Sociologia II

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TRABALHO DE SOCIOLOGIA

ALUNA: ADRIELE MARIA NOJOSA SILVA.


 Informações
CURSO: METAL S5.
FILME: PARASITA.
DATA DE CRIAÇÃO: 30/05/2019.
ONDE ASSISTIR: Amazon – YouTube, Telecine e Max
DIRETOR E ROTEIRISTA: Borg Joon-Ho que escreveu o roteiro junto
com Han Jun Won e co-produziu.
•Sinopse

Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo em um porão


sujo e apertado. Por obra do acaso, ele começa a dar aulas de inglês
para uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa
destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrar
também na abastada família, um a um. No entanto, os segredos e
mentiras necessários à ascensão social cobram o seu preço.

•Contexto

Bong Joon-ho revelou um momento de sua vida que inspirou a


premissa do filme. Não, ele não morou escondido na casa de
ninguém, e nem o contrário aconteceu, mas o momento é bastante
relevante para a história do longa.

Bong Joon-ho contou que, quando tinha cerca de 20 anos, conseguiu


um emprego como tutor de um garoto, filho de uma família rica em
Seul, na Coreia do Sul. O garoto morava em uma mansão que trazia
muitos contrastes com a própria vida de Bong na época, cuja família
não vivia em situação confortável. Ele conseguiu o trabalho graças à
indicação de sua namorada (que hoje é sua esposa), que trabalhava
como tutora de inglês do mesmo garoto. Eles queriam outro tutor
para matemática, então ela me apresentou como um amigo confiável,
mesmo que eu fosse realmente muito ruim em matemática”, explicou
Bong Joon-ho ao THR. “É assim que funciona com esses trabalhos.
Não é como se eles publicassem muitos anúncios procurando ajuda
doméstica – você é apresentado.”

Esta passagem da própria história do diretor certamente vai soar


familiar para aqueles que assistiram “Parasita”. Afinal, é justamente
como as vidas duas famílias da história acabaram colidindo. Apesar
de viverem em situações econômicas – e mundos – bem distantes,
Kim Ki-woo (Choi Woo-sik), um jovem de 20 e poucos anos, consegue
um trabalho como tutor de inglês para a filha de uma família rica. A
partir disto, toda a família de Kim, um a um, entra para a mansão
com diferentes funções, mas fingindo que não se conhecem. “Essa
ideia de uma família pobre se infiltrando na vida de uma rica, é onde
eu me aprofundei,” contou Bong Joon-ho.

•Critica

Desde a sua estreia em longas-metragens, com o filme Cão Que


Ladra Não Morde (2000), Bong Joon Ho apresentava características de
crítica e sátira sociais aliadas a uma comédia de toques cruéis, cenas
de violência e uma abordagem direta sobre como o meio social (em
situações normais e extremas) influencia os indivíduos das mais
diferentes maneiras. Em Parasita (2019), filme vencedor da Palma de
Ouro em Cannes, o cineasta reafirma esses elementos nucleares de
sua assinatura (aqui, ele escreve o roteiro em parceria com Jin Won
Han, que foi diretor de segunda unidade em Okja) e mostra uma
grande maturidade ao dirigir um filme longo, relativamente parado —
por ser reflexivo na forma como o drama se constrói — e
tremendamente engajante.

Duas famílias são o foco deste enredo. Os Kim, família pobre que vive
de dobrar caixas de pizza e que mal possui dinheiro para comer; e os
Park, família muito rica que acaba empregando, por indicação, o
jovem Ki-woo (Woo-sik Choi), que se torna tutor de inglês da filha
mais velha dos abastados, a insegura Da-hye (Ji-so Jung). Uma
diferença de classes sociais é imediatamente exposta pelo roteiro,
que primeiro ressalta um lado não muito conhecido ou mesmo
escondido da Coreia do Sul — a pobreza, a periferia das enormes
cidades — e depois usa dessa informação para criar um drama que,
embora seja político e crítico, não pontifica sobre esse abismo social.
O interesse do diretor é mostrar o meio marcando os indivíduos a
ferro e fogo. E essa marca se dá aqui através do trabalho.

Ocorre que a família Kim é trapaceira, embora não sejam exatamente


más pessoas. O tipo de crime cometido por eles é conduzido pelo
roteiro como uma forma fácil de ganhar dinheiro e, possivelmente, de
garantir ascensão social. O contraste entre os espaços físicos é visto
no tamanho das casas e nas cores que desenho de produção e
fotografia escolheram para cada um deles. Quando vemos os Kim em
seu ambiente familiar, temos como destaque ambientes mais
escuros, quando não noturnos, sempre com planos que indicam um
local apertado, onde esses indivíduos são vistos como insetos,
pragas, parasitas amontoados em seu habitat, que se entregam à
fumigação de forma simbólica já no início do

longa.

Quando passamos para a mansão dos Park, vemos um ambiente mais


convidativo, entre marrom e bege no interior e com bastante
iluminação, em diferentes tonalidades. Neste lugar, os indivíduos se
perdem em meio aos grandes espaços, que de tão impessoal,
possibilita a apreciação dos comportamentos fingidos que o roteiro irá
desenvolver, quase como se assumisse a mansão como um museu de
falsidades, o local onde os muito ricos “são bondosos e ingênuos
demais porque têm muito” e onde os pobres veem a oportunidade de
se esbaldar, de infestar o espaço de seus empregadores. Para isso há
um inteligente, cômico e rápido plano de parasitação, ao longo do
qual o roteiro se ergue, jamais deixando as marcas sombrias de lado,
mas ainda não abraçando o thriller. Os diálogos afiados e
deliciosamente orgânicos mais a atuação excepcional de todo o
elenco torna essa jornada de pseudo-escalada da pirâmide social
cativante desde o início, da qual a gente não consegue tirar os olhos
(é fato que as 2h10 do filme passam que a gente nem vê).

Então há um baque. Seco. Cru. Em questão de segundos o diretor faz


com que o nosso humor desça das alturas, e essa constante queda
em direção ao inferno social e emocional será a tônica da reta final da
obra. O texto nos prepara uma porção de surpresas que se
apresentam através de diferentes personagens e motivações. De
repente chocam-se núcleos de disputa de poder, sentimento de
vingança (pela sensação de perda ou de se sentir discriminado) e
pela marcação do domínio entre aquele que tem dinheiro, alguma
arma, coragem e aqueles que, para oferecer, só tem mesmo a força
de trabalho. As macro relações econômico-sociais são vistas aqui em
um pequeno recorte que mescla humor ácido — que se dissipa
rápido, dando lugar ao choque — e coloca na mesa outros aspectos
da vida dessas pessoas: suas diferentes relações parentais,
matrimoniais e de reação a uma situação extrema, tendo, nesse caso,
a família como alvo de defesa e ataque.

De Parasita eu só não gosto do final. O distanciamento do olhar


impiedoso do diretor para algo um pouco mais didático e de braços
abertos para o verdadeiro tema do conflito do filme trai parcialmente
as consequências que o texto reserva para esses personagens. De
certa forma, há uma dupla via de interpretação para o que nós vemos
no final. Ainda assim, a permissão desse “sonho/desejo” ou de um
real “olhar para o futuro“, nessas cenas, interrompem uma jornada
quase cínica de pertencimento e não-pertencimento a certas
camadas sociais, frustrando um pouco certos caminhos do roteiro. O
filme, no entanto, se mantém em altíssimo patamar. Uma imensa
surpresa de Bong Joon Ho, que desafia um pouco a si mesmo e
problematiza social e emocionalmente o status quo no mais amplo
aspecto possível: afinal, quem, nos arranjos de nossa sociedade, é o
parasita de quem?

Nome: Ana Victória Silvestre de Souza


 Informações
Filme: Cidade de Deus.
O filme foi lançado dia 30 de agosto de 2002.
Duração: 130 minutos.
Direção: Fernando Meirelles, Kátia Lund
Roteiro: Bráulio Mantovani (baseado no livro de Paulo Lins)

Sinopse:
"Cidade de Deus" é um filme brasileiro de ação lançado em
agosto de 2002. Baseado no livro homônimo de Paulo Lins,
o filme é dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund. Ele se
tornou um marco no cinema brasileiro e foi indicado ao
Oscar em várias categorias. A história se passa na Cidade
de Deus, uma favela no Rio de Janeiro, onde a vida é difícil
e perigosa entre o crime organizado e a violência policial. O
protagonista, Buscapé, narra as histórias trágicas dos
habitantes da comunidade enquanto busca realizar seu
sonho de ser fotógrafo. O filme mostra um Brasil muitos não
conhecem e é considerado imperdível.
Contexto/ Plano crítico:
"Cidade de Deus": Uma Obra-Prima do Cinema Nacional
O filme "Cidade de Deus" é um dos marcos finais do cinema
brasileiro da chamada Retomada. Dirigido por Fernando
Meirelles e Kátia Lund, ele se destaca como um dos maiores
sucessos comerciais e críticos do cinema nacional¹. Vamos
explorar o que faz dessa obra algo tão especial.
- Enredo e Personagens: A trama gira em torno de Buscapé
(Alexandre Rodrigues), um morador da Cidade de Deus, no
Rio de Janeiro. Desde pequeno, ele é um espectador da
violência que assola a favela. A narrativa não-linear nos
leva aos anos 1960, quando a violência ainda não atingia os
níveis vistos no desfecho da obra. Acompanhamos a
história dos criminosos da comunidade, incluindo Zé
Pequeno (Leandro Firmino)¹.
- Elenco Autêntico: O diretor Fernando Meirelles optou por
trabalhar com atores inexperientes, recrutados de favelas
do Rio. Essa escolha trouxe autenticidade às atuações.
Matheus Nachtergaele, por exemplo, interpreta Cenoura de
forma autêntica, sem destoar dos outros personagens¹.
- Roteiro Adaptado: O roteirista Bráulio Mantovani fez um
verdadeiro milagre ao adaptar um livro com mais de
duzentos personagens para o cinema. A estrutura capitular
mantém a fluidez da história, mesmo com tantos
elementos¹.
Em resumo, "Cidade de Deus" é uma obra que retrata a
violência e a vida na favela com autenticidade, marcando
seu lugar como um dos melhores filmes brasileiros¹.
Nome: Gustavo da silva mesquita
 Informações
Todo Mundo Odeia o Chris - T01-E01 - Todo Mundo Odeia Episódio
Piloto - Parte 3/5 - HD
Todo Mundo Odeia o Chris - T01-E01 - Todo Mundo Odeia Episódio
Piloto - Parte 3/5 - HD
Nome e ano: Todo Mundo Odeia o Chris, 2005.
Quantidades de minuto: 4:09
Diretor e roteirista: Ali LeRoi, CBS Studios, Chris Rock Enterprises e
3 Arts Entertainment
Sinopse: Em 1982, Chris completa 13 anos e muda-se com a sua
família para Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn. Lá, Chris vive situações
corriqueiras da vida de um adolescente, tanto nas histórias que
realmente acontecem quanto nos pensamentos que são expostos de
uma forma humorística.

Contexto:

"Todo Mundo Odeia o Chris" é uma série de comédia americana que


estreou em 2005 na rede de televisão UPN, criada por Chris Rock e Ali
LeRoi. A série é baseada nas experiências de vida do comediante
Chris Rock durante sua infância e adolescência no Brooklyn, Nova
York, nos anos 1980. O protagonista, Chris (interpretado por Tyler
James Williams), é um adolescente que enfrenta os desafios de
crescer em uma família de classe média baixa e frequentar uma
escola predominantemente branca.

O enredo gira em torno da vida cotidiana de Chris, seus problemas na


escola, e as dinâmicas familiares. Chris vive com seus pais, Julius
(Terry Crews) e Rochelle (Tichina Arnold), e seus irmãos, Drew (Tequan
Richmond) e Tonya (Imani Hakim). Julius é um pai trabalhador,
sempre preocupado com economizar dinheiro, enquanto Rochelle é
uma mãe determinada a manter a família unida e bem cuidada. Drew
e Tonya representam diferentes aspectos das preocupações e
desafios de Chris, com Drew sendo o irmão mais popular e Tonya, a
irmã mais nova e frequentemente mimada.

A série utiliza uma narração em off feita pelo próprio Chris Rock, o
que dá um tom reflexivo e humorístico aos eventos retratados. O
humor da série frequentemente aborda temas como racismo,
desigualdade social e questões familiares, muitas vezes de forma
exagerada e irônica para realçar a comédia. A série é marcada por
sua capacidade de explorar esses temas com sensibilidade e
perspicácia, ao mesmo tempo que oferece um retrato honesto da vida
cotidiana.

"Todo Mundo Odeia o Chris" foi bem recebida pela crítica e pelo
público, elogiada por seu humor afiado e a representação realista de
questões sociais e familiares. A série também é conhecida por seu
elenco talentoso e pela habilidade de Chris Rock em transformar
experiências pessoais em comédia. Apesar de ter sido cancelada após
quatro temporadas, a série continua a ser apreciada por seu retrato
cômico e sincero da vida na década de 1980.

Plano crítico:

1. Contexto e Representação Social

• Ambiente e Período: A série se passa nos anos 1980, no


Brooklyn, um ambiente que reflete uma realidade econômica e social
específica. Esse contexto histórico é importante para entender as
referências culturais e sociais que permeiam a série.

• Classe Social e Economia: A vida de Chris é marcada por


dificuldades econômicas. A série explora a luta financeira da família,
contrastando com a realidade mais privilegiada dos colegas de Chris
na escola, oferecendo uma crítica social sutil à desigualdade.

2. Personagens e Dinâmicas Familiares


• Chris Rock: O protagonista, interpretado por Tyler James
Williams, é um espelho das experiências de Chris Rock. Seu papel é
crucial para entender a perspectiva do jovem negro em um ambiente
predominantemente branco.

• Família de Chris: Os personagens dos pais e irmãos de


Chris ajudam a explorar a dinâmica familiar e o impacto da educação
e expectativas parentais. Julius, com sua obsessão por economizar, e
Rochelle, com seu estilo de disciplina, são figuras arquetípicas que
adicionam camadas à narrativa.

3. Temas e Humor

• Racismo e Identidade: A série aborda temas como racismo


e identidade racial de maneira acessível e humorística. A experiência
de Chris como um dos poucos negros em uma escola
predominantemente branca permite a exploração de microagressões
e preconceitos.

• Humor e Exagero: O humor da série é baseado em


exageros e situações absurdas, o que ajuda a amplificar as críticas
sociais e criar uma forma de comédia que é tanto reflexiva quanto
divertida.

ALUNA: Maria Eduarda Farias Moreira


 Informações
Vídeo: https://youtu.be/PobrSpMwKk4?si=DU9ugERtxCvDFPAW
Nome: grandmaster flash and the furious five. “The message”
Ano de lançamento: 1 de julho de 1982
Quantidade de minutos: 5m e 59s
Diretor: Baz luhrman
Sinopse: a música “the message” foi considerada um fenômeno na
história do hip-hop. Conhecida por retratar assuntos extremamente
importantes.

Contexto: sobre a música, juntamente com o tema: violência e


exclusão social, na música retrata várias questões de violênci,
pobreza, a falta de oportunidades e estresse constante enfrentado
pelas as comunidades negras. A música foi considerada uma arco na
história, por justamente relatar a forma como os negros não tem
oportunidades. Eu escolhi essa música justamente pelo o fato de ela
retratar perfeitamente a forma que a sociedade trata pessoas negras.
E eu acho que essa música deveria ser bem mais famosa, sendo
assim, as pessoas deveriam ter o senso. A música começa com a
seguinte frase: É como uma selva, por vezes, isso me faz pensar
Como é que consigo suportar” no meu ponto retrata o pensamento
dele de como que eles conseguem suportar cada coisa que acontece
com eles. Exemplo: violência, é praticamente comum, vermos em
jornais, sites e etc, negros sendo vítimas de violência. Outra frase
importante: Não me pressione, pois já tô no meu limite, Tô tentando
não perder a cabeça. Que na minha opinião é umas das melhores
frases para retratar o tema adequadamente, por justamente mostrar
a tensão que eles sofrem, que as pessoas estão a beira de explodir,
que na minha opinião essa é umas das melhores frases dessa música.
A música critica como as estruturas sociais e econômicas aumenta a
desigualdade, deixando algumas comunidades cheias em ciclos de
pobreza e violência, como é retratado no tema: violência e exclusão
social. A letra descreve também a realidade de um ambiente onde a
violência, o desemprego, a criminalidade e a falta de oportunidades
são extremamente graves, sendo assim, as pessoas pouquíssimas
vantagens de terem algo bom para si mesmo. Tem uma cena do clipe,
que os meninos tão juntos conversando e a polícia chega e coloca
eles no carro da polícia, levando eles pra delegacia isso mostra como
as pessoas negras, são tratadas no mundo.

Nome: Yana Vitoria lima de Souza


 Informações
Vídeo: Neguinho e Kika
Duração: 17m 49s
Ano de lançamento: 2005
Roteiro e Direção: Luciano Vidigal
Produção: Caetano Ruas, Cavi Borges, Luciana Bezerra
Direção de Fotografia: Paulo Camacho eGuilherme Estevan
Direção de Arte: André Santinho, Pedro Rossi
Montagem: Márcia Francisco , Alessio Slossel, Ana Claudia Okuti Gorette
Bezerra
Sinopse: Neguinho e Kika são adolescentes descobrindo o primeiro amor,
vivendo uma história de esperança em uma favela do Rio de Janeiro. Kika
tenta afastar Neguinho do universo do tráfico onde o menino trabalha.

Plano critico: A obra foi produzida de forma realista por Luciano Vidigal,
retratando a verdadeira rotina dos jovens que se entregaram à vida do crime e
enfrentam diariamente os desafios e a violência nas favelas. O vídeo mostra de
forma explícita como funciona a vida na favela para quem faz parte do crime
organizado, destacando a agonia dos familiares, a constante violência policial,
as dificuldades decorrentes das traições que resultam em mortes e a violência
vivenciada entre os próprios membros de facções criminosas. É uma obra que
serve como forma de conscientização sobre a realidade nas favelas, tirando o
espectador da bolha em que vive e fazendo-o reconhecer e "sentir na pele"
como é a vida no crime, com toda a violência e descaso enfrentados pelos
jovens que recorreram a ela como uma forma de sobreviver em uma sociedade
que os marginalizou. A obra foi bem-sucedida em seu propósito ao mostrar a
vida real na favela por meio da história de Neguinho e Kika, evidenciando que
as realidades daqueles que são jogados à margem da sociedade são ainda
mais complexas do que aparentam.

Relação com o tema

O vídeo retrata o cotidiano de muitos jovens brasileiros, especialmente aqueles que


vivem em periferias e áreas mais pobres. Marginalizados pela sociedade e sem uma real
perspectiva de futuro, muitos recorrem à vida do crime. No início do vídeo, podemos
notar o desespero demonstrado pelo “Neguinho” assim que o carro da polícia sobe o
morro. Essa é a realidade cotidiana nas favelas e em regiões mais precárias em termos
de segurança. A violência vivida diariamente por essas pessoas, especialmente vinda de
perfis autoritários que deveriam proporcionar segurança, é constante. Percebemos o
descaso com a população, principalmente a periférica, quando o discurso “bandido bom
é bandido morto” se tornou uma "desculpa" para matar e agredir friamente homens, e
principalmente adolescentes de 14 a 19 anos, que muitas vezes se voltam para a vida do
crime por não enxergarem esperança de um futuro melhor.

Não ignoramos o fato de que aqueles que se voltaram para essa vida, apesar de muitas
vezes o fazerem por falta de opções, reconheceram conscientemente os riscos
envolvidos, colocando-se em uma condição de perigo constante, sendo considerados
perigosos para si mesmos e para os outros. No entanto, se analisarmos de forma
superficial, cairemos no dilema em que a maioria das pessoas se encontra, que é resumir
o problema a uma causa vazia, sem de fato reconhecer que se trata de um problema
estrutural já presente em nossa sociedade. No minuto 05:05 do vídeo, quando os
policiais invadem o morro e capturam o “Neguinho” em busca de informações, vemos
uma cena de violência e tortura comum para aqueles que vivem essa realidade. A
violência usada como forma de obter informações, ou até mesmo sem um motivo
explícito, é comum em ambientes e situações como essa, movida principalmente pela
discriminação, criminalização, preconceito e, em muitos casos, apenas pelo abuso de
poder. Notamos então que a exclusão social, quando associada a jovens de periferias e
áreas suburbanas, gera uma situação que, quando sai do controle, resulta em morte,
crimes e jovens sem perspectivas de uma vida melhor.

O descaso com essa população tem tornado as coisas ainda mais difíceis, pois, quando
essas pessoas se encontram sem oportunidades, acabam recorrendo à vida do crime, o
que leva a uma existência hostil e repleta de violência. Chegamos à conclusão de que a
exclusão social está diretamente ligada aos mais diversos tipos de violência, pois o
descaso com jovens, sejam eles periféricos, pobres, brancos ou pretos, faz com que
recorram a medidas extremas para sobreviver em uma sociedade que os excluiu e
ignorou o real problema. Esses jovens encontram na vida do crime uma sensação de
“segurança” que não é proporcionada por quem realmente deveria protegê-los. Os
papéis são invertidos, e as autoridades são vistas como vilões, uma vez que tratam essas
pessoas com violência, brutalidade e a mais pura discriminação. Por fim, ao chegarmos
ao final do vídeo, vemos outro jovem periférico desempenhando a função que o
“Neguinho” exercia, mostrando assim que, se o problema não for tratado, se
oportunidades de educação, maior atenção e métodos realmente funcionais não forem
colocados em prática a fim de diminuir a violência e a discriminação, o ciclo irá se
repetir, culminando sempre na exclusão, marginalização e, por fim, na morte desses
jovens.

Rhaiza Rodrigues Oliveira


 Informações
Carandiru: O Filme
2004 – 2h 25min
Direção por: Héctor Babenco
Roteiro por: Victor Navas, Fernando Bonassi e Héctor Babenco.
Autor da obra original: Drauzio Varella
Sinopse: Um médico se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no
maior presídio da América Latina, o Carandiru. Lá ele convive com a realidade dos
cárceres, que inclui violência, superlotação das celas e instalações precárias. Porém,
apesar de todos os problemas, o médico logo percebe que os prisioneiros não são figuras
demoníacas, existindo dentro da prisão solidariedade, organização e uma grande
vontade de viver.

Carandiru é a adaptação do livro "Estação Carandiru", escrito pelo médico Drauzio


Varella. O seu contexto social é marcado por profundos debates relacionados à
violência, desigualdade social, condições precárias do sistema prisional e a
marginalização das populações mais vulneráveis no Brasil.
O filme retrata a violência tanto dentro quanto fora das prisões, refletindo um Brasil
marcado por altos índices de criminalidade, sobretudo em grandes centros urbanos
como São Paulo. A violência dentro do Carandiru, incluindo o Massacre de 1992, é um
símbolo da brutalidade com que o Estado lida com os presos e, por extensão, com a
pobreza e marginalidade. Também expõe as condições desumanas dos presídios
brasileiros, com superlotação, falta de higiene, ausência de assistência médica adequada
e violação dos direitos humanos. O filme mostra como o sistema penal falha em
reinserir os indivíduos, sendo mais um local de propagação da violência e
criminalidade.
A história dos presos, contada através de suas próprias perspectivas, humaniza figuras
que, na sociedade, são frequentemente marginalizadas. O longa aborda temas como
racismo, violência doméstica, abuso de drogas, e as condições socioeconômicas que
empurram muitos para a criminalidade.
O clímax do filme é a representação do Massacre do Carandiru, onde 111 presos foram
mortos durante uma intervenção policial após uma rebelião em 1992. Esse evento, uma
das maiores tragédias na história do sistema carcerário brasileiro, levantou questões
sobre a brutalidade policial, a impunidade e o desprezo pela vida dos presos.
O filme ilustra como a exclusão social gera violência, que por sua vez, gera mais
exclusão. Indivíduos excluídos se voltam para o crime, são presos e, ao sair, enfrentam
ainda mais barreiras para se reintegrar à sociedade. Esse ciclo é difícil de quebrar sem
intervenções que visem a inclusão social, educação, acesso a oportunidades e um
sistema de justiça mais justo e humanizado.
Por fim, o filme Carandiru é uma crítica social esmagadora, que usa a realidade do
sistema prisional como um reflexo para os problemas mais vastos da sociedade
brasileira, revelando a profundidade e a gravidade de questões que, na maioria das
vezes, são ignoradas ou mal compreendidas.

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