0% acharam este documento útil (0 voto)
13 visualizações10 páginas

Edmil Dpcii

Direito processual civil

Enviado por

Alcides Desejado
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
13 visualizações10 páginas

Edmil Dpcii

Direito processual civil

Enviado por

Alcides Desejado
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 10

Universidade Lueji A’Nkonde

Faculdade de Direito

TEMA: Acção executiva


 Conceito e fins da Acção Executiva
 Delimitação
 Tipos de Acção Executiva
 Função da Acção Executivo

Autor: Edmilson Arlêncio da Silva


Sala-6
4ª ano
Pós-Laboral

Docente: Geraldo kafundala


Índice
Introdução.....................................................................................................................................I
Desenvolvimento.........................................................................................................................II
Conclusão....................................................................................................................................III
Introdução

Sabemos que as providências que se podem pedir e obter do


tribunal são de 3 tipos:
a) Acção em que se pretende obter a declaração da existência
de um direito (acção declarativa);
b) Acção que se destina a acautelar certo direito, contra o perigo
que o ameaça (procedimento cautelar);
c) Acção que se destina a obter a reparação efectiva e coerciva
do direito violado, direito este que já está previamente,
declarado:
‐ Ou numa decisão judicial emergente de acção declarativa
anterior;
‐ Ou consubstanciado num documento (o título) com força
probatório bastante para tornar desnecessária a sua declaração
judicial prévia (acção executiva) (Cfr. art. 2º, nº2 e 46º do
C.P.C.)
Diversamente do que acontece na acção declarativa, a acção
executiva tem por finalidade a reparação efectiva do direito
violado. Não se trata já de declarar o direito. Trata‐ se, sim, de
providenciar pela reparação efectiva, integral e coerciva do
direito do exequente, mediante o desencadear do mecanismo
da garantia.
Assim, o objecto de estudo desta disciplina visa responder às
seguintes questões:
Quais os direitos reparáveis por via da acção executiva?
Como tem lugar essa reparação?

II
Desenvolvimento

NOÇÃO DE ACÇÃO EXECUTIVA


A definição legal de acções executivas consta do artigo 4º, nº 3,
nos termos do qual são acções executivas aquelas em que o
autor requer as providências adequadas à reparação efectiva
do direito violado.
Desta definição legal, importa fazer as seguintes considerações:
A acção executiva destina‐se a fazer valer direitos que envolvem
o poder de exigir de outrem uma certa conduta. Porém, existem
direitos que não são susceptíveis de se fazer valer através da
acção executiva.
Exemplo: uma sentença de divórcio não é susceptível de ser
executada por qualquer forma. Isto porque a sentença de
divórcio limita‐se a decretar a dissolução do casamento, não
exigindo do réu qualquer conduta para esse efeito.
A «realização coerciva» do direito violado mencionado no art.
2º, nº 2 significa realizar pela força, se necessário, a conduta
destinada a reparar o direito violado (Cfr. art. 840º e 850º).
Neste caso, o tribunal substitui‐se ao devedor a fim de
proporcionar ao credor a reparação do seu direito.
 A expressão reparação efectiva significa simultâneamente
duas coisas:
1º A obrigação de indemnizar pela violação do direito (como
acontece quando o exequente peticiona juros de mora, por
exemplo).
2º A realização efectiva do direito violado, que tanto pode ser:
‐ A entrega da coisa ou quantia devida.
‐ A prestação de facto por outrem,
‐ A prestação de um benefício equivalente.
 O direito que se pretende fazer valer na acção executiva
deve encontrar‐se previamente declarado num título.
Assim, podemos concluir que a acção executiva é aquela que
tem por fim efectivar coercivamente a realização de uma

III
prestação estabelecida num título executivo ou, caso essa
efectivação não seja possível, a substituição da prestação
devida por um benefício equivalente, à custa do património
do devedor.

 Natureza da Acção Executiva:


Ao regulamentar a acção executiva, o legislador tem que levar
em consideração os vários interesses em jogo e procurar uma
composição equilibrada entre os interesses que se opõem,
nomeadamente dos interesses do executado, do exequente, de
outros credores, de terceiros, etc.
Existem 3 sistemas principais, quanto à natureza da acção
executiva:
Execução individual
Aqui a acção desenvolve‐se apenas entre o exequente e o
executado, e são normalmente apreendidos os bens necessários
para satisfazer o interesse do exequente.
Execução universal
A execução abrange todo o património do devedor, e são
chamados ao processo executivo todos os credores do
executado, como acontece no nosso ordenamento jurídico
quanto ao processo especial de insolvência.
Execução mista ou concursal
A execução abrange apenas os bens indispensáveis ao
pagamento do credor e não todo o património do devedor, e os
restantes credores só podem intervir desde que os seus créditos
obedeçam a certos requisitos. Exemplo: se o bem penhorado diz
respeito a imóvel em relação ao qual, outro credor estranho à
execução, tem uma garantia real.
A execução mista é o sistema acolhido pela lei portuguesa
quanto à execução comum (Cfr. art. 821º, nº3, 834º nº1 e 864º).

 Tipos de Acções Executivas quanto ao Fim e quanto


à Forma:

IV
A lei distingue duas espécies de acções executivas, consoante o
fim a que as mesmas se destinam ou de acordo com a forma do
processo que lhes são aplicáveis. Temos assim os critérios do
fim e da forma.
A) Quanto ao fim da acção executiva, prevê o art. 45º, nº2 que a
acção executiva pode ser para pagamento de quantia certa,
entrega de coisa certa e prestação de facto.
Execução para Pagamento de Quantia Certa:
Aqui o exequente pretende obter o cumprimento de uma
obrigação pecuniária, através da apreensão de bens do
executado, que são posteriormente vendidos, revertendo o
produto da venda a favor do exequente, até ao montante do seu
crédito.
Porém, o pagamento aos credores não necessita de se
processar através da venda de bens. Com efeito, existem outras
formas de se satisfazer o crédito do exequente, a saber: (Cfr.
art. 872º).
‐ Adjudicação: os bens podem ser atribuídos definitivamente ao
credor o qual, com a sua entrega, se considera ressarcido (Cfr.
art. 875º, nº1)
‐ Consignação de rendimentos: os rendimentos desses bens são
atribuídos ao credor, durante o período de tempo necessário ao
reembolso do seu crédito (Cfr. art. 879º, nº1).
Entrega de dinheiro ao exequente (Cfr. art. 874º).
 Execução para Entrega de Coisa Certa:
Se o direito do exequente consiste na entrega de coisa
determinada, o tribunal irá apreender ao executado essa coisa
e, seguidamente, procederá à sua entrega ao exequente.
Se a coisa cuja entrega se requer não for encontrada no
património do executado, a Lei permite que o exequente
calcule o valor da mesma, bem como o valor dos prejuízos
resultantes da falta da sua entrega, seguindo‐se depois a
penhora e venda dos bens do executado, suficientes para
pagamento da importância apurada (Cfr. art. 931º, nº1, nº2). É
aquilo a que se chama execução por equivalente ou
substituição.

V
Execução para Prestação de Facto (positivo ou negativo):
Aqui importará distinguir as prestações de facto fungíveis
(aquelas em que o devedor pode fazer‐se substituir por outra
pessoa no cumprimento da obrigação assumida - art. 207º C.C.)
das infungíveis (se no cumprimento da obrigação em causa o
devedor não puder fazer‐ se substituir por outra pessoa, com
satisfação do interesse do credor). Se a prestação é infungível e
não tendo sido voluntariamente prestada pelo devedor, dá‐se a
extinção dessa obrigação porque o credor não pode obter a sua
execução forçada.
Porém, neste caso nasce em seu lugar uma obrigação
pecuniária, podendo o credor ser:
Indemnizado pelos danos decorrentes do incumprimento;
Requerer que o devedor seja condenado ao pagamento de uma
quantia por cada dia de atraso no cumprimento, quantia esta

destina, em partes iguais, ao credor e ao Estado ‐ Sanção


que será fixada segundo critérios de razoabilidade e que se

pecuniária compulsória‐ (Cfr. art. 829º‐A do C. Civil)


Se a prestação de facto que se pretende for fungível, o
exequente pode requerer que o facto seja prestado por outrem,
à custa do património do devedor (Cfr. art. 828º do C.C.)
Nestas situações, a venda e penhora de bens serve, afinal, para
custear a prestação de facto por terceiro (Cfr. art. 933º, nº1).
B) Quanto à forma a lei distingue entre processo comum e
processo especial, sendo o processo especial aplicável aos casos
em relação aos quais a lei prevê uma tramitação processual
própria e específica, e o processo comum aplicável a todos os
restantes (Cfr. art. 460º).
1. No âmbito do processo comum de execução, a lei prevê agora
uma forma única, nos termos do disposto no art. 465.º
(desaparece assim a classificação da acção executiva em
processo ordinário e processo sumário).

2. Os processos executivos especiais, para os quais a lei prevê


uma tramitação processual específica são, entre outros, a
execução especial por alimentos (art.1118º a 1121º‐A do C.P.C.)

VI
e a execução por custas (Cfr. art. 35.º e segs. do Regulamento
das Custas Processuais, aprovado pelo DL n.º 34/2008, de 26 de
Fevereiro).
Como vimos, a acção executiva destina‐se à realização
coerciva do direito violado,
uma vez que esse direito já está pré‐definido no título. Por isso,
neste tipo de acção já não existe, como na acção declarativa,
um estado de dúvida no tocante à existência do direito, o qual
se presume.
Presume‐se, com um razoável grau de certeza, que o
direito existe. E por isso, é a tutela dos direitos do
exequente que a lei mais protege.
Isso leva a que, na acção executiva propriamente dita, não
haja lugar a audiência
preliminar, despacho saneador, produção de prova,
julgamento da matéria de facto e de direito, nem caso
julgado.
Do que aqui se trata é de proceder a diversas operações, com
vista à tutela do direito do exequente.
É por este motivo que alguns dos princípios fundamentais
do processo civil declarativo não têm aqui qualquer expressão
ou vêm a sua eficácia bastante reduzida.
A acção executiva propriamente dita traduz‐se
exclusivamente na prática de determinadas operações ou
actos tendentes a realizar efectiva, integral e coercivamente
o direito violado (art. 4º, nº3).
Trata‐se da reparação efectiva do direito violado e não de
declarar o direito, de apreciar se ele existe ou não na esfera
jurídica do seu titular.
Presume‐se com razoável grau de certeza, que o mesmo
existe da forma como está consubstanciado no título que o
representa.
Porém, a acção executiva comporta apensos ou excertos de
natureza declarativa.

VII
Na verdade, a par da execução própriamente dita, podem
ser suscitadas diversas questões processuais de natureza
declarativa, que impõem a alegação e prova de factos.
Exemplo: A liquidação da obrigação exequenda, quando não
dependa de simples cálculo aritmético, a oposição à
execução ou à penhora, a dedução embargos de terceiro,
etc.
Delimitação da acção executiva
Só os títulos dos quais constem uma obrigação pecuniária
podem dar lugar a um processo executivo para o pagamento da
quantia certa. Através destes, o autor pretende obter o
pagamento forçado de uma obrigação, quer ela resulte
directamente de um negócio jurídico.
Exemplo: A obrigou-se a pagar a certa quantia, que B exige
em acção executiva; quer tenha uma causa diferente, exemplo:
Facto ilícito enriquecimento sem causa, gestão de negócio; em
que se inclui o não cumprimento de uma negócio jurídico do
qual derivem obrigações não pecuniária, exemplo: A obriga-se a
vender o prédio X a B. Não cumpre e B propõe a acção
declarativa em que exige, com indeminização a restituição em
dobro do sinal entregue, apos o que executa a sentença obtida.
Mas é aquela a contante do título (pagamento da quantia certa).
Mas tal não invalida que os processos de execução para entrega
da coisa certa art.928.º e para a prestação de facto art.º 933º se
possam converter em processos de execução para o
pagamento da quantia certa, visando o pagamento duma
indeminização ao exequente; e, quanto a prestação de facto,
quando não haja conversão o devedor é executado pela quantia
necessária ao custeamento da prestação de facto a efectuar
por outrem (art.º 933.ºn.1º).
A obrigação pecuniária reveste normalmente a natureza de
obrigação de quantidade cujo o objecto é um certo valor
expresso em moeda que tenha curso legal no país Art.º 550.º

VIII
Conclusão

Função da Acção executiva


Acção executiva pressupõe sempre o dever de realização de
uma prestação, esta prestação constitui, na maioria das vezes, o
conteúdo da relação jurídica obrigacional, primaria ou de
indeminização.
Neste afã, a acção executiva tem como função exegir do
tribunal que faça tudo estiver ao seu alcance, que tome as
providências adequadas para a reparação efectiva do direito
violado pelo incumprimento do executado (devedor), bem como,
proporcionar ao exequente a obtenção de um resultado idêntico
ao da realização da própria prestação que segundo o título
executivo lhe é devido (execução específica).
É efectuado quer por meio directo (apreensão e a entrega da
cois, da quantia devida ou prestação do facto devido por
terceiro), quer por meio indirecto (apreensão e venda de bens
do devedor e subsequente pagamento ao exequente) ou, em
sua substituição, um valor equivalente do património do
devedor (execução específica). A execução por equivalente, assim
como a execução de uma obrigação pecuniária, constitui expressão
do princípio fundamental de acordo com o qual, todo património do
devedor responde pelas suas obrigações (art.º 817.º cc e art.º 821º e
831º ambos do CPC).

III

Você também pode gostar