Sílvio Santos
Comunicador e empresário brasileiro
Por Laura Aidar
Formada em Comunicação
Biografia de Sílvio Santos
Sílvio Santos (1930-2024) foi um apresentador de televisão e empresário brasileiro.
Seu nome de batismo era Senor Abravanel. Começou a trabalhar como camelô aos 14
anos, quando aprendeu a negociar e a expor a sua voz, considerada poderosa.
Faleceu aos 93 anos em 17 de agosto de 2024, em decorrência de uma broncopneumonia.
O enterro, realizado no Cemitério Israelita do Butantã, contou com a presença
apenas de amigos e familiares.
Silvio Santos nasceu na Lapa, Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1930. Filho
do imigrante grego Alberto Abravanel, natural de Salônia, e da turca Rebeca
Abravanel, natural de Esmirna.
Começou a trabalhar na televisão na década de 60, se tornando um ícone. Construiu o
Grupo Silvio Santos, que inclui o SBT e TV Alphaville (redes de televisão), a
Liderança Capitalização (Tele Sena), assim como a marca de cosméticos Jequiti.
A trajetória do apresentador traz algumas controvérsias e fatos que demoraram a se
comprovar, como sua idade. O apresentador passou alguns anos mentindo sobre seu ano
de nascimento, dizendo que nasceu em 1935 quando, na verdade, veio ao mundo em
1930.
Outro acontecimento em sua vida que fez questão de esconder por quinze anos foi o
casamento com sua primeira esposa, assim como as filhas geradas dessa união.
Além de comunicador e empresário, tentou a carreira política, se candidatando a
prefeito de São Paulo e presidente nos anos 80, não obtendo sucesso. Seu patrimônio
é altíssimo, sendo uma das poucas personalidades brasileiras a entrar na lista de
bilionários da Revista Forbes.
Infância e primeiro trabalho
Silvio estudou na Escola Primária Celestino da Silva. Terminado o primário,
ingressou na Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti, onde se formou em
Contabilidade. Nessa época já exercia a atividade de camelô na Avenida Rio Branco.
Com 14 anos começou a trabalhar vendendo carteirinhas de plástico para título de
eleitor. Depois passou a vender canetas. Nessa época, começou a frequentar os
programas de auditório da Rádio Nacional. Passou a usar o sobrenome, Santos,
segundo ele, porque os santos ajudam.
O Exército e o início no rádio
Com 18 anos, Silvio serviu o Exército, na Escola de Paraquedistas em Deodoro. Como
não podia mais ser camelô nas ruas, passou a frequentar a Rádio Mauá, onde o
locutor principal era Celso Teixeira.
Pediu ao Celso que arrumasse algo para ele fazer na rádio e, começou a trabalhar no
programa de Silveira Lima, aos domingos e de graça. Quando deixou o Exército já
estava bem encaminhado como locutor na rádio.
Passou para a Rádio Tupi, acompanhando o Silveira Lima, que se transferira para
aquela emissora. Para ganhar mais dinheiro passou a vender tecidos, relógios, joias
e sapatos nas repartições públicas, escritórios e obras. Quando deixou a Rádio Tupi
foi para a Rádio Continental, que possuía estúdios em Niterói.
Serviço de propaganda na barca de Niterói
Durante as viagens de Niterói para o Rio de Janeiro durante a noite, Silvio teve a
ideia de colocar um serviço de alto-falante na barca para fazer anúncios. O passo
seguinte foi colocar música nas barcas que iam para Paquetá nos domingos levando
turistas.
Instalou um bar dentro da barca e organizou um bingo: cada pessoa que comprasse um
refrigerante ou cerveja recebia uma cartela e um lápis para marcar o jogo, que dava
prêmios. Silvio se tornou o maior vendedor dos produtos da Antarctica no Rio de
Janeiro.
Mudança para São Paulo
Convidado pelo diretor da Antarctica, Silvio foi conhecer São Paulo e ficou sabendo
que a Rádio Nacional precisava de um locutor. Fez o teste e passou. Em 1954 assinou
seu primeiro contrato de trabalho.
Convidado por Manuel da Nóbrega, começou a apresentar o quadro Cadeira de Barbeiro,
quando o Hélio de Souza deixou a Rádio Nacional. Paralelamente ao emprego na rádio,
lançou a revista Brincadeiras para você, onde fazia corretagem de anúncios. Silvio
retirou o bar da barca, que estava no estaleiro para reparos e, o instalou na
frente da Igreja Santa Cecília, próxima à rádio.
Shows em circos
Para ganhar mais dinheiro, começou a fazer shows em circos. Aos poucos organizou
grandes caravanas de artistas que se apresentavam na periferia e nos municípios
próximos a São Paulo.
Mesmo já tendo adquirido alguma prática nos shows, durante as apresentações, Silvio
ficava muito vermelho e por isso recebeu o apelido de “Peru que fala”.
Baú da Felicidade
Em 1956, Silvio Santos assumiu o Baú da Felicidade depois que Manuel da Nóbrega foi
enganado pelo “alemão” que não cumpriu o combinado. Silvio organizou a empresa,
mudou de nome e em 1963 fundou a BF Utilidades Domésticas e Brinquedos, que se
tornou a primeira empresa do grupo.
Vendendo carnês e entregando mercadorias a empresa se desenvolveu e logo estava
sorteando casas.
O império de Sílvio Santos
Com a evolução de seus negócios, Silvio foi criando empresas para auxiliá-lo nos
negócios, entre elas: Publicidade Silvio Santos Ltda, uma companhia de seguros, uma
construtora, uma financeira, uma concessionária de carros, uma seguradora, entre
outras.
O SBT
Paralelamente ao Baú, Silvio iniciou um programa noturno na TV Paulista
chamado Vamos Brincar de Forca. Com o sucesso, em 1961, começou um programa aos
domingos com brincadeiras e prêmios, com base no Baú.
Em pouco tempo o Programa Silvio Santos tomou conta das tardes do domingo. Em 1966
a TV Globo comprou a TV Paulista e o programa continuou. Em 1972 surgiu a
oportunidade de comprar 50% da TV Record, que serviu de trampolim para Silvio
conseguir seu canal em São Paulo, o que ocorreu em 22 de outubro de 1975.
Em 1981 entrou no ar a Rede SBT. Em 1993 o Programa Silvio Santos entrou para o
Guinness Book, o livro dos recordes, como “o programa mais duradouro da televisão
brasileira”. O programa estava completando 31 anos.
No comando de seu programa, Silvio Santos protagonizou cenas problemáticas, sendo
acusado de racismo, gordofobia e machismo, além de ter feito uma "brincadeira" com
a questão nazista.
Família e vida pessoal
Silvio Santos foi casado com Maria Aparecida Vieira Abravanel entre 1962 e 1977.
Ela morreu vítima de câncer no aparelho digestivo, com apenas 38 anos. Tiveram as
filhas Cíntia Abravanel e Silvia Abravanel, a última adotada. Em 1981, Silvio casa-
se com Íris Abravanel com quem teve quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebeca e
Renata.
Em 1988 teve uma doença na garganta e precisou fazer exames e se afastar da
televisão, causando preocupação. Suspeitou-se de que era um câncer nas cordas
vocais, mas logo soube-se que não era grave.
Sua filha Patrícia Abravanel foi sequestrada em 2001 na frente de sua casa e
libertada após o pagamento de fiança. O sequestrador foi perseguido pela polícia e
voltou à casa de Silvio Santos, invadindo o local e fazendo o próprio Silvio refém.
O criminoso só libertou o apresentador depois de sete horas, quando o governador
Geraldo Alckmim chegou e garantiu sua integridade.
Na madrugada de 17 de agosto de 2024, Silvio Santos faleceu, aos 93 anos. Ele
esteve internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o
começo de agosto, diagnosticado com H1N1.
Resumo da biografia de Sílvio Santos
OcupaçãoComunicador e empresário brasileiro
Data do Nascimento12/12/1930
Data da Morte17/08/2024 (aos 93 anos)
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Última atualização: 20/04/2023
Laura Aidar
Formada em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Fotografia
pela Escola Panamericana de Arte e Design.
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