PSICANALISE
PSICANALISE
PSICANALISE
Para começar os estudos sobre Psicanálise, é necessário um retorno no tempo para se ter
conhecimento sobre os fenômenos da época. Fenômenos esses tais como a histeria, que foi o
ponto de partida para a criação de uma teoria da neurose.
A teoria da neurose teve como base as manifestações histéricas que ocorriam principalmente
nas mulheres, causando-lhes sintomas variados tais como: Convulsões, falas delirantes,
alterações de visões, entre outros. Fazendo com que o não entendimento da sociedade e,
também da sociedade médica da época, tratasse-as de forma desumana e, não somente as
mulheres, mas as pessoas que não eram vistas como normais perante a sociedade. E nesse
contexto histórico, Freud e Breuer, começaram uma investigação sobre essa epidemia histérica
com o texto Estudos sobre a histeria.
A discussão vigente na época, era o entendimento da loucura, o que fazia com que vários
teóricos elaborassem suas teorias sobre o assunto. E nesse contexto, Freud e Breuer se armam
de ferramentas para avançarem nos seus estudos e, começam a utilizar da hipnose como
forma de sugerir as pacientes a reviverem o momento traumático e, através das suas
narrativas, podiam localizar o momento responsável pela histeria.
Freud entendeu que nos deparamos com uma resistência que se opõe ao trabalho de análise e
a hipnose ocultava essa resistência. E de conhecimento dessa nova técnica, o uso da hipnose
foi dispensado e inicia a história da psicanálise, pois foi entendido que os pacientes precisavam
valer se da lembrança do fato traumático ,causador dos sintomas ,que se depara com o fator
resistência, pois as resistências impediam que as ideias patogênicas se tornassem conscientes.
Freud então se lança a investigar a natureza dessas ideias e o motivo por que elas geram
resistência.
Dando continuidade aos seus estudos, Freud apresentará uma construção topológica do
aparelho psíquico, constituindo a primeira tópica freudiana, isto é, a concepção do aparelho
psíquico formado por instâncias ou sistemas: inconsciente, pré-consciente/consciente.
Freud falará de três instâncias psíquicas que não anulam as postuladas anteriormente: Super-
eu, Eu e Isso que são os três reinos que compõe o aparelho psíquico, pois Freud percebeu que
não adiantava comunicar ao paciente que ele estava resistindo ao tratamento, o que causou
estranhamento a Freud tal constatação, pois se a resistência vinha do Eu e não do sistema
inconsciente, como o sujeito não poderia saber da sua resistência? Por essa questão clínica é
levado a constatar a radicalidade do que a psicanálise vinha trazer com a noção de
inconsciente: o Eu é, em parte, inconsciente. Descoberta prenhe de consequências teóricas e
clínicas A menção a representantes pulsionais une representação e afeto, ou seja, os trilha
mentos inconscientes que constituem a memória são teias representativas carregadas de
afeto. O que nos relança a ideia de que nem tudo que chega aos órgãos dos sentidos se
inscreve no psiquismo, mas apenas aqueles conteúdos que afetam um sujeito em particular,
por ser alvo do seu investimento.
O Eu se esforça para fazer valer a influência do mundo externo sobre o Isso e seus propósitos e
empenha para colocar o princípio da realidade no lugar do princípio do prazer.
Eu, Super-eu e Isso se acham fundidos, somente podendo distingui-los quando existe um
conflito entre eles. Nesse contexto, o Eu se vê submetido a 3 senhores, o mundo externo, o
Isso e o Super-eu , fazendo grande esforço para obedece-los e manter o equilíbrio das coisas,
mas em situação de perigo, reage produzindo angústia. Por sua origem, a partir das
experiências do sistema perceptivo, ele é destinado a representar as exigências do mundo
externo, mas também quer ser fiel servidor do Isso, recomendar-se como objeto, atraindo
para si sua libido. No esforço de mediação entre o Isso e a realidade, muitas vezes o Eu reveste
os mandamentos inconscientes do Isso com suas racionalizações, disfarçando os conflitos do
Isso com a realidade, fazendo crer, com diplomática dissimulação, que leva em consideração a
realidade .O Super-eu observa cada um dos passos do Eu e, lhe impõe determinadas normas
de conduta, sem considerar o Isso e o mundo externo, punindo-o com tensos sentimentos de
inferioridade e culpa.
Vemos que Eu e Super-eu submergem no Isso, e que esse último lida com o mundo externo
através do Eu. O Eu é como uma organização em contato com o mundo externo, é responsável
pela lógica própria, a consciência e que nos parece ser bastante afeita ao modo como se
constitui a nossa cultura: lógica da identificação, da tentativa ilusória de definir um si mesmo
em detrimento de um outro, que em nada o habita. Lógica dos contrários, em que interno e
externo, particular e social se contrapõem como dois universos distintos, que podem até vir a
dialogar, contudo, não deixando de configurar como oposições.