Geada
Profundidade e Razão
Meu maior castigo, ao que se refere à vida, foi a
desesperança. A geada, aos poucos, desafiava a lei universal
da gravidade, levitando levemente em um movimento infame,
que pouco lembrava o natural movimento sob o ar gélido. E
assim, a alma abatida caía em seus desvarios. A
desesperança é definida como o momento em que o espírito
reconhece a desfaçatez do ser, restando apenas a assinatura
do corpo.
E cá estou eu, no território onde esta minha hipótese é
comprovada por muitos. Um cemitério, o lar dos sonhos,
talentos e aspirações mortas. O lar da desesperança de
permanecer neste mundo finito e material. Meu nome não
interessa ao leitor; chame-me apenas de Escritor, pois, o sou.
Se sou homem ou não, se sou jovem ou velho, saiba apenas
que sou, com a mais convicta afirmação, um humano. Nestes
últimos dias, ao decorrer do caminho do sol e das aparições
sublimes do luar, estive a labutar em um projeto de lágrimas
convertidas em palavras. Para este propósito, fui a Londres,
a um cemitério, para extrair dali o sumo de minhas
inspirações. E cá estou, sobre a neve alva de Londres, em
meio ao lamuriar de parentes e amigos. Li uma vez, em
minha tenra idade, sobre as artes que os ingleses faziam nos
territórios onde enterravam os corpos de seus parentes… era
então um lugar perfeito. Ao chegar à maioridade, visitei os
parentes de minha mãe, uns vinham da Itália e residiam lá…
Assim, estive nos cemitérios de lá.
Incidente em um Trem
Após minhas observações na viagem a Londres, em apenas
30 dias e 30 noites, já me encontrava na estação de trem em
Paris, na França, onde havia negociado um lote e uma casa
simplória, ao estilo peculiar da decoração habitual francesa.
Apesar de poder viver um modo de vida considerado caro,
como escritor, coloquei-me em situações em que, da
simplicidade e realidade destas, extraí o sumo da literatura: a
vida.
A estação estava envolta em movimentos céleres dos passos
dos cidadãos que iam e voltavam, seja da estação ferroviária
ou de lojas e escritórios no centro da indústria francesa. O
local era precário, sujeira e possíveis fontes de doenças
espalhadas por cada milímetro. Diálogos, intrigas, cobranças
de dívidas e os fenômenos sociais que o ajuntamento
humano proporciona. Destes, eu não participaria, apenas
contemplaria e analisaria como o habitat natural das
inspirações para novas narrativas.
Todos vestidos de casacos, cores sóbrias, o desânimo
evidente no rosto dos desfavorecidos, que eram majoritários
no público. Mendicantes, artistas, trabalhadores, procuradores
de emprego, ladrões, vendedores, todos roçavam suas roupas
de grosso tecido pela estação em excedida lotação.
Lembro-me claramente desse dia fatídico… nós, com a
constante sensação de estarmos sozinhos neste mundo
agitado, porém de grande forma trivial… Procurando pela luz
do dia… Após o triunfo da morte se instaurar pelos campos
trabalhistas. E perdemos mais homens por falta de condições
de sobrevivência do que em uma guerra no século 14.
Nisto eu meditava, com o rosto em relaxada posição, tanto
que um homem me perguntou a causa de eu apresentar a
semelhança de uma face cadavérica, estando vivo, respirando
e de pé diante de seus olhos. Talvez fosse a mudança
climática… ou as horas em que pus-me a ler ao invés de
conceder ao meu corpo a pequena morte que chamamos
sono.
Pestanejava, de fato, porém, não deixava de estar desperto.
Três homens se penduravam nas extremidades do trem em
movimento.A causa? Não tenho ciencia. Um deles escalou
até o topo e se equilibrou ali. Em um repentino movimento,
desequilibrou-se da plataforma, enquanto os restantes
mantinham uma abrasada discursão entre si E após isto, a
visão que se seguiu assombrou os olhos de todos os
presentes:um homem, sua carne enegrecida, um homem…
com a estatura próxima a 1,80m, Seu corpo repleto das mas
feroses queimaduras. O som, seus gritos agonizantes ,
poderiam ser ouvidos à metros de distancia. Os outros dois
restantes, ao verem o ocorrido, horrorizados, puseram-se a
sair do local, descendo…
No recinto de um escritor
Nas próximas semanas, pus-me a meditar acerca de coisas
profundas que invadiram minha alma após o trágico
ocorrido. E assim, começaram o que se perpetuaria em cerca
de 5 dias; meus desvaneios de escritor clássico. Do erudito à
mais profunda essência crescente que se encontra no âmbito
humano, na complexidade de nossas mentes não físicas, pois,
onde poderia residir a mente, senão no âmbito não natural
das coisas? Pegue um corvo e diga-me, onde reside sua
mente? Mate-o! Disseque-o! E digam-me! Onde reside a
consciência animal do ente? Ou faça como os primeiros
estudiosos da mente humana, e traga-me o animal com o
cérebro mais próximo do de uma criatura humana. Faça o
mesmo com o corvo! E diga-me; onde reside a consciência,
mente e inteligência deste?
Nesta subiteza natural do movimento da morte, da potência
do ser do não ser. Metafísicos! Que me tragam ao
entendimento de minha condição e à condição daquele
homem. Em mim se manifestara um imenso prazer no não
ser de minha existência, não este não ser da corrupção da
matéria, como bem chamam morte. Mas um não ser que se
despe dos adereços da forma física, da forma que nos
sinaliza existência, forma e sombra da essência.
Sendo assim, não me gloriava na catarse da não existência,
mas sim no súbito momento em que deixei de ser para ser
em essência que em meu espírito sem forma era, porém não
vazio, mas sem forma, de uma concentrada essência de que
de fato eu tinha certeza do que eu era, porém sem a certeza
de como se manifestaria em forma no mundo material. Eis
coisas além da compreensão humana! Que apesar disto,
fazem parte intrinsecamente desta, e apenas desta
dependemos para compreender.
Após os acontecimentos anteriores, os cidadãos franceses e
as autoridades se certificaram de que o cenário da estação
ferroviária não se repetisse, impondo proibições para que
interrompessem tão arriscadas atividades de quaisquer partes.
Em sua maioria, estes não eram apenas jovens, mas homens
de já avançada idade que, ao meu ver, não reconheceram o
passar dos anos.
O homem, quando não tem noção das consequências ou da
fragilidade de sua existência, tende a seguir de forma
imprudente em sua pouca estabilidade vital, seja nos
negócios, conversas, interações sociais de todo tipo ou forma,
ou talvez seja apenas... a falta de reconhecimento da morte
em sua essência.
A natureza humana em si rejeita este conceito, quando a
consciência do ente racional não se encontra em estado
maduro. Aos poucos, o espírito, que não depende do tempo,
torna-se velho, não levando em conta o tempo material, mas
sim a sequência dos fatos que o levam a este estado,
resultando na percepção, talvez da realidade em si... uma
sombra desta, quero dizer. Pois, afinal, não é tudo que
sabemos e percebemos um resultado do que tivemos contato
neste mundo? Apesar de que... em nossos interiores, não
sendo a moral, não sendo a ética social, mas algo no íntimo
de nossos seres nos guia para a sombra do que temos o
razoável conceito de verdade.
Encontro com um velho amigo
Meus cinco dias de surto literário passaram-se, uns
preenchidos pelo labor de minha atividade, outros sendo
abençoados com a sabedoria de outras mentes, permitindo-
me indagar acerca de ideias mais altas. Após me preparar
para publicar os escritos, recebi a carta de um velho amigo,
na verdade, meu único companheiro que compartilhava as
mesmas ideias e hábitos. Era chamado Sr. Roch, e minhas
melhores criações eram sempre lidas por ele, meu mais fiel
leitor. Éramos da mesma formação universitária há
pouquíssimos anos, e na época em que tive nove meses de
mentoria com meu mestre e referência intelectual, Sr.
Norman, tornamo-nos ainda mais próximos.
Sr. Roch era um homem extraordinário, menos peculiar que
a mim, que de bom grado impulsionou-me a abandonar meus
estranhos vícios juvenis que impediam-me de viver e agir
plenamente sem meus relativos consanguíneos parentes
indicarem algum algo errado em minha configuração mental
ou física.
Havia pouco tempo que ele havia perdido sua esposa para a
morte. Comunicávamo-nos por cartas, e muitas vezes ele
apenas expressava sua tristeza e desolação. O único consolo
plausível que ele aceitava em resposta era: “Afirmativo,
amigo, compreendo, prossiga no próximo verão.” As
eloquentes cartas de companheirismo e tal empatia nivelada
à sua dor não eram bem recebidas por ele. Puro
pragmatismo. Quão excêntricos são os gostos de cada
indivíduo em relação a apoio nestes complexos momentos.
Porém, eu o conhecia muito bem, e assim, não era complexa
a técnica desenvolvida pelo conhecimento dos anos de nosso
fraternal relacionamento, a qual eu fazia uso.
Após a formação da qual ambos nós fizemos parte, meu
íntimo companheiro fez uso de seus conhecimentos e, com
agradabilíssima eloquência, redigiu uma palestra na
universidade central, capturando a atenção de muitos jovens
que eram íntimos da curiosidade que poderia ser sanada pela
mente engenhosa de Sr. Roch. Entre todos esses que o
seguiam, restaram apenas seus doze pupilos, jovens carentes
não só de conhecimento, mas, em sua maioria, de uma figura
paterna. Apesar da morte de sua graciosa companheira, Sr.
Roch não dera motivações ou objeções para que fossem feitas
quisquer interrupções em suas lições que eram dirigidas por
um método de mentoria das escolas aristotélicas. Apesar do
protest de seus próprios alunos, que observaram a condição
de seu mentor.
Porém, em um momento, um terrível mal o acometera, um
mal que não lhe permitia prosseguir com as lições ou com
quaisquer atividades, fossem no ramo acadêmico ou em
outros âmbitos. A academia lhe dera um tempo para se
recuperar, e a carta falava exatamente sobre este assunto.
Dos treze, um de seus pupilos não chegara a estar formado
em totalidade para presidir aulas como mestre. E este meu
caro amigo era mestre de mestres. No relato, descrevera um
jovem de inteligência afiada, porém, muito influenciado pelas
novas ideias de seu tempo, o que nublava seu perfeito juízo,
influenciando-o em seu aprendizado e julgamento das obras
lidas e das lições redigidas pelos colegas e pelo mestre.
E após descrever com grandes detalhes os hábitos e
caracteristicas do mancebo pediu-me um favor acerca disto:
“Teu temperamento passivo muito se amoldaria à constante
pertinásia do rapaz, e sua convicção em seus estudos
redigidos da qual a teimosia seria caracteristica se não
fossem bem fundamentados seus argumentos, isto muito
aprecio, e o jovem Mason poderia estar completamente
formado no final deste semestre.”
Mason era um jovem de constituição coerente com seus
ídolos liberalistas, uma constituição robusta, com uma voz
que ressoava com seus argumentos de uma enormidade
correspondente à sua perspicácia e inteligência. Eu o vi, certa
vez, em um congresso de nossa sociedade científica. Era um
jovem em evidência, admirado por muitos, que trazia as
maravilhas das novas ideias deste novo século como o
paraíso desta nova era. Ri comigo mesmo; mal sabia o pobre
rapaz que essas ideias já foram velhas, já foram descartadas,
e, dessa forma, para esta geração, voltavam a ludibriar as
jovens almas.
O maior assombro da jovem mente inteligente seria outro,
que conte qualidades das quais estava privada. Não somente
ele se surpreenderia, mas eu também, ao saber e contemplar
que nossos tempos sobre esta terra eram da mesma contagem
de dias. Passei tantos anos afastado de mancebos de igual
idade que, dessa forma, muito me assombrei com sua
mentalidade, para mim retrógrada, enquanto passei tanto
tempo com pensamentos elevados de meus colegas e
instrutores. No entanto, não vejo aqui de forma alguma
oportunidade para desmerecer o rapaz; apenas digo-lhe que
ele era de uma afinada inteligência e astúcia nas palavras,
mas de conhecimento ele não via sentido nelas. Ri-me
novamente, ao lembrar como esses jovens argumentadores
são imprudentes, esquecendo-me que eu mesmo era um
destes neste exato momento.
Não há em ti razão.
Certa feita, estávamos nós perante as obras de Kant.
Apresentei-me como seu tutor substituto. Este não deu muita
importância a esse fato e prosseguiu com sua leitura. Era a
terceira hora após o meio-dia. O cheiro das páginas agradava
meu ser e relaxava meus neurônios. Assim, lidava eu bem
com o comportamento desrespeitoso do rapaz. Minha
tumultuada mente me levou para longe por alguns
momentos, e então voltei-me para o mancebo.
Caro Sr. Mason, como lhe disse, sou seu mentor substituto,
aquele que o guiará em seus estudos enquanto o Sr. Roch se
recupera de sua perda e dos males que acometem sua saúde
física.Hum...
Respondeu-me ele. Então, suavemente, prosegui:
De início, pergunto-lhe:
Finalizou as leituras previstas para este semestre? Desejo
acompanhá-lo nas interpretações.
Não tenho intenções de perder meu tempo com prosas
latinistas.
E assim iniciou-se a discussão com mais intencidade da qual
já fui parte.
São os fundamentos de nossos conhecimentos na
academia; por que não os apreciaria?
São retrógrados e religiosos.
Não penso assim.
Pois tens alma de velho.
Certamente a tenho, porém, não creio que isso seja a
causa.
Talvez devesse substituir o latim pelo inglês, como dizem
os Nova-Iorquinos.
A língua comercial da nova era, percebo eu.
De fato, mais necessária.
Não penso assim.
Estás a perder.
Talvez tu o estejas.
Pedes clemência aos mortos.
Talvez porque não saibas fazê-lo.
O que queres dizer?
Não sabes latim.
Caro, eu sei!
Pois não parece-me.
Por qual motivo?
Não está aparente em suas grades acadêmicas. Não tens
latim, e envergonhado és disto. Não omitas isso de mim,
teu tutor
Tropeços em teus caminhos.
Estava eu em introspectiva atividade de escrita e logo
encontrei-me com outro conhecido, considerado fraterno
amigo, Padre Tuor. Na época em que nos conhecemos no
seminário de meu mestre, este não era padre, porém fora
levado para o ministério após sua formação.
Dos mais próximos, este ocultara manter contato comigo,
pois sou protestante. Topei com este na saleta de professor, e
este, mui surpreso, estava de meu novo ofício na academia.
Se encontrava também com uma expressão estupenda, e isto
de imediato notei. Calorosa fora nossa abordagem, como em
todos os nossos encontros. Aqui registro nossos diálogos e
interações, porém disto ninguém além de mim e este tinha
ciência.
Caríssimo, senhor! Dessistiu de sua reclusa vida e pôs-se a
abençoar a vida do jovem mason com seu profundo
intelecto? Certo estava eu.
De fato, o faço. Porém fora perante a carência do outro
mestre de ajuda.
Sim, bem sei disto.
Por qual razão seu rosto se encontra assombrado, amigo?
Não queres saber. Fui a uma ópera para ouvir a execução
do Requiem de Mozart. Porém, ao invés disto, encontrei-
me assistindo à interpretação de uma dita obra nobre, que
não passava de profanidade, deves ter ouvido falar:
“Carmen”.
Bem sei qual é esta. Os mancebos gostam muito dessas
obras “do povo”. Obras das quais quaisquer ouvidos podem
agradar-se das belas melodias, porém não penso eu que
enriqueçam o espírito cristão.
De fato, outro escárnio fora no trecho da peça . Ri-me
comigo mesmo e me retirei do plano imediatamente.
“Artes”.
De fato.
Senhor, muito agradável fora o conhecimento de que nos
encontraremos com mais frequência nestes corredores
acadêmicos. Dirijo pequenas aulas de latim a alguns
alunos dentre estas saetas.
Se a primeira fora agradável, saibas que a segunda nova é
agradabilíssima! Estou em responsabilidade de um aluno
que nada sabe de nossa estimada língua. Podereis ajudar-
me acerca deste trato?
Sim! Com toda certeza estarei de pronto a ajudar-te, meu
caro.
Não sabes como aquele mancebo pode adentrar as salas
da academia mesmo sem o conhecimento do vocábulo
fundamental de latim.
Disto o sei. Senhor Roch, com suas pragmáticas respostas,
tem o coração de uma mãe ao ver seus filhos ingressarem
para expedições marítimas. Deixara o rapaz entrar para
aulas particulares pois se impressionara de seu intelecto
em filosofias políticas, e deixara o jovem desdenhar dos
fundamentos da educação.
Exato.
Todos conhecem o menino Mason.
Disto sei.
Sabes porque não chamo a ti menino?
Diga a causa, caro amigo.
Pois tens alma de velho.
Disto já me disseram.
Sei bem.
Bom, já me vou.
O amor de Maria seja presente em tua vida.
Que a paz de Cristo seja convosco.
E assim, encerramos. Sem assim, perdermos o ensejo de
tentar converter um ao outro à sua respectiva fé.
Nunca irei, pois, junto a ele, à missa, ou este concordar em
minhas impressões às solas de Lutero.
O jovem Mason não passara de uma sombra do que
costumava ser em algumas semanas, sua teimosia e sátiras
referentes a tudo que eu lhe comunicava. Ao invés disso, o
mancebo se via com a cabeça abaixada, e muito febril estava
o seu semblante; profunda era a escuridão que envolvia seus
olhos e este recebia com compreensão e complacência minhas
lições. Fizera 4 dias desde que este iniciara as lições com
Padre Tuor, e 2 semanas que havia dado início às minhas.
Tínhamos como estudo atual a obra na tradução francesa de
Newton “Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica” ou,
de melhor forma, transcrevendo para a língua nativa do
rapaz, “Principes mathématiques de la philosophie naturelle”.
Oh! Sir. Newton, foste esse meu mais venerado mentor de
minhas horas vagas envoltas em seus escritos, se não fosse
tão profunda a impressão de não credibilidade e decepção
que seguiram meu conhecimento após as guerras do cálculo.
Britânicos sempre tentando ser os primeiros na ciência
exata… O que será da fama de Leibniz quando este souber
que muitos fizeram as investigações necessárias para
constatar que Newton seria o primeiro “descobridor” nestas
tão inexploradas terras da complexidade lógica?
…
Reluzir da jubilosa esperança.
Ó drama que se desenrola pelo cruel e gentil palco da vida!
Eis suas vítimas a interpretar apaixonadamente seus papéis
de desgraça... Eis a alma peculiar, o espírito pensante e triste,
que habita em alguns; eis a bênção da ignorância aos
intérpretes. Eis os que formulam o repertório, eis os que
apenas o contemplam. Eis o palco a desmoronar, eis o teatro
em chamas que consome os pecadores.
Nisto meditava minha mente ao observar as grandes
tragédias e inquietações que envolviam as narrativas
verídicas ou não, que sempre põem em alerta os habitantes
franceses de tão agitada cidade. Mason fora passar seu
recesso no interior de uma vila medieval no sul da França.
Quanto a mim, internei-me no espaço do qual mais
carregava meu apreço, a Biblioteca Nacional.
Passei dois dias inteiros entregando-me à leitura e
esquecendo-me dos dramas exteriores, apenas para adentrar
nos acontecimentos referentes aos meus livros. Havia lido
cerca de cinco obras de grande qualidade, e meu espírito
estava alegre após essa submersão. O céu tornara-se mais
claro, a beleza nos detalhes ainda mais evidente para meus
olhos, o respirar e inspirar tornaram-se tarefas mais
apreciadas. Eu exclamava:
"Ó como sou jubiloso! Feliz! Bem-aventurado! Como esta vida
tem uma beleza tão íntima e pura, essencial!" Estas são as
alegrias mais extremas de minha vida; nem a visão do
tesouro mais estimado se compararia à minha alegria ao ler
em minha calma paz, da qual aprecio muitíssimo, e que
poucos têm a fortuna de obtê-la. Imersão literária? Mais do
que isto, uma elevação espiritual! Uma catarse suprema!
Após estes dois dias, que separo entre meus meses de
trabalho, minhas obras reluzem como cristais entalhados das
artes mais elevadas. Transbordo de alegria, júbilo, inspiração.
Mundos ilusórios
De quando a alma se esvazia e do restolho desta resta o
poeta, que nada sente, pois tudo o que vive é a sombra do
que se move, sem mexer-se de fato. Tudo o que transmite é
da firme fé que provém das gotas de orvalho, o odor úmido e
acolhedor, que fez o ambiente propício para construir estes
ilusórios mundos. O misto da dualidade crescente entre o
real e o desconhecido. A euforia resultante do impacto de
seu humor cálido.Como ramos da várzea fértil… floresça,
floresça, cresça, desenvolva-se de forma que você se torne eu
e a beleza desta minha obra. Pudera eu colher os frutos de
teus ramos…
Mason voltara de seu retiro. Sr. Roch fizera negócios com os
donos de uma antiga ópera e a demolira para uso do terreno
desta. Eu havia publicado os produtos de meu surto literário
e debatido com comentaristas inoportunos nas revistas
literárias. Sr. Norman anunciara estar enfermo... Enfermo!
Meu mestre! O pai de meu intelecto e autor de meu maior e
mais profundo apreço pela literatura. Todos aqueles na
academia que haviam passado por este, seja em um dia de
palestra ou em anos de mentoria, puseram-se a visitá-lo em
sua residência. Eu não estava entre estes! Ah! Como me
arrependo de ter me isolado nas últimas semanas! Tuor
poderia ter cumprido a tarefa de me deixar avisado... e lá
estava eu, como um cervo nos faróis, com minha expressão
assombrada ao tomar conhecimento da notícia. Deixei o
escrito em pena sobre a pequena mesa em minha saleta de
estar. Após um longo período de retiro, lá estava eu,
correndo em ritmo célere entre as grandes multidões nas
ruas mercantes até a residência atual de meu caro amigo, Sr.
Roch. Em verdade, sempre fora a residência deste e desta
nunca se desfizera. Surpreendentemente, encontrara a luz
clara e sublime a atacar meu pálido rosto, que se privara
dela por tantas semanas. Estava eu em um local de aparência
desgastada, com a atmosfera pesada, o pequeno jardim
descuidado e as roseiras mortas. Uma casa bem estruturada,
de tamanho médio a grande, com suas paredes longas e altas
e sua coloração cinza. Ao adentrar, longas tapeçarias ao
estilo barroco em bordados, obras da esposa do senhor Roch.
Quais fluxos de pensamentos corriam na mente deste ao me
enviar aquela mensagem de forma tão abrupta? No final da
não tão eloquente carta, eu vira a sentença:
Venha quando puder, se não, não venha. Estou a cuidar de
uma calopsita.
Quando estávamos em mentoria com o Sr. Norman, o termo
“estou a cuidar de uma calopsita” era o que utilizávamos
quando nos afugentávamos nas pequenas desventuras a
estudar mineralogia. Estava claro que, em meio ao caos, meu
caro amigo havia estado recluso a dissecar os mistérios da
ciência daqueles compostos inorgânicos.
Ha! Busca a paz! Sim! Faça-o!
Neste momento, excitei-me em adentrar em seu recinto
central, aquele em que ele passava a maior parte de seu
tempo. Estendi a extremidade superior de meu membro
superior direito e fiz com que causasse um estrondoso
impacto no plano amadeirado da entrada da saleta. Meu caro
Sr. Roch… embebedado em suas lágrimas… o semblante que
refletia a miserabilidade de sua existência, causada pelas
abruptas perdas.
O homem assinalou para que eu iniciasse a minha entrada
no plano. A pequena saleta, com tapeçarias cunhadas em
bordado, assemelhadas às da entrada. Olhou para mim, para
a profundidade de meus olhos. Aquele ancião velho! Aquele
bondoso velho! O Criador sabe o quanto minha alma sentiu
tamanha misericórdia de sua condição.
Mandou-me sentar, não com suas palavras, apenas um sinal
breve.
Assentei-me.
Calei-me com mais intensidade do que já me calei.
Olhávamos para a lareira… contemplávamos as chamas do
fogo, até que nossos olhos se perderam nele, e de nada mais
lembrávamos, além dos desvarios leves que nossas mentes
nos levavam. Passou-se tempo... não devo me lembrar de
quanto. Não recordo se passaram horas; não carregava
relógio de bolso, nem meu fraterno amigo… apenas
sentávamo-nos em completa ausência de qualquer vibração
sonora.
Esta vida não irá além da profunda desesperança. Esta é a
condição humana, apenas pequenos intervalos de falsa
alegria, e logo nos encontraremos a perder aquilo que
pensamos estar em nossa posse. No momento seguinte a esta
constatação, o ouvi falar em alto som e voz:
Sucumbirei à morte amanhã!
No seguinte dia.
E não morrera. Graças ao nosso supremo senhor e Criador!
Porém um infeliz homem era este meu fraterno amigo. O que
faz a minha pessoa aqui? Que obra útil faria acompanhando
este senhor em seus profundos desvarios? Isto indaguei a
mim mesmo. Com esta mão trêmula direcionei-me à parte
superior do membro mais elevado esquerdo do professor.
Fechei esta, e pela derradeira vez nesta década…fixei meus
lumes no olhar de outro ser humano…fixei-os, e assim, vimos
um a alma do outro, tão veemente, que senti sua plena dor…
e este, sentiu minha excêntrica paz carregada de melancolia.
Duas carruagens estavam localizadas na parte externa da
casa… isto como um indicativo de movimentação nesta. A
residencia de Sr Norman é mui familiar para a maior parte
da cidade, este mesmo quando era considerado um professor
de grande renome dava aulas de alfabetização infantil em
sua saleta, onde corrigia as provas dos alunos da academia.
Onde eu mesmo havia passado uma boa carga de anos de
minha tenra juventude.. Nos introduzimos no local repleto de
alunos, do mais antigo ao mais novo de professor Norman, e
seu irmão…em seu leito onde esteve adoentado pelos últimos
tempos. E este, estava sorrindo…algo de uma raridade
preciosa, era este nosso mentor a sorrir, apesar de vermos
relances de seu bom humor, este, sempre mantinha sua
expressão grave para que fosse mantido o respeito por este
entre os alunos.
Estou muito pronto para minha transição, alunos... Não
choreis. Por que estais com semblante caído? Estou em
perfeito estado, sabeis disto. Quero que sorriam. Não
morro com dor e sofrimento.
Disse nosso caro Sr. Norman.
Ah! Se não está louco?
Exclamou seu consanguíneo.
Ao menos antes da morte, finge escutar-me.
Não o farei se prosseguir a dizer tolices! Toda sorte de
sabedoria sai de tua boca pela vida e, na enfermidade,
vem com estes devaneios!
Esta é a verdade, patife! Nunca me escutas! Nem mesmo
meus ensinamentos!
Sou mais inclinado a morrer do que a ti!
Pare de falar bobagens, velhote. Sou mais velho do que tu.
Nenhum destes finge ouvir-te.
Bem o sei. Ficam a me olhar como se fosse um mísero
cão moribundo!
Eu repito! Não vais morrer!
Pois vou!
Como vais?
Todos vamos.
O que? Bah! Pare de brincar comigo! Não vais! Não é hora
disto!
Existe hora?
Não estás tão gravemente enfermo!
Pois estou! Não quis cursar medicina, agora, quando nosso
médico diz ser grave, não acreditas!
Sabes bem por que não o fiz!
Já não somos mais jovens para discutir isto…
Atrevo-me a dizer que nunca o fomos!
Afirmativo, irmão… afirmativo…
Seu semblante variava entre um sorriso sereno e o olhar para
as paredes da sala, para cada aluno diante dele, com
semblante repleto de dor e, por outro lado, uma gratidão
transbordante.
Pensara que só fizera inimigos! Ha!
Apenas se estiver se referindo à vida, se a rejeitas!
Não te importes com esta! É uma impostora! A verdadeira
já aguarda-me.
Por qual espécie de motivação queres morrer?
Disse-me que já é a hora!
Quem diabos?
Se não entendes nem sabes, não estás preparado para
morrer. Não morreste a primeira vez, não terás a segunda.
Estás a delirar…
As lágrimas brotavam dos olhos do velho senhor, mas
concomitantes com uma elevação sutil nos cantos de seus
finos lábios, indicando que esses mares de discussões haviam
sido navegados durante suas vidas… Porém, sua profunda
fraternidade fora cunhada por fios de um amor fraterno
firme e eternamente interligado.
Localizado atras de mim estava Mason, calado perante
outrem, porém , de todo, mui incomodado com a situação
disposta à sua frente, ouvi-o resmungar e baixo tom para que
mandassem “ os velhos calarem-se e que expulsessem a
verdadeira situação em respeito a todos que ali
compareceram, pois toda a academia estava ali, todos os
mentores e as aulas foram interrompidas por esta causa”.
Como se este prestasse dedicação em pensamentos acerca da
academia e seu cronograma academico! Porém ,, nada
comentei acerca disto.
Sr.Norman aparentava estar em perfeita saude, apenas salvo
do fato de estar cego de um dos olhos, porém nada que
comprometesse realmetnte a funcionalidade de todo. Sua
enfermidade manteve oculta , desta apenas seu irmão tinha
conhecimento.
Exclamara Sr.Norman
Não quero que tenham lembrança de pesar, e dizer e
exclamar; Oh! Morreu disto ou morreu daquilo! Pobre
senhor! Não! Que vergonha! O que souber que cala-se!
Perda de tempo…Onde esta a menina? Ah, sim..esta a
colher flores, fala pra esta não prantear como uma das
Marias..sh! diga que não deve… Se fizer diga que não a
deixarei mais colher as flores do pequeno jardim.
Dissera então
Vá chamar Lucille!
Disse o filho deste:
Mandaram chamar a moça, mas só chora!
"Mande que pare! Quero falar com ela."
No mesmo instante, o velho ancião fixou seus olhos em mim,
e eu me vi diante dele.
"Quero lhe pedir um breve favor, Sr.-----."
"Recorda-se de mim?"
"Como não?"
"Honrado. Qual seria o favor?"
"Lucille, minha sobrinha-neta, necessita de instrução."
"Claro, não há objeções."
"Agradecido. Ah! O jovem Mason é teu aluno?"
"Afirmativo…"
"Gostaria de falar com este. Permite?"
"Claro, o senhor é a hierarquia máxima em nossa academia.
Todos os nossos alunos são seus…"
"Ha! Agradeço, porém, são teus, filho. São teus. Ah… como a
maçã não cai muito longe da árvore…"
"Perdão?"
"Ah, sim, o pai de Mason."
"Conheceu-o?"
"Há muito."
"Não tenho muito conhecimento acerca do passado deste, a
não ser referente à sua vida acadêmica."
"Peço que não busque conhecimento acerca disto no
momento."
"Como não?"
"Não deixe-se influenciar pelos possíveis desdobramentos
disto…"
"Então… quando?"
"Tardiamente… tardiamente…"
"Não devo me influenciar?"
"Certamente não. Conhecerá o aluno pelos seus resultados,
como recebe o conhecimento que o senhor detém."
“Mui grato, senhor.”
“Nao penses nisto, agora deixe-me falar ocm o rapaz, esta
bem?”
E assim fora de encontro com Mason, em vez de Mason ao
encontro deste. Os lumes um do outro lançavam olhares
cumpleces ou não em contemplativa atividade do ser em
analise, como pare que me atentasse à interação Sr. Norman
olhara de forma sutil para a minha pessoa e sinalisara
q=para que eu não interrompesse o diálogo, apesar de haver
grande probabilidade de Mason proferir alguma palavra
condenável aos meus olhos.
Susurros foram proferidos ao largo do pesado ar da saleta…
Olhos fumegantes, olhar da primeira desgraça, o olhar de
Mason. Suas sombrancelhas pesavam-leh no rosto…saira o
sr.norman a proferir:
“ Sabes de uma coisa senhor. Mason? “
“Diga”
Disse grave, brevmente , e com um intenso ódio velado em
seu interior.
“Pense bem, tens a tua luz e tua sombra, mata a sombra para
que vivas ao morrer, não mata a luz em ti, se a matardes;
vive morto.”
Calado estava, e assim permaneci.
…
Para mim e para ti
De Chopin, o único músico que na realidade ressoa com a
minha alma:
Clair de la lune para mim, querido Mason.
Para ti; Etude in C minor Op 10/2 ( revolucionary.)
Para Sr Norman;Raindrop Prélude
Para Sr Roch.Waltz No.7 in c sharp minor. Op 64.2
Senhor Norman encontrou o decesso, disto muito
lamentamos, em nosso silêncio contínuo, privado de toda
pompa filha da tolice. Apenas uma cerimônia solene, entre
estes que citei estar presentes na pre morte do Sr.Norman.
Em seu túmulo, o silêncio pairava palpável, centenas se
amontoavam no plano, famílias inteiras, jovens, velhos. O
dia que marcara o findar do inverno e o começo da
primavera. Crisântemos foram plantados no local, as
espécimes que estavam em primeiro lugar no favoritismo da
falecida e amada esposa do finado Sr.Norman. Neste
momento, fora erguida a lápide do senhor Norman ao lado
direito da de sua esposa, com as palavras: “
Guarda tua luz, mata tua sombra”.
Lucille se encontrava em um estado entre a angustia e
apreensão mediante o cenário, a moça vestia um vestido
preto de linho com rendas bordadas, curiosamente, de
espécimes detalhadas de crisântemos.
Se não devo prantear-te como lidarei com tua morte?
Dissera em suspiros breves de sua melancolia, seus olhos
como de um cervo eram adornados com edemas escurecidos
abaivo destes. Mason era grave em sua esxpressão, seu fogo
fora contido, ao menos temporariamente em reverencia à
situação presente. Anteriormente Padre Tuor havia intentado
fazer a cerimonia fúnebre de Sr Normna, como um de seus
amigos próximos, isto resultara em uma imensa confusão,
posi parte da família era denominada católica, a outra
protestante. Um dos filhos do professor havia expressado que
Sr. Norman havia sido batizado ao nascer na igreja católica e
havia se convertido e batizado aos 23 anos na igreja
protestante ao ser convertido por missionarios ,que, agiam
aos arredores de uma cidade Suiça ,da qual este havia estado
em viajem. Porém, na cerimonia em si, Padre Tuor se
encontrava calado, como um daqueles qu o pranteiam,
apenas.
Encerramos o ajuntamento solene…Mason estava assentado
em uma lápide a meditar..disto em nada agradei-me. Porém,
de raro vejo o jovem Mason a pensar am algo tão
profundamente..apenos o vejo agindo, de forma desordenada.
Calada estava a moça Lucille, esta, foi acompanhada de sua
tia para prestar as últimas homenagens ao senhor Norman.
Acredito que esta irá abrigar a moça.
-Sr. Mason, comporte-se, aprume-se. Pare de assentar-se nas
lápiedes, tamanho desrespeito…
Fora a minha sentença. Porém , nenhum bom efeito esta
surtir, como um infante mal criado, este, pos-se a chutar as
lápides a sua volta a olhar para mim com desdem e saira de
pronto a ignorar-me..o que farei com este pupilo endurecido?
Sr. Roch achara graça com seu humor excentrico…
A jovem dama testemunhara o desrespeito do jovem Mason
com assombro contido..e logo este, encontrava-se
envergonhado com a demostraçãoo de desrespeito e
imaturidade…em uma repreensão silenciosa, porém opressora
da reação da moça..este saira avermelhado..Quanto a mim?
Permaneci calado. Não deixara, no entanto, de rir-me comigo
mesmo em meu interior da situação… Apesar de toda
melancolia opreesiva entre os vivos, apenas senti esta
emanar destes, e não dos mortos, as últimas palavras de
Sr.Norman soavam como um canto de paz. E suas inpressões
suaves sbre esta vida serviram-me de consolo..fora pura
suave alegria..que sentira em meu interior, no centro de inha
alma a gratidão por este encontrar-se em melhor situação
que a de nós, vivos.
A multidão começou a dissipar-se. Apenas restou eu, e
Lucille. A última geada caia. O vento frio e o odor da relva
recém descoberta enchia meus sentidos.. Os soluços
femininos de Lucille eram o úlnica onda sonora provinda de
um ser humano que eu podia alcançar. Uma carruajem viera
buscar a moça e sua parenta. Apenas restara a mim, a geada
e as lápides.
Peço clemência.
Faz 3 dias que Mason não comparecera em nossas aulas.
Que ação poderia eu dirigir a este além de prestar queixa a
este aluno em sua fixa.Isto seria de impacto negativo para
nossos progressos em em sua já não agradável reputação.
Estava eu a escrever em meu gabinete na academia. A janela
presente no recinto permitia-me observar a breves mudanças
que se deram com o chegar da primavera…o breve cantar dos
pássaros..e o florecer das lágrimas-de-Cristo. A luz solar
suave adentrava nio recinto..lembrando-me dos dias belos do
jardim de infancia, onde o cohecimento é iniciado na breve
vida dos pequeninos…Lembro-me de mim mesmo….a observar
os raios da luz solar com concentração..e virar-sme para o
livro em minhas mãos..enquanto o barulho daqueles outros
infantes para mim já não passara de um ruído…
Neste momento, ouvi 6 batidas divididas em um compasso
binário da qual era característica de Sr.Roch.
Entre.
Disse eu.
Então Sr. Roch se introduzira no local , e aparentava um
renovo em suas expressões e sua face já não mais era
abatida pelo luto…
Olá, caríssimo amigo.
Olá, com vai?
Vou bem…
Assim instaurou-se o silencio.
Devo comentar acerca de um assunto do qual… Deves
estar se perguntando nestes últimos dias..
De sua melhora?
Sim… Estou bem, enfim.
Estou mui grato ao Altíssimo por isto..
E quanto a Mason?
Perguntou retoricamente , tinha total ciência do que se
ocorria com o rapaz, mais do que a mim.
Esta a faltar em nossas aulas por 3 dias…
Tenho notícias acerca disto.
Diga-me.
Mason...fora expulso da academia em assembleia
extraordinária..
Como? Como pode? E como não me notificaram nem me
introduzira na assembleia?
Fora esta manhã. Já estava decidido e ..tenho total ciência
de que iria concordar com a repentina mudança..
Pois diga-me a motivação e causa disto…
Já digo-te. A narrativa é mui longa. Estás pronto para
ouvir?
Estarei após o desjejum..
Me encontro no mesmo estado, caro. De fato, iniciaremos
isto após o desjejum.
Após isto, fomos a fazer nosso desjejum.. Sr.Roch parecia
faminto. Aquele caro senhor velho Após nossa partilha, este
pôs-se a contar-me a narrativa que fora o prenuncio para a
expulsão do aluno..de seu aluno, de meu aluno... De qualquer
forma, aluno da renomada academie meu mais confidente
amigo!
De todo informação não estou regado, porém , do que
tenho de conhecimento trarei a tona..
Prossiga..
Jovem Mason estava a cursar direito em nossa
universidade. Aos poucos fora se empenhando em outras
artes do conhecimento que estão entrelaçadas à essa
formação. Como filosofia, sociologia e mineralogia… Sendo
a sociologia aquela que servira de veiculo ara polo em
eminencia nos círculos sociais intelectuais, dada a
condição de nossos governantes…
Ouvia eu atentamente. Confirmando com o conhecimento
que eu já possuía acerca do rapaz.
Muitos maravilhavam-se com a perspicácia, que o punha a
frente se muitos na academia. Porém. Era destino de
grande dualidade extrema de opiniões acerca de sua
postura e conhecimento. Afeição de uma arte e ódio de
outra. Acerca de desprezo. Não seria nada que o
conselheira por em xeque. Eu testemunhara em primeira
mão seus discursos nas praças e seus debates vencidos.
Uma fama impecável, que apenas contava com visíveis
vitórias. Porém tu viu em primeira mão a outra face deste.
Aquela que não desenvolvera-se. E que eu estava disposto
a modelar..se não fosse minha enfermidade e melancolia
contínua. Porém tu foste um grande aliado ao apoiar-me
Sr.———
Agradava-se de mim, porém sentira-se rebaixado ao ser
posto abaixo de meus ensinamentos. Pensara já estar em
condição de autor de suas próprias aulas e que assim
poderia prosseguir por simesmo. mas isto não é
aplicável..ainda mis com aquele temperamento. Mas estas
não eram as piores de suas motivações… Mason tinha
ideias identificáveis com..”revolucionários”..Ou melhor,
terroristas…de baixo escalão, não social, porém, moral.
Onde este adquirira estas impressões? Eu não tinha
conhecimento. Porém agora já tenho algum senso…
Qual terra e chão poderia ter sido percorrido pelos
teimosos pés do mancebo Mason? Pergunto-me. Porém
não dou seguimento ao raciocínio, é doloroso. E faz -me
suspeito de algo na narrativa que ponho aqui para ti.
Saiba que nada tenho de conexão com os ocorridos.
Apesar de ter guiado e Mason de forma aproximada.
Porém, suas escolhas não são de meu conselho…
Prossiga..
Disse eu impaciente das defesas sem lógica de Sr.Roch.
Ah, claro. Mason começara a fazer parte destas reuniões e
ajuntamentos que nada têm de legalidade em suas
hierarquias este estava em alta escala…e assim, discursava
entre estes com autoridade… Assim, pus-me a interrogá-lo
ao ter ciência de certos rumores…
Tinha ciencia destes?
Estava eu estupefato…
Não era de meu envolvimento nada referente a isto!
Sabes que é grande transgressão contra nosso regime
monárquico estes pensamentos!
Não digo que concordo…nunca mencionei..
Porém não reportou a mim ou a outro ente acerca do que
tinha conhecimento. És cúmplice de Mason!
O que farei¹..Não deixes nenhum ente ter conhecimento
disto…peço-te..
Sim, caro amigo. Porém não posso confirmar-te que
nenhum ente já não tenha informações acerca de ti. Eras
mentor de Mason!
Sim, sim. Caro amigo, deixa-me prosseguir com o relato..
Sim, diga-me. O mais..
Mason envolvera-se em …certas. Reuniões com ..aqueles
liberalistas. E, fora adentrar em certas salas subterrâneas.
Onde estas eram feitas. Com ordem e decoro são
introduzidas…e o fervor de todos os integrantes é de igual
forma. Pressinto grandes anos de terror sobre nós… O que
devem estar a planejar não é de bom cunho…
Após isto. Retirou-se em dor e silenciosamente senhor
Norman. E esquecera-se de minha expressão estupefata.
Mason, vivera em seu Maximus… Para a própria predição de
seu infortúnio.
Caminhava eu até mim.
Estava eu a caminhar, nas belas ruas carregadas do cenário
de folhagem verdejantes, frutos desta bela estação... O sol
levantava-se reluzente, abaixo deste, caminhava eu. Os
passos céleres novamente podem ser ouvidos, como um ciclo
infinito da classe trabalhadora da cidade, seus olhos
firmados em seu intenço objetivo eminente em seu propósito
vital. Em meus ficharios cunhados em couro meus escritos,
prontos para serem publicados e expostos à humanidade. O
evangelho da filosofia,metafísica e dos bons livros velhos
sendo disseminados pela minha pessoa. Algo à alcançar, um
propósito à ser seguido..pena de que apenos alcanço um
público mais elevado, dauqueles que de alguma forma estão
introduzidos na arte dos mais finos..chamados desvarios. O
mundo leva-te a outro, à um terceiro ou..a ti mesmo.
Acredito que o carater humano, em sua compelexidade para
o benigno ou maligno pode-se definida de facetas de acordo
com seu objetivo para si, para o ti e para o outro... São os
ângulos humanos..um ser mais elevado tem o si, o ti.. como
vemos aqueles que lutam pela sobrevivencia continuarmente..
aqueles que são elevados mais ainda contém o si, o ti e o
aquele; que representa a sociedade em uma visão mais geral.
e aqueles mais elevados ainda, tem o si, o ti, os nós , o
aquele...
Porém, vemos em nossa sociedade aqueles que de nada
servem, de nada produzem e para nada vivem, nem mesmo
para si mesmos porém isto o pensam..aqueles que detem o si,
e tudo é ele mesmo, terminando em si e sem saber nem
mesmo o que trata do si. Acerca do meu ponto em relação a
Mason e a prova de que meus relatos não estão intoxicados
com minha visão de mundo. Acerca do Jovem Mason, sim,
de fato, porém iniciarei acerca de mim, pois só a partir do si
posso ver o ti ou atraves do eu posso ver o tu...
Bom, se fosses analisar meus relatos neste diário, como eu
mesmo analisei, podes dizer que sou uma linha paralelas, o
si e o ti. Ou pensas que sou um triângulo ou um par de
linhas paralelas a existir ou até mesmo um quadrado. Mas a
partir do pensamento de que sou um quadrilátero, com
faculdades suficientes para ver a mim mesmo como o eu, o
outro, e ver o outro como o eu, ver o aquele e ver o nós
parto do princípio de que posso analisar o outro a partir de
uma visão mais universal, com mais angulos, do a de mim
mesmo e apenas a mim e a ti. Porém, minhas visões podem
muito bem estar sendo entendidas e absorvidas por ti com
seu próprio pensar..se eres um ponto. Meu caro leitor pode
ser uma linha, ou um par de paralelos, ou um triangulo..isto
irá determinar seu nivel de capcidades de entender o que
esta mensagem realmente tem o intento de significar.. ou
podes ser um ponto a pensar que é um círculo com milhares
e milhares de angulos e lados compacto e denso, a se
vagloriar de sua forma pensante e totalitária... Bom, penso
ser capaz de analisar o Jovem Mason, não o digo com
prepotencia, mas pela ciencia de minha capacidade
quadricular... ou devo pensar ser pore´m, se o caro leitor
pensar que falo como um prepotente ponto, podes jogar fora
meus escritos e releva-los como de uma tola criança. Jovem
Mason é um jovem de um temperamento ardente, ações
impulsivas e uma inteligencia afiada, assim, como sua
energia que pode ser conveertida aos extremos do ódio ou da
profunda dedicação..Em suma, uma criança, uma criança
com porte de arma de fogo, porém, ainda assim uma
criança..Porém não tenho aqui o intento de desprove-lo de
todo senso moral e de sua própria vontade, pois, seus mals
intentos são concretisados por est. Não posso chama-lo
simplesmente e puramente louco ao trazer o inesperado em
comportamento civilizado, porém posso chama-lo irregular,
posso chama-lo de ente de volitividade distorcida. Muitos
podem mecioar seus bons discursos, sonahadores idealistas,
porém, digo-lhes que neles capiturei uma certa...
caracteristicca de ponto..com referencia às minhas últimas
reflexões.
Tendo em vista que a única forma social que este tem
contato é a visão centralizada de mundoo...nem mesmo seu
profundo conheciemnto abriu-lhe os lumes... caracteristicas
de ponto..porém vejo neste, conflitos, dificuldades no
entendimento acerca da moral e da realidade, vejo um mal
desenvolvimento na formação da individualidade e em seu
perseber do mundo. Mencionei, se o leitor prestara atenção,
de que eu e o jovem Mason não temos significa distancia em
verões terrestres, ou seja, quase tem minha idade. mas isto
para mim não teve significado em nossas mentorias, apesar
de que para este posso afirmar significara um decaimento em
sua reputação perante outrem..o que para mim de nada vale...
As impressões culturais e opiniões do público podem ser
guiadas pela moralidade pelo bom senso ou podem ser
fundadas em infundações completas, resultando assim em
um grande absurdo, porém , o maior dos delirios e aqueles
que muita das vezes não sçao compatidos por aqueles que
odeiam os delirantes são os delirios em conjunto...O eu
absurdo é assim formado, distorcendo a realidade e as
fundações desta... O eu absurdo.
Até neste momento tenho considerado Mason de uma
primordial fonte de imaturidade, porem agora falo-vos de sua
vontade, moral e as escolhas que guiam a trama da mente
que não podem ser justificado por meras observações logicas
sobre a formação do ente, que, de fato influencia, porém a
vontade e as escolhas são da formação do livre-arbítrio.
Havia eu mencionado que o Jovem mason não passara de
um infante provido de arma de grande perigo..nisto não
ressalto sua ignorancia, inocencia, vulnerabilidade naturais
de um ser tenro, mas a imcapacidade do compreeder, a
imcopentencia da prudencia e a inabilidade de controlar a
vontade e seus impulsos. Disto falo e de nada mais. Mason
pode ser então um ser triangulo? Porém de lados irregulares
e angulos menores que os outros? E volto-me então, ao eu e
meu olhar diante do outro. Ao que discorrem com relação
aos meus escritos. Não sou eu um dos absurdos do coletivo
eu absurdo. Sou verídico, e em partes de mim tenho minha
própria absurdidade..acerca da arte e de outras coisas, porém
de meus iguais nossos absurdos individuais provem da
vontaade de alcançar o ideal. Contanto que não cheguemos a
ser absurdos na moralidade, no direito e em dever. A partir
disto, tneho em mim liberdade para ser absurdo, absurdo em
rigorosidade, em verdade, em fraternidade, em reflexividade,
em meu caráter melancólico acerca da vida.. e em minha
estranha pacífica vitalidade das quais o publico, em sua
maioria, não compreende. a absurdidade na busca do belo,
do pleno, do perfeito e contínuo..no mundo irregular, finito,
que a cada segundo morre.
O Salvador fora absurdo para seus dias, a Revelação em si
para muitos é absurda... Para os loucos tudo é loucura e o
que pensam é sabedoria... Bom, sim, escrevo, escrevo com
ordem, decoro, trágedia, melancolia, humor, temperança,
reflexão, contemplação, desesperança, logica, simbolismo,
ilogica para refletir a sociedade e existencialismo. Não vivo
de minhas palavras, e de minha sobrevivencia estas não são
a fonte, porém, de forma mental e espiritual, sim vivo desta,s
e trasbordo para meus caros leitores, não estou a reclamar
perante os críticos... porém expresso-me em um diário e um
Sr. Roch vem a publica-lo, logo depois polemicos
comentaristas vem rotular-me de morbido, louco, puritano e
regulamentarista filosófico...E para aqueles que pensa que
minha passividade volitiva os permite de entregar-me ao
juizo popular...Não , pois, expresso-me por ações na justiça,
não por meros desgostosos insultos a estes parvos..apenas em
meu diário. ... Ah..destes pontos não ouço nada mais de seus
argumentos nada regulares. Acerca de minha rotina após os
últimos acontecimentos; não fui visto na academi após
perder meu único aluno..e que pupilo qestava eu encarregado!
Porém de um fato recordei..Lucille! Fui encarregado da vida
intelectual da moça. Porém, esta e sua parenta estavam a se
mudar para o interior.
E quanto a mim? Antes de recordar deste curioso fato estava
a aprontar-me para viajar para meu país de origem com
intento de gerenciar as heranças de meu falecido pai. Em
certos tempos, tenho em mim o intento de lançar às chamas
meues escritos. Desta forma, tanto a historia quanto meus
oensamentos seriam esquecidos para todo sempre da linha
temporal da humanidade. Gostaria de ser esquecido, nas
sombras do tempo, para que não se recordacem de minha
existencia, e para estes, que eu não exista.
Profundamente racioalmente emocional..pois, as impressões
mundanas e metódicas não dissipam-se, porém elas moldan-
se no interior de alguns de nós, moldan-se e desta forma,
nunca mais deixam para dissipar-se. Emocionalmente
racional e racionalmente emocional..de profunda forma. Pois,
apenas podemos prevenir o ciclo do caminho para o teu eu
mesmo quando pusemos neste, o outro, o angulo que fazes
ser mais..quadrado, ao invés de um ser circular, que dotado
de tua extrema saebdoria humana acaba por encontrar a si
mesmo e nada mais é que um ponto...
Temo isto, temo isto para mim, temo isto para Sr.Roch, temo
por todos que me rodeiam , mesmo que seja de forma
distante.
Acerca do que eu deixara após mim.
Após grandes movimentações que em nada capturaram meu
interesse na grande central de Paris, movimentada como de
costume, a paz que me era usual em certos aspectos fora-me
tomada, e de muitos que a apreciavam. Uma revolução se
iniciou, uma severa revolução, daquelas que, por palavras e
ideias, causam mortes e enganos... Assim, não somente eu,
porém muitos tiveram de se deslocar até a maré baixar...
Mason continuara a ser o protagonista de polêmicos
cenários, e, deste, tive o máximo distanciamento após sua
má conduta desenfreada... Dissensões, insultos, intrigas e
traições.
Até que chegara o tempo em que, das colinas num lugar
remoto, verdejante das posses de minha parentela, estava eu
a pôr à mesa os documentos e as regulamentações dos
terrenos e dos tributos quando uma carta chegou na
propriedade em questão. O local, em profunda paz, da qual
fora eu atrás após a tristeza profunda evocada pelos
turbulentos cenários em minha antiga morada em Paris...
Os pássaros cantavam sobre o cenário onírico, o céu em seu
azul perfeito refletia os azuis líquidos desta nossa Terra. Sob
a reluzente luz, abria eu a carta escrita em pena, a letra de
alguém que eu já tinha conhecimento. Era a caligrafia de
Padre Tuor, e a carta aparentava ter sido escrita em riscos
apressados:
"Caríssimo, senhor.
Após a notícia da expulsão de Mason e as devidas
despedidas, em muito havia eu sido surpreendido com a tua
mudança, é claro, ao estilo de meu caríssimo amigo,
deslocar-se sem nos deixar aviso. Sr. Aldo havia tratado de
me informar acerca disto, tempos passaram-se e nada de
notícias do jovem Mason, o que em muito o presidente do
conselho achara apreciável; porém, não para mim nem para
ti, porém, para Sr. Roch, isto era um alívio.
Acerca do que se passa por aqui, digo que em muito o jovem
Mason se envolve, e é mau, muito maligno a precedência
destes fatos. Saiba, pois, que o jovem Mason não enredará-se
em pequenos negócios, mas sim em algo que até mesmo nós
temos a possibilidade de suportar consequências. A guarda
havia passado para interrogar e revistar na academia. Fomos
bem ouvidos e até mesmo defendidos por alguns
componentes do parlamento; o clima era pesado, intenso de
grande forma. Entraram na saleta de nosso diretor geral,
revistavam os documentos minuciosamente, um membro do
parlamento pôs-se a falar alto e a discutir com um membro
do alto escalão da guarda, todos permanecemos receosos pelo
ocorrido. Sr. Roch fora levado para fora de forma bruta, sob
acusação desconhecida para mim.
Após estes longos e melancólicos dias, encontrei-me em
longa meditação, pus-me a rezar e interceder ao Altíssimo
acerca destas coisas, quando, em um momento de paz, toda a
catedral ruía em rubras quentes e mortais chamas... Gritos
provindos de diversas pessoas, pude ajudar acerca dos
pequeninos... porém, de mim, já não tenho salvação... e sim,
afirmativo, senhor, daqui estou a escrever esta carta, no
momento de minha morte... ao terminar de dobrá-la, irei
lançá-la pela janela; espero um dia que encontre... Sr----."
Padre Tuor faleceu.
Sua derradeira mensagem como um precioso artefato em
minhas mãos.
Minha leve manhã havia sido invadida pelo sentimento de
incredulidade e mais uma geração de profunda melancolia
em meu ser.
Agradeço ao senhor Aldo por ter interferido na transferência
de informações; eu mesmo me encontrava de grande forma
distraído e não prestaria atenção nos pormenores de mudar-
me, especialmente em uma situação de fuga da desordem, do
caos e da violência. Situações semelhantes a esta,
provenientes do terrorismo em vigência, não foram nenhuma
novidade, especialmente provindas destes revolucionários...
Porém, Padre Tuor teimara em permanecer na central de
Paris, pois, dizia, tinha muita labuta a cumprir para com
aquelas almas que não poderiam mudar-se, em nenhuma
circunstância... Belo, claramente, belo.
Muito perigoso.
De plena paz se enchia a bela cabana abandonada, ao lado
de minha morada, no fundo do verdejante terreno das
varzias enchentes de alegria, os belos lagos de águas
cristalinas. Uma peculiar cabana aquela, que nos sonhos
juvenis foi o palácio de minhas mais altas aspirações de
infante.
Começara em laboriosa tarefa... já nada havia a se fazer além
desta, de retirar com a bruta mão os crescentes verdes
invasores na bela plantação em frente à cabana. O vento
elevava-se, uivando pelos morros, passava entre os fios de
minha cabeça, e assim lá estava eu a arrancar os rebeldes
verdes de suas raízes profundas...
Os raios solares invadiam minha visão, como o Altíssimo a
consolar-me em meio às turbulências do movimentado vento,
minha sétima vez... lançava eu o machado a capinar nesta
labuta contra os invasores parasitas do belo jardim. Mais
uma vez, meu machado atirava-se de forma árdua sobre o
matagal...
Aplainava as partes irregulares do terreno... prosseguia a
labutar... sobre aquele clima refrigerador do vento e seu sol a
acompanhar... os dois em minha companhia... em nossa
conversa silenciosa... e sutil... na cabana vazia... abertas
estavam suas janelas. Precária era esta... porém, sentia-me
mais pleno ali do que em minha outra civilizada morada, ao
lado desta... O barulho dos azuis cristalinos da cachoeira e, à
esquerda, um distante lago... Até que ouço o soar de um
sino... uma das criadas, na distante morada... era hora do
almoço.
...
Assentei-me em frente à minha residência para ler... sentia-
me como alguém que vivera para estar cansado desta vida...
procurei o mais para ver e ouvir, ler, aprender, contemplar,
refletir... o que havia mais? O que havia no além disto? As
interações humanas eram padronizadas e repetiam-se, como
ouvir vezes e vezes uma mesma história enfadonha até
cansar-se...
Pode-se descartar centenas de livros neste tempo, que têm a
mesma narrativa, seja esta didática, uma prosa, uma
narrativa, um poema... em sua maioria... em nada
acrescentam... e isto cansa a alma... entristece o espírito...
Assentado estava, os pássaros cantavam, até se ausentarem,
pois em alguns momentos... uma bela orvalheira já estava a
cair, levada pelo célebre vento, apressado e turbulento... a
terra molhava em seu marrom profundo, os verdes escassos
eram regados; lágrimas de Cristo compreendiam que não
eram lágrimas... e o céu azul, belo, mesmo assim deixara cair
seus cristais.
Era um concerto orquestral da beleza vital evidente... e eu era
seu único espectador e ouvinte, naquele dado momento,
naquele lugar específico... ressoando com aqueles de minha
parentela que em séculos passados aqui estiveram.
Esmorecia no silêncio sutil... o chorar dos céus, como diziam
os pequeninos em minha época... Desviando-se do mal,
guardando o bem, o que é belo, e vivendo em minha bela e
suave melancolia solitária, sou o mais feliz de meus
conhecidos, apesar de ser conhecido como o mais tragicista e
esmorecido...
Nas chamas distantes do trágico acontecimento em Paris,
Padre Tuor falecera, Sr. Roch estava preso e não havia
notícias de Mason que chegariam a mim tão cedo. Das boas
qualidades, das tristezas, da moral, da dialética, das ações...
em muito, penso eu, observo em mim e nos outros... porém,
há um limite; por vezes, encontro-me a esquecer, como a
fumaça que se dissipa nos céus após um trem em movimento
à vapor deslocar-se do local certas ações de certos
indivíduos, para não prejudicar a mim mesmo e normalizar
seus absurdos, repreendendo o excremento das ações
humanas e aceitando somente o justo e moral...
Claro, quando em certas situações, algumas coisas
ultrapassam meus limiares mentais. O fato de Mason
pronunciar palavras torpes, por fim de exemplo, durante a
aula, como minha função de tutor era corrente, eu punha-me
a repreendê-lo pelo seu grosseiro e brutal comportamento de
baixo calão em meio às conversas na academia; porém, em
mim, uma certa infantil repulsa se manifestava, como
daquelas naturais e instintivas que nós humanos temos ao
visualizar padrões não naturais ou antinaturais que agredem
nossos padrões cerebrais e indicam para nossos sentidos uma
ameaça em iminência, como em nossa natureza.Então,
digamos, construi em mim uma segunda natureza, provinda
de algo mais elevado, mais racional, porém, não obstante de
suas singularidades desproporcionais.
Queres saber acerca de Mason? Ah! Sim...Bom, o moço
permanece homiziado, tem seus aliados, claro. Não gosto de
envolver-me em tais assuntos políticos. Uma vez, fui
conselheiro de um adminsitrador de um pequeno distrito
longíncuo, havia muitps atentados de morte direcionados à
ele em um certo momento fui acusado de currupção e abuso
de poder acerca de tributos, pois além de conselheiro foi me
dado tais poderes. Sendo que os tributos cobrados em minha
gestão foram reduzidos em 30%, levando em conta que a
produção do local não era bastante para a subsistencia
completa dos cidadãos..era desproporcional..
Tivemos de tirar o prejuizo de reservas do tesouro do local,
restolhos de minerações e escavações em buscava de ouro, a
salvação para a economia fora o belo e lustroso metal, que
havia eu descorberto a existencia por meio de conversas,
indagações, deduções e investidas investigativas até ter
conhecimento do que realmente possuia o distrito. Ah..são
águas distantes e já corridas neste breve córrego em que se
resume minha existencia.
Devo estender-me nisto? Acredito que não... Ah! Devo
le,brar-me que quase fui morto pelo próprio governador...tive
de voltar às pressas para Itália..há coisas na vida que
acontecem sem sentido obvio pra nós. Lembro-mee de certa
senhora que nutria uma profunda afeição em direção ao
governador..por nenhum motivel visivel..era um homem
velho, de pouca boa aparencia..porém, de certa forma
asseado..para não limitar-se às sua smás qualidades...Seria
comico..se não estivesse ao limiares da profunda tragicidade..
Mason é jovem, assim como eu, porém apesar das
experiencias qeue carrega, de nehuma delas pode trzzer para
si algum temor..Penso ser uma grande perda de nosso
precioso tempo, cada vez mais raro em nossos curtos dias.
...
Nos arredores da localidade das posses de meu pai tinha eu
negócios com carregamentos de importação e exportação,
para ampliar o i sistema de gerenciamento das mercadorias
havia eu me disposto a viajar e fazer negócios em um de
meus navios, um certo chamado Cithius Liath Aotrom.
Estava eu a voltar de uma longa e extenuante viajem para
tratar de meus navios, introduzi-me em minha casa e
encontrei Meghan às pressas, com seus sapatos de couro
bordados com pequenas flores silvestres. Ao me ver, sua face
tornou-se rubra como as cerejas na cestinha que dispunha
em suas mãos. Estava a trabalhar em minha propriedade
desde os tempos de minha adolescência, quando ainda era
apenas uma infante, uma chorosa infante. Mal podia ver um
de nossos animais irem para a panela, e lá estava ela —
chorosa como nunca, a chorar na chuva, a ponto de pegar
um resfriado!
Com o tempo, essa síndrome do choro tornou-se cada vez
mais crescente. Uma vez, ao encontrarmos um cachorro
andarilho, um animal irracional e vagante, Meghan pôs-se a
chorar pelo ocorrido e lamentou por cinco anos! Mas que
exagero!
Herdei de minha mãe algumas belas joias, trabalhadas com
minúcia e beleza. Em um dia, encontrei Meghan
experimentando-as na saleta onde guardamos os tesouros da
família. Ao me ver, ela pôs-se a chorar.
— Não quis pegar o que não é meu, senhor! Juro! Estava
apenas a apreciar os pequenos detalhes para copiá-los em
meu bordado!
— Ah, Meghan, não se preocupe com isso. Pode analisá-las;
não as usarei para ocasião alguma mesmo — falei, rindo.
— De fato, o senhor é um homem, não usa adornos, certo?
— Sim, de fato... apenas, por favor, não toque no anel de
matrimônio de minha matriarca, está certo?
— Sim, sim... embora seja de grande beleza...
— Sim, sim...
Distraído, não percebi que no próximo momento eu já estava
na biblioteca, enquanto a moça, a suspirar, experimentava o
anel de minha mãe.
— Oh! Como é lindo! Se um dia eu pudesse possuir algo com
este nível de beleza e detalhe... lustroso, bem trabalhado,
detalhado... belo, lindamente belo... como a própria lua em
meu dedo... Sou eu bela o bastante para que meu rosto não
seja ofuscado pelo brilho desta joia?
Então pos-se a ver-se no espelho..seu reflexo ostrando o quão
estava radiante ao usar a bela joia...
Claro que sou!! Sou bela e lustrosa como a própria lua!!
Acho que os adornos tem seu efeito..
Mas como sou pobrezinha...
Adornos não faram-me deixr de ser pobre..
E introduziu seu pranto repentino..
— Meghan? Já terminaste de preparar o almoço?
— Já estou indo, senhor! Mamãe está de volta? — disse a
moça, ainda sem ousar sair da saleta de joias.
— Não, a senhora Moly ainda não chegou... Meghan... o que
faz aí?
— Eu, senhor? Nada.
— Diga depressa, o senhor Bud está a me esperar e não
posso mais suportar que demores.
— Ah, sim... Apenas quis dar uma limpada no rubi da
Vênus...
— Da Vênus?
— Da pequena Vênus numa das joias esculpidas... Ela tem
olhos de rubi, mas estavam sujinhos e desgastados com o
tempo...
— Ah... nunca havia notado isso. Está bem, porém, tenho de
comer antes de ver o senhor Bud, e tenho prescrições
médicas para comer neste horário...
— Ah, sim! Estava esquecida... Desculpe-me pela distração...
Já vou...
— Vá depressa, Meghan. Não te distraias.
Meghan foi ver como estava o almoço. O doutor de nossa
família havia demandado na receita que eu comesse três
vezes ao dia, nos horários exatos. Perguntei-lhe qual seria a
minha condição, porém ele sempre ignorava minha pergunta.
Meghan sempre expressava tamanha melancolia e desgraça
ao saber que eu estava doente, ao ponto de, ao invés de
prestar a devida atenção às minhas prescrições médicas
alimentares, ela punha-se a chorar ao preparar as refeições,
de forma que, muitas das vezes, punha geleia em meu pão ou
esquecia-se do nabo.
Sua mãe, senhora Moly, era a mais antiga das criadas e
estava com a visão falha, de forma que Meghan teve de
substituí-la ao estar de idade o bastante para ocupar a
cozinha. Além de senhora Moly e Meghan, também em
minha residência estava o senhor Nemo, o esposo de senhora
Moly, e o senhor Budd, que cuidava de meus navios e
comandava um grupo de rapazes que faziam os
carregamentos para o meu comércio.
O jardineiro, o senhor Tromp, era um homem de meia-idade
que antigamente tinha ímpeto para ser artista, porém acabou
por utilizar sua veia artística para esculpir meus arbustos,
causando burburinhos na vizinhança, tanto que minha
residência ficou conhecida pelos adornos exagerados e de um
estilo grego e ornamental na parte da frente da casa. Quase
sendo monumental, eu mesmo não lidava com o cúmulo de
estímulos estilísticos. As criadas de meia-idade, senhora Bel,
senhora Lime e senhora Reny, todas com crianças pequenas
e seus maridos pescadores.
Ah, claro! O senhor Remy, marido de senhora Lime, que
apreciava visitar-me após suas desventuras na pescaria, para
contar-me das grandes navegações de seus antepassados e de
como ele, quando criança, havia atravessado toda a Europa
com a família em busca de paz e uma melhoria de vida em
outro plano. Seus maneirismos apontavam uma origem
estrangeira, porém seus vícios linguísticos adquiridos do
ambiente da pescaria, o riso frouxo e o jeito bruto de andar
denunciavam que a maior parte de sua vida fora no mar.
Gostava de pôr a mão na lareira, como um infante, como se
visse algo fascinante, e seus dedos não queimavam-se ou
sentiam dor ao passo que tocava o calor do fogo, pois eram
grossos como pedra.
Apreciava as bolachas que Meghan fazia e passava boas
horas a relatar como fora ver um grande titã (uma baleia)
atacar o navio de imigrantes em sua tenra idade. Isto apenas
nos fins de semana, eu o convidava; admito, fazia tempo que
não escutava ou contava uma história ou trocava palavras
com outra pessoa. Os criados sempre em movimento, chegara
de viagem adoentado e necessitava permanecer em repouso.
Comprava um livro a cada metade de uma semana, escrevia,
relatava, fazia questões geométricas, escrevia cartas, pintava,
gostaria de sair para fazer hipismo... comentava sobre
assuntos políticos com as moscas.
Uma vez ouvi-as a discordar de minha posição... eram como
mulas empacadas! Ah... diziam que havia um lado
maquiavélico enquanto eu deslizava entre as páginas e
apenas este estava certo em relação às formas de governo...
outras diziam que este era apenas um infante parvo... logo os
burburinhos iniciavam-se com suas miúdas vozes... em cima
de mim... ao estar eu deitado em meu quarto escuro... apenas
a luz da janela visível...
— Parvo!!
Silêncio!
Irei em dia o debate!
Cale-se tu!
O homem não tem todo o poder e grandeza que um ser
divino!
Imagine mil homens!
Pois o homem representa o ser divino!
Descarte isto! Melhor dar cinco mil homens a comandar!
Como seria isso possível?
Se cada um representasse uma partícula da verdade.
Sem possibilidade.
Argumento frágil!
Pare de dizer esparrelas absurdas, senão, corto-lhe as asas!
Ditador! Ditador!
O governo das moscas cobrará acerca deste infortúnio... serás
julgado!
Ahh... não ligo.
Duvido disto quando tiveres tuas asas cortadas!
Não as tenho, sou grande, e vocês todas pequenas... não
necessito de asas para minha sobrevivência... tenho grandes
pés...
Como não podes flutuar? Grande? Não vejo nenhuma
grandeza!
Estás cega? Onde estão teus olhos?
Estão aqui!
São baços!
Não necessito de coneas como as tuas! Guia-me de outra
forma!
Olhos baços! Olhos baços!
Um grande louco burburinho de vozinhas...
Cale-se
...
Meghan tinha costume de replicar a cor das cerejas em seu
rosto ao ver-me adentrar nos locais, penso que estava a
passar mal, perguntei-lhe se estava bem, porém acostumei-me
com o fato aos poucos. Talvez fose uma premonição para um
pranto..ou apenas o clima...
Notes
This is a write by Ana Clara Ferreira da Rocha