MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS
MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS
MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS
CAPÍTULO 8.
A maioria destas medidas mitigadoras, descritas a seguir, na seção 8.1, constitui hoje em dia
um conjunto de boas práticas de gestão largamente adotadas por diversos segmentos da
indústria extrativa mineral. Seu emprego é relativamente simples, além de se tratar de
medidas tecnicamente exequíveis e economicamente viáveis, cujo sucesso depende
basicamente da aplicação dos conceitos de proteção ambiental por parte da empresa e da
adoção de procedimentos internos para garantir a execução das medidas propostas.
Por outro lado, muitos dos impactos negativos gerados pela mineração e beneficiamento são
tidos como temporários e deverão cessar quando da desativação do empreendimento, no
entanto, também há alguns impactos que podem perdurar caso não sejam tomadas medidas
corretivas. Desta forma, uma série de procedimentos de recuperação ambiental é descrita na
seção 8.6.
QUADRO 8.1
CORRELAÇÃO DOS IMPACTOS IDENTIFICADOS COM OS PROGRAMAS PROPOSTOS
SOCIO- COMPENSAÇÃO
MEDIDAS MITIGADORAS MONITORAMENTO AMBIENTAL FECHAMENTO E RECUPERAÇÃO
AMBIENTAIS AMBIENTAL
Monitoramento da revegetação
Prevenção da poluição do solo
X IMPACTOS AMBIENTAIS
Reafeiçoamento topográfico
erosivos e assoreamento
estéril ou de inertes)
e paleontológico
1 alteração nas condições do maciço s s s s s s
2 redução do estoque de recursos naturais s
3 risco de contaminação e alteração nas condições físicas do solo s s s s s s
4 alteração da qualidade do ar s s s s s
MEIO FÍSICO
QUADRO 8.1.1.1.1
PARÂMETROS GEOTÉCNICOS DA LAVRA ADOTADOS PELA CBPM
PARÂMETRO VALOR
Altura das bancadas finais 5m
Largura mínima das bermas finais 10 m
Ângulo da face dos taludes 60°
Largura mínima de rampas 10 m
Máxima declividade de rampas 10%
Fonte: CBPM., 2022.
Para o controle geotécnico dos taludes em estéril, este deverá ser realizado de modo integrado
com o controle do sistema de drenagem de águas pluviais, visto que um dos grandes
problemas de estabilidade de taludes em solo é a falha do sistema de drenagem de águas
pluviais, que provoca a formação de processos erosivos e assoreamento de cursos d’água.
No QUADRO 8.1.1.1.2 são apresentados os parâmetros geométricos que deverão ser
adotados na construção dos depósitos de estéril e que são atualmente utilizados na do
depósito de estéril da CBPM.
QUADRO 8.1.1.1.2
PARÂMETROS GEOTÉCNICOS DO DEPÓSITO DE ESTÉRIL DA CBPM
PARÂMETRO VALOR
Altura de bancada 10 m
Ângulo das faces das bermas 26,56°
Inclinação geral de talude da pilha 18,43°
Largura da berma 10 m
Largura dos acessos 10 m
Inclinação máxima dos acessos 10%
Fonte: CBPM., 2022.
✓ Reconstrução
Renovação completa dos padrões de serviço da estrada. Pode envolver o alargamento de
uma plataforma de uma estrada, a relocação de parte do seu traçado com intuito de
proporcionar melhores condições de segurança aos usuários ou ainda a execução de reforço
das condições estruturais do seu pavimento. O objetivo é elevar sua capacidade operacional.
A execução de um ou mais bueiros em determinada estrada é uma atividade que pode
igualmente ser enquadrada como um serviço de reconstrução. Por outro lado, existem
algumas atividades em que tais conceitos não se mostram suficientemente claros. Nesses
casos, podem ser enquadradas aquelas onde alguma melhoria está sendo agregada à
estrada. Instalar um novo dispositivo de sinalização, promover a troca de um tubo de um bueiro
ou implementar o aumento da capacidade de vazão de uma obra de arte corrente com sua
substituição por um que apresente diâmetro de maior calibre são atividades habitualmente
consideradas de serviços de manutenção.
• Manter ao máximo a vegetação natural dos cortes e aterros, entre outras áreas
sensíveis a processos erosivos.
A conformação ideal da pista de rolamento, para trechos retilíneos, deve ser como o
PROMINER
observado na seção transversal
PROJETOS LTDA apresentada na FIGURA 8.1.1.2.1 O abaulamento deve ser
1
simétrico e proporcionar uma inclinação de aproximadamente 4% para cada um dos lados da
pista de rolamento.
EIXO DA PISTA
SARJETA
SARJETA
4% 4%
FAIXAS LATERAIS
PLATAFORMA (P)
Nos trechos curvilíneos a inclinação da pista varia de acordo com o raio da curva, e deve se
dar mais atenção às obras de drenagem na faixa lateral em cota mais inferior, pois é para
onde a água de chuva escoa. A fim de garantir o desempenho adequado do sistema de
drenagem, deve-se prever ainda uma declividade longitudinal do conjunto da pista de
rolamento e canaleta de drenagem, usualmente entre 3% a 5%.
Na FIGURA 8.1.1.2.3 é apresentada em detalhe a seção transversal esquemática da sarjeta
utilizada para drenagem das vias de acesso.
20 km/h
PARE
FIGURA 8.1.1.3.4 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.5 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.6 – Placa para
placa de parada obrigatória. placa de regulamentação do locais com possibilidade de
tráfego de pedestres. ocorrência de desmoronamento.
são pequenos dispositivos que direcionam as águas até um ponto de descarga em caixa de
retenção de sólidos (bacia de decantação) antes de ser direcionadas à drenagem natural.
As leiras são dispositivos criados pelo empilhamento ordenado de material ao longo das vias.
A função da leira é proporcionar a dissipação de energia do fluxo de água e evitar processos
erosivos nas laterais da pista de rolamento.
O sistema de captação de drenagem nas áreas das bermas utilizará declividades máximas de
3%, objetivando controlar as velocidades das águas captadas e por consequência a erosão
das matérias de escavação.
Na área de lavra e na área de depósito de estéril, o processo de implantação das estruturas
do sistema de disciplinamento e tratamento de águas pluviais deve ser avaliado e adaptado
concomitante ao avanço da lavra e do depósito, de forma a garantir o funcionamento
adequado do sistema como um todo, tendo em vista que o processo de lavra é muito dinâmico
e as áreas onde são desenvolvidas as atividades minerárias e de apoio sofrem alterações
topográficas constantes. Nesta fase, as canaletas de captação e escoamento serão
escavadas em solo sem revestimento, com seção trapezoidal, apresentando uma
profundidade variável, acompanhando as vias de acesso e pés dos taludes. Sempre que a
topografia permitir, serão escavadas bacias de decantação com objetivo de permitir a
sedimentação dos sólidos.
O projeto executivo do sistema de disciplinamento e tratamento de águas pluviais deverá ser
elaborado ao longo do desenvolvimento das etapas de lavra, tendo em vista a adequada
conformação à situação topográfica vigente para cada etapa. Desta forma, o planejamento do
sistema de drenagem deverá ser validado de acordo com a situação topográfica existente à
época de implantação e readequado onde necessário.
As estruturas de drenagem nas áreas de extração do minério de fosfato, do depósito de estéril
e vias de acesso serão supervisionadas constantemente.
✓ Programas correlacionados
Um adequado sistema de drenagem nos acessos constitui-se no aspecto tão ou mais
importante, em projetos visando implantação de melhoramentos em estradas de terra, do que
o próprio revestimento da pista de rolamento. Conforme descrito na seção 8.1.1.2, uma
estrada de terra revestida e não contemplada com apropriados dispositivos de drenagem
estará com sua plataforma seriamente comprometida na primeira chuva que ocorrer.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Projeto Fazenda Pimenteiras
CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – Governo – Caracol - PI
PROMINER
PROJETOS LTDA 464
O controle de processos erosivos nos taludes em solo e de áreas de depósito de estéril deverá
ser realizado pela CBPM de modo integrado entre o atendimento aos parâmetros geométricos
previstos em projeto e a adoção do sistema de drenagem de águas pluviais. Os parâmetros
geométricos previstos para taludes em solo e para o depósito de estéril foram previstos na
seção 8.1.1.1.
Os demais resíduos não perigosos e não recicláveis, em especial os resíduos orgânicos que
eventualmente forem gerados na área de lavra serão acondicionados em tambores e serão
armazenados em locais apropriados para posteriormente serem encaminhados para
destinação adequada.
Serão instalados coletores seletivos de resíduos em toda a área do empreendimento da CBPM
para garantir a adequada segregação dos resíduos.
• Evitar a detonação de explosivos que não sejam confinados; evitar detonações a céu
aberto quando as condições climáticas estiverem adversas; evitar o uso excessivo de
carga explosiva;
• Utilizar tamponamento adequado, sistema de retardamento para evitar vibração e
sobrepressão atmosférica, sistema de tubos de choque para acionamento dos
explosivos;
• Dependendo do caso, implantar barreiras físicas com utilização de material estéril;
• Otimizar a fragmentação do desmonte primário;
• Comunicar a população sobre os horários de detonações.
Serão respeitados os padrões legais da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
NBR 10151:2019 e NBR 10152:2017, que tratam da avaliação de ruídos em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade e da norma ABNT NBR 9653:2018 que definem os níveis
de vibração e sobrepressão atmosférica aplicáveis a fim de prevenir danos as edificações
vizinhas e conforto da população local.
A remoção destes regenerantes deverá ser realizada com o auxílio de uma pá (com cuidado
para não danificar o sistema radicular e preservando-se o torrão), sendo os mesmos
transplantados diretamente para embalagens plásticas individuais preenchidas com solo
úmido.
Caso seja do interesse da CBPM, poderá ser instalado no empreendimento um viveiro de
mudas para transferência das plantas resgatadas, proporcionando condições adequadas para
a conservação, minimizando o estresse destes indivíduos até a definição de seu destino.
Neste último caso, após a remoção das plantas em campo, as mesmas deverão ser
transferidas para embalagens individuais.
Para adaptação no viveiro, as plantas serão dispostas sob condições de sombreamento e alta
umidade. A transferência das plantas inicialmente para o viveiro proporciona maiores taxas de
sobrevivência do que quando estas são colocadas diretamente no campo.
Levando-se em consideração que as espécies ameaçadas de extinção a serem resgatadas e
transplantadas nas áreas de recuperação ambiental pertencem ao grupo das espécies não
pioneiras, recomenda-se que seja evitado o transplante das mudas para locais onde as
espécies ficarão expostas à luz solar direta, responsável pela lenta adaptação das espécies
ao novo ambiente e até mesmo pelo perecimento de indivíduos pertencentes a espécies mais
sensíveis.
Para se obter um bom índice de sobrevivência dos indivíduos resgatados, os métodos de
reintrodução deverão ser efetuados respeitando o habitat e hábito das plantas resgatadas e
averiguar se as necessidades específicas de cada espécie estão sendo respeitadas. Desta
forma, recomenda-se o transplante das espécies ameaçadas em locais mais sombreados,
adjacentes às árvores isoladas e pequenos fragmentos de vegetação nativa existentes.
As plantas resgatadas poderão ser reintroduzidas diretamente em remanescentes florestais
adjacentes ou conduzidas e acondicionadas em um viveiro de mudas, permanecendo no local
até a sua reintrodução, entretanto, tal procedimento deverá ser realizado apenas após serem
tomadas medidas que minimizem o estresse aos indivíduos, especialmente com relação aos
seus sistemas radiculares.
Para cada exemplar resgatado, deverá ser analisada a viabilidade da coleta de acordo com a
etapa. As plantas a serem reintroduzidas diretamente em remanescentes florestais deverão
ser acondicionadas e transportadas em embalagens de plástico com solo úmido, até o local
de plantio, nas áreas de reintrodução.
Recomenda-se que seja evitado o transplante para locais de bordas da vegetação, onde as
espécies ficarão expostas à luz solar direta, responsável pela lenta adaptação das espécies
ao novo ambiente e até mesmo pelo perecimento de indivíduos pertencentes a espécies mais
sensíveis.
Para se obter um bom índice de sobrevivência dos indivíduos resgatados, os métodos de
reintrodução deverão ser efetuados respeitando o habitat e hábito das plantas resgatadas e
averiguar se as necessidades específicas de cada espécie estão sendo respeitadas.
Para as ações de resgate, recomenda-se o acondicionamento adequado e o monitoramento,
sob a coordenação por um responsável técnico habilitado e equipe técnica auxiliar
devidamente instruída.
✓ Direcionamento da fauna
A supressão vegetal deverá ser gradual e direcionada no sentido do fragmento remanescente.
Deverá ser aplicado o procedimento de direcionamento da fauna, de modo a orientar o
afugentamento da fauna para áreas adjacentes, onde não haverá supressão.
O direcionamento dos animais objetiva minimizar a interferência sobre a fauna, antes e no
momento das atividades de supressão. Com isso, os animais migrarão para áreas do entorno,
onde há fragmentos de vegetação nativa remanescente ou que proverão abrigo para os
mesmos.
Anteriormente ao início das atividades, a equipe da frente de supressão será treinada para
realizar o direcionamento, de modo a estimular a migração dos animais presentes na área,
além de prevenção de acidentes com animais peçonhentos, principalmente serpentes. Para a
prevenção de acidentes com animais peçonhentos durante as atividades de supressão de
vegetação, a equipe deverá seguir as seguintes orientações:
• Utilizar botas de cano alto e perneiras de couro;
• Não tocar em troncos, galhos e plantas sem observar antes;
• Não colocar as mãos em buracos, ocos de árvore ou vão de rocha;
• Observar os arredores antes de sentar, agachar ou se deitar, principalmente próximo a
arbustos, galhadas ou pilhas de madeira;
• Não tocar diretamente em nenhum animal, vivo ou morto.
A equipe também será orientada para retirar ninhos de árvores, anteriormente ao corte.
Árvores ocas ou mortas deverão ser observadas quanto à presença de ninhos ou animais em
seu interior. A equipe também será treinada para suspender as atividades, caso encontre
FOTO 8.1.6.3 – Exemplo de placa indicativa do FOTO 8.1.6.4 – Exemplo de raspagem de solo
depósito de solo orgânico, destinado ao superficial orgânico em área de preparação para
armazenamento de biomassa vegetal. a lavra.
Já a biomassa vegetal poderá ser utilizada na transposição de galharia, que também servirá
como abrigo artificial para a fauna, refúgio, alimentação e repouso. Essa técnica consiste no
acúmulo de galhos, tocos, resíduos florestais na forma de núcleos ao longo das áreas a serem
recuperadas. Outra importante função dessa técnica refere-se a deposição de matéria
orgânica gerada pela decomposição do material (galharia) que enriquece o solo e cria
condições adequadas à germinação e crescimento de sementes mais adaptadas aos
ambientes mais sombreados e úmidos.
Toda atividade de supressão será acompanhada por engenheiro florestal, responsável pelas
instruções de supressão e resgate de plantas e deverá ser feito um registro fotográfico.
Ao final dos trabalhos de supressão, deverão ser avaliadas as atividades executadas, com
elaboração de relatório com os resultados obtidos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
✓ Atividade de afugentamento
A prática de afugentamento da fauna deve ser executada de forma direcionada, em sentido
único respeitando o plano de desmate e suas indicações, na medida em que ocorre o avanço
da supressão vegetal.
Serão realizadas práticas que promovam o afugentamento direto e o indireto. O direto será
executado pelos auxiliares de campo que estarão atuando na área durante a supressão
vegetal sempre direcionado para as áreas adjacentes ainda com remanescentes florestais. O
afugentamento indireto ocorrerá devido ao ruído provocado pelas máquinas e equipamentos
utilizados durante a operação de corte e remoção da vegetação, quando parte da fauna
existente na área se deslocará para áreas mais distantes da perturbação.
Sendo assim, imediatamente antes ao início das atividades de desmatamento em cada área
a ser suprimida, a equipe responsável pelo afugentamento (três auxiliares de campo, sob a
supervisão de um médico veterinário) realizará o afugentamento da fauna silvestre de médio
e grande porte. Este afugentamento é feito através da realização de uma varredura da área,
com bastões, remexendo a serrapilheira, folhagens, galhos, de modo a realizar barulho
favorecendo o deslocamento dos animais à medida que provoca a fuga destes para as áreas
florestais vizinhas. Essa varredura será repetida todo dia em que ocorrer a supressão da
vegetação, mesmo em áreas onde já tenham sido realizadas varreduras em dias anteriores.
Será utilizado o método de busca ativa e aleatória da fauna abrigada no substrato ou na
vegetação atingida, com vistas a possibilitar a presença de animais nos ambientes e afugentá-
los ou resgatá-lo.
Durante tal movimentação e perturbação, minutos antes das atividades de desmatamento,
mamíferos de grande porte e avifauna, tendem a se afastarem das frentes de supressão,
procurando refúgio em outros remanescentes próximos. Contudo, estas são espécies mais
ágeis e capazes de se deslocarem facilmente por distâncias maiores, o que permite que elas
desloquem para outros habitats. A equipe do afugentamento, responsável pela varredura
inicial das linhas de desmatamento registrará em uma planilha a visualização dos animais que
estão se deslocando (espécie, local, hora, idade aproximada), como também a presença de
ninhos com ovos ou ninhegos, tocas e de outros animais que permaneceram no local. No caso
de pequenos mamíferos, anfíbios e répteis (lagartos e cobras), excepcionalmente, filhotes de
aves e animais maiores debilitados, a capacidade de deslocamento é menor e estas espécies
podem apresentar, portanto, maior dificuldade em ocupar fragmentos adjacentes, além de
terem menores chances de recolonização de outras áreas. Nestes casos, e também para
animais escansoriais e arborícolas que porventura não se deslocarem da área que será
suprimida, deverão ser resgatados e devidamente destinados à base provisória de resgate
(FOTO 8.1.7.1). Desta forma, a intenção do afugentamento é minimizar a perda de indivíduos
e a quantidade de indivíduos a serem resgatados e manipulados. Além de colaborar e orientar
as ações de salvamento da fauna.
A captura de espécimes só será realizada quando necessária, podendo acontecer em dois
casos: a) quando o animal não fugir naturalmente para as áreas de entorno, e b) quando o
animal estiver ferido ou acidentado, e precisar de atendimento médico veterinário.
Além das práticas de afugentamento realizadas antes das atividades de supressão, os
desmatamentos devem ser conduzidos de forma a induzir o deslocamento dos animais para
áreas adjacentes. Desta forma, os cortes deverão ser feitos de forma gradativa e da parte
central da área a ser desmatada para as bordas em direção a áreas florestais adjacentes, ou
aos fragmentos mais próximos existentes.
✓ Atividades de resgate
Durante as fases de resgate de fauna em detrimento da supressão vegetacional, a contenção
dos animais que não saírem em fuga ou não puderem ser afugentados se dará por métodos
consolidados de captura e manejo de fauna, descrito abaixo:
• Captura de abelhas
As equipes realizarão o resgate dos enxames de abelhas nativas e das abelhas solitárias nas
áreas antes do início do desmatamento.
Os enxames serão resgatados de duas formas:
o Corte dos troncos ou galhos com motosserra, serrote ou machado ou remoção do ninho
inteiro durante o horário que o enxame esteja reunido. Corte ou remoção do ninho
inteiro das abelhas solitárias.
o Quando não for possível a transferência do ninho por inteiro, esses enxames serão
colocados em caixas adequadas para cada tipo de abelha, aguardado período de
adaptação e somente depois, realizada a transferência para área propícia de acordo
com a característica de cada espécie.
• Captura de anfíbios
Os animais vivos capturados serão acondicionados em potes plásticos com algodão
umedecido em água com o fim de se evitar a desidratação, sendo o encaminhamento às áreas
de soltura feito no menor espaço de tempo possível.
• Captura de répteis
Os répteis, em especial as serpentes, representam o grupo que mais oferece riscos à saúde
dos profissionais envolvidos nas atividades de resgate de fauna. Assim, a captura dessas será
feita, incondicionalmente, com o uso de ganchos confeccionados para tal fim, pinções e laços
de Lutz (também conhecidos por laços cambão), sendo acondicionadas em caixas de
transporte.
Os demais representantes do grupo dos répteis, ou seja, lagartos e anfisbenas serão
capturados manualmente com o uso de luvas de raspa de couro.
• Captura de aves
A contenção de aves de pequeno porte se dá pelo entrelaçamento dos dedos à garganta,
prendendo-a pela cabeça. O repouso do corpo da ave é feito sobre a palma da mão do
manuseador, posição que evita o colapso pulmonar.
Já aves de médio a grande porte podem oferecer risco aos manuseadores, e os métodos de
contenção devem sempre prever potenciais ataques, mesmo que ocasionais, de estruturas
específicas como, por exemplo, bicos pontiagudos de ardeídeos e alcedinídeos; bicos
extremamente fortes de psitacídeos, sobretudo papagaios; garras afiadas de Falconiformes,
Accipitriformes e Strigiformes.
Portanto, o método de contenção variará de acordo com a situação de captura, podendo se
utilizar as mãos livres ou com o auxílio de luvas de raspa e puçás, especialmente aqueles
confeccionados com tecidos resistentes, evitando-se as malhas de nylon.
As aves de pequeno porte resgatadas serão acondicionadas para o transporte ao centro de
triagem em sacos de pano, método considerado o mais eficaz por anular o melhor dos sentidos
das aves, a visão. O acondicionamento nesses resulta em diminuição do estresse e evita que
o espécime se debata, o que pode ocasionar traumas. Já aquelas de porte mais avantajado
serão contidas em caixas, sendo enviadas imediatamente ao centro de triagem.
• Captura de mamíferos
Mamíferos consistem em um dos principais grupos de animais capturados em operações de
resgate de fauna. A contenção de espécimes de pequeno porte (roedores murídeos,
marsupiais e morcegos) é feita com as mãos, geralmente utilizando-se luvas de raspa para
evitar ferimentos ou a transmissão de doenças (via mordedura) aos manuseadores.
Já para mamíferos de médio porte, a captura e contenção são feitas com uma gama variada
de equipamentos, destacadamente os puçás e laços de Lutz. Para a área de estudo acredita-
se que serão raras as ocasiões que necessitem a intervenção da equipe de resgate para a
captura de animais desse porte. Quando diagnosticada in situ a integridade física do animal e
o deslocamento natural para áreas protegidas, evitar-se-á quaisquer tipos de manejo.
RECURSOS NECESSÁRIOS
O QUADRO 8.1.7.1 apresenta uma previsão dos itens básicos que devem ser considerados
para contemplar a condução dos animais, captura e manejo.
QUADRO 8.1.7.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
Armadilhas do Tipo Gaiola (P, M e G)
Pau de couro ou cambão (grandes e médios mamíferos)
Kit de contenção de serpentes (Tubos transparentes)
Gancho para ofídios (serpentes)
Puçá
Baldes de 60l
Saco de pano (aves, répteis, pequenos mamíferos)
Lona Preta
Caixa de Grampos
Luva de couro (raspa)
Botas de cano longo (preferencialmente de couro)
Sacos Plásticos
Gaiolas de transporte (Aves)
Caixas de Transporte (Mamíferos e répteis)
Caixas de Transporte de madeira para serpentes
3 caixas com 3 ampolas de 10 ml cada de solução de Ketamina 50mg/ml
Seringas (3, 5 e 10ml)
Luvas de manipulação (M e G)
Álcool 70º
Instrumentos Cirúrgicos Diversos (Para pequenas intervenções)
Cordas
Cordoalhas
Formol
Pasta de Xilocaína
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
CRONOGRAMA
OBJETIVOS E METAS
METODOLOGIA
AÇÕES PREVISTAS
O programa compreenderá a realização das seguintes ações juntos aos trabalhadores diretos
da CBPM, especialmente aqueles que trabalham na frente de lavra:
• Realização de oficina (duração de 4 horas) aos funcionários, visando instruí-los quanto
à identificação de fósseis, especialmente àqueles relacionados à ocorrência de
paleotocas (icnofósseis resultantes da atividade de paleovertebrados), que possam vir
aparecer em todas as etapas de implantação e operação da lavra e os procedimentos
a serem adotados pela equipe de salvamento paleontológico;
• Implantação de projeto de preservação das 5 (cinco) cavidades maiores (paleotocas
Sabiá, Cardeal, Pica-pau, Tamanduá Raimundo) classificadas com grau de relevância
máxima.
• Considerando que o abrigo de baixa relevância localizado nas imediações do depósito
de estéril (Abrigo 51) será suprimido por estar mais próximo da área pretendida para
operação do empreendimento, deverá ser executado um Plano de Desmonte e
Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Projeto Fazenda Pimenteiras
CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – Governo – Caracol - PI
PROMINER
PROJETOS LTDA 483
CRONOGRAMA
QUADRO 8.1.8.1
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MESES
AÇÕES P-I* IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ...
Constituição de equipe
Planejamento de ações do programa
Obtenção das Autorizações junto à ANM
Realização da oficina de treinamento
PSD do Abrigo 51
Projeto de Preservação Paleotocas
Monitoramento
Resgate de fósseis porventura identificados
Relatório comprobatório
Legenda: P-I: Pré implantação.
METODOLOGIA
AÇÕES PREVISTAS
O Programa compreenderá a realização das seguintes ações juntos aos trabalhadores diretos
da CBPM, bem como terceirizados:
• Realização de palestras e oficinas educativas, junto aos trabalhadores do
empreendimento e comunidades vizinhas, focadas na preservação ambiental, com
orientações sobre a disposição adequada os resíduos, a importância da proteção à
fauna e flora do Bioma da Caatinga, conservação de recursos hídricos e demais temas
relativos à saúde, segurança e meio ambiente (prevenção à dengue, cuidados com
animais peçonhentos, segurança no trânsito, economia de água e energia etc.);
• Distribuição de material didático-educativo entre os trabalhadores do empreendimento,
diretos e terceirizados, na forma de folders e cartilhas, focadas na preservação
ambiental, abordando forma simples e sucinta, os seguintes temas e conteúdos
sugeridos:
o Lixo: O problema mundial; o homem como principal responsável pelo consumo
e descarte de material; os problemas causados pelo lixo em obras urbanas
(embalagens de alumínio do tipo “marmitex”, tocos de cigarro, etc.) e os
cuidados que se devem ter no ambiente de trabalho; destinação correta dos
resíduos;
o Áreas de Preservação Permanente (APP): conceito; áreas enquadradas como
APP; limite permitido para o desmatamento; a importância de sua preservação;
prejuízos causados pelo desmatamento irracional e a conduta do homem e da
comunidade local diante dos recursos hídricos disponíveis.
Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PEA deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados em um relatório anual, e encaminhados ao órgão ambiental
competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PEA, bem como os
resultados alcançados.
A partir dos indicadores listados a seguir, será acompanhada e avaliada a efetividade do
Programa:
• Número de pessoas que participaram das palestras e treinamentos;
• Número de material didático-educativo distribuído.
A avaliação e o acompanhamento dos resultados do PEA serão realizados após a análise
desses indicadores.
Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PEA deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados anualmente no Relatório a ser encaminhado ao órgão
ambiental competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PEA, bem
como os resultados alcançados.
QUADRO 8.2.1.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
01 coordenador geral
01 técnico em meio ambiente
Local para realização de palestras
Material de divulgação (folder/boletim informativo)
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
METODOLOGIA
AÇÕES PREVISTAS
Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PCPS deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados anualmente no Relatório a ser encaminhado ao órgão
ambiental competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PCPS, bem
como os resultados alcançados.
QUADRO 8.2.2.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
01 especialista em comunicação
01 técnico em meio ambiente
Local para realização de palestras
Material de divulgação (folder/boletim informativo)
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
para sua implantação a uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral. Porém, o
Superior Tribunal Federal (STF) julgou parcialmente procedente a declaração da
inconstitucionalidade (Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.378/DF) de algumas
expressões do Artigo 36 da Lei nº 9.985/00 e, no que tange ao percentual da compensação
ambiental, entendeu a prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do
empreendimento.
Em 14 de maio de 2009 foi publicado o Decreto Federal nº 6.848, que acrescenta dispositivos
no Decreto Federal 4.340/02 para regulamentar a compensação ambiental. Desta forma, para
fins de cálculo da compensação ambiental, de acordo com o Artigo 2º do Decreto Federal
nº 6.848/09, o grau de impacto nos ecossistemas pode atingir valores de 0 a 0,5%. Além disso,
no anexo desse decreto foi estabelecida uma metodologia para o cálculo do grau de impacto
ambiental. De acordo com a Lei Federal nº 9.985/00, cabe ao órgão ambiental estadual fixar
o percentual, de acordo com o grau de impacto causado pelo empreendimento e também
definir a qual Unidade de Conservação (UC) devem ser direcionados os recursos da
compensação ambiental. Ainda de acordo com esta lei, os recursos advindos da
compensação ambiental devem ser destinados a uma unidade de conservação do grupo de
proteção integral, porém, se o empreendimento proposto afetar unidade de conservação de
uso sustentável, esta também deverá ser uma das beneficiárias.
No âmbito estadual, a Resolução CONSEMA nº 8, de 22 de maio de 2007 instituiu os critérios
para cálculo dos valores da compensação ambiental, cobrada no licenciamento de
empreendimentos ou atividades de mineração, reconhecidos como causadores de
significativo impacto ambiental. Ainda, a Lei Estadual nº 7.044, de 09 de outubro de 2017,
instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Piauí – SEUC – PI e o Decreto
nº 20.499, de 13 de janeiro de 2022, regulamentou os procedimentos relativos à compensação
ambiental de que tratam o Art. 36 da Lei federal nº 9.985/2000 e o Art. 81 da Lei nº 7.044/2017.
De acordo com a Lei nº 7.044/2017 e o Decreto Estadual nº 20.499/2022, cabe à SEMAR,
como órgão licenciador, fixar para a emissão da Licença de Instalação o valor da
compensação ambiental, de acordo com o grau de impacto ambiental estabelecido a partir do
EIA. De acordo com o § 1º do Art. 81 da Lei Estadual nº 7.044/2017, o montante de recursos
a ser destinado pelo empreendedor para essa finalidade não pode ser superior a 0,5% (meio
por cento) dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento.
Além disso, conforme a Lei nº 7.044/2017, cabe à SEMAR, como órgão ambiental licenciador,
indicar a Unidade de Conservação a ser beneficiada com os recursos advindos da
compensação ambiental, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o
empreendedor. Ademais, todo o procedimento referente à celebração do Termo de
Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA deve ser efetuado conforme previsto no
Decreto nº 20.499/2022, competindo à Câmara Estadual de Compensação Ambiental
proceder à análise e propor a aplicação dos recursos provenientes da compensação ambiental
de que trata o Art. 36 da Lei federal nº 9.985/2000 e o Art. 81 da Lei Estadual nº 7.044/2017.
O empreendimento proposto está localizado fora de qualquer Unidade de Conservação e não
se insere em Zona de Amortecimento de Unidades de Conservação. Em consulta às Unidades
de Conservação Federais, Estaduais e Municipais disponibilizadas pelo Ministério do Meio
Ambiente – MMA, foi identificada uma única Unidade de Conservação, o Parque Nacional da
Serra das Confusões, localizado a uma distância de aproximadamente 8 km do
empreendimento.
De acordo com o Parágrafo 1º, o projeto técnico de plantio deverá ser apresentado no ato do
cadastramento do processo de requerimento da autorização de supressão vegetação nativa
junto ao SINAFLOR, para análise do órgão ambiental, e a emissão do ato autorizativo
dependerá de sua aprovação.
De acordo com o Parágrafo 2º, nos casos de reposição florestal direta previstos no Inciso I,
Alíneas b) e c) do Artigo 25, o volume da reposição florestal a ser considerada será calculada
em número total de mudas a serem plantadas e obedecerá a relação de 10 (dez) mudas por
cada unidade de m³ (metro cúbico) de reposição florestal devida.
De acordo com o Parágrafo 3º, o plantio de mudas a que se refere o Parágrafo 2º deste artigo
deverá ser realizado com densidade de, no máximo, 2.000 (duas mil) mudas por hectare e
considerar o espaçamento mínimo entre as mudas nunca inferior ao de 2,5 x 2 metros.
Conforme prevê o Artigo 36, o início da execução do cronograma apresentado no projeto
técnico de plantio, para fins de cumprimento da reposição florestal, deve ocorrer no mesmo
ano agrícola ou no ano agrícola subsequente ao ano da supressão de vegetação nativa,
ficando vedada qualquer prorrogação de prazo.
Tendo em vista o exposto, levando em consideração que na área de 14,27 ha requerida para
supressão de vegetação nativa visando o uso alternativo do solo para extração mineral de
minério de fosfato foi estimada a geração de 575,6980 m³ de volume de material lenhoso e,
considerando a necessidade de reposição de 10 (dez) mudas por cada unidade de m³ (metro
cúbico), conforme previsto no Parágrafo 2º do Artigo 34 da Instrução Normativa SEMAR
nº 05/20, deverão ser respostas aproximadamente 5.757 mudas de espécies nativas
regionais.
Considerando o espaçamento de plantio adotado de 2,5 x 2 m, atendendo ao previsto no
Parágrafo 3º do Artigo 34 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, a área total de reposição
florestal deverá perfazer 28.785 m² ou aproximadamente 2,88 ha.
QUADRO 8.3.2.1
RESUMO DAS INTERVENÇÕES E PROPOSTAS DE COMPENSAÇÃO
ÁREA VOLUME LEGISLAÇÃO FATOR DE Nº DE ÁREA
INTERVENÇÕES
(ha) (m³) APLICÁVEL MULTIPLICAÇÃO MUDAS (ha)
Supressão de vegetação IN SEMAR nº
14,27 575,6980 10* 5.757 2,88**
nativa 05/20
TOTAL 2,88
*10 (dez) mudas por cada unidade de m³ (metro cúbico);
** Considerando o espaçamento de plantio adotado de 2,5 x 2 m por muda.
Acidente impessoal
• Comunicar o acidente ao responsável pela área, não alterando o local do acidente até
que o supervisor de turno ou segurança do trabalho chegue ao local para avaliação.
Acidente com eletricidade
• Em caso de acidente pessoal com equipamento energizado, não tocar na vítima em
hipótese alguma, antes do efetivo desenergizamento;
• Se tiver conhecimento e souber exatamente como proceder, realizar o desligamento da
rede elétrica;
• Solicitar ajuda;
• Comunicar o fato ao responsável pela área.
• Orientar a evacuação do pessoal para local seguro e, se possível e seguro, tirar fotos
da situação reinante.
✓ Frentes de lavra
A circulação de veículos e operários na mina será disciplinada. Visitantes, só serão admitidos
quando devidamente autorizados, protegidos por capacetes e acompanhados de funcionário
acostumado com os locais de trabalho e as normas de segurança estabelecidas.
✓ Carregamento de Minério
Nas operações de carregamento de minério e capeamento com escavadeiras hidráulicas,
serão adotadas todas as medidas de segurança normalizadas quanto à sua correta operação.
Todos os operadores de máquinas estarão protegidos com os equipamentos de proteção
individual de uso geral e de uso específico para o tipo de operação, tais como capacete,
protetor auricular, óculos de segurança, máscaras respiratórias, botina de segurança com bico
de aço, luvas de raspa.
QUADRO 8.5.1
MONITORAMENTO AMBIENTAL DURANTE AS FASES DO EMPREENDIMENTO
FASES
MONITORAMENTO PERIODICIDADE
IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO DESATIVAÇÃO
Estabilidade geotécnica X X Semestral
Sistemas de drenagem X X Trimestral
Qualidade das águas superficiais X X Trimestral
Qualidade das águas subterrâneas X X Semestral
Qualidade do ar X X X Contínuo
Níveis de ruído X X X Semestral
Vibração e Sobrepressão X Semestral
Inventário de resíduos X X X Anual
Atividades de Revegetação X X X Anual*
Fauna silvestre X X Semestral*
Ações socioambientais X X Anual
*A primeira campanha será realizada durante a implantação e as demais serão realizadas por 2 (dois) anos após a implantação.
METODOLOGIA
PONTOS DE AMOSTRAGEM
PERIODICIDADE
Caso seja verificado que os taludes não apresentam inclinações adequadas que
comprometam os fatores de segurança, deverão ser realizadas novas análises de estabilidade
para verificação da nova condição e proposto o retaludamento dos locais não conformes. Além
disso, se constatadas nas vistorias técnicas situações severas em relação à presença de
trincas, rupturas e escorregamentos nos taludes dos painéis de lavra, o local deverá ser
isolado para o seu devido controle.
Se constatada a presença de processos erosivos decorrentes da ineficiência do sistema de
drenagem (más condições de manutenção), deverá ser realizado o seu redimensionamento
ou revista a periodicidade da limpeza das canaletas, caixas de passagem e caixas de
decantação de águas pluviais.
METODOLOGIA
duas etapas: (1) a atualização dos locais previamente inventariados e; (2) verificação de
eventuais novas condições críticas ou potencialmente críticas.
A atualização dos levantamentos se dá por meio de consecutivas vistorias à área da mina,
utilizando o mesmo caminhamento traçado na ocasião da elaboração do inventário, permitindo
a comparação entre a situação atual e a situação anterior.
Objetivando verificar a eficiência dos sistemas de disciplinamento e controle de águas pluviais
é proposta a realização de ensaios com Cone Imhoff para determinação das concentrações
de sólidos sedimentáveis em amostras a serem coletadas nos tanques de decantação do
empreendimento.
O método do Cone de Imhoff define, a partir de um litro de amostra em repouso por 1 hora em
cone de Imhoff, a quantidade de material que sedimenta por ação da força de gravidade e que
é constituído pelos materiais inicialmente em suspensão em águas e efluentes domésticos e
industriais, que podem ser removidos por sedimentação, após um período de decantação.
PONTOS DE AMOSTRAGEM
Serão monitoradas as áreas de lavra e depósito de estéril. O QUADRO 8.5.2.1 lista as
categorias de locais associadas com possíveis instalações de processos erosivos; obstrução
de elementos hidráulicos e drenagens, turvamento e assoreamento de corpos d’água,
respectivamente.
QUADRO 8.5.2.1
CATEGORIAS DE LOCAIS POR ASPECTO
ASPECTO CATEGORIA DE LOCAIS
Áreas de solo exposto
Superfícies de taludes e cortes de bancadas
Possíveis instalações de processos
Pilhas de resíduos e materiais
erosivos
Pontos baixos dos taludes e pilhas de resíduos e materiais
Elementos hidráulicos
Vias de acesso: empreendimento, mineração, depósitos de
Obstrução de elementos hidráulicos e
estéril
drenagens e eficiência dos tanques de
Elementos de drenagem superficial: trincheiras, valetas,
decantação
caneletas, caixas, escadas hidráulicas
Trechos de baixa energia de transporte
Turvamento e assoreamento de corpos Desembocaduras de talvegues e córregos
d’água Trechos a montante e jusante de travessias
Lagos e reservatórios
Depósitos de material estéril
Indícios de instabilidade de taludes Taludes em solo na área da mina
Taludes mistos
Fonte: Prominer Projetos Ltda.
PERIODICIDADE
O monitoramento da estabilidade geotécnica dos taludes será semestral.
obtenção da localização dos pontos de interesse através de receptor GPS. Todos os registros
partem de observações visuais in loco realizadas por técnicos legalmente habilitados. Por fim,
será apresentada a documentação fotográfica dos pontos visitados, seguida por um inventário
com os comentários que levem em conta o histórico do ponto visitado e novas observações,
quando pertinentes.
✓ Águas superficiais
METODOLOGIA
Para o monitoramento da qualidade das águas superficiais, propõe-se a realização de coletas
e análises físicas, químicas e bacteriológicas de amostras de água das drenagens superficiais
situadas a jusante das futuras áreas de lavra, no Rio Piauí e em seus afluentes que incidem
na área do empreendimento, tendo padrão de qualidade os parâmetros do Artigo 15 da
Resoluções CONAMA nº 357/05.
Para a preservação das amostras coletadas será utilizado o procedimento descrito no Guia
de Coleta e Preservação de Amostras, publicado pela CETESB e pela ANA. As análises
laboratoriais serão realizadas por laboratório acreditado pelo INMETRO na Norma ABNT NBR
17025:2017 – Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração.
PONTOS DE AMOSTRAGEM
Para a caracterização da qualidade das águas superficiais, propõe-se a continuidade da
realização de amostragens em 4 (quatro) pontos, localizados no Rio Piauí e em seus afluentes
que incidem na área do empreendimento. Esses pontos compreendem os mesmos pontos
utilizados no diagnóstico do EIA/RIMA, conforme discriminada no QUADRO 8.5.3.1
QUADRO 8.5.3.1
PONTOS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
Lagoa em um afluente do Rio Piauí no interior da Fazenda
A1 23L 678.785 8.973.017
Pimenteiras
Lagoa em um afluente do Rio Piauí no interior da Fazenda
A2 23L 678.688 8.972.829
Pimenteiras
A4 Rio Piauí e seus afluentes a jusante da Fazenda Pimenteiras 23L 678.678 8.972.357
Fonte: Prominer Projetos Ltda., 2022.
PERIODICIDADE
O monitoramento da qualidade das águas superficiais terá periodicidade trimestral, e será
sazonal, compreendendo os períodos seco e chuvoso.
QUADRO 8.5.3.2
PARÂMETROS DE ANÁLISE DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
LIMITES LEGAIS: ÁGUAS CLASSE II
PARÂMETRO UNIDADE
CONAMA Nº 357/05
Temperatura ºC ---
pH --- 6,0 a 9,0
Sólidos Totais Dissolvidos mg/l ≤500,00
Sólidos Sedimentáveis mL/L.h ---
Sólidos Suspensos Totais mg/l ---
Sólidos Totais mg/l ---
Condutividade μS/cm ---
Cor Verdadeira Pt/Co ≤75,00
Turbidez N.T.U. ≤100,00
Fosfato (como P) mg/L ---
Fósforo mg/L ≤0,050 *
Nitrato (como N) mg/L 10
Nitrito (como N) mg/L 1,00
Nitrogênio Amoniacal mg/l N 3,7 **
Nitrogênio Total Kjeldahl mg/L ---
Nitrogênio Orgânico mg/L ---
Nitrogênio Total mg/L 2,18 ***
Oxigênio Dissolvido mg/l O2 ≥5
Oxigênio Dissolvido % saturação ---
DBO mg/l O2 ≤5,00
DQO mg/l O2 ---
Óleos e Graxas mg/l Ausente
Coliformes Fecais NMP/100mL ≤1.000
Coliformes Totais NMP/100mL ---
Surfactantes mg/L 0,5
(*) Limite de 0,030mg/l em ambientes lênticos, 0,050mg/l em ambientes intermediários; (**) Limites Nitrogênio
Amoniacal: 3,7 (pH < 7,5), 2,0 (7,5 < pH < 8,0), 1,0 (8,0 < pH < 8,5), 0,5 (pH > 8,5); (***) Limite Nitrogênio Total:
1,27mg/L, Ambientes Lênticos, 2,18mg/L, Ambientes Lóticos.
✓ Águas subterrâneas
METODOLOGIA
É previsto o monitoramento do nível d’água, bem como campanhas de monitoramento da
qualidade das águas subterrâneas mediante coletas e análises físicas e químicas de amostras
em futuro poço de abastecimento a ser instalado na área do empreendimento.
As metodologias analíticas seguirão as normas técnicas estabelecidas no Standard Methods,
e as coletas serão realizadas de acordo com os procedimentos adotados pela SEMAR. Os
resultados obtidos serão comparados aos limites legais definidos para águas de Classe II
(Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005).
PONTOS DE AMOSTRAGEM
As medições serão feitas por meio de 1 (um) ponto localizado em futuro poço de
abastecimento de água a ser implantado na Fazenda Pimenteiras.
PERIODICIDADE
O monitoramento da qualidade das águas subterrâneas será realizado através de campanhas
semestrais abrangendo os períodos de estiagem e chuvoso.
QUADRO 8.5.3.3
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS MONITORADOS
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
Nível Sódio (Na+)
pH Fluoreto (F-)
Condutividade Cianeto (CN-)
Alumínio dissolvido (Al) ---
METODOLOGIA
✓ Material particulado
Propõe-se o método do Amostrador de Grande Volume para Partículas Totais em Suspensão
(AGV PTS) acoplado a um separador inercial de partículas (PM10), de acordo com
procedimento regido pela Norma ABNT NBR 13.412:1995 (Material particulado em suspensão
no ar ambiente - Determinação da concentração de partículas inaláveis pelo método do
amostrador de grande volume acoplado a um separador inercial de partículas).
Nesse método, o ar é succionado durante um período de 24 h ± 1 h através de um filtro,
geralmente de fibra de vidro ou outro material relativamente inerte, não higroscópico e que
apresente baixa resistência à passagem do ar. A vazão de ar succionado se mantém dentro
de uma faixa constante de 1,13 m3/min.
O cálculo da massa de material particulado coletado é determinado através da técnica da
gravimetria. O dispositivo indicador de fluxo de ar é calibrado utilizando-se um calibrador
padrão de vazão (CPV). O filtro é pesado antes e depois da amostragem, numa balança sob
condições especiais de temperatura e umidade, a fim de se determinar o ganho líquido em
massa. Antes de cada pesagem, o filtro é pré-condicionado por pelo menos 24 h. O volume
de ar amostrado, corrigido para condições-padrão (25 ºC e 760 mmHg), é determinado a partir
da vazão medida e do tempo de amostragem.
✓ Condições climáticas
Para monitorar as condições climáticas no período de amostragem de material particulado,
propõe-se a instalação de estação meteorológica portátil com capacidade de registrar dados
em intervalos de 1 hora, dotada de sensores como termômetro, pluviômetro, anemômetro e
barômetro.
Serão utilizados ainda dados obtidos no portal do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
por meio de uma estação meteorológica de observação de superfície automática, localizada
no município de Caracol.
✓ Fumaça preta
Para as medições de fumaça preta emitida pelos veículos do ciclo diesel na área do
empreendimento, propõe-se o monitoramento das emissões com a utilização de Escala
Ringelmann.
PONTOS DE AMOSTRAGEM
QUADRO 8.5.4.1
PONTOS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
PM1 Residência vizinha, ao sul da Poligonal ANM 800.218/1985 23L 679.312 8.970.848
PM2 Residência vizinha, a sudoeste da Poligonal ANM
23L 678.802 8.972.081
EM1 800.218/1985
PM3 Residência vizinha, ao norte da Poligonal ANM 800.218/1985 23L 679.261 8.973.514
Fonte: Prominer Projetos Ltda., 2022.
PERIODICIDADE
Os resultados das medições com opacímetro serão comparados com os valores da Resolução
CONAMA 418/09 e com os valores divulgados pelos fabricantes, que estabelecem que os
limites máximos de opacidade em aceleração livre.
Os resultados da amostragem realizadas com material particulado serão comparados com os
padrões estabelecidos na Resolução CONAMA 491/2018.
Os resultados obtidos no monitoramento da qualidade do ar estarão contemplados nos
relatórios anuais a serem apresentados na SEMAR e outros órgãos públicos sempre que
solicitado.
METODOLOGIA
PONTOS DE AMOSTRAGEM
QUADRO 8.5.5.1
DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DE RUÍDO
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
R1 Via de acesso ao norte da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 679.836 8.974.416
R10 Via de terra a sudoeste da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 678.767 8.970.610
PERIODICIDADE
Os resultados obtidos no monitoramento dos níveis de ruído equivalente (Leq), que é o valor
médio de todo o período de medição fornecido pelo próprio medidor de nível sonoro, serão
comparados aos padrões legais definidos pela Norma ABNT NBR 10.151/2019.
A Norma ABNT NBR 10.151:2019 (Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão
sonora em áreas habitadas – Aplicação de uso geral) determina procedimentos para as
medições dos níveis de pressão sonora e estabelece limites cada tipo de área, conforme
apresentado no QUADRO 8.5.5.2.
QUADRO 8.5.5.2
LIMITES DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM
FUNÇÃO DOS TIPOS DE ÁREAS HABITADAS E PERÍODOS - ABNT NBR 10.151:2019
TIPOS DE ÁREAS DIURNO
Área de residências rurais 40 dB
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 dB
Área mista, predominantemente residencial 55 dB
Área mista, com predominância de atividades comerciais e/ou administrativa 60 dB
Área mista, com predominância de atividades culturais, lazer e turismo 65 dB
Área predominantemente industrial 70 dB
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10.151/2019.
Qualquer anormalidade nas análises realizadas durante o ano deverá ser imediatamente
informada o órgão ambiental. Os resultados obtidos no monitoramento dos níveis de ruído
estarão contemplados nos relatório anuais a serem apresentados na SEMAR e outros órgãos
públicos sempre que solicitado.
METODOLOGIA
Para realização das medições de vibração e pressão acústica devem ser adotados os
procedimentos e limites estabelecidos na Norma ABNT NBR 9.653:2005 – Guia para
avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas.
O monitoramento sismográfico deve ser realizado com sismógrafos de engenharia dotados de
geofone composto de três condutores posicionados tri-ortogonalmente (L, T e V) e um
microfone, com faixas de captação de velocidade de vibração de partícula e pressão acústica.
A faixa de captação dos condutores de vibração é de até 130 mm/s por canal na faixa de
frequência de vibração de partícula de 2 a 250 Hz e a faixa de pressão acústica é de 78 dB(L)
a 142 dB(L).
Os geofones devem ser fixados ao solo e os microfones posicionados em direção ao desmonte
de rocha. As velocidades de vibração de partícula captadas pelos geofones nas componentes
vertical, longitudinal e transversal são armazenadas no sismógrafo e o próprio equipamento
fornece a velocidade de partícula resultante.
PONTOS DE AMOSTRAGEM
PERIODICIDADE
Os resultados obtidos nas medições dos níveis de vibração e pressão acústica deverão ser
comparados com os limites estabelecidos pela Norma ABNT NBR 9653:2005 que estabelece
o limite de velocidade de vibração de partícula para danos estruturais às residências.
Os resultados obtidos no monitoramento de vibração estarão contemplados nos relatórios
anuais a serem apresentado a SEMAR e a demais órgãos públicos sempre que solicitado.
QUADRO 8.5.7.1
MODELO DE PLANILHA DE
MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DISPOSIÇÃO FINAL/
RESÍDUO
TRANSPORTADOR EMPRESA
SÓLIDO CLASSE QUANTID. QUANTID. QUANTID.
RECEBEDORA
INDUSTRIAL/ NBR GERADA ESTOCADA DESTINADA
FONTE 10.004 (kg/mês) (kg/mês) (kg/mês) RAZÃO ENDEREÇO RAZÃO ENDEREÇO
GERADORA SOCIAL COMPLETO SOCIAL COMPLETO
Tal dado auxilia na decisão sobre a necessidade de se promover a reposição das falhas ou
perdas por mortalidade, além de revelar as espécies que melhor se adaptam a determinadas
áreas de recuperação.
✓ Aspecto visual
O aspecto visual do plantio poderá ser analisado com base na observação in situ, através de
registro fotográfico, utilizando-se como parâmetros relevantes:
• estado fitossanitário das mudas (vigor, nutrição, sintomas aparentes de ataques de
pragas e patógenos);
• estado nutricional das folhas (clorose e manchas necróticas);
• presença de plantas daninhas de espécies exóticas (gramíneas, arbustos e árvores);
• presença de serapilheira (observando-se a sua espessura sobre camada superficial do
solo);
• taxa cobertura da área (entrada de luz, interceptação das águas das chuvas pelas
copas e projeção das copas das plantas no solo).
Tais dados fornecem informações sobre a interação das plantas e o meio, e quando
analisados, permitem traçar estratégias de intervenções, como recomendação sobre a
necessidade de se aplicar as operações de manutenção e quais os tratos silviculturais
indispensáveis ao desenvolvimento e estabelecimento satisfatório das mudas.
O aspecto visual das áreas de recuperação deverá contemplar evidências de fatores de
degradação, como ocorrência de queimadas e processos erosivos, bem como de
perturbações naturais e antrópicas, visando nortear as ações de manejo dos componentes
abióticos e bióticos que atuam como agentes de degradação. Caso detectados sinais de
perturbação, estes devem ser avaliados quanto ao comprometimento da recuperação em
percentagem.
✓ Regeneração natural
A regeneração natural poderá ser monitorada simultaneamente às operações de manutenção.
A presença de fragmentos florestais nativos nas proximidades é um fator que favorece a
expressão da regeneração natural e a evolução da diversidade de espécies nas áreas de
revegetação. Sendo assim, a presença de regenerantes poderá ser avaliada por meio da
identificação das espécies (diversidade), densidade e homogeneidade de distribuição.
A presença de regenerantes de espécies arbóreas e consequentemente a evolução da
diversidade de espécies nas áreas revegetadas, tem correlação estreita com o sucesso
da implantação do projeto, sendo importante para a colonização local, início do processo de
sucessão ecológica secundária e perpetuação da comunidade florestal a ser restabelecida.
A colonização por outras formas de vida além de árvores e arbustos, principalmente lianas,
samambaias, epífitas e ervas de sub-bosque também atua como indicador do sucesso do
processo de recuperação, pois estas formas de crescimento dificilmente são incluídas nos
projetos de plantios de mudas de árvores e sua presença é um indicador da resiliência e do
potencial de regeneração da área.
✓ Aspecto visual
O aspecto visual da vegetação herbácea implantada poderá ser analisado com base na
observação in situ, com registro fotográfico, utilizando-se como parâmetros relevantes:
• estado fitossanitário da vegetação herbácea (vigor, nutrição, sintomas aparentes de
ataques de pragas e patógenos);
• estado nutricional das folhas (clorose e manchas necróticas);
• taxa cobertura da área.
Tais dados fornecem informações sobre a interação das plantas e o meio, e quando
analisados, permitem traçar estratégias de intervenções, como recomendação sobre a
necessidade de execução das operações de manutenção indispensáveis ao desenvolvimento
satisfatório das mudas.
METODOLOGIA
Serão realizadas campanhas de coleta de dados semestrais com duração de 5 (cinco) dias
de trabalhos de campo nos períodos de implantação do empreendimento da CBPM. Uma
combinação de métodos será empregada para monitorar o grupo de mamíferos e de anfíbios
da área de estudo.
A equipe para compor a execução do Plano de Monitoramento da Fauna deverá ser composta
por 1 biólogo coordenador; 1 biólogo especialista em mastofauna e 1 biólogo auxiliar.
A equipe será composta por profissionais especialistas, com experiência comprovada.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
QUADRO 8.5.8.1
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA
INSTALAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADE
ANO 1 ANO 2 ANO 3...
Solicitação da autorização para Manejo in situ
Realização de trabalho de campo
Elaboração de Relatório
PLANEJAMENTO
Planejamento de Mina DE RAD
Práticas edáf icas
FIGURA 8.6.1 – Modelo de gestão para recuperação ambiental na mineração (NERI &
SANCHÉZ, 2012)
As atividades de extração de minério de fosfato, na Fazenda Pimenteiras, poligonal do
processo ANM 803.314/2012, compreendido no município de Caracol, no estado do Piauí,
serão executadas a céu aberto. Esta atividade gera impactos inerentes à mineração,
sobretudo aqueles relacionados à degradação do meio físico, refletindo em impacto ambiental.
Ao final da vida útil da jazida, serão degradadas pela atividade de lavra cerca de 15,39 ha,
dos quais 0,98 ha correspondem a áreas antropizadas e de áreas compostas por áreas
antropizadas e 14,41 ha estão atualmente ocupadas por vegetação nativa de Savana-Estépica
Arborizada.
A conformação topográfica que a área apresentará, após a desativação, contempla alterações
na topografia local, pois as áreas de lavra serão caracterizadas painéis de lavra com taludes
em material terroso.
Após o reafeiçoamento dos taludes, será possível implantar um programa de plantio de
gramíneas que, associadas a um sistema de drenagem eficiente, possibilitarão a estabilização
inicial e proteção mais rápida do solo exposto contra a ação de processos erosivos, além de
melhorar a estrutura e aumentar do teor de matéria orgânica do substrato.
A vocação da área quanto às proposições de usos futuros, de acordo com uso e ocupação do
solo e as tendências de desenvolvimento, apontam para algumas possibilidades, desde
recreação, preservação até instalação de loteamentos rurais. Os possíveis usos serão
descritos para serem implantados após a reabilitação da área com as medidas de recuperação
visando a estabilização do meio, conforme apresentadas nos capítulos subsequentes,
juntamente com o cronograma proposto de acordo com a vida útil do empreendimento em
função das reservas minerais.
Cabe destacar que, tendo em vista a vida útil do empreendimento e que nesse período
poderão ocorrer mudanças na conjuntura econômica e em outros fatores que afetam a
utilização das terras, o empreendedor poderá vir apresentar ao órgão ambiental atualização
desse plano, maximizando assim os efeitos de novos usos a serem dados para as áreas
recuperadas e o melhor atendimento aos interesses da sociedade. A CBPM deverá detalhar
e decidir estrategicamente o plano de recuperação das áreas mineradas à medida que se
aproximar o encerramento das atividades, podendo para isso apresentar planos aos
interessados – órgãos ambientais e comunidade – maximizando assim o atendimento de
interesses e os efeitos dos novos usos para as áreas recuperadas.
✓ Estabilização geotécnica
O avanço da lavra deverá seguir o plano de lavra descrito na caracterização do
empreendimento, sendo os taludes e bermas finais executados em conformidade com os
valores estipulados de inclinações e alturas dos taludes e largura e inclinação do piso das
bermas. Como a principal causa de instabilidade em taludes em solo é a infiltração de água,
será implantado sistema de drenagem das águas pluviais, que também atuarão no combate
à erosão.
✓ Reafeiçoamento topográfico
Sabendo que a conformação topográfica consiste num fator limitante para o sucesso nos
trabalhos de recuperação da área, com o desenvolvimento da cava e após a lavra atingir
camada aproveitável de minério de fosfato são realizados os serviços de terraplenagem e
reafeiçoamento do terreno. Além de proporcionar a estabilização geotécnica, descrita no item
anterior, a remodelagem topográfica, altera a geometria acidentada do pit final da mina, de
forma que as superfícies mantenham uma conformação natural criando melhores condições
para o desenvolvimento de vegetação e acelerando o processo de sucessão natural. Esta
medida tem como objetivos a quebra do perfil e a reconstrução dos contornos originais da
área, em harmonia com a paisagem adjacente.
PLANO DE CLIVAGEM
DO PERFIL
A camada de solo onde a comunidade vegetal deverá se estabelecer deverá receber correção
química através da aplicação do composto fertilizante N-P-K de formulação 10-30-10, na base
de 300 kg/ha e MgSO4 na base de 80 kg/ha.
Após as atividades de remodelagem do terreno (reconformação topográfica), o solo orgânico
armazenado proveniente do decapeamento da jazida deverá ser distribuído sobre a superfície
da área a ser recuperada por meio de um trator de esteira, conforme a disponibilidade de
material.
consequência do acúmulo de águas pluviais no rebaixo do piso da cava até que o espelho
d’água atinja a cota do terreno natural e permita a condução das águas pluviais para fora da
cava.
✓ Estabilidade Geotécnica
Os taludes definitivos recuperados devem ser monitorados continuamente quanto a possíveis
focos erosivos, trincas de vestígios de possíveis rompimentos. Esse acompanhamento será
visual.
✓ Revegetação
As áreas nas quais são desenvolvidas atividades de revegetação deverão ser monitoradas,
em períodos que variam conforme a alternativa utilizada, como forma de avaliar o sucesso na
recuperação ambiental implantada e, principalmente, detectar os possíveis problemas ao
estabelecimento e desenvolvimento da cobertura vegetal.
Para as atividades de revegetação com espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas), são
selecionados indicadores de desempenho, como mortalidade de mudas, aspecto visual e
desenvolvimento de mudas, conforme também é descrito em detalhe na seção 8.5.7.2. Os
dados de monitoramento da revegetação coletados em campo servirão para avaliar a
necessidade de aplicação de novas intervenções antrópicas às áreas de recuperação.
Caracterização preliminar
do sítio (usos prévios,
Decisão de desativar o Estabelecer os objetivos histórico industrial,
empreendimento para reutilização do local registros de ocorrências,
problemas potenciais,
documentação existente)
Plano de desmontagem
e/ou recuperação
Caracterização detalhada
ambiental (procedimentos
do sítio (planta de detalhe, Licitação e contratação
de desmobilização, de
inventário de equipamentos (cláusulas ambientais)
descontaminação, alvará
e resíduos)
de demolição, manifestos
de transporte de resíduos)
Execução do plano de
Ensaios comprobatórios Relatório e documentação
acompanhamento
a sua desmobilização deverá ser iniciada com o cercamento da área a fim de restringir o
acesso ao seu interior a funcionários, devidamente treinados garantindo assim, além da
qualidade das águas, a segurança individual.
Também deverá ser realizada a verificação da estabilidade dos taludes em sua conformação
final. Caso sejam verificadas zonas críticas, os taludes deverão ser reafeiçoados de modo a
garantir a segurança geotécnica.
FIGURA 8.6.4.1 – Vista oblíqua da alternativa de uso futuro que consiste na implantação de
espelho d’água na área de lavra exaurida e revegetação de taludes do depósito de estéril.
FIGURA 8.6.4.2 – Vista oblíqua da alternativa de uso futuro que consiste na implantação de
aterro de inertes na área de lavra exaurida e revegetação de taludes do depósito de estéril.
Evidentemente os imóveis deverão se encontrar isentos de passivos ambientais e aptos para
qualquer uso futuro.
Com relação ao depósito de material estéril, a prática mais usual é a revegetação das bermas
e taludes, contribuindo assim para a recuperação da fauna e flora locais. A revegetação dos
depósitos é realizada concomitantemente à sua ampliação, conforme os taludes forem
alcançando suas configurações finais.
O detalhamento da alternativa de recuperação ambiental que será empregada é escopo do
Plano de Fechamento de Mina, o qual deverá ser revisto de forma periódica e
concomitantemente às fases do empreendimento. Dessa forma, o estudo das alternativas de
recuperação ambiental é aprimorado ou até mesmo reformulado dependendo das condições
futuras em que o empreendimento e o cenário local se encontrarem ao longo do tempo,
garantindo assim a implantação de uma alternativa adequada na época do encerramento das
atividades do empreendimento.
Os usos futuros da área minerada devem ser tratados em versões sucessivas do plano de
fechamento da mina, incluindo o envolvimento da comunidade adjacente em sua formulação
e discussão.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Projeto Fazenda Pimenteiras
CBPM - Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – Governo – Caracol - PI