TEMA 2 - TREINAMENTO DE POTÊNCIA
TEMA 2 - TREINAMENTO DE POTÊNCIA
TEMA 2 - TREINAMENTO DE POTÊNCIA
TREINAMENTO DA FORÇA E DA
VELOCIDADE
Potência aeróbia
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A potência aeróbia é representada pela capacidade máxima de consumo
de oxigênio (VO2max). Dessa forma está relacionada com o condicionamento
cardiorrespiratório. A capacidade aeróbia é uma aptidão que está relacionada a
saúde e a performance. Quanto melhor a potência aeróbia há a tendência de ser
melhor o desempenho esportivo, principalmente de esportes de maior duração
(POWERS e HOWLEY, 2016).
A melhora da potência aeróbia não é conseguida somente pelo exercício
contínuo e duradouro. É importante que esse fato fique bem claro, pois na
tentativa de melhorar a capacidade aeróbia com treinos contínuos pode-se
reduzir a especificidade caso o esporte seja de curta duração. Hoje observamos
em estudos (GIBALA et al, 2012; SHIRAEV e BARCLAY, 2012) que os
exercícios intervalados de alta intensidade promovem incremento da potência
aeróbia tanto quanto, ou até superior, do que os exercícios contínuos.
Para desenvolver ou incrementar a potência aeróbia existem alguns
métodos. Um deles é o contínuo, onde não há pausas durante a prática. Este
pode ser intensivo, ou seja, volume mais baixo com intensidade mais elevada;
ou extensivo, onde temos volume mais alto e intensidade mais baixa. Outro
método muito eficaz que cada vez tem sido mais utilizado para essa finalidade é
o método intervalado. Um dos pioneiros a utilizar o método intervalado como
preparação física para esportes de longa duração foi Emil Zatopek que venceu
provas de 5km, 10km, 21km e 42km em olimpíadas. Emil utilizava exercícios
intervalados na sua preparação física.
Os métodos intervalados também podem ser intensivos ou extensivos. O
método intervalado se caracteriza por estímulos com intervalos de descanso que
podem ser passivos ou ativos. O método intervalado extensivo caracteriza-se
por estímulos mais longos com intensidade mais baixa. O método intervalado
intensivo se caracteriza por estímulos de menor duração e maior intensidade
como é o caso do HIIT (high intensity interval training).
Potência anaeróbia
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resistir a acidez metabólica, melhor será seu rendimento (POWERS e HOWLEY,
2016).
Para desenvolver a potência anaeróbia utilizamos exercícios que
possuem predominância nos sistemas energéticos anaeróbios. O principal e
mais potente é o sistema fosfagênio, de curtíssima duração, caracterizado por
estímulos de 15 a 30 segundos e alta intensidade (POWERS e HOWLEY, 2016).
Podemos utilizar exercício pliométricos para desenvolver a potência
anaeróbia e consequentemente a potência muscular. Pode-se utilizar também
exercício para força pura com 2 a 5 repetições por cerca de 3 a 8 séries com
cargas acima de 85% de 1RM (ACSM, 2014).
A força muscular explosiva propriamente dita, que também utiliza-se do
metabolismo anaeróbio, caracteriza-se pela realização de 6 a 10 repetições de 4
a 6 séries com 30 a 60% de 1 RM. Nesse caso a velocidade de execução deve
ser máxima (ACSM, 2014).
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ligação da miosina com a actina (BEACHLE e EARLE, 2010; DANTAS,
1998).
Entretanto se a fase de alongamento ou fase excêntrica foi muito
longa, ou ainda requer uma amplitude de movimento muito grande essa
energia é dissipada na forma de calor. É por esse motivo que exercícios
pliométricos, que muitas vezes são utilizados com caixas com altura maior
que 50cm não produzem efeitos no ganho de potência e força, pois a
energia elástica é dissipada (BOYLE, 2017; BOYLE, 2015).
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Exemplo de exercício pliométrico: Atleta realiza um salto aterrissa
realizando flexão de joelho e alongamento dos músculos do quadríceps,
ativando os fusos musculares e acumulando energia potencial elástica. Em
seguida realiza uma contração concêntrica que é somada a tensão passiva.
FONTE: shutterstock.com
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Podem ser realizados trabalhos pliométricos das seguintes maneiras:
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Uma sugestão de programa seria iniciar com treino de força com uma carga em
que se possa levantar por 6 repetições. Após estar adaptado, deve-se
incrementar a velocidade de execução com a mesma carga. Após incrementar a
velocidade aumentar o número de repetições para até 12, mantendo a carga que
inicialmente realizava-se apenas 6 repetições. Quando conseguir realizar de 6 a
12 repetições com alta velocidade aí sim aumenta-se a carga para que
novamente não passe de 6 repetições. Caso não consiga executar o exercício
com o incremento da carga esse deve ser interrompido (BOMPA, 2005; BOMPA,
2002).
Essa é uma estratégia para progressão e periodização do treinamento de
potência. O tempo de cada fase vai depender do praticante, pois o momento que
ele executa com facilidade é o momento de incremento (ou de velocidade ou de
carga de acordo com o que foi descrito acima).
Os intervalos de descanso devem respeitar de 2 a 3 minutos com cargas
abaixo de 85% de 1RM, de 3 a 5 minutos com cargas maiores que 85% de 1
RM. Os exercícios podem ser realizados com barra, medicine ball, saltos e
quedas (BOMPA, 2005; BOMPA, 2002; DANTAS, 1998).
Para a seleção do exercício deve-se levar em consideração o gesto
esportivo ou o gesto funcional específico. Pode iniciar com exercícios básicos,
mas deve-se progredir para exercícios específicos assim que possível. A
intensidade deve ser determinada pela sobrecarga, que pode ser com a
utilização de pesos, ou altura de salto, queda ou caixa. A determinação de
volume pode seguir duas escolas (DANTAS, 1998):
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Saltos em profundidade.
REFERÊNCIAS
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