PI_PLANOS DE CARREIRA PARA O QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO
PI_PLANOS DE CARREIRA PARA O QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO
PI_PLANOS DE CARREIRA PARA O QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR DO EXÉRCITO E COLÉGIO
MILITAR DE SALVADOR
Salvador
2018
1º Ten AL GLAUCIMEIRE DE CARVALHO PEREIRA
1º Ten AL IGOR FERRÃO ALBUQUERQUE
1º Ten AL KALMERON TORRES RAFAEL DA SILVA
1º Ten AL MARCOS FRANCISCO DA SILVA
1º Ten AL WELLINGTON DAMASCENO CAVALCANTE
1º Ten AL WILIAM ROGER REIS
Orientadores:
Cap QCO Hamilton Ayres Freire de Andrade.
1º Ten QCO Alex Nogueira de Carvalho.
Salvador
2018
PLANOS DE CARREIRA PARA O QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS DO
EXÉRCITO BRASILEIRO: PROPOSTA DE NOVO ITINERÁRIO DE
CAPACITAÇÃO E ATUAÇÃO PARA AS GRANDES ÁREAS DO QCO
Aprovado em:
Primeiramente а Deus, por permitir que tudo isso acontecesse ао longo dе nossas vidas,
nos conduzindo a este ano de formação, repleto de aprendizado, amadurecimento e crescimento
técnico-profissional.
Registramos, também, nosso reconhecimento e carinho pelas pessoas e instituições
abaixo, que em um momento ou outro, foram nossa fonte de motivação, inspiração e
conhecimento.
Agradecemos ao orientador Cap QCO Hamilton Ayres Freire de Andrade e ao
coorientador 1º Ten QCO Alex Nogueira de Carvalho, pelo empenho dedicado à elaboração
deste trabalho.
Pelos valiosos conselhos e orientações prestados aos formandos, agradecemos à equipe
da Seção de Pós-Graduação da EsFCEx.
Agradecemos aos integrantes do Quadro Complementar de Oficiais do Exército, que
com honestidade, sabedoria e tempestividade responderam o questionário enviado pelos alunos,
ferramenta fundamental para a realização deste trabalho acadêmico.
Agradecemos à Escola de Formação Complementar do Exército pelo acolhimento,
comprometimento e profissionalismo prestados aos alunos.
Aos nossos familiares, base sólida nesta trajetória, agradecemos por acreditarem neste
sonho que ora se realiza.
Por fim, a equipe de instrução da EsFCEx e todos que direta ou indiretamente fizeram
parte da nossa formação, muito obrigado.
RESUMO
Diante dos atuais desafios tecnológicos, gerenciais e orçamentários que ora se apresentam,
somados ao cenário de crescente racionalização de recursos, o Exército Brasileiro demonstra
sua capacidade de reformulação estratégica e sinaliza a intenção de caminhar sob a perspectiva
de modernização. O intuito deste trabalho é apresentar uma proposta de um novo itinerário de
capacitação e atuação para as grandes áreas do QCO em consonância com as diretrizes de
transformação da Força. Para tal, foi realizado o estudo de um plano de carreira mais otimizado
para os militares do QCO, cuja finalidade é contribuir progressivamente com as mudanças que
estão acontecendo para atingir os níveis mais elevados de qualidade e produtividade da missão
institucional do EB. O caminho trilhado na pesquisa procurou compreender as áreas de atuação
dos militares técnicos dentro da instituição Exército, as demandas da Força e dos próprios
profissionais. Para alcançar este objetivo, o trabalho foi dividido em quatro etapas: revisão
teórica, análise dos sistemas do Exército, levantamento de dados e questionário e análise de
legislação. Ao final, chegou-se a proposta de um plano de carreira em Y, permitindo ao Oficial,
em determinado ponto da carreira, optar por uma vertente técnica ou de gestão administrativa,
conforme capacitação adquirida.
In view of the recent technological, managerial and budgetary challenges that stand out,
together with the scenario of increasing resource rationalization, the Brazilian Army is able to
reformulate its strategy and signal an intention from a modernization perspective. The purpose
of this paper is to present a proposal for a new training and participation itinerary for the major
areas of the QCO in line with the Strength of Force guidelines. For this purpose, a more
optimized career plan for the QCO, with the objective of progressively contributing to the
changes that are being made to reach the highest levels of quality and productivity of the
institutional mission of EB. The military trilise in the survey pursued understand the areas of
standing in the military services within the Army services, the demands of the Force and the
professional themselves. The research was reviewed in four stages: theoretical review, analysis
of army systems, legislation collection and data analysis. In the end, the proposal for a career
plan in Y, which allows the Officer, at a certain point in his career, to choose a technical or
management aspect, according to the training acquired.
Tabela 1- Distribuição relativa à realização de cursos não obrigatórios dentro do EB .......... 118
Tabela 2- Distribuição qualificação do QCO ......................................................................... 120
Tabela 3- Respostas ao item 7 ................................................................................................ 123
Tabela 4- Distribuição das respostas ao item 8 do questionário............................................. 125
Tabela 5- Ocorrências das demandas por categoria ............................................................... 128
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO
O mundo passa por transformações contínuas. Os recursos, de maneira geral, estão cada
vez mais escassos, fato que desafia os modelos contemporâneos de gestão. Carvalho (2004), à
luz da teoria gerencial, contextualiza que “as organizações não atuam no vácuo, mas sim em
um contexto sociopolítico, econômico e cultural, que se apresenta cada vez mais complexo e
que contingencia sua capacidade de formulação estratégica”.
Desta forma, diante da problemática citada sobre a escassez de recursos, infere-se que a
orientação para a racionalização, tida como estratégia gerencial, torna-se parte fundamental da
gestão institucional.
No âmbito nacional, quanto aos desafios da gerência, as instituições públicas brasileiras
estão sofrendo com as limitações orçamentárias; e com o Exército Brasileiro (EB) não é
diferente, como pode ser observado na Portaria sobre transformação da Força: “As limitações
orçamentárias para o aumento de efetivos das Forças Armadas deverão ser mantidas nos anos
vindouros, sendo definidoras do tamanho do Exército que se dispõe para cumprir a missão”
(BRASIL, p.40, 2013a).
Para se ajustar à realidade de escassez de recursos e de mudanças necessárias para o
acompanhamento da Era Tecnológica, o EB está se adequando ao novo contexto, por meio de
transformações, tais como as prescritas no Manual do Processo de Transformação, na
Concepção de Transformação do Exército e na Diretriz de Racionalização Administrativa do
Exército Brasileiro (BRASIL, 2010a).
Tendo como pano de fundo a transformação motivada pela racionalização dos recursos,
o Exército se guia por outras diretrizes de cunho estratégico, sendo a Estratégia Nacional de
Defesa (END) uma das mais importantes. Tendo-a como base, o Exército Brasileiro definiu seu
portfólio estratégico com programas e projetos focados na Dimensão Humana, na Geração de
Força e na Defesa da Sociedade, os quais se tornaram os eixos norteadores da Força.
Em relação ao subportfólio Dimensão Humana, existe o programa Força de Nossa
Força, que tem por objetivo: atrair, reter, comprometer, motivar e apoiar seu recurso humano.
O programa procura alcançar a valorização da força de trabalho, a transformação e a
sustentabilidade do sistema de saúde, a melhoria da qualidade de vida da família militar e a
modernização da gestão de pessoal.
Para atingir esses objetivos, o programa atua em diversas áreas. Dentre elas, podemos
elencar a gestão de pessoas por competências, a carreira do profissional de defesa, o
reconhecimento e a valorização profissional. Esse entendimento corrobora para o estudo de
19
otimização do emprego dos militares na engrenagem de transformação que ora acontece. E para
isso, um melhor delineamento dos planos de carreira é de importância estratégica para auxiliar
nessa evolução.
O próprio Exército Brasileiro, em sua concepção de transformação, disserta sobre a
reformulação do plano de carreira:
Neste tocante, Queiroz (2010) esclarece que “aliado a remuneração, o plano de carreira
pode ser uma importante ferramenta para atrair e reter os talentos na empresa, visto que, um
plano de carreira oferece oportunidades de crescimento profissional.”
De maneira semelhante, Pontes (2002, apud QUEIROZ, 2010) mostra que o
planejamento de carreiras possui algumas vantagens. Dentre elas pode-se destacar:
- Contribuir, mediante o crescimento dos colaboradores, para que a organização
atinja níveis mais elevados de qualidade e produtividade no trabalho que realiza;
- Encorajar os colaboradores, na exploração de suas capacidades potenciais;
- Estabelecer trajetórias de carreira, assegurando que os colaboradores tenham
perspectivas de desenvolvimento e ascensão profissional.
Portanto, a existência de um plano de carreira dentro da Força contribui para atrair e
manter os recursos humanos com maior grau de qualificação. Nesse sentindo, o estudo de um
plano de carreira mais otimizado para o Oficial do Quadro Complementar de Oficias (QCO)
configura-se como uma das bases para as mudanças que estão ocorrendo dentro do EB, pois,
atuando de forma mais eficiente, estes poderão agregar maior valor ao processo de
transformação, favorecendo a melhoria do padrão de excelência da Força.
Portanto, para analisar a forma mais eficiente do emprego do QCO ao longo de sua
carreira, o caminho traçado foi, primeiramente, compreender os Sistemas do Exército e analisar
o emprego e distribuição do QCO dentro desses Sistemas. Em um segundo momento, estudou-
se como as outras Forças nacionais e estrangeiras utilizam seus quadros técnicos, verificando
possíveis aplicações no QCO.
Para entender a demanda dos militares do quadro, foi realizada uma pesquisa de
levantamento, por meio de questionário.Todos os dados foram analisados e, por fim, proposto
um novo itinerário de capacitação e atuação para as grandes áreas do QCO.
20
1.1 Problema
O Oficial do QCO está sendo empregado de forma eficiente ao longo de sua carreira?
1.2 Hipótese
1.3 Objetivos
Analisar a forma mais eficiente de emprego do Oficial QCO ao longo de sua carreira.
A ausência de clareza quanto à atribuição, cargos e funções desses oficiais pode ser
reflexo da legislação referente ao quadro, haja vista que, atualmente, existe um vácuo legislativo
referente ao planejamento do preparo e emprego dos oficiais QCO.
Quando se compara as diretrizes de plano de carreira das outras Forças Armadas,
novamente fica evidente a falta de uma definição mais exata dos Oficiais QCO dentro do EB.
Como exemplo, temos a Marinha do Brasil, que estabeleceu uma legislação que abarca de modo
amplo seu Plano de Carreira de Oficiais com o propósito básico de orientar as ações de preparo
e emprego dos oficiais, visando ao atendimento das necessidades do serviço naval.
De posse de um novo itinerário de capacitação e atuação, o oficial QCO terá maior
clareza das atividades que poderá desempenhar e quais qualificações serão necessárias para tal.
Além disso, a possibilidade de desempenhar outras funções, além daquelas já desenvolvidas,
poderá aumentar as localidades de trabalho, fazendo com que esses militares contribuam com
a Força em unidades que antes não eram atendidas.
Desta maneira, o uso desse recurso será otimizado, proporcionando motivação aos
militares, pois à medida que a carreira prossegue ele poderia ocupar cargos e funções
compatíveis com seu posto, e por outro lado, a Força empregaria melhor seus elementos,
colocando militares especializados em funções que demandam conhecimentos específicos, grau
de responsabilidade e experiência maiores.
Para o militar, a clareza na carreira poderá aumentar a motivação na busca pelo
aprimoramento técnico e no autoaperfeiçoamento, valores do Exército que estão arraigados no
Estatuto dos Militares (BRASIL, 1980). Para a Força, o emprego adequado dos militares é
essencial nas demandas relativas ao processo de transformação e no cumprimento de sua missão
constitucional.
23
2 REVISÃO TEÓRICA
Observa-se, tendo como divisor a década de 1980, que o mundo caminhou de uma
administração pública comparada clássica ou tradicional para uma nova administração
pública. Esta última foi estimulada pela necessidade de encontrar respostas para
problemas como: eficiência, eficácia, efetividade, legitimidade democrática, impactos
das tecnologias da informação na administração, entre outros, e por avanços em uma
série de disciplinas ligadas à teoria organizacional, ciências políticas e economia. A
partir dessas novas ideias procurou-se abandonar a generalização e aproveitar o
1
O Estado de Bem-Estar Social (do inglês, WelfareState) “é uma perspectiva de Estado para o campo social e
econômico, na qual a distribuição de renda para a população, bem como a prestação de serviços públicos básicos
é visto como uma forma de combate às desigualdades sociais (...) Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o
agente que promove e organiza a vida social e econômica proporcionando aos indivíduos, bens e serviços
essenciais durante a vida”. Disponível em: <http// www.todamateria.com.br>. Acesso em: 19 maio 18.
24
Ainda, a partir da criação da lei acima, foi expedido o Regulamento para o Quadro
Complementar de Oficiais (R-41), que trata da finalidade do quadro:
modernização da administração pública brasileira. Como descrito por Rodrigues (2006) sobre
a criação do QCO:
A história atribui a percepção da necessidade de melhor uso dos recursos por parte do
Estado, a partir do governo de Margareth Thatcher. Segundo Kanaane (2012), em 1979, a
“dama de ferro” inglesa fez uma grande reforma no governo, desenvolvendo nele características
gerenciais voltadas para resultados, buscando a eficiência do aparato público britânico.
No Brasil, a guinada para uma administração pública gerencial, ocorreu com a
publicação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (Brasil, 1995). Neste foram
definidos os objetivos e estabelecidas as diretrizes para a reforma da administração pública
brasileira, visando ao fortalecimento do Estado como agente regulador e compromissado com
a agenda de cunho social.
A pretensão do Plano Diretor era organizar a máquina estatal brasileira adotando como
modelo a administração gerencial perante os desafios da então crise que o Estado enfrentava
agrura que atingia diferentes níveis de sua atuação. Como corrobora o Plano Diretor da Reforma
do Aparelho do Estado, “a reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada
predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e
pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações”.
Ainda, segundo o que consta no Plano, a administração pública gerencial “emerge como
resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao
desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial”. Conclui-se que a
eficiência da administração pública se torna essencial, sendo, desta forma, necessária a redução
dos custos e aumento da qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário.
Desde a última década, o Exército Brasileiro passa por transformações em sua estrutura,
buscando alcançar patamares elevados no contexto da Defesa, sobretudo na América Latina.
Por outro lado, convive com toda sorte de racionalização, seja a administrativa, que visa à
melhor eficiência do uso dos recursos, seja a orçamentária, que compromete a execução dos
projetos da Força.
Neste contexto, por meio do Portaria nº 295 – EME, de 17 de dezembro de 2014, foi
aprovada a Diretriz de Racionalização Administrativa do Exército Brasileiro (EB20D-01.016),
28
a qual teve por finalidade estabelecer as orientações necessárias para a elaboração, implantação
e acompanhamento da execução do Plano de Racionalização Administrativa do Exército
Brasileiro (BRASIL, 2014a).
A Diretriz supracitada define racionalização administrativa como:
Em suma, percebe-se que não só houve redução orçamentária, mas também baixa
destinação para investimento, fato que compromete a realização dos projetos estratégicos de
Defesa.
Outro ponto de racionalização imposto à Força é referente ao seu efetivo. Nas
determinações expressas na Diretriz do Comandante do Exército 2017-2018, o EB deverá
reduzir seu efetivo em no mínimo 10%. Para exemplificar em números a extensão do problema,
o EB possuía 222.732 militares em 2017, com a previsão de racionalização do pessoal, perderia
22.273 militares. Isso posto, cresce em importância o melhor emprego do pessoal, sobretudo o
dos quadros mais especializados, como o QCO.
É nesse cenário descrito que o Exército Brasileiro se encontra para pôr em frente sua
marcha de transformação. São diversos projetos estratégicos de vital importância para a garantia
da soberania nacional, para os quais devem ser empregados os melhores recursos que a Força
possui.
Por força da END, em 2009, foi apresentada a Estratégia Braço Forte, que em sua
estrutura principal constou de 823 projetos organizados em quatro grandes programas, a serem
desdobrados em curto, médio e longo prazo (2014 – 2022– 2030).
Com a missão de atuar como órgão de coordenação executiva do EME, para fins de
governança do Portfólio Estratégico do Exército, foi criado o Escritório de Projetos do Exército
(EPEx), que realizou a transição de Projetos para Programas Estratégicos do Exército (Prg EE),
consolidando assim a implantação do Portfólio Estratégico do Exército (BRASIL, 2018e). Cada
um dos seus Prg EE contribui para atingir um ou mais objetivos estratégicos, gerando as
capacidades necessárias para que o EB cumpra as suas missões, de acordo com o previsto na
Constituição Federal e nas demais diretrizes constantes da normativa infraconstitucional, em
particular na Estratégia Nacional de Defesa (Figura 5).
Para atingir esses objetivos o programa atua em diversas áreas; dentre elas podemos
elencar a gestão de pessoas por competências, a carreira do profissional de defesa, o
reconhecimento e a valorização profissional, a saúde assistencial e a saúde operacional.
O Programa Sistema de Educação e Cultura visa a fortalecer a Dimensão Humana por
intermédio de um novo e efetivo Sistema de Educação e Cultura. O EB percebeu que seu
sistema de educação estava defasado em relação à modernidade necessária, como pode ser
observado no diagnóstico do programa:
2
Saberes oriundos de sua formação (graduação, especialização, aperfeiçoamento, mestrado, doutorado etc).
36
Guimarães (1999 apud COELHO; FUERTH, 2009) apresenta o modelo de gestão que
mostra um fluxo de informações que representa graficamente como esse processo de
desenvolvimento de novas competências funcionaria ao ser implementado em uma
organização, conforme esquema apresentado na Figura7.
O modelo de gestão por competência de uma organização permitirá que todas as áreas
da empresa desenvolvam habilidades, atitudes e conhecimentos que possibilitem
atingir as competências organizacionais determinadas. Assim, organizações e pessoas
estarão lado a lado, propiciando um processo contínuo de desenvolvimento de
competências, onde a empresa transfere seu patrimônio para os indivíduos,
enriquecendo-os e preparando-os para enfrentarem novos desafios profissionais e
individuais. E as pessoas, por sua vez, desenvolverão suas capacidades individuais,
transferindo-as para a organização (SOARES; ANDRADE, 2012, p. 484).
37
Nesse propósito, Le Boterf (1994 apud FLEURY, 2004) propõe o seguinte quadro sobre
o processo de desenvolvimento de competências (Quadro 3):
Como apresentado, nas duas últimas décadas, as mudanças sociais e tecnológicas têm
levado as organizações públicas e privadas a enfrentarem um novo paradigma na gestão de
pessoas, tendo como finalidade principal atingir os seus objetivos e alcançar os resultados
plenos para o atendimento dos anseios da sociedade em geral.
O sucesso das organizações públicas, em especial do Exército Brasileiro, depende
irrevogavelmente de investimento na capacitação permanente e na valorização de seu pessoal,
aplicando-os nas atividades adequadas e fornecendo a eles oportunidades de crescimento e
desenvolvimento profissional. Nesse contexto, o estudo e a implantação de um plano de carreira
transparente e dinâmico para seus quadros efetivos se tornam inadiáveis.
Para tanto, é importante conceituar carreira, que no entender de London e Stumph (1982
apud DUTRA, 1996) é:
Quanto à temática, Queiroz (2010 apud PRIMAK, 2014) esclarece que “somado à
“remuneração, o plano de carreiras pode ser uma importante ferramenta para atrair e reter os
talentos na empresa, visto que, um plano de carreiras oferece oportunidades de crescimento
profissional.”
Uma das finalidades do plano de carreira deve ser motivar o colaborador a buscar novos
conhecimentos dentro de sua área profissional. Almeida (2010), afirma que o plano de carreira
ajuda a pessoa a ter controle sobre sua própria vida e, para a empresa, diminui riscos e
rotatividade, mantendo os funcionários motivados, assim como aumenta a produtividade, a
qualidade dos serviços prestados e os ganhos financeiros.
39
Quanto à motivação, para Robbins (2002 apud LIMA, 2015), o termo está relacionado
a um processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa
com o intuito de alcançar uma determinada meta. Para tanto, a motivação tem uma dimensão
de persistência. Assim, considera-se que os indivíduos motivados se mantêm na realização da
tarefa até que os objetivos sejam atingidos.
Casado (2002) explica que os fatores motivadores - aqueles que fazem com que os
indivíduos se sintam especialmente bem e que são os de satisfação - são: crescimento,
progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização. Por outro
lado, os fatores higiênicos – aqueles que fazem com que os indivíduos não se sintam
insatisfeitos, mas não necessariamente satisfeitos – são: segurança, status, relacionamento com
superiores, pares e subordinados, salários e administração da empresa.
No que tange à realização de um plano de carreira, a Teoria dos Dois Fatores de
Frederick Herzberg (BERGIANTE, 2013) é bem conceituada no meio acadêmico e empresarial.
A referida teoria divide a necessidade humana em duas: a de natureza intrínseca (fatores de
motivação) e de natureza extrínseca (fatores de higiene) (ver Figura 9).
Da referida teoria, pode-se constatar que a criação de um plano de carreira que preveja
a oportunidade de desenvolvimento profissional para seu colaborador, permitindo que ele
empregue seus conhecimentos adquiridos ao longo do tempo nos projetos e atividades da
40
organização, criando sinergia entre ambos, além de ser fator motivador é também elemento
estratégico para qualquer instituição que pretenda se manter na vanguarda dos tempos atuais.
Ao analisar o modelo presente na Figura 10, percebe-se que os cargos são distribuídos
entre os níveis de complexidade de execução e planejamento organizacional, sendo o nível
tático o momento oferecido ao colaborador para escolher, mediante competências
desenvolvidas até o período, em qual vertente da carreira seguir. A partir desse estágio, por
meio de um novo mapeamento de competências, o colaborador aprofundará suas habilidades e
competências no ramo de carreira escolhido, a fim de se capacitar para assumir as funções do
nível tático e, posteriormente, estratégico.
É importante destacar que a carreira em Y surgiu para permitir que bons colaboradores
técnicos não migrassem para a vertente de gestão por motivos salariais e de reconhecimento
profissional. Porém, ela não visa a proibir essa transferência, pelo contrário, tem o objetivo de
possibilitar que a empresa mantenha o funcionário com as competências e aptidões adequadas
empregadas nas vertentes com as quais se identifica. Por isso, infere-se que o colaborador com
bons conhecimentos técnicos e, de igual modo, possuidor de competências gerenciais continue
optando pela carreira gerencial.
O cerne do sucesso dessa modalidade de carreira é o alinhamento estratégico, por meio
da gestão por competências, com a possibilidade de escolha de rota pelo colaborador. Isso
influencia na motivação, retenção e obtenção de colaboradores comprometidos com a
instituição.
Pensando nisso, o Exército Brasileiro, por meio da Portaria nº 232-EME, de 5 de junho
de 2017, que aprovou a Diretriz para o Aproveitamento de Qualificações Funcionais
43
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO
Esta etapa forneceu base para encontrar uma forma eficiente da alocação dos militares
do QCO, visto que ao entender as características de cada sistema foram definidas as
qualificações e o tipo de formação dos militares que deviam atuar dentro deles.
A quarta etapa, de caráter descritivo, teve por base revisão documental, analisando a
legislação relativa ao oficial QCO e as outras carreiras dentro do EB e de outras Forças Armadas
nacionais e estrangeiras. Foi analisada a legislação referente à carreira de Oficial da Força Área,
da Marinha do Brasil, dos Exércitos da Espanha e EUA. Nessa etapa procurou-se sempre fazer
um paralelo entre essas carreiras e a do QCO, buscando possíveis aplicações dentro do Quadro.
Para isso, dentro de cada carreira foram analisados os seguintes itens:
1- A forma de ingresso e a qualificação dos militares que compunham os quadros;
2- Os postos percorridos pelo oficial ao longo da carreira;
3- Os cursos e as funções ocupadas no decorrer da carreira;
4- A clareza na legislação quanto ao emprego e funções exercidas em cada etapa da
vida profissional.
Com base nos dados obtidos, foi possível verificar se os militares estão distribuídos
dentro do EB conforme suas especialidades. Essa distribuição foi analisada baseando-se na
classificação de cada organização e de acordo com os sistemas; para cada registro da tabela
buscou-se enquadrar a OM dentro do sistema ou fora dele. Para exemplificar, podem-se
considerar os registros apresentados no Quadro 4. Nesse caso, como se trata de um Oficial de
Informática, as OM da tabela foram analisadas como integrantes ou não dessa estrutura. O
resultado está apresentado no Quadro 5.
Esse processo foi utilizado para avaliar a distribuição dos militares dentro dos diversos
sistemas apresentados e foi executado para todas as áreas dos Sistemas analisados na revisão
teórica.
Além disso, para entender a demanda de possíveis melhorias no plano de carreira dos
Oficiais do QCO, foi elaborado um questionário online, baseado no sistema Google Forms
(Apêndice A). Através dele foi possível obter dados referentes à qualificação, emprego e
proposta de melhorias por parte desses oficiais.
A população analisada era composta dos 1560 oficiais QCO pertencentes à base de
dados do DGP. Foi enviado e-mail para todos esses militares, solicitando que participassem de
forma voluntária da pesquisa. Através do link <https://goo.gl/forms/WPyMJxTtmfPY9jQ73>
os militares podiam preencher as respostas;no entanto, para que o preenchimento fosse
habilitado, cada militar deveria aceitar o “Termo de consentimento livre e esclarecido”
(Apêndice B).
47
Das 600 respostas obtidas 567 foram válidas, pois 33 delas ou estavam duplicadas ou
foram respondidas por militares que estavam de licença do serviço, portanto não podiam
responder os itens em relação a atividades desempenhadas atualmente.
Segundo Barbetta (2003) é possível obter o erro amostral, devido ao tamanho da amostra
analisada, usando a seguinte fórmula:
𝑁𝑛0
𝑛= (1)
𝑁+𝑛
1
𝑛0 = (2)
𝐸02
1560
𝐸0 = √567(1560+567) (4)
𝐸0 = 3,6 % (5)
Portanto o erro amostral obtido devido às respostas é menor que 4%. Segundo Freitas
(2000), o erro permitido para amostras envolvendo questionários normalmente não pode ser
superior a 5%.
A análise das respostas às questões consideradas “abertas”, ou seja, aquelas em que o
entrevistado pode emitir sua opinião, baseou-se no método proposto por Bardin (1977). Esse
método pode ser dividido em algumas etapas, a saber:
1- Leitura inicial das respostas: primeiro contato com as respostas para ter uma ideia
geral das frequências que elas ocorrem;
2- Criação de categorias: definição de categorias para que as respostas sejam
enquadradas, baseado em alguma unidade significativa do texto (palavra-chave,
frase, etc);
3- Categorização das respostas: categorizadores diferentes eleitos no grupo fazem a
categorização de todas as respostas de forma independente, baseando-se no princípio
48
1 2 2 4
1 a11 a12 a13 a1n
2 a21 a22 a23 a2n
Fonte: Autores
𝑎𝑖𝑖
∑𝑛
1 𝑎𝑛𝑛
𝑘𝑎𝑝𝑝𝑎 = 𝑎𝑛𝑖 𝑎𝑖𝑛 : (6)
∑𝑛
1 𝑎 2
𝑛𝑛
O planejamento, que visa a definir objetivos a serem atingidos e o que fazer para
alcançá-los, é desdobrado em seus níveis estratégico, tático e operacional, segundo Chiavenato
(2014), a saber:
• Planejamento estratégico: é o planejamento mais amplo e abrange toda a organização.
Projetado para o longo prazo, tendo seus efeitos e consequências estendidos a vários
anos pela frente. Este tipo de planejamento envolve a empresa em sua totalidade,
abrange todos os recursos e áreas de atividade e preocupa-se em atingir os objetivos em
52
Nível global: organização que abrange a empresa como uma totalidade. É o chamado
desenho organizacional.
Nível departamental: abrange cada departamento da empresa. É o chamado desenho
departamental ou simplesmente departamentalização.
Nível das tarefas e operações: focaliza cada tarefa, atividade ou operação
especificamente. É o chamado desenho dos cargos ou tarefas. É feita por meio da
descrição e análise dos cargos (CHIAVENATO, 2014, p. 181).
Ainda, de acordo com Chiavenato (2014), o controle tem por finalidades definir
os padrões de desempenho; monitorar e comparar o desempenho e tomar as ações corretivas
para assegurar os objetivos desejados. Da mesma forma como ocorre com o planejamento, a
abrangência do controle também pode ser feita nos níveis global, departamental e operacional,
respectivamente, dentro dos planos estratégico, tático e operacional.
Concernente às teorias administrativas, as organizações são estruturadas a fim de que
seus objetivos sejam atingidos e seu equilíbrio interno seja mantido. Nesse propósito, em
decorrência da Teoria Neoclássica da Administração, as organizações foram divididas em três
tipos, a saber: organização linear, organização funcional e organização linha-staff
(CHIAVENATO, 2014).
A organização linear apresenta as seguintes características: autoridade linear, baseada
no nível hierárquico; linhas formais de comunicação, na qual a comunicação entre órgãos e
cargos é feita pelas linhas existentes no organograma; centralização das decisões; e aspecto
piramidal, em decorrência da centralização da autoridade no topo da organização.
Organizações funcionais têm como características o princípio da especialização das
funções; a autoridade dividida, ou seja, o subordinado reporta-se a vários superiores
simultaneamente; as linhas diretas de comunicação; e a descentralização das decisões.
O terceiro tipo de organização, linha-staff, é o resultado da combinação dos outros dois
já apresentados, proporcionando uma estrutura organizacional mais completa, formando uma
organização do tipo hierárquico-consultivo. Para Chiavenato (2003), esse tipo de organização
possui como principal característica a autoridade de assessoria, planejamento e controle,
consultoria e recomendação (autoridade funcional).
A Figura 12 ilustra as diferenças entre essas três estruturas organizacionais.
54
O extrato da teoria que fora apresentada visa a dar base para classificar as Organizações
Militares em níveis de atuação estratégico, tático e operacional. Visa também estratificar os
cargos e funções ocupados por oficiais, de acordo com seus postos hierárquicos, nos quais se
aplicam o processo administrativo, em função de seus níveis de complexidade (estratégico,
tático e operacional). Dessa forma será possível verificar possíveis empregos para os militares
do QCO ao longo da evolução em suas carreiras.
e administrativos nas estruturas dos Sistemas do EB e dentro das Organizações Militares. Dessa
forma, pode-se dividir a estrutura organizacional em níveis, dentro dos diversos Sistemas
existentes na Força (que serão vistos em detalhes nos próximos tópicos). Um exemplo desta
divisão está apresentado na Figura 13.
Figura 13- Exemplo da estrutura das organizações de um Sistema do Exército, relacionado à atividade-meio
Fonte: Autores
Fonte: Autores
empregado de acordo com sua especialidade.Esta análise dará base para propor a distribuição
mais eficiente dentro do sistema.
De acordo com a Portaria nº 352, de 20 de maio de 2013, as políticas de uso dos recursos
de TI no Exército são elaboradas no CONTIEx, conselho deliberativo ligado ao EME:
Além disso, a norma define o Órgão Gerente do Sistema como sendo o Departamento
de Ciência e Tecnologia (DCT).
Já os demais subsistemas estão elencados a seguir:
SI 1 - Gabinete do Comandante do Exército;
SI 2 - Centro de Inteligência do Exército;
SI 3 - Demais Órgãos de Assessoramento e suas OMDS;
SI 4 - Estado-Maior do Exército;
SI 5 - Departamento-Geral do Pessoal e suas Diretorias;
SI 6 - Departamento de Engenharia e Construção e suas Diretorias;
SI 7 - Departamento de Ensino e Pesquisa e suas Diretorias;
SI 8 - Comando de Operações Terrestres;
SI 9 - Departamento de Ciência e Tecnologia e suas OMDS;
SI 10 - Secretaria de Economia e Finanças, suas Diretorias e CPEx;
SI 11 - Departamento Logístico e suas Diretorias;
SI 12 - Comando Militar da Amazônia;
SI 13 - Comando Militar do Leste;
SI 14 - Comando Militar do Nordeste;
SI 15 - Comando Militar do Oeste;
SI 16 - Comando Militar do Planalto;
SI 17 - Comando Militar do Sudeste;
SI 18 - Comando Militar do Sul; (Brasil, 2006b).
A IR 13-07 define que os Subsistemas (SI) de 1 a 11 tem autonomia para operar seus
recursos de Informática; os demais ficam atrelados à operação realizada pelo DCT.
Através da análise da norma, constata-se que os Órgãos de Direção Setorial do Exército
têm autonomia para gerenciar e operar seus recursos de Informática. Já o DCT e suas OM
subordinadas exercem papel central no Sistema, pois, além de serem o órgão gerente, operam
no âmbito dos Comandos Militares de Área e são o órgão responsável pelo gerenciamento dos
sistemas corporativos do Exército. O Quadro 8 apresenta um resumo das OM pertencentes ao
SINFEx:
59
Fonte: autores
O mesmo recurso pode ser utilizado para analisar os níveis de uma organização militar
pertencente a esse sistema. Como exemplo, foi analisado o organograma de um Centro de
Telemática de Área, organização pertencente ao nível operacional do SINFEx(Figura 17).
60
Fonte: Adaptado de 7º CTA <www.7cta.eb.mil.br>. Acesso em: 25 jun. 18. (BRASIL, 2018)
Como podem ser observadas na Figura 17, as seções estão no nível operacional, pois
são elas que executam a atividade-fim ou atividades de suporte da unidade. No nível tático,
encontram-se as divisões que têm por objetivo gerenciar as seções subordinadas, cumprindo as
metas do nível estratégico; e no topo está a chefia, direção ou comando da OM, no nível
estratégico do processo decisório. Portanto, o Oficial de Informática tem, dentro do Exército,
diversos locais onde pode atuar, desde seções de informática de qualquer OM (fora do Sistema
de Informática) até os escalões mais altos do SINFEx.
Entretanto, o ideal seria que esses militares estivessem atuando, em sua maioria, dentro
do SINFEx, nos seus diversos níveis administrativos. Dessa forma, o Exército usaria esses
militares especializados em organizações que impactam de maneira mais abrangente o uso de
TI na Força.
Para atender a sua finalidade, segundo o artigo 6° da referida lei, o Sistema de Ensino
do Exército mantém as seguintes modalidades de cursos: formação, graduação, especialização,
extensão, aperfeiçoamento, altos estudos e preparação, modalidades compreendidas em três
graus:
• Fundamental,
• Médio e técnico,
• Universitário ou superior.
Conforme o art. 7º da legislação predita, “os graus de ensino preparatório e assistencial,
mantido pelo Exército, por meio dos Colégios Militares e da Escola Preparatória de Cadetes do
Exército, obedecem à legislação federal pertinente, ressalvadas suas peculiaridades”.
As linhas de ensino do EB são descritas no Decreto nº 3.182, de 23 de setembro de 1999,
(BRASIL, 1999), a saber:
• Bélico, destinada à qualificação continuada de pessoal necessário à direção, ao preparo
e ao emprego da Força Terrestre;
• Científico-Tecnológico, destinada à qualificação continuada de pessoal necessário à
direção e à execução das atividades científico-tecnológicas;
• De Saúde, destinada à qualificação continuada de pessoal necessário à direção e à
execução das atividades de saúde;
• Complementar, destinada à qualificação continuada de pessoal necessário ao
desempenho de atividades não enquadradas nas linhas anteriores de definidas em
legislação específica.
Aplicando os conceitos vistos na Seção 4.1, com base nas atribuições apresentadas no
Quadro 9, a estrutura organizacional do sistema pode ser classifica em níveis administrativos.
O resultado está apresentado na Figura 19.
Fonte: Autores
Quadro 10 - Organização dos Estabelecimentos de Ensino de acordo com Público Alvo e Nível de Ensino
3
Veterinária e a Enfermagem terão sua formação na Escola de Saúde do Exército a partir de 2019. Outras áreas:
fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e nutrição.
66
Além das atividades de cunho assistencial, outra área de atuação do QCO de saúde está
dentro das operações militares. Como pode ser observado na Portaria nº 021-EME, de 2 de
fevereiro de 2018, que traz as condições de funcionamento do Curso de Saúde Operacional:
Que tem por objetivo habilitar oficiais médicos e enfermeiros para realizar, no nível
tático, atendimento pré-hospitalar, resgate e suporte (básico e avançado) de vida; o
levantamento de dados e atividades de inteligência médica; o planejamento de apoio
em saúde e, ainda, regular os procedimentos de urgência e emergência realizados por
outros profissionais,devidamente qualificados, em operações militares, de acordo com
a legislação em vigor (BRASIL, 2018b).
Todas essas áreas de atuação evidenciam que os militares de saúde do Exército podem
atuar em diversas organizações militares em funções gerenciais, assistenciais e operações
militares.
Além das áreas apresentadas, existem outras especialidades que atuam de forma
integrada com o Sistema de Saúde. O QCO de Veterinária, por exemplo, atua na saúde dos
animais, controle de zoonoses e segurança alimentar, dentre outras funções. O Quadro 11
apresenta um resumo desse emprego.
69
Centro de Instrução de Guerra na Selva Apoiando o curso de Guerra na Selva e atuando na área de animais
(CIGS) silvestres.
Coudelaria de Rincão Unidade que realiza a reprodução e distribuição de equinos para todas
as unidades com efetivo previsto de tal espécie.
Além das áreas de atuação já descritas, o Sistema de Saúde conta ainda com
profissionais especialistas em nutrição, terapia ocupacional, fisioterapia , psicologia e
fonoaudiologia, que atuam na área assistencial e em Estabelecimentos de Ensino da Força.
Para manter o funcionamento do Sistema de Saúde, existe o Fundo de Saúde do Exército
(FUSEx), tendo sua definição descrita na IG 30-32, art3º §IV:
Fonte: Autores
Dentro desse contexto, o Oficial QCO de Saúde pode ocupar diversos cargos dentro do
Sistema de Saúde e dentro das OM de Saúde. Esse emprego deve prezar pelas competências
desenvolvidas pelo militar, como capacitação (cursos realizados ao longo da carreira), e por sua
71
4
O perfil profissiográfico do CFO/QC de Economia não apresenta definição da área de atuação do concludente.
72
Além disso, dentro do Exército, existe o Sistema de Controle Físico (SisCoFis), que faz
parte do Sistema de Material do Exército, regidos pela Portaria nº 017-EME, de 8 de março de
2007 (BRASIL, 2007), que aprova as normas para o funcionamento do Sistema de Material do
Exército (SIMATEx). Através desses sistemas são executadas tarefas de controle relativas à
contabilidade patrimonial da Força. Portanto, são necessários militares especializados em OM
que gerem esses sistemas, sendo elas o COLOG, seus órgãos subordinados e as Regiões
Militares.A mesma sistemática de categorização para os órgãos, baseado nos conceitos
apresentados na seção 4.1, foi aplicada a esse sistema. O resultado está apresentado na Figura
25.
73
Fonte: Autores
Fonte: Autores
As assessorias que atuam junto aos Comandos Militares de Área podem ser
categorizadas como “apoio de nível tático”, pois têm a atribuição de atuar no acompanhamento
dos processos judiciais no 2º grau de jurisdição do poder judiciário, além de manter as ligações
entre as Asse Ap As Jurd atuantes nos órgãos subordinados e prestar informações às Asse Ap
As Jurd dos órgãos superiores sobre os processos que prosseguem para as instâncias superiores.
As Asse Ap As Jurd das Regiões Militares, Divisões de Exército, das Organizações
Militares valor Grande Unidade, dos Estabelecimentos de Ensino são, por fim, escalonadas no
nível de “apoio de nível operacional”, na medida em que sua atuação incide no 1º grau de
jurisdição e, além de outras funções, é o escalão responsável por prestar o assessoramento
jurídico imediato no cumprimento das operações militares.
76
A análise desse perfil mostra que o QCO de Administração pode atuar em praticamente
qualquer organização militar e dentro de qualquer Sistema do Exército, por isso, a depender de
sua antiguidade, ele pode ser empregado em qualquer um dos níveis: estratégico, tático e
operacional.
Desta forma, o estudo de Sistemas onde ocorre o emprego desse oficial mostra-se
inviável. No entanto, é possível elencar algumas funções que esses especialistas podem ocupar
dentro da Força: Assessor de Gestão, Fiscal Administrativo, Conformidade e Gestão,
Ordenador de Despesas e outras funções pertinentes a área de gestão e otimização de processos.
77
A sistemática de análise dos sistemas do EB utilizada neste trabalho pode ser aplicada
nas áreas de Biblioteconomia e Comunicação Social, pois o Exército possui a Rede de
Bibliotecas e o Sistema de Comunicação Social, os quais podem ser estruturados da mesma
maneira que os sistemas aqui apresentados.Para a área de Assistência Social existem diversas
legislações, que analisadas de forma sistemática apresentam diversos lugares para atuação de
militares possuidores dessa especialidade, em especial dentro da Diretoria de Civis, Inativos,
Pensionistas e Assistência Social (DCIPAS), das seções do serviço de assistência social nas
regiões militares, em hospitais e estabelecimentos de ensino.
78
O Oficial Médico formado na Escola de Saúde do Exército (EsSEx) inicia sua carreira
no posto de Primeiro-Tenente. Após no mínimo dois anos contados a partir conclusão do Curso
de Formação e até o último ano no posto de Capitão esses oficiais poderão realizar a matrícula
em cursos de especialização, em áreas de interesse da Força, na modalidade residência. Esses
cursos poderão ocorrer em Organizações Militares de Saúde ou em instituições civis
credenciadas (BRASIL, 2017a).
Logo em seguida, atingindo o posto de Capitão, os oficiais médicos realizarão o Curso
de Aperfeiçoamento de Oficiais Médicos (CAO-Med) na Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais (ESAO). Esses oficiais são habilitados então para o exercício de cargos e o desempenho
de funções dos postos de Capitão Aperfeiçoado e de Oficial Superior do seu Quadro, não
privativas do Quadro de Estado-Maior da Ativa, nas OM do Exército (BRASIL, 2017a).
O Oficial Médico militar, no último ano no posto de Capitão ou no posto de Major,
poderá realizar também, mediante concurso interno, para Oficiais Médicos (CCEM/Med) na
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), que tem por objetivos habilitar e
capacitar oficiais médicos para desempenhar cargos e funções de Estado-Maior, pertinentes ao
Serviço de Saúde, em grandes unidades e comandos da Força e também em outros órgãos de
nível equivalente, bem como para exercer cargos e funções de chefia e direção privativas de
Oficial-General do Serviço de Saúde (BRASIL, 2016a).
Existe também o Curso de Gestão e Assessoramento de Estado-Maior (CGAEM),
realizado na Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx). O CGAEM tem por
objetivos:
79
Por fim, uma porcentagem das turmas do Quadro de Médicos poderá realizar o Curso
de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx). O curso tem por alvo os
oficiais no posto de Coronel que concluíram com êxito o CCEM-Med, ou ainda, aqueles que
não realizaram o referido curso, mas que possuam curso de pós-graduação tanto em instituições
militares de saúde ou em instituições civis, desde que as áreas de conhecimento sejam
abrangidas pelo interesse da Força (BRASIL, 2004).
O CPEAEx tem por objetivo:
O resumo dos cursos existentes ao longo da carreira dos médicos está apresentado no
quadro 17.
Quadro 18- Resumo da Carreira dos Oficiais do Quadro de Engenheiros Militares do Exército Brasileiro
QUADRO DE ENGENHEIROS MILITARES
POSTO CURSO HABILITAÇÃO LEGISLAÇÃO
2º TEN 4º ANO DA IME 2º TEN - RESERVA R-182 – Portaria nº 290,
de 05 de maio de 2005
1º TEN Conclusão do 1º TEN - CARREIRA R-182 – Portaria nº290,
CF/CFOEM de 05 de maio de 2005
CAP PÓS- CAM na ESAO (EAD) para o exercício de cargos Decreto nº 96.304, de
GRADUAÇÃO: e o desempenho de funções dos postos de Capitão 12 de julho de 1988;
Aperfeiçoamento aperfeiçoado e de oficial superior do seu Quadro, Portaria n º 185-EME,
(CAM – ESAO) não privativas do Quadro de Estado-Maior da de 28 de setembro de
Mestrado: no IME Ativa, nas 2006
Doutorado: no IME Organizações Militares (OM) do Exército. Portaria 085-DECEx,
de 31 de março de 2017
MAJ CAEM – CDEM na Habilitação para: Portaria nº 1.200, de 20
ECEME I - o exercício de assessoramento em órgãos da de setembro de 2016
(também capitães administração do Exército;
no 7º ano no posto) II- à condução ou assessoramento de atividades
pertinentes à mobilização industrial; e
III - o exercício dos cargos e funções previstas no
quadro de oficiais-generais engenheiros militares.
TC CGAEM - (no O curso tem por objetivos atualizar e ampliar a Portaria Nº 017-
mínimo, quatro capacitação profissional dos oficiais superiores do DECEx, de 10 de março
anos no posto de Exército Brasileiro para o exercício de funções de de 2010.
major, e no assessoramento de estado-maior e chefia de
máximo, um ano no organizações militares, especificadas pelo EME, Portaria 517 – EME, de
posto de Tenente- criando melhores condições de aproveitamento de 14 de dezembro de
Coronel) para os suas potencialidades e possibilitar ao oficial de 2017.
oficiais não carreira obter o título de pós-graduação em áreas
possuidores do universitárias de interesse da Força.
CAEM/CDEM –
ECEME
CEL CPEAEx (com ou Tem por objetivo: Portaria nº 341-Cmt Ex,
sem CAEM/CDEM I - atualizar e ampliar os conhecimentos sobre de 8 de junho de 2004
– ECEME) política, estratégia e alta administração militar para
os coronéis possuidores do Curso de Altos Estudos
Militares (CAEM) e distintivo de comando
dourado; e
II - habilitar os coronéis não possuidores do CAEM
para o exercício de cargos e funções de assessor da
alta administração do Exército.
Fonte: Autores.
83
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
a. Evidenciar compromisso com as tradições do Exército Brasileiro.
b. Exercer a chefia e o gerenciamento, planejando, coordenando e controlando suas
atividades, praticando atos administrativos que lhe são atribuídos pela legislação em
vigor.
c. Identificar os aspectos da doutrina de emprego dos elementos da Força Terrestre na
Defesa da Pátria.
d. Realizar atividades de gestão de ensino e/ou instrução militar
A comparação desses perfis profissiográficos mostra que existe uma maior clareza
quanto ao emprego do Oficial combatente após a conclusão do curso de aperfeiçoamento,
quando comparado com o Oficial QCO.
Além disso, a legislação atual estabelece uma estagnação referente ao desenvolvimento
e aperfeiçoamento técnico-profissional na carreira do Oficial QCO. Embora tenha as
promoções previstas conforme determina a lei que instituiu o Quadro, o militar passa a maior
parte da carreira desempenhando as mesmas funções que desempenhou no posto de Capitão,
haja vista a ausência de legislação autorizando ou determinando cursos para o melhor emprego
do militar quando ocupante dos últimos postos de Oficial Superior.
Atualmente o Oficial QCO tem acesso ao CGAEM, o que o habilitaria a atuar em níveis
mais altos da administração do Exército; no entanto o número de vagas é muito reduzido, 15
vagas para o universo de TC e Maj do QEM, Saúde (não possuidores do CDEM ou CCEM) e
QCO, que totalizam cerca de 1200 militares5 (BRASIL, 2017c).
Para visualizar as oportunidades relativas a cursos e qualificações ao longo da carreira,
foi elaborado um diagrama com a evolução na carreira do Oficial do QEM em comparação com
5
Pesquisa realizada na base de dados do DGP, em 02 de agosto de 2018.
87
a evolução na carreira do oficial do QCO. O QEM foi escolhido por se tratar de militares com
o grau de conhecimento técnico não operacional, similar ao encontrado no QCO.
Figura 28-Evolução na Carreira QCO x QEM
Fonte: Autores
6
Pesquisa realizada na base de dados do DGP, em 02 de agosto de 2018.
88
O art. 1° da Lei nº 9.519/97 (BRASIL, 1997), que dispõe sobre a reestruturação dos
Corpos e Quadros de Oficiais e de Praças da Marinha (LRCQ), aduz que a Marinha do Brasil é
composta pelos seguintes corpos e quadros de oficiais:
1 - Corpo da Armada;
2 - Corpo de Fuzileiros Navais;
3 - Corpo de Intendentes da Marinha;
4 - Corpo de Engenheiros da Marinha;
5 - Corpo de Saúde da Marinha;
6 - Corpo Auxiliar da Marinha, composto de:
a) Quadro Técnico (T)(grifo nosso);
b) Quadro de Capelães Navais (CN);
c) Quadro Auxiliar da Armada (AA);
d) Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN)
7 - Quadro Suplementar; e
8 - Corpo de Oficiais da Reserva da Marinha - CORM.
A referida lei em seu art. 7° prescreve que “os Oficiais do Corpo Auxiliar da Marinha
exercerão cargos técnico-administrativos que visem às atividades de apoio técnico e às
atividades gerenciais e administrativas em geral”. Percebe-se que existe uma similaridade entre
o último artigo e o art. 1° da Lei nº 7.831/89 (BRASIL, 1987), que trata do QCO; porém, a
similaridade restringe-se apenas ao Quadro Técnico, tendo em vista que, para o Quadro Auxiliar
da Armada e o Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais, é exigido apenas o nível médio completo
(Art. 7°, § 3°, da LRCQ).
As profissões que compõem o Quadro Técnico são as seguintes: Arqueologia;
Arquivologia e Gestão de Documentos; Biblioteconomia; Ciência da Computação; Ciências
Náuticas; Comunicação Social; Desenho Industrial; Direito; Educação Física; Estatística;
Física; Licenciatura (História); Geologia/Geofísica; Informática; Letras (Português);
Licenciatura (Matemática); Licenciatura (Meteorologia); Museologia; Música; Oceanografia;
Pedagogia; Psicologia; Serviço Social; e Segurança do Tráfego Aquaviário.
O Plano de Carreira de Oficiais da Marinha – PCOM (BRASIL, 2007c) estabelece que
o ingresso para a carreira no Quadro Técnico ocorre por meio de concurso público de âmbito
nacional, de nível superior, nas áreas de interesse da Marinha. Além dessa forma, outra é através
da transferência de Oficiais dos Quadros Complementares para o Quadro Técnico.
89
Quadro 22– Quadro resumo com os cursos previstos na carreira Oficial da Marinha
CURSOS DESTINAÇÃO QUADROS
Cursos de Especialização Os C-Espc são destinados a habilitar o militar para o 2° Ten dos QC do CA, do
(C-Espc) cumprimento de tarefas profissionais CFN e do CIM.
que exijam o domínio de conhecimento e técnicas específicas
Cursos de Os C-Ap são destinados a qualificar os oficiais para funções e CA, QC-CA, FN, QC-
Aperfeiçoamento (C-Ap) serviços na operação de meios de superfície, de submarinos, de FN, IM, QC-IM, Md, CD
aeronaves e de navios hidrográficos e oceanográficos, bem como e S.
para o exercício de cargos e funções em Estados-Maiores, de
Unidades e de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais e
nas atividades de mergulho de combate. Destinam-se, também, a
qualificar oficiais para transferência ao EN.
Curso de Estado-Maior O C-EMOI é destinado a propiciar os conhecimentos necessários Todos os oficiais dos
para Oficiais ao desempenho de comissões de caráter operativo e Corpos e Quadros da
Intermediários (C-EMOI) administrativo. Marinha do Brasil.
Curso de Altos Estudos Os C-AEM são destinados à capacitação de oficiais para o O C-EMOS é destinado
Militares (C-AEM) exercício de funções de Estado-Maior e para o desempenho de aos oficiais do CA, CFN
cargos de comando, direção e chefia, possuindo caráter de pós- e CIM.
graduação.
São considerados C-AEM: O C-Sup é destinado aos
a) o Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores (C-EMOS); oficiais do EN, do CSM e
b) o Curso Superior (C-Sup); e c) o Curso de Política e Estratégia do CAM e opção QTE do
Marítimas (C-PEM). CA, CFN e CIM.
O C-PEM é destinado
aos oficiais do CA, CFN,
CIM, EN e Md.
Fonte: Os autores (adaptado de: Brasil 2007c)
Capitão de Curso Superior (C-Sup). O C-Sup deverá ser realizado a partir do quinto ano do Portaria no
Corveta (CC) posto de CC, devendo estar concluído até o final do 314/MB, de 10 de
primeiro ano do posto de CF. dezembro de
O C-Sup é destinado a ampliar o conhecimento dos 2007.
oficiais do EN, do CSM e do CAM e opção QTE do CA,
CFN e CIM, visando às funções de assessoria de alto
nível, com ênfase em Administração.
Curso Superior (C-Sup) é necessário para a promoção a
Capitão de Mar e Guerra (CMG)
Habilita o militar para as funções de Direção e Chefia.
Fonte: Os autores (adaptado de Brasil 2007c)
administrativa e gerencial, relativos às suas especialidades ou outros cargos e funções que lhes
forem atribuídos, de acordo com os interesses da Aeronáutica”.
No mesmo sentido, a Instrução Reguladora do Quadro de Oficiais de Apoio (ICA 36-
37) prevê que “o QOAP, do Corpo de Oficiais da Ativa da Aeronáutica, destina-se a suprir, em
especialidades profissionais de interesse do COMAER, os cargos de funções técnicas e
administrativas nas OM deste Comando”.
A Lei nº 12.797/13 prescreve que “para ser nomeado Oficial do QOAp, o candidato
deverá ser aprovado em concurso público específico e concluir com aproveitamento o estágio
de adaptação para inclusão no QOAp”. Os alunos do Estágio de Adaptação para inclusão no
QOAp são equiparados a Primeiro-Tenente (art. 3º, da Lei nº 12.797/13).
Os oficiais do QOAp são ordenados hierarquicamente de Primeiro-Tenente a Coronel
(art. 1º, § 2º, da Lei nº 12.797/13). Os interstícios para o referido Quadro estão previstos na
Portaria nº 1.763/GC1 de 29 de novembro de 2017 (BRASIL, 2017). A portaria estabelece os
seguintes interstícios: 1º Tenente (7 anos); Capitão (7 anos); Major (7 anos); e Tenente-Coronel
(7anos) (Quadro 24).
Além do tempo mínimo exigido em cada posto, para ascensão aos postos de Oficiais
Superiores, faz-se necessária a conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAP)
realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR) de caráter
obrigatório.
Os cursos de Altos Estudos, ministrados na Escola de Comando e Estado-Maior da
Aeronáutica (ECEMAR) não são disponíveis para os Oficiais do Quadro de Apoio, portanto
estes não estão habilitados para a função de Comando, Direção e Chefia.
O resumo dos cursos existentes ao longo da carreira do QAOp está apresentado no
Quadro 25.
(...) regular los aspectos del régimen de personal, conjunto sistemático de reglas
relativas al gobierno y ordenación de los recursos humanos, para que lãs Fuerzas
Armadas estén em lãs mejores condiciones de cumplir lãs misiones definidas em la
Constitución y em la Ley Orgánica de la Defensa Nacional.
Las Fuerzas Armadas no dejan de ser una comunidad y, como tal, precisa de una serie
de servicios que prestan profesionales muy específicos. Estos expertos precisan de
una formación y preparación muy avanzada y concreta.
(...)
No cabe duda que estos profesionales, muy preparados em la vida civil, precisan de
una ampliación de suformación para poder adaptarse a las peculiaridades de lãs
Fuerzas Armadas. Para ello, enlas Academias Militares, se les complementa su
formación civil com la militar durante um tiempo que oscila entre uno o dos años,
dependiendo de La especialidad que vayan a adquirir, para que consigan lãs
competencias que van a precisar para el ejercicio de su profesión militar (ESPANHA,
2018).
Os dispositivos do Real Decreto 339/2015 são aplicáveis em tudo o que for pertinente
ao respectivo regime jurídico e profissional, tanto para os profissionais das Forças Armadas
(Ejército de Tierra, de la Armada, Del Ejército del Aire y las de los cuerpos comunes de lãs
Fuerzas Armadas), como para o pessoal de outras áreas das administrações públicas (art. 2.1
c/c art. 2.2). Por fim, a seleção dos estudantes militares para atender aos cursos de
aperfeiçoamento e de altos estudos da defesa nacional é feita através de concurso ou por
indicação (art. 9.1 e art. 9.2).
O resumo dos cursos existentes ao longo da carreira dos Cuerpos Comunes está
apresentado no Quadro 27.
Major Curso para la obtención del Habilita o assessoramento em órgãos Real Decreto
diploma de estado mayor superiores e diretivos do Ministério da 339/2015
(Altos Estudios de la defensa Defesa e das organizações internacionais de
nacional) segurança e defesa das quais a Espanha é
membro
Tenentes- Curso de Capacitación Capitação adequada aos oficiais selecionados Real Decreto
Coronéis Ascenso Oficial General para desempenhar as funções de General ou 339/2015 (art.
e Coronel (Altos Estudios de la defensa Almirante. 21.1)
nacional)
Fonte: Autores
O Exército Americano passou por um processo de transformação a partir dos anos 70.
Os Oficiais são divididos em categorias funcionais para o desenvolvimento de suas
competências. As três categorias são: a) operations; b) operation support; e c) Force
Sustainment (ESTADOS UNIDOS, 2014).
A categoria operations reúne os ramos voltados para a manobra e Faz (functional
areas), que possuem aplicação similar no campo de batalha. A categoria Operations Support
98
reúne atualmente dois ramos: Millitary Intellligence e Signal. Estão inclusas também nessa
categoria as funções associadas ao desenvolvimento, treinamento, construção e adestramento
da Força. Por fim, a categoria Force Sustainement reúne um corpo de logística (ESTADOS
UNIDOS, 2014).
O Quadro 28 apresenta a classificação dessas categorias.
Fonte: Autores
101
O paralelo entre as carreiras mostra que existe uma similaridade entre todas as Forças
Armadas analisadas, pois todas partem de um curso de formação e ao longo da carreira
apresentam possibilidades de aperfeiçoamento e especialização. Cabe ressaltar que de todos os
quadros analisados o Cuerpos Comunes é o único que apresenta acesso ao generalato. No
entanto, ele é um quadro fora de uma força armada regular, pois é comum a todas as forças,
caracterizando um regime próprio dentro do Ministério da Defesa espanhol, o que pode explicar
a necessidade de Oficiais Generais.
Outro ponto em destaque é o fato de esses oficiais técnicos poderem chefiar e dirigir em
três das cinco forças analisadas. Apenas na FAB e no EB não existe essa previsão. Além disso,
até o ano 2017, o QCO e o QAOp eram os únicos quadros, dentro dos exércitos analisados, que
não possuíam qualificação ao Estado-Maior. A partir de 2018, o QCO teve acesso ao curso; no
entanto, o percentual dentro de cada turma com acesso a essa qualificação é de cerca de 1%
(como visto na Seção 5.1.5).
Nessa análise, não foi possível realizar estudos sobre os percentuais de acesso a cada
curso dentro das carreiras, o que pode dar uma falsa impressão de que todos os militares
realizam todos os cursos.
102
Para essa análise foram usados dados obtidos na base de dados do DGP, a partir de 1560
registros de Oficiais QCO de todas as especialidades. A análise foi estruturada baseando-se nos
sistemas apresentados na seção 4.2.As classificações das OM baseadas nos sistemas estão
apresentadas no APÊNDICE E deste trabalho.
Foram analisados 249 registros com dados dos Oficiais de Informática do QCO. A
Figura 31 apresenta a distribuição desses militares em relação ao Sistema de Informática do
Exército-SINFEx (Seção 4.2.1).Militares não alocados no Sistema foram classificados como
“outros”.
19%
81%
SINFEx Outros
Fonte: Autores.
•
OM DCT: OM subordinadas ao DCT que fazem parte da “Espinha Dorsal” do
sistema;
• Outras ODS-ODG-EME: Outros departamentos dentro do Exército que possuem
autonomia para gerir e operar os recursos de informática e também fazem parte
do Sistema;
• Estabelecimento de Ensino: Escolas Militares;
• OM Saúde: OM de Saúde do Exército;
• Outros: Unidades que não se classificam nas categorias anteriores.
A Figura 32 apresenta o resultado dessa análise.
Figura 32 - Distribuição do Oficial QCO de Informática – Subsistemas
Distribuição QCO de Informática
N=249
50% 41% 40%
Quantidade de Militares
40%
30%
20% 12%
10% 3% 4%
0%
OM DCT Outras ODS - ODG OM Saúde Estabelecimento Outros
- EME de Ensino
Tipo de OM dentro do SINFEx
Fonte: Autores
5%
95%
Fonte: Autores
Como é possível observar no gráfico, 95% dos Oficiais QCO da área de Ensino estão
dentro do Sistema. Analisando essa distribuição, pode-se constatar que o maior percentual dos
Oficiais QCO está dentro dos Colégios Militares (Figura 34).
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
OM SISTEMA DE ENSINO
Fonte: Autores
A análise mostra que a maioria dos oficiais QCO da área de Ensino está dentro do
Sistema correlato.
105
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0% 8,1%
10,0% 0,5% 0,5% 2,8% 0,5% 0,5% 0,5%
0,0%
MD GSIPr Sistema EE Colegio B Op Psc Diretoria Dciber
Saúde
Tipo de OM Sistema de Saúde
Fonte: Autores
Como se pode observar, mais de 85% dos militares estão em OM do Sistema de Saúde
(assistencial ou FUSEx). Os que não estão no sistema se encontram, em sua maioria, alocados
em Estabelecimentos de Ensino ou Colégio Militares, o que mostra que quase a totalidade dos
militares está em locais relacionados com a área de Saúde.
Analisando a distribuição dos militares de veterinária (Figura 36), observa-se que mais
de 90% estão em unidades relacionadas com abastecimento/alimentação, saúde animal, OM de
saúde ou pesquisa e ensino, demonstrando que a alocação dos militares, em relação ao local
onde estão servindo, apresenta-se de forma eficiente.
106
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Tipo de OM
Nota: ZOO são OM que possuem zoológico ou estrutura similar, Cavalaria são OM de Cavalaria que possuem
equinos.
Fonte: Autores
33%
67%
Fonte: Autores
Observa-se que quase 70% dos militares estão dentro do sistema apresentado na Seção
4.2.4. A maioria daqueles que estão fora desse sistema encontram-se alocados em OM nível
Departamento, Diretoria, Comando Militar de Área e OM de Saúde (Figura 37), que no geral
107
são unidades que apresentam volume alto de recursos geridos, o que justifica a presença desses
militares.
Figura 38- OM Militares de Contabilidade e Economia
Distribuição Sistema de Contabilidade Economia
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Fonte: Autores
A análise da distribuição dos Oficiais QCO de direito mostra que 100% dos militares
estão em organizações que possuem Assessoria de Apoio para Assuntos Jurídicos ou estão no
STM.
A distribuição dentro dos postos está apresentada na Figura 39.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Operacional Tático Estratégico STM
Nível da apoio da Assessoria
Cel QCO Ten Cel QCO Maj QCO Cap QCO 1º Ten QCO
Fonte: Autores
108
Existe apenas um Cel QCO de Direito, e ele está alocado em Assessoria de Apoio a
Assuntos Jurídicos de órgão pertencente ao nível estratégico do sistema, o que gera uma “falsa”
leitura no gráfico em relação ao posto de Coronel.
No entanto ao observar a distribuição, nota-se que 50% dos TC estão em Assessorias
que apoiam órgãos do nível operacional, quando o esperado é que, devido a sua experiência,
estivessem assessorando níveis mais complexos dos sistemas.
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
Tipo de OM
Fonte: Autores
109
Para a análise das funções desempenhadas pelo QCO foram verificadas as respostas às
perguntas de número 3 e 4 do questionário (APÊNDICE A):
3- Qual OM o Sr(a) está servindo atualmente?
5- Qual função o Sr(a) está exercendo na sua OM?
Para esse processo foram criadas categorias de níveis administrativos. O objetivo foi
agrupar as OM em níveis estratégicos, táticos e operacionais, em conformidade com o
apresentado na Seção 4.2 (sobre os sistemas do Exército). Um exemplo dessa categorização
está apresentado no Quadro 31.
Quadro 32- Categorias referentes ao nível da OM, resposta ao item 3 do questionário (Magistério e Pedagogia
CATEGORIAS ELEMENTOS ESPECIALIDADE DO MILITAR
ESG; ECEME; EsFCEx; ESG; ECEME; EsFCEx; Magistério e Pedagogia, ou QCO qualquer
IME; AMAN; EsPCEx; IME; AMAN; EsPCEx; especialidade alocada como professor ou instrutor
ITA; CidEx ITA; CidEx, dentro desses EE.
respectivamente.
Colégio Colégios Militares Magistério e Pedagogia, ou QCO qualquer
especialidade alocada como professor ou instrutor
dentro desses EE.
Fonte: Autores
EsPCEX
ECEME
EsFCEx
Colégio
AMAN
CIdEx
Tático
Total
ESG
ESA
IME
ITA
x
Estratégico 77 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 79
Colégio 0 86 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 86
CATEGORIZADOR 1
ESG 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Operacional 0 0 0 260 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 261
Tático 4 0 0 4 92 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100
ECEME 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2
EsPCEX 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 6
EsFCEx 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 4
IME 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 4
AMAN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 15
CIdEx 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 5
ITA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
ESA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 33
Total 81 86 3 264 94 3 6 4 4 15 5 1 1 33 600
Nota: “x” foram os registros excluídos por estarem duplicados ou incompletos. Coeficiente kappa = 0,901.
Fonte: Autores
Como o coeficiente kappa de concordância ficou acima de 0,81, a análise pode ser
considerada quase perfeita (LANDIS et al, 1977). Desta forma, prosseguiu-se para a análise das
funções desempenhadas pelos Oficiais QCO.
111
Da mesma forma como ocorreu para o item 3 do questionário, a análise foi realizada por
dois elementos do grupo de forma independente. Com o intuito de ajudar na interpretação da
resposta, foram analisados diversos organogramas de várias OM (APÊNDICE F). O resultado
foi avaliado através do índice kappa de concordância. Os dados estão apresentados na tabela de
contingência para os dois categorizadores (Quadro 35).
Função
Chefe Seção
Adj Divisão
Fiscal Adm
Ch Divisão
Adj Seção
SCh/SDir
Assessor
Aluno
Total
rutor
OD
Assessor 20 13 1 0 0 0 0 0 0 0 0 34
CATEGORIZADOR 1
A partir dos dados, foram criadas matrizes para analisar a distribuição dos militares
QCO dentro dos sistemas de acordo com suas funções, baseando-se na análise realizada pelo
categorizador 1.Para verificar o emprego nas funções de acordo com o posto do Oficial, foram
elaboradas três matrizes; uma para os postos de Coronel e Tenente Coronel, outra para o posto
de Major e a terceira para o posto de Capitão e 1º Tenente.As matrizes estão apresentadas no
Quadro36,37 e 38.
Quadro 36– Matriz de distribuição das funções de Oficial QCO (Coronel e Tenente Coronel)
Chefe Seção
Adj Divisão
Fiscal Adm
Ch Divisão
Adj Seção
SCh/SDir
Professor
Assessor
Instrutor
Aluno
Total
Nível OM/
OD
Função
Estratégico 0 0 0 3 3 1 6 4 0 0 17
Tático 0 1 1 2 3 1 7 5 0 0 20
Operacional 4 1 3 2 8 1 12 1 0 0 32
ESG 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
ECEME 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ITA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
IME 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CIdEx 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
EsFCEx 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
AMAN 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
EsPCEX 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3
ESA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Colégio 0 0 0 0 1 0 7 0 4 0 12
Total 4 2 4 7 15 3 34 11 9 0 89
Fonte: Autores
Ch Divisão
Adj Seção
SCh/SDir
Professor
Assessor
Instrutor
Aluno
Total
Nível OM/
OD
Função
Estratégico 0 0 0 4 0 0 4 9 0 0 17
Tático 0 0 0 3 2 2 11 6 0 0 24
Operacional 0 1 1 2 14 1 32 10 0 0 61
ESG 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ECEME 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2
ITA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
IME 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 3
CIdEx 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
EsFCEx 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
AMAN 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 9
EsPCEX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ESA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Colégio 0 0 0 0 0 0 15 6 11 0 32
Total 0 1 1 9 17 3 63 32 24 1 151
Fonte: Autores
113
Chefe Seção
Adj Divisão
Fiscal Adm
Ch Divisão
Adj Seção
SCh/SDir
Professor
Assessor
Instrutor
Nível OM/
Aluno
Total
Função
OD
Estratégico 0 0 0 4 1 4 7 29 0 0 45
Tático 0 0 0 4 1 2 14 35 0 0 56
Operacional 0 0 3 10 8 8 76 62 1 0 168
ESG 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
ECEME 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ITA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
IME 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
CIdEx 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 3
EsFCEx 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2
AMAN 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 4
EsPCEX 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 3
ESA 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Colégio 0 0 0 0 0 0 13 3 26 0 42
Total 0 0 3 18 10 15 112 130 38 1 327
Fonte: Autores
Com base nos dados apresentados nos Quadros 36, 37 e 38, foram elaborados gráficos
para auxiliar na análise da distribuição. Foram considerados apenas elementos dentro dos níveis
operacionais, táticos, estratégicos e dos colégios militares, pois são os locais onde ocorrem as
maiores concentrações desses oficiais.
A Figura 41 apresenta a distribuição para Coronel e Tenente Coronel. Através do gráfico
é possível observar que a maior parte desses Oficiais está alocada como chefe de seção em OM
de nível operacional. Como chefe divisão, as maiores ocorrências acontecem praticamente em
OM de nível operacional (cerca de 8% para operacional, 4% para tático e 4% para estratégico).
Nota-se que a função de maior nível ocupada por esses militares é a de Subchefe ou Subdiretor
e ocorre apenas para 4% do universo analisado. Outro aspecto observado é que 4% dos Coronéis
e Tenentes-Coronéis atuam como professores em Colégio Militares e 8 % como chefe de seção
nessas escolas.
114
Fonte: Autores
20,0%
16,0%
12,0%
8,0%
4,0%
0,0%
Fonte: Autores
115
24,0%
20,0%
16,0%
12,0%
8,0%
4,0%
0,0%
Fonte: Autores
Com base nessa análise é possível observar que a maior parte dos Oficiais QCO,
independente do posto, está ocupando a função de chefe de seção nos diversos níveis. Com o
aumento do posto, surgem militares do Quadro atuando como chefe de divisão em nível
operacional.
O esperado, baseado na experiência que esses militares adquirem ao longo do tempo, é
que seu emprego se modificasse ao longo da carreira. Militares dos últimos postos (TC e Cel)
deveriam ser empregados com uma porcentagem maior em níveis tático e estratégico e uma
porcentagem menor em nível operacional. No entanto, ocorre o contrário, de acordo com a
distribuição apresentada, pois a não ser pela assunção de uma pequena porcentagem de chefes
de divisão em níveis tático e estratégicos, os militares dos últimos postos continuam com
distribuição similar à existente no posto de Major, revelando uma estagnação no emprego
desses oficiais.
116
O perfil de qualificação do Oficial QCO foi obtido através da análise dos itens 5 e 6 do
questionário:
5- Quais são os cursos de Especialização/Aperfeiçoamento militar ou Estágios que o
Sr(a) possui? (ex.: CEB, CAM, Guerra Cibernética).
6-Escreva um pouco sobre cursos que tenha realizado fora do eixo militar (cursos
livres, especializações, MBA, mestrado, doutorado,etc).
O acesso à qualificação através de cursos militares pode ser avaliado pelas respostas ao
item 5. No entanto, a pergunta gerou dúvidas nos entrevistados; muitos deles usaram o espaço
preenchendo com respostas relativas a cursos em entidades civis (o que seria esperado para o
item 6).
Nessa análise do item 5 foram considerados apenas cursos não obrigatórios para os
Oficiais QCO. Excetua-se, portanto, o CFO, o CAM e o CEB. Além disso, também não foi
considerado o Estágio de Adaptação à Vida na Selva, por se tratar de estágio de cunho
obrigatório.
As categorias criadas para análise encontram-se no quadro 39.
Quadro 39– Categorias para análise inicial dos cursos militares não obrigatórios item 5
Categoria Cursos
Curso Operacional (CO) Cursos ou estágios de cunho operacional.
Ex.: Guerra na selva, PQD, Saúde Operacional,
Salvamento e Resgate, Combatente de Montanha,
DQBN
Curso Não Operacional (CNO) Cursos ou estágios de cunho não operacional
Não possuem ou não declararam (NP) Não possuem curso, não declararam ou declararam
cursos sem vínculo com a Força.
Fonte: Autores
Como um mesmo militar pode possuir mais de dois tipos de cursos simultaneamente,
foram criadas classes para a classificação das respostas da forma apresentada no Quadro 39:
117
CNO-CO 11 0 0 0 0 11
CO 0 15 1 0 0 16
CNO 3 0 113 0 0 116
NP 0 0 0 424 0 424
X 0 0 0 0 33 33
Total 14 15 114 424 33 600
Nota: “x” foram os registros excluídos por estarem duplicados ou incompletos. Coeficiente kappa =
0,98.
Fonte: Autores
O coeficiente kappa está acima de 0,81, o que valida o uso dessas categorias (como visto
na seção anterior).
A partir da análise realizada pelo categorizador 1, pode-se observar a distribuição de
QCO relativa aos cursos não obrigatórios realizados dentro da Força (Tabela 1).
118
CATEGORIA TOTAL %
CNO-CO 11 3%
CO 16 6%
CNO 116 19%
NP 424 72%
TOTAL 567 100%
Fonte: Autores
Para melhor visualização dos dados foi elaborado um gráfico com essa distribuição.O
resultado está apresentado na Figura 44.
Figura 44- Distribuição dos militares possuidores de cursos realizados na Força N=567
Possuidores de cursos não obrigatórios realizados dentro da Força
N=567
3%
6%
19%
72%
CNO-CO CO CNO NP
Observa-se que cerca de 70% dos Oficiais do QCO não possuem cursos militares, o que
pode ser explicado pela inexistência de legislação autorizando a realização dos mesmos.
A qualificação profissional (dentro de suas especialidades ou em área de gestão) dos
Oficiais QCO foi estudada através da análise das respostas ao item 6. Para esse estudo foram
criadas 7 categorias baseadas nos cursos existentes no meio civil. O Quadro 42 apresenta essas
categorias.
119
Da mesma forma que a análise realizada para os itens anteriores, dois classificadores
fizeram a categorização dos registros dentro das classes indicadas no quadro anterior. A tabela
de contingência em relação aos dois classificadores está apresentada no Quadro 44.
120
EMDP
QMD
EMD
QEM
MDP
Total
MD
QM
EM
ND
QE
NP
M
D
Q
E
x
EMDP 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
MDP 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
EMD 0 0 9 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 11
QMD 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3
MD 0 0 0 0 8 0 0 1 0 5 0 0 0 0 0 0 14
CATEGORIZADOR 1
D 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
QEM 0 0 1 0 0 0 7 5 0 0 0 1 0 0 0 0 14
EM 0 0 0 0 0 0 2 45 1 3 0 6 1 0 0 0 58
QM 0 0 0 0 0 0 0 3 4 3 1 0 0 0 0 0 11
M 0 0 0 0 0 0 0 0 0 49 0 0 0 0 0 0 49
QE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 0 0 0 0 0 50
E 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 173 4 0 0 0 179
Q 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 55 4 1 0 67
NP 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 43 2 0 46
ND 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 0 60
x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 33
Total 2 1 10 1 9 2 9 56 6 61 55 185 60 47 63 33 600
Nota: “x” foram os registros excluídos por estarem duplicados ou incompletos. Coeficiente kappa = 0,886.
Fonte: Autores
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
EMDP MDP EMD QMD MD D QEM EM QM M QE E Q NP ND
perfil qualificação
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
15,9%
11,5%
72,6%
Fonte: Autores
Da comparação entre cursos dentro e fora da Força, a baixa proporção em cursos dentro
da Força pode ser explicada pela não previsão de cursos militares para oficiais do Quadro.Nota-
se que mesmo não existindo previsão para realização de cursos (além dos obrigatórios), mais
de 70% dos QCO possuem especialização. Isso indica que continuam se aprimorando em
entidades fora do Exército (muitas vezes usando recursos próprios), de forma a adquirir e
empregar conhecimentos em prol do EB.
Para avaliar se o QCO está sendo empregado em funções onde pode usar seus
conhecimentos adquiridos ao longo da carreira, foram analisadas duas questões do questionário
(APÊNDICE A):
7- Em uma escala de 0 a 10, quanto do conhecimento adquirido ao LONGO DA
CARREIRA e em CURSOS (militares ou civis) está sendo aplicados na função que exerce hoje?
(Por favor, escolha um número de 0 a 10)
8-Existe alguma outra função dentro da sua OM ou em outra OM em que o Sr(a) possa
aplicar seus conhecimentos de forma mais eficiente em relação à função em que atua hoje? Se
sim qual (is)?
Para análise da questão 7 foi elaborada uma tabela com as respostas ao item 7 do
questionário (Tabela 3).
123
Da Tabela 3 foi gerado um gráfico baseado nas frequências das respostas (Figura 48) e
também foi elaborado o mesmo gráfico levando em conta o posto do militar (Figura 49).
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Escala do uso de conhecimento aquirido na função que exerce atualmente
Fonte: Autores
124
45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fonte: Autores
Baseado no gráfico, é possível verificar que mais de 75% dos oficiais QCO indicaram
que utilizam índices iguais ou maiores que 7 (em uma escala de 0 a 10) dos conhecimentos
adquiridos nas funções que exercem hoje (Figura 50).
24%
76%
Fonte: Autores
Esse dado indica que o emprego do oficial QCO está sendo realizado de maneira
eficiente em relação às áreas em que são detentores de conhecimento.
A análise do item 8 do questionário revela se os militares do quadro visualizam outras
funções onde podem empregar seus conhecimentos de maneira mais efetiva. Da mesma forma
125
Da mesma forma que as análises anteriores, foi construída a tabela de contingência entre
os dois categorizadores, apresentada no Quadro 46.
Quadro 46-Tabela de contingência dos categorizadores para as respostas ao item 8
DQC DQN NE ND FQ x Total
DQC 205 8 0 1 0 0 214
DQN 0 11 0 0 0 0 11
NE 0 0 270 2 0 0 272
ND 0 0 0 69 0 0 69
FQ 0 0 0 0 1 0 1
x 0 0 0 0 0 33 33
Total 205 19 270 72 1 33 600
Nota: “x” foram os registros excluídos por estarem duplicados ou incompletos. Coeficiente kappa = 0,972.
Fonte: Autores
Após a validação coeficiente kappa, elaborou-se uma tabela com os dados obtidos da
análise do categorizado 1 (Tabela 4).
Tabela 4– Distribuição das respostas ao item 8 do questionário
Categoria Total %
DQC 214 35,7%
DQN 11 1,8%
NE 272 45,3%
ND 69 11,5%
FQ 1 0,2%
x 33 5,5%
Total 600 100%
Fonte: Autores
126
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
DQC DQN NE ND FQ
Categoria da outra função
Legenda: DQC – Dentro da qualificação e compatível com o posto, DQN – Dentro da qualificação e não
compatível com o posto, FQ- Fora da qualificação, NE- Não existe outra função, ND- Não declararam.
Fonte: Autores
Para compreender a demanda dentro de cada posto, foi elaborado o gráfico separando
as respostas por nível hierárquico. O resultado está apresentado na Figura 52.
Figura 52– Distribuição das possibilidades de funções a serem exercidas por posto
Distribuição de indicação de outras funções por posto
N (Cel=18; TC=71; Maj=151; Cap=196; Ten=131)
Quantidade repostas por posto.
80%
60%
40%
20%
0%
DQC DQN NE ND FQ
Categoria das outras funções
Fonte: Autores
Do gráfico, observa-se que cerca de 35% dos oficiais QCO indicam a existência de
funções dentro de suas áreas de conhecimento, onde estariam fazendo uso mais eficiente do
conhecimento adquirido ao longo da carreira.
O resultado da análise do item 7 do questionário indica que grande parte dos QCO está
atuando em funções que utilizam seus conhecimentos de maneira eficiente. No entanto, a
análise do item 8 mostra que, de modo geral, existe uma parcela (cerca de 35%) que poderia
estar sendo mais bem empregada em outras funções dentro do Exército. Porém, quando se faz
127
a análise dentro dos postos, um número chama a atenção: cerca de 70% dos Coronéis QCO
indicam a existência de outra função que poderia estar sendo exercida por eles de forma a usar
seus conhecimentos com maior eficiência. Isso pode indicar um emprego não proveitoso do
oficial QCO no último posto da carreira.
Como o militar podia livremente escrever sobre qualquer proposta de melhoria, cada
resposta acabou sendo enquadrada em diversas categorias, gerando 79 combinações com as 9
categorias possíveis. Devido a esse número ser muito elevado, não será apresentado aqui a
tabela de contingência dos dois categorizadores desse item. O coeficiente de concordância
kappa ficou igual a 0,919. Os dados usados para análise foram a do categorizador 1. Levantou-
se a frequência com que cada categoria foi identificada nas respostas ao item 9. A Tabela 5
apresenta esse resultado.
128
Para uma melhor visualização, os dados foram organizados em um gráfico (Figura 53).
30,00%
25,00%
% de ocorrência
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
IN CT VA UF CM PC CH MC AE NO
Propostas de melhorias
Usando todas as respostas dos militares, foi gerada uma nuvem de palavras através do
site https://www.wordclouds.com/, com o objetivo de ser um meio de auxílio à análise
qualitativa (Figura 54).
129
Fonte: Autores
Da análise dos resultados, é possível observar que existe uma grande demanda no
sentido de ajustar o interstício. Tal fato pode ser explicado pela recente mudança dos tempos
mínimos nos postos que ocorreu no ano de 2017.
Outra grande demanda é a solicitação de qualificação e aperfeiçoamento ao longo da
carreira por meio de cursos militares ou técnicos (indicada tanto na análise dos gráficos como
na nuvem de palavras). Tal demanda está amparada no fato de que uma pequena parte dos
oficiais QCO possui cursos não obrigatórios no eixo militar (como visto na análise do item 5).
Outra explicação para tal demanda é que o Exército não tem uma sistemática de cursos
de especialização nas áreas técnicas dos oficiais QCO (existem alguns programas, mas eles não
atingem a maioria dos oficiais). Mesmo sem uma institucionalização desses cursos, mais de
70% dos oficiais possuem no mínimo nível acadêmico de especialização, evidenciando que o
militar do quadro busca aperfeiçoamento ao longo da carreira principalmente fora do EB.
Outra solicitação importante tem cunho na valorização dos profissionais. Apesar de
terem importância para a Força, principalmente na atividade-meio, muitos militares relatam a
falta de reconhecimento e valorização por parte de seus superiores e da instituição, relacionando
esse fato ao impedimento de realização de determinados cursos e a assunção de cargos.
Uma parte dos oficiais QCO indicou que uma possível mudança para a melhoria do
quadro seria a possibilidade de chefiar ou dirigir unidades de cunho técnico dentro de suas
especialidades, gerando um emprego mais efetivo de seus conhecimentos e aumentando a
motivação dos militares do quadro.
130
Por fim, a mudança nos cursos do CFO e do CAM apareceu como necessidade para
ajuste desses cursos à realidade do QCO.Por exemplo: ajustar o CAM à especificidade do QCO,
permitindo que ele explore de maneira mais efetiva seus conhecimentos em níveis mais
elevados dentro da administração, de forma a contribuir com o uso mais efetivo do recurso
humano e com a valorização do militar.
131
Na busca por um modelo de emprego eficiente do Oficial QCO, analisou-se onde esses
militares estão atuando e onde podem atuar dentro da Força; consolidou-se as demandas de
mudanças emitidas por eles, estudou-se carreiras de outras forças armadas; e foram revisadas
teorias de emprego eficiente com base em competências. Diante desse cenário, propõe-se aqui
um modelo de emprego baseado nas competências que o indivíduo possui versus as
competências que as funções exigem.
Para a análise do emprego do Oficial QCO dentro de uma OM, foi realizado um estudo
de caso, aplicado a uma organização de nível operacional dentro do Sistema de Ensino: um
colégio militar. Analisou-se o regimento interno dessa organização, com a finalidade de traçar
um perfil de competência para algumas funções.
A organização do colégio pode ser resumida de acordo com o apresentado na Figura 55.
Fonte: Autores.
Como exemplo, usou-se uma seção e uma divisão da área de ensino desse colégio, para
verificar as possibilidades de atuação do Oficial QCO da área de Educação.
Extraiu-se do Regimento Interno dos Colégios Militares, as atribuições para a Seção
Técnica de Ensino, e traçou-se um paralelo com as possíveis competências necessárias para
executá-las. De acordo com o Regimento Interno dos Colégios Militares (BRASIL, 2009), são
competências da seção técnica de ensino:
132
Fica evidente que para trabalhar na Seção Técnica de Ensino é necessário possuir
conhecimento técnico especializado na área de ensino e possuir desejada experiência a fim de
desenvolver as atribuições atinentes à seção. Essas são características do Tenente QCO de
Pedagogia, que é um militar graduado na área de Ensino, conhecedor dos documentos, métodos
de aprendizagem e avaliação. No entanto, para atuar como chefe da seção, outros atributos
fazem-se necessários, pois o chefe da seção é o gestor daquela fração dentro da unidade e deve
possuir outras competências. Além daquelas de cunho técnico, ele deve saber gerir pessoal e
material, conhecer os processos administrativos dentro do Exército e saber se relacionar com
133
Nota-se que para exercer a função de chefe da seção o militar deve possuir experiência
institucional (dentro da Força), deve também ter precedência hierárquica sobre os demais
militares e ter conhecimento na área de gestão de material e pessoal. Como visto anteriormente
na seção 5.1.5, uma das competências do concludente do Curso de Aperfeiçoamento Militar
(CAM) é a de exercer a chefia e o gerenciamento, planejando, coordenando e controlando suas
atividades. Portanto, o Capitão QCO de pedagogia, concludente do CAM, já poderia exercer a
chefia de uma seção técnica de ensino, uma vez que é um militar experiente na Força (cerca de
10 anos) e possuidor dos conhecimentos teóricos necessários para exercer a atividade.
O próximo escalão analisado no colégio foi a Divisão de Ensino. Segundo o RICM, a
Subdireção de Ensino exerce atividade cumulativa com a Divisão de Ensino. O Subdiretor de
Ensino e Chefe da Divisão de Ensino possui as seguintes atribuições:
I - secundar o diretor de ensino no exercício de suas atribuições;
II - exercer as atribuições do diretor de ensino que lhe forem delegadas;
III - assessorar o diretor de ensino, por intermédio da COPEMA, em suas decisões no
campo técnico-pedagógico;
IV - organizar e coordenar a execução do concurso de admissão ao EE;
V - submeter a homologação, com parecer, ao diretor de ensino, as avaliações
previstas no PGE/EE e as provas de concursos organizadas pelos professores do EE;
VI - coordenar a elaboração do PGE e dos relatórios de ensino solicitados,
submetendo-os à aprovação do diretor de ensino;
VII - propor ao diretor de ensino medidas que visem a alcançar o máximo de eficiência
no processo ensino-aprendizagem, inclusive a realização de seminários, conferências
e palestras, por pessoas convidadas, contratadas ou pertencentes aos quadros do CM;
VIII - presidir os trabalhos da COPEMA;
IX - coordenar as comissões de elaboração de propostas de atualização dos
documentos de ensino;
X - elaborar, por intermédio das seções da divisão, os relatórios concernentes ao
ensino;
XI - estabelecer normas que regulem a troca de informações entre as diversas seções
do CM, particularmente entre as áreas técnico-pedagógicas de interesse no
134
Da análise, é possível constatar que para exercer a função de chefe da Divisão de Ensino
o militar deve, em primeiro lugar, possuir precedência hierárquica sobre os demais (chefe de
seções, professores e etc.), deter conhecimento em gestão administrativa para coordenar as
diversas tarefas e seções subordinadas e possuir experiência dentro da Força para secundar o
Diretor de Ensino em suas atividades. Além disso, como a Divisão de Ensino trata de questões
da área educacional, o conhecimento técnico da área facilitaria o trabalho desse militar,
135
Fonte: Autores
ÓRGÃO ATRIBUIÇÕES
Tem por missão formular a política de ensino, diretrizes
EME estratégicas de forma a planejar, organizar, coordenar e controlar
o funcionamento do Sistema de Ensino
Tem por competência planejar, organizar, dirigir e controlar as
atividades relativas à educação, à cultura, à educação física, aos
DECEX
desportos e à pesquisa científica nas áreas de defesa, ciências
militares, doutrina e pessoal.
Planejar, coordenar, controlar e supervisionar os processos de sua
DIRETORIAS
área de atuação.
Tem a competência de planejar, administrar e avaliar o ensino e a
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO aprendizagem, fornecendo informações aos escalões superiores
(EE) sobre a execução do processo com o objetivo de aprimorá-lo
constantemente.
Fonte: Autores
Nota-se, a partir da análise do Quadro 51, que conforme ocorre a mudança de nível
dentro do Sistema a abrangência das atribuições aumenta. Os Estabelecimentos de Ensino
atuam diretamente no ensino, ou seja, na execução do processo. Já as diretorias, atuam nas áreas
de planejamento, coordenação e controle. Por fim, o DECEx atua no planejamento de todas as
áreas de ensino dentro do Exército.
O Oficial QCO, como assessor em sua área específica, pode atuar em um desses níveis.
No entanto, ao passo que a abrangência aumenta, faz-se necessário possuir mais experiência
137
dentro da Força, pois as assessorias prestadas por esses militares (normas, pareceres técnicos,
orientações, estudos, etc.) atingem uma gama maior de organizações e pessoas. Além disso,
uma qualificação mais elevada (mestrado, doutorado) pode dar suporte a tomada de decisões
de níveis mais complexos.
Com a possibilidade do Oficial QCO realizar o CGAEM, militares da área de ensino,
por exemplo, poderão atuar no DECEx, em assessoria direta à chefia do órgão, dando suporte
a decisões relativas ao ensino e à aprendizagem.
Essa análise pode ser estendida aos demais sistemas apresentados. Com isso, podemos
traçar um caminho para militares do QCO, dentro dos sistemas: o militar ingressaria para atuar
em organização de nível operacional em sua especialidade. Após ganhar experiência e
qualificar-se com cursos de especialização ou mestrado, poderia ser empregado em
organizações de nível tático, como por exemplo, as diretorias. Por fim, com maior qualificação
(Doutorado, CGAEM) poderia atuar em organizações de nível estratégico (ODS, EME, MD).
Como exemplo, têm-se os cursos de Defesa Cibernética e Guerra Eletrônica para militares de
informática ou cursos de Gestão e Controle para militares da Administração e Contabilidade.
Por fim, a Força poderia estudar a possibilidade de o Oficial QCO chefiar ou dirigir
organizações com características técnicas (CTA, ICFEx, Colégios, Hospitais, Institutos de
Pesquisa, Centro de Idiomas do Exército, Centro de Psicologia Aplicada do Exército, etc), pois
os militares nos últimos postos possuem experiência dentro da Força e em muitos casos
possuem qualificação de gestores em suas áreas. O acesso ao curso de Chefia e Direção na
ECEME, nos moldes que ocorre para o Quadro de Médicos e de Engenheiros Militares,
possibilitaria o emprego desses militares na chefia de organizações técnicas e aumentaria a
disponibilidade de oficiais de outros quadros para atuarem dentro de suas áreas específicas.
Como visto na Seção 2.8, a carreira em Y distribui os cargos dentro dos níveis de
complexidade de execução e planejamento organizacional, permitindo ao profissional, em
determinado momento da carreira, fazer a escolha de atuar na área de gestão ou na área técnica.
Esse modelo possibilita um uso mais eficiente do recurso humano, uma vez que militares
de origem técnica podem atuar como gestores em suas unidades, fazendo uso tanto de sua
experiência quanto de conhecimentos adquiridos através de cursos de gestão. Os profissionais
que aumentam seu grau de especialização através de qualificações em suas áreas, tornando-se
mestres, doutores ou pós-doutores, poderão atuar como assessores em níveis mais altos do
sistema, usando seus conhecimentos e qualificações para auxiliar na tomada de decisões que
influenciarão toda a Força.
Usando essa estratégia, pode-se propor um itinerário de carreira para o Oficial QCO que
englobe a perspectiva de atuar como gestor ou como assessor.
Nesse sistema, o militar passa praticamente a metade da carreira atuando na atividade-
fim, dentro do nível operacional. Dessa forma, o Exército extrairá o máximo das competências
desses profissionais, pois, desde o momento de seu ingresso, o militar fará uso de suas
qualificações, desempenhando atividades para as quais foi formado na graduação.
Durante esse período, o militar poderá se especializar em sua área de formação ou se
qualificar como gestor, através de cursos de especialização, MBA ou mestrado.
Ao chegar ao posto de Major o oficial poderá seguir atuando na área técnica, em níveis
mais altos do sistema, ou seguir dentro de organização de nível operacional, atuando em funções
táticas dentro das divisões (ou seções com maior grau de complexidade).
139
No posto de TC, se optar pelo “braço” de gestão e possuir o curso de chefia e direção,
poderá, de acordo com esse modelo, chefiar unidades de nível operacional de cunho técnico.
Caso não possua esse requisito, poderá atuar na Subchefia, Subdireção ou permanecer atuando
na chefia das divisões. Caso o militar possua o CGAEM, poderá atuar no Estado-Maior das
diretorias e ODS. Porém, se a opção for por seguir se especializando, tornando-se mestre ou
doutor, poderá atuar como assessor, consultor, perito ou técnico em órgãos de nível estratégico
dos sistemas.
Esse modelo atende às principais demandas dos oficiais QCO, sendo elas:
- Cursos de qualificação – ao longo da carreira, os militares teriam acesso a cursos de
especialização, mestrado ou doutorado, além de acesso a cursos dentro da Força em áreas
específicas.
- Emprego na área de especialidade – emprego de acordo com as competências técnicas
e ou gerencias, atende à demanda de utilização do Oficial QCO em área adequada a sua
formação.
- Valorização – a possibilidade de ascender a funções de chefia, assessorar níveis táticos
e estratégicos, realizar cursos dentro e fora da Força e, por fim, ser empregado na área de
qualificação, demonstram o aumento na valorização e reconhecimento desses militares.
Assim, o Exército ganharia com o emprego mais efetivo dos militares, aumentando o
engajamento e a produtividade desses profissionais e elevando os índices de qualidade no
trabalho.
O Quadro 52 apresenta um resumo dessa proposta.
Nota: * 20% é baseado nos valores apresentados para a carreira do QEM e dos Oficiais Médicos (Apêndice D)
Fonte: Autores
Nessa proposta, o oficial QCO ingressa como 1º Tenente, faz o Curso de Especialização
Básica (CEB) e o Curso de Aperfeiçoamento Militar (CAM), ambos como requisitos para
chegar ao posto de Major. Nesse período de 17 anos, ele atua na atividade para qual foi formado,
dentro de seções em unidades de nível operacional (atuando como adjunto ou chefe) ou
unidades de níveis mais altos (atuando como assessores de outros oficiais). Também, nesse
período, o militar pode se qualificar em cursos de especialização, mestrado ou cursos na área
de gestão.
Ao chegar ao posto de Major, o militar possuidor de cursos voltados para gestão estará
apto a trabalhar dentro das divisões da OM como adjunto e posteriormente chefe. Se possuidor
de cursos de pós-graduação, na sua área de atuação, poderá atuar em organizações de nível
tático do sistema como assessor, consultor, técnico, etc.
Nesse posto, o militar poderá realizar os cursos de chefia e direção (ECEME) ou o
CGAEM, caso deseje atuar no Estado-Maior de ODS, Diretorias e Grandes Comandos. Ainda
poderá pleitear cursos de mestrado na sua área de atuação ou voltados para área de gestão, sendo
141
um desses cursos (ECEME, CGAEM, mestrado), requisito mínimo para a promoção ao posto
de Coronel.
No posto de TC, se o militar possuir o curso de chefia e direção, poderá atuar como
chefe ou diretor de organização de nível operacional ou atuar em Estado-Maior de OM em nível
tático ou estratégico. As mesmas funções podem ser atribuídas ao possuidor do CGAEM (com
exceção da chefia). Caso o militar seja mestre ou doutor na sua área de competência, poderá
atuar nas organizações de nível estratégico e tático como assessor, perito, auditor, técnico,
dando suporte às atividades que influenciarão todo o Exército.
A alocação de militares mais experientes em níveis mais elevados do sistema preenche
a lacuna existente nesses níveis, apresentada na Seção 6.1.2, e atende à demanda desses oficiais
mostrada na Seção 6.2.3 em relação a profissionais da área de ensino.
No modelo apresentado, existem pré-requisitos para exercer determinadas funções e
alcançar determinados postos, o que está de acordo com as novas propostas do Exército
relativas a plano de carreira, conforme apresentado na Seção 5.1.4, onde foi visto que o Oficial
oriundo da AMAN, para ascender ao posto de Coronel, deve possuir no mínimo o CGAEM.
A possibilidade de mudança da área técnica para a área de gestão está de acordo com o
uso do recurso humano baseado nas competências. Além disso, essa possibilidade libera oficiais
de outros quadros e armas para exercerem funções relativas às suas especialidades, por
exemplo: oficiais combatentes serão deslocados da atividade-meio para a atividade-fim,
atuando em Brigadas, Divisões de Exército e Comandos Militares.
Essa proposta de plano de carreira fundamenta-se no emprego dos militares baseado nas
competências e colabora com o uso racional do recurso humano. Atende também às principais
demandas dos oficiais QCO, como a qualificação ao longo da carreira, o reconhecimento, a
valorização e a possibilidade de chefia e direção. O plano está em consonância com as estruturas
apresentadas nas carreiras de outras Forças Armadas como a Marinha do Brasil, Cuerpos
Comunes da Espanha e JAG dos EUA.
Para exemplificar a progressão na carreira, foi realizada a aplicação do modelo para as
áreas de Ensino, Informática e Saúde, no entanto ela pode ser aplicada a qualquer área do QCO.
Fonte: Autores
No modelo apresentado, o militar ingressa como 1º Tenente e atua no interior das seções
da área de ensino (nos diversos níveis) ou como docente em estabelecimentos de ensino/
colégios militares. Ao chegar ao posto de Major, poderá atuar nas seguintes áreas (a depender
dos pré-requisitos):
• Divisão de Ensino de EE (área gerencial);
• Seção de Ensino de órgão tático (área técnica/gerencial);
• Assessor de órgão tático (área técnica);
• Professor em EE nível acadêmico graduação e pós-graduação (área técnica);
Já no posto de Ten Cel, poderá atuar nas seguintes áreas (a depender dos pré-requisitos):
• Divisão de Ensino de EE (área gerencial);
• Chefia de EE (área gerencial);
• Estado-Maior de órgãos táticos ou estratégicos;
• Seção de Ensino de órgão estratégico (área técnica/gerencial);
• Assessor de órgão tático ou estratégico (área técnica)
• Professor em EE nível acadêmico graduação, pós-graduação (área técnica);
Fonte: Autores
Já no posto de TC, poderá atuar nas seguintes áreas (a depender dos pré-requisitos):
• Divisão dentro de CTA/CT/CDS (área gerencial);
• Chefia de CTA/CT (área gerencial);
• Estado-Maior de órgãos táticos ou estratégicos;
• Seção da área técnica de órgão estratégico (área técnica/gerencial);
• Assessor de órgão tático ou estratégico (área técnica);
• Professor em EE nível acadêmico graduação ou pós-graduação (área técnica).
Fonte: Autores
No modelo apresentado, o militar ingressa como 1º Tenente e atua como adjunto nas
seções da área de saúde (nos diversos níveis) ou diretamente na assistência em OM de Saúde
ou EE, além de poder atuar na área de pesquisa ou auditoria.
Ao chegar ao posto de Major, poderá atuar nas seguintes áreas (a depender dos pré-
requisitos):
• Divisão dentro de OM Sau, CPAEx, IBEx (área gerencial);
• Seção da área de saúde nos diversos níveis (área técnica/gerencial);
• Assessor de órgão tático ou estratégico (área técnica);
• Pesquisador/ Auditor (área técnica);
Já no posto de TC, poderá atuar nas seguintes áreas (a depender dos pré-requisitos):
• Divisão dentro de OM Sau (área gerencial);
• Chefia de OM Sau, IBEx, CPAEx (área gerencial);
• Estado-Maior de órgãos táticos ou estratégicos;
• Seção relacionada à área de saúde de órgão estratégico (área técnica/gerencial);
• Assessor de órgão tático ou estratégico (área técnica);
• Pesquisador/ Auditor (área técnica).
145
A sistemática utilizada para aplicação do modelo pode ser estendida às demais áreas e,
a partir disso, elaborar-se um plano de carreira específico. É importante ressaltar que os modelos
aqui apresentados servem de base para a elaboração de um modelo mais completo, com funções
bem determinadas e quantidade de vagas em cada nível.
Vale lembrar que a carreira em Y não é engessada e tem por princípio o uso do recurso
humano com base na competência, portanto os caminhos trilhados podem variar de acordo com
o histórico de cada militar.
Além disso, militares de diversas áreas podem atuar como instrutores e pesquisadores
nos diversos níveis do sistema, transmitindo conhecimentos adquiridos a futuros oficiais.
Por fim, tentou-se, através dessa proposta, englobar as demandas trazidas pelos Oficiais
QCO e, simultaneamente, contribuir com a Força em seu processo de transformação com o uso
mais eficiente do recurso humano na tentativa de atrair, reter, motivar e apoiar militares
qualificados, pois, como já visto nas concepções de transformação do Exército:
Devido a isso, a proposta aqui apresentada pode servir de base para estudos futuros de
implantação de um novo plano de carreira para o Oficial QCO.
146
8 CONCLUSÃO
Art. 25. Os oficiais do QCO terão as mesmas honras, direitos, prerrogativas, deveres,
responsabilidades e vencimentos previstos em leis e regulamentos para os demais
oficiais de carreira.
Por fim, ficou evidente que existe a necessidade de mudanças na atual sistemática de
emprego do oficial QCO. A instituição passa por constantes mudanças e os planejamentos
estratégicos indicam a urgência no uso adequado desses militares.
O Exército é uma das maiores instituições do país e necessita de militares especializados
para atuar nos processos, dando suporte para as atividades de cunho finalístico do EB. Cada vez
mais a Força está sendo empregada em operações de níveis mais complexos e o uso do militar
certo no lugar certo contribuirá com o desempenho do Exército Brasileiro nos desafios
vindouros.
148
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RUBIN, Carolina Bittencourt. Gestão por competência. Palhoça: Editora Unisul Virtual,
2012.
SOARES, Andrea Vieira; ANDRADE, George Albin Rodrigues de. Gestão por
Competências: Uma Questão de Sobrevivência em um Ambiente Empresarial Incerto.
Disponível
em:<http://www.inf.aedb.br/seget/artigos05/251_Gestao%20por%20Competencias.pdf>.
Acesso em: 01 de junho de 18.
6-Escreva um pouco sobre cursos que tenha realizado fora do eixo militar (cursos livres,
especializações, MBA, mestrado, doutorado, etc)
8-Existe alguma outra função dentro da sua OM ou em outra OM que o Sr(a) possa
aplicar seus conhecimentos de forma mais eficiente em relação a função que atua hoje? Se sim
qual (is)?
9-Use esse espaço para escrever possíveis melhorias em relação à carreira e a utilização
do Oficial QCO para contribuir de maneira mais efetiva para as missões do EB e a gestão nas
OM.
161
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR MILITAR
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS
1. FINALIDADES DO CURSO
Habilitar o oficial concludente do Curso de Aperfeiçoamento Militar para Oficiais de
Carreira do Quadro Complementar de Oficiais a ocupar cargos e a desempenhar funções dos
postos de Capitão aperfeiçoado e de oficial superior do referido Quadro, nas Organizações
Militares do Exército.
2. COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
3. EIXOS TRANSVERSAIS
a. Atitudes
1. Autoaperfeiçoamento.
2. Comunicação.
3. Dedicação.
4. Flexibilidade.
5. Organização.
163
6. Responsabilidade.
b. Capacidades cognitivas
d. Capacidades morais
e. Valores
1. Aprimoramento técnico-profissional.
2. Fé na missão do Exército.
3. ANEXO
Mapa Funcional.
______________________________________
Chefe do DECEx
164
REFERÊNCIAS
165
POSTO OM TIPO OM
Cel QCO CCOMEx OADI
Cel QCO Cmdo CMA CMil
Cel QCO Cmdo CMNE CMil
Cel QCO Cmdo CMS CMil
Cel QCO Cmdo CMSE CMil
Cel QCO Cmdo 1ª DE G Cmd
Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Cel QCO Cmdo 3ª DE G Cmd
Cel QCO Cmdo 4ª Bda Inf L Mth Bda
Cel QCO Cmdo 8ª RM RM
Cel QCO DECEx ODS
Cel QCO ECEME EE
Cel QCO EME ODG
Cel QCO EME ODG
Cel QCO GSIPr OADI
Cel QCO H Ge FORTALEZA OM Sau
Cel QCO HCE OM Sau
Ten Cel QCO OM Apoio/Sup Ap / CMO OM Apoio/Sup
Ten Cel QCO OM Apoio/Sup Ap / CMO OM Apoio/Sup
Ten Cel QCO CAEx OM Tec/Pesq
Ten Cel QCO CCFEx / FSJ OM Tec/Pesq
Ten Cel QCO CCIEx OADI
Ten Cel QCO CMC Colegio
Ten Cel QCO Cmdo CMS CMil
Ten Cel QCO Cmdo CMSE CMil
Ten Cel QCO Cmdo 1º Gpt E G Cmd
Ten Cel QCO Cmdo 1ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 12ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 14ª Bda Inf Mtz Bda
Ten Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 3ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 4ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 4ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 6ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 6ª RM RM
Ten Cel QCO CMJF Colegio
Ten Cel QCO CMJF Colegio
Ten Cel QCO CMPA Colegio
167
Controle
POSTO TIPO OM Interno/SEF Controle Interno/SEF
Sistema
Ten Cel QCO CCIEx CCIEx Contabilidade
Ten Cel QCO G Cmd Outros Outros
Ten Cel QCO CMil Outros Outros
Ten Cel QCO G Cmd Outros Outros
Sistema
Ten Cel QCO RM Outros Contabilidade
Ten Cel QCO Diretoria Outros Outros
Ten Cel QCO ODS Outros Outros
Ten Cel QCO OM Sau Outros Outros
Ten Cel QCO OM Sau Outros Outros
Maj QCO Diretoria Outros Outros
Sistema
Maj QCO CCIEx CCIEx Contabilidade
Sistema
Maj QCO RM Outros Contabilidade
Maj QCO G Cmd Outros Outros
Sistema
Maj QCO DCont SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO DGO SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
172
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Maj QCO ICFEx SEF Contabilidade
OM
Cap QCO Apoio/Sup Outros Outros
OM
Cap QCO Apoio/Sup Outros Outros
OM
Cap QCO Apoio/Sup Outros Outros
Sistema
Cap QCO CCIEx CCIEx Contabilidade
Sistema
Cap QCO CCIEx CCIEx Contabilidade
Sistema
Cap QCO CCIEx CCIEx Contabilidade
Cap QCO CMil Outros Outros
Cap QCO CMil Outros Outros
Cap QCO G Cmd Outros Outros
Cap QCO G Cmd Outros Outros
Sistema
Cap QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO COLOG Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO CPEx SEF Contabilidade
Cap QCO OM Tec/Pesq Outros Outros
Cap QCO OM Tec/Pesq Outros Outros
Cap QCO Diretoria Outros Outros
Cap QCO Diretoria Outros Outros
Sistema
Cap QCO DCont SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO DCont SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO DCont SEF Contabilidade
OM Sistema
Cap QCO Apoio/Sup Outros Contabilidade
Sistema
Cap QCO DGO SEF Contabilidade
Cap QCO EME EME EME
Cap QCO Escola Outros Outros
Cap QCO OM Sau Outros Outros
173
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Cap QCO OMCT Outros Outros
Cap QCO ICFEx Outros Outros
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Cap QCO OMCT Outros Outros
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
Cap QCO ICFEx SEF Contabilidade
OM
1º Ten QCO Apoio/Sup Outros Outros
OM
1º Ten QCO Apoio/Sup Outros Outros
1º Ten QCO BaApLogEx Outros Outros
Sistema
1º Ten QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO RM Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO COLOG Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO COLOG Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO COLOG Outros Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO CPEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO DCont SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO DCont SEF Contabilidade
1º Ten QCO ODS Outros Outros
1º Ten QCO ODS Outros Outros
Sistema
1º Ten QCO DGO SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO DGO SEF Contabilidade
1º Ten QCO ODS Outros Outros
1º Ten QCO OM Sau Outros Outros
Sistema
1º Ten QCO SEF SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO SEF SEF Contabilidade
175
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
1º Ten QCO OMCT Outros Outros
Sistema
1º Ten QCO ICFEx SEF Contabilidade
POSTO OM TIPO OM
Cel QCO COLOG ODS
Ten Cel QCO AMAN Escola
Ten Cel QCO Cmdo Bda Inf Pqdt Bda
Ten Cel QCO Cmdo 2º Gpt E G Cmd
Ten Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 5ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 5ª RM RM
Ten Cel QCO DAProm Diretoria
Ten Cel QCO DEC ODS
Ten Cel QCO DECEx ODS
Ten Cel QCO EME ODG
Ten Cel QCO GabCmtEx OADI
Ten Cel QCO STM Externo
Ten Cel QCO STM Externo
Ten Cel QCO 4ª ICFEx OM Tec/Pesq
Maj QCO Ba Av T OM Apoio/Sup
Maj QCO CAEx OM Tec/Pesq
Maj QCO CCFEx / FSJ OM Tec/Pesq
Maj QCO CEBW Operacional
Maj QCO Cmdo Bda Inf Pqdt Bda
Maj QCO Cmdo 11ª Bda Inf L Bda
Maj QCO DGP ODS
Maj QCO EME ODG
Maj QCO EsFCEx Escola
Maj QCO EsFCEx Escola
176
POSTO OM TIPO OM
Cel QCO Cmdo 10ª RM RM
Cel QCO Cmdo 9ª RM RM
Cel QCO H Ge FORTALEZA OM Sau
Cel QCO H Mil A BRASÍLIA OM Sau
Cel QCO H Mil A RECIFE OM Sau
Cel QCO HCE OM Sau
Ten Cel QCO Cmdo 1ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 12ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 4ª Bda Inf L Mth G Cmdo
Ten Cel QCO EsFCEx EE
Ten Cel QCO H Ge BELEM OM Sau
179
POSTO OM TIPO OM
Cel QCO Cmdo CMA SI
Cel QCO Cmdo 6ª RM SI
Cel QCO COTER SI
Cel QCO DECEx SI
Cel QCO DGP SI
Cel QCO DSau SI
Cel QCO HCE OMau
Cel QCO MD SI
Ten Cel QCO CDS INT
Ten Cel QCO CDS INT
Ten Cel QCO CDS INT
Ten Cel QCO CDS INT
Ten Cel QCO CEBW SI
Ten Cel QCO CITEx INT
Ten Cel QCO Cmdo CMS SI
Ten Cel QCO Cmdo 6ª RM SI
184
POSTO OM TIPO OM
Cel QCO DECEx DECEx
Cel QCO CMR Colegio
Cel QCO DGP DGP
Ten Cel QCO AMAN AMAN
Ten Cel QCO CMB Colegio
Ten Cel QCO CMC Colegio
Ten Cel QCO CMF Colegio
Ten Cel QCO CMF Colegio
Ten Cel QCO CMJF Colegio
Ten Cel QCO DECEx AMAN
Ten Cel QCO IBEx Pesquisa
Maj QCO CMB Colegio
Maj QCO CMCG Colegio
Maj QCO Cmdo 6ª Bda Inf Bld Gcmd
Maj QCO CMF Colegio
Maj QCO CMJF Colegio
Maj QCO CMPA Colegio
Maj QCO CMPA Colegio
Maj QCO CMR Colegio
Maj QCO CMRJ Colegio
Cap QCO CMC Colegio
Cap QCO CMCG Colegio
Cap QCO CMRJ Colegio
Cap QCO CMRJ Colegio
Cap QCO CPOR / CM - BH CPOR
1º Ten QCO CMB Colegio
1º Ten QCO CMJF Colegio
1º Ten QCO CMM Colegio
1º Ten QCO CMRJ Colegio
1º Ten QCO CMSM Colegio
1º Ten QCO EsFCEx EsFCEx
1º Ten QCO EsFCEx EsFCEx
Cel QCO EsSG EsSG
190
POSTO OM TIPO
Cel QCO Cmdo 1ª RM RM
Cel QCO Cmdo 4ª RM RM
Cel QCO HCE OM Sal
Cel QCO MD MD
Ten Cel QCO CCFEx / FSJ Pesquisa
Ten Cel QCO Cmdo 1ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 1ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 11ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 2ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 4ª RM RM
Ten Cel QCO Cmdo 6ª Bda Inf Bld Outros
Ten Cel QCO CMDO 9º GPT LOG OM Sup
Ten Cel QCO Cmdo 9ª RM RM
Ten Cel QCO DAbst DAbst
Ten Cel QCO DAbst DAbst
Ten Cel QCO EsFCEx EE
H Mil A PORTO
Ten Cel QCO ALEGRE OM Sal
Ten Cel QCO HFA OM Sal
Ten Cel QCO IBEx Pesquisa
Ten Cel QCO 6º D Sup OM Sup
Maj QCO AMAN EE
Maj QCO BPEB PE
Maj QCO CIJF/ CEAC Zoo
Maj QCO Cmdo 1ª RM RM
Maj QCO Cmdo 11ª Bda Inf L Outros
Maj QCO CMDO 3º GPT LOG OM Sup
Maj QCO Cmdo 3ª RM RM
Maj QCO Cmdo 4ª Bda C Mec Outros
Maj QCO Cmdo 4ª Bda C Mec Outros
Maj QCO CPOR / CM - BH EE
Maj QCO Dep Subs SANTA MARIA OM Sup
Maj QCO Dep Subs SANTA MARIA OM Sup
Maj QCO Dep Subs SANTA MARIA OM Sup
Maj QCO DSau DSau
Maj QCO EsSEx EE
Maj QCO IBEx Pesquisa
Maj QCO IBEx Pesquisa
Maj QCO LQFEx Pesquisa
Maj QCO 1º D Sup OM Sup
199
1º RCG http://www.1rcg.eb.mil.br/index.php/editoria-g
1º CTA http://www.1cta.eb.mil.br/index.php/organograma
1ª RM http://intranet.1rm.eb.mil.br/novaintra/index.php/quem-somos
1ª DE http://www.1de.eb.mil.br/organograma
2º GPTE http://intranet.2gpte.eb.mil.br/index.php/organograma2
2º Gpt Ehttp://www.2gpte.eb.mil.br/organograma.html
2º CTA http://www.cml.eb.mil.br/organograma.html
2ª Brigada de Infantaria de Selva http://www.2bdainfsl.eb.mil.br/organograma.html
3º CTA http://www.3cta.eb.mil.br/index.php/menu-institucional
3º ICFEX http://intranet.3icfex.eb.mil.br/index.php?content=organograma
4º CTA http://www.4cta.eb.mil.br/organograma.html
4º BPE http://www.4bpe.eb.mil.br/index.php/conteudo-organograma
4ª ICFEX http://intranet.4icfex.eb.mil.br/index.php/organograma
5ªRMhttp://intranet.5rm.eb.mil.br/images/5rm/assessoria_gestao/organograma/organograma
6º CTA http://www.6cta.eb.mil.br/institucional
6ª ICFEX http://intranet.6icfex.eb.mil.br/index.php/saa-organograma-menu
http://10.1.140.6/imagens/estrutura_organizacional_cml.jpg
7ªRMhttp://intranet.7rm.eb.mil.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1
27&Itemid=303
7ª ICFEx http://www.7icfex.eb.mil.br/index.php/secoes
7ª CTA http://www.7cta.eb.mil.br/index.php/organograma-menu
9ª RM http://intranet.9rm.eb.mil.br/index.php/2015-07-21-15-06-47
10ª RM http://www.10rm.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
11ª ICFEx http://intranet.11icfex.eb.mil.br/index.php/organograma
12ªRMhttp://intranet.12rm.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=126&
Itemid=314
12ª ICFEX http://www.12icfex.eb.mil.br/2013-10-27-00-11-6.html
21CT http://intranet.21ct.eb.mil.br/index.php/organograma
41CThttp://intranet.41ct.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=134&Ite
mid=332
51 CT http://intranet.51ct.eb.mil.br/pt-br/institucional/organograma
202
52 CTA http://www.52ct.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
52 CT http://intranet.52ct.eb.mil.br/index.php/orgonograma
71 BIMTZ http://www.71bimtz.eb.mil.br/index.php/conteudo-organograma
B Adm Ap CMO http://intranet.badmapcmo.eb.mil.br/index.php/organograma
CASLODE https://caslode.defesa.gov.br/site/index.php/organograma
CAVEX http://www.cavex.eb.mil.br/
CCFEX http://www.ccfex.eb.mil.br/organograma
CCIEX http://intranet.cciex.eb.mil.br/index.php/institucional/organograma
CCOMGEX http://www.ccomgex.eb.mil.br/index.php/organograma
CCOPAB http://intranet.ccopab.eb.mil.br/index.php/ccopab/organograma
CDS http://www.cds.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
CEBW http://www.cebw.org/pt-br/2013-06-17-17-40-02/organizacao
CEP/FDC http://www.cep.eb.mil.br/estrutura-organizacional
CIAVEX http://www.ciavex.eb.mil.br/index.php/component/content/article?id=188
CIDEX http://www.cidex.eb.mil.br/estrutura-organizacional
CIDEX http://www.cidex.eb.mil.br/estrutura-organizacional
CMA http://intranet.cma.eb.mil.br/index.php/area-de-imprensa
CMA http://www.cma.eb.mil.br/home/organograma.html
Cmdo 10 RM http://www.10rm.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
Cmdo 5º RM http://www.5rm.eb.mil.br/ssip-5/5-rm/escalao-de-pessoal/ssip-5/home-ssip
Cmdo 7 RM http://www.7rm.eb.mil.br/index.php/conteudo-organograma
Cmdo CMS http://www.cms.eb.mil.br/attachments/category/2/Editado.jpg
CMF http://www.cmf.eb.mil.br/index.php/editoria-d
CMJF http://www.cmjf.eb.mil.br/organograma.php
CMMhttp://www.cmm.eb.mil.br/images/CMM_2017/S_excelencia/Organograma%20do%20
CMM%20-%20ATUALIZADO.pdf
CMNE http://www.cmne.eb.mil.br/index.php/component/content/article?id=372
CMO http://intranet.cmo.eb.mil.br/index.php/institucional/organogrma
CMPhttp://10.133.136.6/intranet/index.php?option=com_content&view=article&id=23&Item
id=133
CMR http://intranet.cmr.eb.mil.br/index.php/organograma
CMShttp://intranet.cms.eb.mil.br/portal/attachments/category/2/Organograma%20CMS%202
018.jpg
Colégio Militar do Recife http://www.cmr.eb.mil.br/index.php/organograma
203
COLOG http://www.colog.eb.mil.br/index.php/estrutura
COTER http://www.coter.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
CPM http://www.cmp.eb.mil.br/images/sistema/organograma_cmp.png
CTEx http://www.ctex.eb.mil.br/organograma
D Abst http://www.dabst.eb.mil.br/index.php/2013-10-27-00-11-6
DCIPAS http://www.dcipas.eb.mil.br/index.php/component/content/article?id=129
Dconthttp://intranet.dcont.eb.mil.br/organograma.html
Dmat http://intranet.dmat.eb.mil.br/sobre
DCT http://www.dct.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
DECEx http://www.decex.eb.mil.br/subordinacao
DEPA http://www.depa.eb.mil.br/estrutura
DETMIL http://intranet.detmil.eb.mil.br/v1/index.php/organograma
DETMIL http://www.detmil.eb.mil.br/organograma
DF http://intranet.df.eb.mil.br/index.php/pt/organizacao/organograma
DF http://www.df.eb.mil.br/estrutura-organizacional
DFPC http://www.dfpc.eb.mil.br/index.php/subordinacao
DGO http://www.dgo.eb.mil.br/index.php/pt-br/organograma-e-atribuicoes
DGP http://www.dgp.eb.mil.br/index.php/acoes-e-programas/57-institucional-dgp/83-
organograma
DIORFI http://diorfi.dgp.eb.mil.br/index.php/organograma
DOM http://www.dom.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
DPIMA http://www.dpima.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
DSM http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/organograma
DSM http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/organograma
ECEME http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/copiar.php?codarquivo=450&act=sep
EGGCF http://www.eggcf.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
EGGCFhttp://intranet.eggcf.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=81&
Itemid=309
EME http://www.eb.mil.br/organograma
ESAO http://www.esao.eb.mil.br/organograma
ESAO http://www.esao.eb.mil.br/organograma
EsFCEx http://www.esfcex.eb.mil.br/index.php/organograma-esfcex
GSI http://www.gsi.gov.br/sobre/estrutura
HCE http://www.hce.eb.mil.br/organograma
204
HFA http://www.hfa.mil.br/institucional?layout=edit&id=155
HGUBA http://www.hguba.eb.mil.br/index.php/organograma
HGUN http://www.hgunatal.eb.mil.br/index.php/organograma
HMASP http://www.hmasp.eb.mil.br/index.php/institu
HMILACG http://www.hmilacg.eb.mil.br/institucional.html
IBEX http://intranet.ibex.eb.mil.br/index.php/organograma
IBEX http://www.ibex.eb.mil.br/en/organograma.html
MD https://www.defesa.gov.br/institucional/ii-estrutura-organizacional
SEF https://www.sef.pt/pt/PublishingImages/Organograma2017.jpg
SGEX http://intranet.sgex.eb.mil.br/index.php/estrutura-do-orgao
APÊNDICE G – Artigo Científico
1º Ten Al Glaucimeire de Carvalho Pereira7, 1º Ten Al Igor Ferrão Albuquerque8, 1º Ten Al Kalmeron
Torres Rafael da Silva9, 1º Ten Al Marcos Francisco da Silva10, 1º Ten Al Wellington Damasceno
Cavalcante11, 1º Ten Al Wiliam Roger Reis12
Resumo. O presente artigo tem por objetivo analisar a forma mais eficiente de emprego do Oficial QCO ao longo de sua carreira.
Adotou-se como metodologia: uma revisão teórica consistente em pesquisa bibliográfica, na busca trabalhos que mostravam a
importância da existência de um plano de carreira bem definido; uma análise dos sistemas do Exército à luz da moderna teoria
da Administração; a análise e comparação da legislação que regula carreira do Exército e de outras Forças Armadas, seja nacional
ou estrangeira; e por fim, uma pesquisa de levantamento de dados realizada por levantamento de dados através da base de dados
do Departamento Geral de Pessoal (DGP) e a elaboração um questionário online. Como resultado, a partir da revisão
bibliográfica, verificou-se que a carreira em Y desponta como ideal capaz de atender os atuais anseios da Força. O estudo de
outras carreiras permitiu verificar que outras forçam buscam potencializar seus recursos humanos e existem oportunidades de
melhoria para o Exército. A pesquisa de dados mostrou que embora os oficiais estejam corretamente alocados dentro dos
sistemas, restringem-se a ocupação de cargos de natureza operacional, além de demonstrar os anseios desses oficiais por
oportunidades de capacitação profissional. Ao final pode-se chegar a proposta de um plano de carreira em Y, permitindo que em
determinado ponto da carreira, o oficial venha adotar uma vertente técnica ou de gestão administrativa, conforme capacitação
adquirida.
Abstract: The article aims to analyze the most efficient way of employment of the Official QCO throughout his career. It was
adopted as methodology: a theoretical review consisting of bibliographical research, in the search for works that showed the
importance of the existence of a well defined career plan; an analysis of Army systems in the light of modern management
theory; the analysis and comparison of legislation that regulates the career of the Army and other Armed Forces, whether national
or foreign; and finally, a data collection survey carried out by data collection through the General Department of Personnel
(DGP) database and the elaboration of an online questionnaire. As a result, from the bibliographic review, it was verified that
the career in Y emerges as an ideal capable of attending to the current yearnings of the Force. The study of other careers allowed
to verify that others force to search to potentiate their human resources and there are opportunities of improvement for the army.
Data research has shown that while officers are properly allocated within systems, they are restricted to holding positions of an
operational nature, as well as demonstrating their eagerness for professional training opportunities. At the end, the proposal of a
career plan in Y can be reached, allowing the officer to take a technical or administrative management course, according to the
qualification acquired.
7
Bacharel em Jornalismo em 2007 e Licenciada em Pedagogia em 2016, ambos pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro;
pós-graduada em Educação Tecnológica em 2016 pelo CFET/RJ. [email protected]
8
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas; [email protected]
9
Bacharel em Enfermagem pela Fundação de Ensino Superior de Olinda em 2011. [email protected]
10
Bacharel em Engenharia de Informação pela Universidade Federal do ABC em 2016. [email protected]
11
Tecnólogo em Gestão Pública 2013 e Bacharel em Administração em 2015 pela Universidade do Sul de Santa de Catarina;
[email protected]
12
Bacharel em Direito pela Universidade Vale do Rio Verde em 2015. [email protected]
206
conhecimentos dentro de sua área profissional. dos principais objetivos e das estratégias
Almeida (2010), afirma que o plano de carreira organizacionais, lida com os assuntos
ajuda a pessoa a ter controle sobre sua própria relacionados com o longo prazo e com a
vida, e para a empresa, diminui riscos e totalidade da organização. É o nível que se
rotatividade, mantendo os funcionários relaciona com o ambiente externo da
motivados, assim como aumenta a produtividade, organização”.
a qualidade dos serviços prestados e os ganhos No tocante ao nível gerencial, também
financeiros. Assim, considera-se que os denominado nível tático, Chiavenato (2014)
indivíduos motivados se mantêm na realização da afirma ser o nível intermediário situado entre o
tarefa até que os objetivos sejam atingidos. nível institucional e o técnico, zelando pelo
Dentre as formas de carreira paralela relacionamento e pela a integração desses dois
destacamos a carreira em Y, que para DUTRA níveis. Ainda, segundo o autor, “uma vez tomadas
(2010) é uma sequência de posições que uma as decisões no nível institucional, o nível
pessoa pode assumir dentro de uma organização, gerencial é o responsável pela sua transformação
orientada em duas direções, uma de natureza em planos e programas para que o nível técnico os
técnica e/ou funcional e outra de natureza execute”. Desta forma, “o nível gerencial trata do
gerencial, sendo garantido em ambas as direções detalhamento dos problemas, da captação dos
o acesso aos maiores níveis de remuneração recursos necessários para alocá-los dentro das
oferecidos pela empresa. diversas partes da organização e da distribuição e
Dutra (2010) expõe que o plano de colocação dos produtos e serviços da
Carreira em Y apresenta uma base comum, organização”.
garantido maior flexibilidade na alocação dos Por fim, quanto ao nível técnico, também
recursos humanos, e que o profissional em titulado nível operacional, é classificado por
“estágio mais maduro” opta pela carreira técnica Chiavenato (2014) como o nível mais baixo da
ou gerencial. o Exército, por meio da Portaria Nº organização, no qual as tarefas são executadas, os
232-EME, de 5 de junho de 2017, aprovou a programas desenvolvidos e as técnicas aplicadas.
Diretriz para o Aproveitamento de Qualificações “É o nível que cuida da execução de operações e
Funcionais Específicas no Exército Brasileiro tarefas. É voltado ao curto prazo e segue
(EB20-D-01.024), aplicando os moldes da programas e rotinas desenvolvidos no nível
modalidade de carreira em Y aos Oficiais gerencial”.
formandos na AMAN.Para analisar os possíveis Cabe ressaltar que essa estruturação
empregos do Oficial do QCO no Exército hierárquica, quando aplicada em organizações
Brasileiro, fez-se necessário compreender os complexas, pode referir-se tanto à organização em
diversos níveis administrativos existentes em uma sua totalidade quanto às suas unidades. Essas
organização. Para Parsons (1956 apud unidades também possuem gestores, objetivos e
CHIAVENATO, 2012), as organizações estratégias em nível institucional, atrelados à
defrontam-se com uma multiplicidade de administração central.
problemas classificados e categorizados, em que
a responsabilidade pelas soluções podem ser
atribuída a diferentes níveis hierárquicos da
organização. Desta forma, a organização se
desdobra em três níveis hierárquicos:
institucional, gerencial e técnico.
Em relação ao nível institucional,
Chiavenato (2014) define ser o nível mais
elevado, formado por dirigentes ou de altos
funcionários. É também denominado nível
estratégico, pois “é o responsável pela definição
209
Fonte: Autores
O paralelo entre as carreiras mostra que Outro ponto em destaque, é o fato de esses
existe uma similaridade entre todas as Forças oficiais técnicos poderem chefiar e dirigir em três
Armadas analisadas, pois, todas partem de um das cinco forças analisadas, apenas na FAB e no
curso de formação, e ao longo da carreira EB não existe essa previsão. Além disso, até o ano
apresentam possibilidades de aperfeiçoamento e 2017, o QCO e o QAOp eram os únicos quadros,
especialização. Cabe ressaltar que de todos os dentro dos exércitos analisados, que não possuíam
quadros analisados, o Cuerpos Comunes é o único qualificação ao Estado Maior. A partir de 2018 o
que apresenta acesso ao generalato, no entanto ele QCO teve acesso ao curso, no entanto, o
é um quadro fora de uma força armada regular, ele percentual dentro de cada turma com acesso a essa
é comum a todas as forças, caracterizando um qualificação é menor do que 1%.
regime próprio dentro do Ministério da Defesa
espanhol o que pode explicar a necessidade de
oficiais generais.
211
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
A análise dos gráficos acima mostra que A Figura 10 apresenta a distribuição para
81% dos QCO estão sendo empregados dentro do o posto de Major. É observado que a maioria atua
SINFEx, e 15% dos que estão fora do Sistema, como chefe de seção nos diversos níveis (como
estão sendo empregados em Estabelecimentos de ocorreu para os postos superiores). Como chefe de
Ensino ou OM de saúde. divisão a ocorrência limitou-se basicamente a OM
Esses valores indicam que a maioria de nível operacional (cerca de 9%). A função de
desses militares está sendo alocada em OM onde maior nível ocupada por esses militares são
eles podem exercer funções inerentes a área de TI, assessores em OM de nível estratégico. Com
o que revela uma alocação eficiente do recurso em relação à atuação em colégios militares, observa-
relação às Organizações Militares onde atuam. se que cerca de 7% atuam como professores e
cerca de 10% atuam como chefe de seção.
2.6 Análise dos dados obtidos junto aos Oficiais
QCO Figura 10 Alocação de Major do QCO
função de maior nível ocupada por esses militares Estágios que o Sr(a) possui? (ex.: CEB, CAM,
são assessores em OM de nível estratégico. Com Guerra Cibernética).
relação à atuação em colégios militares, observa- 6-Escreva um pouco sobre cursos que
se que cerca de 8% atuam como professores e tenha realizado fora do eixo militar (cursos livres,
cerca de 4% atuam como chefe de seção. especializações, MBA, mestrado, doutorado, etc).
O acesso à qualificação através de curso
Figura 11 Alocação de Capitão e 1º Tenente do QCO militares pode ser avaliado pelas respostas ao
item 5.
Figura 12 – Acesso à qualificação militar
Fonte: autores
8-Existe alguma outra função dentro da sua Do gráfico, observa-se que cerca de 35%
OM ou em outra OM que o Sr(a) possa aplicar seus dos QCO indicam a existência de funções dentro
conhecimentos de forma mais eficiente em relação a de suas áreas de conhecimento, onde estariam
função que atua hoje? Se sim qual (is)? fazendo uso mais eficiente do conhecimento
adquirido ao longo da carreira.
Figura 14 – Aplicação dos conhecimentos na função
exercida
Figura 16 – Distribuição das possibilidades de funções a
serem exercidas por postos
Fonte: autores
Fonte: autores
Baseado no gráfico, é possível verificar
que mais de 75% dos QCO indicaram que O resultado da análise do item 7 do
utilizam índices iguais ou maiores que 7 (em uma questionário indica que grande parte dos QCO
escala de 0 a 10) dos conhecimentos adquiridos está atuando em funções que utilizam seus
nas funções que exercem hoje. Esse dado indica conhecimentos de maneira eficiente. No entanto,
que o emprego do QCO está sendo realizado de a análise do item 8 mostra que, de modo geral,
maneira eficiente em relação às áreas em que são existe uma parcela (cerca de 35%) que poderia
detentores de conhecimento. estar sendo mais bem empregada em outras
funções dentro do Exército. Porém, quando se faz
A análise do item 8 do questionário revela a análise dentro dos postos, um número chama a
se os militares do quadro visualizam outras atenção: cerca de 70% dos Coronéis QCO
funções onde podem empregar seus indicam a existência de outra função que poderia
conhecimentos de maneira mais efetiva. estar sendo exercida por eles de forma a usar seus
conhecimentos com maior eficiência. Isso pode
Figura 15 – Emprego do militar em outra função indicar um emprego não proveitoso do QCO no
último posto da carreira.
215
Usando essa estratégia, pode-se propor um da Força e, por fim, ser empregado na área de
itinerário de carreira para o Oficial QCO que qualificação, demonstram o aumento na
englobe a possibilidade de atuar como gestor ou valorização e reconhecimento desses militares.
como assessor. Por outro lado, o Exército ganha com o
Nesse sistema, o militar passa emprego mais efetivo dos militares, aumentando
praticamente a metade da carreira atuando na o rendimento desses profissionais e elevando os
atividade fim, dentro do nível operacional. Dessa índices de qualidade no trabalho.
forma, o Exército extrairá o máximo das
competências desses profissionais, pois, desde o
momento de seu ingresso o militar fará uso de
suas qualificações, desempenhando atividades
para qual foi formado na graduação.
Durante esse período, o militar poderá se
especializar em sua área de formação ou se
qualificar como gestor, através de cursos de
especialização, MBA ou mestrado.
Ao chegar ao posto de Major o oficial
poderá seguir atuando na área técnica, em níveis
mais altos do sistema, ou seguir dentro de
organização de nível operacional, atuando em
funções táticas dentro das divisões (ou seções
com maior grau de complexidade).
No posto de TC, se optar pelo “braço” de
gestão e possuir o curso de chefia e direção,
poderá de acordo com esse modelo, chefiar
unidades de nível operacional de cunho técnico.
Caso não possua esse requisito, poderá atuar na
Subchefia, Subdireção ou permanecer atuando na
chefia das divisões. Caso o militar possua
o CGAEM, poderá atuar no Estado Maior das
diretorias e ODS.
Porém, se a opção for por seguir se
especializando, tornando-se mestre ou doutor,
poderá atuar como assessor, consultor, perito ou
técnico em órgãos de nível estratégico dos
sistemas.
Esse modelo atende as principais
demandas dos oficiais QCO, sendo elas:
- Cursos de qualificação – ao longo da
carreira, os militares teriam acesso a cursos de
especialização, mestrado ou doutorado, além de
acesso a cursos dentro da Força em áreas
específicas.
- Emprego na área de especialidade –
emprego de acordo com as competências técnicas
e ou gerencias, atende à demanda de utilização do
QCO em área adequada a sua formação.
- Valorização – a possibilidade de
ascender a funções de chefia, assessorar níveis
táticos e estratégicos, realizar cursos dentro e fora
217
Nota: * 20% é baseado nos valores apresentados para a carreira do QEM e dos Oficiais Médicos
Fonte: Autores
Nessa proposta, o oficial QCO ingressa voltados para área de gestão. Sendo um desses
como Tenente, faz o Curso de Especialização cursos (ECEME, CGAEM, mestrado), requisito
Básica (CEB) e o Curso de Aperfeiçoamento mínimo para a promoção ao posto de Coronel.
Militar (CAM), ambos como requisitos para No posto de TC, se o militar possuir o
chegar ao posto de Major. Nesse período de 17 curso de chefia e direção poderá atuar como chefe
anos, ele atua na atividade para qual foi formado, ou diretor de organização de nível operacional ou
dentro de seções em unidades de nível atuar em Estado Maior de OM em nível tático ou
operacional (atuando como adjunto ou chefe) ou estratégico. As mesmas funções podem ser
unidades de níveis mais altos atuando como atribuídas ao possuidor do CGAEM (com
assessores de outros oficiais. Também, nesse exceção da chefia). Caso o militar seja mestre ou
período, o militar pode se qualificar em cursos de doutor na sua área de competência, poderá atuar
especialização, mestrado ou cursos na área de nas organizações de nível estratégico e tático
gestão. como assessor, perito, auditor, técnico, dando
Ao chegar ao posto de Major, o militar suporte às atividades que influenciarão todo o
possuidor de cursos voltados para gestão estará Exército.
apto a trabalhar dentro das divisões da OM como A alocação de militares mais experientes
adjunto e posteriormente chefe. Se possuidor de em níveis mais elevados do sistema preenche a
cursos de pós-graduação, na sua área de atuação, lacuna existente nesses níveis e atende à demanda
poderá atuar em organizações de nível tático do desses oficiais em relação a profissionais da área
sistema como assessor, consultor, técnico, etc. de ensino. A previsão de ascensão na carreira
Nesse posto, o militar poderá realizar os aumenta a sensação de valorização e motiva a
cursos de chefia e direção (ECEME) ou o busca pelo aperfeiçoamento continuo.
CGAEM, caso deseje atuar no Estado Maior de No modelo apresentado, existem pré-
ODS, Diretorias e Grandes Comandos. requisitos para exercer determinadas funções e
Ainda no posto de Major, poderá pleitear alcançar determinados postos. O que está de
cursos de mestrado na sua área de atuação ou acordo com as novas propostas do Exército
218
No entanto, a falta de uma legislação clara de níveis mais complexos e o uso do militar certo
relativa às atribuições do militar ao final de cada no lugar certo contribuirá com o desempenho do
etapa da carreira, faz com que ele passe muito Exército Brasileiro nos novos desafios vindouros.
tempo exercendo funções similares às exercidas
no início da carreira, podendo gerar desmotivação REFERÊNCIAS
e uso não eficiente de militares mais experientes.
Oficiais que poderiam contribuir com seus ALMEIDA, Nestor de. Plano de carreira, para
conhecimentos em funções mais complexas que serve? 2010. Disponível em:
dentro dos sistemas. <http://www.administradores.com.br/artigos/mar
A proposta de um plano de carreira keting/plano-de-carreira-para-que-
versátil no qual os militares possam atuar em serve/44272/>. Acesso em: 02 jun. 2018.
áreas técnicas ou de gestão, recaiu sobre a carreira
em Y, modelo que possibilita escolher o caminho
a ser trilhado, com base em suas qualificações. BRASIL. Exército Brasileiro. Portaria nº 1253, de
Esse tipo de carreira proporciona uma constante 5 de dezembro de 2013. Aprova a Concepção de
motivação ao profissional e o uso eficiente do Transformação do Exército e dá outras
recurso por parte da instituição, uma vez que os providências. Brasília – DF, 2013a. Disponível
militares são alocados em funções de acordo com em: <
suas competências individuais. http://www.ceeex.eb.mil.br/manuais/livreto_tran
A clareza no modelo de plano de carreira sformacao(2).pdf>. Acesso em: 03 jul. 2018.
proposto pode contribui para um melhor
planejamento a longo prazo, tanto por parte dos ______. Lei nº 7.831, de 02 de outubro de 1989.
militares como por parte do EB. Cria o Quadro Complementar de Oficiais do
Outrossim, no modelo apresentado, existe Exército (QCO), e dá outras providências.
a possibilidade desses militares chefiarem Brasília – DF, 1989a. Disponível em:
unidades técnicas, o que permitiria que militares <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1989/le
de outros quadros desempenhassem funções nas i-7831-2-outubro-1989-365486-
áreas para as quais foram formados, além de normaatualizada-pl.pdf>1. Acesso em: 25 jun.
contribuir com a valorização do quadro. Haja 2018.
vista o que está previsto no artigo 25 do R-41
(BRASIL, 1989a): ______.Lei nº 7.831, de 02 de outubro de 1989.
Cria o Quadro Complementar de Oficiais do
Art. 25. Os oficiais do QCO terão as mesmas
honras, direitos, prerrogativas, deveres,
Exército (QCO), e dá outras providências.
responsabilidades e vencimentos previstos Brasília – DF, 1989a. Disponível em:
em leis e regulamentos para os demais <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1989/le
oficiais de carreira. i-7831-2-outubro-1989-365486-
normaatualizada-pl.pdf>1. Acesso em: 25 jun.
Por fim, ficou evidente que existe a 2018.
necessidade de mudanças na atual sistemática de
emprego do oficial QCO. A instituição passa por
constantes mudanças e os planejamentos BRASIL. Exército Brasileiro. Portaria nº 232, de
estratégicos indicam a urgência no uso adequado 05 de junho de 2017. Aprova a Diretriz para o
dos militares. Aproveitamento de Qualificações Funcionais
O Exército é uma das maiores instituições Específicas no Exército Brasileiro (EB20-D-
do país e necessita de militares especializados 01.024). Brasília – DF, 2017b. Disponível em:
para atuar nos processos, dando suporte para as <http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/copiar.p
atividades de cunho finalístico do EB. Cada vez hp?codarquivo=1524&act=bre>. Acesso em: 26
mais a Força está sendo empregada em operações abr. 2018.
220