Curso Quatro Páginas do Semão
Curso Quatro Páginas do Semão
Curso Quatro Páginas do Semão
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Método baseado no livro “The Four Pages of the Sermon” de Paul Scott Willson.
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Página 3: O mundo bíblico através das lentes das boas novas: Esta parte do
sermão apresenta as boas novas do Evangelho em resposta ao problema apresentado nos
dois primeiros movimentos do sermão. A boa nova é sempre a ação salvadora de Deus
que motiva e capacita seu povo para enfrentar o problema, o julgamento, a
pecaminosidade ou o pecado específico tratado anteriormente. Esta boa nova deve ser
declarada em uma frase. A frase ou sentença que descreve esta boa nova é a “frase-tema”
do sermão. Desde que a ação salvadora sobre o problema é antes de tudo a ação de Deus
(Pai, Filho, e/ou Espírito Santo), Ele deverá ser o sujeito gramatical da frase-tema. As
duas últimas páginas do sermão apresentam esperança e boas novas que são apresentadas
como uma resposta ao problema apresentado nas páginas um e dois.
Página 4: Nosso mundo através das lentes das boas novas: Este quarto
movimento do sermão identifica uma ação de Deus similar àquela apresentada na P.3,
mas que se manifesta agora em nossos dias e época. Esta página do sermão pode ser
entendida como um segundo movimento de aplicação que aponta para o que Deus está
fazendo em relação ao problema em nosso mundo, o qual foi identificado na primeira
metade do sermão. Este movimento geralmente contém histórias contemporâneas
(ilustrações) que exemplificam a ação de Deus sobre o problema, o pecado, e suas
conseqüências no mundo. O pregador deve focar no que Deus já está fazendo para
resolver o problema do pecado e suas conseqüências.
Conclusão: Uma breve conclusão declara uma vez mais o problema e celebra a
graça de Deus que retira dos ombros humanos a carga do problema na medida que Ele
age sobre isto. A missão é retomada como um convite ao serviço e não com um fardo.
Estes quarto movimentos, antes de qualquer coisa, devem ser entendidos como
uma gramática homilética ou uma estrutura profunda para a apresentação do sermão. Eles
servem também como um método de pregação rudimentar. As páginas, grosso modo, são
proporcionais, sendo que pelo menos metade do sermão enfatiza a esperança ou as boas
novas. Histórias que mostram nossa condição decaída na página dois e histórias
(ilustrações) que narram a ação de Deus hoje (em nosso mundo) na página quatro são
extremamente úteis para a comunicação da mensagem bíblica em nossa cultura oral,
visual e televisiva.
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Objetivos do Método das “Quatro Páginas do Sermão”
O método visa encorajar o pregador(a) à: (1) preparar sermões mais bíblico; (2)
atentar mais para a graça de Deus; (3) apresentar a mensagem de uma maneira simples;
(4) repensar os velhos métodos de composição de sermões; (5) resgatar o valor das
narrativas; (6) e amar a tarefa da pregação.
Características do Método
O Manuscrito do Sermão
O sermão é parte de um mundo verbal. Por isso, Paul Scott Wilson sugere que
pensemos na estrutura do sermão como um roteiro de filme ou uma webpage. Assim, o
objetivo do manuscrito do sermão não é a comunicação escrita, mas verbal e visual.
1. Um Texto Bíblico
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2. Uma Frase-Tema
3. Uma Doutrina
Um texto pode sugerir várias doutrinas. Por exemplo, Jo 3:16 aponta para a
doutrina da justificação, revelação, a natureza de Deus, salvação, santificação, redenção,
etc... O pregador deve optar apenas por uma doutrina e estudá-la a fundo. O sermão não
deve se tornar uma dissertação doutrinária, mas a doutrina serve de guia para o pregador
aprofundar a mensagem do sermão.
4. Uma Necessidade
“A diversão favorita do diabo aos domingos de manhã é o sermão que não causa
distúrbio. O púlpito deve ter algo relevante, sério, e honesto para dizer sobre problemas e
assuntos que causam perplexidade”. O.C. Jones, Jr.
Uma imagem dominante (figura criada na mente dos ouvintes) torna o sermão
mais fácil de ser lembrado. Esta imagem pode ser providenciada por palavras que
apresentam uma idéia concreta e não abstrata. Esta imagem deve aparecer logo na P.1 do
sermão. A repetição da imagem dominante é para o pregador o equivalente ao marcador
de texto colorido na tela do computador.
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6. Uma Missão
A missão no sermão é a ação que queremos motivar na vida do cristão. Pode ser
entendida como uma postura ou uma ação de ministério que os ouvintes podem se
contemplar realizando como resultado do sermão.
A missão pode ser explorada pelo pregador na P.2 com um foco voltado para a
responsabilidade cristã – o que devemos fazer! Em seguida, a missão pode reaparece na
P.4 com o foco apontado para a ação graciosa de Deus capacitando o cristão para aquilo
que deve ser feito – como Deus nos capacita!
Não importa o quanto um texto bíblico pode parecer positivo, todo texto revela
algo sobre a condição humana caída. Este “problema” está presente no texto e
aguardando para ser discernido. Algumas vezes o problema é explícito, como o pecado
de adultério de Davi e o assassinato de Urias. Outras vezes o problema é implícito, como
por exemplo, o problema por trás da carta de Paulo aos Coríntios. Nós dependemos da
Bíblia para lançar luz sobre o estes problemas.
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GUIA PARA A PÁGINA UM
Escolha um texto que apresente material suficiente para preencher o conteúdo das
páginas UM e TRÊS. Reconte a história bíblica. Não pense que apenas a leitura do texto
antes da pregação é suficiente para os ouvintes assimilarem a história em suas mentes. Ao
recontarmos parte do texto bíblico devemos resgatar a vívida situação dos personagens.
Escreva a Página Um
Crie cenas vibrantes com palavras preparadas para os olhos da mente. Mostre ao
invés de falar! Ação deve ser o foco inicial. Descrições devem ser filtradas através da
ação. Ao introduzir um lugar ou personagem descreva algo distintivo sobre isso. Não
carregue o texto bíblico com detalhes excessivos, longos discursos e diálogos.
Seja específico. Por exemplo, ao invés de dizer - “Uma estrada maravilhosa” diga
“Uma estrada que corre ao longo da praia”. Ao invés de usar muitos adjetivos e advérbios
para pintar as cenas, pessoas, e ações, aponte pequenos detalhes como gestos e objetos,
especialmente aqueles que produzem imagens na mente. Coloque palavras dos
personagens bíblicos na boca deles e explore as suas ações.
Tenha certeza que o foco dado na P.1 é uma interpretação legitima do texto. Uma
interpretação justa é geralmente estabelecida quando três ou mais peças de informações
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no texto apontam para a mesma direção. Por exemplo, nos poderíamos dizer: “O filho
pródigo amadurece com sua experiência fora de casa”, baseados nas seguintes evidências:
(1) ele percebe a estupidez de seus próprios atos quando come com os porcos;
Identifique o foco de cada página em uma frase curta e escreva estes focos
específicos no topo de cada página. Exemplo, João 4: Frase-Tema: Jesus da água viva
para a mulher!
Termine a P.1 com a frase curta do topo da página e que serviu de foco para a
composição deste movimento e inicie a P.2 com a frase foco deste segundo movimento.
Esta parte do sermão pode ser pensada como um movimento de aplicação da P.1
que explora, em nossos dias e época, o mesmo tipo de problema identificado no mundo
do texto bíblico – P.1. Prepare a P. 2 no segundo dia de trabalho.
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hermenêutica para transpor o abismo do tempo, cultura, língua e lugar: a imutável
natureza de Deus e a natureza pecaminosa do comportamento humano.
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confrontativo ou acusatório. Esta forma simplesmente indica, sugere, ou aponta o
problema.
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pregadores arriscam se tornar agentes de um Deus irado e não de um Deus de amor. Os
ouvintes geralmente respondem mais prontamente a uma postura menos agressiva e mais
simpática do pregador, quando ele prefere convidar e motivar o ouvinte a uma ação
responsável ao invés de impor o que deve ser feito.
A graça deve ser apresentada após o problema pelo menos por duas razões: (1) o
problema identifica a necessidade da ação de Deus na vida do ser humano; (2) para o
sermão concluir com uma palavra de esperança devemos colocar a ênfase final não na
ação humana, mas na ação graciosa de Deus sobre o problema tratado no sermão.
Organização e Foco
Uma sentença escrita no topo da P.2 ainda em branco pode ajudar na composição
do deste movimento e a manter o foco da página, especialmente se incorporarmos esta
sentença logo no início e se encontrarmos caminhos para repeti-la ao longo da página.
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aqui, não apenas perderemos a direção do sermão e a conexão com as demais páginas,
mas também perderemos nossos ouvintes.
Unidade de Sermão
P.1 e P.2 devem ser preparadas a partir do tema central do sermão que deve ser
expresso por uma frase-tema que será o foco da P.3. A frase-tema aponta para a ação de
Deus no texto ou por trás do texto. E esta ação de Deus está diretamente relacionada com
alguma doutrina. Os pregadores são aconselhados a desenvolver a P.2 teologicamente,
permitindo que a doutrina central que envolve o sermão guie e informe o que deve ser
dito no sermão. A P.2 é um excelente lugar para começar a identificação de uma possível
missão ou ação que o sermão pretende encorajar. O pregador pode apontar a
responsabilidade humana diante da Palavra de Deus.
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Missão
A missão é uma ação específica, um ato de ministério, ou a responsabilidade
humana que o pregador pretende encorajar os ouvintes realizarem como resultado do
sermão. O pregador(a) geralmente apresenta a missão na P.2 como uma responsabilidade
ou um dever que recai sobre o ouvinte. Posteriormente, na P.4 as exigências desta missão
serão apresentadas como uma oportunidade e um privilégio de servir a Deus. Como regra
geral, se o peso da missão recair nos ouvintes, o material discutido pertence à P.2. Por
outro lado, se o peso da ação recair sobre Deus, este material pertence a P.4. O
pregador(a) deve apresentar uma possibilidade de missão explícita, atitudes específicas
que a congregação pode por em prática.
Após uma história substancial, uma ou duas sentenças devem conectar a história
com foco da página, bem como com a vida dos ouvintes e suas próprias experiências.
Esta conexão ajuda os ouvintes a aplicarem o que é dito em suas próprias vidas.
Alguns princípios da composição da P.1 também devem ser usados na P.2 tais
como: ser visual e sensorial; brevemente localizar geograficamente a história antes de
narrar a ação; descrever a pessoa antes de descrever a ação; evitar adjetivos na descrição;
e apontar detalhes relacionados aos objetos, pessoas, e atitudes que integram a narrativa.
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Preste atenção ao impacto emocional e espiritual da história.
Avalie o impacto emocional e espiritual das histórias antes de usá-las. Duas ou
três instâncias do sofrimento humano na maioria dos casos são suficientes. Os ouvintes
não devem estar saturados pela história, mas aptos para ouvir mais. Cada história deve
levar os ouvintes a uma compreensão um pouco mais profunda do problema que está
sendo tratado. Seja simpático e inclusivo, e deixe de fora detalhes de violência. Devemos
evitar retrata violência com detalhes gráficos. Um bom teste para inclusão de qualquer
história ou material na P.2 e em todo o sermão são as seguintes perguntas: Para que isso
serve? Se eu cortar isso o que vou perder?
Antes de iniciar a P.3 tenha certeza de que o foco da P.2 está colocado sobre a
vida dos ouvintes e suas experiências. Para isso, verifique se a P.2 clarifica as seguintes
questões: O que está errado hoje? O que precisa ser fei feito?
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Terra prometida; da Crucificação para a Ressurreição; da Sexta-feira Santa para a Páscoa.
No sermão, nos marcamos este movimento quando passamos para a P. 3.
A P. 3 sinaliza que Deus é mais poderoso do que os poderes do mundo, e Ele está
diante da congregação. A pregação é a maneira fantástica que Deus escolheu para se
apresentar ao mundo o seu amor redentor.
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A ação de Deus pode ser encontrada no texto ou por trás de praticamente todos os
textos. Infelizmente, muitos sermões têm bem pouco foco em Deus. Se nós não estamos
treinados para ver Deus no texto bíblico ou para nomear a ação de Deus no mundo, nós
acharemos difícil falar sobre Deus de uma maneira acessível para a congregação. A
menos que possamos falar de maneira concreta a respeito de Deus, nossa palavra será
apenas abstrata.
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um filho da luz; Deus está operando uma transformação magnífica em sua vida e
na vida desta comunidade; Deus não apenas quer que nós façamos isto, mas Ele já
começou a fazer e nos capacita neste momento...”.
Um Exemplo Prático
Alguns textos parecem difíceis para identificar graça neles. Principalmente porque
muitos pregadores não foram ensinados a ver isso. Para conseguirmos ver a graça no
texto bíblico devemos perguntar: O que Deus está realizando no texto o por trás do texto?
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d. “... para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem
existimos; e um só senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós
também por ele” v. 6;
Nosso foco aqui é a ação graciosa de Deus no texto bíblico. Nosso objetivo
principal é não falarmos de Deus de maneira abstrata, mas apresentar a ação de Deus de
modo visual através dos eventos que o próprio texto apresenta.
Visualizando a P.3
Não gaste muito tempo com descrições, mas foque nas pessoas em ação, e
permita que as descrições sejam apresentadas através da ação. Inclua todos os cinco
sentidos. Não entre na mente dos personagens. Isto é algo que freqüentemente acontece
quando tentamos nos tornar o personagem.
Nos preparamos melhor a P.3 quando nós primeiro temos o texto bem vívido em nossas
mentes e então compartilhamos alguns poucos detalhes essenciais com a congregação
afim de ajudá-los a pintarem a cena na própria mente.
Compondo a P.3
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Deus deve permanecer o sujeito das nossas sentenças. Muitos estudantes vão
declarar a Frase Tema e voltar logo para a discussão da ação humana. Isto tira o foco de
Deus.
A Frase Tema
A Unidade do Sermão
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proposições. Doutrinas estão alicerçadas em narrativas bíblicas e não deveriam ser
separadas delas.
A teologia nos diz o que precisa ser dito e, às vezes, como dizer isso. Para cada
sermão, nós deveríamos ler a respeito da doutrina selecionada em livros de teologia
confiáveis. Na P. 3 e P.4 o melhor é reafirmar a doutrina de maneira, nova, simples,
concisa, especialmente através da discussão do caráter de Deus no desenvolvimento da
ação no texto na nas situações da vida cotidiana.
Graça na P.3 traz uma reviravolta na direção do sermão. Ao invés de olhar para as
coisas a partir da perspectiva do problema, o sermão agora apresenta o que Deus está
fazendo a respeito do problema. Às vezes a imagem dominante pode refletir esta
mudança de direção.
Normalmente a “uma missão” do sermão não aparece na P.3. Missão diz respeito
a ação dos ouvintes e assim lida com o nosso tempo e não com o tempo bíblico.
Afirmações a respeito da atividade de Deus são difíceis de serem feitas, pois nós
precisamos apontar para os sinais de Deus que são geralmente ambíguos no mundo. Mas
Deus nunca nos deixa sem estes sinais - Jesus prometeu, “Eu estarei sempre com vocês,
até os fins dos tempos” (Mt 28:20).
A P. 4 fala sobre a ação de Deus no mundo. Ela parece ser uma página difícil de
escrever no sermão. Mas nós simplesmente seguimos o movimento do texto bíblico na P.
3 que identifica a ação de Deus no mundo do texto bíblico, e na P.4 procuramos
apresentar sinais da mesma ação no mundo ao nosso redor. O Deus revelado nas
Escrituras é o mesmo Deus hoje e sempre.
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Exemplo: Isaías 6:1-13
a. Associar Deus com coisas triviais e banais como, por exemplo, o sorriso da
balconista da farmácia para o cliente no balcão.
b. Apresentar uma pilha de ações todas juntas na P.4. Exemplo, “Deus perdoa”,
“Deus salva”, “Deus ama”, “Deus envia Jesus”, etc. O pregador precisa
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permanecer focado na frase tema e conectá-la com uma única doutrina, e apontar
para onde as pessoas podem ver Deus nesta ação específica hoje.
c. Retratar a ação de Deus como algo automático e mecânico – isso ocorre quando o
pregador generaliza a ação de Deus e deixa de ser específico, e quando o pregador
negligencia o custo da ação de Deus.
d. Retratar graça como uma ação futura de Deus – “Deus irá... poderá fazer...” A
graça de Deus expressa em orações conjugada no futuro aponta que o ser humano
ainda está no problema.
Missão
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Uso Teológico das Histórias (Ilustrações)
(1) Histórias na P.4 podem ser usadas como metáfora do perdão de Deus - o
pregador pode usar uma história de alguém perdoando outro, de duas pessoas
se reconciliando, etc.
(3) Histórias podem ser usadas para demonstrar Deus agindo através das pessoas
para alcançar os propósitos da vontade de Deus.
Nossa tendência é sempre apresentar Jesus como alguém que devemos imitar. O
problema é que nós geralmente nos deparamos com nossas incapacidades diante desta
tarefa. Portanto, na P.4 nós devemos optar por apresentar Jesus como nosso Salvador,
aquele que nos equipa e capacita a fim de que possamos nos juntar a ele em sua missão.
A Conclusão do Sermão
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didático que seria beneficiado a partir deste sumário. Geralmente, se a esta altura os
ouvintes ainda não pegaram a mensagem do sermão, já é muito tarde.
A conclusão não é o lugar para introduzir novas idéias que movem o sermão para
uma outra direção, mas é o lugar de trazer de volta a congregação para a centralidade da
frase tema. E isso pode ser feito da seguinte maneira:
(1) Retornando para a história ou usar uma história nova. O pregador pode voltar
para a história bíblica ou para a ilustração contemporânea. A história pode ser um bom
desfecho se envolve a graça e tem peso e força suficiente.
(5) Retornando para a missão do sermão. O pregador deve sugerir uma atitude
prática que a congregação possa fazer na semana seguinte.
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ANEXO 1 - Pregando Cristo por Sidney Greidanus.2
Extraído da revista Forum3 primavera de 2003, p. 3-4.
Tradução – Adrien Bausells.
Pregando Cristo
Das recentes palestras sobre “Pregando Cristo a partir das narrativas de Gênesis”.
Cedo em meu ministério, eu preguei uma série de sermões em Eclesiastes. Um
sermão após outro, um pregador aposentado me dizia: “Eu apreciei seu sermão, Sid, mas
eu me pergunto, „um rabi poderia ter pregado seu sermão em uma sinagoga?‟” Esta
imagem ficou gravada nitidamente em minha cabeça. O meu sermão era distintivamente
cristão? Eu tinha pregado Cristo?
Eu agora reconheço que mesmo com um doutorado em interpretação bíblica e
pregação, eu não sabia como pregar a Cristo com integridade a partir de Eclesiastes, e eu
nem estava muito preocupado em como fazê-lo. Minha maior tarefa, eu penso, era fazer
justiça ao texto escolhido e evitar distorcer as Escrituras. Não seria suficiente pregar
sermões centrados em Deus? Cristo, afinal, é Deus.
Mas pesquisas e reflexões posteriores me convenceram que “Pregação centrada
em Cristo” é muito mais específica do que “pregação centrada em Deus”. De acordo com
o Novo Testamento, pregar a Cristo não é o mesmo que pregar a Deus de maneira geral,
mas significa pregar Cristo encarnado, Jesus de Nazaré, como o clímax da revelação
própria de Deus. Como João explica, “Ninguém jamais viu a Deus; os Deus unigênitos,
que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1:18).
A Necessidade de se Pregar Cristo
A necessidade de se pregar a Cristo é claramente comunicada no Novo
Testamento. Primeiro, Jesus mandou que seus discípulos pregassem acerca dele. Após
sua ressurreição, Jesus ordenou a seus discípulos, “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28:19-20).
Segundo, nós devemos pregar Jesus Cristo porque ele é o caminho da salvação.
Jesus disse para Nicodemus, “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu
2
O Professor Greidanus é professor de Pregação no Calvin Theological Seminary em Grand
Rapids, Michigan.
3
A revista Forum é publicada pelo Calvin Theological Seminary.
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Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo
3:16). De fato, Jesus disse que ele é o único caminho da salvação. “Eu sou o caminho, e
a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6; cf. Jo 17:3; At 4:12).
Terceiro, nós deveríamos pregar explicitamente a mensagem de Jesus Cristo em
nossa cultura pós-cristã. Na antiga cultura cristã, pregadores podiam assumir que os seus
ouvintes indistintamente iriam fazer conexões entre a mensagem do sermão e Jesus. Mas
ninguém pode ter essa hipótese em uma cultura pós-cristã. Se de alguma maneira as
pessoas ainda pensam em alcançar a Deus, elas são inclinadas a pensar que existem
muitos caminhos até ele. Cristãos seguem um caminho, judeus outro, e mulçumanos
outro ainda. Eventualmente todos se encontram no mesmo topo da montanha. Mas se a
Bíblia está correta, existe apenas um caminho até Deus: Jesus Cristo. Portanto, é crucial
que em cada sermão nós explicitamente preguemos Jesus Cristo.
O Significado de “Pregar a Cristo”
Mas o que significa “pregar Cristo?” O entendimento mais comum de “pregar
Cristo” é pregar a pessoa e a obra de Cristo – a obra é costumeiramente entendida como o
trabalho ungido de Jesus. Esta definição ampla é baseada no Novo Testamento. Embora
Paulo tenha dito, “Nós pregamos Cristo crucificado” (1 Co 1:23), suas cartas deixam
claro sua igual preocupação em pregar o Cristo ressurreto (1 Co 15:4), em pregar “Jesus
Cristo como Senhor” (2 Co 4:5), e pregar a segunda vinda de Jesus (1 Ts 3:13-18).
Mas mesmo esta definição da pregação da pessoa e/ou a obra de Jesus Cristo é
muito limitada para que possamos pregar Cristo em todos os sermões com integridade.
Muitos textos de sabedoria do Antigo Testamento não podem ser legitimamente ligados à
pessoa ou obra de Jesus. Nós deveríamos adicionar à nossa definição de “pregar a Cristo”
um elemento a mais: o ensino de Jesus.
Em seu mandado missionário, o próprio Jesus comandou-nos passar adiante seus
ensinamentos: “Fazei discípulos de todas as nações..., ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28:20). João reafirmou a importância do ensino de
Jesus: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem
Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2 Jo 1:9).
Portanto, quando pensamos em pregar a Cristo, nós deveríamos incluir o ensino
de Cristo a respeito de tópicos tais como Deus, o reino de Deus, o próprio Jesus e sua
missão, salvação, a lei de Deus, e nossa responsabilidade e missão. De acordo com isso,
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eu sugiro a seguinte definição: “Pregar Cristo a partir do Antigo Testamento significa
pregar sermões que autenticamente integram a mensagem do texto com o clímax da
revelação de Deus na pessoa, obra, e/ou ensino de Jesus Cristo como são revelados no
Novo Testamento”.4
Quando o texto contém uma promessa sobre o Messias que está por vir, os
pregadores podem fazer este movimento instintivamente. Eles automaticamente movem
da promessa ao cumprimento. Por exemplo, quando nós pregamos em Isaías 61, “O
Espírito do SENHOR Deus está sobre mim”, nós não nos atemos apenas no significado
para os ouvintes de Isaías, mas movemos de lá para seu cumprimento em Jesus (Lc 4) e
seu significado para os ouvintes contemporâneos. Similarmente, quando nós pregamos
sobre Deus redimindo Israel da escravidão do Egito, nós não deveríamos nos ater apenas
na mensagem para Israel, mas deveríamos mover adiante na história da redenção para o
ato redentor final de Deus em Jesus e em sua mensagem para a igreja aqui e agora.
Os caminhos para a pregação de Cristo a partir do Antigo Testamento
Estudando tanto o Novo Testamento quanto a história da pregação, eu cheguei a
conclusão de que existem sete caminhos legítimos para conectar o Antigo Testamento a
Jesus. Eles são: (1) a progressão histórico-redentiva, (2) promessa-cumprimento, (3)
tipologia, (4) analogia, (5) temas longitudinais, (6) referências neotestamentárias, e (7)
contraste.5
Se o texto pregado é o relato da criação de Gênesis 1:1-2:3, as opções estão
limitadas porque o relato descreve o estado anterior a queda. Ainda, os pregadores podem
chegar à Jesus através das referências do Novo Testamento: Jo 1:1-5 faz menção a
Gênesis 1 e fala de Jesus como a Palavra de Deus pela qual todas as coisas foram criadas.
João continua no verso 14, “A palavra se fez carne”, o que pode ser conectado com Fp
2:6-7, onde Paulo fala de Cristo Jesus, “o qual, sendo o próprio Deus... esvaziou-se a si
mesmo tomando a forma de servo”.
Se o texto bíblico é a respeito dos eventos posteriores à queda como, por exemplo,
a narrativa de Abel e Caim em Gênesis 4, os pregadores podem chegar até Cristo por uma
variedade de caminhos:
4
Esta definição é de meu livro, Preaching Christ from the Old Testament (Grand Rapids:
Eerdrmans, 1999), p.10.
5
Para uma explicação detalhada disto veja Preaching Christ..., 203-77
26
1. Pelo caminho da progressão histórico-redentiva, traçando a batalha entre a semente
da serpente e a semente da mulher, a partir de Caim versus Abel, do Egito versus
Israel, indo para Canaã versus Israel, para Herodes versus Jesus, para Satanás versus
Jesus, para o Mundo versus a igreja, até a derrota final de Satanás (Ap 20:10) e a
vitória de Cristo.
2. Pelo caminho da tipologia Abel-Cristo: Abel, a semente da mulher que foi morto pela
semente da serpente, é um “tipo” de Jesus Cristo, a Semente da mulher que seria
morto por Satanás.
3. Pelo caminho da analogia: assim como Deus assegurou a Israel que ele preservaria o
seu povo da aliança na história humana (veja Gn 4:25-26), Jesus assegura sua igreja
que “as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt 16:18).
4. Traçando o tema longitudinal da semente da mulher a partir de Sete, a “semente” que
substituiu o martirizado Abel (4:25), até Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Judá, Davi, e
finalmente até Jesus Cristo, a Semente da mulher.
5. Usando referências neotestamentárias como Hebreus 12:24 ou João 3:11-13 como
uma ponte para Cristo.
Para os textos de sabedoria do Antigo Testamento a opção pela analogia combinada com as
referências neotestamentárias pode ser uma abordagem frutífera se o pregador identificar um
ensino similar de Jesus, o rabi que pensava em parábolas como um homem sábio do passado. Por
exemplo, quando pregando sobre “Não te fatigues para seres rico... Pois, certamente, a riqueza
fará para si asas, como a águia que voa pelos céus” (Pv 23:4-5), é possível usar analogia para se
chegar ao ensino similar de Jesus, “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a
traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6:19). Ou, pregando em
Eclesiastes com os seus freqüentes refrões sobre a vaidade, um pregador pode usar a opção do
contraste: em razão da ressurreição de Jesus, a vida humana não é vaidade. Isto pode ser baseado
pelas palavras finais de Paulo em seu capítulo sobre a ressurreição: “Portanto, meus amados
irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor,
o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15:58).
O fato é que no contexto histórico-redentivo mais amplo é possível se fazer justiça a
mensagem original do texto da pregação, e pregar a pessoa, obra e ensino de Jesus, sem distorcer
as Escrituras. Pregação cristocêntrica não é oposta à pregação teocêntrica. Se feito corretamente,
a pregação cristocêntrica expõe o verdadeiro coração de Deus.
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ANEXO 2 – SERMÃO DE 4 PÁGINAS
INTRODUÇÃO
Hoje eu quero falar sobre uma situação em que Jesus desafia os seus discípulos a
servirem pão para uma multidão, apesar das suas limitações.
Jesus, como bom mestre, percebe o cansaço dos discípulos e os chama para um
retiro em Betsaida, um lugar afastado das cidades a nordeste do Mar da Galiléia. Eles
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tomam um barco e atravessam o Mar da Galiléia. Porém, o povo fica sabendo para onde
eles estão se dirigindo. Uma multidão a pé aflui das cidades e segue para Betsaida.
Alguns discípulos pulam para a água e empurram o barco para a praia. Quando o
barco se firma na areia, um dos discípulos estende o braço para que Jesus possa se apoiar.
Jesus desembarca. Seus pés se molham. À medida que Jesus caminha para parte seca, ele
abre os braços e toca nas pessoas. A um ele abençoa impondo as mãos sobre a cabeça, a
outro ele toca nos ombros e dá um sorriso, a um outro ele abraça. De toque em toque, ele
vai curando o corpo e a alma das pessoas. À medida que caminha, a multidão abre espaço
para ele. Quando ele chega a uma parte mais elevada do terreno, Jesus começa a falar.
Ele fala sobre o Reino de Deus.
Mais tarde, quando o sol está preste a se pôr, os discípulos, cansados daquele
longo dia, aproximam-se de Jesus e pedem para que ele dispense a multidão. Eles
passaram quase o dia inteiro naquele lugar. As carências da multidão são tão grandes que
não percebem o tempo passar. A fome espiritual é tão grande que ninguém se importou
com a fome do corpo. Na correria para alcançar Jesus, poucos haviam se lembrado de
trazer um lanche. Mas agora, quase ao fim do dia, surge a necessidade de alimentar o
corpo. Eles estão em lugar deserto e distante dos povoados. É preciso que a multidão
inicie sua caminhada de volta antes que anoiteça. É preciso que ainda com a luz do dia
eles encontrem lugar para pousar e se alimentar.
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Ao invés de dispensar a multidão, Jesus manda os próprios discípulos
alimentarem as pessoas:
- Temos apenas cinco pães e dois peixes! O que podemos fazer? A menos que
compremos alimento para toda esta multidão!
Esta multidão é composta de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Comprar alimentos? Onde? Não estão em lugar deserto? Se encontrarem algum lugar
onde comprar alimentos, haveria o suficiente para mais de cinco mil pessoas? Em caso
positivo, do que adiantaria? Os discípulos não têm dinheiro suficiente para tanta comida!
Comprar alimentos é uma maneira de dizer para Jesus: “não dá Jesus, não dá!”
É evidente que os discípulos não têm como alimentar a multidão. O que fazer com
apenas cinco pães e dois peixes diante de cinco mil homens? É óbvio que a ordem não
tem como ser cumprida. O que Jesus pede é um absurdo!
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Os discípulos sentem-se impotentes para cumprir a ordem.
Assim como há uma variedade de pães sendo vendido nos supermercados hoje em
dia, a Igreja é um depósito de uma variedade de talentos. A variedade de pães procura
atender às necessidades específicas do consumidor. A variedade de talentos na Igreja
existe para atender às necessidades específicas do mundo.
Todos nós temos alguma coisa que supre exatamente uma necessidade específica
de alguém próximo. Todos nós temos uma vocação, um dom, um talento ou
conhecimento útil para suprir necessidades específicas. Jesus nos convida a colocar
nossos talentos a disposição para servir ao mundo.
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Há um grande número de pessoas próximas de nós, com quem nos relacionamos
freqüentemente, necessitando sempre de alguma coisa: atenção, apoio, oração,
salvação, ensino, cura, orientação, ajuda financeira ou material. Há tantas
necessidades dentro e fora da Igreja! Jesus nos desafia: dêem vocês o pão que eles
necessitam.
- Como? Quem somos nós? Não sabemos como fazer. Não temos recursos
materiais nem conhecimento.
- Afinal trabalho duro a semana toda! Não tenho tempo! Não sei como fazer! Mal
consigo pagar minhas próprias contas. Já tenho problemas demais para resolver! Isso é
serviço do pastor! Ele tem um auxiliar pra quê? Quem estudou e está preparado para
aconselhar as pessoas é o pastor!
Talvez você seja daqueles que já faz muita coisa pelo seu próximo e pode estar
pensando:
- Eu já ajudo muita gente. Eu faço o que posso. Aquilo que está a meu alcance,
dentro das minhas possibilidades, eu faço. Afinal é importante para o testemunho
cristão, não é?
Mas Jesus está te convidando para fazer aquilo que está além das suas
possibilidades, fora do seu alcance. Jesus está te convidando para realizar aquilo que você
32
não entende ou acha impossível de ser realizado. Diante do impossível, diante das
circunstâncias difíceis, diante dos problemas insolúveis, diante das causas perdidas, a
tentação é dar a solução dos discípulos: dispensar as pessoas para que possam encontrar o
que precisam em outro lugar. Mas Jesus te desafia: dê você mesmo o pão que eles
necessitam.
O nosso erro é não termos a expectativa do milagre. O nosso erro é não termos em
perspectiva durante nossas ações de que Jesus está no controle. O nosso erro é
confiarmos mais em nossa própria avaliação das circunstâncias do que em Jesus que nos
envia, que está dando a ordem, que está no comando. Confiamos mais em nossas
avaliações do que em Jesus. As necessidades são grandes e os nossos recursos pequenos,
mas se não obedecermos a Jesus, uma multidão ficará sem ser atendida.
Assim como os Doze, nós temos a tendência de deixar para os outros ou para os
próprios necessitados a responsabilidade que é nossa. Vivemos muito preocupados
conosco mesmo e a desculpa de não termos recursos ou conhecimento cai muito bem.
A multidão sem Deus necessita de alguém que lhes sirva e essa ordem veio para
nós da Igreja. Porém, a Igreja muitas vezes está incapacitada para servir ao mundo.
33
o senhor da situação. Jesus percebe a dificuldade dos discípulos e antes que o desespero
se torne em pânico, Jesus age.
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bocado suficientemente grande para ser partido novamente para o próximo grupo. O
mesmo acontece com as partes recebidas pelas pessoas da multidão. Aquele que recebe
de um dos discípulos, parte o alimento recebido, passa adiante o pedaço da mão esquerda,
mas o pedaço que fica não diminui.
Quando terminam a refeição, Jesus ordena que cada discípulo recolha o que
sobrou. O pão é sagrado para o povo hebreu. Um pedaço maior que um caroço de
azeitona deveria ser guardado para a próxima refeição. Os viajantes sempre carregavam
um cesto de vime vazio para guardar as sobras de pão. Assim cada discípulo tinha o seu.
Ao final, todos os doze cestos ficaram cheios.
O milagre de suprir 5000 com 5 pães e 2 peixes em lugar deserto traz à memória
de qualquer judeu piedoso as figuras de Moisés e do profeta Elias. Lembra como Móises
organizou o povo durante a caminhada no deserto (Ex.18:21). Lembra como o profeta
Elias alimentou 100 homens com 20 pães (II Rs 4:42-44). O milagre dos pães indica que
o Dia do Senhor está próximo, conforme profetizado por Malaquias (Ml.4:5-6). O
milagre que os discípulos acabaram de presenciar e participar confirma que Jesus é um
profeta especial. Ele é o Messias prometido.
Os discípulos estavam incapacitados para servir à multidão. O plano deles não era de
servir, mas de dispensar a multidão. Porém, Jesus nos surpreende. Indo além de
35
qualquer expectativa, Jesus supre as necessidades dos discípulos. Jesus capacita os
discípulos para servir à multidão.
Aos discípulos coube apenas obedecer, passo a passo suas ordens. À medida que
obedeciam, o milagre foi ocorrendo. Os discípulos não fizeram nada de extraordinário.
Tudo o que eles fizeram, estava ao seu alcance. Partir o pão e o peixe estava ao seu
alcance. Entregar parte do alimento estava ao seu alcance. Tudo foi natural. O
sobrenatural quem realizou foi Jesus.
Assim como Jesus capacitou os discípulos para servir à multidão, Jesus capacita
hoje a Igreja para servir ao mundo.
O espanto não é apenas com as instalações, mas também com o que é feito aqui.
O Seminário Servo de Cristo é hoje referência para as comunidades evangélicas das
igrejas orientais, especialmente chinesas, japonesas e coreanas. E sua influência se
estende a grande parte da comunidade evangélica da cidade de São Paulo.
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Jesus supriu todas as necessidades daquele grupo de pessoas que respondeu ao
desafio. Jesus supriu com todos os recursos necessários para que a ordem dada fosse
cumprida. E passo a passo, Jesus capacitou aquele grupo a servir.
Além disso, o imóvel era antigo. Então os problemas com manutenção surgiram.
Lembram-se dos problemas de goteiras e vazamentos? E os problemas com a rede
elétrica? Tantos equipamentos delicados como computadores, fax, máquinas de xérox,
todos ligados na mesma tomada sem aterramento.
Não se tinha nem o dinheiro para a reforma, imagine então para a compra de um
prédio enorme em área nobre. Um imóvel com área 6 ou 7 vezes maior. O prédio não foi
apenas comprado, como também foi totalmente reformado. O prédio foi adaptado para as
necessidades do seminário. Além do prédio novo, equipamentos novos: quadros, móveis,
computadores aparelhos de ar condicionado. Para quem pensou em uma reforma na Rua
Maquerobi, o seminário foi longe.
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Jesus supre todas as necessidades para que suas ordens sejam cumpridas.
Jesus nos capacita para servir. O milagre acontece à medida que obedecemos. Não
fazemos nada de extraordinário. Tudo o que fazemos é usar aquilo que já está em nossas
mãos. Jesus está no controle. Ele nos envia. Ele está dando as ordens. Ele está no
comando. Quem realiza o milagre, o extraordinário, é Jesus.
Jesus conhece nossas limitações, inclusive de fé. Por isso, ele divide a missão em
passos que podemos dar. À medida que os passos são dados, o milagre acontece. Nós não
fazemos nada de extraordinário. O extraordinário quem faz é Jesus. Passo a passo, Jesus
nos capacita para o serviço. Passo a passo, Jesus capacita a Igreja para servir ao
mundo.
Conclusão
Assim como existem variados tipos de pães para cada necessidade, há variados
tipos de dons para as diversas necessidades a nossa volta. Jesus nos desafia:
Qual é o tipo de pão que você carrega? Coloque-o a disposição do Senhor Jesus.
Sirva-o ao seu próximo. Não se preocupe com suas limitações. Obedeça passo a passo.
Jesus está no controle.
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ANEXO 3: SERMÃO DE 4 PÁGINAS
Introdução
Paulo nem sabe o que é fast food, mas ele certamente sabe o que significa o
crescimento dos falsos mestres, apostasia e cristãos buscando estes mestres segundo
as suas próprias cobiças.
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julgamento, e desta vez ele não conta com a sua absolvição (4:6-8). Seu único meio
de comunicação é a pena de sua caneta, com a qual ele escreve esta carta para o seu
companheiro e “Filho amado no Senhor” Timóteo. Seus pensamentos, dores e
preocupações se transformam em palavras na medida que suas mãos tremulas
escrevem a carta. Um tom pessoal e de despedida marca o teor da carta que vai se
transformando em uma espécie de testamento final do grande Apóstolo. Em suas
palavras finais Paulo declara: “Combati o bom combate, completei a carreira,
guardei a fé”.(4:8). Agora Paulo é um prisioneiro, logo mais será um mártir. (Stott, 9)
40
ainda ser jovem (1 Tm 4:12 e 2 Tm 2:22), é tímido de temperamento (2Tm 1:7-8;
2:1,3; 3:12; 4:5), propenso à doença, e mais inclinado a ser comandado do que a
comandar. Mas, é para este jovem pastor que Paulo passa a incumbência de combater
as heresias, a apostasia, os desvios doutrinários, a deturpação do Evangelho, e a busca
dos falsos mestres de acordo com a cobiça humana.
Paulo conhece Timóteo. Ele sabe de suas limitações. Por isso, antes de morrer, o
apóstolo faz quatro exortações ao jovem pastor, uma em cada capítulo da carta:
Guarda o Evangelho! (1:14); Sofre pelo Evangelho! (2:3,8,9); Preserva o Evangelho!
(3:13,14); e Proclama o Evangelho! (4:1-2). A ênfase central da carta de Paulo é a
Preservação do Evangelho. E neste capítulo final o apóstolo aponta para a
importância da pregação da Palavra frente ao crescimento das heresias, o abandono
da Sã Doutrina e a busca de mestres segundo a cobiça própria! O grande desafio da
Igreja, na verdade, não é o Império Romano, mas as heresias e os falsos mestres que
deturpam o Evangelho e ameaçam a Igreja!
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de consumo. Vendida em prateleiras como em supermercados. E o supermercado que
faz mais barulho na propaganda leva a maior quantidade de clientes.
Pregadores atuais usam a Palavra de Deus para o seu Bel prazer! Pessoas
motivadas pelo espírito humanista, egocêntrico e consumista que é típico da
sociedade contemporânea, buscam e encontram nestes pregadores palavras doces que
estimulam o desejo de consumir. Prega-se um Evangelho de consumo!
Mas não se engane pensando que este mal está restrito as igrejas Neopentecostais.
Muitos daqueles que se julgam “os guardiões da sã doutrina” também têm pregado
um evangelho distante dos ouvintes, descontextualizado da cultura, sem empolgação
e sem graça! Quando digo graça não quero dizer engraçado, mas sim sem pregar a
graça de Deus como resposta para a situação do ser humano contemporâneo. Em
nome de uma tradição de dois séculos passados pregadores “tradicionais” usam o
púlpito para fazer apologia de tradições e não do Evangelho!
E nós, como temos lidado com a Palavra de Deus? Eu quero falar com você,
aluno deste seminário que veio para cá porque um dia se sentiu vocacionado para
pregar a palavra de Deus. Quanto tempo você dedica ao estudo a Palavra antes de
pregá-la com zelo? O que você tem pregado para esta sociedade que busca apenas
ouvir apenas o que agrada o coração? Qual é sua mensagem para aqueles que estão
quebrados e precisam se encontrar com a Graça Deus? Nós temos um compromisso
com a Palavra de Deus. A nossa confissão declara que ela é a nossa regra de fé e
prática. Eu sei que não existe sermão perfeito. Mas é fato que existe muita porcaria
saindo da boca de pregadores televisivos e até mesmo de pregadores em nossos
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próprios arraiais! É por isso que heresias e deturpações do Evangelho se proliferam
como praga em nossos dias. Muitas pessoas estão abandonando a Sã doutrina e
correm atrás de mestres segundo os seus próprios interesses. É por isso que muitos
simplesmente apostatam da fé!
Mas nem tudo está perdido! Apesar do abandono da Sã doutrina por parte de
alguns que se dizem cristãos e seguiam o apóstolo Paulo; apesar do crescimento dos
falsos mestres no seio da Igreja; apesar de muitos buscarem os mestres segundo o
interesse próprio: A mensagem desta carta revela que Deus preserva o Evangelho
através da Pregação fiel de Paulo, de Timóteo. Não há perseguição ou oposição que
possa destruir o Evangelho. Mesmo quando Estevão foi martirizado e a igreja
espalhada, os discípulos intensificaram ainda mais o ministério da Palavra. Agora, a
Palavra de Deus, escrita pelas mãos trêmulas e algemadas do apóstolo Paulo traz para
a igreja um alento e um sopro de esperança. A esperança de que Deus está
vocacionando Timóteo para preservar e defender o Evangelho.
Deus usa o velho apóstolo para encorajar e exortar o Jovem Pastor frente ao
grande desafio de combater as heresias de sua época e preservar puro o Evangelho.
Um jovem pastor que aos olhos humanos pode parecer inapto para a grandeza desta
missão. Mas aos olhos de Deus é escolhido para levar adiante o ministério de Paulo.
Após ter encorajado Timóteo a Guardar, Sofrer e Preservar o Evangelho nos
capítulos iniciais da carta, o Senhor usa Paulo para encorajar Timóteo a combater as
heresias de sua época através da Pregação Fiel do Evangelho de Cristo. Paulo
escreve: Prega a Palavra! (4:2). Sim, Prega a Palavra Timóteo! Esta é a essência da
exortação final de Paulo. Pregar a Palavra! O verbo usado por Paulo para descrever
está tarefa é kerysso, que significa “Proclamar”. Dai vem o substantivo “Arauto”.
Paulo está dizendo para Timóteo levantar a sua voz sem medo e proclamar a Palavra
de Deus. As Escrituras do Antigo Testamento que Timóteo conhece desde a infância,
e o ensino do Apóstolo que Timóteo tem aprendido e seguido (3:10-14). Deus usa a
proclamação fiel e sem medo da Palavra como instrumento que para preservar o
Evangelho e continuar falando com o ser humano.
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Este é o meio que Deus escolhe para alcançar o coração perdido. Pois, segundo o
próprio apóstolo Paulo: “Aprouve a Deus salvar aqueles que crêem pela loucura da
Pregação” (1 Co 1:21). Em meio ao abandono da sã doutrina por parte de alguns que
se dizem cristãos, do crescimento dos falsos mestres no seio da igreja, e da busca por
mestres segundo o interesse próprio, Deus preserva o Evangelho através da Pregação
fiel de Palavra. A pregação da Palavra, segundo as exortações de Paulo, tem um
caráter urgente! Ele diz: “Insta, quer seja oportuno, quer não”; um caráter contextual
e relevante! Ele também diz: “Corrige, repreende”; E, por fim, deve ser feita com
paciência e compromisso - “Exorta com toda a longanimidade e doutrina”. É esse
tipo de pregação que Deus está motivando Timóteo. E através da paixão de Paulo
pela proclamação do Evangelho que Deus faz com que Timóteo também se inflame
com a Palavra. É através da Pregação fiel da Palavra, cujo caráter deve ser urgente,
contextual, relevante, e paciente, que Deus preserva o Evangelho.
Deus coloca isso claro na mente e coração de Paulo. É isso que o velho apóstolo
procura motivar no coração de Timóteo. Ele sabe que somente a proclamação fiel do
Evangelho pode transformar os corações humanos para glória de Deus. Através da
Pregação de Paulo e Timóteo Deus está preservando o Evangelho!
(Ilustração) Todos nós sabemos que João Calvino não era um homem de boa
saúde. O que lemos a respeito dele é que era um homem franzino e frágil, talvez
como Timóteo. Entretanto, ele foi grandemente usado por Deus para preservação do
Evangelho de Cristo durante o período da Reforma Protestante. Ele fez o que estava
ao seu alcance para divulgar a fé cristã e demonstrar a sua gratidão a Deus. Calvino
foi um escritor incansável. Além de escrever as Institutas, ele escreveu comentários
em quase todos os livros da Bíblia, bem como centenas de cartas e sermões. Em 1557,
Calvino permitiu que os seus sermões fossem impressos. Logo eles foram traduzidos
44
para diversas outras línguas. No seu comentário em 1 Tm 2:4 ele declara, “Nenhuma
nação da terra e nenhum segmento da sociedade está excluído da salvação, porque
Deus deseja oferecer o Evangelho a todos e sem nenhuma exceção” (Calvino, 21).
Calvino entendia que o Evangelho de Cristo é a única solução para a humanidade. E
através da pregação fiel do Evangelho, Deus usou João Calvino para transformar a
cidade de Genebra que vivia mergulhada em uma decadência moral e social. Em
setembro de 1541 Calvino retornou para Genebra onde morou até a sua morte em
1564. Sob sua liderança e através da sua Pregação, Genebra se tornou uma cidade
refúgio para pessoas que eram perseguidas por sua fé cristã.
Assim como Deus usou Paulo, Timóteo e João Calvino, ele continua chamando e
vocacionando homens e mulheres comprometidas com a sua Palavra. Deus continua
preservando o Evangelho através da pregação fiel de sua Palavra por parte da sua
Igreja. Não importa se existe perseguição ou oposição, não importa se pessoas
buscam a Deus com interesses pessoais e egoístas. Deus continua falando através da
sua Palavra, através da pregação sincera e fiel do Evangelho.
(Ilustração) Durante os dois anos que passem estudando nos Estados Unidos a
minha fé foi renovada e a minha disposição em pregara palavra foi fortalecida quando
ouvi o testemunho de dois alunos. Um Egípcio e uma Chinesa. Apesar das
perseguições que os cristãos enfrentam nestes países, o Evangelho cresce no Egito e
na China a Igreja tem surgido dos subterrâneos, pois Deus tem preservado o
Evangelho através da pregação!
Deus nos motiva a estudar com afinco a sua Palavra. Ele nos concede recursos
intelectuais, e a motivação necessária para nos aprofundarmos no estudo sincero das
escrituras afim de que possamos proclamá-la com fidelidade. Deus abençoa aqueles
que se dedicam a manejar bem a sua Palavra e usa servos e servas fiéis para preservar
e proclamar o Evangelho da Salvação. Pois, assim como Paulo ensinou: “Aprouve a
Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação”.
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ANEXO 4: SERMÃO DE 4 PÁGINAS
JESUS ESTÁ TÃO PERTO QUANTO NOSSOS BATIMENTOS CARDÍACOS!
Sermão em João 13-14
John Rottman
Introdução
As crianças fazem de tudo para não ficarem sozinhas no quarto escuro quando está na
hora de dormir. Eu soube de um garotinho que até desenvolveu uma estratégia para isso.
Mas seu pai, já precavido devido as suas inúmeras tentativas, lhe preparou um lanchinho,
leu uma historinha bíblica para ele, levou-o ao banheiro, é já um tanto quanto cansado
serviu-lhe um copo de água antes de dormir. Finalmente a criança se aquietou na cama
para dormir durante a noite. Entretanto, assim que o pai senta no sofá para assistir TV
uma voz vinda do quarto no fim do corredor escuro ecoa. “Pai, você pode me trazer mais
um copo d‟água?” O pai sacode a cabeça. “Não. Vai dormir, você acabou de beber água”.
“Mas pai, eu ainda estou com sede”. O pai chega ao limite de sua paciência. Com as
poucas energias que lhe havia sobrado se levanta do sofá, atravessa o corredor em direção
ao quarto, e dá um ultimato. “Ouça, você vai dormir agora. Se eu tiver que voltar aqui
mais uma vez você vai apanhar”. Aquilo deveria ter resolvido a situação; talvez tivesse
sido um pouco duro, mas isto lhe daria um pouco de sossego pelo resto da noite. Mas tão
logo ele se estica no sofá e encosta a cabeça no travesseiro, ouve novamente aquela voz
destemida. “Ei, paiêêê, quando o senhor vier aqui me bater, poderia me trazer um copo de
água?” Às vezes um pai do lado de fora do quarto não é suficiente. Mesmo um pai bravo
que ameace bater em seu filho deve ser melhor do que a ameaçadora escuridão. Quando
as trevas se tornam ameaçadoras e as sombras surgem, muitas crianças preferem ter
alguém com eles, alguém logo ali no quarto. (Transição Introdução – Página 1)
(Início da Página Um) Em nossa leitura bíblica para esta manhã, os discípulos de
Jesus estão reunidos e Jesus está com eles, ali mesmo na sala. Eles se assentaram na mesa
que agora está suja de migalhas de pães ásmos e copos de vinho vazios da Páscoa. O
cheiro de cordeiro assado ainda permanece na sala. Eles tinham visto e ouvido coisas tão
assustadoras e misteriosas que Jesus acabara de dizer e fazer. “Este é o meu corpo, e este
é o meu sangue...”. E Depois da ceia, ele os constrangeu colocando uma toalha em volta
de si mesmo, ajoelhando-se em frente de cada um e lavando seus pés. Apesar do
constrangimento por ele estar agindo como servo, o toque de suas mãos amorosas,
aquecia seus corações e sua presença iluminava o ambiente. Jesus estava com eles,
poderia o mundo estar mais perfeito?
Mas aparentemente nem tudo esta ok com o mundo à volta deles, e algumas coisas que
Jesus disse depois do jantar deixou-os nervosos. “Alguém vai me trair”. Ele tinha dito
isso em alta voz, apontando para Judas, e viu quando Judas saiu de mansinho da sala para
a noite. E depois ele começou a falar como se ele próprio fosse sair também. “Eu estou
indo embora”, ele disse, “e onde eu estou indo vocês não podem me seguir”. Ele iria se
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esconder ou suas palavras sinalizavam algo mais macabro? Alguns esperavam que ele
fosse o próximo a deixar aquele lugar e nunca retornar. Jesus certamente parece estar
dando dicas para algo sinistro, mas sobre exatamente o quê ele está falando?
Um dos discípulos, Judas, não o Judas traidor, mas o outro, levanta a voz. “Olhe Jesus”,
ele diz, “por que você não mostra para o mundo todo quem você é? Coloque as cartas na
mesa. Mostre isso para todos. Por que manter a realidade do seu amor e poder trancada
nesta sala? Por que não fascinar o mundo todo com uma rajada massiva de poder
milagroso? Você está nos assustando com essa conversa de nos deixar”.
Mas o que Jesus diz em seguida foi ainda menos tranqüilizante, “Eu estou lembrando
vocês de praticarem meus ensinamentos e amor enquanto Eu ainda estou com vocês, ele
diz, porque eu não estarei aqui por muito tempo”. Claramente, ele está partindo. E
mesmo enquanto ele tenta assegurá-los disto, no instante seguinte, ele anuncia que o
príncipe deste mundo está vindo. De fato, ele complementa que o príncipe deste mundo
não tem poder sobre ele, mas eles praticamente não escutam esta parte. Jesus pode não
ser tão franco como eles gostariam, mas duas coisas estão claras. Jesus está partindo e o
príncipe deste mundo, o diabo está vindo. (Início da Página 2) Nós sabemos como é
viver num mundo com poder demoníaco solto. Às vezes, me parece que esses poderes
estão mais distantes do que outros tipos de poderes. Por algum tempo a guerra no Iraque
parecia um conflito distante para mim. Como a maioria de vocês, eu escuto notícias de
homens bombas e explosões nas ruas, mas a morte e a destruição parecem acontecer mais
para lá.
Mas apenas há alguns dias atrás, o noticiário local começou com uma história de alguém
da minha cidade natal, Muskegon, Michigan, que foi morto na guerra. A TV tremeluziu
fotos da jovem esposa e do pequeno filho dele. Um clipe dele beijando sua família no
adeus. E com isso, a cruel realidade de que ele não voltaria mais para casa. Ele não
estaria presente no primeiro dia do seu filho no jardim da infância ou para o próximo
aniversário de casamento. E a dor e tragédia da guerra de repente tomaram uma face
humana. Mesmo que você possa pensar na guerra politicamente, eu tenho certeza que
você tem menos dificuldades do que eu em ver a mão do diabo em todo esse terrorismo,
violência e morte.
Ou talvez você tenha sentido a mão gelada do príncipe desse mundo mais perto da sua
casa. Na sufocante cinza da depressão ou nas correntes de ferro de algum vício. Talvez os
poderes soltos neste mundo se mostraram pra você num quarto de hospital. Ou como o
desmantelamento de um casamento diante dos seus olhos. Num mundo com poderes
demoníacos soltos, nós pouco nos contentamos com o pensamento de que Jesus está em
algum outro lugar. Poderíamos estar satisfeitos com Jesus a apenas um grito de distância?
Jesus um pouco sonolento e distante não é bom o suficiente. Com o diabo em ação no
nosso mundo e o medo ameaçando nossos corações, nós precisamos de Jesus conosco,
bem aqui na sala.
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(Início da Página 3) Os discípulos de Jesus podem sentir o medo crescendo enquanto
Jesus fala com eles sobre sua partida e a vinda do diabo. E nas horas que seguem a última
ceia deles juntos, seus piores medos se tornam reais. Todos fogem enquanto aqueles
poderes demoníacos brutalizam Jesus e esmagam a vida dele. E quando está tudo
terminado e ele foi sepultado, eles não têm dúvidas que Jesus os deixou para sempre.
Mas se eles estão abalados por causa da morte de Jesus, eles estão completamente
golpeados pela maravilhosa vibração do poder de ressurreição que varre suas vidas
apenas três dias depois. Quando eles se reúnem novamente depois da sua morte, Jesus
ressuscitado repentinamente aparece entre eles novamente, naquela mesma sala. Suas
palavras, “o príncipe desse mundo não tem poder sobre mim”, ressoou agora com a
realidade da ressurreição. E sua promessa que ele nunca os deixaria novamente e que ele
e seu Pai preparariam sua casa com eles, agora parecia não apenas possível, mas bem
próximo de acontecer. E a paz sobre a qual ele falou inundou o ambiente e infiltrou
profundamente em suas mentes. Jesus ressurreto, mais presente para eles do que eles para
os demais.
E aquela presença de Jesus nunca os deixou, nem mesmo depois que ele subiu aos céus.
Jesus e o Pai realmente fizeram morada dentre aqueles que pertenciam a Jesus. Quando o
Espírito Santo veio com poder, Jesus estava tão perto deles como se ele estivesse de pé
naquela sala. Tão perto que no dia de Pentecostes, ele os capacitou com o poder de Deus.
Tão perto que uma ordem em seu nome reparou as pernas de um aleijado e os fez dançar
de alegria. Tão perto que os governantes que os prenderam, maravilharam-se por causa
do seu espírito eloqüente e audácia. Tão perto que Jesus os moveu a compartilhar tudo
que eles tinham com os outros. Tão perto que antes que seus inimigos apedrejassem um
deles até a morte, sua face se mostrou como a face de um anjo. Depois que Jesus enviou
seu Espírito para fazer sua casa entre seus seguidores, Jesus estava mais perto deles do
que eles estavam de seus próprios batimentos cardíacos. Promessa cumprida.
(Início da Página 4) E o Espírito a quem Jesus prometeu e enviou, ainda vive entre
aqueles que amam e seguem Jesus. Pelo poder e presença do prometido, Jesus continua
fazendo morada permanente naqueles que pertencem a ele. Então quando os discípulos de
Jesus se reúnem, ele ainda está lá com eles, lá mesmo na sala. E às vezes esta presença é
tão palpável que você pode senti-la.
(Ilustração) Um dos meus colegas estava me contando sobre o que aconteceu com seus
pais durante a guerra. Conforme a guerra se prolongava, se tornava mais e mais difícil de
se conseguir comida no lugar onde eles moravam na Holanda. Mas o Natal estava
chegando e a avó do meu colega conseguiu estocar comida suficiente para fazer uma ceia
natalina. Ela até conseguiu uma laranja para as crianças dividirem. Mas quando eles
estavam prontos para sentar, eles ouviram batidos na porta. Do lado de foram estavam
dois soldados nazistas que forçaram a entrada na casa.
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“Nós queremos que vocês nos alimentem”, eles ordenaram. Mas esta comida é para as
crianças, a avó respondeu. Um dos soldados tirou a pistola do seu coldre e disse, “então a
gente só tem que matar as crianças”. Claro que a mãe se inclinou para trás, as crianças se
dispersaram, os nazistas sentaram para comer o jantar da família. Enquanto tudo isso
estava acontecendo, o pai foi discretamente para a sala ao lado e sentou-se no velho
órgão. Enquanto os soldados começavam a comer, ele começou a tocar um hino
conhecido composto por Lutero. Eram as palavras conhecidas de um Salmo, adaptadas
para a música, Mas com uma guerra acontecendo, dois soldados nazistas ameaçando-os
violentamente enquanto devorando a ceia de Natal da família, uma doença mortal parecia
estar prevalecendo onde não se podia ver Jesus.
Mas quando a música chegou à cozinha, alguma coisa estranha aconteceu. A mãe notou
uma mudança nos seus indesejados visitantes. Eles pararam de mastigar e lágrimas
começaram a rolar em suas faces. Eles conheciam aquele hino. Era um que eles cantavam
nas suas casas em volta da mesa de comunhão com amigos de Jesus. E de repente uma
realidade tão palpável e real encheu aquela sala que os soldados se viram convidando a
família para se assentar à mesa. Juntos eles compartilharam a Ceia de Natal enquanto o
Espírito Santo – presença mediadora prometida de Jesus saturou o ambiente. Jesus
fazendo sua morada com aqueles que o amam e o seguem.
Eu tenho visto evidências da sua presença tantas vezes nas últimas semanas. No amor de
uma mulher de meia idade que faz doces caseiros e entrega para seus vizinhos na véspera
de Natal. Na lealdade de um homem que cuida do seu ex-condenado irmão que foi
espancado até se tornar deficiente por uma gangue vingativa. Na generosidade de um
homem que espontaneamente paga a hipoteca de um casal idoso. Em comidas,
condolências e hospitalidade. Discípulos de Jesus fortalecidos pela presença viva daquele
que faz sua morada conosco.
(Conclusão) Fique atento a sua presença. Em casa. No trabalho. No louvor. Ouça-o
falando de suas promessas. “Não tenha medo”. “Minha paz eu te dou”. Aquele que
morreu e ressuscitou, fez morada em nós. Com toda a certeza de que ele estava com
aqueles discípulos, ele também está conosco, bem aqui nesta sala. Ele está sempre
conosco, mais perto do que o nosso coração palpitante. No nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
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