03. Lição 03 - Epístolas Paulinas I

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Lição 3

A SANTIFICAÇÃO
DOS JUSTIFICADOS
Rm 6–8.39

Santidade é a condição de vida de uma pessoa separada para Deus e


dedicada ao Seu serviço. Inclui a separação do pecado e a libertação do seu
poder. Em síntese, santificação é o ato ou processo pelo qual uma pessoa se torna
santa. Uma pessoa é assim considerada quando de fato pertence a Deus e O
serve fielmente. A obediência ao Evangelho (Rm 6) é o meio para a santificação.
Do ponto de vista divino, a santificação é posicional e instantânea, isto
é, o homem não é santo pelo que é em si mesmo, mas pelo que é em Cristo.
Nesse nível de santidade, o homem não é mais santo hoje do que foi ontem;
ele é ou não é santo, pois a santificação posicional independe de gradação.
Quando cremos no Senhor Jesus Cristo e O aceitamos como nosso
Salvador, somos por Deus justificados pela fé e declarados justos, santos,
sem condenação alguma (Rm 5.1; 8.33). Assim, estamos em Cristo. Ele
tornou-se nossa justiça e santificação. Quanto à posição em Cristo, uma
pessoa verdadeiramente justificada é também regenerada e santificada.
Na justificação, a justiça de Cristo é creditada em nossa conta espiritual.
Nessa posição, a santidade de Cristo passa a ser a nossa santificação. A
leitura das passagens de Colossenses 2.10, 1 Coríntios 1.30 e Hebreus
10.14 auxilia-nos a compreender este aspecto da vida cristã.
Do ponto de vista humano, a santificação é progressiva e prática.
Consiste em uma maneira santa de viver o dia a dia perante os homens,
conforme demonstram 1 Pedro 1.15 e 2 Pedro 3.11. Diz respeito a um
nível de santidade vinculado à maturidade cristã. Assim como a santifi-
cação posicional, a santificação experimental ou prática deriva de uma
vida de comunhão diária com Deus.

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Esboço da Lição

1. O Significado do Batismo
2. Um Mercado de Escravos
3. A Lei – A Analogia com o Casamento
4. A Lei e a Consciência
5. O Andar no Espírito

Objetivos da lição

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:


1. Citar o significado bíblico do batismo em água;
2. Indicar duas atitudes que o crente deve evitar quando do
exercício da vida de liberdade espiritual alcançada em Jesus
Cristo;
3. Mencionar três funções da Lei em relação ao homem e à sua
salvação;
4. Especificar duas atitudes que o cristão deve ter e que fazem
parte do segredo da vitória espiritual no dia a dia;
5. Discorrer sobre três privilégios que o andar no Espírito
propicia ao crente.

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TEXTO 1 | O SIGNIFICADO DO BATISMO
O SIGNIFICADO DO BATISMO (Rm 6.1-14)
(RM 6.1-14)
A palavra batismo significa, no origi-
nal, mergulho, o que nos leva a entender Em Romanos 5.20, Paulo descreve o princípio
como se realizava o batismo bíblico. Nes- da graça de Deus operando na vida do crente: “...
sa imersão, ou mergulho, três mensagens onde abundou o pecado, superabundou a graça”.
são transmitidas: morte, sepultamento e
Compreendendo que alguns poderiam interpretar
ressurreição. Vejamos, pois, o significado
de cada uma:
este princípio de forma incorreta, no capítulo 6.1,2,
o apóstolo mostra:
Na morte, o cristão identifica-se com
a morte de Cristo, ou seja, morte para o a) de que modo a graça divina se
pecado (Rm 6.4). O pecado é algo tão ter- manifesta;
rível e perigoso, que o nosso rompimen-
to com ele deve ser tal qual a morte para b) que o verdadeiro crente não pode viver
qualquer ser humano – separação total mais no pecado, pois está morto para
desta vida para a outra.
o mundo;
No sepultamento, o cristão identifica-se
com a crucificação de Cristo, demonstran- c) que a morte e a ressurreição de Cristo
do que a sua velha natureza pecaminosa libertam o crente do pecado e conce-
não o domina mais por estar sepultada dem-lhe uma nova vida.
com Cristo pelo poder do Espírito de vida
que, agora, está presente em seu homem
interior (Rm 6.6). O batismo em água
Na ressurreição, o cristão demonstra
Paulo fala da experiência e do significado
que, agora, vive uma nova vida segundo
o Espírito, caracterizada por uma nova
do batismo em água (Rm 6.3) como uma razão
maneira de pensar e de agir cujo objeti- poderosa para não vivermos mais no pecado.
vo principal é fazer a vontade do Senhor Segundo o apóstolo, fomos batizados para a
(Rm 6.4). Essa nova vida é pautada pela união com Cristo, em Sua morte (Rm 6.3). A
fé e pela obediência à Palavra, e é de- nossa posição como estando “em” Cristo, signi-
monstrada também em santidade, dedi-
fica que estamos mortos para o pecado.
cação, adoração e bom testemunho.

O batismo revela ao mundo que ago- O batismo em água é um mandamento


ra, em Cristo, somos novas criaturas, do Senhor para os que aceitam a Cristo (Mt
Morremos para o pecado e procuramos, 28.19,20). A obediência a este mandamento
a cada dia, nos separar de tudo aquilo
como parte da confissão da nossa fé em Cristo
que não agrada ao Senhor (santifica-
ção). Também procuramos viver ou
é-nos de grande valor espiritual. Devemos
andar “em novidade de vida” (Rm 6.4) ensinar com profundidade a todos os crentes
exalando o bom perfume de Cristo por o significado bíblico do batismo. Quando de
onde quer que formos, levando as pes- fato entendemos o seu significado, o batismo
soas a ver que, em Jesus, somos novas forta lece a nossa fé e gera convicção para
criaturas (2 Co 5.17).
vivermos para Cristo.

52 Epístolas Paulinas I
Testemunho de uma nova vida

O batismo em água é um testemunho público que indica


havermos morrido para o pecado e começado a viver uma nova
vida em Cristo. Expressa também a nossa plena identificação
e experiência com Jesus, começando pela nossa morte com Ele
(Rm 6.3).
As palavras “sepultados com ele na morte pelo batismo” mostram
como o batismo em definitivo atesta a nossa posição e atitude relativas
ao pecado (Rm 6.4). O batismo é uma espécie de “Certidão de
Óbito” do crente ante o mundo. É uma prova de que aceitamos a
morte de Cristo pelo pecado como sendo a nossa própria morte.
Assim sendo, como poderemos viver no pecado, nós, que para ele
morremos? (Rm 6.2).

O batismo por imersão

Há diferentes formas de se praticar o batismo nas diversas


igrejas cristãs. Uma derrama água sobre a cabeça do batizando,
outra apenas asperge-lhe a cabeça com água, e outras o imergem
totalmente em água.
A imersão é fundamentalmente bíblica, retratando claramente a
união do crente com Jesus na Sua morte e ressurreição. O batismo em
água é um símbolo exterior da nossa morte, sepultamento e ressurreição
com Cristo. A descida às águas simboliza a nossa morte com Cristo;
a imersão, o sepultamento; e a saída das águas, a ressurreição com o
Senhor, para uma nova vida (Cl 2.12, Rm 6.4).

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

3.01 Conforme Paulo assinala em Romanos 5.20, “... onde abundou


o pecado, superabundou
___a) a condenação”.
___b) o desespero”.
___c) a graça”.
___d) a libertinagem”.

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 53


3.02 Nossa posição de estarmos “em” Cristo significa que estamos
___a) mortos para o pecado.
___b) capazes agora de julgar as demais pessoas.
___c) mortos para a nossa família somente.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

3.03 O batismo em água é uma ordenança do Senhor para as


pessoas que
___a) aceitam Cristo como Salvador.
___b) rejeitam Seus mandamentos.
___c) não têm dificuldades físicas para imergir.
___d) os adeptos do primeiro Adão.

3.04 Quando de fato entendemos o significado bíblico do batismo,


nossa fé é fortalecida e somos conduzidos a uma vida
___a) terrena progressiva.
___b) real com Cristo.
___c) sem problemas ou preocupações.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

3.05 O batismo em água é um testemunho público da nossa morte para


___a) o pecado.
___b) tudo de bom que o mundo nos oferece.
___c) escaparmos da condenação de Deus.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

TEXTO 2 | UM MERCADO
UM MERCADO DE ESCRAVOS (Rm 6.15-23) DE ESCRAVOS (RM 6.15-23)
Antigamente, o comércio de escravos
era muito comum. Os mais abastados sem-
A presente Lição mostra, na prática, a santi-
pre procuravam mão de obra escrava para ficação como resultado da nossa escolha. Paulo
quase todo tipo de tarefas. Os escravos ilustra este ponto expondo o relacionamento entre
eram procedentes de duas situações: ou um servo e o seu senhor (Rm 6.15-23).
eram levados de outros países, que teriam
sido vencidos em alguma guerra, ou eram Paulo apresenta o pecado e a obediência a
Deus como dois tipos de patrão (Rm 6.16). Uma

54 Epístolas Paulinas I
pessoa torna-se escrava ou serva de um destes
o fruto de uma dívida que não fora paga
patrões por meio da irrestrita obediência a um
conforme o combinado. Havia o “mercado
deles. O pecado se paga com a morte, enquanto de escravos”, onde estes eram colocados
a obediência a Deus conduz à justiça. A morte é nas praças dos grandes centros para se-
o salário do pecado, enquanto a vida eterna é o rem avaliados pelos possíveis compradores
dom de Deus por Jesus Cristo. Por isso, o cristão que, ao pagar o devido preço, levavam-nos
deve dizer “não” ao pecado; caso contrário, a para os seus novos destinos de trabalho.
obediência ao pecado o fará servo dele. Agora, analisemos esta situação do pon-
to de vista espiritual e bíblico. São Paulo
Antes escravos, agora livres afirma que o homem sem Deus é escravo,
ou servo, do pecado (Rm 6.17). Ora, quais
Éramos escravos do pecado, mas, pela nossa as características de um escravo? Ele tem
união com Cristo, morremos para a vida velha. O um dono, não possui vontade própria, e é
vendido para pertencer a outro dono. En-
nosso antigo patrão – o pecado, já não pode exigir
tão, quando o homem se converte e acei-
nada de nós. Notemos no versículo 17 que o tipo ta a Cristo como Salvador e Senhor de sua
de obediência que produz justiça é a obediência à vida, tudo isso muda. Agora, esse escravo
fé e à doutrina segundo o Evangelho. do pecado é liberto para pertencer a outro
dono: Cristo. Ele tem toda a liberdade de
O crente deve continuar morto para o continuar obedecendo, ou não, a este novo
pecado e entregue completamente à sua nova vida, dono, pois Deus nunca interfere no livre-ar-
como servo de Deus. O cristão prossegue de uma bítrio do ser humano. Essa vontade, porém,
posição justa para uma vida justa (Rm 6.17). Este é atraída pela graça divina, que faz com
é o princípio que Paulo apresenta em defesa do que o escravo sirva a Deus de forma total-
mente voluntária. O preço desse “escravo”
Evangelho, tanto na Epístola aos Romanos como
foi altíssimo: custou a vida do Senhor Jesus
na Epístola aos Gálatas. Se queremos uma vida Cristo na cruz do Calvário.
reta e justa, devemos começar por uma posição
Assim, o homem torna-se servo de Deus.
justa com Deus. O que ele fazia para o seu antigo senhor (a
carne e o diabo) é deixado para trás, pois
Duas tentações a evitar o seu novo Senhor libertou-o do poder do
pecado, tornando-o livre para servir a Deus
Entre os cristãos, existem duas clássicas tenta-e adorá-lo em espírito e em verdade! Ago-
ções quanto ao assunto em discussão. A primeira ra, esse “escravo” não usa mais os membros
delas é dizer: “Eu tenho salvação por fé, portanto, do seu corpo para satisfazer às concupis-
não importa o meu modo de viver”, o que não é cências da carne, pois se tornou servo da
bíblico. Como cristão, somos donos da nossa vida, justiça (Rm 6.18).

mas não escravos do pecado! Nossa redenção,


operada por Cristo, não nos torna automaticamente obedientes a Deus,
como se fôssemos robôs atendendo comandos. Deus não nos força a
servi-lO. Servir a Deus é por querer, por escolha nossa.
A segunda tentação é a de pensar que estamos conservando a nossa
salvação através de boas obras. Achamos em Cristo a nossa verdadeira

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 55


liberdade, mas devemos render-nos ao nosso novo Senhor em obediência
voluntária (Rm 6.17).

Uma ilustração para nós


Um médico cristão da cidade de Londres, na Inglaterra, ilustrou
a lei da liberdade cristã (Tg 1.25), através de uma experiência interes-
sante. Ele recebera de presente um bonito cão de raça e costumava, no
princípio, levá-lo para passear todas as tardes, preso a uma corrente. Ele
continuou fazendo isto por várias semanas até que o cão se acostumou
com ele, deixando de depender da corrente para acompanhar o seu dono.
Logo que se achou na rua, sem a “lei” da corrente para segurá-lo, o cão
correu para longe. Parecia que fugira para sempre, porém isso não aconteceu.
Logo depois ele voltou e, muito satisfeito, acompanhou o seu dono, submisso à
sua direção. Uma lei mais forte que a corrente o prendia agora: era a lei do amor.
Dizia então o referido cristão que havia em Londres três tipos de
cães: os errantes, sem dono, que tinham liberdade sem lei; os cães presos
por correntes, que tinham lei sem liberdade; e os cães soltos, que seguiam
seus donos, que podiam fugir, mas escolhiam não fazê-lo. Eles eram
presos pelo amor, pela lei da liberdade.

A lei da liberdade
A lei da liberdade é mais santa e mais poderosa do que qualquer
outro código de regulamentos. O cristão que espera encontrar no Novo
Testamento um novo código de leis e regulamentos não tem compreen-
dido a lei da liberdade cristã, que ensina o discípulo fiel e sincero a
consultar não um código de regras, mas a vontade do Salvador amado.
(S.E. McNair, A BÍBLIA EXPLICADA.)
O ímpio tem liberdade sem lei, enquanto o judeu tinha lei sem
liberdade. Já o cristão nascido de novo tem a lei da liberdade. O domínio
de Cristo sobre nós coloca-nos sob uma lei pessoal muito elevada, pois
trata-se de união espiritual com Ele. É a liberdade com lei – a lei de
Cristo (1Co 9.21; Rm 7.22 e Gl 6.2).
A salvação é uma transferência de senhorio. Tanto debaixo da Lei,
como debaixo da Graça, o homem é um servo (Rm 6.14,15). A diferença
está na orientação da vida: para o pecado ou para Deus. A salvação
significa uma mudança de gerência, a partir de quando tornamo-nos
servos da justiça (Rm 6.18).

56 Epístolas Paulinas I
EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___3.06 A obediência a Deus conduz à justiça, porém a morte é o


salário do pecado.
___3.07 A vida eterna é o dom de Deus por Jesus Cristo.
___3.08 Nossa união com Cristo não nos isenta da escravidão do pecado.
___3.09 Achamos em Cristo a nossa verdadeira liberdade, mas
devemos nos render ao nosso novo Senhor em obediência
voluntária.
___3.10 O domínio de Cristo sobre nós coloca-nos sob uma lei
pessoal muito elevada, pois se trata de uma união espiri-
tual com Ele.

TEXTO 3 | A LEI – A ANALOGIA DO CASAMENTO (RM 7.1-6)


Paulo prova que a justificação é pela fé, sem as obras da Lei (Rm
3.21-26); e, de igual modo, a nossa santificação, seja instantânea ou
progressiva, advém pela nossa união com Cristo, Seu senhorio sobre nós
e a nossa voluntária submissão a Ele (Rm 6).
Já no capítulo 7 da Epístola aos Romanos, vemos que o crente está
morto para a Lei. Ocorre que a Lei exigia a morte do transgressor, e
Cristo sofreu a morte em nosso lugar. Desta forma, unido a Cristo, o
crente morre tanto para o pecado como para a Lei, que termina na morte.
A Lei já não tem poder sobre uma pessoa morta.

A analogia

Em Romanos 7.1-6, Paulo apresenta a questão do relacionamento do


crente com a Lei de Moisés, tomando por base a ilustração do casamento,
no qual marido e mulher prometem fidelidade um ao outro até que a
morte os separe. Segundo Paulo, e a nossa lei civil corrobora, a morte
rompe o elo do matrimônio, concedendo ao cônjuge vivo o direito de
contrair novas núpcias.
Ora, como salvos, morremos com Cristo quando Ele morreu por
nós. Deste modo, estamos mortos para a Lei, que antes nos condenava

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 57


(Rm 7.6). Estamos livres para nos unirmos a outro – a Jesus Cristo. O
primeiro casamento com a Lei fora infrutífero quanto à justiça. Já o
segundo, com Cristo, com o qual morremos e ressuscitamos, faz-nos
novas criaturas e nos induz a produzirmos frutos de justiça – ações que
agradam a Deus.
Portanto, liberto da velha natureza e da obrigação, o crente
agora está livre para se “casar” com “outro” (Rm 7.4), a saber, com
o Cristo ressurreto.

Motivações diferentes
O texto da Epístola aos Romanos 7.6 estabelece o contraste entre
a velha motivação externa de servir a Deus e a nova motivação interior.
A primeira provinha da letra da Lei; já a segunda provém do Espírito de
Deus, trazendo nova vida através do Seu poder.
Se a Lei não pode nos justificar, nem dar-nos poder para vivermos
de maneira santa, qual sua função em relação ao homem? Existem
algumas funções, sim, dentre as quais destacam-se as seguintes:
a) revelar Deus e Sua vontade;
b) trazer o pecado à luz e revelar a necessidade de um Salvador
(Gl 3.24; Rm 3.24);
c) prover uma norma de justiça; apenas prover e não operar, tal
qual o termômetro, que registra a febre, mas não tem poder
para curá-la.

EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

3.11 Paulo prova, em Romanos 7, que a justificação é


___a) fruto da obediência à Lei.
___b) concedida ao que tem fé.
___c) assegurada ao que pratica boas obras.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

3.12 A santificação, seja instantânea ou progressiva, advém


___a) da filiação do crente a uma igreja.
___b) do trabalho realizado por uma causa.

58 Epístolas Paulinas I
___c) da união do crente com Cristo.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

3.13 A união com Cristo


___a) leva-nos à morte e ressurreição, com Ele.
___b) torna-nos novas criaturas.
___c) conduz-nos a produzir frutos de justiça.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

3.14 A nova motivação de servir a Deus, que é a motivação interior,


traz-nos nova vida através do Seu poder. Ela nos advém
___a) do Espírito de Deus.
___b) do receio de sermos condenados.
___c) da imposição da igreja à qual servimos.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

3.15 A Lei não pode nos santificar ou nos ajudar a viver de maneira
santa, mas é capaz de
___a) revelar Deus e Sua vontade.
___b) trazer o pecado à luz e revelar a necessidade de um Salvador.
___c) prover uma norma de justiça, ainda que não possa operá-la.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

TEXTO 4 | A LEI E A CONSCIÊNCIA


A LEI E A CONSCIÊNCIA (Rm 7.7-25)
(RM 7.7-25)
No capítulo 7 de Romanos, vemos o
Neste trecho do capítulo 7 da Epístola aos apóstolo dos gentios falar sobre o nosso
Romanos, Paulo descreve o seu conflito interior relacionamento com a lei divina. E ob-
com a própria carne. Vemos aqui não somente o servamos que esse relacionamento é um
dilema de Paulo, como o nosso também. Ocorre tanto conturbado devido ao pecado. A lei
divina é perfeita (Rm 7.12). Mas a grande
que o cristão vive entre dois mundos ao mesmo
dificuldade está no próprio ser huma-
tempo: o temporal e o espiritual. no, que tem a natureza corrompida pelo
pecado. Essa velha natureza não se sub-
Observemos que, já no início deste capítulo
mete à vontade de Deus, pois tem a sua
(v. 7), Paulo muda o pronome “nós” para “eu”, própria vontade egoísta governando-lhe
ao descrever a batalha pessoal contra a natureza todas as aptidões.
pecaminosa. Este capítulo é um alerta a todos os

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 59


homens. É evidente que Deus não espera que
Ocorre, assim, uma guerra no homem
vivamos uma vida cristã normal como resultado
convertido. Através da obra de Cristo, esse
homem agora é regenerado (Tt 3.5), ou
dos nossos próprios esforços; mas Ele espera
seja, é uma nova criação ou um novo ho- que deixemos Cristo viver em nós, pelo Seu
mem (é daí que temos o termo novo nas- Espírito, e, em nós, produzir vida abundante
cimento). Ele recebeu uma nova natureza e vitoriosa.
que o inclina para as coisas de Deus. Porém,
a velha natureza continua existindo junto
com a nova – e a guerra está travada! En-
Luta e vitória
quanto uma quer servir a Deus, a outra vive
Em Romanos 7.14, temos a demonstração fiel
procurando retornar às velhas práticas pe-
caminosas, pois não está sujeita à lei divina
e pessoal do “eu” do novo homem lutando para
(Rm 8.7). O que o cristão precisa fazer para viver a vida cristã. É um quadro vivo da luta
vencer essa guerra? Vejamos: que se trava entre as duas naturezas coexistentes
Primeiro, precisa entender que a lei, no crente. Podemos tirar vantagens espiri-
em si mesma, não é má (Rm 7.12). Deve tuais a partir da leitura dos versículos 7.15-25,
aceitar que ainda tem, dentro de si, uma inserindo o “velho homem” e o “novo homem”
velha natureza pecaminosa (Rm 7.17). nos lugares onde aparecem o pronome “eu”.
Não pode pensar que conseguirá ven-
Assim: “Porque o que (o velho homem) faço,
cer a velha natureza com as próprias
forças, pois se tentar, se frustrará. Como (o novo homem) não o aprovo, pois, o que (o
alguém já disse, “carne não vence car- novo homem) quero, isso ( o velho homem) não
ne!”. Por fim, outra grande verdade que faço, mas o que (o novo homem) aborreço, isso
o cristão precisa ter em mente é que ele (velho homem) faço.”.
não está mais debaixo da lei, mas sob a
graça. A lei já foi cumprida em Cristo Je- No versícu lo 19, Pau lo most ra a su a
sus. Cabe agora, a cada servo de Deus, incapacidade de obedecer à voz da consciência.
depositar sua confiança inteiramente
Saber o que está certo não é suficiente. Diz o
no que Cristo já fez por todos nós cum-
prindo toda a lei. E, ao invés de ficarmos apóstolo Paulo: “Porque não faço o bem que
lutando com as próprias forças (o que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.”.
não nos isenta de nos esforçarmos para Será que já experimentamos alguma vez uma
agradar a Deus), devemos procurar fazer batalha dessa natureza, a ponto de, como Paulo,
o que Paulo fala em Gálatas 5.16: “Digo,
dizer: “... Quem me livrará do corpo desta
porém: Andai em Espírito, e não cumpri-
reis a concupiscência da carne”. O andar morte?” (v. 24). Neste grito de desespero, Paulo
no Espírito consiste em, simplesmente, reconhece que o livramento prometido provém
deixar-se guiar pelo Espírito, qual a água de fora – da parte de Deus.
se deixa levar pela correnteza do rio até
chegar ao mar. Encher-se do Espírito é
O segredo da vitória
encher-se de força e de graça para fazer
a vontade de Deus, vencer a carne e ser O segredo da vitória espiritual consiste
mais que vencedor por intermédio de
em deixarmos de olhar para nós mesmos e em
Cristo Jesus, que nos garante a vitória
(Rm 7. 25). concentrarmo-nos no Senhor Jesus Cristo,
reconhecendo que:

60 Epístolas Paulinas I
a) os mandamentos de Deus são santos, justos e bons (Rm
7.12);
b) a Lei não pode mudar a nossa vida (Rm 7.14);
c) a nossa força de vontade e os nossos esforços não nos
concedem vitória contra o pecado (Rm 7.21-25);
d) devemos pedir ajuda e libertação divinas, confessando o
nosso pecado e a necessidade de um Salvador (Rm 7.24);
e) devemos louvar a Deus pela vitória em Cristo e reconhecer
que não devemos confiar em nós mesmos.

A única saída

Deus já proveu vitória através do pacto feito na cruz do Calvário.


Portanto, não conquistamos a vitória esforçando-nos para matar o velho
homem, como fazem algumas pessoas sinceras, nem tampouco pedindo
que a velha natureza seja desarraigada, como também muitos pedem.
Devemos nos lembrar que a nova natureza não pode viver
pecando (1Jo 3.9). O que necessitamos, Deus nos dá em resposta
à nossa fé e clamor: “Desventurado homem que sou! Quem me
livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). Rapidamente a resposta
da parte do Espírito se apresenta: “Graças a Deus por Jesus Cristo,
nosso Senhor...” (Rm 7.25).

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”.

Coluna “A”
___3.16 Mundos em que vive o cristão, assim como Paulo, razão de
seu conflito interior.
___3.17 Deus espera que Cristo viva em nós, pelo Seu Espírito, e, em
nós produza vida com estas características.
___3.18 O segredo da vitória consiste em nos concentrarmos em
Cristo, reconhecendo, entre outros aspectos, que os manda-
mentos de Deus têm esta natureza.

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 61


Coluna “B”
A. Santa, justa e boa.
B. Temporal e espiritual.
C. Abundante e vitoriosa.

TEXTO 5 | O ANDAR NO ESPÍRITO (RM 8.1-39)


No início do capítulo 3 da Epístola aos Romanos, ao desdobrar o seu
evangelho, Paulo mostra de que modo Deus, justo e amoroso, resolveu o
problema do pecado e providenciou para o pecador a salvação, decorrente da
fé na obra redentora de Cristo.
Romanos 6 e 7 tratam do crente separado do pecado e dedicado a
Deus, identificado com Cristo na Sua morte e ressurreição. Ao estudá-los,
vimos a impossibilidade da vitória pela nossa própria força. Porém, em
Romanos 8, descobrimos o poder para desenvolvermos a nova vida que
Cristo nos concede e o segredo de uma vida vitoriosa sobre o pecado.
Trata-se da vida no Espírito ou do andar no Espírito.
Na primeira parte do esboço da Epístola aos Romanos
(proposto na Lição 1, Texto 1), vemos Deus, o Pai, e Seu justo
julgamento de toda a humanidade. Já na segunda parte, vemos o
Filho levar a nossa culpa e a sentença de morte; ressuscitar e conce-
der-nos uma nova vida.
Agora, na terceira parte, vemos o Espírito Santo operando o que
o Pai e o Filho planejaram e providenciaram para nós. Não devemos
pensar que os membros da Trindade divina estavam ou estão traba-
lhando de maneira independente entre Si. Pelo contrário, todos os
elementos da Trindade cooperam para a obra da redenção (Rm 1.18;
3.21; 5.21 e 8.2).

A vitória sobre o pecado (Rm 8.1-4)

Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).


Este é o resultado da nova vida em Cristo, isto é, a culpa é coisa do
passado, o castigo já foi cancelado, a lei do pecado e da morte foi anulada
e nós estamos livres! O Espírito Santo veio para operar em nós, e esta é
a vitória que Cristo providenciou para os que O amam.

62 Epístolas Paulinas I
A vitória sobre a morte (Rm 8.5-11)

Quem trava esta batalha em sua própria força está condenado


ao fracasso. Esta passagem é um aviso a todos os que pensam poder
levar uma vida espiritual independente do poder do Espírito Santo,
que veio para guiar o crente no caminho da santidade. O problema
consiste em o cristão querer ou não seguir a orientação do Espírito
Santo. Já vimos, em Romanos 6.15-23, que uma pessoa ou é escrava
do pecado ou é serva de Deus.

A vida vivificada (Rm 8.12,13)

A palavra vivificar significa tornar a viver. Os nossos corpos são


mortais, portanto, sujeitos à morte, mas o Espírito de vida que vive em
nós proporciona a cura para o nosso corpo, a libertação dos apetites
desordenados e a ressurreição depois da nossa morte.

Orientação e segurança (Rm 8.14-17)

A vida cristã não consiste apenas da experiência ocorrida em o novo


nascimento, mas em uma experiência diária e contínua (Rm 8.1,4,14). As
expressões “andar no Espírito” e “guiado pelo Espírito” referem-se a uma
experiência habitual, contínua. Embora seja verdade que cada cristão
tem o Espírito Santo vivendo em si (Rm 8.9), nem todos permitem que
o Espírito os guiem, inibindo o Seu agir.
Não recebemos o espírito de escravidão, mas o “espírito de adoção”
como filhos. Apesar disto, alguns tentam levar uma vida justa apenas
por temer o castigo de Deus; vivem em constante receio de ofender a
Deus, não por amá-lo, mas por medo de ser castigado. Lembremo-nos
de que “não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez,
atemorizados” (Rm 8.15). O Espírito Santo opera uma mudança de tal
forma profunda na natureza da pessoa, que é chamada de “nascer de
novo” (Jo 3.3-8; 2Co 5.17).
Em Romanos 8.15, Paulo está enfatizando o nosso relacionamento
com Deus, e não a mudança em nossa natureza. Nos céus, ocorreu uma
transação legal, quando Deus aceitou-nos como Seus filhos. O Espírito
de adoção coloca-nos em um relacionamento familiar tão íntimo com
Deus que podemos aproximar-nos Dele com confiança e chamá-Lo de
PAI, “Aba, Pai”. Por isso, já não somos escravos, mas filhos e herdeiros
Seus (Rm 8.15).

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 63


A redenção do corpo (Rm 8.18-25)

Deus criou a terra para ser o lar da humanidade, mas o pecado de


Adão afetou não somente a ele próprio, mas toda a criação (Rm 8.19-22).
Todos sofrem o resultado dessa rebelião. Toda a criação está aguardando
a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19) e a redenção do nosso
corpo (Rm 8.23b).

A perfeição da nossa salvação (Rm 8.26-39)

A chamada de Deus é parte importante da nossa salvação (Jo


6.44). Ele nos conhece desde antes de nascermos, e sempre soube quais
responderiam à Sua oferta de salvação e quais a rejeitariam. Entretanto,
a escolha de aceitá-la ou rejeitá-la é nossa. Contudo, planejou o que fazer
para os que se tornassem Seus filhos. Deus predestinou-nos para que
fôssemos conforme a imagem do Seu Filho (Rm 8.29).
É esta a predestinação que a Bíblia ensina. É Deus que chama,
justifica e glorifica os salvos. Observemos cinco termos teológicos (Rm
8.29,30):
a) presciência;
b) predestinação;
c) chamada;
d) justificação;
e) glorificação.
Coloque estes termos sob o passado, presente e futuro e indique o
que se realizou ou realizará em cada tempo. Haverá coisa mais impor-
tante para nossa fé do que saber que “Deus é por nós”?

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___3.19 Em Romanos 8, descobrimos o poder para desenvolver a nossa vida


em Cristo e vitoriosa sobre o pecado; trata-se da vida no Espírito.
___3.20 Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, pois
este é o resultado da nova vida em Cristo.
___3.21 O crente inteligente ativo é capaz de levar uma vida espiritual
independente do Espírito Santo.

64 Epístolas Paulinas I
___3.22 Vida vivificada é aquela que é conduzida pelo Espírito,
porquanto Ele cura e liberta de todo o mal e tem garantida
a nossa ressurreição depois da morte.
___3.23 Àqueles que se tornassem Seus filhos Deus planejou fazê-los
conforme a imagem de Seu Filho Jesus Cristo.

REVISÃO DA LIÇÃO
Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”.

Coluna “A”
___3.24 Forma de batismo fundamentalmente bíblica.
___3.25 Em unindo-nos a Cristo Jesus, tornamo-nos mortos para ela
e deixamos de ser escravos do pecado.
___3.26 Paulo prova, em Romanos 3, que a nossa justificação é pela
fé e que nossa santificação dela provém.
___3.27 Deus prova-nos a vitória sobre o pecado através do pacto nela
realizado.
___3.28 Caracteriza o espírito que recebemos em lugar do espírito de
escravidão, ao nascermos para a nova vida.

Coluna “B”
A. Cruz do Calvário.
B. Vida velha.
C. União com Cristo.
D. A “adoção de filhos”.
E. Imersão.

Lição 3 - A Santificação dos Justificados 65

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