2Apostila-2023

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Disciplina: Análise das Demonstrações Contábeis

Conceitos fundamentais da contabilidade

Conceitos fundamentais da contabilidade


1.0 Conceitos fundamentais
1.1 Eventos econômicos e financeiros passíveis de escrituração
1.2 Patrimônio e controle contábil
1.3 Patrimônio líquido
1.4 Equação de equilíbrio patrimonial e balanço patrimonial
1.5 Formação de um patrimônio empresarial e capital social
1.6 Ativo e passivo: origens e aplicações de recursos
1.7 Estruturação das demonstrações contábeis básicas
1.7.1 Balanço patrimonial (balanços sucessivos)
1.7.2 Demonstração e resultado
1.8 Contas e Plano de Contas
Referências bibliográficas
1.0 Conceitos fundamentais
O objeto de estudo da ciência contábil é o patrimônio das entidades, com objetivo de
seu controle. O controle contábil de um patrimônio é feito por meio da identificação, da
coleta, do processamento e do armazenamento das informações oriundas de fatos que
alteram a massa patrimonial.
Define-se a contabilidade como o sistema de informação que controla o patrimônio de
uma entidade, sistema este considerando as teorias e os conceitos da ciência contábil.

1.1 Eventos econômicos e financeiros passíveis de escrituração


O patrimônio é formado por bens, direitos e obrigações e decorrem de eventos
econômicos, que são atos e fatos administrativos (dados contábeis), os quais afetarão o
patrimônio. Estes fatos administrativos (acompanhados de documentos) serão registrados
conforme as regras para gerar as informações contábeis.
Os eventos que envolvem, por exemplo, a abertura de um comércio, geram atos e fatos
administrativos. Para montar seu comércio, a pessoa precisará do espaço físico, funcionários,
prateleiras, balcão, funcionários, alvará de funcionamento. Irá adquirir a mercadoria para
revenda, pagará contas de água, energia, tributos, salários, encargos trabalhistas.

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1.2 Patrimônio e controle contábil


Patrimônio é o conjunto de bens e direitos (Ativo) e obrigações (Passivo) de uma pessoa ou
entidade jurídica. O conceito básico de controle contábil está relacionado à mensuração dos
elementos patrimoniais (os bens, direitos e obrigações) em moeda corrente do país
(mensuração econômica)
Bens
1 casa - $ 120.000
1 carro - $ 30.000

Direitos: saldo bancário, aplicações financeiras, imposto de renda a restituir, contas a


receber...
Obrigações: contas e promissórias a pagar, empréstimos, IR a recolher etc.

1.3 Patrimônio líquido


A posição patrimonial e financeira de uma empresa é composta de Ativos, Passivos e
Patrimônio Líquido. Os Ativos são recursos (bens e direitos) controlados pela entidade como
resultado de eventos passados e dos quais se espera que resultem em benefícios futuros para
entidade. Os Passivos são obrigações da entidade, derivadas de eventos já ocorridos, cuja
liquidação resultará em saída de recursos.

Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos

Patrimônio é o excedente de valor de bens e direitos aos valores das obrigações. Empresas
ou pessoas físicas em condições de falência normalmente tem patrimônio líquido negativo.

Equação fundamental da contabilidade

Patrimônio líquido = Bens (+) Direitos (-) Obrigações

PL = B + D – O

Bens: 1 casa ($120.000) + 1 carro ($30.000)


Direitos: saldo bancário ($ 1.000)
Obrigações: Sistema Financeiro de Habitação ($80.000)
PL = 150.000 + 1.000 – 80.000 = $71.000
A riqueza efetiva da pessoa é $ 71.000. Supondo que a pessoa vende todos os seus bens e
paga todas as suas obrigações, teria um saldo de $71.000 em dinheiro.
O valor do patrimônio líquido vale para determinado momento. A casa e o carro, por exemplo,
podem ter valor maior ou menor em outro momento, assim como a dívida poder crescer ou
diminuir.

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▪ Conceito e tamanho de riqueza


Na comparação com entidades contábeis diferentes, o patrimônio líquido é a medida do
tamanho da riqueza. Podemos dizer que uma empresa é maior do que a outra pelo tamanho
do seu patrimônio líquido, por representar, em última instância, o valor dos recursos
acumulados pela empresa ao longo de sua vida.

Patrimônio de Herbert Heston


Bens e Direitos Obrigações
1 carro BMW $ 100.000 Financiamento do carro $ 95.000
Saldo bancário $ 2.000
PL = 102.000 – 95.000 = $7.000

Patrimônio de José da Silva


Bens e Direitos Obrigações
1 carro Uno $ 9.000 Sem dívidas $0
Saldo bancário $ 3.000
PL = 12.000 – 0 = $12.000

É o retrato do momento, não está sendo considerado o potencial futuro de geração de receitas.
Provavelmente, o Herbert tem um emprego ou um negócio cuja renda poderá quitar a dívida,
ficando com o carro, aumentando o valor do seu patrimônio líquido.

1.4 Equação de equilíbrio patrimonial e balanço patrimonial

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O balanço patrimonial evidencia o valor do patrimônio em um determinado instante. No


momento seguinte, um novo fato pode alterar o balanço e gerar um novo balanço com valores
diferentes.

1.5 Formação de um patrimônio empresarial e capital social

Uma empresa é constituída com a transferência de recursos econômicos de uma ou mais


pessoas físicas para uma entidade a ser criada, caracterizando-se legalmente como pessoa
jurídica. A criação da empresa é autorizada por lei e tem como regras básicas as estipuladas
no estatuto ou contrato social acordado pelos sócios que a fundaram.
Os valores transferidos para pessoa jurídica são denominados capital social e indicam os
recursos econômicos investidos pelas pessoas físicas (dinheiro, imóveis, equipamentos) no
empreendimento, representando o elemento jurídico que liga os investidores à empresa.
A formação do patrimônio empresarial caracteriza-se pelo fato das pessoas físicas
integralizarem o capital social na pessoa jurídica. Em termos jurídico e econômico
integralizar significa entregar efetivamente recursos econômicos à empresa. A subscrição de
capital social representa a formalização jurídica da intenção de capitalizar a empresa. A
integralização é o momento em que, de fato, os recursos são entregues à pessoa jurídica.

O capital social não se caracteriza na contabilidade e na legislação como uma obrigação


financeira, pois não há um vencimento para regatá-lo ou pagá-lo. O capital social é

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considerado uma riqueza da empresa, é um elemento patrimonial classificado no patrimônio


líquido.

▪ Composição básica do patrimônio líquido


Depois que o dinheiro dos sócios ou acionistas da empresa começa a gerar lucros, tais
resultados serão dos donos do capital e farão parte do patrimônio líquido sob o nome de lucros
acumulados.
Os lucros (ou prejuízos) acumulados são valores resultantes e gerados pelas operações da
empresa e das transações com o mundo exterior.
Exemplo: Suponha que a administração da empresa investiu em uma aplicação financeira o
dinheiro disponível em caixa e que no dia seguinte houve rendimento de $ 300, voltando o
dinheiro novamente para o caixa. O balanço patrimonial ficaria:

Os lucros acumulados também se caracterizam como patrimônio líquido porque não são
obrigações financeiras e, portanto, não necessitam ser pagos.

▪ Capital é caixa? Lucro é caixa?


Acontece do dinheiro em caixa corresponder ao valor do capital social normalmente só na
abertura da empresa, no mais das vezes, não há este relacionamento direto.
Há a possibilidade teórica do lucro obtido estar no caixa, porém a probabilidade de isto
acontecer de forma direta é muito remota.
O que impede esse relacionamento direto são a diversidade de operações da empresa, a
necessidade de ter outros ativos (bens e direitos) para operar suas atividades e as intensas e
variadas transações que acontecem no seu dia a dia. Além disso, a empresa não se limita a
obter recursos financeiros próprios, mas busca outras formas de financiamento como compras
a prazo e empréstimos bancários.

Exemplo: Imagine que uma empresa investiu $ 200.000 na compra de um imóvel e $ 100.200
na compra de um caminhão. O restante ($ 100) foi depositado em banco, em uma conta aberta
especificamente para a empresa. O novo balanço segue abaixo.

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1.6 Ativo e passivo: origens e aplicações de recursos


Além da colocação tradicional contábil que representa o conjunto de bens, direitos e
obrigações, o balanço patrimonial pode ser visto sob a ótica financeira. Neste caso, evidencia
os recursos financeiros (fontes ou origens) e como esses recursos foram ou estão sendo
aplicados (aplicações).
O ativo representa as aplicações de recursos, portanto, evidencia o investimento que a
empresa fez e possui até o momento.
O passivo representa todas as origens (fontes) de recursos que entram na empresa,
portanto, representa o valor dos financiamentos que a empresa fez, até o momento, para
investimento no ativo. As fontes podem ser de dois tipos: recursos próprios ou recursos
de terceiros.
Exemplo: suponha que a empresa tomou emprestado de uma instituição financeira
$ 400.000 para complementar seu negócio. Desse dinheiro, $ 380.000 foram aplicados em
mercadorias para revenda e o restante ficou na conta corrente bancária. O valor emprestado
é uma obrigação, pois qualquer contrato de empréstimo ou financiamento tem juros e
vencimento. Novo balanço patrimonial.

No exemplo simplificado do balanço patrimonial abaixo, o passivo tem duas fontes de recursos.
As fontes oriundas de recursos próprios, representadas pelo valor do patrimônio líquido
decorrentes da integralização de capital social e dos lucros obtidos e ainda retidos na empresa.
E as fontes oriundas de recursos de terceiros, representada pelo valor das obrigações
que decorre, fundamentalmente, dos empréstimos obtidos e das contas a pagar pelo
recebimento de produtos ou serviços adquiridos a prazo.
O passivo representa de onde veio o dinheiro. A empresa obteve, então, $ 400.000
emprestados do banco, constituindo-se em uma obrigação caracterizada como recursos de
terceiros. O restante foi $ 300.000 dos sócios mais $300, de rendimentos financeiros,

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caracterizando-se como capital próprio, representados pelo patrimônio líquido.


O ativo, que representa onde foi aplicado o dinheiro, evidencia que do total de 700.300 de
recursos obtidos, $ 400.100 estão aplicados em capital de giro, uma parte em estoque para
revenda e outra em saldo bancário. O restante, $ 300.200 aplicados em ativo imobilizado
(fixos), representados pelo imóvel e pelo caminhão, bens considerados necessários para
operação da empresa.

1.7 Estruturação das demonstrações contábeis básicas


A principal demonstração contábil é o balanço patrimonial (BP) que é a representação
(estática) do patrimônio de uma entidade em determinado momento. A segunda demonstração
contábil mais importante é a demonstração de resultados do período e seu objetivo é
evidenciar a composição do lucro ou prejuízo da empresa em determinado período de tempo.
1.7.1 Balanço patrimonial (balanços sucessivos)
A estruturação do Balanço Patrimonial pode ser feita pela metodologia de escrituração de
balanços sucessivos. Por este método, cada evento econômico praticado pelos gestores da
empresa dá origem a novo BP, ilustra, de maneira didática, os efeitos que os eventos
provocam no patrimônio da empresa. Reflete uma situação dinâmica do patrimônio.
Evento econômico 1 – Entrada de capital social em dinheiro (integralização de capital)
$ 300.000

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Evento econômico 2 – Abertura de conta corrente no Banco XX com depósito inicial de $


298.000

Evento econômico 3 – Aquisição de um imóvel no valor de $ 200.000 e de móveis e


equipamentos por $ 50.000, pagos em cheque no total de $ 250.000

Evento econômico 4 – Obtenção de empréstimo junto ao Banco XX no valor de $ 70.000,


creditado em sua conta corrente. O pagamento ocorrerá dentro de 60 dias. Nesse momento
não houve despesa ou cobrança de juros.

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Evento econômico 5 – Aquisição de três veículos para revenda, nos respectivos valores de
$ 20.000, $ 30.000 e $ 40.000, totalizando $ 90.000, pagos em cheques no Banco XX

O evento econômico 5 introduz dois princípios: princípio do custo como base de valor e
princípio da realização da receita. Um dos objetivos da empresa é o lucro na venda de produtos
e serviços para manter sua continuidade no mercado. Sendo uma empresa comercial, ela
compra mercadorias pelo custo e as revende por um preço maior, preço de venda. Então
temos dois preços básicos:
Preço de custo: que é o preço pago ao fornecedor. É um valor objetivamente identificável, pois
há uma documentação, pagamento ou promessa de pagamento.
Preço de venda: que é o preço que será obtido na venda ao cliente. O preço de venda não é
passível de determinação objetiva no momento da aquisição, apenas no momento da venda.
Desse modo, os princípios a serem adotados quando da aquisição de mercadorias para
revenda são:
✓ o princípio do custo como base de valor, com o fim de contabilizar o valor do estoque de
mercadorias para revenda quando eles forem adquiridos;
✓ o princípio da realização da receita, com objetivo de contabilizar a receita somente no
momento adequado de sua transferência para o cliente – o momento da venda – para
apurar o lucro obtido.
No caso de empresas industriais e prestadoras de serviço, o custo de aquisição é substituído
pelo conceito de custo de produção. O custo de produção equivale aos gastos para produção
de um bem ou serviço pelo preço de custo, enquanto não for vendido.
A contabilização de mercadorias para revenda pelo custo é fundamental para apurar o
resultado (lucro ou prejuízo)

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Evento econômico 6 – Aquisição de mais um veículo para revenda, por $ 27.000, a prazo,
para pagamento daí a 30 dias.

Evento econômico 7 – Aplicação financeira com parte do saldo bancário no valor de


$25.000

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Evento econômico 8 – Venda à vista de um carro (adquirido por $ 20.000) por $ 22.000 em
dinheiro.

Evento econômico 9 – Venda a prazo de um carro (adquirido por $ 40.000) por $ 45.000,
para ser recebido dentro de 30 dias, com emissão de promissória pelo cliente.

O evento econômico 9 permite introduzir mais um princípio contábil fundamental: regime de


competência que difere do regime de caixa.
A escolha de regime decorre da existência de dois momentos associados aos eventos
econômicos: momento econômico e o momento financeiro.
✓ Momento econômico: caracteriza o momento da geração do evento, o momento de sua
ocorrência.
✓ Momento financeiro: caracteriza o momento em que a operação é efetivada
financeiramente.
Em uma compra a prazo, o momento econômico corresponde ao recebimento do material; o

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financeiro corresponde ao momento do pagamento da compra. Numa compra à vista, os


momentos econômico e financeiro ocorrem numa única data (mesmo instante).
O princípio contábil do regime de competência diz:
✓ as receitas devem ser registradas quando ocorrem, independente da data de seu
recebimento;
✓ as despesas devem ser registradas quando são incorridas, independente da sua data de
pagamento.
Não interessa se os recursos do fluxo financeiro passaram pelo caixa, o que importa é o
reconhecimento da receita ou da despesa, é o fato gerador.

Exemplo: Regime de competência 2015.


1) Pagamento, janeiro de 2015, de salários e encargos do mês de dezembro de 2014, no valor
de R$ 10.000,00
2) Serviços prestados em outubro de 2015 cujos pagamentos serão realizados (e recebidos
pelo prestador) em janeiro de 2016, no valor de R$ 25.000,00;
3) Serviços prestados em dezembro de 2015, recebidos à vista no valor de R$ 15.000,00;
4) Salários e encargos do mês de dezembro de 2015, que será paga em janeiro de 2016, no
valor de R$ 12.500,00.

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Evento econômico 10 – Pagamento de despesas em dinheiro, sendo $ 2.010 de impostos


sobre vendas, $ 1.340 de comissão a vendedores e $ 1.150 de despesas administrativas,
totalizando $ 4.500.

Evento econômico 11 – Receita financeira de Aplicação Financeira, incorporada ao principal,


no valor de $ 250.

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Evento econômico 12 – Apropriação de juros sobre os empréstimos ao final do mês, sem


pagamento, no valor de $ 770.

Evento econômico 13 – Pagamento do Imposto de Renda (IR) no valor de $475 em dinheiro.

Este exemplo didático de contabilização dos eventos econômicos mostra a importância do


balanço patrimonial (BP) como demonstração contábil (DC).
O passivo evidenciou as fontes (recursos) de capital que a empresa utilizou para suas
operações: recursos próprios dos proprietários ($ 300.00); empréstimo junto ao banco ($
70.000) e financiamento temporário de fornecedores de veículos ($ 27.000). As operações
geraram lucro de $ 1505. Este também representa uma fonte de recursos.
São considerados recursos próprios: o capital social (recursos dos proprietários, sócios ou
acionistas) e os lucros (obtidos nas operações e retidos na empresa).

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São considerados recursos de terceiros: empréstimos ou financiamentos (captação de


recursos junto às instituições financeiras e a serem onerados com juros, prêmios e variações
cambiais) e fornecedores (financiamento temporário por meio de fornecedores de bens e
serviços, sem encargos financeiros, mas com prazo de pagamento dentro de contrato).
O ativo evidencia onde os recursos foram aplicados. No exemplo, os valores de caixa, saldo
bancário, aplicações financeiras, promissórias a receber, mercadorias para revenda são
investimentos em capital de giro, ou seja, contas necessárias para ativar a empresa no dia a
dia. Há recursos no ativo como móveis, equipamentos, imóveis que representam investimento
no ativo fixo, uma vez que a empresa não pretende desfazer-se deles, sendo necessários
como base das operações.

1.7.2 Demonstração de resultados


O lucro de período foi de $ 1.505, mas é importante saber como se ganhou este lucro. Ou seja,
acompanhar as atividades da empresa, ter informações que identifiquem a geração do
resultado (lucro ou prejuízo).
A contabilidade desenvolveu um sistema de informações que permite identificar e acumular as
principais fontes de resultados, classificando-as nas principais receitas e despesas. O sistema
contábil, para demonstrar a qualidade do resultado obtido, separa as informações da conta
Lucros Acumulados em diversas contas de despesas e receitas.
Seguindo as informações dos eventos econômicos balanços sucessivos que geraram receitas
ou despesas, temos:
Evento econômico 8 – Venda à vista de um carro (adquirido por $ 20.000) por $ 22.000 em
dinheiro.

Evento econômico 9 – Venda a prazo de um carro (adquirido por $ 40.000) por $ 45.000,
para ser recebido dentro de 30 dias, com emissão de promissória pelo cliente.

Evento econômico 10 – Pagamento de despesas em dinheiro, sendo $ 2.010 de impostos


sobre vendas, $ 1.340 de comissão a vendedores e $ 1.150 de despesas administrativas,
totalizando $ 4.500
Evento econômico 11 – Receita financeira de Aplicação Financeira, incorporada ao principal,
no valor de $ 250
Evento econômico 12 – Apropriação de juros sobre os empréstimos ao final do mês, sem
pagamento, no valor de $ 770.
Evento econômico 13 – Pagamento do Imposto de Renda (IR) no valor de $475 em dinheiro.

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Principais atividades geradoras de lucro de uma empresa


a. O lucro bruto obtido na compra e venda de mercadorias, que é a diferença entre o valor
de venda das mercadorias e os impostos incidentes sobre elas (ICMS, IPI, PIS, Cofins,
ISS), deduzidos dos custos de aquisição das mesmas mercadorias vendidas;
b. O lucro operacional, que compreende o lucro básico das operações da empresa (comprar,
produzir, vender), diminuindo do lucro bruto os gastos com os setores administrativos e
comerciais.
c. Os resultados financeiros, que devem ser separados dos resultados operacionais, já que
tais resultados financeiros tem uma administração distinta das operações (nem todas as
empresas tem empréstimos e sobras de caixa para aplicação).
d. O resultado final, denominado lucro ou prejuízo líquido, após os impostos sobre lucro.

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1.8 Contas e Plano de Contas


A expressão Contas é empregada para representar cada um dos elementos patrimoniais e de
resultados da empresa. Nelas são registrados valores monetários para cada evento
econômico e financeiro praticado pelos gestores, possibilitando a elaboração das
Demonstrações Contábeis (DC)
Exemplos de contas: caixa, bancos, veículos, clientes, fornecedores, receita bruta de vendas,
receita com juros, despesas com juros
Plano de contas é o conjunto de contas necessárias para o registro monetário dos eventos
econômicos e financeiros praticados por uma empresa. O contador da empresa irá planejá-lo
e incorporar novas contas quando necessário, assim como retirar aquelas que não são mais
úteis. A elaboração do plano de contas deve obedecer a estrutura do Balanço Patrimonial (BP)
e da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE).

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Referências bibliográficas
Trecho e figuras compilados dos materiais abaixo.
MEGLIORINI, Evandir; BUENO, Ary Silveira. Contabilidade para cursos de engenharia,
São Paulo, Atlas:2014 (cap.2).
PADOVEZ, Clóvis Luiz. Introdução à contabilidade com abordagem para não
contadores, São Paulo, Cengage Learning: 2015 (cap.3).

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