TRABALHO DE FILOSOFIA DE DIREITO E METODOLOGIA JURÍDICA
TRABALHO DE FILOSOFIA DE DIREITO E METODOLOGIA JURÍDICA
TRABALHO DE FILOSOFIA DE DIREITO E METODOLOGIA JURÍDICA
Introdução ………………………………………………………………………..….02
1.Conceitos de Hermenêutica …………………………………………...........…....03
2. Conceito de Interpretação………………………………………………………04
4. Espécies de Interpretação………………………………………………...…....06
5. Métodos de Interpretação………………………………………………...…....06
7. Escolas de Interpretação………………………………………………….……07
Bibliografia…………………………………………………………………….....15
INTRODUÇÃO
As leis são formuladas em termos gerais e abstractos, para que se possam estender a
todos os casos da mesma espécie. Passar do texto abstracto ao caso concreto, ou seja,
da norma jurídica ao fato real, é tarefa do aplicador do direito, seja ele juiz, advogado,
tabelião, administrador ou contratante.
Carlos Maximiliano faz uma distinção entre ambos entendendo que a "Hermenêutica
Jurídica" tem por objecto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para
determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito, enquanto a "interpretação"
seria apenas a aplicação prática da hermenêutica visando determinar o sentido e o
alcance das expressões do Direito.
2. CONCEITO DE INTERPRETAÇÃO
Interpretar é fixar o sentido e o alcance de uma norma jurídica, ou seja, revelar seu
conteúdo e alcance. Temos, assim, três elementos que integram o conceito de
interpretação:
b) Fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência; é conhecer sobre
que fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação.
3. NECESSIDADE DA INTERPRETAÇÃO
2) Uma palavra pode ser clara segundo a linguagem comum e ter, entretanto, um
significado próprio e técnico diferente do seu sentido vulgar. (ex: a competência do
Juiz);
A interpretação das normas jurídicas, mesmo das que parecem mais claras e
completas, exige a referência a princípios axiológicos, a critérios valorativos, os quais
muitas vezes estão apenas implícitos no texto da lei. E se tais critérios valorativos ou
guias axiológicos não fossem empregados, então se desembocaria em monstruosas
injustiças, e às vezes, até em becos sem saída. Isso significa que uma ordem jurídica
positiva não pode funcionar atendo-se exclusivamente ao que está nela formulado
verbalmente. Para que uma ordem jurídica funcione satisfatoriamente, é muitas vezes
indispensável recorrer a princípios ou critérios não formulados explicitamente, a
critérios implícitos, mas que devem operar como postulados inelutáveis.
Concluindo Alípio Silveira que "o texto de uma norma jurídica - legislativa,
regulamentar, judicial - tem de ser interpretado em função do fim para o qual foi
editada, e sempre em conexão com o sentido e o alcance dos fatos particulares em
questão, referidos à finalidade da mesma" ( Hermenêutica Jurídica, Seus Princípios
Fundamentais no Direito Brasileiro.
Desse sentir não parece discrepar Carlos Maximiliano:
a) LEGAL ou AUTÊNTICA: aquela que se opera através de outra lei, ou seja, quando
se cria uma lei para interpretar outra já existente, é a chamada "Lei Interpretativa".
5. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
7. ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO
Crítica de Betioli: A tese foi superada, pois o legislador não pode prever todas as
eventuais ocorrências da vida em sociedade, o que resulta em lacunas ou omissões
legais.
Por outro lado, a vontade do legislador, hoje, já não é objecto de pesquisa, pois não se
pode saber com certeza qual era a vontade do autor da lei, se a norma é elaborada por
um Congresso.
Por fim, limitar o Direito às leis elaboradas pelo Estado é recusar outras fontes
fundamentais como o costume jurídico.
E o faz verificando diante da lei não só o que o legislador quis (sua vontade real), mas
também o que quereria se vivesse nas circunstâncias actuais (intenção possível do
legislador).
Trata-se, entretanto, de uma interpretação não criadora, pois o trabalho do intérprete é
apenas de actualização, sempre se situando no âmbito da lei, não se admitindo
interpretação criadora à margem da lei. O intérprete não cria o Direito, apenas revela
novos aspectos de uma lei antiga.
Verificando que a lei não corresponde mais aos fatos supervenientes, deve-se
reconhecer que existem lacunas na mesma e procurar supri-las por outros meios. O
intérprete e o aplicador devem recorrer a outras fontes, e não forçar o texto a dizer o
que ele não prevê e nem pode ter previsto.
De acordo com esta escola, quando a lei silencia e não existe costume supletivo, o
juiz, uma vez que não pode deixar de sentenciar, deve entregar-se a um trabalho
científico, ou seja, deve realizar uma "livre pesquisa do Direito", com base na
observação dos fatos sociais, para determinar a norma jurídica apropriada ao caso
concreto.
A teoria de Gény autoriza, pois, o juiz a criar a norma aplicável na falta de disposição
legal ou costumeira, porém ao realizar sua pesquisa, o intérprete deve respeitar o
espírito do sistema positivo em vigor; sua liberdade de pesquisa destina-se a editar
normas compatíveis com o ordenamento jurídico; as leis existentes balizam, portanto,
o seu trabalho.
De acordo com essa corrente, o juiz, além de julgar os fatos, julgava também a lei, em
face dos ideais de justiça; ele possuía o poder de marginalizar leis e criar normas para
casos específicos, com ressalva ao campo do Direito Penal.
Crítica de Betioli: Elogiáveis na corrente do D. Livre foi sua luta pela justiça;
criticável, o meio adoptado para a realização dessa justiça, pois o juiz torna-se como
que o legislador no domínio do caso concreto, caindo-se no pleno arbítrio do
intérprete.
A segurança e a certeza jurídica não exigem, todavia, como ressalta o Prof. Paulo
Nader, o imobilismo do Direito, nem a submissão à literalidade da lei. O que não
comporta é a incerteza jurídica, a improvisação, ou pior ainda, os caprichos do
judiciário.
De facto, não se pode negar o carácter criador da interpretação jurídica, sem que para
tanto se precise adoptar a tese extremada da interpretação "contra legem"; a não ser
quando, como ensina Miguel Reale, o acúmulo dos factos e exigências sociais se
colocar em aberto e permanente contraste com um texto ultrapassado e esquecido,
hipótese em que não se exclui se possa recusar aplicação a uma lei caída em evidente
desuso.
8. COMPREENSÃO ACTUAL DA INTERPRETAÇÃO DO DIREITO
Com efeito, por ocasião do ato de interpretar uma norma, esses métodos se implicam e
se complementam ou se combinam, contribuindo todos para a compreensão do sentido
e do alcance da norma em questão. Às vezes pode ocorrer a preponderância de um
sobre os outros, na medida em que se mostra mais adequado ao entendimento ou
compreensão da norma. (ex: método gramatical ou lógico-sistemático na aplicação de
norma recente)
Não é demais repetir a lição do saudoso Prof. Alípio Silveira, invocando Recaséns
Siches:
Entendemos por interpretação integradora aquela por cujo intermédio procuramos dar
à linguagem sob que se estampa o ordenamento jurídico condições plenas de
responder às inquietudes e necessidades do homem em cada tempo.
A interpretação integradora é, portanto, uma interpretação de estimações, de
valorações. Axiológica. Já é suficientemente sabido que o ordenamento jurídico é
dotado de plenitude lógica.
Interpretação integradora é a que leva em conta os dois aspectos: plenitude lógica e
plenitude axiológica, forcejando na constante descoberta desta para qualificar aquela
com a verdadeira justiça. É interpretação viva e completa. Viva, porque actuante na
planificação. Completa, porque não só ajustamento de peças normativas, mas também
qualificação valorativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parece-nos que o ensino jurídico ministrado nas salas de aula defende uma visão e
postura excessivamente positivista e tecnicista, como defendia Hans Kelsen (Teoria
Pura do Direito), induzindo os futuros operadores do direito a crerem que a ciência
jurídica é, ou deve ser, neutra e que pouca ou nenhuma consideração aos valores
éticos, morais e sociais devem ser levados em conta pelos aplicadores do direito.
Concluímos, pois, que o actual ensino jurídico está permeado por uma visão
ideológica conservadora e positivista que, consciente ou inconscientemente, faz com
que os profissionais do direito assumam uma visão e posturas tecnicistas, olvidando-se
do objectivo maior e mais nobre da aplicação da norma, qual seja, o de distribuir
Justiça, visando o bem comum.
É óbvio que um profissional formado sem uma visão crítica e humana do direito e da
sociedade em que está inserido, tende a repassar tal postura aos demais, inclusive a
seus alunos, fechando assim um pernicioso ciclo vicioso, em que o direito resulta
desconectado com a realidade social, e descompromisso com sua função social.
BIBLIOGRAFIA
BETIOLI, ANTONIO BENTO – Introdução ao Direito", 4ª edição, 1996,
Letras & Letras, p.443
FALCÃO, RAIMUNDO BEZERRA - Hermenêutica, 1997, Malheiros
Editores.