09094710052016Quimica_Analitica_II_Aula_3

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Aula

EQUILÍBRIO QUÍMICO
3
METAS
Apresentar o conceito de equilíbrio químico;
apresentar a constante de equilibrio;
apresentar o princípio de lê Châtelier;
apresentar atividade e coeficiente de atividade.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
conceituar Equilíbrio Químico;
definir a Velocidade de uma reação química;
descrever a constante de equilíbrio;
definir o equilíbrio do ponto de vista Cinético e Termodinâmico;
descrever o Princípio de Lê Châtelier e identificar os fatores que afetam o equilíbrio químico;
descrever atividade e coeficiente de atividade.

PRÉ-REQUISITOS
Saber a definição de concentração e unidades de concentração;
saber os fundamentos de cinética quimica;
saber os fundamentos de termoquímica.

Gráficos representando o equilíbrio químico em reações. No gráfico à esquerda, vê-se o


equilíbrio da velocidade das reações direta e inversa em função do tempo; no gráfico à
direita, vê-se o equilíbrio na concentração das substâncias envolvidas em função do tempo
(Fonte: http://pt.wikipedia.org).
Química Analítica II

INTRODUÇÃO

Na aula anterior foi relatado um pouco acerca dos erros inerentes a


qualquer medida científica. Foi apresentada os algarismos significativos e
operações que os envolvem, os conceitos de precisão e exatidão, os tipos
de erros experimentais, os testes de rejeição e as formas de expressar a
precisão de uma medida.
Nesta aula será definido o conceito de equilíbrio químico, descrito a
constante de equilíbrio e postulada a lei de ações das massas. Ainda
serão definidos equilíbrio químico do ponto de vista cinético e termodi-
nâmico e descritos o principio de Lê Châtelier e os fatores que afetam o
equilíbrio químico. Por fim, serão definidos eletrólitos, atividade e coe-
ficiente de atividade.
Ao final desta aula, você deverá saber conceituar equilíbrio químico
e descrever a constante de equilíbrio. Você será capaz de definir o equi-
líbrio do ponto de vista cinético e termodinâmico. Descrever o sentido
de uma reação química quando o equilíbrio é perturbado por mudanças
na temperatura, concentração dos participantes, pressão e presença de
catalisadores. Definir eletrólitos e classificá-los como eletrólitos fortes
e fracos. Calcular a atividade, força iônica e coeficiente de atividades
dos íons em solução.

O princípio de Lê Châtelier se aplica aos equilíbrios dinâmicos em sistemas fecha-


dos. Pode ser enunciado assim: “quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma força,
ele tenderá a se reajustar, reagindo de maneira a minimizar o efeito desta força”. No caso das
reações químicas, o princípio indica que se uma reação em equilíbrio sofrer uma
alteração de condições, as proporções dos reagentes e dos produtos se ajustarão de
maneira a minimizar o efeito da alteração (Fonte: http://www.unb.br).

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Equilíbrio químico
Aula

ESTADO DE EQUILÍBRIO

Uma reação química é constituída de duas partes que são separadas


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por uma seta ( ) a qual indica o sentido da reação. Na parte esquerda da
seta estão os reagentes e na direita os produtos.

Seja A e B reagentes e C e D produtos, temos então:

Quando a reação se processa dos reagentes para os produtos (sentido


direto) tem a mesma taxa de desenvolvimento que a reação que se pro-
cessa dos produtos para os reagentes (sentido inverso) está se encontra
em equilíbrio. Ou seja, o equilíbrio químico é um estado em que a veloci-
dade desaparecimento dos reagentes é exatamente igual à de formação
dos produtos.
Este tipo de reação química é chamado de Reação Reversível, uma
vez que os produtos são capazes de reagir ente si formando reagentes e
vice versa. A posição de equilíbrio depende da natureza do sistema, das
concentrações dos seus componentes, da temperatura, da pressão, etc.
Para indicar o Estado de Equilíbrio se usa a dupla seta ( ) ou uma
seta com duplo sentido ( ).

O equilíbrio químico pode ser descrito do ponto de vista cinético ou


termodinâmico. Do ponto de vista Cinético, o equilíbrio é um estado di-
nâmico, em que cada espécie participante da reação se forma exatamente
da mesma forma em que é consumida. Já do ponto de vista termodinâmi-
co, o equilíbrio é um estado de máxima estabilidade para qual um sistema
químico fechado tende a partir quaisquer outros estados, através de trans-
formações espontâneas na composição do sistema.

LEI DE AÇÃO DAS MASSAS

A Lei de Ação das Massas foi proposta em 1867 pelos cientistas


noruegueses Guldberg e Waage. Segundo estes cientistas, a velocida-
de de uma reação química é proporcional as concentrações molares
dos reagentes.

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Química Analítica II

Então para uma reação geral:

A velocidade da reação pode ser expressa como:


V = K [A]a [B]b

onde v é a velocidade de reação, K é a constante de velocidade, [A] e


[B] as concentrações molares de A e B, e a e b os coeficientes estequiomé-
tricos das espécies A e B, respectivamente.
Sendo assim, a Lei de Ação das massas estabelece que a velocidade
de uma reação química seja proporcional ao produto das concentrações
dos reagentes elevada à potência igual ao número de partículas que parti-
cipam na reação.
A velocidade de uma reação química é afetada por fatores tais como
temperatura, presença de catalisadores, etc. A elevação da temperatura
acarreta no aumento da velocidade de reação. Para que uma reação ocor-
ra são necessárias colisões eficazes, ou seja, colisões com orientação cor-
reta e energia suficiente. Com o aumento da temperatura há um aumento
no número das colisões eficazes. As velocidades de muitas reações são
afetadas pela presença de certas substancias capazes de acelerar ou retar-
dar as reações chamadas de catalisadores. O catalisador participa da rea-
ção formando substancias intermediárias que reagem prontamente e o
reconstituem.

EQUILÍBRIO QUÍMICO DO PONTO


DE VISTA CINÉTICO

Seja a reação geral:

De acordo com a Lei de Ação das Massas a velocidade da reação


direta e inversa é dada pelas equações:

v1 = K1 [A]a [B]b
v2 = K2 [C]c [D]d

onde v1 e v2 são as velocidades de reação direta e inversa, K1 e K2 as


constantes de velocidade direta e inversa, respectivamente.
Quando as duas velocidades são iguais (v1 = v2), o sistema entra em
equilíbrio e partir desse instante as concentrações de A, B, C e D são
mantidas constante, logo:
k1 [A]a [B]b = k2 [C]c [D]d

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Equilíbrio químico
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reagrupando os termos da equação, temos:


k1 = Keq = [C]c [D]d
k2 [A]a [B]b
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em Keq é a constante de equilíbrio (em termos de concentração) da rea-
ção. As Constantes de Equilíbrios são, portanto, equações algébricas que
descrevem a relação entre as concentrações de reagentes e produtos quan-
do o sistema atinge o estado de Equilíbrio Químico. Tais relações permi-
tem o cálculo da quantidade do analito.
A expressão acima é uma representação correta da constante de equi-
líbrio, mas o método para sua obtenção não tem validade geral. Isto por-
que as velocidades de reação na realidade dependem do mecanismo da
reação, determinado pelo número de espécies colidindo, enquanto que a
expressão de Keq depende só da Estequiometria da reação química.
Como a expressão da constante de equilíbrio é escrita a partir da equa-
ção estequiométrica, vale salientar que as concentrações dos sólidos e
líquidos puros usados como solventes não figuram na expressão, ou seja,
são omitidos porque são iguais à unidade. A concentração do soluto
deve ser expressa em mol/L e as concentrações dos gases devem ser
expressas em atmosfera.
Os valores das constantes de equilíbrio variam desde números muito
grandes até extremamente pequenos, dependendo da reação em questão,
e podem mostrar a tendência que uma reação tomará até que o estado de
equilíbrio seja alcançado. Podemos observar então duas situações:
a) Quando Keq >> 1, indica que a reação ocorre em maior extensão no
sentido de formação dos produtos, ou seja, a reação direta predomina
sobre a reação inversa. No equilíbrio, os produtos são mais abundantes
que os reagentes.
b) Se Keq << 1, indica que a reação ocorre em maior extensão no sentido
de formação dos reagentes, ou seja, a reação inversa predomina sobre a
reação direta. No equilíbrio, os reagentes são mais abundantes que os
produtos.
A Figura 1 mostra os valores da Constante de Equilíbrio quando Keq >>
1 e Keq << 1.

Figura 1. Valores da Constante de Equilíbrio quando (a) Keq >> 1 e quando (b) Keq << 1.

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Química Analítica II

ATIVIDADES

Ex1: Sejam as reações:

Demonstrar que K3 = K1 . K2 para a reação hipotética final:

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Fazendo o somatório das equações 1 e 2, temos a equação 3.

Sabemos que:
K1 = [H+] [A-] / [HA]
K2 = [CH+] / [H+] [C]
K3 = [A-] [CH+] / [C] [HA]

Considerando K3 = K1 . K2:
K3 = K1 K2 = [H+] [A-] . [CH+] .
[HA] [H+][C]
K3 = K1 K2 = [A-] [CH+]
[HA] [C]

TIPOS DE EQUILÍBRIOS

Os equilíbrios podem representar dissociação (ácido/base, solubili-


dade), formação de produtos (complexos), reações (redox) e distribuição
entre duas fases (água e um solvente não-aquoso - extração por solvente).
A Tabela 1 está apresentada os principais tipos de Equilíbrio e Constan-
tes de Equilíbrios usadas em Química Analítica.

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Equilíbrio químico
Aula

Tabela 1. Principais Tipos de Equilíbrio e Constantes de Equilíbrios usa-


das em Química Analítica.
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EQUILÍBRIO QUÍMICO DO PONTO DE VISTA


TERMODINÂMICO

A constante de equilíbrio é diretamente relacionada à termodinâmica


da reação química. Onde envolve a entalpia, entropia que contribuem
para que reação seja favorecida ou desfavorecida.

ENTALPIA

A Entalpia (H) refere-se ao calor envolvido na reação. A variação da


entalpia (ΔH) consiste na entalpia dos produtos menos a dos reagentes.
Quando calor é desprendido a ΔH é negativa e a reação é chamada de
exotérmica. Quando a reação é endotérmica há absorção de calor e a ΔH é
positiva. Quando os reagentes e produtos estão nos seus estados-padrão a
variação de entalpia é dada como Variação de Entalpia padrão (ΔHº).
Seja a reação abaixo:
HCl(g) H+(aq) + Cl-(aq) ΔHº = -75,15KJ/mol a 25ºC

A reação acima é então exotérmica já que o valor de ΔH é negativo e


dessa forma o calor é transferido do sistema para o universo e todos os
envolvidos estão nos seus estados-padrão.

ENTROPIA
A Entropia (S) refere-se à medida da “desordem” ou aleatoriedade da
reação. A variação da entropia (ΔS) corresponde à entropia dos produtos
menos a dos reagentes. Quando o valor de ΔS é negativo os produtos
estão mais desordenados que os reagentes. Assim, quando o valor de ΔS é

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Química Analítica II

positivo os reagentes estão mais desordenados que os produtos. Quando


os reagentes e produtos estão nos seus estados-padrão a variação de en-
tropia é dada como Variação de Entropia padrão (ΔSº).
Considerando os três estados físicos da matéria temos que a entropia
dos sólidos é menor do que a dos líquidos e consequentemente a dos
gases. Nesse contexto, temos um aumento na desordem das partículas
constituintes. Sendo assim,
Ssólido < Slíquido < Sgás

Um sistema sempre tenderá para valores menores de energia e au-


mento da desordem, ou seja, menor entalpia e maior entropia. Se tomar-
mos como exemplo uma pedra em cima de uma colina, esta tenderá a
rolar espontaneamente colina abaixo (estado de energia menor). Se agi-
tarmos uma caixa de bolas de gude que foram ordenadas pela cor, estas
tenderão a se ordenar aleatoriamente (estado de maior desordem).

ENERGIA LIVRE

A Energia Livre (G) é uma medida da energia do sistema e consiste


no efeito combinado da entropia e entalpia. Um sistema tende esponta-
neamente na direção de estados de energia menores. A variação da ener-
gia Livre (ΔG) decide se a reação é espontânea (ΔG negativo), não espon-
tânea (ΔG positivo) ou estar em equilíbrio (ΔG= 0 ) e é dada por:
ΔG = ΔH - TΔS

Quando a entalpia e entropia estão nos seus estados-padrão a varia-


ção de energia livre é dada como Variação de Energia padrão (ΔGº). A
equação acima será:
ΔGº = ΔHº - TΔSº

Observando a equação acima notamos que quando o valor de ΔH é


negativo e o de ΔS é positivo a reação será favorecida (espontânea) já que o
valor de ΔG será negativo. Já quando o valor de ΔH é positivo e o de ΔS é
negativo o valor de ΔG será positivo e a reação é então desfavorecida (não
espontânea). Quando consideramos agora os valores de ΔH e ΔS positivos
ou negativos a decisão da tendência da reação dependerá dos seus valores.
O conceito de energia livre permite relacionar a constante de equilí-
brio com os valores de ΔHº e ΔSº de uma reação. Essa dependência é
dada pelas seguintes equações:
ÄGo = - RT ln K = - 2,303 RT log K

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Equilíbrio químico
Aula

Substituindo os valores de R (1,987 cal/ mol K) e T (298,15K) e


fazendo pK = - log K , temos que:
3
ÄGo = 1,4pK

A equação acima permite conhecer a energia livre da reação a partir


do pK, possibilitando prever o sentido de uma reação, como ácido-base,
formação de complexo, etc. O valor de ΔGo reflete a diferença relativa de
energia entre os reagentes e os produtos no equilíbrio termodinâmico. A
reação será espontânea se ΔGo é negativo ou se K>1 (pK negativo). A
reação não é espontânea se ΔGo positivo ou K<1 (pK positivo).

ATIVIDADES

Ex2: Considere a reação abaixo e calcule a ΔG. Esta reação tem tendên-
cia de ocorrer?

HCl(g) H+(aq) + Cl-(aq) ΔHº = -75,15KJ/mol e ΔSº = -


135,5J/(K mol) a 25ºC

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

2. Considerando a equação de DGº, temos:

ΔGº = ΔHº - TΔSº

Substituindo os valores dados no problema, temos que:

ΔGº = (-75,15x103J/mol) - (298,15K) (-135,5J/(K mol))

Assim sendo, temos que:

ΔGº = -35,94 KJ/mol

Assim a reação é favorecida uma vez que o valor de DG é negativo.


Neste caso, a influência favorável do DH foi maior que a
desfavorável do DS.

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Química Analítica II

PRINCIPIO DE LÊ CHÂTELIER

Segundo o principio de Lê Châtelier, quando o sistema em equilí-


brio é perturbado, este vai tomar uma direção com intuito de retornar
ao equilíbrio e compensar a variação sofrida. Essa variação ocorre devi-
do à mudança na pressão, na temperatura ou na concentração de algu-
ma das espécies.

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO

Seja a Equação Geral:


aA + bB cC + dD

Segundo o principio de Lê Châtelier, quando uma reação em equilí-


brio sofre uma alteração de condições, as proporções dos reagentes e dos
produtos se ajustam de maneira a minimizar o efeito da alteração. Se au-
mentar um produto o sentido da reação será deslocado em direção aos
reagentes (). Se aumentar um reagente o sentido da reação será deslo-
cado em direção aos produtos ().

EFEITO DA TEMPERATURA

Segundo o principio de Lê Châtelier, se aumentar a temperatura numa


reação exotérmica, o sentido da reação será deslocado em direção aos
reagentes ().

aA + bB cC + dD + calor

Para uma reação exotérmica, se diminuir a temperatura, o sentido da


reação será deslocado em direção aos produtos ().

EFEITO DO CATALISADOR

A presença de um catalisador pode abreviar (ou retardar) o tempo


para chegar ao equilíbrio químico e esse, por sua vez, afeta a velocidade
da reação e de maneira alguma poderá afetar a constante de equilíbrio.
O catalisador não modifica a posição de equilíbrio, pois tanto a rea-
ção direta como a inversa são catalisadas na mesma extensão. Ele partici-

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Equilíbrio químico
Aula

pa da reação formando substâncias intermediárias que reagem imediata-


mente o regenerando.
Este fato pode ser demonstrado pelas equações abaixo:
3
A + X → AX
AX + B → AB + X

Sendo assim a equação global será:


A + B  AB

onde A e B são os reagentes, X é o catalisador, AX a substância


intermediária e AB o produto. Note que o catalisador X foi consumido na
primeira reação e regenerado na segunda reação.

EFEITO DA PRESSÃO
As mudanças de pressão podem exercer considerável efeito sobre a
posição de equilíbrio, ou quase nenhum efeito em absoluto. Isto porque o
efeito da pressão ocorre principalmente em gases e com pouca ou nenhu-
ma extensão em líquidos e sólidos.
Se aumentar a pressão, a reação se deslocará para o lado com menor
número de mols de gás, a fim de atenuar a elevação da pressão. Por outro
lado, se a pressão diminui, a reação se deslocará para o lado com maior
número de mols de gás para ajudar a não reduzir a pressão.

ELETRÓLITOS

Um eletrólito é uma substância que se dissocia em íons quando em


solução. Em geral, os eletrolitos estão mais dissociados em água do que
em outros solventes. Os eletrólitos podem ser fortes ou fracos. Os eletró-
litos fortes são completamente dissociados ou ionizados em solução. Neste
caso, as constantes de equilíbrio para esse tipo de reação são grandes, ou
seja, seus valores são infinitos. Os eletrólitos fracos são parcialmente dis-
sociados ou ionizados em solução. A dissociação de eletrólitos fracos, ou
a solubilidade de compostos ligeiramente solúveis pode ser quantitativa-
mente descrita por Constantes de Equilíbrio.
Sendo assim numa reação:
AB ↔ A+ + B-‘’
A constante de equilíbrio é dada por:
Keq = [A] [B]
[AB]

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Química Analítica II

ATIVIDADE E COEFICIENTE DE ATIVIDADE

Atividade é a concentração molar efetiva de um determinado íon em


solução. Esta é dada por:

Ai = Ci.γi

onde Ai é a atividade do íon, Ci a concentração do íon em mol/L e γi o


coeficiente de atividade.
Seja a Equação Geral:
aA + bB cC + dD

Considerando a concentração molar efetiva (A), a forma correta da


constante de equilíbrio é:

Keq = AcC AdD


Aa A Ab B

Para composto não iônicos e gases, o valor de γi será 1. Soluções


muito diluídas o γi é aproximadamente 1. Nestes dois casos Ai = Ci.
Para espécies iônicas, o coeficiente de atividade depende da força iô-
nica (μ). A força iônica é a medida da concentração total de íons em
solução. Esta é dada por:

μ = 1 Σ (Ci . Z2i)
2
onde Zi é a carga do íon i.

Equação de Debye-HücKel
Para soluções com M < 0,6 mol/L.

- log γi = 0,51 . Zi2 √μ


1 + 0,33 αi √μ

onde γi é a coeficiente de atividade do íon, Zi a carga do íon, αi o raio


atômico e μ a forca iônica.
Para soluções com M > 0,6 mol/L.

- logγi = 0,51 . Zi2 √μ - 0,1 Zi2 μ


1 + 0,33 αi √μ

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Equilíbrio químico
Aula

ATIVIDADES 3
Ex3: Calcule a Força iônica de uma solução 0,02 mol/L de sulfato de sódio.

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Na2SO4 → 2Na+ + SO42-


0,02mol/L 2x0,02mol/L 0,02mol/L
Sabe-se que:
μ = 1 Σ (Ci . Zi2)
2
Então,
μ = 1 Σ (0,04 . 12 + 0,02 . (-2)2
2

μ = 0,06

CONCLUSÃO

Nessa sessão foi apresentada a definição de equilíbrio químico,


descrito a constante de equilíbrio e postulado a lei de ações das
massas. Segundo a lei de ações das massas, a velocidade de uma
reação química é proporcional as concentrações molares dos rea-
gentes. O equilíbrio químico pode ser descrito do ponto de vista
cinético (equilíbrio dinâmico) e termodinâmico (envolvendo variáveis
termodinâmicas).
Quando o sistema em equilíbrio é perturbado, segundo o principio
de Lê Châtelier, este buscará retornar ao equilíbrio e compensar a
variação sofrida. São exemplos dessa variação o aumento ou dimi-
nuição da temperatura, o aumento ou diminuição da concentração
de alguma das espécies, o aumento ou diminuição da pressão e a
presença de catalisador.

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Química Analítica II

RESUMO

O equilíbrio químico é um estado em que a velocidade consumo dos


reagentes é exatamente igual à de geração dos produtos. A posição de
equilíbrio depende da natureza do sistema, das concentrações dos seus
componentes, da temperatura, da pressão, etc. A velocidade de uma rea-
ção química é proporcional as concentrações molares dos reagentes, se-
gundo a Lei de Ação das Massas. Esta é afetada por fatores tais como
temperatura, presença de catalisadores, etc. Do ponto de vista cinético,
quando a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação in-
versa, o sistema entra em equilíbrio. O sentido da reação pode ser mos-
trado pelo valor da constante de equilíbrio (Keq). Quando Keq >> 1, a
reação ocorre no sentido de formação dos produtos e quando Keq << 1, a
reação ocorre no sentido de formação dos reagentes. Do ponto de vista
termodinâmico, a constante de equilíbrio é diretamente relacionada à ter-
modinâmica da reação química. Onde envolve a entalpia (calor envolvi-
do) e entropia (desordem) que juntas contribuem para que reação seja
espontânea e não espontânea. Quando uma reação química atinge o equi-
líbrio ela tem a tendência de permanecer assim indefinidamente, desde
que não haja perturbação externa. Caso isto ocorra o sistema buscará
retornar ao equilíbrio e compensar a perturbação sofrida (Principio de Lê
Châtelier). O equilíbrio é perturbado por mudanças na temperatura, con-
centração dos participantes, pressão e presença de catalisadores. O ele-
trólito é uma substância que se dissocia em íons quando em solução. Os
eletrólitos podem ser fortes (completamente ionizados) ou fracos ( parci-
almente ionizados). Em soluções diluídas, compostos não iônicos e ga-
ses, o coeficiente de atividade (gi) é igual a um e por isso a concentração
efetiva (Ai) será igual à concentração molar (Ai = Ci).

PRÓXIMA AULA

Aula 04: Equilíbrio Ácido-base.

AUTO-AVALIAÇÃO

1. Escreva as expressões para a constante de equilíbrio em cada sistema abaixo:


a) CaCO3 (s) = Ca2+ (aq) + CO32-(aq)
b) CO2 (g) + H2 (g) = CO (g) + H2O (g)

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Equilíbrio químico
Aula

c) BaSO4(s) + CO22- (aq) = BaCO3(s) + SO42-(aq)


d) Ag2O(s) + H2O = Ag+ (aq)+ 2OH-(aq)
3
2. Considere a reação:
2SO3 (g) 2SO2(g) + O2(g) + 42Kcal

a) Qual o efeito da adição de oxigênio para o sistema?


b) Qual o efeito da adição de SO3 para o sistema?
c) Qual o efeito da adição de SO2 para o sistema?
d) Qual o efeito do aumento da pressão para o sistema?
e) Qual o efeito da diminuição da temperatura para o sistema?
3. Escreva as equações para cada constante de equilíbrio nos sistemas abaixo:
a) K = [HCO3-]
[H+] [CO32-]
b) K = [H+]2 [CO32-]
[H2CO3]
c) K = [H2CO3]
[CO2]
d) K = PCO2

REFERÊNCIAS

CHRISTIAN, G. D. Analytical chemistry. 5 ed. Ed. John Wiley & Sons,


Inc. EUA, 1994.
HARRIS, D. Analise Química Quantitativa. Ed. LTC, 5 ed. Rio de Ja-
neiro, 2001.
OHLWEILER, O. A. Química analítica Quantitativa, v. 1 e 2. 3 ed.
Ed. Livros técnicos e científicos. Rio de Janeiro, 1985.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Funda-
mentos de Química Analítica. Tradução da 8ª edição americana. Ed.
Thomson. São Paulo, 2007.

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