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Diodite Alda Alexandre Manuel

ESPERANDO GODOT DE SAMEL BECKETT

…LOS ESCRITORES DEBEN MANTENER SU IDEPENDENCIA FRENTE AL PODER,


Y EL DEBERDEL PODER, A SU VEZ ES RESPETAR LA INDEPENDENCIA DE LOS
ESCITORES.

OCTAVIO PAZ (1985:234)

Resumo:

O presente ensaio foi elaborado com a perspectiva de fazer uma análise da obra literária
“Esperando Godot” de Samuel Beckett. É uma peça teatral escrita pelo irlandês Samuel
Beckett (1906-1989) com o título original “NO ATTENDANT GODOT” Editora: COSAC &
IVAIFY, Edições LTDA, Edição: 2005, uma peça teatral escrita em francês e publicada em
1952, esta peça tornou-se sua melhor obra e teve o prêmio Nobel da paz.

Narra a história de dois personagens, Estragon e Vladimir que esperam Godot, os mesmos
não sabem ao certo quem é Godot, não sabem se o esperam no lugar certo, no dia certo, na
hora exacta e nem se vai chegar. A peça conta com a participação de 5 personagens:
Vladimir, Estragon, Pozzo, Lucky e um moço, é uma peça dividida em duas partes.

Reflecte sobre os elementos da narrativa, no que concerne ao tempo.

Palavras-chave: Beckett, texto, tempo.

Introdução

O presente ensaio fala da obra “ESPERANDO GODOT”, de Samuel Beckett, analisa os


elementos constituintes da obra, como o espaço, os personagens e o tempo.

Este ensaio começa com o resumo e em seguida apresenta a introdução, o desenvolvimento, a


conclusão e as referências bibliográficas.

“Esperando Godot” é uma obra-prima do dramaturgo, romancista e poeta Irlandês Samuel


Beckett (1906-1989).
É uma peça teatral representada por 5 personagens: Estragon (Gogo), Vladimir (Didi), Pozzo,
Lucky e um moço.

A peça é apresentada em dois actos.

No primeiro acto, Estragon e Vladimir reencontram-se depois de muito tempo sem se ver e
desenrolam diversos assuntos enquanto esperam Godot, durante essa espera, Estragon
começa a duvidar se estão mesmo no lugar certo, na data certa e na hora exacta e ainda
duvida da chegada de Godot mas Vladimir insiste que tem que esperar por Godot perto de
uma árvore. Com o passar do tempo os dois se desentendem e fazem as pazes, Estragon
sugere que se enforquem.

Vladimir pergunta o que fazer e recebe imediatamente a resposta de Estragon dizendo que
não devem fazer algo porque esperam ao Godot para saber o que tem a dizer.

Momentos depois entram Pozzo e Lucky, Pozzo dirige Lucky mediante uma corda ao redor
do pescoço, Estragon e Vladimir olham para Pozzo e o confundem com Godot mas Pozzo
insiste em dizer que é Pozzo e não Godot, em seguida pergunta quem é Godot e Vladimir
responde que é um conhecido e Estragon acrescenta que quase não o conhecem, Pozzo
pergunta por que esperam por Godot em suas terras e eles respondem que não pensavam em
fazer nada de mau, passando algum tempo Pozzo se despede e vai:

“VLADIMIR: (aproximando-se a passos curtos e duros, joelhos afastados)


Estou quase acreditando. (Fica imóvel) Fugi disso a vida toda. Dizia:
Vladimir, seja razoável, você ainda não tentou de tudo. E retomava a luta.
(Encolhe-se, pensando na luta. Vira-se para Estragon) Veja só! Você, aqui, de
volta.

ESTRAGON: Estou?

VLADIMIR: Que bom que voltou. Pensei que tivesse partido para sempre.

ESTRAGON: Eu também. (BECKETT, 2017, p.15) “

Após a partida de Pozzo, voltam a pensar no que fazer. Passa-se algum tempo e entra em
cena um moço temeroso e diz ter uma mensagem do Senhor Godot que diz que o senhor
Godot não irá aparecer hoje, mas certamente amanhã, fizeram várias perguntas ao moço e em
seguida o moço se retira deixando novamente Gogo e Didi sozinhos.
Samuel Beckett,tornou-se referência para muitos romancistas, pintores e artistas visuais,
pois sua obra, especialmente, tem forte marca visual devido à sua simplicidade
(MCDONALD, 2017). Recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1969 e morreu em 1989.
(ANDRADE, 2017).

No presente ensaio, consideramos “Esperando Godot” a partir da obra de Ichard Schechner


( 2001), que distingue dois tipos de texto de teatro:

O texto performático materialização cênica relacionada a outros componentes da escritura


teatral. A representação lhe dá suporte e coerência, e é apenas como parte dela que pode fazer
sentido. Schechner opõe o texto performático a algo que chama simplesmente de texto, cuja
existência extra-cênica considera perfeitamente legítima, pois precede a representação e
sobrevive a ela enquanto obra literária autônoma. (FERNANDES.2001)

Nessa ótica de ideia, a obra de Beckett, contém elementos textuais que também competem à
narrativa, tais como espaço e tempo.

No segundo acto, no dia seguinte e à mesma hora, no mesmo lugar com a diferença da árvore
que já se encontrava coberta de folhas, Gogo não se lembra de nenhum facto do dia anterior e
nem das circunstâncias, Didi tenta recordá-lo e ele diz se tratar de um sonho.

Tempos depois, entram novamente Pozzo e Lucky, Gogo pergunta se é Godot mas Pozzo
grita por socorro, pede ajuda pois não conseguia se levantar, vendo que ninguém o ajudava,
pediu novamente ajuda oferecendo dinheiro em troca e Gogo diz que o dinheiro é pouco,
Pozzo oferece o dobro.

Pela direita entra novamente o moço, mas não se lembra de ter estado lá ontem e dá
novamente a mensagem do senhor Godot dizendo que o senhor Godot não irá hoje, mas em
certamente amanhã e pergunta o que deve dizer ao senhor Godot, Didi responde dizendo ao
moço para que diga ao senhor Godot que o viu, Didi avança e o moço retrocede e logo depois
o moço escapa rapidamente.

Didi e Gogo decidem ir para voltarem no dia seguinte e continuar esperando por Godot e a
peça termina sem que Godot tenha aparecido.

A não especificação do espaço “num caminho “ a incerteza da chegada de Godot, os nomes


das personagens (quessao em francês, russo, italiano e inglês), a forma beckettiana que
estimula ler, ler e ler mais a obra, Porém, segundo Rónán McDonald (2017, p.141-142) “Se
Esperando Godot tem um significado ou apelo que ainda persiste, não é porque dialoga
diretamente com uma condição humana histórica, mas antes porque é capaz de se apresentar
em diferentes contextos e momentos históricos”.

O teatro, quando encenado, convida o espectador a compartilhar uma experiência em tempo


real. Por ter sido escrito para esse fim, a obra de Beckett, “Esperando Godot” privilegia o
tempo cronológico em uma única direção, cada um dos dois actos corresponde a um dia, sem
saltos. Ao final do primeiro acto, o leitor e o espectador têm a certeza de terem acompanhado
um dia “em tempo real”.

Na parte inicial do segundo acto, a direção de cena indica “Dia seguinte. Mesma hora.
Mesmo lugar.”. O segundo acto trabalha com um jogo de muitas repetições e leves
diferenças em relação ao primeiro. Algo que se põe à prova, no segundo dia, é o tempo.
Vladimir está em uma linha do tempo, a mesma em que se situa o leitor que acompanha a
história, ou o espectador, a encenação. Sob o ponto de Vladimir, o primeiro acto é o dia
anterior, o ontem, e o segundo acto é o hoje: “VLADIMIR As coisas mudaram por aqui, de
ontem para hoje.” (BECKETT, 2017, p. 77).

Então, diz ter encontrado o menino ontem (o leitor participou dessa cena e sabe que até
então, é verdade que se encontraram). No entanto, o menino nega que tenham se encontrado.
É de desencontros como esse que surge o absurdo na peça. Há um divórcio entre a memória e
a percepção de cada personagem.

VLADIMIR (depois de um momento de espanto) Aí a gente decide. (Pausa) Estava dizendo


que as coisas mudaram por aqui, de ontem para hoje.

“ Tudo escoa.

VLADIMIR: Repare bem na árvore.

ESTRAGON: Nunca se desce duas vezes pelo mesmo pus.

VLADIMIR: A árvore, preste atenção na árvore.

Estragon olha para a árvore.

ESTRAGON: Não estava aí ontem?


VLADIMIR: Claro que estava. Esqueceu? Estivemos a ponto de nos
enforcarmos nela. (Pensa) É, é assim mesmo. (Separando as sílabas) En-for-
car-mos-ne-la. Mas você não quis. Não está lembrado?

ESTRAGON: Você sonhou.

VLADIMIR: Será possível que já tenha esquecido?

ESTRAGON: Comigo é assim mesmo. Ou esqueço na hora ou nunca mais.

VLADIMIR: E Pozzo e Lucky? Esqueceu também?

ESTRAGON: Pozzo e Lucky?

VLADIMIR: Ele apagou tudo!

ESTRAGON: Lembro de um doido que me cobriu de pontapés e depois se fez


de tonto.

VLADIMIR: É o Lucky!

ESTRAGON: É, desse eu lembro. Mas quando foi?

VLADIMIR: E do outro, o que estava puxando, você não lembra?

ESTRAGON: Me deu uns ossos.

VLADIMIR É o Pozzo!

ESTRAGON: E você disse que foi ontem, a coisa toda?

VLADIMIR: Sem dúvida.

ESTRAGON: Aqui mesmo?

VLADIMIR: Mas é claro, que ideia! Não está reconhecendo?

ESTRAGON: (repentinamente furioso) Reconhecendo! Reconhecendo o quê?


Passei minha vida de merda rastejando nesta lama e você vem me falar de
nuances! (Olha ao redor) Repare bem nessa imundície! Nunca pus os pés fora
daqui! (BECKETT, 2017, p.78-79)”

Godot representa a ideia simbólica de “sentido da vida” e da esperança. A obra de Samuel


Beckett, Esperando Godot, é uma grande parábola da sociedade moderna que reflete
fielmente o contexto histórico que era vivido pela sociedade naquele período do pós-segunda
guerra mundial, ilustrando uma série de Humilhações que um dos personagens sofre
Seguindo-se de vários mistérios durante a nação da história, Não significa dizer, ser esta a
mais importante, mas tomada aqui como uma obra inaugural, de um estilo que custou ao
autor a etiqueta de Teatro do Absurdo. Esperando Godot não conta uma história. É uma peça
teatral que inaugura um modo de fazer e conceber teatro.

Conclusão

ESPERANDO GODOT, de Samuel Beckett dá a entender que existe uma certa dependência
dos personagens Estragon e Vladimir, os dois devem estar juntos nessa espera incerta por
Godot, como se Godot pudesse trazer alguma solução de um problema maior, eles ficam
sempre na espectativa de que algo vai mudar mesmo tudo indicando o contrário.

Na mudança do primeiro acto para o segundo, tudo parece se repetir, os mesmos personagens
do primeiro acto são os que aparecem no segundo acto e suas acções são semelhantes.
Referências bibliográficas

MCDONALD, Rónán. Esperando Godot e o impacto cultural de Beckett. In: BECKETT,


Samuel. Esperando Godot. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. P. 136-157.

SAMUEL BECKETT E TRADUÇÃO: teatro, prosa, música, corpo e performance, 1 2018,


Florianópolis. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET).

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