Apostila - Módulo IX
Apostila - Módulo IX
Apostila - Módulo IX
133 - AS
SUBSTANCIAIS MUDANÇAS DA CONCEPÇÃO À
EXECUÇÃO DOS CONTRATOS DE
OBRAS DE ENGENHARIA
Módulo IX
Sumário
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................. 2
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR .......................................................................................... 4
EMENTA DA DISCIPLINA............................................................................................................. 4
OBJETIVO GERAL.......................................................................................................................... 4
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 6
2. FUNDAMENTOS DE PROJETOS DE ENGENHARIA.......................................................7
2.1 Termo de Referência .................................................................................................................7
2.2 Anteprojeto de Engenharia ....................................................................................................7
2.3 Projeto Básico e Executivo .................................................................................................... 8
2.4 Requisitos Técnicos, Ambientais e Legais ......................................................................... 8
3. REGIMES DE EXECUÇÃO .................................................................................................... 8
4. MODALIDADES DE LICITAÇÃO ....................................................................................... 10
5. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS PARA ONRAS E SERVIÇOS DE
ENGENHARIA ................................................................................................................................. 11
6. ORÇAMENTO DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA ....................................... 12
7. GOVERNANÇA E GESTÕA DAS OBRAS PÚBLICAS .................................................... 13
8. ENTENDIMENTOS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ ........ 14
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 18
INDICAÇÃO DE ARTIGOS DO PROFESSOR HAMILTON BONATTO SOBRE OS
TEMAS DA DISCIPLINA................................................................................................................19
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APRESENTAÇÃO
O presente texto se propõe a introduzir os conceitos fundamentais que
regem as obras e serviços de engenharia, contextualizando o planejamento,
execução e fiscalização no âmbito das contratações públicas. Com base na
ementa geral e complementar, serão abordados tópicos como o regime de
empreitada, modalidades de licitação, inovações procedimentais como o
Diálogo Competitivo, bem como práticas orçamentárias e de reequilíbrio
econômico-financeiro. Adicionalmente, serão discutidos os métodos
avançados como o Building Information Modeling (BIM) e estratégias de
governança que visam prevenir obras paralisadas, incluindo interpretações
do Tribunal de Contas do Paraná (TCEPR).
Será abordada a fase de projeto em obras de engenharia, o que é
essencial para o sucesso e sustentabilidade de qualquer empreendimento.
Conceitos como projetos básicos e executivos são fundamentais para a
concretização de ideias e atendimento aos requisitos técnicos, ambientais e
legais. O planejamento estratégico dessas obras envolve uma compreensão
aprofundada do ciclo de vida do projeto, análise de riscos e gerenciamento
de recursos.
Discute-se os regimes de empreitada, os quais estabelecem as bases
para a contratação de serviços e execução de obras. Compreender as
diferentes modalidades de licitação de obras e serviços de engenharia é
crucial para o alinhamento com as diretrizes da Lei nº 14.133/2021. Além disso,
é importante reconhecer o papel inovador do Diálogo Competitivo como uma
modalidade que promove a elaboração conjunta de soluções técnicas
viáveis.
Tendo em vista que o Sistema de Registro de Preços emerge como uma
estratégia para otimizar a contratação de obras e serviços de engenharia,
permitindo flexibilidade e eficiência na aquisição de serviços será parte deste
texto base, focando na contratação de obras e serviços de engenharia com
projetos padronizados. A elaboração do orçamento, por sua vez, por ser uma
etapa decisiva que demanda precisão e transparência, especialmente
quando consideramos o caráter sigiloso de determinadas informações, é um
tema que será abordado neste texto base.
Serão discutidas medidas de governança eficazes, pelo fato de que são
vitais para mitigar o risco de obras paralisadas, garantindo o uso responsável
dos recursos públicos e a conclusão tempestiva dos projetos. Essas medidas
incluem um rigoroso processo de licitação, monitoramento contínuo,
avaliação de desempenho e responsabilidade fiscal.
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Para dar uma maior segurança jurídica aos alunos, serão relatados
entendimentos do Tribunal de Contas do Paraná, no sentido de fornecer
valiosas lições e diretrizes sobre a execução e fiscalização de obras públicas.
As decisões do TCEPR enfatizam a necessidade de aderência às normas de
licitação, prudência no planejamento e respeito aos princípios de
economicidade, eficiência e eficácia.
Finalmente, será enfatizado o dever de governança e planejamento em
obras e serviços de engenharia, que reflete um compromisso com a
qualidade, a sustentabilidade e a entrega de valor à sociedade. A governança
efetiva está intrinsecamente ligada à capacidade de planejar, executar e
entregar obras de engenharia que atendam às necessidades atuais sem
comprometer as gerações futuras.
Este texto-base fornece uma visão integrada das práticas, desafios e
soluções inerentes ao campo das obras e serviços de engenharia na esfera
pública. Os temas aqui explorados são fundamentais para o desenvolvimento
profissional e acadêmico de estudantes de pós-graduação e profissionais que
buscam excelência na gestão de projetos de infraestrutura. Este texto-base
fornece uma visão integrada das práticas, desafios e soluções inerentes ao
campo das obras e serviços de engenharia na esfera pública. Os temas aqui
explorados são fundamentais para o desenvolvimento profissional e
acadêmico de estudantes de pós-graduação e profissionais que buscam
excelência na gestão de projetos de infraestrutura.
Professor Hamilton Bonatto
Procurador do Estado do Paraná
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APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Hamilton Bonatto é Procurador do Estado do Paraná; Mestre em
Planejamento e Governança; Engenheiro Civil; Licenciado em Matemática
Plena; Especialista em Direito Constitucional; em Advocacia Pública; em
Construção de Obras Públicas e em Ética e Educação. É Autor dos livros:
“Licitações e Contratos de Obras e Serviços de Engenharia, Editora Fórum;
“Contratação de Obras Públicas”, UEPG, Programa de Residência Técnica;
“Critérios Éticos para a Construção de Obras Públicas Sustentáveis”, Editora
NP; Governança e Gestão de Obras Públicas: do Planejamento à Pós-
Ocupação”, Editora Fórum; “BIM para Obras Públicas”, Editora CON; Co-autor
do livro Contrato Público Built o Suit, Editora Fórum; autor da Coletânea com
11 (onze) Cadernos Orientadores para Contratação de Obras e Serviços de
Engenharia – Edificações; do Caderno sobre aquisições de bens; do Caderno
sobre prestação de serviços. Professor convidado para ministrar temas de
obras e serviços de engenharia em diversas Instituições de Ensino Superior
em diversos Estados brasileiros.
EMENTA DA DISCIPLINA
Projeto: Conceitos fundamentais. Planejamento para obras e serviços
de engenharia. Regime de empreitada. Modalidades de licitação para obras
e serviços de engenharia. Diálogo Competitivo. Sistema de Registro de Preços
para Obras e Serviços de Engenharia. Orçamento. Reequilíbrio econômico-
financeiro. Building Information Modeling – BIM. Medidas de governança
para evitar ou mitigar obras paralisadas.
OBJETIVO GERAL
Desenvolver nos estudantes uma compreensão abrangente e integrada
dos conceitos, métodos e práticas fundamentais envolvidos no projeto,
planejamento e execução de obras e serviços de engenharia, bem como
aprimorar habilidades em tomada de decisão e gestão estratégica, alinhadas
às regulamentações vigentes e às tendências tecnológicas, para assegurar a
eficiência, economicidade e sustentabilidade em empreendimentos do setor
público.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Examinar os princípios fundamentais e as técnicas envolvidas no
desenvolvimento de projetos de engenharia, com ênfase em anteprojeto,
projetos básicos e executivos.
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2. Investigar os diferentes regimes de empreitada utilizados na execução de
obras públicas, discernindo suas características e implicações legais e
práticas.
3. Avaliar as diversas modalidades de licitação, destacando os critérios de
seleção, vantagens e desafios associados a cada uma, particularmente em
obras e serviços de engenharia.
4. Estudar o Sistema de Registro de Preços como um mecanismo para agilizar
e tornar mais eficaz o processo de contratação de obras e serviços de
engenharia.
5. Compreender a elaboração e execução do orçamento em projetos de
engenharia, enfocando a transparência, controle de custos e gestão fiscal.
6. Discutir estratégias para o reequilíbrio econômico-financeiro em contratos
de obras públicas, contemplando aspectos legais e técnicas de
negociação.
7. Aprofundar conhecimentos sobre Building Information Modeling (BIM),
explorando suas aplicações, benefícios e o impacto na gestão de projetos
de engenharia.
8. Propor medidas de governança eficazes para prevenir e mitigar o risco de
paralisação em obras públicas, integrando práticas de monitoramento,
controle e avaliação de desempenho.
9. Fomentar o entendimento de que governança e planejamento efetivos são
fundamentais para a execução responsável e bem-sucedida de obras de
engenharia, alinhando-se com os objetivos de desenvolvimento
sustentável e bem-estar social.
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1. INTRODUÇÃO
Esta disciplina está projetada para equipar os profissionais com um
entendimento profundo e habilidades práticas necessárias para navegar na
complexidade e multidisciplinaridade que são inerentes às obras e serviços
de engenharia.
Na medida em que exploramos os fundamentos teóricos e práticos, o
curso se aprofundará no planejamento estratégico necessário para a gestão
eficaz de projetos, no regime de empreitada sob o qual operam as obras, nas
modalidades de licitação delineadas pela Lei nº 14.133/2021 e nas inovações
processuais como o Diálogo Competitivo, que abre novos horizontes para a
contratação pública.
O Sistema de Registro de Preços, em particular, será examinado como
uma estratégia proeminente para otimizar a contratação de serviços,
promovendo uma gestão mais flexível e eficiente. Em paralelo, a disciplina
discutirá a importância da meticulosa elaboração do orçamento e da sua
gestão transparente, fatores que são cruciais para o sucesso financeiro e
operacional dos projetos de engenharia.
Além disso, a governança surge como um tema central, especialmente
no contexto atual em que a sociedade demanda uma maior responsabilidade
fiscal e a conclusão pontual dos projetos. Serão apresentadas estratégias
robustas de governança para evitar ou mitigar obras paralisadas, garantindo
que recursos públicos sejam geridos de maneira prudente e eficaz.
Contribuições e interpretações do Tribunal de Contas do Paraná
servirão como valiosas lições e diretrizes para a execução e fiscalização de
obras públicas, reforçando o compromisso do curso com a excelência, a
legalidade e a prudência no planejamento e na execução de obras.
Enfim, a adoção de tecnologias emergentes como o Building
Information Modeling (BIM) e as discussões sobre reequilíbrio econômico-
financeiro serão abordadas, destacando a importância de estar na
vanguarda do conhecimento técnico e tecnológico no setor.
Este curso promete não apenas transmitir conhecimento, mas também
instigar uma reflexão crítica e a aplicação prática dos conceitos. Será uma
jornada através dos desafios e soluções que moldam as obras e serviços de
engenharia, com o objetivo final de preparar os profissionais para uma
contribuição significativa e sustentável à infraestrutura pública e à sociedade
como um todo.
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2. FUNDAMENTOS DE PROJETOS DE ENGENHARIA
Os projetos de engenharia, pedras angulares para o sucesso de
qualquer empreendimento de construção, são concebidos e desenvolvidos
através de uma série de documentos fundamentais que servem como guias
desde a concepção até a conclusão de uma obra. A compreensão
aprofundada do termo de referência, dos projetos básicos e executivos, bem
como o atendimento aos requisitos técnicos, ambientais e legais são vitais
para garantir que cada projeto não só alcance os objetivos desejados, mas
também respeite as diretrizes éticas e regulamentares da engenharia
moderna.
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e executivos serão construídos, assegurando que o desenvolvimento
subsequente seja baseado em conceitos sólidos e bem pensados.
3. REGIMES DE EXECUÇÃO
Cada um dos regimes de execução tem suas particularidades e deve
ser escolhido com base na natureza do projeto, na complexidade, na
necessidade de controle e na alocação de riscos entre as partes. A seleção
adequada do regime de execução é um passo crucial no planejamento e
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gerenciamento de projetos de engenharia, influenciando diretamente o
sucesso e a eficiência da obra ou serviço a ser entregue.
Os regimes de execução de obras e serviços de engenharia são
estratégias contratuais que definem a relação entre a administração pública
e as empresas contratadas para a realização de um empreendimento
público. Cada um destes regimes possui características específicas que os
tornam adequados para diferentes tipos de projetos. Vamos explorar os sete
regimes previstos na legislação brasileira, em especial na Lei nº 14.133/2021:
a) Empreitada por Preço Unitário: neste regime, o pagamento é feito com
base nas quantidades efetivamente executadas de serviços ou
fornecimentos previstos no contrato, multiplicadas pelos preços unitários
acordados. É mais flexível em relação às variações de quantidade e é
geralmente empregado em projetos os quais essas variações são
esperadas ou não podem ser precisamente definidas desde o início.
b) Empreitada por Preço Global: diferente da empreitada por preço unitário,
neste regime o contratado se compromete a executar a obra ou serviço
por um preço total fixo. Este modelo é indicado para projetos com escopos
bem definidos, nos quais é possível estabelecer um quantitativo fechado
de trabalho a ser realizado.
c) Empreitada Integral: este regime é uma modalidade de empreitada por
preço global que inclui, além da execução dos serviços ou obras, a
realização de estudos técnicos, projetos básicos e executivos, e quaisquer
outros serviços necessários à entrega final do projeto. É adequado para
projetos complexos, em que se deseja transferir ao contratado toda a
responsabilidade técnica e administrativa.
d) Contratação por Tarefa: a contratação por tarefa é um modelo
simplificado, em que o contratado recebe um valor fixo para a realização
de pequenos serviços ou tarefas de curta duração, com escopo e prazo
bem definidos. É um regime vantajoso para serviços menores, que não
demandam grande planejamento ou investimento.
e) Contratação Integrada: na contratação integrada, o contratado é
responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, além
de executar as obras e serviços. O pagamento geralmente é realizado por
preço global, e este regime é indicado para projetos que requerem uma
integração eficiente entre as etapas de planejamento e execução.
f) Contratação Semi-Integrada: é semelhante à contratação integrada,
porém, neste caso, o projeto básico já é fornecido pela administração. O
contratado desenvolve o projeto executivo e executa a obra. Este regime
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permite um maior controle inicial do projeto por parte da administração,
mantendo ainda a integração entre execução e projeto executivo.
g) Fornecimento e Prestação de Serviço Associado: neste modelo, a empresa
contratada deve fornecer bens e, simultaneamente, prestar serviços
associados a esses bens. É comum em situações em que o fornecimento
de equipamentos ou sistemas requer também serviços especializados de
instalação, configuração, treinamento ou manutenção.
4. MODALIDADES DE LICITAÇÃO
I - Pregão: O pregão é principalmente usado para a aquisição de bens e
serviços comuns, sendo reconhecido por sua eficiência e agilidade. Na esfera
da engenharia, esta modalidade pode ser aplicada para a contratação de
serviços de engenharia comuns, nos quais as especificações do serviço
podem ser claramente definidas e comparadas.
II - Concorrência: a concorrência é a modalidade mais versátil e abrangente,
adequada para a contratação de uma vasta gama de obras e serviços de
engenharia. Ela permite ampla participação de licitantes e é caracterizada
por critérios rigorosos de habilitação e julgamento das propostas.
III - Concurso: o concurso é destinado à seleção de trabalho técnico, científico
ou artístico, com a atribuição de prêmios ou remuneração aos vencedores.
Embora menos comum no contexto de obras e serviços de engenharia, pode
ser utilizado para o desenvolvimento de projetos inovadores ou para a
obtenção de soluções criativas para problemas específicos da engenharia.
IV - Leilão: o leilão é utilizado para a venda de bens móveis inservíveis para
a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados.
Embora sua aplicação direta em obras e serviços de engenharia seja limitada,
ele pode ser relevante para a alienação de equipamentos ou materiais
excedentes.
V - Diálogo Competitivo: o Diálogo Competitivo se destaca como uma
modalidade inovadora, ideal para projetos de engenharia que apresentam
complexidades especiais ou quando não é possível definir com antecedência
as especificações técnicas completas. Esta modalidade promove uma
interação construtiva entre a administração pública e possíveis licitantes para
desenvolver soluções customizadas que atendam às necessidades do projeto.
A compreensão das modalidades de licitação estabelecidas pela Lei nº
14.133/2021 é fundamental para quem atua no setor de engenharia,
especialmente para as entidades públicas que licitam e contratam obras e
serviços. A escolha da modalidade apropriada e do regime de execução
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correto é crucial para atender aos objetivos do projeto, garantir a
transparência do processo licitatório e assegurar a obtenção de resultados
eficazes e eficientes.
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Flexibilidade: oferece à Administração a flexibilidade de contratar
quantidades variáveis, conforme a necessidade, sem a obrigatoriedade de
adquirir a totalidade dos quantitativos registrados.
Gestão Eficiente: permite um melhor planejamento e gestão das
contratações, o que é essencial para a manutenção e execução de obras e
serviços de engenharia de maneira contínua e eficiente.
Conclusão: o SRP surge como um instrumento de modernização das
contratações públicas, adequado às demandas atuais por uma gestão mais
eficiente e econômica. Para o setor de obras e serviços de engenharia, é uma
ferramenta que, se bem aplicada e em consonância com os requisitos legais,
pode otimizar significativamente as contratações, traduzindo-se em
benefícios tangíveis tanto para a Administração quanto para a sociedade.
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A Lei nº 14.133/2021 permite que o orçamento de obras e serviços de
engenharia seja mantido em sigilo quando justificado, garantindo que esta
informação seja acessível apenas aos órgãos de controle até que as
propostas sejam julgadas. O sigilo busca equilibrar a informação entre a
Administração e os licitantes, fazendo com que nenhum dos lados conheça
os valores orçamentários do outro antes da apresentação das propostas. Tal
medida exige que os licitantes estudem profundamente os documentos
técnicos da licitação para formular suas ofertas, evitando dependência do
preço máximo como referência. Apesar dos desafios práticos de manter o
orçamento em sigilo, a divulgação dos detalhes quantitativos fornecidos no
edital diminui o efeito do sigilo, principalmente quando os licitantes podem
facilmente calcular o preço unitário com base nas tabelas de referência,
exceto em casos de contratação integrada, onde o detalhamento
quantitativo é mais complexo. A lei sugere que os detalhes orçamentários
sejam tornados públicos somente após a fase de negociação e classificação
final.
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contas pelos agentes de governança. A equidade deve assegurar um
tratamento justo e igualitário a todos os envolvidos, e a responsabilidade
corporativa deve considerar os impactos econômicos, sociais e ambientais
das obras.
Na prática, isso significa conduzir licitações transparentes para
projetos e obras, garantir uma contratação eficaz, supervisionar
adequadamente o andamento das obras e aplicar uma fiscalização rigorosa
para assegurar a qualidade e a conformidade com os padrões técnicos e
legais.
Para garantir uma gestão eficiente de riscos, o governo deve
implementar sistemas que mantenham as informações atualizadas e
relevantes para todos os interessados, refletindo possíveis resultados sociais,
econômicos, ambientais, culturais e políticos. Um planejamento bem
estruturado permite uma melhor previsão de tempo e recursos necessários
para os empreendimentos, e a utilização de tecnologia e inovação pode
contribuir significativamente para a gestão eficiente de projetos e obras
públicas.
Em suma, a governança em obras públicas é o alicerce para a gestão
competente e eficaz, orientando o governo no estabelecimento e execução
de políticas e práticas que garantam obras públicas de qualidade,
sustentáveis e alinhadas com o interesse público.
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Execução Contratual: a falta de execução contratual adequada e a ausência
de elementos técnicos suficientes em projetos entregues pela contratada
podem levar a danos ao erário e à inexecução da garantia contratual,
resultando em contas irregulares e necessidade de restituição.
Orçamento Detalhado: a ausência de um orçamento detalhado que expresse
todos os custos unitários pode levar a problemas significativos, incluindo a
necessidade de instauração de Tomada de Contas Extraordinária.
Sistema de Registro de Preços: o uso do sistema de registro de preços para a
contratação de soluções padronizadas, como muros de arrimo, é permitido,
mas requer que todos os aspectos das contas estejam regulares, com
recomendações específicas para gestores e agentes públicos.
Recursos Orçamentários: a administração deve prever os recursos
orçamentários necessários para o pagamento das obrigações decorrentes de
obras ou serviços a serem executados, incluindo provisões para
empreendimentos que ultrapassam um exercício financeiro.
Profissional Habilitado: a elaboração do orçamento deve ser realizada por
um profissional habilitado, com recolhimento de Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica
(RRT) que fixará o preço máximo adotado na licitação.
Empreitadas: a distinção entre os regimes de empreitada por preço global e
por preço unitário deve ser clara no contrato, especificando as etapas ou
serviços, prazos, e a sistemática para a medição e aceite dos serviços
executados.
Qualidade dos Serviços: a qualidade dos serviços entregues deve estar de
acordo com as especificações dos projetos e normas técnicas, e qualquer
irregularidade deve ser sanada durante a instrução processual.
Experiência e Inovação: as exigências de experiência prévia em tecnologias
inovadoras, como o Building Information Modeling (BIM), nos editais devem
ser avaliadas com consideração dos argumentos de defesa, possibilitando o
avanço de licitações utilizando esta metodologia disruptiva.
Esses acórdãos demonstram a postura rigorosa do TCEPR na análise e
julgamento de contas relacionadas a obras e serviços de engenharia,
salientando o compromisso com a transparência, o cumprimento das normas
e a busca pela eficiência na gestão pública. As decisões reforçam a
necessidade de planejamento adequado, documentação completa,
fiscalização contínua e gestão e controle rigorosos em todas as fases de
obras públicas, desde a concepção até a execução e pós-execução.
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A disciplina de obras e serviços de engenharia desta Pós-Graduação
tem o compromisso com a formação integral dos profissionais envolvidos em
empreendimentos públicos de obras e serviços de engenharia. Ao longo do
curso, os alunos terão a oportunidade de mergulhar nos aspectos técnicos,
legais e éticos que norteiam o campo da arquitetura engenharia civil, com
ênfase no cumprimento das normativas e na adoção de práticas de
governança que asseguram transparência e eficiência na gestão dos recursos
públicos.
A disciplina fornece aos alunos uma base sólida no entendimento das
complexidades e nuances dos empreendimentos públicos de arquitetura e
engenharia, preparando-os para enfrentar desafios práticos e aprimorar suas
habilidades analíticas e de tomada de decisão. Os conhecimentos adquiridos
abrangem desde o estudo de viabilidade até a entrega final dos projetos,
passando pelo planejamento estratégico, elaboração de orçamentos
detalhados, compreensão dos regimes de execução e das modalidades de
licitação.
Além disso, a integração de tecnologias emergentes como o Building
Information Modeling (BIM) demonstra o desejo do curso de manter os alunos
na vanguarda das tendências tecnológicas, capacitando-os a empregar
ferramentas avançadas que contribuem para a precisão, eficiência e
sustentabilidade dos projetos de engenharia.
Os ensinamentos do Tribunal de Contas do Paraná reforçam a
importância do rigor no cumprimento das legislações e normas técnicas, e da
prudência no planejamento e execução dos projetos. A análise de acórdãos
específicos traz lições valiosas sobre os cuidados necessários para evitar
falhas e irregularidades que possam levar a desperdício de recursos ou falhas
estruturais.
A disciplina reconhece que o sucesso na execução de obras públicas
não se resume à aplicação de conhecimentos técnicos; envolve a capacidade
de gerenciar projetos complexos com visão estratégica, garantindo que as
construções sejam realizadas dentro dos prazos, orçamentos e padrões de
qualidade esperados. A ênfase na prevenção de obras paralisadas e no uso
responsável dos recursos públicos destaca o papel essencial da engenharia
civil na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Em resumo, a disciplina de obras e serviços de engenharia é desenhada
para cultivar uma nova geração de arquitetos, engenheiros e gestores de
projetos, equipados com o conhecimento e as habilidades necessárias para
liderar com sucesso os esforços de infraestrutura que moldam nosso mundo.
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Ao promover uma compreensão holística dos processos de engenharia, o
curso aspira a transcender a transmissão de conhecimento técnico e se tornar
uma plataforma para a inovação e a excelência no serviço público.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONATTO, Hamilton. BIM para Obras Públicas. Curitiba: Editora COM, 2022.
18
INDICAÇÃO DE ARTIGOS DO PROFESSOR HAMILTON BONATTO SOBRE
OS TEMAS DA DISCIPLINA
19
• A Engenharia e Arquitetura na Administração Pública e o Desenvolvimento
Nacional
https://ronnycharles.com.br/a-engenharia-e-arquitetura-na-administracao-publica-
e-o-desenvolvimento-nacional/.
PODCAST
20
LIVES
• Gestão pública 4.0 - #19 nova lei de licitações | Hamilton Bonatto:
https://www.youtube.com/watch?v=A2aky2tyOtA
https://www.youtube.com/watch?v=q-ro21mVov0
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