MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

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PROJETOS LTDA 449

CAPÍTULO 8.

MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

A extração dos minérios e a disposição de material estéril se relacionam a diversos impactos


ambientais, conforme é avaliado nesse EIA. A severidade desses impactos pode ser mitigada
através da adoção de uma série de medidas visando sua atenuação ou redução.

A maioria destas medidas mitigadoras, descritas a seguir, na seção 8.1, constitui hoje em dia
um conjunto de boas práticas de gestão largamente adotadas por diversos segmentos da
indústria extrativa mineral. Seu emprego é relativamente simples, além de se tratar de
medidas tecnicamente exequíveis e economicamente viáveis, cujo sucesso depende
basicamente da aplicação dos conceitos de proteção ambiental por parte da empresa e da
adoção de procedimentos internos para garantir a execução das medidas propostas.

Os programas relacionados aos aspectos e impactos socioambientais são apresentados na


seção 8.2 e as propostas de compensação ambiental são apresentadas na seção 8.3. Na
seção 8.5 constam as recomendações de monitoramento ambiental para o empreendimento
que, se adotadas, permitirão constatar se os impactos causados pela ampliação do
empreendimento permaneceram dentro do previsto neste EIA e também servirão para alertar
a gerência de operações sobre a necessidade de ações corretivas.

Por outro lado, muitos dos impactos negativos gerados pela mineração e beneficiamento são
tidos como temporários e deverão cessar quando da desativação do empreendimento, no
entanto, também há alguns impactos que podem perdurar caso não sejam tomadas medidas
corretivas. Desta forma, uma série de procedimentos de recuperação ambiental é descrita na
seção 8.6.

O conjunto de medidas de gestão ambiental recomendado é apresentado na FIGURA 8.1.


Cada programa proposto está correlacionado aos impactos ambientais identificados e
analisados no EIA. Naturalmente, há medidas que se aplicam a mais de um impacto. O quadro
também permite verificar que há pelo menos uma medida proposta para cada impacto
ambiental identificado.

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QUADRO 8.1
CORRELAÇÃO DOS IMPACTOS IDENTIFICADOS COM OS PROGRAMAS PROPOSTOS
SOCIO- COMPENSAÇÃO
MEDIDAS MITIGADORAS MONITORAMENTO AMBIENTAL FECHAMENTO E RECUPERAÇÃO
AMBIENTAIS AMBIENTAL

Programa de preservação do patrimônio espleológico

Monitoramento da vibração e sobrepressão acústica


Monitoramento do sistema de drenagem, processos

Reconformação topográfica da cava (disposição de


Programa de comunicação e participação social
Programa de afugentamento e resgate de fauna
Acompanhamento da supressão de vegetação

Implantação de sistemas de drenagem pluvial


Controle das emissões de ruído e vibração

Monitoramento da estabilidade geotécnica

Revegetação dos taludes com gramíneas


Compensação pela intervenção florestal

Monitoramento da qualidade das águas


Controle das atividades operacionais

Atendimento a Lei 9.985/00 (SNUC)

Monitoramento dos níveis de ruído


Monitoramento da qualidade do ar
Prevenção da poluição das águas

Programa de educação ambiental

Monitoramento da fauna silvestre


MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Inventário dos resíduos sólidos

Monitoramento da revegetação
Prevenção da poluição do solo
X IMPACTOS AMBIENTAIS

Formação de espelho d'água


Prevenção da poluição do ar

Reafeiçoamento topográfico
erosivos e assoreamento

estéril ou de inertes)
e paleontológico
1 alteração nas condições do maciço s s s s s s
2 redução do estoque de recursos naturais s
3 risco de contaminação e alteração nas condições físicas do solo s s s s s s
4 alteração da qualidade do ar s s s s s
MEIO FÍSICO

5 alteração da qualidade das águas s s s s s s s s


6 alteração no ambiente sonoro s s s s s
7 desencadeamento de processos de dinâmica superficial s s s s s s s s s s
8 alteração do fluxo hídrico superficial s s s s s s s s s s
9 alteração no fluxo hídrico subterrâneo s s s s s
10 interferência no patrimônio espeleológico s s s
11 interferência no patrimônio paleontológico s s s
12 perda de espécimes de flora ameaçadas de extinção s s s s
MEIO BIÓTICO

13 perda de espécimes de fauna ameaçadas de extinção s s s s s s s s


14 afugentamento de fauna s s s s s s s s
15 aumento da área de ambientes propícios à fauna silvestre s s s
16 retorno da fauna às áreas recuperadas s s s
17 geração de expectativas na comunidade s
18 aumento da atividade econômica e da massa monetária em circulação s
MEIO ANTRÓPICO

19 risco de acidentes e atropelamentos nas estradas s s


20 impactos sobre Unidades de Conservação s s s s s s s s
21 interferência no patrimônio arqueológico s s
22 impacto visual s s s s s s s
23 incômodo e desconforto ambiental s s s s s s s s s s
24 redução da atividade econômica e da arrecadação tributária s
25 redução do emprego e renda da população s

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8.1. PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL


Neste item são descritos os programas de controle e de mitigação dos efeitos e impactos
ambientais gerados na implantação da extração de minério de fosfato pela Companhia Baiana
de Pesquisa Mineral – CBPM, na poligonal do processo minerário ANM 803.314/2012,
compreendida na Fazenda Pimenteiras, no município de Caracol, no estado do Piauí.
A partir da identificação dos efeitos decorrentes das atividades de extração e beneficiamento,
bem como de disposição de estéril e seus impactos associados, são apresentadas a seguir
as medidas mitigadoras a serem adotadas pela CBPM, com a finalidade de minimizar os
impactos ambientais gerados em decorrência das atividades minerárias, de forma a permitir o
seu desenvolvimento dentro das normas legais vigentes. Dentre as principais medidas
mitigadoras que compõem o Plano de Controle Ambiental a serem adotadas no
empreendimento, destacam-se os seguintes programas:
1. Controle das operações;
2. Prevenção da poluição das águas;
3. Prevenção da poluição do ar;
4. Prevenção da poluição do solo;
5. Controle na emissão de ruídos e de vibração;
6. Acompanhamento da supressão vegetal;
7. Programa de afugentamento e resgate de fauna silvestre;
8. Programa de preservação de patrimônio espeleológico e paleontológico.

Cada Programa de Controle Ambiental é apresentado de forma detalhada, a seguir.

8.1.1. Controle das atividades operacionais


O plano de desenvolvimento das atividades de lavra de minério de fosfato na Fazenda
Pimenteiras, considera como premissa básica a oferta pela CBPM de condições adequadas
de segurança e higiene ocupacional para seus funcionários e colaboradores, o atendimento
às normas legais vigentes, a recuperação de áreas, bem como a ponderação entre a
maximização das reservas e a minimização das intervenções ambientais.

8.1.1.1. Subprograma de atendimento aos parâmetros geotécnicos


Para o controle geotécnico serão realizadas vistorias técnicas de segurança para verificação
de eventuais formações de focos erosivos. Caso seja verificado algum local com instabilidade,
este deverá ser isolado e ter seu acesso restrito até a reconformação e a estabilização da
área. O controle geotécnico dos taludes deverá ser realizado de modo integrado com o
controle do sistema de drenagem de águas pluviais, visto que um dos grandes problemas de
estabilidade de taludes nos materiais terrosos é a falha do sistema de drenagem de águas
pluviais, que provoca a formação de processos erosivos.
No QUADRO 8.1.1.1.1 são apresentados os parâmetros geométricos utilizados na lavra e na
construção.

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QUADRO 8.1.1.1.1
PARÂMETROS GEOTÉCNICOS DA LAVRA ADOTADOS PELA CBPM
PARÂMETRO VALOR
Altura das bancadas finais 5m
Largura mínima das bermas finais 10 m
Ângulo da face dos taludes 60°
Largura mínima de rampas 10 m
Máxima declividade de rampas 10%
Fonte: CBPM., 2022.

Para o controle geotécnico dos taludes em estéril, este deverá ser realizado de modo integrado
com o controle do sistema de drenagem de águas pluviais, visto que um dos grandes
problemas de estabilidade de taludes em solo é a falha do sistema de drenagem de águas
pluviais, que provoca a formação de processos erosivos e assoreamento de cursos d’água.
No QUADRO 8.1.1.1.2 são apresentados os parâmetros geométricos que deverão ser
adotados na construção dos depósitos de estéril e que são atualmente utilizados na do
depósito de estéril da CBPM.

QUADRO 8.1.1.1.2
PARÂMETROS GEOTÉCNICOS DO DEPÓSITO DE ESTÉRIL DA CBPM
PARÂMETRO VALOR
Altura de bancada 10 m
Ângulo das faces das bermas 26,56°
Inclinação geral de talude da pilha 18,43°
Largura da berma 10 m
Largura dos acessos 10 m
Inclinação máxima dos acessos 10%
Fonte: CBPM., 2022.

8.1.1.2. Subprograma de manutenção do sistema viário existente e futuro


Segundo Baesso (2003), o termo manutenção pode ser definido como amplo conjunto de
atividades destinadas a assegurar um transporte seguro, econômico e confortável em uma
estrada. Uma das finalidades primordiais da manutenção é evitar, ao máximo possível, a perda
desnecessária do capital já investido, mediante a proteção física da estrutura básica e da
superfície de rolamento da estrada. A manutenção deve evitar a deterioração precoce da
estrutura das estradas e, por conseguinte, a necessidade de serviços de reconstrução.
Incluem-se nesta definição, as atividades de manutenção corretiva rotineira e preventiva
periódica.

✓ Manutenção corretiva rotineira


Conjunto de operações normalmente executadas uma ou mais vezes a cada ano e que tem
como objetivo manter todos os elementos da estrada, com o mínimo possível de alterações,
com as mesmas características e condições que apresentavam logo após sua construção ou

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recuperação. Constituem-se exemplos de atividade de manutenção rotineira nas estradas os


reparos localizados ou defeitos na pista de rolamento, as roçadas e limpeza de dispositivos
de drenagem superficial.

✓ Manutenção preventiva periódica


Conjunto de operações que normalmente são executadas com intuito de evitar o surgimento
ou agravamento dos defeitos, preservar as características superficiais, a integridade estrutural
e, consequentemente, a serventia da rodovia. Inclui-se nessa atividade, os serviços
relacionados à reexecução total ou parcial da camada de revestimento primário.

✓ Reconstrução
Renovação completa dos padrões de serviço da estrada. Pode envolver o alargamento de
uma plataforma de uma estrada, a relocação de parte do seu traçado com intuito de
proporcionar melhores condições de segurança aos usuários ou ainda a execução de reforço
das condições estruturais do seu pavimento. O objetivo é elevar sua capacidade operacional.
A execução de um ou mais bueiros em determinada estrada é uma atividade que pode
igualmente ser enquadrada como um serviço de reconstrução. Por outro lado, existem
algumas atividades em que tais conceitos não se mostram suficientemente claros. Nesses
casos, podem ser enquadradas aquelas onde alguma melhoria está sendo agregada à
estrada. Instalar um novo dispositivo de sinalização, promover a troca de um tubo de um bueiro
ou implementar o aumento da capacidade de vazão de uma obra de arte corrente com sua
substituição por um que apresente diâmetro de maior calibre são atividades habitualmente
consideradas de serviços de manutenção.

✓ Drenagem do sistema viário


Um adequado sistema de drenagem constitui-se no aspecto tão ou mais importante, em
projetos visando implantação de melhoramentos em estradas de terra, do que o próprio
revestimento da pista de rolamento. Uma estrada de terra revestida e não contemplada com
apropriados dispositivos de drenagem estará com sua plataforma seriamente comprometida
na primeira chuva que ocorrer. Em se tratando de acessos em áreas minerárias, essa questão
ganha particular importância, visto que na maioria dos casos são construídos sobre depósitos
de estéril e áreas afins, e no caso de uma drenagem inadequada, a própria estabilidade dos
taludes será comprometida, além da trafegabilidade.
De forma prática, pode-se resumir os princípios básicos mais importantes a serem adotados,
visando a obtenção de uma boa drenagem para as estradas não pavimentadas, da seguinte
forma:
• Desenvolver, tanto quanto possível, traçados próximos aos divisores de água;
• Remover das pistas toda a água sem danificar a estrada ou sua estrutura, o mais
rapidamente possível;
• Reduzir a velocidade da água, bem como a distância que esta deve percorrer;
• Utilizar-se de drenagens transversais, onde necessário;
• Adotar tanto quanto possível plataforma cujas larguras e altura dos cortes e aterros
produzam um mínimo de perturbações;

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• Manter ao máximo a vegetação natural dos cortes e aterros, entre outras áreas
sensíveis a processos erosivos.

A conformação ideal da pista de rolamento, para trechos retilíneos, deve ser como o
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observado na seção transversal
PROJETOS LTDA apresentada na FIGURA 8.1.1.2.1 O abaulamento deve ser
1
simétrico e proporcionar uma inclinação de aproximadamente 4% para cada um dos lados da
pista de rolamento.
EIXO DA PISTA

SARJETA
SARJETA
4% 4%

PISTA DE ROLAMENTO (L)

FAIXAS LATERAIS

PLATAFORMA (P)

FIGURA 8.1.1.2.1 – Seção transversal de pista de rolamento em trecho retilíneo.


Na faixa lateral são realizadas as obras de drenagem, dado que o abaulamento proporcionará
o escoamento da água de chuva para as laterais da pista. A ausência de abaulamento nas
pistas provoca poças e de água e lama nas pistas de rolamento, o que dificulta o tráfego.
Nos segmentos curvilíneos dos acessos, bem como nos acessos sobre bancadas o
abaulamento dá lugar a uma inclinação única da pista, tendendo à face interna da curva ou
do talude, como mostra a seção transversal para trechos curvilíneos na FIGURA 8.2.1.2.2.

FIGURA 8.1.1.2.2 – Seção transversal de pista de rolamento em trecho curvilíneo.

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Nos trechos curvilíneos a inclinação da pista varia de acordo com o raio da curva, e deve se
dar mais atenção às obras de drenagem na faixa lateral em cota mais inferior, pois é para
onde a água de chuva escoa. A fim de garantir o desempenho adequado do sistema de
drenagem, deve-se prever ainda uma declividade longitudinal do conjunto da pista de
rolamento e canaleta de drenagem, usualmente entre 3% a 5%.
Na FIGURA 8.1.1.2.3 é apresentada em detalhe a seção transversal esquemática da sarjeta
utilizada para drenagem das vias de acesso.

FIGURA 8.1.1.2.3 – Seção transversal esquemática de sarjeta.


Em cada saída de fluxo de água do sistema de drenagem dos acessos para o sistema de
drenagem natural, é prevista a implantação de uma caixa de decantação para a contenção de
partículas sólidas carregadas pela água pluvial, conforme já abordado anteriormente.

8.1.1.3. Subprograma de controle de tráfego de veículos


Conforme descrito no capítulo de previsão de impactos, os principais impactos previstos
relativos ao tráfego de veículos foram a deterioração do ambiente sonoro, deterioração da
qualidade do ar e incômodo e desconforto ambiental das comunidades situadas na rota de
escoamento dos produtos e risco de acidentes e atropelamentos nas estradas.
Assim, o Programa de Controle de Tráfego de Veículos tem como objetivos e metas:
• Minimizar os impactos previstos decorrentes do incremento de tráfego de veículos;
• Reduzir ou eliminar as reclamações da população residente ao longo dos acessos por
onde trafegarão os veículos que transportam o minério de fosfato.
Como medidas mitigadoras aos impactos previstos decorrentes do tráfego de veículos, a
CBPM implementará o Programa de Controle de Tráfego, no qual são previstas as seguintes
ações:
• Manutenção e conservação das vias internas do empreendimento utilizadas pelos
veículos da empresa, de forma a garantir o bom estado de conservação, de forma a
possibilitar o tráfego seguro de veículos, conforme detalhado na seção 8.1.1.2;
• Implantação de procedimento para avaliação periódica do desempenho dos motoristas
contratados diretamente pela CBPM, capacitando continuamente os técnicos
envolvidos nos setores de transporte e segurança;
• Implantação de sistema de segurança e registros de acidentes e atropelamento de
pessoas e de fauna nas vias internas do empreendimento;

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• Vistoria e pesagem de caminhões na entrada e saída da Fazenda Pimenteiras, com


apresentação dos registros efetuados;
• Implantação do Programa Interno de Autofiscalização da Correta Manutenção da Frota
quanto à Emissão de Fumaça Preta, atendendo os termos da Portaria IBAMA nº 85 de
17 de outubro de 1996;
• Trabalhos de enlonamento dos caminhões na expedição dos produtos;
• Implantação da sinalização das vias de acesso na área do empreendimento (entre mina
e área de disposição de estéril, mina e expedição etc.);
• Manutenção da sinalização da rota de escoamento dos produtos (trecho entre a
Fazenda Pimenteiras e a Unidade de Mineração de Angico dos Dias da FOSNOR -
Fosfatados do Norte-Nordeste S/A).
A sinalização das vias de acesso internas será composta por placas de trânsito semelhantes
às encontradas nas vias públicas, o que proporcionará fácil identificação e entendimento
destas por qualquer motorista ou pedestre.
Com a implantação de placas sugeridas nas FIGURAS 8.1.1.3.1 a 8.1.1.3.6, objetiva-se
controlar a velocidade dos veículos, o tráfego de pedestres e caminhões, a definição de
sentido de tráfego, paradas obrigatórias e identificar áreas susceptíveis a desmoronamentos.

20 km/h

FIGURA 8.1.1.3.1 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.2 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.3 – Modelo de


placa de limite de velocidade. placa de proibição de tráfego de placa de definição de sentido do
caminhões. tráfego.

PARE
FIGURA 8.1.1.3.4 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.5 – Modelo de FIGURA 8.1.1.3.6 – Placa para
placa de parada obrigatória. placa de regulamentação do locais com possibilidade de
tráfego de pedestres. ocorrência de desmoronamento.

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Serão adotados dois indicadores ambientais, um interno e um externo, para a avaliação do


programa:
▪ Interno: Quantidade de acidentes nas vias internas de circulação do projeto;
▪ Externo: Quantidade de reclamações dos moradores vizinhos ao empreendimento em
relação à acidentes, ruídos, aumento de tráfego, condições de sinalização e poeira.
Todas as informações (causas, local, horário etc.) sobre os acidentes e reclamações dos
moradores deverão ser registrados em planilhas próprias, cujos resultados serão
contemplados em um relatório anual, e encaminhados ao órgão ambiental competente, por
ocasião da renovação da licença de operação do empreendimento.
Quaisquer irregularidades observadas deverão ser sanadas. A avaliação e o
acompanhamento dos resultados do programa serão realizados após a análise desses
indicadores.
O programa deverá ser executado durante todos os anos de operação do empreendimento.

8.1.2. Prevenção da poluição das águas


Alterações da qualidade das águas podem ocorrer desde o carreamento de sedimentos na
drenagem de águas pluviais, a potencial contaminação por efluentes sanitários e industriais,
sendo que cada um possui características próprias e demandam sistemas distintos de
controle.
Nas áreas de lavra e de disposição de estéril, o controle sobre a qualidade das águas ocorrerá
com os tanques de decantação provisórios, escavados em solo em pontos mais baixos, e
implantação e manutenção de sistemas de canaletas de drenagem que direcionem a
drenagem pluvial para os tanques de decantação.
Nos pés dos taludes e nas margens dos acessos serão implantadas canaletas de drenagem
escavadas em solo, que disciplinam as águas pluviais para pontos de acúmulo e captação.
Os efluentes sanitários serão tratados em sistemas de fossas sépticas, filtro anaeróbio e
sumidouro.
Cabe ressaltar que não é prevista a geração de efluentes relacionados às atividades de
manutenção de máquinas e equipamentos na área da poligonal do processo
ANM 803.314/2012, já que as atividades de manutenção dos equipamentos serão realizadas
fora do empreendimento.
Para verificação da eficiência das ações de controle propostas nesse plano, deverão ser
executados os programas de monitoramento dos sistemas de drenagem e da qualidade das
águas.

8.1.2.1. Subprograma de controle de erosão e assoreamento


O Subprograma de Controle de Erosão e Assoreamento - PCEA aqui proposto para o
empreendimento da CBPM tem por objetivos e metas:

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• Minimizar os impactos ambientais decorrentes do empreendimento por meio do


controle do surgimento de focos de erosão e assoreamento nos taludes em solo através
do disciplinamento da drenagem pluvial, de modo a conservar os solos, preservar o
sistema hidromorfológico, a qualidade das águas dos corpos hídricos e garantir a
manutenção dos acessos.
• Garantir a proteção de taludes em solo da área do empreendimento, com especial
atenção para o depósito de estéril.

As práticas de caráter hídrico se referem à coleta, transporte e lançamento de águas pluviais,


um aspecto fundamental para a estabilidade física da área assim como para a proteção dos
recursos hídricos superficiais.
Para tanto, devem ser identificados e caracterizados os locais naturalmente suscetíveis à
deflagração de processos erosivos e assoreamento, como também aquelas que poderão vir
a ocorrer em decorrência das atividades de lavra. Depois de identificado algum ponto
suscetível à deflagração de processos erosivos devem ser apresentadas propostas para
estabilização e monitoramento das áreas fragilizadas, de forma a prevenir ocorrências futuras.
Assim, o programa de prevenção e controle de processos erosivos e assoreamentos de
corpos d’água compreende uma série de medidas de projeto e operação de sistemas de
drenagem pluvial, proteção de taludes em solo e de atendimento à parâmetros geométricos
de operação que proporcionam um fluxo adequado das águas pluviais pela área de lavra e
demais porções do empreendimento, garantindo que não ocorram processos de
assoreamento ou ravinamentos que comprometam a estabilidade das estruturas do projeto,
ocasionando impactos ambientais adversos. A seguir, são abordadas as ações que irão
compor o Subprograma de Controle de Erosão e Assoreamento - PCEA.

✓ Disciplinamento da drenagem pluvial


É prevista a construção de sistema de drenagem composto por canaletas e bacias de
decantação escavadas em solo, com a finalidade de captar e tratar as águas pluviais que
incidem sobre a área de mineração. As águas pluviais devem ser encaminhadas pelas
canaletas de drenagem para as bacias de decantação, para retenção das partículas sólidas
que porventura foram carreadas.
Assim o sistema de drenagem de águas pluviais da CBPM nas áreas de lavra e depósito de
estéril na Fazenda Pimenteiras, deverá atender as premissas a seguir descritas:
• Não lançamento de águas coletadas das bermas diretamente nas encostas naturais;
• Construção do sistema de drenagem pluvial com materiais que suportem as
velocidades de escoamento da água;
• As águas coletadas após tratamento deverão ser encaminhadas ao curso d’água
natural.
Desta forma, o sistema de drenagem deve ter como componentes:
• Canaletas de captação: Instaladas em solo, nos "pés" dos taludes, têm a função de
coletar e conduzir as águas pluviais até as canaletas de escoamento;

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• Canaletas de escoamento: Instaladas perimetralmente às áreas a serem protegidas e


transversalmente às canaletas de captação, conduzem as águas coletadas da sub-
bacia até as cotas inferiores, no nível de lançamento final na drenagem natural;
• Bacias de decantação: Instaladas em solo para promover a decantação de sólidos que
porventura tenham sido arrastados pelas águas captadas pelas canaletas.
Na FIGURA 8.1.2.1.1 são apresentados dispositivos de controle de drenagem que serão
utilizados nos taludes da lavra.

FIGURA 8.1.2.1.1 – Esquema em planta dos dispositivos de drenagem para a lavra.


Em cada saída de fluxo de água do sistema de drenagem da lavra para o sistema de drenagem
natural é prevista a implantação de uma caixa de decantação escavada em solo, para a
contenção de partículas sólidas carregadas pela água pluvial, conforme já abordado
anteriormente.
As canaletas escavadas no próprio solo serão executadas junto às bordas de corte das faixas
laterais e coletam a água pluvial conduzindo-a até um dispositivo de descarga. Os desvios
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são pequenos dispositivos que direcionam as águas até um ponto de descarga em caixa de
retenção de sólidos (bacia de decantação) antes de ser direcionadas à drenagem natural.
As leiras são dispositivos criados pelo empilhamento ordenado de material ao longo das vias.
A função da leira é proporcionar a dissipação de energia do fluxo de água e evitar processos
erosivos nas laterais da pista de rolamento.
O sistema de captação de drenagem nas áreas das bermas utilizará declividades máximas de
3%, objetivando controlar as velocidades das águas captadas e por consequência a erosão
das matérias de escavação.
Na área de lavra e na área de depósito de estéril, o processo de implantação das estruturas
do sistema de disciplinamento e tratamento de águas pluviais deve ser avaliado e adaptado
concomitante ao avanço da lavra e do depósito, de forma a garantir o funcionamento
adequado do sistema como um todo, tendo em vista que o processo de lavra é muito dinâmico
e as áreas onde são desenvolvidas as atividades minerárias e de apoio sofrem alterações
topográficas constantes. Nesta fase, as canaletas de captação e escoamento serão
escavadas em solo sem revestimento, com seção trapezoidal, apresentando uma
profundidade variável, acompanhando as vias de acesso e pés dos taludes. Sempre que a
topografia permitir, serão escavadas bacias de decantação com objetivo de permitir a
sedimentação dos sólidos.
O projeto executivo do sistema de disciplinamento e tratamento de águas pluviais deverá ser
elaborado ao longo do desenvolvimento das etapas de lavra, tendo em vista a adequada
conformação à situação topográfica vigente para cada etapa. Desta forma, o planejamento do
sistema de drenagem deverá ser validado de acordo com a situação topográfica existente à
época de implantação e readequado onde necessário.
As estruturas de drenagem nas áreas de extração do minério de fosfato, do depósito de estéril
e vias de acesso serão supervisionadas constantemente.

✓ Ações de caráter vegetativo para proteção dos taludes em solo


As práticas de caráter vegetativo referem-se às ações implantadas para o estabelecimento de
um determinado tipo de cobertura vegetal (ou associação de tipos de vegetação) nas áreas
degradadas.
Os trabalhos de revegetação de taludes e das bermas das áreas de lavra deverão ser
realizados à medida que as situações finais forem sendo alcançadas com as conformações
dos ângulos, medidas das bermas e taludes e implantação do sistema completo de drenagem
pluvial (conforme já exposto), evitando assim, possíveis focos de erosão, o lixiviamento de
partículas sólidas e aumentando a própria estabilidade dos taludes e das bermas.
No curto prazo, os objetivos geralmente associados às práticas de caráter vegetativo
correspondem ao emprego de medidas para (i) mitigar ou evitar o desencadeamento de
processos e focos erosivos nos locais em recuperação; (ii) complementar as práticas
relacionadas à estabilidade geotécnica dessas áreas; (iii) melhorar as características físicas,
químicas e biológicas do solo; (iv) melhorar o aspecto visual da área e (v) isolar visualmente
a área de mineração.
Por outro lado, no médio e longo prazo, esses objetivos incluem a (i) mitigação do impacto
visual ocasionado pelas alterações proporcionadas à paisagem local; (ii) a reintegração da
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área ao conjunto paisagístico do entorno de maneira consonante à nova forma de uso e


ocupação proposta no plano de recuperação de áreas degradadas, de modo que as alterações
na paisagem ocasionadas pelas atividades mineradoras sejam reincorporadas ao entorno; (iii)
melhorar as condições de habitat para a fauna silvestre.
No caso da implantação do empreendimento da CBPM., as práticas de caráter vegetativo
deverão ser direcionadas ao revestimento vegetal dos taludes finais de lavra, do depósito de
estéril e áreas diversas de apoio à mineração.
Ressalta-se que as atividades de caráter de revegetação podem ser aplicadas para a
recuperação provisória dos taludes, ainda aos que não atingiram a configuração final
projetada, até que se inicie novamente a exploração deste setor.
De modo geral, recomenda-se a revegetação de taludes e bermas concomitante a formação
do depósito de estéril. O método ascendente de disposição de estéreis permite a recuperação
progressiva das bermas e taludes inferiores, protegendo a pilha e evitando o
desencadeamento de processos de dinâmica superficial, como erosão e escorregamento,
além de contribuir com a minimização dos impactos visuais. Dependendo do uso futuro da
área, a vegetação estabelecida também poderá desempenhar funções ecológicas.
Deverá ser utilizado solo orgânico para o recobrimento gradativo das áreas a serem
revegetadas. Este solo é de grande importância para auxiliar o processo de revegetação
servindo como fonte de propágulos da vegetação existente previamente e dar suporte ao
estabelecimento e crescimento das mudas a serem plantadas. Desta forma, auxiliará no
processo de recuperação previsto para estas áreas devido às suas características químicas
(teores de fertilidade relativamente elevados) e biológicas (presença de micro-organismos e
propágulos vegetais que auxiliarão na reestruturação geral do solo local e na recomposição
da cobertura vegetal).
Sua deposição sobre as bermas se dará manualmente e com auxílio de máquinas, de modo
que uma camada de aproximadamente 50 cm (35 cm de estéril e 15 cm de solo vegetal) seja
despejada e nivelada sobre as bermas a serem recuperadas.
Posteriormente podem ser realizados plantios de mudas de espécies arbóreas nativas ou
exóticas, o que tende a acelerar a recuperação do local.
Os taludes serão revegetados através da fixação de placas de grama ou da semeadura de
espécies gramíneas e herbáceas, preferencialmente espécies forrageiras de cobertura com
ciclo de vida curto para rápida cobertura do solo e melhoria de suas características físicas e
químicas.
O detalhamento dos métodos de revestimento vegetal a serem aplicados para os taludes e
áreas susceptíveis à erosão é apresentado na seção 8.6 (Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas) deste capítulo.

✓ Programas correlacionados
Um adequado sistema de drenagem nos acessos constitui-se no aspecto tão ou mais
importante, em projetos visando implantação de melhoramentos em estradas de terra, do que
o próprio revestimento da pista de rolamento. Conforme descrito na seção 8.1.1.2, uma
estrada de terra revestida e não contemplada com apropriados dispositivos de drenagem
estará com sua plataforma seriamente comprometida na primeira chuva que ocorrer.
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O controle de processos erosivos nos taludes em solo e de áreas de depósito de estéril deverá
ser realizado pela CBPM de modo integrado entre o atendimento aos parâmetros geométricos
previstos em projeto e a adoção do sistema de drenagem de águas pluviais. Os parâmetros
geométricos previstos para taludes em solo e para o depósito de estéril foram previstos na
seção 8.1.1.1.

8.1.2.2. Tratamento dos efluentes sanitários


Para o controle e tratamento dos efluentes sanitários gerados, serão implantados sistemas
compostos de fossas sépticas filtros e sumidouros. Deste modo, após a digestão dos efluentes
nos tanques sépticos, estes são infiltrados no solo e não lançados no sistema de drenagem.
Os efluentes sanitários serão destinados para sistema de tratamento constituído de tanque
séptico, filtro e sumidouros, dimensionado e construído de acordo com as Normas ABNT NBR
7.229/1993 e NBR 13.969/1997.

8.1.3. Prevenção da poluição do ar


Na implantação do empreendimento de extração da CBPM na Fazenda Pimenteiras as
principais fontes de poluentes atmosféricos serão a emissão de material particulado
proveniente da movimentação e do tráfego de máquinas e veículos por vias não pavimentadas
e praças de trabalho e na expedição e a queima de diesel pelos motores de combustão interna.
Assim, faz-se necessária a operação de sistemas de controle dessas emissões, bem como o
monitoramento da qualidade do ar nas áreas de entorno do empreendimento e o
monitoramento de opacidade em toda a frota movida a óleo diesel, com a finalidade de avaliar
a eficácia das medidas preventivas propostas para mitigar os impactos relacionados às
emissões atmosféricas.

✓ Umectação dos acessos e pátios de produtos


Para a mitigação da emissão de material particulado nas vias de acesso, área de lavra,
depósito de estéril e pátios de produtos será realizada a umectação das vias por meio de
caminhão-pipa.

FOTO 8.1.3.1 – Caminhão-pipa a ser utilizado


para aspersão e umectação das vias de acesso,
área de lavra, depósito de estéril e pátios.

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O abastecimento de água dos caminhões-pipa deverá ocorrer através da captação nas


drenagens próximas às áreas de lavra utilizando-se o sistema de bombeamento do caminhão-
pipa e, alternativamente, através de poço tubular a ser implantado para captação de água a
fim de se atender a demanda requerida pelo empreendimento.

✓ Manutenção dos equipamentos


O controle das atividades de mineração, definidas pelas Normas Reguladoras de Mineração,
fixam procedimentos necessários para o cumprimento das necessidades relativas à saúde
ocupacional. As máquinas e veículos a combustão deverão ser devidamente reguladas
reduzindo a emissão de hidrocarbonetos devidos à queima de diesel. Os veículos e máquinas
deverão ser dotados de catalisadores para os gases de escape atendendo às normas
vigentes.
Caso alguma não conformidade seja verificada na frota interna ou externa, o motorista é
notificado e deverá providenciar a vistoria dos equipamentos, bem como a necessária
manutenção para a correção do problema. Anualmente também é realizado o monitoramento
de opacidade para a avaliação da frota movida a óleo diesel.
Aos trabalhadores expostos às condições de ocorrência dos impactos sobre a qualidade do
ar, são fornecidos equipamentos de proteção, máscaras ou respiradores dotados de filtros.

8.1.4. Prevenção da poluição do solo


Além da execução do Plano de Prevenção da Poluição da Água Superficial através do
disciplinamento da drenagem pluvial e do adequado tratamento dos efluentes líquidos, há a
necessidade de promover o correto armazenamento de combustíveis e de óleos lubrificantes
impedindo a contaminação do solo e do lençol freático.
A unidade de mineração da FOSNOR - Fosfatados do Norte-Nordeste S/A, em Angico dos
Dias, dispõe de toda a infraestrutura de apoio necessária para a sustentação das atividades
de lavra e para atender aos funcionários que trabalharão na Fazenda Pimenteiras, em Caracol
(oficina, refeitórios, sanitários e vestiários), não havendo previsão de geração de resíduos
sólidos ou efluentes industriais perigosos no local da lavra.
Somente será necessária a implantação de uma portaria e de um escritório de apoio às
atividades de mineração na área da Fazenda Pimenteiras, edificações estas que serão
construídas na poligonal do processo ANM 800.218/1985, em função da execução das
atividades de lavra de forma conjunta em ambas as poligonais.
Visando a prevenção da poluição do solo, a CBPM irá adotar na Fazenda Pimenteiras, na
área de extração de minério de fosfato, as medidas a seguir descritas:

✓ Subprograma de controle no manuseio de óleos e de combustíveis


Não haverá armazenamento de óleos lubrificantes e combustíveis no empreendimento. A
manutenção e o abastecimento de máquinas e veículos serão realizados fora da área de lavra,
no complexo industrial da FOSNOR - Fosfatados do Norte-Nordeste S/A, em Angico dos Dias,
a 6 km da Fazenda Pimenteiras, onde já se encontra instalado tanque aéreo metálico, dotado
de sistema de contenção de vazamentos.

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Portanto, não é prevista a geração de efluentes relacionados às atividades de abastecimento


e manutenção de máquinas e equipamentos na Fazenda Pimenteiras.

FOTO 8.1.4.1 – Área de manutenção de FOTO 8.1.4.2 – Área de manutenção de


máquinas e equipamentos com canaleta máquinas e veículos localizada no complexo
direcionando para sistema de separação de industrial da FOSNOR - Fosfatados do Norte-
sólidos sedimentáveis, água e óleo (SAO), Nordeste S/A, em Angico dos Dias, a 6 km da
localizada no complexo industrial da FOSNOR - Fazenda Pimenteiras.
Fosfatados do Norte-Nordeste S/A, em Angico
dos Dias.

Os equipamentos deverão receber manutenção periódica visando à redução de risco de


vazamento de óleos e combustíveis durante as operações de lavra e de transporte de minério
até a unidade de beneficiamento, localizada em Angico dos Dias.

✓ Subprograma de gestão de resíduos sólidos e efluentes


A gestão de resíduos e efluentes tem como objetivo evitar a contaminação do solo e dos
corpos hídricos através do constante gerenciamento das formas adequadas de manuseio,
armazenamento, tratamento e disposição de resíduos sólidos e efluentes.
Conforme mencionando anteriormente, não é prevista a geração de resíduos sólidos
perigosos (caracterizados basicamente pelos resíduos contaminados com óleos e os óleos
lubrificantes usados) na área de lavra da Fazenda Pimenteiras, tendo em vista que as
operações de manutenção de máquinas e veículos devem ser realizadas na Unidade de
Mineração Angico dos Dias da FOSNOR - Fosfatados do Norte-Nordeste S/A.
Para tratamento dos efluentes relacionados às atividades de manutenção de máquinas e
equipamentos nas atividades de apoio que utilizarão a infraestrutura já instalada na Unidade
de Mineração Angico dos Dias da FOSNOR - Fosfatados do Norte-Nordeste S/A, há
implantado Sistema Separador de Água e Óleo – SAO. A água tratada através deste sistema
é encaminhada para sumidouros e os resíduos oleosos e os materiais sólidos retidos no
sistema de decantação são retirados e encaminhados para destinação final por empresas
especializadas para tanto.
Os resíduos sólidos não perigosos e recicláveis serão segregados nos pontos geradores de
resíduos e acondicionados em coletores seletivos, para posterior destino à reciclagem.

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Os demais resíduos não perigosos e não recicláveis, em especial os resíduos orgânicos que
eventualmente forem gerados na área de lavra serão acondicionados em tambores e serão
armazenados em locais apropriados para posteriormente serem encaminhados para
destinação adequada.
Serão instalados coletores seletivos de resíduos em toda a área do empreendimento da CBPM
para garantir a adequada segregação dos resíduos.

8.1.5. Controle das emissões de ruídos e vibração


As atividades de lavra são necessariamente geradoras de ruídos, uma vez que se utilizam
equipamentos típicos de minas, tais como carregadeiras e caminhões. No entanto são
propostas as seguintes medidas práticas para manter as emissões de ruído na Fazenda
Pimenteiras sob adequado controle:
• Fazer a manutenção preventiva das máquinas e veículos de modo a manter os níveis
de emissão de ruídos e de gases próximos aos dos equipamentos quando novos;
• Utilizar traçados suaves para as vias de acesso, de modo a minimizar os esforços dos
motores dos equipamentos;
• Limitar a velocidade de tráfego dos caminhões de transporte nas vias internas;
• Minimizar a movimentação de máquinas em áreas próximas ao limite da propriedade;
Serão respeitados os padrões legais da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
NBR 10151 e NBR 10152, que tratam da avaliação de ruídos em áreas habitadas, visando o
conforto da comunidade.
As medidas de controle da emissão de ruídos terão seus resultados aferidos pelo Programa
de Monitoramento de Ruídos.
Para o controle da vibração e sobrepressão atmosférica nas detonações com explosivos serão
adotados os seguintes procedimentos:

• Evitar a detonação de explosivos que não sejam confinados; evitar detonações a céu
aberto quando as condições climáticas estiverem adversas; evitar o uso excessivo de
carga explosiva;
• Utilizar tamponamento adequado, sistema de retardamento para evitar vibração e
sobrepressão atmosférica, sistema de tubos de choque para acionamento dos
explosivos;
• Dependendo do caso, implantar barreiras físicas com utilização de material estéril;
• Otimizar a fragmentação do desmonte primário;
• Comunicar a população sobre os horários de detonações.
Serão respeitados os padrões legais da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
NBR 10151:2019 e NBR 10152:2017, que tratam da avaliação de ruídos em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade e da norma ABNT NBR 9653:2018 que definem os níveis
de vibração e sobrepressão atmosférica aplicáveis a fim de prevenir danos as edificações
vizinhas e conforto da população local.

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8.1.6. Acompanhamento da supressão vegetal


Para a implantação da extração de minério de fosfato e do depósito de estéril da CBPM, é
prevista a supressão de cobertura vegetal natural de Caatinga caracterizada pela fisionomia
de Savana-Estépica Arborizada.
Assim, apresentam-se a seguir os objetivos e metas do programa proposto:
• Estabelecer requisitos de acompanhamento das operações de supressão vegetal;
• Minimizar os impactos da atividade de supressão vegetal sobre a vegetação do
entorno;
• Assegurar a integridade dos trabalhadores envolvidos nas técnicas operacionais de
supressão, em função dos riscos de acidentes;
• Acompanhamento da supressão por Médico Veterinário e Biólogo para direcionar a
fuga de animais silvestres, para evitar riscos de acidentes e atropelamentos e efetuar
eventual resgate da fauna;
• Ordenar e conduzir a supressão proporcionando o resgate de plantas epífitas, mudas
e propágulos, bem como o aproveitamento da biomassa vegetal e o solo orgânico a ser
decapeado, visando o uso nas áreas de recuperação ambiental e de enriquecimento
florestal.
Para alcançar os objetivos e metas propostos, deverão ser seguidas as seguintes medidas de
controle para a realização das atividades de supressão vegetal:

✓ Delimitação das áreas de supressão


As áreas onde haverá remoção de vegetação se encontram devidamente mapeadas em
planta topográfica. Desta forma, anteriormente ao início das operações de desmatamento, os
limites das áreas de supressão deverão ser fisicamente demarcados em campo por meio de
marcos fixos e de fácil visualização, orientando os operadores de máquinas para que a retirada
da vegetação ocorra apenas nos locais autorizados para supressão visando a ampliação da
área de lavra, de modo a proteger fragmentos de mata nativa adjacentes.

✓ Resgate de espécies ameaçadas e plantas epífitas


Nos fragmentos de vegetação nativa objeto de intervenção ambiental foram identificados
alguns exemplares de Handroanthus spongiosus (ipê-cascudo), que se encontra ameaçada
na categoria “Em Perigo – EN”, conforme dispõe a “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção”, da Portaria MMA nº 148/22.
Assim, em atendimento ao artigo 4º da Resolução SMA nº 22/10 e artigo 5º da Instrução
Normativa MMA nº 02/15, deverá ser realizada a remoção de plântulas e indivíduos jovens
(com até 1,30 m de altura) das espécies ameaçadas identificadas e o transplante ou
translocação para áreas objeto de restauração ecológica, bem como a eventual coleta de
sementes de exemplares adultos para a formação de mudas.
Desta forma, anteriormente ao início das operações de supressão vegetal, as áreas de mata
deverão ser percorridas por um profissional habilitado, responsável por marcar os indivíduos
arbóreos de espécies ameaçadas, mediante a utilização de fita ou tinta.

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A remoção destes regenerantes deverá ser realizada com o auxílio de uma pá (com cuidado
para não danificar o sistema radicular e preservando-se o torrão), sendo os mesmos
transplantados diretamente para embalagens plásticas individuais preenchidas com solo
úmido.
Caso seja do interesse da CBPM, poderá ser instalado no empreendimento um viveiro de
mudas para transferência das plantas resgatadas, proporcionando condições adequadas para
a conservação, minimizando o estresse destes indivíduos até a definição de seu destino.
Neste último caso, após a remoção das plantas em campo, as mesmas deverão ser
transferidas para embalagens individuais.
Para adaptação no viveiro, as plantas serão dispostas sob condições de sombreamento e alta
umidade. A transferência das plantas inicialmente para o viveiro proporciona maiores taxas de
sobrevivência do que quando estas são colocadas diretamente no campo.
Levando-se em consideração que as espécies ameaçadas de extinção a serem resgatadas e
transplantadas nas áreas de recuperação ambiental pertencem ao grupo das espécies não
pioneiras, recomenda-se que seja evitado o transplante das mudas para locais onde as
espécies ficarão expostas à luz solar direta, responsável pela lenta adaptação das espécies
ao novo ambiente e até mesmo pelo perecimento de indivíduos pertencentes a espécies mais
sensíveis.
Para se obter um bom índice de sobrevivência dos indivíduos resgatados, os métodos de
reintrodução deverão ser efetuados respeitando o habitat e hábito das plantas resgatadas e
averiguar se as necessidades específicas de cada espécie estão sendo respeitadas. Desta
forma, recomenda-se o transplante das espécies ameaçadas em locais mais sombreados,
adjacentes às árvores isoladas e pequenos fragmentos de vegetação nativa existentes.
As plantas resgatadas poderão ser reintroduzidas diretamente em remanescentes florestais
adjacentes ou conduzidas e acondicionadas em um viveiro de mudas, permanecendo no local
até a sua reintrodução, entretanto, tal procedimento deverá ser realizado apenas após serem
tomadas medidas que minimizem o estresse aos indivíduos, especialmente com relação aos
seus sistemas radiculares.
Para cada exemplar resgatado, deverá ser analisada a viabilidade da coleta de acordo com a
etapa. As plantas a serem reintroduzidas diretamente em remanescentes florestais deverão
ser acondicionadas e transportadas em embalagens de plástico com solo úmido, até o local
de plantio, nas áreas de reintrodução.
Recomenda-se que seja evitado o transplante para locais de bordas da vegetação, onde as
espécies ficarão expostas à luz solar direta, responsável pela lenta adaptação das espécies
ao novo ambiente e até mesmo pelo perecimento de indivíduos pertencentes a espécies mais
sensíveis.
Para se obter um bom índice de sobrevivência dos indivíduos resgatados, os métodos de
reintrodução deverão ser efetuados respeitando o habitat e hábito das plantas resgatadas e
averiguar se as necessidades específicas de cada espécie estão sendo respeitadas.
Para as ações de resgate, recomenda-se o acondicionamento adequado e o monitoramento,
sob a coordenação por um responsável técnico habilitado e equipe técnica auxiliar
devidamente instruída.

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PROJETOS LTDA 470

✓ Coleta de sementes para a produção de mudas


A coleta de sementes poderá ser realizada a partir dos indivíduos adultos encontrados com
frutos nas áreas objeto de supressão. A coleta de sementes será feita diretamente na árvore,
com o auxílio de um podão, quando iniciar a queda espontânea, ou recolhidas no solo após a
queda.
A obtenção das sementes deve ocorrer preferencialmente de frutos coletados diretamente da
árvore, quando iniciarem a abertura espontânea, o que é facilmente visível pela exposição do
arilo vermelho que envolve as sementes. Em seguida, os frutos devem ser mantidos para
secagem ao sol para completar sua abertura espontânea e a liberação das sementes, sem
contudo deixar secá-las. As sementes devem ser colocadas para germinação diretamente em
recipientes individuais contendo substrato organo-argiloso e mantidas em ambiente semi-
sombreado. Em seguida devem ser cobertas com uma fina camada com mais ou menos 1 cm
de substrato peneirado. A irrigação deve ser realizada 2(duas) vezes ao dia.
As mudas produzidas a partir de plântulas e indivíduos jovens resgatados, bem como da coleta
de sementes, deverão ser plantadas preferencialmente em locais que já apresentam certo
grau de sombreamento, levando em consideração a característica mais esciófila das espécies,
ou seja, não tolerante à insolação direta quando jovem.

✓ Direcionamento da fauna
A supressão vegetal deverá ser gradual e direcionada no sentido do fragmento remanescente.
Deverá ser aplicado o procedimento de direcionamento da fauna, de modo a orientar o
afugentamento da fauna para áreas adjacentes, onde não haverá supressão.
O direcionamento dos animais objetiva minimizar a interferência sobre a fauna, antes e no
momento das atividades de supressão. Com isso, os animais migrarão para áreas do entorno,
onde há fragmentos de vegetação nativa remanescente ou que proverão abrigo para os
mesmos.
Anteriormente ao início das atividades, a equipe da frente de supressão será treinada para
realizar o direcionamento, de modo a estimular a migração dos animais presentes na área,
além de prevenção de acidentes com animais peçonhentos, principalmente serpentes. Para a
prevenção de acidentes com animais peçonhentos durante as atividades de supressão de
vegetação, a equipe deverá seguir as seguintes orientações:
• Utilizar botas de cano alto e perneiras de couro;
• Não tocar em troncos, galhos e plantas sem observar antes;
• Não colocar as mãos em buracos, ocos de árvore ou vão de rocha;
• Observar os arredores antes de sentar, agachar ou se deitar, principalmente próximo a
arbustos, galhadas ou pilhas de madeira;
• Não tocar diretamente em nenhum animal, vivo ou morto.
A equipe também será orientada para retirar ninhos de árvores, anteriormente ao corte.
Árvores ocas ou mortas deverão ser observadas quanto à presença de ninhos ou animais em
seu interior. A equipe também será treinada para suspender as atividades, caso encontre

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PROJETOS LTDA 471

colmeias de abelhas, que deverão ser remanejadas, com todos os procedimentos de


segurança, para outros locais.
Nas operações de supressão de vegetação, os operadores de equipamentos e máquinas
serão orientados a ligá-los com antecedência de, no mínimo, 15 minutos antes do início da
supressão propriamente dita. A equipe deverá percorrer a frente de desmate, movimentando
troncos, de modo a provocar ruídos para afugentar os animais. O direcionamento da
supressão vegetal e o afugentamento dos animais serão feitos no sentido dos fragmentos
florestais remanescentes.
Todos os espécimes da fauna visualizados deverão ser registrados, e se possível
fotografados, para compor o relatório final.

✓ Procedimentos operacionais de corte


As árvores devem ser preparadas para o corte observando os seguintes casos:
• Verificar a inclinação do tronco e se a direção de queda recomendada é possível, e se
existe riscos de acidentes, por exemplo, galhos quebrados pendurados na copa;
• Verificar a presença de animais arborícolas e ninhos na árvore a ser abatida. Em casos
positivos, direcionar a queda de forma a minimizar os danos ao ninho ou animal.
• Limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover eventuais casas de
cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos situados próximos à árvore;
• Fazer o teste do oco. Para certificar se a árvore está oca, o motosserrista introduz o
sabre da motosserra no tronco no sentido vertical. Conforme a resistência de entrada
pode-se avaliar a presença e o tamanho do oco.
• Escolher e preparar os caminhos de fuga, por onde a equipe deve se afastar no
momento da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no sentido contrário
à tendência de queda da árvore (FIGURAS 8.1.6.1 e 8.1.6.2).
Em terrenos inclinados as árvores apresentam tronco inclinado e, portanto, oferecem maiores
riscos de acidentes durante o corte devido a rapidez com que elas tendem a cair. Além disso,
as rachaduras provocadas por erros no corte são mais comuns nestas árvores. Para reduzir
tais problemas, recomenda-se a utilização da técnica padrão de corte, que consiste em uma
sequência de três entalhes, a saber: abertura da “boca”, corte diagonal e corte de abate ou
direcional (FIGURA 8.1.6.3).
A abertura da “boca” é um corte horizontal no tronco (sempre no lado de queda da árvore) a
uma altura de 20 cm do solo. Esse corte deve penetrar no tronco até atingir cerca de um terço
do diâmetro da árvore. Em seguida, faz-se outro corte, em diagonal, até atingir a linha de corte
horizontal, formando com esta um ângulo de 45 graus. Por último, é feito o corte de abate de
forma horizontal, no lado oposto à “boca”. A altura desse corte em relação ao solo é 30 cm, e
a profundidade atinge metade do tronco.
A parte não cortada do tronco (entre a linha de abate e a "boca"), denominada dobradiça,
serve para apoiar a árvore durante a queda, permitindo que esta caia na direção da abertura
da “boca”. A largura da dobradiça deve equivaler a 10% do diâmetro da árvore.

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PROJETOS LTDA 472

FIGURA 8.1.6.1 – Exemplo de caminho de FIGURA 8.1.6.2 – Esquema representativo


fuga para corte de exemplar arbóreo. do procedimento operacional de corte, onde
A representa a tendência de queda da árvore
e B, os caminhos de fuga.

Devido aos riscos de tombamento de árvores sobre os operadores, recomenda-se que se


mantenha uma distância mínima entre as equipes, quando duas ou mais estiverem
trabalhando na mesma área de supressão. A distância mínima recomendada entre si é de
100m.
O corte das árvores nos locais onde o terreno apresenta maior declividade deverá ser
realizado de baixo para cima ou morro acima, para minimizar os riscos de acidentes com a
caída de árvores.
Após a supressão vegetal será realizada a retirada de toda a biomassa vegetal ou resíduo
florestal (composta por folhas, galhada), a qual deverá ser enleirada nas margens da área
autorizada de supressão com auxílio de máquinas (FOTO 8.1.6.1). Esse material deverá ser
carregado em caminhões basculantes, para ser armazenado temporariamente em um
depósito de material orgânico (FOTOS 8.1.6.2 a 8.1.6.3). Após a remoção e estocagem da
biomassa vegetal originada da supressão, será realizada a destoca e remoção da camada
superficial do solo (decapeamento) (FOTO 8.1.6.4), sendo este material carregado em
caminhões basculantes para ser armazenado também junto ao depósito de material orgânico
provisório. Por fim, será realizado o decapeamento do material estéril e recomposição do
relevo do terreno, sendo esse material estéril devidamente encaminhado para o depósito de
estéril do empreendimento.
O material orgânico (biomassa vegetal resultante da supressão vegetal e o solo superficial
oriundo das operações de decapeamento) possui grande valor como beneficiador da
qualidade orgânica dos solos. Portanto, esse material será armazenado temporariamente no

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PROJETOS LTDA 473

depósito de solo orgânico, para aproveitamento futuro em áreas de recuperação ambiental,


objetivando a conservação e/ou mitigação ambiental.
O solo orgânico poderá ser utilizado na transposição de solo nas áreas de recuperação
ambiental, tendo em vista a presença de fauna e flora (sementes, propágulos vegetativos,
micro-organismos, fungos, bactérias, minhocas). A função básica desta técnica é a introdução
de espécies que, conhecidamente, forma bancos de sementes e apresentam comportamento
agrupado na natureza, como as plantas pioneiras que se desenvolvem e proliferam em
núcleos. Essas espécies atraem a fauna consumidora (herbívoros, polinizadores e dispersores
de sementes) e preparam o ambiente para os seres subsequentes, já que entram em
senescência precocemente, cumprindo seu papel de facilitadoras.
O material lenhoso aproveitável proveniente do desmate será utilizado na própria propriedade
da CBPM para uso na construção de cercas e outros, vendido e/ou cedido para terceiros.

FIGURA 8.1.6.3 – Esquema representativo da técnica padrão de corte.

FOTO 8.1.6.1 – Exemplo de resíduos florestais FOTO 8.1.6.2 – Exemplo de carregamento em


enleirados após as operações de desmatamento caminhão da biomassa vegetal oriunda da
de área a ser lavrada. supressão, para o transporte até o local de
estocagem.

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PROJETOS LTDA 474

FOTO 8.1.6.3 – Exemplo de placa indicativa do FOTO 8.1.6.4 – Exemplo de raspagem de solo
depósito de solo orgânico, destinado ao superficial orgânico em área de preparação para
armazenamento de biomassa vegetal. a lavra.

Já a biomassa vegetal poderá ser utilizada na transposição de galharia, que também servirá
como abrigo artificial para a fauna, refúgio, alimentação e repouso. Essa técnica consiste no
acúmulo de galhos, tocos, resíduos florestais na forma de núcleos ao longo das áreas a serem
recuperadas. Outra importante função dessa técnica refere-se a deposição de matéria
orgânica gerada pela decomposição do material (galharia) que enriquece o solo e cria
condições adequadas à germinação e crescimento de sementes mais adaptadas aos
ambientes mais sombreados e úmidos.
Toda atividade de supressão será acompanhada por engenheiro florestal, responsável pelas
instruções de supressão e resgate de plantas e deverá ser feito um registro fotográfico.
Ao final dos trabalhos de supressão, deverão ser avaliadas as atividades executadas, com
elaboração de relatório com os resultados obtidos.

8.1.7. Programa de afugentamento e resgate da fauna silvestre


Para compor o Estudo de Impacto Ambiental – EIA da implantação da mina de extração de
minério de fosfato e área de depósito de estéril, a Prominer realizou os levantamentos de
campo em 2022, para inventariar a comunidade faunística da área de estudo da CBPM. Foi
realizado diagnóstico dos grupos de répteis e anfíbios (herpetofauna), aves (avifauna) e
mamíferos terrestres de pequeno, médio e grande porte (mastofauna terrestre) e voadores
(morcegos), e a fauna cavernícola presente em seis cavidades.
Em relação aos répteis e anfíbios, foram selecionados 13 pontos de amostragem, abrangendo
todas as fisionomias e áreas que sofrerão interferência com a implantação do
empreendimento e em seu entorno imediato. Foram identificadas nove espécies de anfíbios e
14 de répteis. Não houve registro de espécies ameaçadas de extinção, no entanto, três
espécies endêmicas da Caatinga foram observadas: Procellosaurinus erythrocercus,
Vanzosaura multiscutata e Tropidurus semitaeniatus.
Nos estudos da avifauna foram registradas 132 espécies de aves, distribuídas em 44 famílias.
Não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção, 11 espécies encontradas na área
de estudo são endêmicas da Caatinga.

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PROJETOS LTDA 475

Das espécies de mamíferos encontradas na área de estudo, duas estão ameaçadas de


extinção segundo a lista federal: Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) e Kerodon
rupestris (mocó), a primeira classificada como “em perigo” e a segunda como “vulnerável”.
Cabe ressalta que o mocó é considerado uma espécie endêmica da Caatinga.
A fauna cavernícola encontrada nas seis cavidades presentes na área da Fazenda
Pimenteiras é comum em ambientes subterrâneos em diversas regiões do Brasil. Foram
listados oito táxons de invertebrados, não foram identificadas espécies troglóbias ou raras,
assim como a presença de caracteres troglomórficos nos táxons encontrados. Para os
vertebrados foram registradas seis espécies, tratam-se de espécies comuns em várias regiões
do Brasil, exceto pela presença do K. rupestris que está ameaçada de extinção e é endêmica
da Caatinga, como citado acima. A fauna de invertebrados que foi encontrada utilizando as
cavidades não possui dependência de cavidades para se abrigar, podem utilizar diversos
ouros abrigos naturais e/ou artificiais.
As campanhas realizadas na área de estudo resultaram em uma listagem de espécies da
fauna, em sua grande maioria, comum em diversas fitofisionomias, tanto da Caatinga como
de outros biomas. Com exceção da mastofauna que confirmou espécies ameaçadas de
extinção na área de estudo, os outros grupos não apresentaram espécies com problemas de
conservação, e no total tivemos 15 espécies endêmicas da Caatinga confirmadas na área.
Promovendo o afugentamento da fauna das áreas de supressão da vegetação para
implantação da mina de extração de minério de fosfato e área de depósito de estéril da CBPM
e realizando a operação de resgate e afugentamento da fauna que possa se acidentar e/ou
não consiga se evadir dessas áreas, busca-se diminuir os efeitos adversos da supressão da
vegetação e da ampliação do empreendimento aos grupos de animais silvestres.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Minimizar o impacto direto sobre a fauna durante atividade de supressão vegetal;


• Minimizar o número de mortes de pequenos animais durante a fase de instalação do
empreendimento na área diretamente afetada;
• Aproveitar cientificamente os espécimes eventualmente mortos durante as etapas de
supressão de vegetação que estejam em boas condições;
• Identificar as principais causas da mortandade de espécimes decorrentes da supressão
vegetacional;
• Efetuar tratamento médico veterinário em animais eventualmente feridos na fuga ou
resgate, de modo a permitir soltura em áreas pré-estabelecidas, quando essa não
implicar em problemas de ordem ecológica, ou encaminhamento ao CETAS da região
da área de estudo;
• Destinar os espécimes e material zoológico de interesse específico para grupos de
pesquisa de referência.

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PROJETOS LTDA 476

METAS E RESULTADOS ESPERADOS

• Conservar a diversidade gênica e específica dos mamíferos, aves, répteis e anfíbios


ocorrentes na área de impacto direto do empreendimento através do resgate do maior
número possível de animais silvestres;
• Otimizar o esforço de resgate para tomar dados biológicos e ecológicos, como dados
biométricos, biologia reprodutiva, preferência de habitats, distribuição geográfica,
comportamento social, dieta, entre outros;
• Aproveitar ao máximo o material zoológico coletado durante o trabalho de resgate
(carcaças) para consolidar as coleções de referência da fauna de vertebrados do
estado de São Paulo e demais instituições regionais ou nacionais que manifestarem
interesse.

METODOLOGIA

✓ Treinamento da equipe de corte


Antes do início das atividades de supressão deverá ser realizada a capacitação dos
trabalhadores. Nesta etapa serão realizados encontros diários com cada frente de trabalho,
antes do início das atividades, a fim de explicitar os procedimentos a serem adotados durante
a supressão da vegetação com vistas ao plano de manejo da fauna. Os temas propostos são:
direcionamento e velocidade do corte, identificação de locais de refúgio ou nidificação e
procedimentos a serem adotados quando for localizado algum animal.

✓ Treinamento da equipe de resgate


O coordenador do plano de manejo da fauna deverá traçar diretrizes para direcionamento de
ações, as quais deverão orientar a equipe, na fase de planejamento do resgate. Durante a
execução das ações deverão ser agendadas reuniões para averiguar a eficiência da
metodologia aplicada e quais as ações que devem ser redirecionadas em função das
especificidades locais identificadas no decorrer dos trabalhos de desmatamento. O
treinamento da equipe deverá compreender reuniões para abordar temas relacionados aos
seguintes assuntos: principais ecossistemas regionais e a fauna de vertebrados terrestres
associada a eles; orientações à força de trabalho de corte; procedimentos de
acompanhamento e manejo da fauna durante a supressão; o que é o resgate de fauna;
objetivos do resgate de fauna; definições e conceitos ecológicos aplicados ao resgate;
legislação ambiental aplicada ao resgate de fauna; formas de contenção física; tipos de
biometria; formas de acondicionamento; formas de soltura; locais de soltura; formas de
transporte; medidas de biossegurança; medidas mitigadoras em caso de acidentes com
indivíduos da fauna; prevenção de acidentes com animais peçonhentos e fluxo de contato dos
responsáveis e das instituições envolvidas.

✓ Atividade de afugentamento
A prática de afugentamento da fauna deve ser executada de forma direcionada, em sentido
único respeitando o plano de desmate e suas indicações, na medida em que ocorre o avanço
da supressão vegetal.

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PROJETOS LTDA 477

Serão realizadas práticas que promovam o afugentamento direto e o indireto. O direto será
executado pelos auxiliares de campo que estarão atuando na área durante a supressão
vegetal sempre direcionado para as áreas adjacentes ainda com remanescentes florestais. O
afugentamento indireto ocorrerá devido ao ruído provocado pelas máquinas e equipamentos
utilizados durante a operação de corte e remoção da vegetação, quando parte da fauna
existente na área se deslocará para áreas mais distantes da perturbação.
Sendo assim, imediatamente antes ao início das atividades de desmatamento em cada área
a ser suprimida, a equipe responsável pelo afugentamento (três auxiliares de campo, sob a
supervisão de um médico veterinário) realizará o afugentamento da fauna silvestre de médio
e grande porte. Este afugentamento é feito através da realização de uma varredura da área,
com bastões, remexendo a serrapilheira, folhagens, galhos, de modo a realizar barulho
favorecendo o deslocamento dos animais à medida que provoca a fuga destes para as áreas
florestais vizinhas. Essa varredura será repetida todo dia em que ocorrer a supressão da
vegetação, mesmo em áreas onde já tenham sido realizadas varreduras em dias anteriores.
Será utilizado o método de busca ativa e aleatória da fauna abrigada no substrato ou na
vegetação atingida, com vistas a possibilitar a presença de animais nos ambientes e afugentá-
los ou resgatá-lo.
Durante tal movimentação e perturbação, minutos antes das atividades de desmatamento,
mamíferos de grande porte e avifauna, tendem a se afastarem das frentes de supressão,
procurando refúgio em outros remanescentes próximos. Contudo, estas são espécies mais
ágeis e capazes de se deslocarem facilmente por distâncias maiores, o que permite que elas
desloquem para outros habitats. A equipe do afugentamento, responsável pela varredura
inicial das linhas de desmatamento registrará em uma planilha a visualização dos animais que
estão se deslocando (espécie, local, hora, idade aproximada), como também a presença de
ninhos com ovos ou ninhegos, tocas e de outros animais que permaneceram no local. No caso
de pequenos mamíferos, anfíbios e répteis (lagartos e cobras), excepcionalmente, filhotes de
aves e animais maiores debilitados, a capacidade de deslocamento é menor e estas espécies
podem apresentar, portanto, maior dificuldade em ocupar fragmentos adjacentes, além de
terem menores chances de recolonização de outras áreas. Nestes casos, e também para
animais escansoriais e arborícolas que porventura não se deslocarem da área que será
suprimida, deverão ser resgatados e devidamente destinados à base provisória de resgate
(FOTO 8.1.7.1). Desta forma, a intenção do afugentamento é minimizar a perda de indivíduos
e a quantidade de indivíduos a serem resgatados e manipulados. Além de colaborar e orientar
as ações de salvamento da fauna.
A captura de espécimes só será realizada quando necessária, podendo acontecer em dois
casos: a) quando o animal não fugir naturalmente para as áreas de entorno, e b) quando o
animal estiver ferido ou acidentado, e precisar de atendimento médico veterinário.
Além das práticas de afugentamento realizadas antes das atividades de supressão, os
desmatamentos devem ser conduzidos de forma a induzir o deslocamento dos animais para
áreas adjacentes. Desta forma, os cortes deverão ser feitos de forma gradativa e da parte
central da área a ser desmatada para as bordas em direção a áreas florestais adjacentes, ou
aos fragmentos mais próximos existentes.

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PROJETOS LTDA 478

FOTO 8.1.7.1 – Modelo da tenda a ser utilizada na base


provisória de resgate em campo.

✓ Atividades de resgate
Durante as fases de resgate de fauna em detrimento da supressão vegetacional, a contenção
dos animais que não saírem em fuga ou não puderem ser afugentados se dará por métodos
consolidados de captura e manejo de fauna, descrito abaixo:

• Captura de abelhas
As equipes realizarão o resgate dos enxames de abelhas nativas e das abelhas solitárias nas
áreas antes do início do desmatamento.
Os enxames serão resgatados de duas formas:
o Corte dos troncos ou galhos com motosserra, serrote ou machado ou remoção do ninho
inteiro durante o horário que o enxame esteja reunido. Corte ou remoção do ninho
inteiro das abelhas solitárias.
o Quando não for possível a transferência do ninho por inteiro, esses enxames serão
colocados em caixas adequadas para cada tipo de abelha, aguardado período de
adaptação e somente depois, realizada a transferência para área propícia de acordo
com a característica de cada espécie.

Após a triagem da área de desmatamento, um técnico ficará acompanhando os trabalhos e


atendendo aos eventuais chamados que possam vir a ocorrer, caso algum enxame tenha
passado despercebido durante a primeira varredura.
As abelhas que forem capturadas com potes e redes entomológicas deverão ser
acondicionadas para a eutanásia em recipientes de vidro com algodão embebido em acetato
de etila. Uma amostra dos animais encontrados será encaminhada à coleção científica da
Universidade Federal do Piauí.

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PROJETOS LTDA 479

• Captura de anfíbios
Os animais vivos capturados serão acondicionados em potes plásticos com algodão
umedecido em água com o fim de se evitar a desidratação, sendo o encaminhamento às áreas
de soltura feito no menor espaço de tempo possível.

• Captura de répteis
Os répteis, em especial as serpentes, representam o grupo que mais oferece riscos à saúde
dos profissionais envolvidos nas atividades de resgate de fauna. Assim, a captura dessas será
feita, incondicionalmente, com o uso de ganchos confeccionados para tal fim, pinções e laços
de Lutz (também conhecidos por laços cambão), sendo acondicionadas em caixas de
transporte.
Os demais representantes do grupo dos répteis, ou seja, lagartos e anfisbenas serão
capturados manualmente com o uso de luvas de raspa de couro.

• Captura de aves
A contenção de aves de pequeno porte se dá pelo entrelaçamento dos dedos à garganta,
prendendo-a pela cabeça. O repouso do corpo da ave é feito sobre a palma da mão do
manuseador, posição que evita o colapso pulmonar.
Já aves de médio a grande porte podem oferecer risco aos manuseadores, e os métodos de
contenção devem sempre prever potenciais ataques, mesmo que ocasionais, de estruturas
específicas como, por exemplo, bicos pontiagudos de ardeídeos e alcedinídeos; bicos
extremamente fortes de psitacídeos, sobretudo papagaios; garras afiadas de Falconiformes,
Accipitriformes e Strigiformes.
Portanto, o método de contenção variará de acordo com a situação de captura, podendo se
utilizar as mãos livres ou com o auxílio de luvas de raspa e puçás, especialmente aqueles
confeccionados com tecidos resistentes, evitando-se as malhas de nylon.
As aves de pequeno porte resgatadas serão acondicionadas para o transporte ao centro de
triagem em sacos de pano, método considerado o mais eficaz por anular o melhor dos sentidos
das aves, a visão. O acondicionamento nesses resulta em diminuição do estresse e evita que
o espécime se debata, o que pode ocasionar traumas. Já aquelas de porte mais avantajado
serão contidas em caixas, sendo enviadas imediatamente ao centro de triagem.

• Captura de mamíferos
Mamíferos consistem em um dos principais grupos de animais capturados em operações de
resgate de fauna. A contenção de espécimes de pequeno porte (roedores murídeos,
marsupiais e morcegos) é feita com as mãos, geralmente utilizando-se luvas de raspa para
evitar ferimentos ou a transmissão de doenças (via mordedura) aos manuseadores.
Já para mamíferos de médio porte, a captura e contenção são feitas com uma gama variada
de equipamentos, destacadamente os puçás e laços de Lutz. Para a área de estudo acredita-
se que serão raras as ocasiões que necessitem a intervenção da equipe de resgate para a
captura de animais desse porte. Quando diagnosticada in situ a integridade física do animal e
o deslocamento natural para áreas protegidas, evitar-se-á quaisquer tipos de manejo.

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PROJETOS LTDA 480

✓ Procedimento dos animais resgatados


O principal trabalho a ser executado é verificar suas condições de saúde do animal e proceder
aos primeiros procedimentos médico-veterinários e decidir sobre o destino dos mesmos
(soltura ou aproveitamento científico), tomando como prioridade a soltura dos animais.
Contudo, em caso de animais feridos que necessitem de atendimento mais especializado, os
mesmos serão encaminhados para clínicas veterinárias da região, devidamente autorizadas.
No caso dos animais impossibilitados de soltura e que porventura sejam sacrificados, será
procedido o aproveitamento científico deste espécime. Entendendo-se por aproveitamento
científico a preparação para coleções zoológicas (vivas ou não) e preparação para
transferência para criadouros ou zoológicos devidamente registrados no IBAMA/ SEMACE.
Assim, como forma de fomentar a pesquisa científica e a formação de profissionais melhores
qualificados nos centros de pesquisas das Universidades do Estado do Piauí.

✓ Soltura dos animais resgatados


Essa atividade consiste em encaminhar os animais resgatados aos destinos estabelecidos
pela triagem da base de resgate, seguindo as condicionantes a serem estabelecidas pelo
órgão ambiental licenciador.
No geral, a soltura da fauna resgatada deverá ser feita de forma parcimoniosa, prevendo o
aproveitamento científico de grupos de interesse e focando o esforço em espécies ameaçadas
de extinção, endêmicas e/ou raras. Os animais recomendados para relocação nas áreas de
soltura deverão ser, preferencialmente, soltos no mesmo dia da captura e nas horas de
temperatura mais amena. O transporte dos animais deverá ser feita em caixas de transporte
específicas para cada tipo de animal (tamanho, espécie e comportamento social), as quais
deverão ser devidamente acondicionadas em veículos de carga, e acompanhadas da licença
de transporte devidamente emitida pelo órgão ambiental competente.

• Áreas de soltura dos animais


Estas áreas devem ser próximas à área de origem dos animais, de forma a reduzir o máximo
o estresse decorrente do transporte, a introdução de doenças e misturas genéticas.
Entretanto, devem distar da área de influência do empreendimento o suficiente para evitar os
problemas de adensamento provocados pelo deslocamento induzido da fauna devido a
destruição de habitats ou aos desmatamentos. É importante ainda que a área tenha
características semelhantes à área de origem e que não apresente densidades elevadas.
Nesta análise deve-se seguir os seguintes critérios para a seleção prévia das áreas de soltura:
tamanho dos blocos ou remanescentes florestais (em relação ao tamanho da área, quanto
maior melhor), distância da área de proveniência dos animais (quanto menor a distância,
melhor), grau de conectividade, matriz de entorno e representatividade da tipologia vegetal
(similaridade dos tipos de habitat e uma representação destes em proporções semelhantes à
da área de origem).
Considerando todos esses critérios e observando a área do entorno onde haverá a supressão,
os animais serão soltos nas áreas de vegetação nativa contiguas as áreas que serão
suprimidas, sendo essas formadas por reservas legais da própria CBPM.

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PROJETOS LTDA 481

RECURSOS NECESSÁRIOS

O QUADRO 8.1.7.1 apresenta uma previsão dos itens básicos que devem ser considerados
para contemplar a condução dos animais, captura e manejo.

QUADRO 8.1.7.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
Armadilhas do Tipo Gaiola (P, M e G)
Pau de couro ou cambão (grandes e médios mamíferos)
Kit de contenção de serpentes (Tubos transparentes)
Gancho para ofídios (serpentes)
Puçá
Baldes de 60l
Saco de pano (aves, répteis, pequenos mamíferos)
Lona Preta
Caixa de Grampos
Luva de couro (raspa)
Botas de cano longo (preferencialmente de couro)
Sacos Plásticos
Gaiolas de transporte (Aves)
Caixas de Transporte (Mamíferos e répteis)
Caixas de Transporte de madeira para serpentes
3 caixas com 3 ampolas de 10 ml cada de solução de Ketamina 50mg/ml
Seringas (3, 5 e 10ml)
Luvas de manipulação (M e G)
Álcool 70º
Instrumentos Cirúrgicos Diversos (Para pequenas intervenções)
Cordas
Cordoalhas
Formol
Pasta de Xilocaína

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

As formas básicas de acompanhamento e avaliação da efetividade do Programa


compreendem os indicadores a seguir:
• Número de atendimentos a animais feridos no centro de triagem;
• Número de animais resgatados e translocados para a área de soltura.

A avaliação e acompanhamento dos resultados gerados pelo desenvolvimento do Plano de


Manejo, Resgate, Salvamento e Transporte da Fauna poderão ser realizados após a análise
dos dados ao fim das atividades.

CRONOGRAMA

A supressão, e consequente o Programa de afugentamento e resgate de fauna, iniciarão após


a emissão da Autorização para Coleta e Transporte de Material Biológico (ACMB) pela
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR).

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PROJETOS LTDA 482

8.1.8. Programa de preservação de patrimônio espeleológico e paleontológico


O Programa de Preservação de Patrimônio Paleontológico e Espeleológico proposto para o
empreendimento a ser implantado na Fazenda Pimenteiras, na área da poligonal
ANM 803.314/2012, segue as disposições previstas na Portaria ANM nº 155, de 12 de maio
de 2016 e considera a coincidência entre a ocorrência Patrimônio Espeleológico de máxima
relevância e o histórico de registos do Patrimônio Paleontológico.

OBJETIVOS E METAS

• Garantir a manutenção das condições naturais do patrimônio paleontológico /


espeleológico existente diante das atividades de implantação do empreendimento;
• Identificação e resgate de possíveis fósseis associados a ocorrência de paleotocas,
durante o avanço da lavra;
• Contribuir para conhecimento do patrimônio paleontológico.

METODOLOGIA

O Programa de Preservação de Patrimônio Paleontológico e Espeleológico compreenderá a


seguinte metodologia:
• Constituição de equipe para o desenvolvimento do programa;
• Mobilização e reunião da equipe responsável pela implementação do programa visando
definir um plano de ação do programa. A equipe será composta por um paleontólogo e
um assistente. Serão convidados a participar do programa os funcionários envolvidos
diretamente nos trabalhos de lavra;
• Planejamento e elaboração de proposta de ações e respectivo cronograma de
execução;
• Avaliação anual do programa com os resultados obtidos.

AÇÕES PREVISTAS

O programa compreenderá a realização das seguintes ações juntos aos trabalhadores diretos
da CBPM, especialmente aqueles que trabalham na frente de lavra:
• Realização de oficina (duração de 4 horas) aos funcionários, visando instruí-los quanto
à identificação de fósseis, especialmente àqueles relacionados à ocorrência de
paleotocas (icnofósseis resultantes da atividade de paleovertebrados), que possam vir
aparecer em todas as etapas de implantação e operação da lavra e os procedimentos
a serem adotados pela equipe de salvamento paleontológico;
• Implantação de projeto de preservação das 5 (cinco) cavidades maiores (paleotocas
Sabiá, Cardeal, Pica-pau, Tamanduá Raimundo) classificadas com grau de relevância
máxima.
• Considerando que o abrigo de baixa relevância localizado nas imediações do depósito
de estéril (Abrigo 51) será suprimido por estar mais próximo da área pretendida para
operação do empreendimento, deverá ser executado um Plano de Desmonte e
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PROJETOS LTDA 483

Salvamento (PDS). O PDS deverá contemplar o registro das condições originais do


local e a realização de escavação de salvamento paleontológico segundo os
procedimentos da ANM.
• Elaboração de Plano de Salvamento Paleontológico integrado às atividades de
terraplenagem e abertura de cava para a eventualidade de novos achados;
• Elaboração e execução de um monitoramento ambiental das paleotocas, que
demonstre a ausência de impactos relacionados à vibração e à erosão.
• Coleta dos fósseis porventura identificados;
• Nos desmontes secundários, caso sejam identificados fósseis por funcionário treinado
do empreendimento, será comunicado de imediato ao paleontólogo responsável para
que o mesmo avalie a ocorrência na mina. Toda ocorrência identificada, será
comunicada à SEMAR e à ANM.

RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS

A implantação e execução do Programa de Preservação de Patrimônio Paleontológico e


Espeleológico será de responsabilidade da equipe técnica do empreendimento ou da empresa
de consultoria contratada para tal finalidade.

CRONOGRAMA

O Programa de Preservação de Patrimônio Paleontológico e Espeleológico será iniciado antes


da fase de implantação do empreendimento, com a definição da equipe que fará o
planejamento das ações e colocará em prática.
O programa será desenvolvido durante todo o avanço sobre o maciço rochoso e do depósito
de estéril, comprovando que foram resgatados os fósseis existentes.
No QUADRO 8.1.8.1 é apresentado o cronograma de execução das ações de salvamento
paleontológico.

QUADRO 8.1.8.1
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MESES
AÇÕES P-I* IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ...
Constituição de equipe
Planejamento de ações do programa
Obtenção das Autorizações junto à ANM
Realização da oficina de treinamento
PSD do Abrigo 51
Projeto de Preservação Paleotocas
Monitoramento
Resgate de fósseis porventura identificados
Relatório comprobatório
Legenda: P-I: Pré implantação.

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8.2. PROGRAMAS SOCIOAMBIENTAIS

8.2.1. Programa de Educação Ambiental


O Projeto de Educação Ambiental – PEA constitui uma ação estratégica complementar à
gestão ambiental do empreendimento, pois promove a participação das comunidades
envolvidas e dos colaboradores e introduz novos conhecimentos para os diversos atores sobre
o meio ambiente.
O Programa de Educação Ambiental que a CBPM propõe implantar segue as disposições
previstas na Instrução Normativa IBAMA nº 02/2012 e visa instruir e capacitar a população
residente nas comunidades vizinhas ao empreendimento, promovendo esclarecimentos sobre
ações ambientais educativas e medidas práticas a serem adotadas para a conservação dos
recursos naturais, além de fornecer esclarecimentos sobre o processo de implantação pela
CBPM do empreendimento de extração de minério de fosfato, bem como das medidas a serem
adotadas pela empresa para potencializar os impactos positivos e minimizar os impactos
negativos.
Os objetivos gerais do PEA podem ser definidos por:
• Estimular o desenvolvimento de uma consciência ambiental envolvendo aspectos
sociais, econômicos e culturais;
• Garantir a democratização das informações ambientais;
• Incentivar a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
• Fomentar práticas sustentáveis com uso da ciência;
• Fortalecer a cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como
fundamentos para o futuro da humanidade.

Dentre os principais objetivos específicos do PEA destacam-se:


• Incentivar a adoção atitudes e procedimentos ambientalmente adequados,
relacionados às obras, à saúde e segurança e ao relacionamento com as comunidades
vizinhas ao empreendimento;
• Sensibilizar as comunidades sobre a preservação do meio ambiente;
• Sensibilizar e conscientizar os trabalhadores sobre o seu papel proativo na prevenção
e minimização dos impactos ambientais decorrentes das atividades de implantação do
empreendimento;
• Orientar a comunidade quanto à importância da conservação do meio ambiente e da
diversidade da fauna e da flora;
• Desenvolver uma cultura educacional sustentável.

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PROJETOS LTDA 485

O PEA aqui proposto terá como público alvo os trabalhadores do empreendimento,


diretamente contratados pela empresa, mas também poderá ser estendido a terceirizados, à
população moradora do entorno do empreendimento, bem como às escolas da região.

METODOLOGIA

O PEA compreenderá a seguinte metodologia:


• Constituição de equipe para o desenvolvimento do Programa;
• Mobilização e reunião da equipe responsável pela implementação do programa visando
definir um plano de ação do PEA. Serão convidados a participar do PEA a sociedade
civil organizada e/ou ambientalista da área do entorno do empreendimento, bem como
o poder público local;
• Planejamento e elaboração de proposta de ações e respectivo cronograma de
execução;
• Aplicação entre os trabalhadores e comunidades vizinhas de pesquisa de satisfação
em relação ao PEA.
• Avaliação anual do programa com os resultados obtidos.

AÇÕES PREVISTAS

O Programa compreenderá a realização das seguintes ações juntos aos trabalhadores diretos
da CBPM, bem como terceirizados:
• Realização de palestras e oficinas educativas, junto aos trabalhadores do
empreendimento e comunidades vizinhas, focadas na preservação ambiental, com
orientações sobre a disposição adequada os resíduos, a importância da proteção à
fauna e flora do Bioma da Caatinga, conservação de recursos hídricos e demais temas
relativos à saúde, segurança e meio ambiente (prevenção à dengue, cuidados com
animais peçonhentos, segurança no trânsito, economia de água e energia etc.);
• Distribuição de material didático-educativo entre os trabalhadores do empreendimento,
diretos e terceirizados, na forma de folders e cartilhas, focadas na preservação
ambiental, abordando forma simples e sucinta, os seguintes temas e conteúdos
sugeridos:
o Lixo: O problema mundial; o homem como principal responsável pelo consumo
e descarte de material; os problemas causados pelo lixo em obras urbanas
(embalagens de alumínio do tipo “marmitex”, tocos de cigarro, etc.) e os
cuidados que se devem ter no ambiente de trabalho; destinação correta dos
resíduos;
o Áreas de Preservação Permanente (APP): conceito; áreas enquadradas como
APP; limite permitido para o desmatamento; a importância de sua preservação;
prejuízos causados pelo desmatamento irracional e a conduta do homem e da
comunidade local diante dos recursos hídricos disponíveis.

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o Lei de Crimes Ambientais: A criação de instrumentos legais como forma de


assegurar os direitos e deveres do cidadão; algumas atividades ilegais e tempo
de reclusão previsto na lei; tráfico de animais silvestres e suas implicações;
• Divulgação de material didático entre motoristas em relação aos cuidados no transporte
de produtos da empresa, como respeito à sinalização e limite de velocidade,
manutenção de veículos etc.
• Divulgação e desenvolvimento de atividades durante a Semana de Meio Ambiente,
envolvendo colaboradores do empreendimento e demais membros da comunidade do
entorno.

INDICADORES AMBIENTAIS, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PEA deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados em um relatório anual, e encaminhados ao órgão ambiental
competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PEA, bem como os
resultados alcançados.
A partir dos indicadores listados a seguir, será acompanhada e avaliada a efetividade do
Programa:
• Número de pessoas que participaram das palestras e treinamentos;
• Número de material didático-educativo distribuído.
A avaliação e o acompanhamento dos resultados do PEA serão realizados após a análise
desses indicadores.

FORMAS DE REGISTRO E CONTROLE DO PROGRAMA

Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PEA deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados anualmente no Relatório a ser encaminhado ao órgão
ambiental competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PEA, bem
como os resultados alcançados.

RESPONSÁVEIS E RECURSOS NECESSÁRIOS

A implantação e execução do PEA ficará a cargo da equipe técnica da empresa ou empresa


de consultoria contratada para tal finalidade. No QUADRO 8.2.1.1 é apresenta a previsão de
recursos humanos e materiais necessários para a execução do PEA.

QUADRO 8.2.1.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
01 coordenador geral
01 técnico em meio ambiente
Local para realização de palestras
Material de divulgação (folder/boletim informativo)

Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Projeto Fazenda Pimenteiras


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PROJETOS LTDA 487

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O PEA deverá ser iniciado na fase de implantação do empreendimento, com a definição de


equipe que o colocará em prática e planejamento das ações até o segundo ano de implantação
do empreendimento. As ações propostas no PEA deverão ser realizadas anualmente,
conforme cronograma apresentado no QUADRO 8.2.1.2. O programa deverá ser desenvolvido
durante todo o período de operação, ao longo de toda a vida útil do empreendimento, com
elaboração de relatórios anuais a serem apresentados na renovação da licença de operação.
QUADRO 8.2.1.2
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
MESES
AÇÕES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ...
Constituição de equipe
Planejamento de ações do programa
Realização de palestras e oficinas
Divulgação de material didático
Atividades educativas durante a Semana de Meio Ambiente
Relatório de avaliação do programa

8.2.2. Programa de Comunicação e Participação Social


O Programa de Comunicação e Participação Social (PCPS) deve informar as partes
interessadas sobre o empreendimento, seus impactos sociais e ambientais, além das
principais alterações do projeto e suas implicações, de modo a facilitar um bom
relacionamento entre a empresa e a comunidade afetada.
O PCPS será desenvolvido levando em consideração os estudos ambientais elaborados e a
pesquisa de percepção ambiental realizada entre os moradores residentes no entorno
imediato do empreendimento proposto. O PCPS visa facilitar o diálogo entre o empreendedor
e as partes interessadas, evitando futuros conflitos ou minimizando aqueles já estabelecidos.
São objetivos gerais e metas do Programa de Comunicação e Participação Social:
• Criar um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a população local,
especialmente aquela diretamente afetada pelo empreendimento;

• Fornecer informações à população do entorno e identificada na pesquisa de percepção


ambiental, em linguagem acessível, sobre: i) a empresa e as atividades que
desenvolve; ii) o empreendimento e o cronograma de execução das atividades de
ampliação da mina, bem como os potenciais impactos ambientais e sociais decorrentes
de suas atividades; iii) as medidas mitigadoras a serem adotadas para a minimização
dos impactos ambientais; iv) o programa de monitoramento a ser realizado e seus
resultados; v) o atendimento das condicionantes das licenças ambientais;
• Criar mecanismos de comunicação que possibilitem o recebimento de reclamações e
queixas por parte da comunidade, por meio de registro na portaria (caixa de
reclamações ou livro de registro etc.);
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PROJETOS LTDA 488

• Constituir um acervo de informações sobre o empreendimento (registro de ocorrências,


reclamações, conflitos etc.), devidamente organizado e de fácil acesso, que possam
ser úteis para a tomada de decisão ao longo da vida útil da mina e no planejamento de
seu fechamento.

METODOLOGIA

A implantação do programa será desenvolvida em duas etapas.


A primeira etapa deverá ser desenvolvida no prazo de um ano, assim que obtida a Licença de
Instalação, contemplando as seguintes ações:
• Planejamento das atividades e ações;
• Definição e mobilização da equipe técnica;
• Desenvolvimento e implantação do canal para recebimento de queixas e reclamações,
por meio de instalação na portaria do empreendimento de caixa ou livro de reclamações
e sugestões, e divulgação de e-mail e/ou linha telefônica institucional para a mesma
finalidade;
• Produção da primeira campanha de comunicação institucional com confecção de
material impresso para divulgação das atividades da empresa e projeto de implantação
e divulgação do canal de comunicação criado, com realização de reunião com a
população dos bairros do entorno do empreendimento e divulgação do material
impresso;
• Elaboração de relatório de atividades desenvolvidas.
A segunda etapa deve ser iniciada a partir do segundo ano de obtenção da Licença de
Instalação, e deverá se estender durante a fase de operação do empreendimento, com a
realização das seguintes ações:
• Elaboração de divulgação de boletim informativo, com periodicidade anual, sobre as
atividades e programas socioambientais desenvolvidos pela empresa, juntamente com
cronograma das atividades.
• Sistematização das reclamações e sugestões recebidas e elaboração de relatórios
anuais (elaboração de fichas de registro e controle de atividades), indicando o
encaminhamento adotado e os resultados alcançados;
• Elaboração de relatórios anuais sobre a implementação, atividades e resultados do
PCPS.

AÇÕES PREVISTAS

Para a produção, elaboração e divulgação de material impresso, deve-se levar em


consideração as necessidades do público-alvo, suas características, expectativas e
preocupações em relação ao empreendimento.
A pesquisa de percepção ambiental realizada com moradores dos bairros localizados no
entorno do futuro empreendimento da CBPM forneceu subsídios para a identificação e
mapeamento da população afetada pelos impactos do empreendimento e para a elaboração

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PROJETOS LTDA 489

de material de divulgação. Como meios eficazes a serem empregados nesse contexto,


destacam-se:
• Folder institucional: contendo uma breve caracterização do empreendimento, tempo
em que opera na região, principais impactos gerados e programas socioambientais
previstos;
• Serviço de recebimento de reclamações e sugestões, que deverá ser desenvolvido de
modo a permitir o estabelecimento de canal de diálogo contínuo entre população do
entorno e o empreendedor, garantindo fluxo de informações e adoção de medidas que
minimizem potenciais situações de conflitos.
O desenvolvimento e implementação de um Programa de Comunicação Social devem se
nortear pelas seguintes ações:
• Utilização de informação acessível, transparente e atualizada sobre o empreendimento;
• Emprego de linguagem acessível ao público ao qual se destina, considerando os
diferentes interesses dos vários indivíduos e grupos afetados, o nível socioeconômico,
de escolaridade, as lideranças locais e o grau de associativismo;
• Divulgação para a comunidade afetada dos resultados obtidos com programas
socioambientais e de monitoramento de impactos negativos e não mitigáveis.
Assegurar o acesso a informações implica fazer uso de diferentes meios e ferramentas,
considerando as características e particularidades do público-alvo, utilizando meios
eletrônicos e mídia impressa.

INDICADORES AMBIENTAIS, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

A partir dos indicadores listados a seguir, será acompanhada e avaliada a efetividade do


programa:
• Número de material folder/boletim informativo distribuído;
• Número de recebimento de reclamações e sugestões recebidas;
• Número de respostas às reclamações e sugestões recebidas.
A avaliação e o acompanhamento dos resultados do programa serão realizados após a análise
desses indicadores.

FORMAS DE REGISTRO E CONTROLE DO PROGRAMA

Todas as ações e atividades executadas no âmbito do PCPS deverão ser registradas, cujos
resultados serão contemplados anualmente no Relatório a ser encaminhado ao órgão
ambiental competente. Este relatório deve contemplar a avaliação do alcance do PCPS, bem
como os resultados alcançados.

RESPONSÁVEIS E RECURSOS NECESSÁRIOS

A implantação e execução do PCPS ficará a cargo da equipe técnica da empresa ou empresa


de consultoria contratada para tal finalidade.

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PROJETOS LTDA 490

No QUADRO 8.2.2.1 é apresentada a previsão recursos humanos e materiais necessários


para a execução do PCPS.

QUADRO 8.2.2.1
RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
01 especialista em comunicação
01 técnico em meio ambiente
Local para realização de palestras
Material de divulgação (folder/boletim informativo)

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

A implementação do Programa de Comunicação e Participação Social deve ser iniciada logo


após a obtenção da Licença de Instalação, e terá continuidade durante a validade da Licença
de Operação, sendo as ações desenvolvidas conforme cronograma apresentado a seguir, no
QUADRO 8.2.2.2.
QUADRO 8.2.2.2
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
ATIVIDADE ANO 1 ANO 2 ANO 3...
Planejamento das atividades e ações
Mobilização da equipe técnica
Identificação e mapeamento da população afetada
Desenvolvimento e implantação de canal de comunicação
1ª campanha de divulgação de folder/boletim informativo
Sistematização das reclamações e sugestões
Respostas às reclamações e sugestões recebidas
Elaboração de relatório de atividades desenvolvidas
Atualização do mapeamento da população afetada
2ª Campanha de divulgação de folder/boletim informativo
Sistematização das reclamações e sugestões recebidas
Respostas às reclamações e sugestões recebidas
Elaboração de relatórios anuais

8.3. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL


Apresenta-se a seguir as propostas de compensação ambiental previstas em lei de modo a
atender aos impactos que não podem ser evitados ou suficientemente mitigados. Para tanto,
deverá ser atendida a Lei Federal 9.985/00 e também é apresentada a proposta de reposição
florestal conforme dispõe a Lei nº 12.651/12 e a Instrução Normativa SEMAR nº 05/20.

8.3.1. Atendimento a Lei Federal 9.985/00 (SNUC)


A Lei Federal nº 9.985/00, que estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), estipula em seu artigo 36 que todo empreendimento que possa causar impactos
ambientais significativos deve destinar um valor não inferior a 0,5% dos custos totais previstos

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PROJETOS LTDA 491

para sua implantação a uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral. Porém, o
Superior Tribunal Federal (STF) julgou parcialmente procedente a declaração da
inconstitucionalidade (Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.378/DF) de algumas
expressões do Artigo 36 da Lei nº 9.985/00 e, no que tange ao percentual da compensação
ambiental, entendeu a prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do
empreendimento.
Em 14 de maio de 2009 foi publicado o Decreto Federal nº 6.848, que acrescenta dispositivos
no Decreto Federal 4.340/02 para regulamentar a compensação ambiental. Desta forma, para
fins de cálculo da compensação ambiental, de acordo com o Artigo 2º do Decreto Federal
nº 6.848/09, o grau de impacto nos ecossistemas pode atingir valores de 0 a 0,5%. Além disso,
no anexo desse decreto foi estabelecida uma metodologia para o cálculo do grau de impacto
ambiental. De acordo com a Lei Federal nº 9.985/00, cabe ao órgão ambiental estadual fixar
o percentual, de acordo com o grau de impacto causado pelo empreendimento e também
definir a qual Unidade de Conservação (UC) devem ser direcionados os recursos da
compensação ambiental. Ainda de acordo com esta lei, os recursos advindos da
compensação ambiental devem ser destinados a uma unidade de conservação do grupo de
proteção integral, porém, se o empreendimento proposto afetar unidade de conservação de
uso sustentável, esta também deverá ser uma das beneficiárias.
No âmbito estadual, a Resolução CONSEMA nº 8, de 22 de maio de 2007 instituiu os critérios
para cálculo dos valores da compensação ambiental, cobrada no licenciamento de
empreendimentos ou atividades de mineração, reconhecidos como causadores de
significativo impacto ambiental. Ainda, a Lei Estadual nº 7.044, de 09 de outubro de 2017,
instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Piauí – SEUC – PI e o Decreto
nº 20.499, de 13 de janeiro de 2022, regulamentou os procedimentos relativos à compensação
ambiental de que tratam o Art. 36 da Lei federal nº 9.985/2000 e o Art. 81 da Lei nº 7.044/2017.
De acordo com a Lei nº 7.044/2017 e o Decreto Estadual nº 20.499/2022, cabe à SEMAR,
como órgão licenciador, fixar para a emissão da Licença de Instalação o valor da
compensação ambiental, de acordo com o grau de impacto ambiental estabelecido a partir do
EIA. De acordo com o § 1º do Art. 81 da Lei Estadual nº 7.044/2017, o montante de recursos
a ser destinado pelo empreendedor para essa finalidade não pode ser superior a 0,5% (meio
por cento) dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento.
Além disso, conforme a Lei nº 7.044/2017, cabe à SEMAR, como órgão ambiental licenciador,
indicar a Unidade de Conservação a ser beneficiada com os recursos advindos da
compensação ambiental, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o
empreendedor. Ademais, todo o procedimento referente à celebração do Termo de
Compromisso de Compensação Ambiental – TCCA deve ser efetuado conforme previsto no
Decreto nº 20.499/2022, competindo à Câmara Estadual de Compensação Ambiental
proceder à análise e propor a aplicação dos recursos provenientes da compensação ambiental
de que trata o Art. 36 da Lei federal nº 9.985/2000 e o Art. 81 da Lei Estadual nº 7.044/2017.
O empreendimento proposto está localizado fora de qualquer Unidade de Conservação e não
se insere em Zona de Amortecimento de Unidades de Conservação. Em consulta às Unidades
de Conservação Federais, Estaduais e Municipais disponibilizadas pelo Ministério do Meio
Ambiente – MMA, foi identificada uma única Unidade de Conservação, o Parque Nacional da
Serra das Confusões, localizado a uma distância de aproximadamente 8 km do
empreendimento.

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Portanto, o empreendedor indica o Parque Nacional da Serra das Confusões e o Parque


Nacional Serra da Capivara para serem contemplados com os recursos advindos da
compensação ambiental, já que se tratam de unidades de conservação de proteção integral
mais próximas do empreendimento pretendido, compreendidas no Domínio da Caatinga.
O Parque Nacional da Serra das Confusões e o Parque Nacional da Serra da Capivara já
contam com Plano de Manejo aprovado pela Portaria do IBAMA nº 64, de 29 de junho de 2004
e pela Portaria ICMBio nº 363, de 30 de julho de 2019, respectivamente, sendo que não há
óbices para a ampliação do empreendimento da CBPM, uma vez que está compreendido fora
de seus limites e de suas zonas de amortecimento.
Considerando que os investimentos previstos pela CBPM para a implantação do
empreendimento são da ordem de R$ 11.240.000,00 (onze milhões e duzentos e quarenta mil
reais), cabe à SEMAR, como órgão licenciador, fixar para a emissão da Licença de Instalação
o valor da compensação ambiental, entre 0 a 0,5% do valor total de investimento previsto na
ampliação do empreendimento. No QUADRO 8.3.1 é apresentada a previsão dos
investimentos.
QUADRO 8.3.1
CONSOLIDAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
DESCRIÇÃO VALOR (R$)
Equipamentos móveis 10.740.000,00
Infraestrutura 250.000,00
Desenvolvimento de mina e vias de acesso 250.000,00
TOTAL R$ 11.240.000,00
Fonte: CBPM, 2022.

8.3.2. Compensação florestal


Da Área Diretamente Afetada - ADA de 15,39 ha, objeto desse EIA, 14,41 ha se encontram
ocupados por vegetação nativa do Bioma Caatinga, dos quais 0,14 ha foram objeto da
Autorização para Supressão de Vegetação Nativa - ASV nº 2022.5.2023.91017 emitida pela
SEMAR (SINAFLOR nº 22218703) para fins de pesquisa mineral. Sendo assim, a área
requerida para supressão de vegetação nativa visando o uso alternativo do solo para extração
de minério de fosfato equivale a 14,27 ha, que será objeto de pedido de autorização a ser
formalizado no SINAFLOR e na SEMAR/PI.
Conforme dispõe o Artigo 26 da Lei nº 12.651/12, a supressão de vegetação nativa para uso
alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá de prévia
autorização do órgão estadual competente do SISNAMA. Segundo o Parágrafo 4º do Artigo
26 da mesma Lei, o requerimento de autorização de supressão deve conter a reposição ou
compensação florestal, nos termos do Parágrafo 4º do Artigo 33.
Neste sentido, de acordo com Parágrafo 4º do Artigo 33 da Lei nº 12.651/12, a reposição
florestal será efetivada no Estado de origem da matéria-prima utilizada, mediante o plantio de
espécies preferencialmente nativas, conforme determinações do órgão competente do
SISNAMA.

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PROJETOS LTDA 493

Em relação a legislação estadual, a proposta de reposição florestal deve atender aos


parâmetros da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, que institui, no âmbito da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR/PI, as diretrizes técnicas e os
procedimentos referentes à autorização de supressão de vegetação nativa e a outras
autorizações florestais, à reposição florestal obrigatória, à concessão de créditos de reposição
florestal e às atividades de silvicultura.
De acordo com o Artigo 15 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, a reposição florestal,
nos termos do Artigo 33, Parágrafo 1º da Lei nº 12.651/12, é obrigatória à pessoa física ou
jurídica que:
I - utiliza matéria-prima florestal oriunda de supressão de vegetação nativa;
II - detenha a autorização de supressão de vegetação nativa.
Conforme dispõe o Artigo 20 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, o detentor da
autorização de supressão vegetal poderá cumprir a reposição florestal por meio da
apresentação de créditos de reposição florestal ou de Créditos de Florestas, considerando o
volume de matéria-prima florestal estimado no inventário florestal.
De acordo com o Artigo 25 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, a reposição florestal
obrigatória poderá ser realizada conforme as seguintes modalidades:
I - Reposição Florestal Direta:
a) plantio florestal destinado à geração de estoques comerciais;
b) plantio destinado à recuperação e/ou ao enriquecimento da vegetação em
áreas de Reserva Legal e APPs degradadas/antropizadas, e;
c) plantio florestal em área abandonada e em área rural consolidada, com fins
de recuperação/recomposição.
II - Reposição Florestal Indireta:
a) pela participação em associações ou cooperativas de produtores florestais,
conforme normas fixadas pela SEMAR;
b) pela aquisição de créditos de Reposição Florestal gerados de forma direta por
terceiros, seja com espécies nativas e/ou exóticas;
c) mediante a aquisição de Créditos de Florestas, na Plataforma Tesouro Verde,
de que trata a Lei Estadual nº 7.193/19.
Parágrafo 1º - A reposição florestal de que trata a Alínea b), Inciso I, somente será aceita
mediante o plantio com espécies nativas e deverá seguir as orientações contidas na legislação
vigente e em demais instruções técnicas elaboradas pela SEMAR.
Parágrafo 2º - Somente será permitida a exploração em Área de Reserva Legal recuperada,
mediante o Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS, aprovado pela SEMAR.
De acordo com o Artigo 35, o projeto técnico de plantio, a ser apresentado para cumprimento
da reposição a que se refere o Inciso I, Alínea a), b) e c), do Artigo 25, deverá conter área de
plantio e cronograma físico de implantação a ser elaborado conforme termo de referência
constante no Anexo VI da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20.

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De acordo com o Parágrafo 1º, o projeto técnico de plantio deverá ser apresentado no ato do
cadastramento do processo de requerimento da autorização de supressão vegetação nativa
junto ao SINAFLOR, para análise do órgão ambiental, e a emissão do ato autorizativo
dependerá de sua aprovação.
De acordo com o Parágrafo 2º, nos casos de reposição florestal direta previstos no Inciso I,
Alíneas b) e c) do Artigo 25, o volume da reposição florestal a ser considerada será calculada
em número total de mudas a serem plantadas e obedecerá a relação de 10 (dez) mudas por
cada unidade de m³ (metro cúbico) de reposição florestal devida.
De acordo com o Parágrafo 3º, o plantio de mudas a que se refere o Parágrafo 2º deste artigo
deverá ser realizado com densidade de, no máximo, 2.000 (duas mil) mudas por hectare e
considerar o espaçamento mínimo entre as mudas nunca inferior ao de 2,5 x 2 metros.
Conforme prevê o Artigo 36, o início da execução do cronograma apresentado no projeto
técnico de plantio, para fins de cumprimento da reposição florestal, deve ocorrer no mesmo
ano agrícola ou no ano agrícola subsequente ao ano da supressão de vegetação nativa,
ficando vedada qualquer prorrogação de prazo.
Tendo em vista o exposto, levando em consideração que na área de 14,27 ha requerida para
supressão de vegetação nativa visando o uso alternativo do solo para extração mineral de
minério de fosfato foi estimada a geração de 575,6980 m³ de volume de material lenhoso e,
considerando a necessidade de reposição de 10 (dez) mudas por cada unidade de m³ (metro
cúbico), conforme previsto no Parágrafo 2º do Artigo 34 da Instrução Normativa SEMAR
nº 05/20, deverão ser respostas aproximadamente 5.757 mudas de espécies nativas
regionais.
Considerando o espaçamento de plantio adotado de 2,5 x 2 m, atendendo ao previsto no
Parágrafo 3º do Artigo 34 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, a área total de reposição
florestal deverá perfazer 28.785 m² ou aproximadamente 2,88 ha.
QUADRO 8.3.2.1
RESUMO DAS INTERVENÇÕES E PROPOSTAS DE COMPENSAÇÃO
ÁREA VOLUME LEGISLAÇÃO FATOR DE Nº DE ÁREA
INTERVENÇÕES
(ha) (m³) APLICÁVEL MULTIPLICAÇÃO MUDAS (ha)
Supressão de vegetação IN SEMAR nº
14,27 575,6980 10* 5.757 2,88**
nativa 05/20
TOTAL 2,88
*10 (dez) mudas por cada unidade de m³ (metro cúbico);
** Considerando o espaçamento de plantio adotado de 2,5 x 2 m por muda.

Conforme ainda prevê o Artigo 34 da Instrução Normativa SEMAR nº 05/20, a reposição


florestal direta, a que se refere o Inciso I do Artigo 25, poderá ser realizada mediante o plantio
de espécies nativas ou exóticas, dentro dos limites do território do Estado do Piauí,
preferencialmente em Caracol, município no qual se pretende a supressão vegetal.

8.4. ATENDIMENTO ÀS EMERGÊNCIAS E SEGURANÇA NO TRABALHO


Os procedimentos de atendimento às emergências têm como objetivo definir práticas a serem
executadas em caso de emergências com produtos químicos, incêndios, males súbitos e
acidentes. Estes procedimentos serão constantemente atualizados e simulados pelo menos

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PROJETOS LTDA 495

uma vez ao ano e mantido em todos os setores do empreendimento e, em caso de emergência


deverá ser seguido por todos os colaboradores.
Os maiores riscos no empreendimento são acidentes, envolvendo pessoas e equipamentos,
incêndios, explosões e vazamentos de produtos contaminantes. A seguir são apresentados
os procedimentos a serem adotados em situações de emergência para os maiores riscos
avaliados no empreendimento da CBPM.

8.4.1. Procedimento no caso de incêndios


A seguir são descritos os procedimentos a serem tomadas no caso de incêndios.
Incêndio predial, industrial ou florestal
• Entrar em contato com a brigada de incêndio e o responsável pela área e fornecer o
nome do informante, localização, tipo de incêndio, gravidade, equipamentos ou
veículos envolvidos e o total de pessoas envolvidas;
• Se possuir treinamento em combate a incêndio iniciar o combate utilizando extintores
de incêndio ou outros dispositivos existentes no local.
Incêndio em equipamentos móveis
• Caso detecte princípio de incêndio em equipamento alertar operador do equipamento;
• Comunicar à brigada de incêndio e ao responsável pela área.
Incêndio no caminhão de explosivos
• Percebendo princípio de incêndio relacionado ao veículo transportando explosivos,
comunicar à segurança patrimonial, motorista, blaster e brigada de incêndio;
• Afastar-se do local.

8.4.2. Procedimento no caso de acidentes


A seguir são descritos os procedimentos a serem tomadas no caso de acidentes.
Acidente pessoal ou mal súbito
• Fazer a avaliação do acidentado;
• Caso necessário e se souber a técnica de socorrista, prestar os primeiros socorros;
• Se não houver suspeita de fraturas graves, principalmente de coluna cervical,
transportar o acidentado para o ambulatório médico, caso contrário, solicitar a presença
de socorristas ou dos auxiliares de enfermagem do trabalho;
• Comunicar o acidente assim que possível ao responsável da área;
• Em caso de óbito, não tocar na vítima, isolar o local e chamar o supervisor.

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PROJETOS LTDA 496

Acidente impessoal
• Comunicar o acidente ao responsável pela área, não alterando o local do acidente até
que o supervisor de turno ou segurança do trabalho chegue ao local para avaliação.
Acidente com eletricidade
• Em caso de acidente pessoal com equipamento energizado, não tocar na vítima em
hipótese alguma, antes do efetivo desenergizamento;
• Se tiver conhecimento e souber exatamente como proceder, realizar o desligamento da
rede elétrica;
• Solicitar ajuda;
• Comunicar o fato ao responsável pela área.

8.4.3. Procedimentos para outras emergências


A seguir são descritos os procedimentos para outras emergências.
Acidente na rede de alta tensão
• Paralisar a operação e isolar a área;
• Comunicar ao brigadista da portaria e responsável da área;
• O brigadista da portaria convocará a pessoa ou empresa apta à execução da
desenergização e recuperação segura das funções da rede.
Falha no sistema de comunicação
• No caso de falha no sistema de comunicação eletrônica ou telefonia fixa, utilizar
telefonia celular disponível ou computadores para informar as melhores condições de
comunicação disponíveis e os parâmetros para correção;
• No caso de queda de energia elétrica, a unidade deverá possuir no break nos pontos
críticos, mas se notificada à fornecedora e confirmada a imprevisibilidade de retomada
da normalidade ou se houver pessoas em risco pela falta de energia ou visibilidade,
mobilizar a brigada e acionar geradores existentes.
Desordem civil
• Em caso de desordem civil que ameace a integridade de pessoas e bens materiais da
unidade não demonstrar resistência ou confronto pessoal;
• Buscar forma de comunicar rapidamente a polícia para solicitar assistência urgente;
• Utilizar e solicitar o uso de condições (portões, portas, chaves, barreiras) que restrinjam
o acesso ou contato dos manifestantes com a área, salas, equipamentos ou pessoal
interno;
• Orientar os colaboradores para paralisar as operações e proteger informações e bens
valiosos;

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PROJETOS LTDA 497

• Orientar a evacuação do pessoal para local seguro e, se possível e seguro, tirar fotos
da situação reinante.

8.4.4. Localização de equipamentos para emergências


Cada trabalhador possuirá em seu local de trabalho a instrução de trabalho necessária à
execução da sua atividade operacional como de controle e inspeção.
Os extintores e chibatas para combate ao incêndio em matas serão encontrados na sala de
primeiros socorros.
Os materiais de sinalização e isolamento serão encontrados no veículo de apoio à emergência
e na sala de primeiros socorros.
A unidade deverá possuir um veículo de pequeno porte de apoio à emergência, contendo uma
caixa de primeiros socorros e controlado por um brigadista da Portaria. A sala de primeiros
socorros deverá possuir uma caixa de primeiros socorros, uma maca, talas e colar cervical
para imobilização, pás e enxadas. Escadas, andaimes, cordas e cintos de segurança estarão
localizados no almoxarifado, mas nas atividades nas quais se observar a potencial
necessidade, estes materiais deverão estar no local de trabalho.

8.4.5. Controle médico de saúde ocupacional


O Controle Médico de Saúde Ocupacional inclui, pelo menos, os exames listados a seguir,
compreendendo avaliação clínica e testes complementares, realizados com periodicidade
bianual para trabalhadores entre 18 e 45 anos, ou anual para os que não se enquadrem nesta
condição:
• Exame admissional;
• Exame periódico;
• Exame de retorno ao trabalho;
• Exame de mudança de função;
• Exame demissional.
Os exames periódicos são realizados a intervalos menores que um ano, a critério do médico
responsável, se notificado pelo agente de inspeção do trabalho ou ainda como resultado de
negociação coletiva. Para cada exame realizado, é emitido pelo médico o respectivo Atestado
de Saúde Ocupacional. Caso seja verificado, após os exames, exposição excessiva ao risco,
ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, caberá ao médico responsável indicar,
de acordo com a gravidade do caso, o afastamento do trabalhador da função ou o
encaminhamento do mesmo à Previdência Social.
Ao fim de cada ano, os resultados dos exames realizados, bem como as ações de saúde
executadas, são consolidados em um relatório anual.

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PROJETOS LTDA 498

8.4.6. Medidas preventivas quanto à segurança no trabalho


O planejamento das operações, a verificação e aplicação das normas existentes e previstas
nas Normas Reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego conforme Portaria
nº 3.214/1978 e suas atualizações para cada tipo de trabalho ou operação de máquinas e
equipamentos, bem como a escolha e aplicação dos equipamentos de proteção individuais
(EPIs), conforme Normas Reguladoras NR 06 do MTE, têm como objetivo eliminar ou
neutralizar os riscos de acidentes que podem comprometer a integridade física dos
trabalhadores diretamente envolvidos, sejam funcionários da empresa ou funcionários das
empresas contratadas para execução dos serviços ou parte dos serviços projetados e
planejados.
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) estão presentes em todas as operações,
dimensionados convenientemente para cada produto em combate. Os EPIs são classificados
de acordo com o risco apresentado e as partes do corpo humano a serem protegidas. Todos
os equipamentos de proteção individual (EPIs) são higienizados após sua contaminação, ou,
dependendo do produto, ser descartados como resíduos.
Os procedimentos operacionais e medidas preventivas necessárias a seguir listadas e
informadas, para cada atividade tipo, servem para eliminar ou neutralizar os riscos inerentes
de cada atividade, devendo ser implementadas por ocasião dos trabalhos, sendo adotados
procedimentos para instituir a sua adoção por todos os trabalhadores ou contratadas.
As medidas de segurança e de prevenção de acidentes de trabalho são amplamente
divulgadas permitindo que cada trabalhador tenha o seu conhecimento e as adote nas suas
tarefas. As atividades mineiras, devido as suas peculiaridades, estão sempre merecendo
constante atuação e atualização quanto à segurança. A seguir, listamos as principais áreas
de trabalho e o tipo de análise de risco e prevenção a ser conduzida:

✓ Frentes de lavra
A circulação de veículos e operários na mina será disciplinada. Visitantes, só serão admitidos
quando devidamente autorizados, protegidos por capacetes e acompanhados de funcionário
acostumado com os locais de trabalho e as normas de segurança estabelecidas.

✓ Carregamento de Minério
Nas operações de carregamento de minério e capeamento com escavadeiras hidráulicas,
serão adotadas todas as medidas de segurança normalizadas quanto à sua correta operação.
Todos os operadores de máquinas estarão protegidos com os equipamentos de proteção
individual de uso geral e de uso específico para o tipo de operação, tais como capacete,
protetor auricular, óculos de segurança, máscaras respiratórias, botina de segurança com bico
de aço, luvas de raspa.

✓ Transporte de Minério e Estéril


Nas operações de transporte de minério ou capeamento com caminhões basculantes serão
adotadas todas as medidas de segurança normalizadas quanto à correta operação destes
tipos de caminhões. Será executada a sinalização da praça de operação de carga e manobras,
bem como o trecho de transporte, a área de manobras e a praça de descarga de acordo com
a normalização existente para evitar acidentes de trânsito e de trabalho.

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8.5. PLANO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL


O programa de monitoramento ambiental é o principal instrumento de gestão ambiental do
empreendimento. Entende-se por monitoramento ambiental "o acompanhamento sistemático
da variação temporal e espacial de determinados parâmetros, denominados indicadores
ambientais" (SÁNCHEZ, 1990). Por outro lado, gerenciamento ambiental pode ser definido
como "o conjunto de operações técnicas e atividades gerenciais que visam assegurar que o
empreendimento opere dentro dos padrões legais ambientais exigidos, minimize seus
impactos ambientais e atenda a outros objetivos empresariais, como manter um bom
relacionamento com a comunidade." (SÁNCHEZ, 1990).
No EIA/RIMA foram apresentadas as campanhas de monitoramento das águas superficiais e
subterrâneas, ar e ruído realizadas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM para
compor os estudos ambientais preliminares. Portanto, apresenta-se a seguir a proposta para
continuidade destes trabalhos, após a obtenção da Licença de Instalação, que terá
continuidade na fase de operação do empreendimento.
O plano de monitoramento ambiental tem por objetivo:
• Verificar os impactos reais do empreendimento;
• Comparar os impactos reais com aqueles previstos no EIA;
• Detectar eventuais impactos não previstos ou de magnitude maior que os esperados;
• Alertar para a necessidade de ações corretivas, caso os impactos ultrapassem os
limites legais estabelecidos ou especificados nas licenças ambientais.
Assim, terá continuidade o monitoramento realizado para o EIA e, caso necessário, poderão
ser realizadas correções, ajustes ou modificações quanto aos parâmetros, periodicidade e
duração dos monitoramentos propostos.

INDICADORES AMBIENTAIS, ACOMPANHAMENTO

O plano de monitoramento proposto abrange as fases de implantação, operação e


desativação do empreendimento. Para as diferentes fases do empreendimento são propostos
diferentes monitoramentos ambientais, sendo avaliada a qualidade das águas superficiais, a
qualidade do ar, os níveis de ruído e de vibração, a fauna, as atividades de recuperação
ambiental e os sistemas de drenagem, no QUADRO 8.5.1.
As campanhas de monitoramento deverão ser realizadas ao longo do ano, devendo ser
elaborados relatórios anuais com a integração dos resultados obtidos nas campanhas e
encaminhados anualmente ao órgão ambiental competente, no caso a SEMAR. No QUADRO
8.5.1 é apresentado o monitoramento ambiental a ser realizado nas fases de implantação,
operação e desativação do empreendimento.

No caso de identificação de indicadores anômalos durante a fase de monitoramento, devem


ser investigadas suas procedências, uma vez que alterações podem ser originadas por causas
naturais, de caráter periódico ou não, ou podem ainda ser induzidas por outra atividade
antrópica alheia ao empreendimento. Estas investigações poderão incluir a intensificação ou
modificação do programa de monitoramento, visando obter um conhecimento mais acurado

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do fenômeno. Caso as causas sejam decorrentes das atividades do empreendimento, deverão


ser adotadas as medidas de controle necessárias para adequar aos padrões legais exigíveis.

QUADRO 8.5.1
MONITORAMENTO AMBIENTAL DURANTE AS FASES DO EMPREENDIMENTO
FASES
MONITORAMENTO PERIODICIDADE
IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO DESATIVAÇÃO
Estabilidade geotécnica X X Semestral
Sistemas de drenagem X X Trimestral
Qualidade das águas superficiais X X Trimestral
Qualidade das águas subterrâneas X X Semestral
Qualidade do ar X X X Contínuo
Níveis de ruído X X X Semestral
Vibração e Sobrepressão X Semestral
Inventário de resíduos X X X Anual
Atividades de Revegetação X X X Anual*
Fauna silvestre X X Semestral*
Ações socioambientais X X Anual
*A primeira campanha será realizada durante a implantação e as demais serão realizadas por 2 (dois) anos após a implantação.

No DESENHO 400.0.4.2–EIA-01 é apresentada a imagem de satélite com a indicação do pit


final de lavra e a localização dos pontos de monitoramento propostos para a avaliação da
qualidade do ar, da qualidade das águas superficiais, dos níveis de ruídos e da fauna.

FORMAS DE REGISTRO E CONTROLE DO PROGRAMA

A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM propõe a elaboração anual de um relatório


de execução dos trabalhos de controle e recuperação que poderão ser apresentados à
SEMAR e a ANM. Os relatórios anuais sintetizarão o andamento de tais trabalhos em relação
ao cronograma executivo do empreendimento, detalhando, inclusive com documentação
fotográfica, os programas de controle, dos programas de recuperação e de segurança no
trabalho. São ainda apresentados nos relatórios anuais os resultados obtidos de
automonitoramento, de modo que seja verificado o enquadramento do empreendimento na
legislação vigente.

8.5.1. Monitoramento da estabilidade geotécnica de taludes


Os fatores que determinam a estabilidade de um talude são, fundamentalmente, sua
inclinação, densidade dos materiais envolvidos, os parâmetros de resistência, e presença de
água. De forma a se evitar a ocorrência de instabilidades, o projeto de engenharia considerou
tais fatores no dimensionamento dos taludes e bancadas da cava e do depósito de estéril,
adotando-se parâmetros geométricos bastante conservadores.

METODOLOGIA

Propõe-se aqui a realização do monitoramento geotécnico da cava e do depósito de estéril do


empreendimento, por meio da realização das seguintes atividades:

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• Vistoria de campo com bússolas e clinômetros para verificação da inclinação dos


taludes;
• Vistoria de campo para verificação da presença de trincas, rupturas e escorregamentos
e eventual necessidade de abatimento de blocos;
• Vistoria de campo para verificação da condição e adequação do sistema de drenagem;
• Vistoria de campo para verificação do cumprimento do planejamento de lavra e avanço
da lavra de modo a manter a estabilidade dos taludes.

PONTOS DE AMOSTRAGEM

Serão monitoradas as áreas de lavra e depósitos de estéril.

PERIODICIDADE

O monitoramento da estabilidade geotécnica dos taludes será semestral.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Caso seja verificado que os taludes não apresentam inclinações adequadas que
comprometam os fatores de segurança, deverão ser realizadas novas análises de estabilidade
para verificação da nova condição e proposto o retaludamento dos locais não conformes. Além
disso, se constatadas nas vistorias técnicas situações severas em relação à presença de
trincas, rupturas e escorregamentos nos taludes dos painéis de lavra, o local deverá ser
isolado para o seu devido controle.
Se constatada a presença de processos erosivos decorrentes da ineficiência do sistema de
drenagem (más condições de manutenção), deverá ser realizado o seu redimensionamento
ou revista a periodicidade da limpeza das canaletas, caixas de passagem e caixas de
decantação de águas pluviais.

8.5.2. Monitoramento da drenagem, processos erosivos e assoreamento


Os processos erosivos e de assoreamento de um determinado terreno, quando ocasionados
por interferências antrópica, podem ocorrer com intensidades variáveis, associado a fatores
como clima, solo, topografia, vegetação e uso da terra. Entre estes, a cobertura do solo é o
fator que, isolado, se destaca como o mais determinante. As condições climáticas e
pedológicas da região também contribuem para a fragilidade do sistema local. Chuvas fortes
e abundantes, concentradas em um período curto do ano, solo pedregoso e seco, são fatores
relevantes para o desencadeamento da instabilidade do terreno.

METODOLOGIA

Propõem-se o monitoramento de três aspectos básicos: (1) possíveis instalações de


processos erosivos; (2) obstrução de elementos hidráulicos e; (3) turvamento e assoreamento
de corpos d’água que permitiram a análise da situação atual da lavra e dos projetos finais
previstos para a lavra e depósitos de estéril.
O acompanhamento da implantação das medidas de prevenção, controle e mitigação na área
de lavra da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM tem sua elaboração a partir de

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duas etapas: (1) a atualização dos locais previamente inventariados e; (2) verificação de
eventuais novas condições críticas ou potencialmente críticas.
A atualização dos levantamentos se dá por meio de consecutivas vistorias à área da mina,
utilizando o mesmo caminhamento traçado na ocasião da elaboração do inventário, permitindo
a comparação entre a situação atual e a situação anterior.
Objetivando verificar a eficiência dos sistemas de disciplinamento e controle de águas pluviais
é proposta a realização de ensaios com Cone Imhoff para determinação das concentrações
de sólidos sedimentáveis em amostras a serem coletadas nos tanques de decantação do
empreendimento.
O método do Cone de Imhoff define, a partir de um litro de amostra em repouso por 1 hora em
cone de Imhoff, a quantidade de material que sedimenta por ação da força de gravidade e que
é constituído pelos materiais inicialmente em suspensão em águas e efluentes domésticos e
industriais, que podem ser removidos por sedimentação, após um período de decantação.

PONTOS DE AMOSTRAGEM
Serão monitoradas as áreas de lavra e depósito de estéril. O QUADRO 8.5.2.1 lista as
categorias de locais associadas com possíveis instalações de processos erosivos; obstrução
de elementos hidráulicos e drenagens, turvamento e assoreamento de corpos d’água,
respectivamente.

QUADRO 8.5.2.1
CATEGORIAS DE LOCAIS POR ASPECTO
ASPECTO CATEGORIA DE LOCAIS
Áreas de solo exposto
Superfícies de taludes e cortes de bancadas
Possíveis instalações de processos
Pilhas de resíduos e materiais
erosivos
Pontos baixos dos taludes e pilhas de resíduos e materiais
Elementos hidráulicos
Vias de acesso: empreendimento, mineração, depósitos de
Obstrução de elementos hidráulicos e
estéril
drenagens e eficiência dos tanques de
Elementos de drenagem superficial: trincheiras, valetas,
decantação
caneletas, caixas, escadas hidráulicas
Trechos de baixa energia de transporte
Turvamento e assoreamento de corpos Desembocaduras de talvegues e córregos
d’água Trechos a montante e jusante de travessias
Lagos e reservatórios
Depósitos de material estéril
Indícios de instabilidade de taludes Taludes em solo na área da mina
Taludes mistos
Fonte: Prominer Projetos Ltda.

PERIODICIDADE
O monitoramento da estabilidade geotécnica dos taludes será semestral.

ANÁLISE DOS RESULTADOS


Os locais vistoriados têm suas localizações indicadas em imagem de satélite devidamente
georreferenciada e em escala adequada para visualização, o registro de cada vistoria é
realizado por meio de documentação fotográfica, anotação em caderneta de campo e
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obtenção da localização dos pontos de interesse através de receptor GPS. Todos os registros
partem de observações visuais in loco realizadas por técnicos legalmente habilitados. Por fim,
será apresentada a documentação fotográfica dos pontos visitados, seguida por um inventário
com os comentários que levem em conta o histórico do ponto visitado e novas observações,
quando pertinentes.

8.5.3. Monitoramento da qualidade das águas


O monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas visa avaliar a eficiência
das medidas de controle ambiental das atividades do empreendimento, visto que diversos
aspectos e impactos ambientais previstos se relacionam com alterações da qualidade destas
águas. Com a realização do monitoramento é possível detectar qualquer anomalia em relação
aos padrões legais estabelecidos e buscar saná-las.

✓ Águas superficiais

METODOLOGIA
Para o monitoramento da qualidade das águas superficiais, propõe-se a realização de coletas
e análises físicas, químicas e bacteriológicas de amostras de água das drenagens superficiais
situadas a jusante das futuras áreas de lavra, no Rio Piauí e em seus afluentes que incidem
na área do empreendimento, tendo padrão de qualidade os parâmetros do Artigo 15 da
Resoluções CONAMA nº 357/05.
Para a preservação das amostras coletadas será utilizado o procedimento descrito no Guia
de Coleta e Preservação de Amostras, publicado pela CETESB e pela ANA. As análises
laboratoriais serão realizadas por laboratório acreditado pelo INMETRO na Norma ABNT NBR
17025:2017 – Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração.

PONTOS DE AMOSTRAGEM
Para a caracterização da qualidade das águas superficiais, propõe-se a continuidade da
realização de amostragens em 4 (quatro) pontos, localizados no Rio Piauí e em seus afluentes
que incidem na área do empreendimento. Esses pontos compreendem os mesmos pontos
utilizados no diagnóstico do EIA/RIMA, conforme discriminada no QUADRO 8.5.3.1

QUADRO 8.5.3.1
PONTOS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
Lagoa em um afluente do Rio Piauí no interior da Fazenda
A1 23L 678.785 8.973.017
Pimenteiras
Lagoa em um afluente do Rio Piauí no interior da Fazenda
A2 23L 678.688 8.972.829
Pimenteiras

A3 Rio Piauí no interior da Fazenda Pimenteiras 23L 678.516 8.972.857

A4 Rio Piauí e seus afluentes a jusante da Fazenda Pimenteiras 23L 678.678 8.972.357
Fonte: Prominer Projetos Ltda., 2022.

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A localização dos pontos de monitoramento da qualidade das águas é apresentada no


DESENHO 400.0.4.2-EIA-01.

PERIODICIDADE
O monitoramento da qualidade das águas superficiais terá periodicidade trimestral, e será
sazonal, compreendendo os períodos seco e chuvoso.

ANÁLISE DOS RESULTADOS


Os resultados obtidos no monitoramento da qualidade das águas superficiais serão
comparados aos limites legais definidos para águas de classe II nas Resoluções CONAMA
n° 357/05. Para caracterização da qualidade das águas superficiais, serão analisados os
parâmetros apresentados no QUADRO 8.5.3.2:

QUADRO 8.5.3.2
PARÂMETROS DE ANÁLISE DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS
LIMITES LEGAIS: ÁGUAS CLASSE II
PARÂMETRO UNIDADE
CONAMA Nº 357/05
Temperatura ºC ---
pH --- 6,0 a 9,0
Sólidos Totais Dissolvidos mg/l ≤500,00
Sólidos Sedimentáveis mL/L.h ---
Sólidos Suspensos Totais mg/l ---
Sólidos Totais mg/l ---
Condutividade μS/cm ---
Cor Verdadeira Pt/Co ≤75,00
Turbidez N.T.U. ≤100,00
Fosfato (como P) mg/L ---
Fósforo mg/L ≤0,050 *
Nitrato (como N) mg/L 10
Nitrito (como N) mg/L 1,00
Nitrogênio Amoniacal mg/l N 3,7 **
Nitrogênio Total Kjeldahl mg/L ---
Nitrogênio Orgânico mg/L ---
Nitrogênio Total mg/L 2,18 ***
Oxigênio Dissolvido mg/l O2 ≥5
Oxigênio Dissolvido % saturação ---
DBO mg/l O2 ≤5,00
DQO mg/l O2 ---
Óleos e Graxas mg/l Ausente
Coliformes Fecais NMP/100mL ≤1.000
Coliformes Totais NMP/100mL ---
Surfactantes mg/L 0,5
(*) Limite de 0,030mg/l em ambientes lênticos, 0,050mg/l em ambientes intermediários; (**) Limites Nitrogênio
Amoniacal: 3,7 (pH < 7,5), 2,0 (7,5 < pH < 8,0), 1,0 (8,0 < pH < 8,5), 0,5 (pH > 8,5); (***) Limite Nitrogênio Total:
1,27mg/L, Ambientes Lênticos, 2,18mg/L, Ambientes Lóticos.

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Os resultados obtidos no monitoramento da qualidade das águas estarão contemplados nos


relatórios anuais que poderão ser apresentados a SEMAR e outros órgãos públicos sempre
que solicitado.

✓ Águas subterrâneas

METODOLOGIA
É previsto o monitoramento do nível d’água, bem como campanhas de monitoramento da
qualidade das águas subterrâneas mediante coletas e análises físicas e químicas de amostras
em futuro poço de abastecimento a ser instalado na área do empreendimento.
As metodologias analíticas seguirão as normas técnicas estabelecidas no Standard Methods,
e as coletas serão realizadas de acordo com os procedimentos adotados pela SEMAR. Os
resultados obtidos serão comparados aos limites legais definidos para águas de Classe II
(Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005).

PONTOS DE AMOSTRAGEM
As medições serão feitas por meio de 1 (um) ponto localizado em futuro poço de
abastecimento de água a ser implantado na Fazenda Pimenteiras.

PERIODICIDADE
O monitoramento da qualidade das águas subterrâneas será realizado através de campanhas
semestrais abrangendo os períodos de estiagem e chuvoso.

ANÁLISE DOS RESULTADOS


Os resultados obtidos no monitoramento das águas subterrâneas serão comparados aos
limites legais definidos para águas de classe II nas Resoluções CONAMA n° 357/05. Para
caracterização da qualidade das águas subterrâneas, serão analisados os parâmetros
apresentados no QUADRO 8.5.3.3:

QUADRO 8.5.3.3
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS MONITORADOS
PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
Nível Sódio (Na+)
pH Fluoreto (F-)
Condutividade Cianeto (CN-)
Alumínio dissolvido (Al) ---

Os resultados obtidos no monitoramento do nível d’água e da qualidade das águas


subterrâneas estarão contemplados nos relatórios anuais a serem apresentados na SEMAR
e outros órgãos públicos sempre que solicitado.

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8.5.4. Monitoramento da qualidade do ar


As atividades de extração de rocha fosfática, a movimentação de máquinas e equipamentos
sobre pistas não pavimentadas e a ação dos ventos sobre pilhas de estéril e de minério e
demais superfícies com exposição de solo ou materiais granulares são fontes geradoras de
material particulado (poeira) no empreendimento. Portanto, a CBPM deverá adotar medidas
de controle da qualidade do ar para as emissões de gases de motores dos equipamentos
móveis (caminhões e escavadeiras etc.), e também medidas para mitigar a entrada de material
particulado em suspensão na atmosfera, previstas no Programa de Controle de Tráfego de
Veículos.

METODOLOGIA

✓ Material particulado
Propõe-se o método do Amostrador de Grande Volume para Partículas Totais em Suspensão
(AGV PTS) acoplado a um separador inercial de partículas (PM10), de acordo com
procedimento regido pela Norma ABNT NBR 13.412:1995 (Material particulado em suspensão
no ar ambiente - Determinação da concentração de partículas inaláveis pelo método do
amostrador de grande volume acoplado a um separador inercial de partículas).
Nesse método, o ar é succionado durante um período de 24 h ± 1 h através de um filtro,
geralmente de fibra de vidro ou outro material relativamente inerte, não higroscópico e que
apresente baixa resistência à passagem do ar. A vazão de ar succionado se mantém dentro
de uma faixa constante de 1,13 m3/min.
O cálculo da massa de material particulado coletado é determinado através da técnica da
gravimetria. O dispositivo indicador de fluxo de ar é calibrado utilizando-se um calibrador
padrão de vazão (CPV). O filtro é pesado antes e depois da amostragem, numa balança sob
condições especiais de temperatura e umidade, a fim de se determinar o ganho líquido em
massa. Antes de cada pesagem, o filtro é pré-condicionado por pelo menos 24 h. O volume
de ar amostrado, corrigido para condições-padrão (25 ºC e 760 mmHg), é determinado a partir
da vazão medida e do tempo de amostragem.

✓ Condições climáticas
Para monitorar as condições climáticas no período de amostragem de material particulado,
propõe-se a instalação de estação meteorológica portátil com capacidade de registrar dados
em intervalos de 1 hora, dotada de sensores como termômetro, pluviômetro, anemômetro e
barômetro.
Serão utilizados ainda dados obtidos no portal do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
por meio de uma estação meteorológica de observação de superfície automática, localizada
no município de Caracol.

✓ Fumaça preta
Para as medições de fumaça preta emitida pelos veículos do ciclo diesel na área do
empreendimento, propõe-se o monitoramento das emissões com a utilização de Escala
Ringelmann.

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A Escala Ringelmann permite, a partir de uma escala gráfica, a avaliação colorimétrica da


densidade de fumaça preta emitida, evidenciando a necessidade de adequações.

PONTOS DE AMOSTRAGEM

Recomenda-se a continuidade do monitoramento nos 3 (três) pontos situados nos receptores


críticos mais próximos e medição anual de opacidade na frota de veículos movidos a diesel.
Esses pontos compreendem os mesmos pontos utilizados no diagnóstico do EIA/RIMA,
conforme discriminada no QUADRO 8.5.4.1. A localização dos pontos de monitoramento da
qualidade do ar é apresentada no DESENHO 400.0.4.2-EIA-01.

QUADRO 8.5.4.1
PONTOS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
PM1 Residência vizinha, ao sul da Poligonal ANM 800.218/1985 23L 679.312 8.970.848
PM2 Residência vizinha, a sudoeste da Poligonal ANM
23L 678.802 8.972.081
EM1 800.218/1985
PM3 Residência vizinha, ao norte da Poligonal ANM 800.218/1985 23L 679.261 8.973.514
Fonte: Prominer Projetos Ltda., 2022.

PERIODICIDADE

O monitoramento da qualidade do ar será realizado através de amostragens de material


particulado com campanhas semestrais em 3 (três) pontos durante 3 (três) dias consecutivos,
totalizando 9 (nove) amostragens por semestre, tanto em períodos de estiagem como em
períodos chuvosos para garantir a representatividade do monitoramento da qualidade do ar.
Monitoramento das emissões com a utilização de Escala Ringelmann em campanhas anuais
na frota movida a diesel.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados das medições com opacímetro serão comparados com os valores da Resolução
CONAMA 418/09 e com os valores divulgados pelos fabricantes, que estabelecem que os
limites máximos de opacidade em aceleração livre.
Os resultados da amostragem realizadas com material particulado serão comparados com os
padrões estabelecidos na Resolução CONAMA 491/2018.
Os resultados obtidos no monitoramento da qualidade do ar estarão contemplados nos
relatórios anuais a serem apresentados na SEMAR e outros órgãos públicos sempre que
solicitado.

8.5.5. Monitoramento dos níveis de ruído


Em relação aos níveis de ruído, as principais fontes geradoras são as atividades de extração,
o tráfego de caminhões entre a mina e o beneficiamento, a disposição de material estéril e o
escoamento dos produtos da CBPM para o mercado consumidor.

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PROJETOS LTDA 508

O monitoramento dos níveis de ruído visa avaliar se as atividades produtivas interferem no


conforto acústico das áreas vizinhas ao empreendimento, decorrentes do aumento dos níveis
de ruído gerado pela movimentação de equipamentos e caminhões.

METODOLOGIA

Para caracterizar o ruído de um determinado ambiente submetido a diferentes níveis de ruído,


com variação de forma aleatória no tempo, determinou-se o nível equivalente (Leq), que é o
valor médio de todo o período de medição fornecido pelo próprio medidor de nível sonoro.
Será utilizado um medidor de nível de pressão sonora (sonômetro), classe II, dotado de
integrador de precisão e capacidade de gravação de medições de até oito horas com precisão
de um segundo. Para sua calibração será utilizado um calibrador acústico, classe II, próprio
para o medidor de nível de pressão sonora utilizado.
O sonômetro será programado para realizar as medições com ponderação temporal rápida
(FAST) e ponderação de frequências “A”.
Com a finalidade de avaliar a distribuição dos níveis de ruído durante um determinado intervalo
de medição, será calculado o valor de Lx. Esse valor representará o nível de ruído superado
em X% do tempo. Por exemplo, caso se obtenha L90 = 42 dB, significa que 90% dos níveis de
ruído medidos a intervalos de tempo regulares estiveram acima de 42 dB.
Após o término de cada medição serão tomadas fotos do ponto para permitir a visualização
do posicionamento do medidor em relação ao local de medição, assim como anotadas a
localização do ponto em coordenadas UTM por meio de receptor GPS e uma descrição geral
do ruído ouvido, a fim de permitir a criação de um perfil sonoro para cada região em estudo.
Os dados serão coletados e armazenados na memória do MNPS e serão transferidos para o
PC por meio do software dBTrait, próprio do medidor, através do qual serão obtidos os valores
de LAeq, L90, L50 e L10.
Todos os procedimentos definidos pela Norma ABNT NBR 10.151:2019 (Acústica – Avaliação
do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade) serão seguidos para a
realização das medições.

PONTOS DE AMOSTRAGEM

Propõe-se a continuidade do monitoramento semestral em 10 pontos de medição, no período


diurno. Vale ressaltar que estes pontos serão remanejados conforme o desenvolvimento das
atividades de ampliação da lavra. Esses pontos compreendem os mesmos pontos utilizados
no diagnóstico do EIA/RIMA, conforme discriminada no QUADRO 8.5.5.1. A localização dos
pontos de monitoramento dos níveis de ruído é apresentada no DESENHO 400.0.4.2-EIA-01.

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QUADRO 8.5.5.1
DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DE RUÍDO
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)
R1 Via de acesso ao norte da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 679.836 8.974.416

R2 Sítio vizinho ao norte da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 679.569 8.973.979

Residência vizinha a noroeste da poligonal ANM


R3 23L 679.271 8.973.535
800.218/1985.
Residência vizinha a noroeste da poligonal ANM
R4 23L 679.072 8.973.251
800.218/1985.
Residência vizinha a sudoeste da poligonal ANM
R5 23L 678.838 8.971.946
800.218/1985.
Via de acesso à sudeste da Fazenda Pimenteiras, na
R6 23L 679.574 8.972.339
poligonal ANM 800.218/1985.
Via de acesso à sudeste da Fazenda Pimenteiras, na
R7 23L 679.981 8.971.826
poligonal ANM 800.218/1985.
Bairro à sudeste da Fazenda Pimenteiras, ao sul da
R8 23L 679.788 8.971.289
poligonal ANM 800.218/1985.
Próximo à Igreja à sudeste da Fazenda Pimenteiras, a
R9 23L 679.357 8.971.036
sudoeste da poligonal ANM 800.218/1985.

R10 Via de terra a sudoeste da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 678.767 8.970.610

Fonte: Prominer Projetos Ltda., 2022.

PERIODICIDADE

As medições serão realizadas semestralmente, nos 10 pontos de medição durante o período


diurno.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos no monitoramento dos níveis de ruído equivalente (Leq), que é o valor
médio de todo o período de medição fornecido pelo próprio medidor de nível sonoro, serão
comparados aos padrões legais definidos pela Norma ABNT NBR 10.151/2019.
A Norma ABNT NBR 10.151:2019 (Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão
sonora em áreas habitadas – Aplicação de uso geral) determina procedimentos para as
medições dos níveis de pressão sonora e estabelece limites cada tipo de área, conforme
apresentado no QUADRO 8.5.5.2.
QUADRO 8.5.5.2
LIMITES DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM
FUNÇÃO DOS TIPOS DE ÁREAS HABITADAS E PERÍODOS - ABNT NBR 10.151:2019
TIPOS DE ÁREAS DIURNO
Área de residências rurais 40 dB
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 dB
Área mista, predominantemente residencial 55 dB
Área mista, com predominância de atividades comerciais e/ou administrativa 60 dB
Área mista, com predominância de atividades culturais, lazer e turismo 65 dB
Área predominantemente industrial 70 dB
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10.151/2019.

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Qualquer anormalidade nas análises realizadas durante o ano deverá ser imediatamente
informada o órgão ambiental. Os resultados obtidos no monitoramento dos níveis de ruído
estarão contemplados nos relatório anuais a serem apresentados na SEMAR e outros órgãos
públicos sempre que solicitado.

8.5.6. Monitoramento de vibração e sobrepressão acústica


O monitoramento dos níveis de vibração e sobrepressão atmosférica gerados nas detonações
para o desmonte do minério no empreendimento da CBPM deverão ser realizadas por meio
de medições sismográficas.

METODOLOGIA

Para realização das medições de vibração e pressão acústica devem ser adotados os
procedimentos e limites estabelecidos na Norma ABNT NBR 9.653:2005 – Guia para
avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas.
O monitoramento sismográfico deve ser realizado com sismógrafos de engenharia dotados de
geofone composto de três condutores posicionados tri-ortogonalmente (L, T e V) e um
microfone, com faixas de captação de velocidade de vibração de partícula e pressão acústica.
A faixa de captação dos condutores de vibração é de até 130 mm/s por canal na faixa de
frequência de vibração de partícula de 2 a 250 Hz e a faixa de pressão acústica é de 78 dB(L)
a 142 dB(L).
Os geofones devem ser fixados ao solo e os microfones posicionados em direção ao desmonte
de rocha. As velocidades de vibração de partícula captadas pelos geofones nas componentes
vertical, longitudinal e transversal são armazenadas no sismógrafo e o próprio equipamento
fornece a velocidade de partícula resultante.

PONTOS DE AMOSTRAGEM

Os pontos de monitoramento serão definidos conforme a localização do desmonte ou do


avanço da lavra, mas sugere-se o monitoramento de 3 (três) pontos, localizados nas
proximidades de estabelecimentos do entorno e de residências de moradores.
QUADRO 8.5.6.1
LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO SISMOGRÁFICO
COORDENADAS UTM
PONTO DESCRIÇÃO ZONA
E (m) N (m)

V1 Residência vizinha a noroeste da poligonal ANM 800.218/1985. 23L 679.102 8.973.300


Via de acesso à sudeste da Fazenda Pimenteiras, na poligonal
V2 ANM 800.218/1985.
23L 679.520 8.972.381
Residências vizinhas à sudoeste da Fazenda Pimenteiras, na
V3 poligonal ANM 800.218/1985.
23L 676.817 8.972.163

PERIODICIDADE

As medições de vibração e pressão acústica deverão ser realizadas semestralmente.

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ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos nas medições dos níveis de vibração e pressão acústica deverão ser
comparados com os limites estabelecidos pela Norma ABNT NBR 9653:2005 que estabelece
o limite de velocidade de vibração de partícula para danos estruturais às residências.
Os resultados obtidos no monitoramento de vibração estarão contemplados nos relatórios
anuais a serem apresentado a SEMAR e a demais órgãos públicos sempre que solicitado.

8.5.7. Inventário de resíduos sólidos


Propõem-se para o monitoramento dos resíduos sólidos gerados e destinados pelas
atividades da CBPM o controle mensal dos resíduos gerados a partir do monitoramento dos
dados do tipo de resíduo, fonte geradora, classe segundo NBR 10.004, quantidade gerada em
kg/mês, quantidade estocada em kg/mês, quantidade destinada em kg/mês, razão social e
endereço completo do transportador e forma, razão social e endereço completo da empresa
de disposição final.
No QUADRO 8.5.7.1 a seguir é apresentado o modelo de formulário a ser preenchido pela
CBPM.

QUADRO 8.5.7.1
MODELO DE PLANILHA DE
MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DISPOSIÇÃO FINAL/
RESÍDUO
TRANSPORTADOR EMPRESA
SÓLIDO CLASSE QUANTID. QUANTID. QUANTID.
RECEBEDORA
INDUSTRIAL/ NBR GERADA ESTOCADA DESTINADA
FONTE 10.004 (kg/mês) (kg/mês) (kg/mês) RAZÃO ENDEREÇO RAZÃO ENDEREÇO
GERADORA SOCIAL COMPLETO SOCIAL COMPLETO

Tratando de resíduos perigosos, além do Inventário de Resíduos Sólidos, a CBPM manterá o


acervo dos Manifestos de Transporte de Resíduos e Rejeitos (MTR), atendendo aos requisitos
do Decreto Federal 96.044/1988, as orientações ABNT NBR 13221:2021 - Transporte terrestre
de resíduos., contendo as seguintes informações:
• sobre o resíduo: nome apropriado para embarque, conforme Portaria nº 204 do
Ministério dos Transportes; estado físico (sólido, pó, líquido, gasoso, lodo ou pastoso);
classificação conforme Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes; quantidade; tipo
de acondicionamento (anexo A); n da ONU; n de risco; grupo de embalagem;
• sobre o gerador, receptor e transportador do resíduo: atividade; razão social; CNPJ,
endereço; telefone; e-mail;
• nome (s) da (s) pessoas(s), com respectivo (s) número (s) de telefone(s), a ser (em)
contatada (s) em caso de emergência.

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Os MTRs continuarão sendo emitidos para o transporte de resíduos perigosos através do


Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos - SINIR do Ministério
do Meio Ambiente – MMA.

8.5.8. Monitoramento da revegetação


As áreas previamente compromissadas que são objeto de recuperação ambiental na CBPM
deverão ser vistoriadas em períodos que variam conforme o método de revegetação utilizado,
como forma de avaliar o sucesso e, principalmente, detectar possíveis problemas que
impedem o estabelecimento e desenvolvimento da cobertura vegetal.
Os resultados das ações de revegetação deverão ser avaliados através da utilização de
indicadores de desempenho ambiental, os quais possibilitam a fácil compreensão e
interpretação dos dados de monitoramento obtidos em campo.
Para avaliação das ações de revegetação com espécies arbóreas nativas, os parâmetros que
poderão ser utilizados como indicadores de desempenho, considerando como objetivos a
estabilização física e o restabelecimento da vegetação nativa das áreas de recuperação são:
mortalidade de mudas, aspecto visual, desenvolvimento das mudas e regeneração natural.
Para avaliação das ações de revegetação com espécies gramíneas e leguminosas, os
parâmetros que poderão ser utilizados como indicadores de desempenho, considerando como
objetivos a estabilização física e o controle de erosão são: índice de germinação, aspecto
visual, desenvolvimento das plantas e qualidade dos serviços executados.
O monitoramento em toda a área do empreendimento deverá contemplar evidências de
processos erosivos (assoreamento, sulcos, ravinas e voçorocas) e a ocorrência de
perturbações naturais e/ou antrópicas, visando nortear as ações de manejo dos componentes
abióticos e bióticos que atuam como agentes de degradação.
O diagnóstico dos dados de monitoramento levantados em campo fornecerá elementos
indispensáveis para se reconhecer áreas problemáticas, verificar a eficácia das medidas de
revegetação e condução vegetal empregadas, bem como para definir métodos de proteção,
manejo e replantio a serem indicados para as futuras áreas de recuperação.

8.5.8.1. Monitoramento da recomposição florestal compensatória


Os parâmetros passíveis de serem utilizados como indicadores ambientais aplicáveis para
monitorar e avaliar os resultados das ações de revegetação com espécies nativas,
considerando como objetivo principal o restabelecimento da cobertura vegetal nativa, são
mortalidade das mudas, aspecto visual, desenvolvimento das mudas e regeneração natural,
a saber:

✓ Mortalidade das mudas


A porcentagem de mortalidade deve ser calculada a partir do número de mudas que não
vingaram em relação ao número total de mudas plantadas. O número de mudas efetivamente
estabelecidas irá fornecer uma estimativa relativa do sucesso da implantação.

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Tal dado auxilia na decisão sobre a necessidade de se promover a reposição das falhas ou
perdas por mortalidade, além de revelar as espécies que melhor se adaptam a determinadas
áreas de recuperação.

✓ Aspecto visual
O aspecto visual do plantio poderá ser analisado com base na observação in situ, através de
registro fotográfico, utilizando-se como parâmetros relevantes:
• estado fitossanitário das mudas (vigor, nutrição, sintomas aparentes de ataques de
pragas e patógenos);
• estado nutricional das folhas (clorose e manchas necróticas);
• presença de plantas daninhas de espécies exóticas (gramíneas, arbustos e árvores);
• presença de serapilheira (observando-se a sua espessura sobre camada superficial do
solo);
• taxa cobertura da área (entrada de luz, interceptação das águas das chuvas pelas
copas e projeção das copas das plantas no solo).
Tais dados fornecem informações sobre a interação das plantas e o meio, e quando
analisados, permitem traçar estratégias de intervenções, como recomendação sobre a
necessidade de se aplicar as operações de manutenção e quais os tratos silviculturais
indispensáveis ao desenvolvimento e estabelecimento satisfatório das mudas.
O aspecto visual das áreas de recuperação deverá contemplar evidências de fatores de
degradação, como ocorrência de queimadas e processos erosivos, bem como de
perturbações naturais e antrópicas, visando nortear as ações de manejo dos componentes
abióticos e bióticos que atuam como agentes de degradação. Caso detectados sinais de
perturbação, estes devem ser avaliados quanto ao comprometimento da recuperação em
percentagem.

✓ Desenvolvimento das mudas


O monitoramento do desenvolvimento das mudas deve ser feito em um período mínimo de
dois anos após a implantação da revegetação, podendo ser utilizados os seguintes
parâmetros:
• diâmetro à altura do colo (expressa área basal da comunidade florística);
• comprimento dos ramos laterais (atentando para a deciduidade);
• altura média (permite identificar o volume da vegetação e, por consequência, a
biomassa).
Tais indicadores demonstram o ritmo de crescimento ou incremento do tamanho das mudas
plantadas num determinado período de tempo, o que indiretamente indica a cobertura das
copas, que é indiretamente proporcional à cobertura de gramíneas. Os indicadores
apresentados podem ser considerados individualmente por espécies em função do
desenvolvimento diferenciado. Também se deve ter em conta a homogeneidade das áreas
objeto de recuperação.

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✓ Regeneração natural
A regeneração natural poderá ser monitorada simultaneamente às operações de manutenção.
A presença de fragmentos florestais nativos nas proximidades é um fator que favorece a
expressão da regeneração natural e a evolução da diversidade de espécies nas áreas de
revegetação. Sendo assim, a presença de regenerantes poderá ser avaliada por meio da
identificação das espécies (diversidade), densidade e homogeneidade de distribuição.
A presença de regenerantes de espécies arbóreas e consequentemente a evolução da
diversidade de espécies nas áreas revegetadas, tem correlação estreita com o sucesso
da implantação do projeto, sendo importante para a colonização local, início do processo de
sucessão ecológica secundária e perpetuação da comunidade florestal a ser restabelecida.
A colonização por outras formas de vida além de árvores e arbustos, principalmente lianas,
samambaias, epífitas e ervas de sub-bosque também atua como indicador do sucesso do
processo de recuperação, pois estas formas de crescimento dificilmente são incluídas nos
projetos de plantios de mudas de árvores e sua presença é um indicador da resiliência e do
potencial de regeneração da área.

8.5.8.2. Monitoramento da revegetação com espécies herbáceas


As atividades de revegetação com plantas herbáceas deverão ser monitoradas, em períodos
que variam conforme a alternativa utilizada, como forma de avaliar o sucesso e,
principalmente, detectar os possíveis problemas que impedem o estabelecimento e
desenvolvimento da cobertura vegetal.
O diagnóstico dos dados de monitoramento levantados em campo fornecerá elementos
indispensáveis para se reconhecer áreas problemáticas, verificar a eficácia das medidas
empregadas de revegetação e condução vegetal, bem como para definir métodos de proteção,
manejo e replantio a serem indicados para as futuras áreas de recuperação.
Os resultados das ações de revegetação deverão ser avaliados através da utilização de
indicadores de desempenho ambiental, os quais possibilitam a fácil compreensão e
interpretação dos dados de monitoramento obtidos em campo.
Para avaliação das ações de revegetação com espécies herbáceas, os parâmetros que
poderão ser utilizados como indicadores de desempenho, considerando como objetivos a
estabilização física e o controle de erosão são: índice de germinação, aspecto visual,
desenvolvimento das plantas e qualidade dos serviços executados.
O monitoramento em toda a área do empreendimento deverá contemplar evidências de
processos erosivos (assoreamento, sulcos, ravinas e voçorocas) e a ocorrência de
perturbações naturais e/ou antrópicas, visando nortear as ações de manejo dos componentes
abióticos e bióticos que atuam como agentes de degradação.
Para avaliação dos resultados obtidos das atividades de plantio para revegetação dos taludes
finais com espécies herbáceas, serão utilizados os seguintes indicadores: mortalidade de
mudas, aspecto visual e desenvolvimento de mudas.

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✓ Mortalidade das mudas


A porcentagem de mortalidade deve ser calculada a partir da taxa de recobrimento em relação
à área total plantada. A cobertura vegetal efetivamente estabelecida irá fornecer uma
estimativa relativa do sucesso da implantação do plantio.
Tal dado auxilia na decisão sobre a necessidade de se promover ou não operações de
manutenção visando à reposição das falhas de plantio.

✓ Aspecto visual
O aspecto visual da vegetação herbácea implantada poderá ser analisado com base na
observação in situ, com registro fotográfico, utilizando-se como parâmetros relevantes:
• estado fitossanitário da vegetação herbácea (vigor, nutrição, sintomas aparentes de
ataques de pragas e patógenos);
• estado nutricional das folhas (clorose e manchas necróticas);
• taxa cobertura da área.
Tais dados fornecem informações sobre a interação das plantas e o meio, e quando
analisados, permitem traçar estratégias de intervenções, como recomendação sobre a
necessidade de execução das operações de manutenção indispensáveis ao desenvolvimento
satisfatório das mudas.

✓ Desenvolvimento das mudas


O monitoramento do desenvolvimento da vegetação herbácea deve ser feito por meio de
avaliações visuais contínuas, tendo em vista o reduzido ciclo de vida em relação às espécies
arbóreas.

8.5.9. Monitoramento da Fauna Silvestre


Nos levantamentos para o EIA/RIMA para implantação da lavra e do depósito de estéril foi
registrada a presença de uma espécie ameaçada de extinção de mastofauna: Leopardus
tigrinus (gato-do-mato-pequeno).
Para a avifauna não foram listadas espécies ameaçadas de extinção, no entanto, foram
registradas 11 das 15 espécies endêmicas do bioma Caatinga.
Em relação aos répteis e anfíbios não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção,
endêmicas ou de interesse epidemiológico
O Plano de Monitoramento da Fauna Silvestre consistirá em monitorar a permanência da
espécie ameaçada de extinção nas áreas do entorno do empreendimento e nas áreas de
influência. Apesar das espécies ameaçadas de extinção serem alvo do Plano de
Monitoramento, as outras espécies de mamíferos serão monitoradas também, pois são
identificadas pelos mesmos métodos.

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METODOLOGIA

Serão realizadas campanhas de coleta de dados semestrais com duração de 5 (cinco) dias
de trabalhos de campo nos períodos de implantação do empreendimento da CBPM. Uma
combinação de métodos será empregada para monitorar o grupo de mamíferos e de anfíbios
da área de estudo.
A equipe para compor a execução do Plano de Monitoramento da Fauna deverá ser composta
por 1 biólogo coordenador; 1 biólogo especialista em mastofauna e 1 biólogo auxiliar.
A equipe será composta por profissionais especialistas, com experiência comprovada.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

O Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre será avaliado, com os dados obtidos


através de:
• Levantamento da riqueza de espécies de mamíferos e anfíbios em períodos sazonais;
• Registro de espécies ameaçadas de extinção na área de estudo na fase de instalação
e operação do empreendimento;
• Índice de diversidade de espécies de mamíferos e anfíbios.

A avaliação e acompanhamento dos resultados gerados pelo desenvolvimento do Plano de


Monitoramento da Fauna poderão ser realizados após a análise dos dados ao fim das
atividades.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

A implementação do Programa de Monitoramento de Fauna deve ser iniciada logo após a


obtenção da Licença de Instalação, e terá continuidade durante os dois primeiros anos da
Licença de Operação, sendo as ações desenvolvidas conforme cronograma apresentado a
seguir, no QUADRO 8.5.8.1. Ao final do segundo ano da Licença de Operação, os resultados
serão avaliados sobre a necessidade de continuidade do Plano de Monitoramento de Fauna.

QUADRO 8.5.8.1
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA
INSTALAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADE
ANO 1 ANO 2 ANO 3...
Solicitação da autorização para Manejo in situ
Realização de trabalho de campo
Elaboração de Relatório

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8.6. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A Constituição Federal de 1988 determinou que "aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei". (Artigo 225, Parágrafo 2º).
O Decreto Federal nº 97.632/89 prevê a recuperação de áreas degradadas como um de seus
princípios, definindo degradação da qualidade ambiental de maneira ampla como "a alteração
adversa das características do meio ambiente".
O Artigo 2º do Decreto nº 97.632/89 define degradação como "os processos resultantes dos
danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas
propriedades, tais como a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais."
Recursos ambientais, por sua vez, foram definidos no Artigo 3º, inciso V, da Lei da Política
Nacional do Meio Ambiente, como "a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera".
O objetivo da recuperação é fixado pelo Artigo 3º do Decreto nº 97.632/89 "o retorno do sítio
degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do
solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente". Esta exigência legal tem a
característica de deixar em aberto o grau de recuperação requerido, isto é, não obriga a uma
restauração das condições iniciais do sítio, o que, no mais das vezes, é economicamente
inviável, se não tecnicamente impossível.
Por outro lado, a exigência legal fixa as diretrizes para a elaboração do plano de recuperação:
(i) a área deve ser utilizável para alguma finalidade; (ii) esta deve estar de acordo com um
plano preestabelecido; e (iii) a condição final deve ser estável, ou seja, a área deve estar em
equilíbrio dinâmico com o entorno.
Como a legislação vigente não estipula o nível de recuperação exigido, mas apenas que deve
ser dada alguma forma de utilização à área recuperada e que a condição final deve ser estável,
ou seja, em equilíbrio dinâmico com o entorno, a empresa fica livre para submeter ao órgão
público competente o plano de recuperação que lhe parecer mais conveniente, desde que
respeitadas estas diretrizes.
A metodologia e os procedimentos para elaboração deste PRAD consistiram, além do
embasamento teórico descrito, em pesquisa bibliográfica e análise de relatórios ambientais
existentes sobre o empreendimento, aquisição de base planialtimétrica oficial e imagem de
satélite recente, em escala compatível com as necessidades do trabalho, discussão com os
profissionais da CBPM acerca dos usos futuros possíveis para a área e de medidas de controle
e de recuperação, avaliação dos efeitos e impactos ambientais e proposição de medidas
mitigadoras e de recuperação.
A implantação dos programas de recuperação de áreas degradadas objetiva minimizar ou
eliminar os efeitos adversos decorrentes das intervenções e alterações ambientais inerentes
às atividades do empreendimento. A recuperação de áreas degradadas visa proporcionar o
restabelecimento de condições de equilíbrio e auto-sustentabilidade que existiam
anteriormente em um sistema natural, porém nem sempre restaurando condições originais do
local. A elaboração destes programas deve levar em consideração aspectos como:
✓ As atividades de reconformação das áreas degradadas pelo empreendimento;
✓ A topografia das áreas a serem recuperadas;
✓ As características físico-químicas do solo ou substrato nestes locais;
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✓ A região fitoecológica em que estas áreas estão inseridas;


✓ A seleção de espécies vegetais adequadas a esses locais;
✓ A definição do uso futuro das áreas impactadas.

Plano de Recuperação de Áreas


Degradas e Plano de Fechamento
Deve apresentar estimativa de custos de
recuperação e de f echamento

PLANEJAMENTO
Planejamento de Mina DE RAD
Práticas edáf icas

Resultado da Práticas topográf icas e


gestão apontará geotécnicas
pontos f ortes e PRÁTICAS
def iciências nos OPERACIONAIS
procedimentos, Práticas hídricas
permitindo à
gerencia agir para
corrigir as Práticas ecológicas
def iciências GESTÃO

FIGURA 8.6.1 – Modelo de gestão para recuperação ambiental na mineração (NERI &
SANCHÉZ, 2012)
As atividades de extração de minério de fosfato, na Fazenda Pimenteiras, poligonal do
processo ANM 803.314/2012, compreendido no município de Caracol, no estado do Piauí,
serão executadas a céu aberto. Esta atividade gera impactos inerentes à mineração,
sobretudo aqueles relacionados à degradação do meio físico, refletindo em impacto ambiental.
Ao final da vida útil da jazida, serão degradadas pela atividade de lavra cerca de 15,39 ha,
dos quais 0,98 ha correspondem a áreas antropizadas e de áreas compostas por áreas
antropizadas e 14,41 ha estão atualmente ocupadas por vegetação nativa de Savana-Estépica
Arborizada.
A conformação topográfica que a área apresentará, após a desativação, contempla alterações
na topografia local, pois as áreas de lavra serão caracterizadas painéis de lavra com taludes
em material terroso.
Após o reafeiçoamento dos taludes, será possível implantar um programa de plantio de
gramíneas que, associadas a um sistema de drenagem eficiente, possibilitarão a estabilização
inicial e proteção mais rápida do solo exposto contra a ação de processos erosivos, além de
melhorar a estrutura e aumentar do teor de matéria orgânica do substrato.
A vocação da área quanto às proposições de usos futuros, de acordo com uso e ocupação do
solo e as tendências de desenvolvimento, apontam para algumas possibilidades, desde
recreação, preservação até instalação de loteamentos rurais. Os possíveis usos serão
descritos para serem implantados após a reabilitação da área com as medidas de recuperação
visando a estabilização do meio, conforme apresentadas nos capítulos subsequentes,
juntamente com o cronograma proposto de acordo com a vida útil do empreendimento em
função das reservas minerais.

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Cabe destacar que, tendo em vista a vida útil do empreendimento e que nesse período
poderão ocorrer mudanças na conjuntura econômica e em outros fatores que afetam a
utilização das terras, o empreendedor poderá vir apresentar ao órgão ambiental atualização
desse plano, maximizando assim os efeitos de novos usos a serem dados para as áreas
recuperadas e o melhor atendimento aos interesses da sociedade. A CBPM deverá detalhar
e decidir estrategicamente o plano de recuperação das áreas mineradas à medida que se
aproximar o encerramento das atividades, podendo para isso apresentar planos aos
interessados – órgãos ambientais e comunidade – maximizando assim o atendimento de
interesses e os efeitos dos novos usos para as áreas recuperadas.

8.6.1. Descrição das atividades de recuperação


Com relação ao depósito de material estéril e as bancadas em solo da cava, caracterizados
pelas bancadas superiores da lavra, a prática mais usual é a revegetação das bermas e
taludes, após a colocação de uma camada de solo orgânico e da adoção de medidas de
manutenção da revegetação, associada à instalação de sistema de drenagem, contribuindo
assim para a estabilização geotécnica da área, para a recuperação da fauna e flora locais e
para a mitigação do impacto visual. A revegetação dos depósitos e dos taludes da cava deverá
ser realizada concomitantemente à sua ampliação, conforme os taludes forem alcançando
suas configurações finais.
A seguir são apresentadas as atividades de recuperação propostas para serem executadas
concomitantes às atividades de lavra.

✓ Estabilização geotécnica
O avanço da lavra deverá seguir o plano de lavra descrito na caracterização do
empreendimento, sendo os taludes e bermas finais executados em conformidade com os
valores estipulados de inclinações e alturas dos taludes e largura e inclinação do piso das
bermas. Como a principal causa de instabilidade em taludes em solo é a infiltração de água,
será implantado sistema de drenagem das águas pluviais, que também atuarão no combate
à erosão.

✓ Reafeiçoamento topográfico
Sabendo que a conformação topográfica consiste num fator limitante para o sucesso nos
trabalhos de recuperação da área, com o desenvolvimento da cava e após a lavra atingir
camada aproveitável de minério de fosfato são realizados os serviços de terraplenagem e
reafeiçoamento do terreno. Além de proporcionar a estabilização geotécnica, descrita no item
anterior, a remodelagem topográfica, altera a geometria acidentada do pit final da mina, de
forma que as superfícies mantenham uma conformação natural criando melhores condições
para o desenvolvimento de vegetação e acelerando o processo de sucessão natural. Esta
medida tem como objetivos a quebra do perfil e a reconstrução dos contornos originais da
área, em harmonia com a paisagem adjacente.

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LINHA NATURAL DO HORIZONTE


PERFIL ORIGINAL

LEVANTAMENTO DO FINAL DA BERMA PERFIL AO FINAL DA LAVRA


PARA EVITAR EROSÃO

PERFIL AO FINAL DA LAVRA


PERFIL REABILITADO

PLANO DE CLIVAGEM
DO PERFIL

FIGURA 8.6.1.1 – Remodelagem topográfica do Pit-Final.


Nas posições em que a reserva de minério de fosfato economicamente lavrável esteja
exaurida, poderá ser iniciada a deposição de material inerte proveniente de outras frentes de
lavra de minério de fosfato e que não for comercializado para reconformação topográfica.

✓ Implantação e manutenção de sistemas de drenagem


Conforme descrito na seção 8.1.2, como medidas preventivas, essenciais, para a ameaça à
qualidade dos recursos hídricos superficiais são propostas medidas de implantação de
sistema de drenagem provisório, nas áreas de lavra e de depósito de estéril, e sistema de
drenagem definitivo, nas áreas de lavra exauridas pela CBPM. As medidas permitirão a
mitigação dos processos de dinâmica superficial e as medidas de controle correspondem ao
disciplinamento do escoamento superficial e retenção de sedimentos a jusante dos processos
erosivos e retratam a primeira etapa do processo de recuperação do empreendimento.
As práticas de caráter hídrico descritas na seção 8.1.2. se referem à coleta, transporte e
lançamento de águas pluviais, um aspecto fundamental para a estabilidade física da área e
também para sua estabilidade química, assim como para a proteção dos recursos hídricos
superficiais.
Durante a operação, o processo de implantação das estruturas de drenagem ocorrerá de
forma bastante dinâmica, dependendo notoriamente do avanço da lavra e das condições
topográficas. Por este motivo, a concepção do sistema de drenagem deverá ser avaliado e
adaptado passo a passo, pois em áreas de mina o avanço da lavra é muito dinâmico com
adaptações constantes.
Nesta fase, as canaletas de captação e escoamento serão escavadas em solo sem
revestimento, apresentando uma profundidade variável, acompanhando as vias de acesso e
pés dos taludes.
Sempre que a topografia permitir, serão escavadas bacias de decantação com objetivo de
permitir a sedimentação dos sólidos.
Serão implantados nas áreas de lavra em sua conformação final e nas vias de acesso
permanentes, os elementos de drenagem definitivos, composto de canaletas de captação e
escoamento, caixas de passagem e bacias de decantação.

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✓ Manejo do top soil


A principal medida de recuperação ambiental de áreas mineradas requer a utilização do solo
como substrato para a revegetação. O solo superficial a ser removido para continuidade das
atividades de lavra poderá ser utilizado para reafeiçoamento do terreno e para a revegetação
na recuperação ambiental das áreas mineradas.
Antes da remoção do solo superficial, devem ser identificados outros materiais subjacentes
(solo de alteração de rocha, cascalhos e outros), com o objetivo de determinar a espessura e
o volume a ser escavado.
O solo vegetal superficial removido durante as atividades de decapeamento, será manejado
de forma que não perca as suas características naturais, para ser aproveitado em áreas onde
for necessária a revegetação. As principais práticas relacionadas ao manejo de solo superficial
podem ser agrupadas em:
✓ As equipes de operação deverão receber orientações para o melhor aproveitamento e
conservação deste material;
✓ Evitar contaminação de superfície ainda não removida por serviços de manutenção de
campo em maquinários (trocas de óleo) e trânsito sobre a área. Neste caso os serviços de
manutenção e lavagens deve ser feitos em locais apropriados. Está prática está
relacionada diretamente com as práticas de proteção hídrica e com a de controle de
contaminação do solo;
✓ Identificar previamente a espessura da camada fértil do solo possível de ser aproveitada;
✓ Durante a remoção do solo superficial, utilizar equipamento adequado operador treinado
de modo a evitar mistura com o subsolo (horizonte C) que possa vir a comprometer a
qualidade da camada fértil do solo;
✓ Solos de áreas com camada fértil alterada por compactação ou outros processos, como os
das áreas de oficinas e depósitos de minério não devem ser misturados com solos não
alterados;
✓ A camada fértil do solo poderá ser estocada em cordões e leiras de não mais de 1,5 m de
altura ou em pilhas individuais de 5 a 8 m³, também não ultrapassando altura de 1,5m;
✓ A camada fértil do solo poderá ser aproveitada imediatamente ou estocada em depósitos
já previamente definidos. Os locais das pilhas de estocagem de solo devem ser
previamente preparados com obras de drenagem e proteção para evitar perdas de solo e
nutrientes por erosão e lixiviação;
✓ O prazo de estocagem não deve, de preferência, ultrapassar dois anos;
✓ A cobertura das pilhas por vegetação morta, serrapilheira ou o plantio de espécies
leguminosas evita a lixiviação e insolação, propiciando também a manutenção das
características, atividade biológica e umidade do solo.
Assim, caso seja necessário estocar o solo orgânico em leiras, será realizado o plantio de
plantas leguminosas fixadoras de nitrogênio, com a finalidade de propiciar sua
descompactação, proteger o solo contra a insolação, processos erosivos, invasão de espécies
ruderais infestantes e aumentar o teor de matéria orgânica e nitrogênio do solo. Não é
recomendado o plantio de gramíneas exóticas devido as características de planta invasora,
dificultando sua erradicação quando se fizer a utilização do solo estocado. Posteriormente, o
solo armazenado será redisposto em pontos pré-estabelecidos da área a ser revegetada.

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A camada de solo onde a comunidade vegetal deverá se estabelecer deverá receber correção
química através da aplicação do composto fertilizante N-P-K de formulação 10-30-10, na base
de 300 kg/ha e MgSO4 na base de 80 kg/ha.
Após as atividades de remodelagem do terreno (reconformação topográfica), o solo orgânico
armazenado proveniente do decapeamento da jazida deverá ser distribuído sobre a superfície
da área a ser recuperada por meio de um trator de esteira, conforme a disponibilidade de
material.

✓ Revegetação dos taludes em solo e bermas com gramíneas


As atividades de revegetação serão executadas nas áreas do depósito de estéril, assim que
atingida sua configuração final, e após a reposição da camada de solo orgânico sobre a
superfície das áreas mineradas já reconformadas topograficamente. A utilização de espécies
herbáceas para revestimento vegetal das áreas mineradas visa o retorno próximo às
condições de uso do solo atuais e a proteção do solo exposto contra a ação de processos
erosivos.
A revegetação com gramíneas poderá ser executada através da semeadura direta de
gramíneas em consorciação com leguminosas, estas últimas, por serem fixadoras de
nitrogênio servirão de adubo verde, contribuem para a melhoria da estrutura do substrato.
Essa estratégia de atuação é traçada para locais que exigem rusticidade das espécies a serem
implantadas, bem como maior capacidade para proteção do solo exposto contra a ação de
processos erosivos.
O objetivo da mistura de espécies vegetais gramíneas e leguminosas é obter maior sucesso
de cobertura vegetal e acúmulo de biomassa por área, tendo em vista as condições adversas
do substrato no qual as plantas irão se estabelecer.
Com a finalidade de elevar a o pH do solo local e fornecer cálcio e magnésio para as plantas
se estabelecerem, será realizada calagem mediante a aplicação de 1,5 t.ha -1 de calcário
dolomítico, a ser distribuído na superfície da área. A correção do solo deverá ser feita com
antecedência de 60 a 30 dias antes do plantio para que o calcário possa reagir no solo,
seguida pela imediata escarificação da superfície do terreno, que poderá ser feita com auxílio
de ancinho ou rastelo, enxada rotativa e arado de aivecas, visando a incorporação do calcário
ao substrato.
A camada de solo onde a comunidade vegetal deverá se estabelecer receberá correção
química, por meio de aplicação do composto fertilizante N-P-K de formulação 10-30-10, na
base de 300 kg/ha e MgSO4 na base de 80 kg/ha.
As operações de manutenção deverão ocorrer por pelo menos 2 (dois) anos após o início das
atividades de revegetação.
A implantação de revestimento vegetal dos taludes e bermas é complementada pela
instalação de adequado sistema de drenagem de águas pluviais, dotado de canaletas, caixas
de passagem e escadas de dissipação de energia hidráulica que disciplinam o escoamento
das águas pluviais.

✓ Manutenção de espelho d’água


Uma opção a implantação de aterramento da cava final com resíduos inertes provenientes de
outras áreas mineradas de minério de fosfato é a formação de espelho d’água, como
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consequência do acúmulo de águas pluviais no rebaixo do piso da cava até que o espelho
d’água atinja a cota do terreno natural e permita a condução das águas pluviais para fora da
cava.

8.6.2. Monitoramento das ações de recuperação


Uma necessidade frequentemente negligenciada pelas empresas é a demonstração dos
resultados. O aspecto visual da área recuperada pode ser uma síntese desses resultados,
mas sua avaliação cientificamente fundamentada requer monitoramento. Pode-se arrolar os
seguintes objetivos para o monitoramento das atividades de recuperação, na verdade em tudo
similares aos objetivos do monitoramento ambiental:
• Verificar conformidade com requisitos legais (incluindo condicionantes da licença
ambiental);
• Alertar para necessidade de ação corretiva, caso sejam observadas não-conformidades
ou os resultados não estejam de acordo com o esperado;
• Documentar e demonstrar os resultados dos programas de gestão ambiental;
• Verificar o atendimento a objetivos específicos de recuperação ambiental.
A necessidade de monitorar é inquestionável, mas dificuldades práticas podem advir se os
recursos necessários não forem previstos com antecedência, principalmente quando o
monitoramento se prolonga para após o fechamento da mina.
Mais importante do que confirmar o sucesso da recuperação da área, a detecção das variáveis
que impedem ou retardam a estabilização e a plena recuperação no local é de suma
importância e deve constituir o objetivo central do monitoramento. Isso permitirá a tomada de
decisão e ação no sentido de intervir na área especificamente sobre o fator impeditivo e
limitante da recuperação, evitando que se dispensem tempo e esforço improdutivos no local
e possibilitando que a própria área supere gradativamente suas limitações e retome
gradualmente a capacidade de se auto sustentar.
A recuperação de áreas degradadas por atividades minerárias também deve ser realizada
adotando-se as medidas de prevenção controle e correção indicadas pelo seu monitoramento
sistemático, que se baseia, fundamentalmente, em métodos observacionais, e em
diagnósticos apoiados por investigações geológicas e geotécnicas.
As ações necessárias devem contemplar os processos já instalados de erosão, assoreamento
e de instabilidade de taludes, que irão se agravar ou evoluir naturalmente, e os que poderão
se instalar. Outras ações como monitoramento da qualidade das águas superficiais e
subterrâneas e qualidade do ar devem também fazer parte do monitoramento para que as
medidas presentes neste EIA/RIMA sejam efetivas. Desta forma, descrevem-se
detalhadamente as ações propostas de monitoramento.

✓ Estabilidade Geotécnica
Os taludes definitivos recuperados devem ser monitorados continuamente quanto a possíveis
focos erosivos, trincas de vestígios de possíveis rompimentos. Esse acompanhamento será
visual.

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✓ Monitoramento das águas superficiais e efluentes


Deverá ser mantido ao longo das atividades de recuperação do empreendimento, o
monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas, conforme descrito do item
7.5.3, uma vez que ao longo das atividades de recuperação podem ocorrer impactos no meio
físico, devido à possibilidade de erosão dos taludes recuperados.

✓ Revegetação
As áreas nas quais são desenvolvidas atividades de revegetação deverão ser monitoradas,
em períodos que variam conforme a alternativa utilizada, como forma de avaliar o sucesso na
recuperação ambiental implantada e, principalmente, detectar os possíveis problemas ao
estabelecimento e desenvolvimento da cobertura vegetal.
Para as atividades de revegetação com espécies herbáceas (gramíneas e leguminosas), são
selecionados indicadores de desempenho, como mortalidade de mudas, aspecto visual e
desenvolvimento de mudas, conforme também é descrito em detalhe na seção 8.5.7.2. Os
dados de monitoramento da revegetação coletados em campo servirão para avaliar a
necessidade de aplicação de novas intervenções antrópicas às áreas de recuperação.

8.6.3. Plano conceitual de desativação


Nesta seção apresentam-se, de modo conceitual, as orientações para a execução dessa
etapa, com vistas a reduzir o passivo ambiental, explorar opções e uso futuro do local e definir
programas complementares para reduzir os impactos socioeconômicos do encerramento da
atividade. Naturalmente, como a perspectiva de vida útil da mina é da ordem de 2,4 anos,
quando se aproximar o momento de fechamento, as formas de tratamento desta questão e as
exigências legais poderão ter evoluído. A estratégia aqui delineada representa, portanto, uma
primeira aproximação ao problema, que deverá ser revista periodicamente durante toda a
operação do empreendimento. Note-se, também, que a estratégia reflete o estado-da-arte
atual.

i. Definição de objetivos de reutilização


Chegado o momento de desativar o empreendimento, deve-se estabelecer os objetivos do
programa de desativação, ou seja, qual uso se pretende dar às instalações e ao terreno. A
desativação pode dar origem a um novo empreendimento - ou à possibilidade de algum agente
econômico implantar um novo empreendimento. Neste último caso, o objetivo será a
comercialização do imóvel. De acordo com o uso futuro previsto, a desativação pode tomar
um ou outro rumo, por exemplo, prevendo ou não a demolição, total ou parcial, dos edifícios.

ii. Caracterização preliminar do sítio


Definido o objetivo, deve-se realizar um trabalho de caracterização do local, ou um diagnóstico
da situação do momento. É importante lembrar que no horizonte da vida útil do
empreendimento, as pessoas encarregadas do empreendimento terão mudado, e a memória
do projeto pode não ter sido conservada, situação extremamente comum hoje em dia.
Entrevistas com antigos funcionários e com antigos moradores da vizinhança poderão trazer
informações relevantes. Procedimentos de auditoria de imóveis podem ser empregados.
Atualmente este serviço costuma seguir normas técnicas como ISO 14.015 e ASTM 1587.

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iii. Caracterização detalhada do sítio


A etapa seguinte envolve um trabalho mais intenso no terreno. Uma das finalidades é
caracterizar os tipos e as quantidades de resíduos e eventuais contaminantes presentes no
sítio. Para tal, procede-se a um inventário de todo tipo de equipamento, materiais e resíduos.
Pode ser necessário proceder a investigações diretas do solo, através da abertura de poços,
trincheiras ou furos de sonda, e da coleta de amostras de solo e água subterrânea, naqueles
locais identificados como suspeitos na etapa anterior. Os resíduos e materiais devem ser
classificados quanto à sua periculosidade, possibilidade de reciclagem e comercialização. É
importante estabelecer quantitativos de todos os materiais e resíduos, assim como dos solos
eventualmente contaminados, o que possibilitará uma estimação precisa do custo das
diferentes alternativas de recuperação ambiental.

iv. Plano de desmontagem e recuperação ambiental


As etapas anteriores permitem que se obtenha um bom conhecimento da situação. A partir
desse diagnóstico parte-se para a elaboração de alternativas de desmontagem das
instalações e recuperação ambiental. O que vai nortear a concepção do projeto e suas
alternativas serão os regulamentos e políticas aplicáveis, tanto as públicas quanto, caso
existam, as políticas da empresa.
Com a desativação definitiva do empreendimento, as instalações de apoio e equipamentos
fixos deverão ser desmobilizados. Os resíduos gerados nas demolições deverão ser
destinados adequadamente em aterros de inertes ou à reciclagem de resíduos para a
obtenção de novos materiais para a construção civil.
Os equipamentos deverão ter como sua destinação preferencial empreendimentos similares.
No caso de equipamentos obsoletos ou não aproveitáveis economicamente deverão ser
destinados como sucata à reciclagem e obtenção de novos produtos metálicos.

v. Obtenção de aprovações governamentais e consulta pública


Na maioria dos casos, trabalhos de demolição, remoção de materiais e mesmo remediação
necessitam de licenças ou autorizações governamentais. Pode ser recomendável uma
consulta pública, na medida em que as obras de desativação podem causar impactos
negativos, em particular sobre a comunidade do entorno.

vi. Licitação e contratação


Via de regra, os trabalhos serão executados por empreiteiros. Uma série de precauções deve
ser tomada para assegurar que as obras serão conduzidas de acordo com o plano
preestabelecido, como, por exemplo, o transporte dos resíduos por empresas especializadas
e para o destino escolhido. Os contratos devem ser cuidadosamente escritos para
responsabilizar os empreiteiros pelo estrito cumprimento do plano de desmontagem e
recuperação ambiental aprovado. Para certas atividades de risco, é recomendável que os
empreiteiros disponham de seguro.

vii. Execução, acompanhamento e fiscalização


Como qualquer projeto de engenharia, sua implantação deve ser vistoriada e os resultados
devem ser comparados com o projeto inicial; qualquer desvio deve ser devidamente aprovado
pelo responsável e, caso necessário, pelas autoridades governamentais. A vistoria ou
fiscalização pode ser feita por uma empresa especializada contratada para esse fim. Em
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alguns casos, devido à complexidade dos trabalhos e ao envolvimento de muitos empreiteiros,


pode ser necessário contratar uma empresa especializada para gerenciar a execução do
plano. Em particular, é preciso atenção aos impactos ambientais gerados pelas atividades
executadas, tais como ruídos, emissão de material particulado, tráfego de caminhões e
incômodos à vizinhança em geral.

viii. Ensaios comprobatórios


Terminados os trabalhos, alguns ensaios podem ser necessários para comprovar os
resultados. Isto pode ser particularmente interessante quando há trabalhos de remediação de
solo ou água subterrânea. Pode ser necessário amostrar pisos ou paredes dos edifícios
industriais, caso estes não tenham sido demolidos. A comprovação da remediação de solos
ou águas subterrâneas pode requerer um período prolongado de amostragem. Quando não
há a remoção completa dos contaminantes do solo, como nos casos de confinamento e
remediação parcial, pode ser necessário deixar em funcionamento um sistema de
monitoramento.

Caracterização preliminar
do sítio (usos prévios,
Decisão de desativar o Estabelecer os objetivos histórico industrial,
empreendimento para reutilização do local registros de ocorrências,
problemas potenciais,
documentação existente)

Plano de desmontagem
e/ou recuperação
Caracterização detalhada
ambiental (procedimentos
do sítio (planta de detalhe, Licitação e contratação
de desmobilização, de
inventário de equipamentos (cláusulas ambientais)
descontaminação, alvará
e resíduos)
de demolição, manifestos
de transporte de resíduos)

Execução do plano de
Ensaios comprobatórios Relatório e documentação
acompanhamento

FIGURA 8.6.3.1 - Procedimentos para o planejamento da desativação de um empreendimento


industrial (SÁNCHEZ, 2001b).

ix. Relatório final e documentação


Ao final dos trabalhos é preciso registrar e documentar tudo o que foi feito. Convém relatar
todas as etapas do trabalho, inclusive o histórico de uso da área. Deve-se informar os
resultados do programa de monitoramento e sua interpretação.
No caso dos procedimentos a serem adotados para a desativação, desmontagem e remoção
da infraestrutura do empreendimento da CMPM, conforme a Resolução 307/2002 do
CONAMA, contribuindo para a redução do impacto causado pelos resíduos da demolição
sobre o meio ambiente, ressalta-se que devido à inexistência de estruturas no interior da cava,
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a sua desmobilização deverá ser iniciada com o cercamento da área a fim de restringir o
acesso ao seu interior a funcionários, devidamente treinados garantindo assim, além da
qualidade das águas, a segurança individual.
Também deverá ser realizada a verificação da estabilidade dos taludes em sua conformação
final. Caso sejam verificadas zonas críticas, os taludes deverão ser reafeiçoados de modo a
garantir a segurança geotécnica.

8.6.4. Prospecção de usos futuros


Ao término da vida útil do empreendimento, a cava e o depósito de estéril da CBPM terão
modificado a paisagem, a topografia e a cobertura vegetal. Diante disso, algumas questões
irão surgir, por exemplo, que opções haverá para o município e que possibilidades ou
limitações para novos usos serão definidas para ser ocupado pelo futuro empreendimento que
substituirá a CBPM.
Evidentemente estas perguntas não podem ser respondidas agora, mas a resposta tampouco
pode esperar o momento do fechamento do empreendimento. A recomendação de fontes
como ANZMEC/MCA (2000) e IIED (2002) é a de formular um leque de alternativas plausíveis,
explorar suas implicações ambientais, sociais e econômicas e estabelecer um mecanismo
permanente de consultas e interação com a comunidade. As alternativas deveriam ser revistas
a intervalos periódicos - da ordem de dez anos durante as primeiras cinco décadas, de cinco
anos durante o decênio seguinte e cada vez mais com maior frequência conforme se aproxime
a data programada para o fechamento da mina.
As modificações ambientais decorrentes da implantação e do funcionamento do
empreendimento implicarão algumas restrições aos possíveis usos futuros da área, mas
também resultarão em certas oportunidades que poderão ser aproveitadas na estratégia de
fechamento.
Após a desativação do empreendimento, deverá o uso futuro obedecer a tendência de
ocupação da região do entorno e obrigatoriamente atender a legislação de uso e ocupação do
solo vigente à época da desativação.
A cava final apresentará condições geotécnicas que possibilitam a implantação de duas
alternativas de uso futuro. A primeira alternativa será a revegetação dos taludes da cava e a
implantação de espelho d’água para acúmulo de águas pluviais no rebaixo do piso da cava.
A utilização da cava como um “açude" de abastecimento de água da comunidade adjacente,
muito comum na região do empreendimento, implicaria em um ganho social e econômico, uma
vez que permitiria uma melhor segurança ao abastecimento local em períodos de crise hídrica.
Outra alternativa consiste na revegetação dos taludes em solo e aterramento da cava final
com resíduos inertes provenientes de outras frentes de lavra de minério de fosfato até o nível
do entorno, resultando assim em uma grande área plana e proporcionando uma infinidade de
usos finais. Por situar-se em zona rural, o entorno imediato das áreas previstas para a lavra é
atualmente ocupado principalmente por pastagens e cultivo agrícola, e com a desativação do
empreendimento, é possível ser dado o mesmo destino.
Após a reconformação da área da cava com material inerte, o platô poderá também destinado
à restauração com vegetação nativa para atuar como crédito de recomposição florestal,
definido pela Instrução Normativa SEMAR nº 05/20.

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FIGURA 8.6.4.1 – Vista oblíqua da alternativa de uso futuro que consiste na implantação de
espelho d’água na área de lavra exaurida e revegetação de taludes do depósito de estéril.

FIGURA 8.6.4.2 – Vista oblíqua da alternativa de uso futuro que consiste na implantação de
aterro de inertes na área de lavra exaurida e revegetação de taludes do depósito de estéril.
Evidentemente os imóveis deverão se encontrar isentos de passivos ambientais e aptos para
qualquer uso futuro.
Com relação ao depósito de material estéril, a prática mais usual é a revegetação das bermas
e taludes, contribuindo assim para a recuperação da fauna e flora locais. A revegetação dos
depósitos é realizada concomitantemente à sua ampliação, conforme os taludes forem
alcançando suas configurações finais.
O detalhamento da alternativa de recuperação ambiental que será empregada é escopo do
Plano de Fechamento de Mina, o qual deverá ser revisto de forma periódica e
concomitantemente às fases do empreendimento. Dessa forma, o estudo das alternativas de
recuperação ambiental é aprimorado ou até mesmo reformulado dependendo das condições
futuras em que o empreendimento e o cenário local se encontrarem ao longo do tempo,
garantindo assim a implantação de uma alternativa adequada na época do encerramento das
atividades do empreendimento.
Os usos futuros da área minerada devem ser tratados em versões sucessivas do plano de
fechamento da mina, incluindo o envolvimento da comunidade adjacente em sua formulação
e discussão.
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