura
composta de diferentes hierarquias” e focaliza a frase buscando as suas unidades (sintagmas),
relacionadas entre si (relações sintagmáticas) e hierarquicamente organizadas; assume a
feição de uma sintaxe que trata da língua sem se preocupar com a situação social em que as
estruturas linguísticas são produzidas (perspectiva essencialmente formalista). Busca
compreender os sintagmas dividindo-os de forma progressiva até chegar à unidade sintática
mínima, que é o morfema. É a análise sintática em que os sintagmas são divididos/ separados
e classificados aos poucos.
Os constituintes da análise são o sintagma nominal, verbal, o determinante, o nome, dentre
outros. Esse tipo de análise não é mais utilizado atualmente.
Gerativismo
A Sintaxe Gerativa é disciplina autônoma, cuja denominação se confunde com a do modelo
(Teoria Gerativa, Gramática Gerativa) que concebe a língua como conhecimento construído a
partir da faculdade da linguagem (propriedade da mente humana) e, portanto, uma atividade
mental; nesse modelo, a sintaxe, componente central, congrega os mecanismos gramaticais
subjacentes ao referido conhecimento (competência linguística), que o falante aciona ao
reconhecer, construir e interpretar as frases da língua (desempenho linguístico), explicitar tais
mecanismos é a preocupação da Sintaxe, que toma como objecto a competência e, também,
trata da frase sob um enfoque que se abstém da preocupação com a contextualização social da
produção das estruturas linguísticas (perspectiva formalista).
Regras de reescrita: 'Em gramática generativa, as regras de reescrita (da componente
categorial), ditas também regras «sintagmáticas», ou regras «de formação», ou «de formação
de árvore», ou «de ramificação», exemplificam-se no seguinte esquema:
F – SN + SV (F reescreve-se Sintagma Nominal + Sintagma Verbal).
Cada regra de reescrita substitui um símbolo único por outro símbolo ou uma sequência de
símbolos.
Diz-se que o enunciado mínimo é formado por um sintagma verbal e por um sintagma
nominal, exprimindo o termo sintagma uma «unidade de função».
Exemplos: o Mário da turma 1 é indisciplinado
O Mário da primeira turma é rebelde
O meu velho da amigo estuda física com dedicação
Um antigo amigo meu estuda física com esforço
Estrutura argumental dos verbos
Estrutura Argumental é a relação que um verbo mantém com os seus argumentos,
considerando dois aspectos: (1) quantidade de argumentos, que pode variar entre zero e
quatro; (2) caso dos argumentos, que podem assumir vários papéis semânticos. Entende-se
como argumento o participante nominal que é exigido pelo significado do verbo. Os papéis
semânticos indicam o envolvimento do participante no evento expresso pelo verbo; assim,
um argumento pode funcionar como agente, paciente, experienciador, entre outros.
Propriedades de C-selecção
Cada verbo determina a categoria gramátical dos constituintes com os quais pode ou não
ocorrer no Interior do VP, esse processo denomina se C selecção ou sub categorização.
A categoria lexical NP (sintagma Nominal), com núcleo N (nome) passou a ser caracterizada
como DP (sintagma determinante) para entender a questões relativas ao paralelismo formal,
entre uma estrutura nominal (DP) e uma estrutura verbal (IP). (Abney,1987).
Segundo Williams(1981), o verbo possui um argumento externo e argumentos internos. O
argumento externo é assim denominado pois se realiza fora da projeção máxima (VP) do
verbo, ou seja, na posição de sujeito da oração. Dessa forma, como só existe uma posição de
sujeito fora do (VP), os verbos só podem selecionar um argumento externo. Já os argumentos
internos dentro da projeção (VP) do verbo.
Em outras palavras, um item lexical com traços de c-seleção (traços não interpretáveis)
atribui papel temático ao item c-selecinado após a valoração de traços.
A c-seleção, que se refere à seleção categorial [SN, PP, VP, CP] – sintática
Exemplos:
1. Luís pôs a comida na mesa.
*O Luís pôs a comida.
*Luís pôs.
Ambiguidade lexical VS Estrutural
Uma expressão ou texto ambíguo pode se apresentar de duas formas: ambiguidade estrutural
e ambiguidade lexical.
A estrutural provoca ambiguidade por causa da posição das palavras em um enunciado,
gerando uma má compreensão do seu significado.
Exemplo: “O celular se tornou um grande aliado do homem, mas esse nem sempre realiza
todas as suas tarefas”.
As palavras “esse” e “suas” podem se referir tanto ao celular, quanto ao homem, dificultando
a direta interpretação da frase e causando ambiguidade.
Na ambiguidade lexical, uma determinada palavra assume dois ou mais significados, como
acontece com a polissemia.
Exemplo: “O rapaz pediu um prato ao garçom”.
No exemplo acima, a palavra “prato” pode se referir ao objeto onde se coloca a comida ou à
um tipo de refeição.
Referências bibliográficas
CHOMSKY, N. (1988). Language and Problems of Knowledge, The MIT Press.
CUMPRI, M. L.(2012). Contribuições ao estudo da ambiguidade da linguagem: uma
proposta linguístico-educacional, Tese de doutorado. UNESP.