artigo propedêutica clínica

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FACULDADE REBOUÇAS DE CAMPINA GRANDE

ODONTOLOGIA

Gislayne Victória Marinho Arruda; 1


Weslane Silva dos Santos; 2
Kaline Clementino Pereira; 3
Bruna Mikaelly Ferreira da Silva;4
Raisa Beatriz Moreira Franco;5
Me. Manoel Lina; 6

SINALIZAÇÃO DOS RISCOS OCUPACIONAIS NA


ODONTOLOGIA

CAMPINA GRANDE
2023

1
[email protected]
2
[email protected]
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[email protected]
5
[email protected]
6
Professor orientador de propedêutica clínica do curso de Odontologia
A

1.0 INTRODUÇÃO
É verdade que ao longo do tempo, a conscientização e a preocupação
com a segurança no ambiente de trabalho para profissionais de saúde têm
aumentado significativamente. Antigamente, a compreensão dos riscos ligados
às profissões da saúde, como médicos, enfermeiros ou cirurgiões-dentistas,
não era tão relevante quanto hoje.
O cotidiano do cirurgião-dentista envolve desafios relacionados à
preservação da saúde no ambiente odontológico. O consultório é um local de
circulação constante de pessoas, podendo trazer riscos visíveis aos
profissionais devido à possível presença de agentes contaminantes. Para
realizar seus procedimentos com segurança, é fundamental que o espaço físico
seja planejado de forma adequada. Além das habilidades clínicas, a
organização e o planejamento do ambiente de trabalho são essenciais para
garantir a segurança e o bem-estar dos profissionais de odontologia no
exercício diário de suas atividades.
As medidas de biossegurança na clínica odontológica começam com
uma análise cuidadosa do histórico do paciente (anamnese), utilização dos
equipamentos de proteção individual (EPIs) e técnica rigorosa de lavagem das
mãos. É essencial o uso de luvas durante os procedimentos, além dos corretos
preparos, desinfecção, esterilização e armazenamento dos instrumentos. O
descarte de resíduos orgânicos é uma prática fundamental, juntamente com a
vacinação de toda a equipe para fornecer uma camada extra de proteção
contra doenças infecciosas.

2.0 OBJETIVOS
Esse projeto busca a melhoria no entendimento acerca dos riscos
ocupacionais presentes na odontologia, bem como busca ampliar a segurança
por parte dos profissionais cirurgiões-dentistas dentro do ambiente de trabalho,
principalmente onde há maior exposição aos riscos.
3.0 METODOLOGIA
Foram utilizados alguns recursos, como três artigos e um site, desde o
ano de mil novecentos e noventa e quatro, que foram essenciais para a
realização dessa pesquisa intensificada. Neste estudo, abordamos a
implementação de sinalização em áreas de riscos ocupacionais. Adaptamos
nossa base de pesquisas bibliográficas, em coleta de dados e projetos,
elaborando uma pesquisa quantitativa-descritiva.
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO A

A segurança ocupacional é essencial em uma clínica escola para evitar


a contaminação cruzada. Nesse sentido, a sinalização desempenha um papel
crucial na prevenção de acidentes. Foi desenvolvido um projeto para
implementar sinais de alerta para os riscos ocupacionais, seguindo um
cronograma estabelecido de acordo com a disciplina de propedêutica clínica,
sendo concluído em vinte e seis dias e dividido em etapas específicas.

As etapas do projeto incluíram o mapeamento dos riscos ocupacionais


na clínica escola, pesquisas sobre as normas e riscos relacionados a essas
áreas, a criação de cartazes de sinalização e, finalmente, a implementação dos
mesmos.

Durante o mapeamento, identificamos a clínica, a pré-clínica, a sala de


esterilização e a sala de radiologia como ambientes que apresentam riscos
ocupacionais. As pesquisas bibliográficas foram fundamentais para embasar a
compreensão dos riscos em cada área, orientando a confecção dos cartazes.
Para cada ambiente, desenvolvemos um cartaz que destacava os perigos
específicos daquela área, indicando a intensidade dos riscos no rodapé de
cada cartaz.

Assim, foram elaborados quatro modelos de cartazes, um para cada


área de risco, com legendas detalhando os perigos e suas intensidades.
Abaixo, apresentamos um exemplo do modelo desenvolvido para a sala de
esterilização. Este projeto representa um passo significativo em direção à
criação de um ambiente de trabalho mais seguro na clínica escola, destacando
a importância da conscientização e prevenção de riscos ocupacionais. (Figura
1).
Figura 1: Modelo de cartaz da sala de esterilização. A

Fonte: De autoria própria.

E, por fim, a implementação dos projetos de sinalizações nos ambientes


(Figura 2), onde buscamos a comunicação clara dos riscos ocupacionais
presentes nas áreas. Tivemos a cautela de fazer as colagens dos cartazes em
áreas de visibilidade, objetivando resultados de prevenção e segurança.

Figura 2 – Implementação do cartaz na clínica


A

Fonte: De autoria própria.

O presente estudo tenciona evidenciar a importância da sinalização de


riscos ocupacionais na clínica-escola de odontologia da Faculdade Rebouças
de Campina Grande. É notório que é de suma importância que cada integrante
da equipe odontológica possua um conhecimento abrangente sobre as
doenças que podem potencialmente se desenvolver durante a execução de
suas funções, a fim de assegurar que estejam devidamente informados e
preparados para adotar as medidas de proteção necessárias.

Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, a estimativa da Organização


Mundial da Saúde (OMS) para a América Latina sugere que apenas entre 1% e
4% das enfermidades ocupacionais é efetivamente registrada, observando que,
no contexto brasileiro, as informações oficiais se restringem aos trabalhadores
regulados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Os riscos ambientais ou ocupacionais são aqueles suscetíveis de


ocasionar danos à saúde do profissional, considerando as distintas
classificações adotadas pela literatura, podendo ser categorizados em grupos
de acordo com sua natureza. Tais riscos podem ter diversas origens, a saber:
Físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidente.

Riscos Físicos:
O risco físico compreende a exposição dos profissionais a agentes A

físicos, tais como ruído, vibração, radiação ionizante e não-ionizante,


temperaturas extremas, iluminação inadequada ou excessiva e umidade.
Equipamentos como a caneta de alta rotação, compressor de ar, equipamento
de raios X, equipamento de laser, fotoativador, autoclave, condicionador de ar,
entre outros, são causadores desses riscos (NOGUEIRA, et al. 2010). Frente a
esses riscos, é possível que o profissional manifeste estresses auditivos,
resultando em irritação e dificuldade de concentração. Além disso, está sujeito
a uma Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), caracterizada como "uma
diminuição gradual da acuidade auditiva do tipo neurossensorial". Também
podem ocorrer potenciais problemas nos órgãos da visão, fadiga visual e
reações celulares, incluindo quebra e desorganização de moléculas,
decorrentes da exposição à radiação (LEMOS, et al. 2017). Ademais, riscos
físicos representam a troca de energia entre o trabalhador e o ambiente de
trabalho, em quantidade ou frequência superior àquela que o organismo é
capaz de suportar, podendo resultar em doenças ocupacionais ou relacionadas
ao trabalho (NOGUEIRA, et al. 2010).

Riscos Químicos:

O risco químico configura-se como a exposição a substâncias químicas


nocivas, passíveis de causar danos à saúde dos profissionais da área da
saúde. Essas substâncias podem estar presentes em produtos de limpeza,
medicamentos e agentes químicos utilizados em laboratórios, entre outras
fontes. A exposição a esses compostos químicos pode ocorrer por inalação,
contato cutâneo ou ingestão, podendo resultar em uma variedade de
problemas, tais como distúrbios respiratórios, intoxicações, irritações na pele e
até mesmo doenças mais graves (LEMOS, et al. 2017).

Riscos Biológicos:

O ambiente odontológico é propício à disseminação de agentes


biológicos patogênicos, sendo considerado um ambiente de risco relevante.
Tais agentes englobam bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,
vírus, entre outros, capazes de prejudicar a saúde do profissional devido à sua
natureza, concentração ou intensidade temporal de exposição.
O risco biológico é uma preocupação frequente para os profissionais A

odontológicos, e a infecção cruzada é um dos riscos mais negligenciados na


prática odontológica. O cirurgião-dentista enfrenta diariamente acidentes com
material biológico decorrentes dos procedimentos clínicos realizados. Esses
acidentes podem resultar na transmissão de agentes infecciosos por meio do
contato direto com lesões, secreções, sangue, aerossóis, agulhas, bisturis ou
instrumentos inadequadamente esterilizados. A falta de atenção ou preparo
dos profissionais em relação às precauções universais e barreiras de proteção
frequentemente aumenta o risco de danos. É imperativo considerar fluidos
corporais, como saliva, exsudato e sangue, como potencialmente
contaminados por patógenos como o vírus da hepatite B (HBV), vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e outros. Hepatite B e AIDS são as principais
preocupações para os cirurgiões-dentistas, embora doenças como tuberculose
e pneumonia também possam ser transmitidas durante o atendimento
(NOGUEIRA, et al. 2010).

Riscos Ergonômicos:

Os riscos ergonômicos estão associados a elementos como postura


inadequada, carência de apoio adequado do profissional auxiliar, deficiência
em sua formação, falta de planejamento, ritmo de trabalho excessivo e ações
repetitivas, entre outros. Para mitigar tais riscos ergonômicos, é recomendável
seguir as seguintes diretrizes: efetuar um planejamento diário para uma
organização mais eficaz das atividades, contar sempre com pessoal auxiliar
devidamente instruído, incorporar práticas de atividade física regular, realizar
exercícios de alongamento entre os atendimentos, valorizar momentos de lazer
com a equipe e proporcionar capacitações frequentes (NOGUEIRA, et al.
2010). O bem-estar físico e mental do cirurgião-dentista sofre influência direta
das condições ambientais e posturas inadequadas adotadas durante a
execução de suas atividades profissionais. Práticas direcionadas à promoção
da saúde e prevenção de doenças desempenham um papel crucial na
elevação da qualidade de vida desses profissionais (LEMOS, et al. 2017).

Riscos de Acidente:
Riscos de acidentes referem-se à exposição da equipe odontológica a A

possíveis acidentes, sendo os mais frequentes citados: arranjo físico


inadequado e espaço físico subdimensionado, instrumental com defeito ou
impróprio para o procedimento; edificação com defeitos; perigo de incêndio ou
explosão; improvisações na instalação da rede hidráulica e elétrica; ausência
de equipamento de proteção. Sendo indispensável que a equipe odontológica
esteja corretamente treinada e capacitada para lidar com os riscos, seguindo
as normas de biossegurança estabelecidas pela ANVISA. Outra medida que
podemos utilizar como prevenção é o uso de máscaras ou aventais, que é
recomendado para proteger a equipe de saúde contra possíveis respingos e
aerossóis, além da utilização de luvas de proteção, que evitam o contato direto
com materiais potencialmente contaminados. É de suma importância que a
equipe de saúde esteja ciente sobre os riscos de acidentes (NOGUEIRA, et al.
2010).

O propósito do Mapa de Riscos reside em coletar informações


essenciais para realizar um diagnóstico abrangente da segurança e saúde no
ambiente de trabalho da empresa, promovendo, durante sua elaboração, a
troca e divulgação de dados entre os trabalhadores e incentivando sua
participação nas iniciativas de prevenção. As fases de elaboração
compreendem a compreensão do processo de trabalho, a identificação de
riscos, a avaliação de medidas preventivas, a análise de indicadores de saúde,
a revisão de levantamentos ambientais anteriores e, por último, a elaboração
do mapa, destacando grupos de riscos, quantidade de trabalhadores expostos,
detalhes dos agentes e intensidade do risco, expressa por variações de
tamanho nos círculos indicativos. Na tabela a seguir (Figura 3), baseada em
dados coletados no portal LegisWeb, podemos identificar a classificação dos
principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza e a
padronização das cores correspondentes.
Figura 3 – Riscos ocupacionais e exemplificações A

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 25, de 29 de dezembro


de 1994, NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Adaptado pelo
autor.

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Ao longo do estudo, analisamos a necessidade de sinalizações dos
riscos ocupacionais na clínica escola, com o objetivo específico na
implementação de cartazes como uma ferramenta essencial para a promoção
da prevenção de todos os envolvidos. Assim, analisando todos os dados, é
possível concluir o papel crucial da sinalização adequada e a conscientização
dos ocupantes sobre os riscos nesses âmbitos, construindo significativamente
a prevenção de acidentes e promovendo um ambiente seguro.
Uma análise detalhada dos riscos ocupacionais específicos enfrentados
na odontologia revela a necessidade prévia de estratégias abrangentes de
prevenção e proteção. A exposição a agentes biológicos, riscos químicos,
riscos físicos e as demandas ergonômicas inerentes às práticas odontológicas
são fatores que não podem ser subestimados.
Abordando questões como áreas de contaminação, alguns procedimentos e A

locais de esterilização e armazenamento de materiais, demandam constantes


protocolos de segurança.
Portanto, reconhecemos que a eficácia da sinalização não depende
apenas da sua presença física, mas também do papel educativo dos ocupantes
sobre a sua importância. Recomendamos programas regulares de
conscientização para melhor compreensão dos procedimentos de segurança e
projetos de fiscalizações nesses ambientes. Dessa forma, será possível
minimizar os riscos de acidentes nestes âmbitos.

6.0 REFERÊNCIAS

NOGUEIRA, S. et. al. Riscos ocupacionais em odontologia: revisão da


literatura. Journal of Health, v. 12, n. 3, 2010. Disponível em:
https://journalhealthscience.pgsskroton.com.br/article/view/1289/ACESSO:
15/11/2023

LEMOS, A. et. al. Elaboração do mapa de riscos da Clínica-Escola de


Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande. 2017.
Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25952/
Acesso: 15/11/2023

JAKOBI, H. Elaboração de mapa de risco ocupacional no estado de


Rondônia baseado em tecnologia de georreferenciamento. Rondônia.
2008. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mapa_risco_ocupacional_ro.pdf/
ACESSO: 15/11/ 2023

PORT SSST. Portaria ssst nº 25 de 29/12/1994. 1994. Disponível em:


https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=181316/ ACESSO: 15/11/2023

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