Roteiro Aula 3 Ciclo de Krebs

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Bioquímica: Metabolismo e Correlações Clínicas

Prof Juliana Camacho Pereira


Obs: Esse material não pode ser compartilhado, copiado e nem divulgado e é protegido pela propriedade intelectual sob risco de
pena jurídica. Uso exclusivo aos alunos que cursam a disciplina.

1. Bom dia. A aula de hoje é sobre o Ciclo de Krebs.


2. Recaptulando a última aula vimos a Glicólise. Uma via onde a glicose é oxidada em 2
moléculas de piruvato através da utilização e 2 moléculas de ATP, com formação de 4
moléculas de ATP e 2 de NADH. Nessa etapa temos fosforilação a nível de substrato.
Vimos que a fermentação é uma etapa em que o piruvato de transforma em lactato pela
LDH, como forma de regenerar o NAD+ para que a glicólise continue e forme mais ATP.
E isso ocorre na ausência de oxigênio. Também vimos que há 3 enzimas irreversíveis a
HK, a PFK1 e a PK. Que a HK pode ser regulada pelo seu produto, a G6P que inibe. Que
a PFK1 e a PK podem ser reguladas pelas carga energética, ou seja alto ATP as inibem.
Dessa forma não precisaríamos fazer ATP caso já estivéssemos com ATP suficiente na
célula. Ou seja, o metabolismo se autorregula.
3. Se lembrarmos dos destinos do piruvato, ele só vai a lactato na ausência de O2, mas na
presença de O2 ele segue outra via, que é a aula de hoje, o ciclo e Krebs.
4. E isso configura a respiração celular.
5. Na respiração celular temos 3 estágios: Estágio 1: glicose, ácidos graxos e aminoácidos
formam Acetil coA. Estágio 2: oxidação do grupo acetil em que a energia liberada
transformada em potenciais redutores NADH e FADH2 e Estágio 3: oxidação de
potencial redutores, em que ocorre a Transferência de elétrons para o Oxigênio e a
Conservação da energia em ATP: fosforilação oxidativa.
6. Os dois últimos estágios da respiração celular ocorrem na MITOCÔNDRIA. Uma organela
que possui uma membrana interna e externa, um espaço intermembranas, e cristas
mitocôndrias que dividem um espaço interno chamado de matriz mitocondrial, onde
ocorrerá o ciclo de Krebs.
7. O ciclo de Krebs é fácil de identificar no mapa metabólico e possui papel central em
várias vias metabólicas porque seus intermediários são pontos de integração.
8. Krebs foi um cientista alemão que ganhou o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em
1953 pela descoberta do Ciclo do ácido cítrico ou ácidos tricarboxílicos ou como vamos
falar em homenagem a ele Ciclo de Krebs. Ele anteriormente havioa escoberto também
o cilco da ornitina ou da ureia que veremos em outra aula e esses ciclos possuem
intermediários, então eles são acoplados o que chamamos de bicicleta de Krebs.
9. Krebs provou que o ciclo era um ciclo porque ele mediu o consumo de piruvato e quando
colocava um inibidor de uma das enzimas, o malonato, inibidor da SDH, o consumo de
piruvato parava, mas quando ele colocava uma etapa posterior a essa, o consumo de
piruvato continuava e por isso ele evidenciou que a via era na verdade um ciclo. Mas
Krebs até então achava que a formação de citrato era feita por piruvato e oxaloacetato.
10. Fritzaq Lipmann foi um cientista que dividiu o Nobel com Krebs coma descoberta da
Coezyma A. Lipmann interaasao nos mecanismo e síntese de ATP, isolou essa molécula
que chamou e coezyma A porque ativava grupos acetil. Essa descoberta foi importante
porque havia uma etapa anterior antes da entrada no ciclo de Krebs. A conversaõ de
piruvato a acetil coA, feita pela Piruvato desidrogenase, PDH.
11. PDH é um Complexo multienzimático no qual uma série de intermediários químicos
permanece ligada às moléculas de enzima à medida que o substrato é transformado no
produto final, ela retira o CO2 da molécula de piruvato, inserindo um CoA,
transformando em acetil coA.
12. É uma estrutura com 3 domínios e que tem participação de cofatores que tem
importância clínica e na nutrição.
Bioquímica: Metabolismo e Correlações Clínicas
Prof Juliana Camacho Pereira
Obs: Esse material não pode ser compartilhado, copiado e nem divulgado e é protegido pela propriedade intelectual sob risco de
pena jurídica. Uso exclusivo aos alunos que cursam a disciplina.

13. Na reação da PDH, o piruvato se liga na subunidade E1, onde o TPP, ou Tiamina, retira
o CO2 , escraboxila, o piruvato e transfere o grupo acetil para o ácido lipóico, na
subunidade E2. O ácio lipoico, anteriormente oxidado, em um braço se liga ao grupo
acetil e no outro se reduz. O braço que tem o grupo acetil e que esta na subunidade E2,
insere uma molécula de coezima A, formando o acetil CoA, o liberando e se reduzindo.
Para que a reação continue, o braço do acido lipoico precisa novamente ser reoxidado
e isso ocorre com formação de uma molécula de FADH2acoplada a uma redução do
NAD+ em NADH na subunidade E3.
14. Nessa reação da PDH utilizamos vários cofatres que são vitaminas presentes na
alimentação como o ácido pantotenico ou vitB5, componente da coezima A, a o TPP ou
timaina, vit B1, o NAD ou niacina, vit B3 e a riboflavina no FAD ou vit B2.
15. Dessa forma já poemos afirmar que a falta de algumas vitaminas levarão a alterações
clínicas, as mais comuns são o beribéri ou falta da vit B1 que levam a fraqueza,
desconforto abdominal, alteraçãoes cognitivas, edemas e outros, são também comuns
em pacientes alcoólatras ou desnutridos. O álcool danifica o revestimento do intestino
e inibe diretamente o mecanismo de transporte responsável pela absorção de tiamina
no trato intestinal.
16. A outra doença comum é a Pelagra pela falta e niacina ou vit B3, ou em pessoas que
consomem somente milho, que é pobre em triptofano. Uma doença que causa eczemas
cutâneos, diarreia, distúrbios motores, cognitivos e sensoriais.
17. Voltando ao ciclo e Krebs, ele se inicia com acetil coa proveniente de carboidratos ou
lipídeos.
18. Vamos ver passo a passo.
19. A primeira reação do ciclo é a condensação de acetil-CoA e oxaloacetato para a
formação do citrato, catalisada pela citrato-sintase. Reação chamada condensação de
Claisen um tioster se condensa com uma cetona.
20. A segunda é a enzima aconitase catalisa a transformação reversível do citrato a
isocitrato, pela formação intermediária do ácido tricarboxílico cis-aconitato. A aconitase
contém um centro de ferro-enxofre , que atua tanto na ligação do substrato ao sítio
ativo quanto na adição ou na remoção catalítica de H2O. Na falta de ferro, anemias
ferroprivas, a aconitase perde o centro de ferro-enxofre e adquire uma nova função na
regulação da homeostase do ferro. Ela perde sua função e passa a regular a transcrição
genica de enzimas que transferem ferro.
21. A terceira é a isocitrato desidrogenase que promove a descarboxilação oxidativa do
isocitrato, formando CO2 e NADH ou NADPH, e gerando alfa ceto glutarato.
22. A quarta etapa é a é outra outra descarboxilação oxidativa, o alfa-cetoglutarato é
convertido a succinil-CoA e CO2 pela a-cetoglutarato-desidrogenase; NAD+é o aceptor
de elétrons e CoA é o transportador o grupo succinil. A energia da oxidação do a-
cetoglutarato é conservada pela formação da ligação tioéster da succinil-CoA. A succinil-
CoA, como a acetil-CoA, tem uma ligação tioéster com uma energia livre padrão de
hidrólise grande e negativa (DG9o< -36 kJ/mol).
23. Na quinta etapa do ciclo do ácido cítrico, a energia liberada pelo rompimento dessa
ligação é utilizada para a síntese de uma ligação fosfoanidrido no GTP ou ATP, como já
vimos uma fosforilação a nível e substrato converstendo succibil coA a succinato pela
succinil CoA sintetase.
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Prof Juliana Camacho Pereira
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24. Na sexta reação, o succinato é convertido em fumarato pela succinato desidrogenase


ou SDH, que fica ligada a membrana interna da mitocôndria e tem redução e FAD+ em
FADH2.
25. Na sétima reação o fumarato é convertid a malato pela fumarase. É uma reação de
hidratação.
26. Na oitava e última etapa temos novamente a formação do iniciador do cilo,
oxaloacetato, a partir do malato feita pela malato desidrogenase. Com uma oxidação do
–OH pelo NAD+ e formação de NADH .
27. Então aqui vemos todas as etapas novamente.
28. Vemos que formamos NADH, FADH2, GTP/ATP e CO2. Lembrem que na respiração
liberamos CO2? Vem daí.....
29. O NADH, FADH2 serão utilizados como potenciais redutores para a próxima etapa na
fosforilação oxidativa que veremos na próxima aula.
30. O ciclo de krebs então faz transformação de energia em potenciais redutores para a
fosforilação oxidativa.
31. Embora o ciclo do ácido cítrico gere diretamente somente um ATP por rodada (na
conversão de succinil-CoA a succinato), as quatro etapas de oxidação do ciclo abastecem
a cadeia respiratória, via NADH e FADH2, com um grande fluxo de elétrons e, assim,
levam à formação de um grande número de moléculas de ATP durante a forforilação
oxidativa.
32. Vias anfibólicas servem pra catabolismo e anabolismo, a oxidação de citrato a CO2 não
é a mais rápida, mas é a mais vantajosa evolutivamente, porque fornece precursores
pra diversas vias de biossíntese, formação de glicose, aminoácidos, grupamento heme.
Conforme os intermediários do ciclo do ácido cítrico são removidos para servirem como
precursores na biossíntese, eles são repostos por reações anapleróticas. Sob
circunstâncias normais, há um equilíbrio dinâmico nas reações que desviam os
intermediários a outras vias e os repõem, de modo que as concentrações dos
intermediários do ciclo do ácido cítrico permaneçam quase constantes.
33. Regulação da Via
34. A regulação da PDH é feita com duas enzimas, uma PDH fosfatase , PDP , e uma PDH
Kinase, PDK1. O aumento de carga energética, ATP, NADH, ou acetyl coa ativa a PDP
que fosforila a PDH e a torna inativa. NAD+, CoA e pyruvato inibem a PDP de fosforilar
a PDH e a PDH se mantem ativa. Insulina, magnésio e Cálcio ativam a kinase que
desfosforila a PDH e a mantem ativa.
35. Baixa carga energética ativam PDH e citrato sintase e isocitrado DH por AMP e ADP
respectivamente nas duas ultimas. Coa livre ativa PDH. Calcio ativa PDH, IsocitratoDH e
alfa ceto DH. Assim cmo alta carga energética como ATP e NADH inibem as enzimas.
36. Interesante versmos que o ATP inibindo a isocitrato desidrogenase e citrato sintase
quase determina a o funcionamento da via.
37. As enzimas não estão dispostas esta forma didática, elas podem se agrupar no que
chamamos de metabolons facilitando a interação entre os intermediários.
38. A utilização de 13C pode indicar metabólitos que estão sendo formados no ciclo de
Krebs pelo acompanhamento da incorporação de 13C nos intermediários. Isso é
importante para pesquisa, e também para identificação e alterações metabólicas nas
células principalmente nas análises em células cancerígenas.
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39. Em células normais os supressores de tumor estimulam a via direta para a fosorilação
oxidativa. No tumor os oncogenes estimulam que o ciclo de krebs funcione para que os
intermediários sejam esviados para vias de síntese de nucleotíeos, lipídeos, etc
40. Os erros inatos do metabolismo doenças metabólicas hereditárias individualmente
raras, mas que em seu conjunto apresentam uma incidência aproximada de pelo
menos 1 caso para cada mil nascimentos. São mutações em enzimas de várias vias
metabólicas. A síndrome de Leigh, doença neurodegenerativa severa e progressiva, foi
descrita por Denis Leigh, em 1951, como uma patologia rara que faz parte do grupo
das encefalopatias mitocondriais de quadro 1. As deficiências do Krebs são raras, mas
normalmente levam tb a deficiência de outra enzimas , os achados são bem
generalizados de acordo com o caso reportado e mutação genética, que pode não ser
a mesma. É diverso quanto ao aumento laboratorial mas pode se observar aumento e
lactato.

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