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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS MULTIDISCIPLINARES


NÚCLEO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
PROMOÇÃO DE SAÚDE 3

Estudo de Caso: Promoção do uso racional de medicamentos

ACADÊMICO:

Náthally Eduarda da Costa Barros César - 231039285

DOCENTES:
Profª Dra Andréa de Oliveira
Profº Dr André Ribeiro
Profª Dra Alessandra Lisboa
Profº Dr Jônatas de França
Profº Dr Isaias Nery
Profº Dr Raul Dusi
Profº Dr Jitone Leônidas
Profª Me. Silvia Emanoella
Profª Dra Jackeline Neres
Profª Me Tayane Medeiros

Brasília - DF
2024
ESTUDO DE CASO

A promoção da saúde é uma das estratégias do setor de saúde


para buscar a melhoria da qualidade de vida da população. Seus
objetivos são produzir a gestão compartilhada entre usuários,
movimentos sociais, trabalhadores do setor sanitário e de outros
setores, produzindo autonomia e corresponsabilidade. No Brasil, a
promoção da saúde reitera os princípios do SUS, integrando-se na
luta para a construção de um modelo de atenção à saúde pública,
universal e integral, equitativo e de qualidade, pautado pelo
investimento em sujeitos autônomos e solidários, que aprofunde a
gestão democrática dos serviços de saúde e fortaleça estratégias
intersetoriais de melhoria da qualidade de vida da população. A
Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada por meio
da Portaria MS/GM nº 687, de 30 março de 2006, afirma que, para o
desenvolvimento da promoção da saúde, é imprescindível intervir em
problemas como “violência, desemprego, subemprego, falta de
saneamento básico, habitação inadequada ou ausente, dificuldade de
acesso à educação, fome, urbanização desordenada, má qualidade do
ar e da água”.
Essas questões estão em sintonia com o artigo 3º da Lei nº
8.080, de 19 de setembro de 1990, documento que institui o Sistema
Único de Saúde (SUS). Dessa forma, imbuída do princípio de que a
saúde depende da qualidade de vida, a PNPS afirma que as ações
públicas em saúde devem ir além da ideia de cura e reabilitação. É
preciso privilegiar medidas preventivas e de promoção da saúde,
transformando os fatores da vida que colocam as coletividades em
situação de iniquidade e vulnerabilidade. Para isso, é fundamental o
desenvolvimento de ações intersetoriais para a geração de emprego
e renda, fortalecimento da educação, preservação ambiental,
planejamento de espaços urbanos e rurais, realização de iniciativas
culturais e esportivas, dentre outras, o que ampliaria a capacidade
das políticas públicas de incidirem sobre os determinantes sociais da
saúde, tornando-as mais efetivas. (ref 4).

Resumindo, a promoção da saúde é um conceito abrangente


que vai além da ausência de doenças e envolve estratégias e ações
que visam melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas
por meio de intervenções nos determinantes sociais, econômicos e
ambientais da saúde, sendo um dos pilares fundamentais desse
campo, o uso racional de medicamentos (URM), que busca garantir
que os medicamentos sejam utilizados de forma segura, eficaz e
adequada às necessidades específicas dos pacientes. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de
medicamentos ocorre quando os pacientes recebem os
medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses
adequadas, por um período de tempo suficiente e ao menor custo
possível para eles e para a sociedade. No entanto, desafios como a
automedicação, o uso indiscriminado de antibióticos e a falta de
adesão ao tratamento dificultam a implementação efetiva do URM,
especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil.

O uso racional de medicamentos foi definido pela organização


mundial da saúde (OMS) em 1985, como a situação em que os
pacientes recebem medicamentos adequados às suas necessidades
clínicas, em doses que atendam às suas necessidades individuais, por
um período de tempo adequado e ao menor custo para eles e sua
comunidade (ref 1). Em 1998, os danos causados pelo uso
indiscriminado de medicamentos a partir da automedicação se
tornaram pauta fundamental no Conselho Nacional de Entidades
Estudantis de Farmácia, já que números bem preocupantes
circulavam pelo país. A partir daí, como iniciativa para brecar as
entradas hospitalares causadas por intoxicações medicamentosas, foi
escolhida a data do dia 5 de maio para promover o dia nacional do
medicamento: uma iniciativa fundamental, que nascia para
conscientizar todos os brasileiros sobre os cuidados necessários na
utilização dos remédios. (ref 2)
O tratamento medicamentoso sendo ineficaz, acarreta no
prolongamento ou na piora da doença, aumenta as reações adversas
e consequências negativas para o paciente. Algumas consequências
do uso irracional de medicamentos são (ref 3):
1 - Pacientes que realmente necessitam de terapia medicamentosa
serão prejudicados pela falta de medicamentos;
2 - O sistema de saúde fica congestionado (uma vez que o paciente
necessitará de novas consultas ou até internações)
3 - O meio ambiente será afetado com o descarte inadequado dos
medicamentos.

A promoção do uso racional de medicamentos é essencial para


enfrentar problemas de saúde pública, como a resistência
antimicrobiana, os efeitos adversos evitáveis e os custos
desnecessários para os sistemas de saúde. Campanhas educativas
voltadas para profissionais de saúde e a população em geral têm um
papel crucial nesse contexto. Por exemplo, programas que promovem
o uso correto de antibióticos ajudam a prevenir a resistência
bacteriana, um problema que cresce exponencialmente em todo o
mundo. Na prática, a promoção da saúde e o URM estão interligados.
A promoção da saúde cria um ambiente que favorece escolhas
informadas sobre medicamentos. Políticas públicas que priorizam a
atenção primária, por exemplo, podem incorporar farmácias
integradas às equipes de saúde da família, onde farmacêuticos
orientam os pacientes sobre o uso correto de seus tratamentos. Além
disso, os profissionais da saúde precisam estar capacitados para
realizar a prescrição racional, evitando medicamentos
desnecessários ou tratamentos inadequados.
Atenção especial deve ser dada ao problema da
automedicação, um comportamento frequente em diversas
populações. O acesso fácil a medicamentos em farmácias, aliado à
desinformação, leva muitas pessoas a utilizarem remédios sem
orientação adequada, o que pode resultar em interações
medicamentosas prejudiciais ou na falha terapêutica. Campanhas
como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado
no Brasil em 5 de maio, têm como objetivo conscientizar a sociedade
sobre esses riscos e destacar a importância da consulta a um
profissional habilitado. Outra questão relevante é a interseção entre
promoção da saúde, URM e populações vulneráveis, grupos como
idosos, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade
socioeconômica frequentemente enfrentam barreiras para o acesso e
uso adequado de medicamentos. Nesse contexto, é fundamental que
as políticas públicas garantam tanto o acesso quanto a educação em
saúde, promovendo uma abordagem integral e inclusiva. Em
conclusão, a promoção da saúde e o uso racional de medicamentos
são áreas fundamentais para o fortalecimento dos sistemas de saúde
e a melhoria da qualidade de vida. Ambos exigem esforços
intersetoriais, incluindo políticas públicas eficazes.

Algumas orientações essenciais que seria de grande interesse


que todos soubessem sobre medicamentos (ref 2):

1 – Medicamentos não são brincadeiras!

2 – Guarde os remédios fora da cozinha, do banheiro ou lugares


úmidos

3 – Preserve sempre os remédios nas embalagens originais

4 – Cheque sempre a data de validade

5 – Não tome os remédios com refrigerante ou álcool, é sempre com


água.

6 – não abrir as cápsulas e nem triturar ou diluir os compridos antes


de tomar

7 – cuidado ao tomar mais de um medicamento juntos

8 – Procure saber sobre o seu tratamento e o uso de seus


medicamentos

9 – melhor não confiar sempre na sua memória para lembrar dos


medicamentos e horário de toma-los

10 – Lugar de comprar remédio é apenas na farmácia


11 – Não é porque é natural que em excesso não faça mal

12 – Procure pontos de coleta para descartar corretamente seus


medicamentos vencidos ou que não utiliza mais

13 – Se ainda tiver dúvidas, basta entrar em contato com quem


entende melhor do assunto: o seu time de saúde

Propostas de melhoria para promoção da saúde e o uso


racional de medicamentos:

1. Educação em Saúde para a População Geral


 Ampliar campanhas educativas, criando campanhas regulares
em meios de comunicação e massa (TV, rádio, redes sociais)
para informar a população sobre os perigos da automedicação,
como por exemplo, a resistência antimicrobiana e reações
adversas
 Incorporar educação em saúde nas escolas ensinando desde
cedo a importância do uso racional de medicamentos. As
escolas podem incluir no currículo palestras e atividades
interativas relacionadas ao tema.
 Promover aplicativos para celulares que podem ser
desenvolvidos para oferecer informações sobre medicamentos,
seus usos corretos e alertas sobre interações perigosas

2. Capacitação de Profissionais da Saúde:


 Programas de educação continuada sobre farmacologia,
interações medicamentosas e manejo de pacientes vulneráveis.
 Incentivo à adoção de protocolos clínicos baseados em
evidências científicas.
 Criação de plataformas online para compartilhamento de
informações e materiais educativos.
3. Fortalecimento da Vigilância Sanitária:

 Monitoramento rigoroso de vendas em farmácias e plataformas


online para evitar a comercialização de medicamentos sem
receita.
 Proibição de propagandas enganosas ou que incentivem o
consumo estendido de medicamentos.

4. Incentivo ao Descarte Consciente de Medicamentos.

 Instalação de pontos de coleta de medicamentos em farmácias


e unidades de saúde.

 Campanhas de conscientização sobre os impactos ambientais


do descarte inadequado de medicamentos.
 Parcerias com empresas farmacêuticas para implementação de
sistemas de logística reversa.

5. Investimento em Tecnologias e Sistemas de Informação

 Aplicativos que lembrem os pacientes de tomar medicamentos


e permitam registrar efeitos adversos.
 Sistemas de prontuário eletrônico integrados para melhorar a
comunicação entre profissionais de saúde sobre tratamentos
prescritos.
 Ferramentas que ajudam na identificação de interações
medicamentosas durante a prescrição.

6. Promoção de Acesso Igualitário a Medicamentos Essenciais

 Ampliação do programa "Aqui Tem Farmácia Popular",


garantindo que os medicamentos essenciais estejam
disponíveis em todas as regiões do país.
 Simplificação dos processos para que as populações tenham
acesso a tratamentos gratuitos ou subsidiados.
 Monitoramento da distribuição para evitar desabastecimentos.

7. Incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na área


Farmacêutica

 Parcerias público-privadas para financiar estudos sobre


medicamentos mais eficazes e seguros.
 Apoio a pesquisas que exploram terapias alternativas baseadas
em fitoterápicos e práticas integrativas.
 Programas de incentivo à inovação na área farmacêutica,
especialmente em universidades e centros de investigação.

8. Desenvolvimento de Políticas Intersetoriais

 Implementar programas de educação em saúde nas escolas,


com foco na prevenção de doenças e no uso consciente de
medicamentos.
 Ações conjuntas para melhorar o saneamento básico, a
habitação e o acesso à alimentação saudável.
 Incentivar iniciativas culturais e esportivas que promovam
hábitos saudáveis e previnam doenças.

9. Reforço na Atenção às Populações Vulneráveis

 Programas específicos de saúde para idosos, incluindo


educação sobre polifarmácia e manejo de doenças crônicas.
 Ações comunitárias para conscientizar a população cuidadosa
sobre os riscos da automedicação.
 Treinamento de agentes comunitários de saúde para identificar
e orientar famílias em risco.
Referências Bibliográficas:
1 - BRASIL. Ministério da Saúde, Uso racional de medicamentos. Disponível em:
https://www.gov.br /saude/pt-br /composição/secticas /daf/uso -racional-de -medicamentos .
acesso em: 05 dez. 2024
2 - HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS. Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Disponível em:
https ://hospitalsiriolibanes .org .br /blog /vivaoseumelhor /dia -nacional -do -uso -racional -de
-medicamentos . Acesso em: 06 dez. 2024.
3 - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU.Uso racional de
medicamentos .https ://www.hcfmb .unesp .br/wp-c/envios /2018 /08 /Uso -racional -de -
Medicamentos -Livro-Impressão-2 .pdf . Acesso em: 06 dez. 2024
4 - BRASIL. Mini Glossário: promoção da saúde. 1.ed. Brasília: https ://bvs.sau.gov .br /bvs
/publicaco/glossario_promocao_saud.pdf . Acesso em: 06 dez. 2024

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