5133
5133
5133
São Carlos-SP
2013
CLÁUDIA SOLANGE ROSSI MARTINS
São Carlos-SP
2013
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
a
CDD: 371.9 (20 )
Dedico este trabalho ao meu jovem Pastor, Sacha Alexandre; ao meu futuro grande Piloto,
Ao meu Deus, por tudo o que És, por tudo o que Tens feito, por Tuas promessas que
se cumprem na minha vida e por tudo o que Vais fazer. Com toda a força do meu ser, eu Te
louvo e Te agradeço. Obrigada, Senhor.
À União Este Brasileira da Igreja Adventista do 7º Dia, nas pessoas dos seus
administradores Pr. Maurício Lima e Pr. Volnei Porto, pela visão de Obra ao investir na
formação e qualificação profissional dos seus obreiros. Certamente os frutos hão de vir para o
crescimento da Obra do Mestre. Muitíssimo Obrigada.
À Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Foi um privilégio poder compor
seu quadro discente. Quantas experiências, quantas memórias. Com o coração cheio de
gratidão, aqui me despeço. Obrigada.
Ao meu orientador, Dr. Almir Del Prette, e sua esposa, Dra. Zilda Del Prette,
pelas aulas – verdadeiras fontes de conhecimento e experiências – pelas orientações pontuais,
imprescindíveis ao bom desenvolvimento da pesquisa.
Aos colegas do grupo RIHS, por me transmitirem de forma tão prática o significado
das habilidades sociais.
Às Doutoras Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues, Maria Amélia Almeida, Juliane
Aparecida de Paula Perez Campos e Andrea Rosin-Pinola, por gentilmente aceitarem fazer
parte da Banca e por se disporem a ler e contribuir para o aperfeiçoamento deste trabalho.
A uma amiga ilustre, Dra. Zenita Cunha Guenther, Diretora Técnica do CEDET, meu
profundo apreço e agradecimento, por permitir a realização deste estudo com os adolescentes
dotados atendidos nesse Centro e por compartilhar um pouco do seu tempo e seu vasto
conhecimento para me esclarecer conceitos até então confusos sobre Dotação e Talento.
Muito Obrigada.
Aos adolescentes do CEDET e da escola regular, por participarem deste estudo,
compartilhando suas “experiências de vida”, proporcionando-me a oportunidade de conhecer
um pouco mais sobre suas necessidades e chegar a conclusões valiosíssimas. Muitíssimo
Obrigada. Tenho um compromisso com vocês. Vou cumpri-lo.
À uma amiga muito especial, Dra. Rosemeire Rangni, colega de curso e
companheira de interlocuções. Obrigada por me permitir compartilhar com você momentos de
ansiedade, solidão, dúvidas e angústias. E, em meio a tudo isso, poder ouvi-la dizer “Siga em
frente, você consegue!”.
Aos meus amigos de apoio técnico Alexandre Maiorano, Sandro Bonfim, Sara
(Revisora), Roseane Marinho, Débora Oliveira e Adiane Blum. Eu os agradeço por me
ajudarem a interpretar os números e a traduzir as palavras de forma clara e sem ruídos.
Obrigada por tão valiosa ajuda.
Ao Dr. Sélem Vilela de Oliveira por seu apoio e compreensão quando mais precisei.
Obrigada por sua confiança. Deus abençoe você e sua família.
À minha querida mamãe Lourdes por seu exemplo de vida, seu espírito determinado
e destemido, sua influência benfazeja em minha vida, suas palavras de consolo e ânimo, suas
orações intercessoras e pela abnegação dos próprios sonhos. Hoje, o que sou, devo à senhora e
sei que hoje te realizas em mim. Por isso, e muito mais, eu te amo, eu te agradeço.
Ao meu pai José Rossi. Quem diria? Um dia assistir à minha defesa de tese doutoral?
Tocado por um sentimento paternal, deixou seu aconchego e se aventurou a estar comigo
naquela hora. Seu gesto me tocou. Sua paciência foi um ato digno de um PAI. Obrigada.
Amo-te.
Ao meu querido e amado esposo, Josué Martins, por me acompanhar na vida e
também nos estudos, pelo seu apoio incondicional, pelas suas orações diárias, por acreditar
em mim e por viver comigo este ideal, demonstrando um amor que crê, suporta e espera
paciente. Amo-te.
Aos meus filhos. Débora, grande pequena mulher, aos dez anos de idade, quanta
sabedoria, quanta compreensão, quanto carinho, quanto amor... Obrigada filha. Jônatas, meu
grande piloto, no auge de tua adolescência, foste minha inspiração, impulsionando-me a alçar
voos inimagináveis para o meu “monomotor”. Obrigada filho. Sacha Alexandre, meu jovem
pastor, tão dedicado em sua vocação ao ministério pastoral. Sei que suas orações me
alcançaram no decorrer desses quatro anos. Obrigada filhão.
À minha família (Rossi e Martins), obrigada pelas orações de vocês, pela força,
pelas palavras de incentivo e, acima de tudo, por compreenderem minha ausência. Em
especial, ao primo Moacir, e à sua esposa, Andréa, por me receberem em seu lar no momento
em que eu colocava o meu sonho “à prova” e por vibrarem comigo a vitória da aprovação no
processo seletivo.
Aos meus amigos, Pr. Jael Enéas, por vibrar comigo nos momentos mais
embrionários dessa caminhada. Airton, pelo trabalho missionário ao me deixar na rodoviária
semana após semana, nas noites frias de Lavras rumo a São Carlos. Ao casal Mauro e Elá,
que carinhosamente me acolheu em seu lar enquanto me dedicava ao trabalho de campo. Ao
casal Gil e Dulce, pela amizade, pelo acolhimento e pela simpatia. Ao casal Val e Veloso,
pelo desprendimento ao me acolher em seu lar sempre que precisei, ajudando-me a aliviar o
fardo. Vocês são maravilhosos. À amiga Zenilda Botti, mulher de Deus, obrigada por suas
palavras de incentivo e inspiração. Obrigada por tudo o que fez por mim desde que cheguei a
Belém. Aos amigos da ABA (Associação Baixo Amazonas da Igreja Adventista do 7º Dia) –
administradores, pastores, esposas e funcionários – muito obrigada pela torcida e pelas
palavras de incentivo. E, finalmente, à querida FAAMA, lugar aprazível, coroado de pessoas
amigas e tementes a Deus, capazes de oferecer apoio, carinho e compreensão nos momentos
certos e nas horas incertas. Muito Obrigada.
RESUMO
The issue of social performance of gifted individuals is a topic full of controversy in the
specific literature for the fact that it brings antagonistic opinions on their predispositions to
submit or not a social adjustment, especially in the stage of adolescence. The first position
argues that, in general, they are more socially adjusted in relation to their peers without
indication of giftedness because they understand that their high cognitive ability gives them a
higher level of sensitivity to cope with interpersonal problems. The second position considers
that the gifted have greater difficulty in social adjustment, because their extreme sensitivity
leads to the adoption of the conducts poorly understood by peers, generating very poor social
adjustments. Although the causes of such difficulties are less known, studies suggest that, in
many cases, difficulties in social interactions result from a deficit social repertoire. Before, the
general objective of this study was to analyze the social skills of adolescents with and without
giftedness indicators and sociodemographic influences. As specific goals, the study sought to:
(1) characterize the sample starting sociodemographic data (gender, age, education,
advancement, economic class, degree of responsible financial of the family); (2) to compare
difficulties and frequencies of these social repertoires; (3) to compare and to relate the
frequencies and difficulties of their social repertoires to the sociodemographic variables and
participation in other environments.The target population was consisted of 132 adolescents
aged 12 to 18 of whom 72 were identified as gifted and 60 without indication of giftedness,
all belonging to regular public schools in Lavras - Minas Gerais, Southern Brazil. Three self-
report instruments were used to collect data: the Economic Classification Criteria Brazil
(CCEB); an Academic Data Form (FDA), and the Inventory of Social Skills of adolescents
(IHSA-Del Prette). Data were analyzed by descriptive analysis, inferential and multivariate,
using the statistical software SPSS (Statistical Product and Service Solutions). The results
obtained from the characterization sample a from sociodemographic data showed starting
from an equivalent distribution between the two groups. Similarly, the results obtained from
the comparison between the frequencies and difficulties of the social repertories in this
sample, revealed no significant difference between the groups regarding the frequency of
social skills. However, they revealed difficulty on the subescale Affective Approach to the
gifted adolescents. The comparison between the frequencies of difficulties and social
repertoires sample to the sociodemographic variables and participation in other environments,
not reveal significant differences between groups in variables: age, economic class, and
instruction of the person who is financially responsible for the family. However it revealed
significant differences between groups in variables: gender, education, advancement and
participation in other environments. Finally the results of the relation between the frequencies
of the repertoires and social difficulties of the sample, in relation to sociodemographic
variables and participation in other environments showed significance only in some cases, for
both groups. These results are similar to most of those obtained in other studies on the social
repertoire of gifted adolescents, and show their relevance to indicate data on their actual social
needs.
1 APRESENTAÇÃO 22
2 INTRODUÇÃO 24
2.1 Terminologia 24
2.2 Modelos teóricos com base nas Capacidades Inatas 29
2.3 Enfoque Monolítico ou Unidimensional 29
2.4 Enfoque Fatorial 33
2.5 Enfoque Multidimensional ou Hierárquico 35
2.6 Modelos teóricos com base nos Componentes Cognitivos 37
2.7 Modelos teóricos com base no Rendimento ou Desempenho 40
2.8 Modelos teóricos com base no Social ou Sociocultural 46
2.9 Definições 49
2.10 Identificação 53
2.11Dotação na Adolescência 55
2.12 Habilidades Sociais 66
2.13 Atendimento Educacional 76
3 MÉTODO 81
3.1 População e amostra 82
3.2 Caracterização da Amostra a partir de aspectos sociodemográficos 82
3.3 Local da Pesquisa 83
3.4 Instrumentos 84
3.5 Procedimentos 85
3.6 Aspectos Éticos 86
3.7 Métodos de análise dos dados 86
4 RESULTADOS 92
5 DISCUSSÃO 143
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 210
REFERÊNCIAS 214
ANEXOS 240
APÊNDICE 244
22
APRESENTAÇÃO
necessidades não acadêmicas dos alunos, tais como sociais e emocionais, dentre outras
(MARTINS, 2006).
Tais conclusões motivaram a realização de uma nova busca bibliográfica a fim de
saber como os alunos dotados se comportam socialmente e que variáveis contribuem para
promover seu repertório social, em particular, na fase da adolescência, por ser um período
marcado por mudanças que podem influenciar o desempenho social desses alunos. Desta
busca, foi encontrado que a concepção dos docentes de que tais alunos não precisam de
atendimento, por considerá-los capazes de se autoeducar e alcançar alta produtividade na
vida, tem se tornado uma realidade recorrente nas escolas e representado um obstáculo à
provisão de atendimento educacional adequado às necessidades específicas desta população.
Outro aspecto bastante destacado na literatura refere-se às características próprias de
agir, de questionar, de organizar e de interagir, provenientes do plano genético e de outras
fontes de influência presentes no ambiente no qual se inserem os adolescentes dotados, como
variáveis que podem tornar difícil a convivência destes com seus pares sem indicadores de
dotação.
Com base nessas considerações, em 2009, deu-se início ao presente estudo junto ao
Programa de Doutorado em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), cuja área de concentração remete à educação do indivíduo especial e insere-se na
linha “Práticas Educativas: processos e problemas”. Optou-se por esta linha por ser uma área
na qual são pesquisados os processos envolvidos nas práticas educativas e no aperfeiçoamento
destas, para a promoção do desenvolvimento de alunos com necessidades educacionais
especiais, como no caso dos alunos com dotação.
24
2 INTRODUÇÃO
2.1 Terminologia
1
Alta capacidade refere-se a uma pluralidade de aptidões, traços e atributos diferenciados, existindo sozinhos ou
combinados, que permite o desempenho de alta qualidade nas diversas áreas de atividade ou expressão humana,
propiciando alcançar sucesso (GUENTHER, 2006b).
25
As três primeiras obras brasileiras publicadas entre 1931 e 1933 trouxeram novos
termos: super-normaes (A educação dos supernormais, de Leoni Kaseff); mais capazes (O
dever do Estado relativamente à assistência aos mais capazes) e bem-dotados (O problema
da educação dos bem-dotados), ambos de Estevão Pinto (DELOU, 2007; PÉREZ, 2004;
GAMA et al., 2006).
A partir de então, outras denominações entraram para o cenário educacional brasileiro,
como: excepcionais, citado no primeiro registro do governo federal – Lei 4.024/61, artigos 88
e 89 (BRASIL, 1961); superdotados e talentosos, expressos na Lei 5.692/71, artigo 9º
(BRASIL, 1971); superdotados e habilidade superior, na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDBEN 9.394/96, artigo 59, Item II e IV (BRASIL, 1996); e altas
habilidades /superdotação, na Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, p. 15).
Com o passar do tempo, uma infinidade de termos foram empregados como sinônimos
de capacidades superiores, tais como: gênio (KAUFMAN; STERNBERG, 2008),
superdotado (ALENCAR; FLEITH, 2001), brilhante, talentoso (GAGNÉ, 2004), alto QI,
avançado, prodígio, precoce, perito, excepcional, superior, altamente criativo, rápido,
aprendiz, bem-dotado (CAMPOS, 2002; MILLER, 1994), mais capazes (DELOU, 2007;
FREEMAN; GUENTHER, 2000), potencial humano, portadores de altas habilidades – PAHs
(FLEITH; ALENCAR, 2007), alta produção criativa, alto potencial intelectual, aptidões
superiores (ALBERTA, 2004; MELO, 2005), capacidade e talento (GUENTHER, 2006a,
2006b), altas habilidades/superdotação (AH/SD) (BRASIL, 1995, 2006a, 2006b; FLEITH,
2007; PÉREZ, 2006; VIRGOLIM, 2007a), alta capacidade, dotado (JIMÉNEZ
FERNÁNDEZ, 2000), dentre outros. Muitos países têm utilizado termos como “gifted and
talented” (dotado e talentoso), proveniente do Conselho Mundial para crianças superdotadas e
talentosas (World Council for Gifted and Talented Children – WCGTC), “gifted” (dotado,
presente, dom), “highly capable student” (estudantes com alta capacidade) ou ainda “learner
of high ability” (aprendiz ou aluno de altas habilidades) (TURNBULL; TURNBULL;
WEHMEYER, 2007).
Embora se diga que todos os termos são sinônimos, de fato não o são, pois quando
compreendidos no contexto cultural em que estão inseridos, cada um pode assumir diferentes
conotações (CASTRO BARBERO, 2005; MÖNKS; KATZKO, 2005). Como exemplo, Smith
(2007) observou em seu estudo que 66% dos estudantes do ensino médio afirmaram que os
atletas são considerados de 3 a 5 vezes mais populares em relação aos que se destacam por
excelente desempenho acadêmico. Corroborando com Gallagher (1985), entende-se, nesse
26
caso, que o contexto no qual o indivíduo está inserido reflete aquilo que uma determinada
sociedade valoriza como dotação.
Na verdade, falar em indivíduos dotados no Brasil é algo visto, ainda hoje, com certo
espanto e curiosidade, como resultado de concepções errôneas do pensamento popular. Por
exemplo, para algumas pessoas, dotado é sinônimo de gênio, ou seja, aquele que apresenta um
desempenho extraordinário em uma determinada área do conhecimento, reconhecida e
valorizada pela sociedade. Para outras pessoas, refere-se a um inventor que surpreende por
sua criatividade. Para alguns, seria alguém que, no decorrer de sua formação acadêmica, se
sobressai na sala de aula em termos de notas. Outros ainda concebem dotação como sinônimo
de crianças que aprendem a ler em uma idade muito precoce e que surpreendem os adultos
com indagações e interesses considerados mais apropriados para crianças com idade mais
avançada (ALENCAR, 2001, 2007b).
Segundo estudiosos da área (TANNENBAUM, 1983; RUBIO, 2009; SÁNCHEZ
LÓPEZ, 2006; FLEITH; ALENCAR, 2004; OLIVEIRA, 2007; SABATELLA, 2005;
BERMEJO GARCIA, 2002; LORENZO GARCIA; MARTINEZ LLANTADA, 2002;
ALENCAR, 1993), há diversos termos encontrados na literatura para se designar o elevado
potencial intelectual, como: gênio, talentoso, prodígio ou perícia, expertise, precoce, alta
capacidade intelectual, brilhantes, excepcionais e idiot savant. A seguir, uma breve descrição
sobre os mesmos.
Gênio demonstra grande capacidade intelectual inata e altos níveis de rendimento e
produção original criativa, capazes de produzir, de forma universal ou quase universal, novas
estruturas conceituais e mudanças paradigmáticas sobre uma área do conhecimento particular,
que seja reconhecida e valorizada pela comunidade científica. A curiosidade, o trabalho e a
constância são as características que diferenciam os gênios dos demais indivíduos
(LORENZO GARCIA; MARTINEZ LLANTADA, 2002). Talentoso demonstra habilidades
específicas que podem ser desenvolvidas com empenho e dedicação em áreas como artística e
psicomotora (SABATELLA, 2005). Prodígio ou perícia, suas realizações apresentam-se em
um alto nível de proficiência em um determinado domínio incomum para sua idade e
condição, com desempenho similar ao de um adulto altamente qualificado (OLIVEIRA, 2007;
SÁNCHEZ LÓPEZ, 2006; TANNENBAUM, 1983; LORENZO GARCIA; MARTINEZ
LLANTADA, 2002; ALENCAR, 2007b; SABATELLA, 2005). São determinantes para que o
prodígio atue nos níveis mais complexos e elevados, o treino sistemático, a prática deliberada
e a motivação (OLIVEIRA, 2007; SÁNCHEZ LÓPEZ, 2006). Expertise é definida como o
processo contínuo de aquisição e consolidação de um conjunto de habilidades necessárias
27
2
Compreende-se por teorias ou modelos teóricos, construções intelectuais que tratam de conhecer, compreender,
explicar e controlar o fenômeno estudado (PEÑA DEL AGUA, 2001).
28
Thurstone (1938)
Guilford(1956; 1967) (2) Fatorial Dotação sob a perspectiva
multidimensional.
Cattell-Horn-Carroll
(3) Hierárquico Modelos de domínios específicos a partir
(1941; 1965; 1993)
de outras capacidades intelectuais múltiplas.
Gardner (1983)
2º Modelo Sternberg (1984) Formas distintas Explica a conduta inteligente a partir da
Com base nos de ser Dotado interação entre três subteorias:
componencial, experiencial e contextual.
componentes
cognitivos
3º Modelo Renzulli (1978; 1985) Acréscimo de Modelos de sistemas no reconhecimento
Com base no Gagné (1985; 1993) outras variáveis de capacidades intelectuais em Domínios
psicológicas Geral e Específico, acrescidos de outras
rendimento/ variáveis psicológicas como componentes da
desempenho dotação.
Explicação da dotação com base em
novos elementos: motivação e criatividade.
29
Fonte: elaborado pela autora com base na revisão bibliográfica sobre os modelos teóricos explicativos da dotação
(MARTINS, 2013).
Os modelos com base nas capacidades inatas apresentam três enfoques diferenciados:
monolítico ou unidimensional, fatorial e hierárquico.
3
Desenvolvimento humano é considerado como o resultado da interação entre características individuais
(fatores genéticos, aptidões mentais, personalidade e outras características comportamentais) e condições
ambientais (aspectos social, ecológico, familiar, político e geográfico) em um processo contínuo ao longo da
vida (MÖNKS; KATZKO, 2005).
31
também como um sinal de potencial biopsicológico, que aparece de forma precoce e não
comum, significativamente maior em quaisquer áreas ou domínios existentes numa cultura,
quando comparado a outros indivíduos.
Em sua teoria das inteligências múltiplas (IM), Gardner (1983) apregoa que todas as
pessoas nascem com um leque de capacidades, talentos, habilidades mentais distintas e
relativamente independentes, para se desenvolver a partir de relações não previsíveis umas
com as outras, admitindo variação nos níveis de força e fraqueza em todas as inteligências.
Sua proposta inicial apresenta sete dimensões da inteligência, atuando relativamente
de forma autônoma e interativa, sendo: linguística, lógico-matemática, musical, físico-
cinestésica, espacial, social – subdividida em interpessoal e intrapessoal – e naturalista
(GARDNER, 2001). Mais tarde, o autor acrescentou uma oitava dimensão, a existencial,
apontando ainda a possibilidade de mais uma, a espiritual. Entretanto, o autor fala em apenas
oito inteligências e meia, considerando que as sete primeiras são bem-estabelecidas em seu
modelo teórico, enquanto as duas últimas estão em fase experimental (GARDNER, 2001).
Gardner (2001) destaca alguns indicadores precoces de dotação (IPD) para facilitar o
processo de identificação do potencial, em cada dimensão das IM (excetuando a existencial e
espiritual). Os indicadores são apresentados a seguir.
A dimensão linguística envolve rapidez e habilidade no domínio da língua. A
dimensão lógico-matemática evidencia o alto nível de compreensão dos conceitos, a
habilidade de descobrir as coisas sem o papel, de analisar problemas utilizando a lógica e de
realizar operações matemáticas complexas (calcular, quantificar, considerar proporções,
estabelecer e comprovar hipótesese, e investigar questões cientificamente). A dimensão
musical abarca a habilidade para compreender e manipular os componentes da música, seja no
desempenho, na composição ou na apreciação de padrões musicais em idade precoce. A
dimensão físico-cinestésica evidencia a capacidade para utilizar e controlar com eficácia os
movimentos do corpo. A dimensão espacial envolve a habilidade de reconhecer e manipular
os padrões do espaço (interno e externo) sob várias perspectivas. A dimensão social
interpessoal inclui a grande capacidade para relacionar-se e interagir com o próximo, entender
as intenções, motivações e desejos dos demais, e manter o equilíbrio consigo mesmo. Já a
dimensão social intrapessoal envolve a capacidade de a pessoa conhecer suas próprias
emoções e habilidades, e de usar essas informações com eficiência para regular a própria vida,
expressas por uma maturidade não comum. E, finalmente, a dimensão naturalista, que
envolve a capacidade de reconhecer e diferenciar os vários produtos naturais do mundo
37
teoria que explica a conduta inteligente a partir da interação entre três subteorias:
componencial, experiencial e contextual.
Segundo Sternberg (2005), a subteoria componencial refere-se ao conjunto de
processos utilizados pelo indivíduo para ativar a informação. Quando comparados aos demais
alunos, os intelectualmente dotados podem utilizar, de forma integrada, três processos mentais
em nível superior: (1) Processos executivos (planejamento do que fazer, monitoramento
daquilo que está sendo feito e avaliação daquilo que foi feito); (2) Componentes de
desempenho (codificação das condições do problema4, estabelecimento de correspondências,
comparação de possíveis alternativas, justificativa para a solução do problema e fornecimento
de feedback); e (3) Componentes de aquisição-conhecimento (aprendizagem de como resolver
problemas e decisão sobre a relevância das informações).
Já a subteoria experiencial reporta-se à capacidade para resolver problemas novos e
pouco convencionais pela criatividade e processamento de informação. Os alunos dotados
poderão mostrar essas capacidades por meio de uma habilidade intuitiva mais desenvolvida,
tornando-se mais eficazes e originais na execução de processos de insight.
Por fim, a subteoria contextual refere-se às habilidades sociais ou práticas dos
indivíduos, necessárias para lidar corretamente com qualquer tarefa ou trabalho,
imprescindíveis para sua adaptação ao meio em que está inserido. Tais habilidades envolvem
a seleção dos ambientes mais propícios para o desenvolvimento do seu potencial, interesses,
valores pessoais e a modificação destes, de acordo com suas características e necessidades
individuais. Nesse aspecto, Sánchez López (2006) assegura que os alunos dotados, quando
não encontram um meio que os estimule a desenvolverem seu potencial, podem optar por
selecionar outro contexto mais adequado ou buscar alternativas como: modificá-lo ou adaptá-
lo de acordo com as suas necessidades.
Analisando as três subteorias em indivíduos dotados e não dotados, Sternberg (2003)
revela que os dotados demonstram um funcionamento cognitivo qualitativamente diferente
dos não dotados, em um ou mais componentes da inteligência.
Sternberg (2003, 2008) sintetiza seu modelo explicativo da dotação em: sabedoria,
inteligência e criatividade (Wisdom, Intelligence and Creativity Synthesized – WICS). A
sabedoria consiste em equilibrar os interesses existentes e selecionar novos ambientes; a
inteligência é capaz de maximizar pontos fortes e compensar as debilidades; e a criatividade
produz ideias originais, supera obstáculos e assume riscos. O autor entende que os indivíduos
4
O termo “problema”, neste contexto, refere-se a atividades mais e menos complexas da vida acadêmica, pessoal
e social (JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000).
39
dotados não se destacam em todos esses aspectos, mas sabe que podem reconhecer e
capitalizar seus pontos fortes e compensar ou corrigir suas debilidades.
Sternberg (2008) diferencia três tipos de dotação intelectual: dotação analítica,
dotação sintética e dotação prática, ou a combinação de uma ou mais dessas três habilidades.
Segundo descrição do próprio autor (STERNBERG, 2000, 1998, 2005), a dotação analítica
consiste em extraordinária capacidade para planejar estratégias, dissecar um problema e
compreender suas partes; a dotação sintética ou criativa refere-se à capacidade de gerar ideias
incomuns, reformular problemas, sintetizar de forma integradora a informação e superar as
definições já existentes; e a dotação prática alude à elevada capacidade analítica e sintética na
solução de problemas em situações do dia a dia. De acordo com Sternberg (2008), dotação
consiste na junção entre habilidades cognitivas e atitudes (inteligência prática), visto que não
adianta possuir as habilidades se elas não forem demonstradas, ao mesmo tempo em que não
adianta demonstrá-las se não for com elevada competência.
Posteriormente, Sternberg e Zhang (STERNBERG, 2007) propuseram a teoria
pentagonal da dotação ou teoria implícita pentagonal, a partir de cinco critérios necessários
para julgar se um indivíduo apresenta dotação ou capacidade superior: (1) Critério de
excelência: ser expertise5, destacar-se em relação ao grupo de pares em uma ou mais
dimensões consideradas valiosas; (2) Critério de raridade: possuir um alto nível em um ou
mais domínios considerados incomuns, de forma excepcional em relação aos pares; (3)
Critério de demonstrabilidade: exibir de fato a excelência e raridade por meio de algum tipo
de critério determinado ou instrumentos de medida fidedignos e válidos; (4) Critério de
produtividade: demonstrar produtividade real ou potencial em um ou mais domínios
específicos; e (5) Critério de valor: apresentar expertise ou rendimento superior em uma
dimensão valorizada individual e socialmente.
Com relação ao critério de excelência, Sánchez López (2006) comenta que este pode
variar de um contexto a outro, mas, ainda que isso ocorra, aquele que apresenta dotação
sempre será percebido como o que se destaca em alguma dimensão.
A respeito do critério de raridade, Oliveira (2007) levanta a discussão sobre o nível a
partir do qual se pode considerar a existência da dotação. Nesse caso, Sternberg (2007)
orienta que o consenso é o de que a excelência deve sempre demonstrar ser pouco comum,
tomando como referência o grupo etário.
5
Expertise em desenvolvimento é definida como o processo contínuo de aquisição e consolidação de um conjunto
de habilidades necessárias para um alto nível de desempenho em um ou mais campos do conhecimento
(STERNBERG, 1998).
40
Já sobre o critério de valor, o autor ressalta que é preciso considerar cada contexto,
por considerar que cada área de desempenho varia de acordo com a cultura local onde o
indivíduo se insere, assim como o tempo em que vive (STERNBERG, 2007). Sternberg
(2007) lembra que nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas têm concepções mais amplas
de inteligência do que apenas o QI, pois consideram também a habilidade de resolução de
problemas práticos, a habilidade verbal e a competência social, dentre outros aspectos.
Finalmente, para identificar a presença de indicadores de dotação nos indivíduos,
segundo os critérios propostos na teoria pentagonal da dotação, Sternberg (2007) apresenta
os testes de avaliação STAT (Sternberg Triarchic Habilitéis Test), uma bateria de testes
multiníveis destinados a alunos desde a pré-escola até a graduação, cuja função é avaliar,
considerando o contexto, a forma como ocorrem os processos das três subteorias
(componencial, experiencial e contextual).
Nesse modelo, os autores não apresentam novas teorias para explicar a inteligência,
pois consideram prática a abordagem já existente sobre sua multidimensionalidade
(OLIVEIRA, 2007; DAVIS et al., 2011; JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000). Dentre seus
representantes, citam-se J. Renzulli e F. Gagné.
O modelo dos três anéis, de Joseph Renzulli, adota os termos comportamentos dotados
para referir-se ao produto da interação entre três componentes ou variáveis complexas e
interdependentes, que são: (1) capacidade/habilidade de executar num alto nível dentro de
uma área/domínio geral6 ou específico; (2) altos níveis de comprometimento com a tarefa ou
energia exercida sobre um determinado problema por meio de fatores motivacionais
(concentração, resistência, dedicação, energia e perseverança); e (3) altos níveis de
criatividade ou pensamento criativo, associados à fluência, flexibilidade, originalidade,
curiosidade, coragem de correr riscos, inovação e abundância de detalhes, aplicados em
qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano (RENZULLI, 1978, 1986,
2002, 2005a, 2005b; REIS; RENZULLI, 1997). Para Renzulli (1997), cada fator atua de
forma simultânea e com o mesmo grau de importância, mas reconhece sua variabilidade em
6
Domínio geral é a capacidade de processamento de informações e integração de experiências que são capazes
de gerar resultados e respostas apropriadas a situações ou problemas (por exemplo: memória, fluência verbal,
raciocínio lógico e numérico, relações espaciais e pensamento abstrato). Domínio específico está relacionado
à capacidade de adquirir conhecimentos, dominar técnicas e estratégias aplicadas a um domínio ou campo em
particular (por exemplo: matemática, astronomia, xadrez, música, escultura, dança e literatura) (CHAGAS;
FLEITH, 2009, 2010; RENZULLI, 2005a; RENZULLI, 2002).
41
função do contexto no qual o indivíduo está inserido. Nesse sentido, Pfeiffer (2008) observa
que a capacidade intelectual perde a sua exclusividade nessa concepção, visto que cada
componente desempenha um papel importante no desenvolvimento de comportamentos
dotados.
Recentemente, Renzulli (2005b; REIS; RENZULLI, 2011) identificou seis variáveis
que contribuem para a manifestação de comportamentos dotados: (1) Otimismo (expectativa
de um futuro socialmente desejável); (2) Coragem (capacidade de enfrentar dificuldades ou
perigo enquanto superação física e psicológica); (3) Afinidade com um tema ou disciplina; (4)
Sensibilidade às preocupações humanas (capacidade de compreender e comunicar tal
entendimento por meio da ação); (5) Energia física/mental investida na realização de um
objetivo; e (6) Visão/Sensação sobre suas futuras atividades, eventos e envolvimentos. Para o
autor, tais comportamentos podem desenvolver-se em determinadas pessoas, mas não em
todas, em determinados momentos, mas não durante todo o tempo, e sob determinadas
circunstâncias (RENZULLI; REIS, 1997).
Dois tipos de dotação são identificados pelo modelo de Renzulli: dotação acadêmica,
entendida como aquela que consome conhecimento, e dotação criativo-produtiva, como
aquela que produz conhecimento em níveis de excelência (RENZULLI; REIS, 1997).
Para a identificação de comportamentos dotados, Renzulli e Reis (1997) propõem um
modelo de diagnóstico, conhecido como Portas Giratórias, que envolve uma sequência de
procedimentos de avaliação, organizados em seis etapas: (1ª) Psicométrica (teste de
inteligência, aptidão, criatividade); (2ª) Desenvolvimental (indicadores de pais, professores e
autoindicadores); (3ª) Sociométrica (indicadores de colegas); (4ª) Desempenho em tarefas
escolares e extraclasse; (5ª) Notificação aos pais e alunos indicados; e (6ª) Notificação da
ação (indicadores dos professores de alunos motivados em áreas específicas).
Para auxiliar nesse processo, Renzulli e seus colaboradores (RENZULLI; SMITH,
1979) desenvolveram as “Escalas para avaliação das características comportamentais de
alunos com habilidades superiores”, possibilitando aos professores avaliarem seus alunos em
áreas específicas, como aprendizagem, motivação, criatividade, liderança, artística, musical,
teatral, comunicação e planejamento. Por considerar que apenas os testes e outras medidas de
capacidade cognitiva não são o único critério para identificar os alunos com alta capacidade,
os autores propõem a utilização de procedimentos mais flexíveis, como informação dos pais,
nomeação pelos colegas de classe, produções criativas, dentre outras (RENZULLI, 2005a).
Chagas (2008) defende que o modelo dos três anéis, de Renzulli, é um dos mais
difundidos no Brasil e o mais utilizado em programas de atendimento ao dotado, por
42
apresentar um forte embasamento empírico e por sua boa aceitação nas práticas escolares. No
entanto, outros autores destacam que esse modelo recebe críticas em alguns aspectos, como a
falta de correlação entre as realizações posteriores da vida e os traços ou experiências das
crianças com vários níveis de QI, a ausência de uma base teórica para o conceito de
inteligência e a adoção de uma atitude seletiva ao estabelecer quem é dotado ou não
(MEDINA BALMASEDA, 2006; PFEIFFER, 2008; JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000;
SOMODEVILLA, 2009).
Françoys Gagné vem influenciando o campo da educação de dotados para além do
uso aleatório dos termos dotado e talentoso. Segundo o autor, mesmo a literatura científica
sobre dotação apoia essa ambiguidade na medida em que utiliza um ou outro termo no mesmo
parágrafo ou de forma simultânea, como se fossem sinônimos, em trechos como “os dotados e
talentosos são [...]” (GAGNÉ, 2008, p. 27).
Gagné (2008) entende que, para muitas pessoas, o termo dotação refere-se à alta
capacidade cognitiva e talento, a outras formas de excelência (por exemplo: artes, esporte e
tecnologia). Para outras pessoas, dotação corresponde a uma ordem elevada de excelência,
mais madura, em oposição ao talento, que seria uma forma de capacidade “crua”, não
desenvolvida.
Sobre esses equívocos, alguns autores (COSTA, 2006; PÉREZ, 2006) entendem que a
utilização de vários termos como referência ao elevado potencial e excepcional desempenho,
deve-se ao fato de não haver um consenso universal a respeito da própria inteligência. Por
essa razão, é possível que cada pesquisador utilize um ou mais termos para referir-se àqueles
que revelam elevado potencial intelectual (ALENCAR, 2007a; FREITAS; FLEITH, 2007;
VIRGOLIM, 2005, 2007b).
Considerando que os estudiosos da área reconhecem implícita ou explicitamente uma
distinção entre potencial vs. desempenho ou aptidão vs. realização, sem uma preocupação em
conceituar as expressões utilizadas, Gagné (2008) apresentou, em 1985, sua primeira versão
do Modelo Diferenciado de Dotação e Talento – DMGT (A Differentiated Model of
Giftedness and Talent), a fim de explorar bases para uma diferenciação entre os termos
dotação e talento.
O DMGT é apoiado pela definição de dois termos-chaves: (1) Dotação, que designa
posse e uso de aptidão elevada ou dons7 (capacidade natural elevada não treinada proveniente
7
Gagné, em seu modelo diferenciado de dotação e talento, distingue o conceito de aptidão ou dons, como
habilidades naturais em um domínio específico, do conceito de realização, como habilidades sistematicamente
desenvolvidas em um campo de talento particular (GAGNÉ, 2005).
43
da herança genética) em pelo menos uma área da atividade humana, a um grau que o coloca
entre os 10%8 melhores, comparados aos pares de idade; e (2) Talento, também concebido
como aptidão elevada ou notável grau de competência sistematicamente desenvolvida a partir
de conhecimentos e habilidades que emergem progressivamente da transformação das
aptidões em realizações específicas, a um grau que o coloca entre os 10% melhores,
comparados aos pares etários (GAGNÉ, 1985, 2004, 2005, 2008).
Em termos mais práticos, dotação corresponde à competência9 (potencialidade ou
capacidade superior), distintamente acima da média, de um indivíduo em um ou mais
domínios em relação aos demais, enquanto talento alude ao desempenho (realização),
distintamente acima da média, também em um ou mais campos de atuação humana (GAGNÉ,
1985). Por esses dados, Gagné (2008, 2009a) observa que os dois conceitos compartilham três
características: (1) ambos referem-se às capacidades humanas; (2) ambos são normativos, pois
diferem da norma; e (3) ambos referem-se a indivíduos que apresentam notável
comportamento superior em relação à população geral.
Para o autor (GAGNÉ, 2008), o desenvolvimento da dotação em talento inicia-se logo
que a criança ou jovem se dedica à prática de uma habilidade específica em um dado campo
de atividade humana (acadêmico, profissional, lazer), como resultado de quatro processos
diferenciados: (1) maturação biológica, no sentido do desenvolvimento das capacidades
naturais; (2) aprendizagem informal, por meio de aquisições e habilidades desenvolvidas pela
vivência normal, cotidiana; (3) aprendizagem formal não institucional (institucional ou
autodidata); e (4) aprendizagem institucional formal (âmbito escolar).
Para que o processo de desenvolvimento do talento se concretize, o DMGT instituiu
três componentes: Giftedness, Talent, Learning and Practice, entendido como a
transformação da capacidade natural acentuada (aptidão) ou dotes/dotação em talento, a partir
da aprendizagem e prática, resultando em um desempenho de habilidades sistematicamente
desenvolvidas (GAGNÉ, 2008). Com base nesses pressupostos, entende-se que não se pode
ser talentoso sem primeiro ser dotado, pois cada indivíduo talentoso é necessariamente
dotado, embora o inverso não seja verdadeiro (GAGNÉ 1985, 2000, 2004, 2008).
Segundo Gagné (2000, 2004, 2007, 2009a, 2009b), o processo de desenvolvimento e
manifestação do potencial em desempenho (talento) pode ser facilitado ou impedido pela ação
8
Dentro dos 10% acima da média, o DMGT reconhece quatro subgrupos progressivamente mais seletivos, que
são: (1) moderadamente dotado, (2) altamente dotado, (3) excepcionalmente dotado, e (4) extremamente
dotado (GAGNÉ, 2008).
9
O termo pode variar de minimamente aceitável para bem acima da média (GAGNÉ, 2005).
44
de três tipos de catalisadores10: (1) Intrapessoais – que são subdivididos em fatores pessoais
(características pessoais como temperamento e personalidade) e fatores psicológicos –
processos de autodireção e autocontrole (motivação, vontade, iniciativa, persistência,
confiança em si mesmo), todos eles sob a influência parcial das características genéticas; (2)
Ambientais – desde influências de nível macroscópico (fatores geográficos, demográficos e
sociológicos) até contextos mais microscópicos, como o agregado familiar (pais, irmãos),
pessoas que exercem influência sobre o indivíduo que com ele interagem (professores,
colegas), empresas (programas para alunos dotados e talentosos), eventos, intervenções
(treino prático e sistemático), provisões (programas conduzidos dentro ou fora da escola),
acontecimentos significativos (a morte de um dos pais, doença, receber prêmio); e (3) o Fator
Sorte/Chance ou Acaso – de estar no lugar certo no momento certo (nascer em uma família
em particular e não em outra, estudar em uma escola que ofereça programas de
enriquecimento curricular etc.).
Com relação aos estudantes baixo-empreendedores, Gagné (1985, 2000, 2004) não
desconsiderou a possibilidade de serem dotados, por entender que, em algum momento,
podem demonstrar desempenhos excepcionais, mesmo não manifestando potencial em
alguma área acadêmica. Nesse caso, considera-os como dotados intelectualmente.
Corroborando com o autor, Károlyi e Winner (2005) afirmam que a dotação pode ser definida
pela presença de um elevado potencial, mesmo na ausência de realização incomum
evidenciada por interesses fora da escola, pois consideram que as razões para a não realização
em alto nível podem estar relacionadas ao contexto social em que os alunos vivem (por
exemplo: meios desfavorecidos e ausência ou insuficiência de desafio em sala de aula).
Quatro domínios11 de competência da capacidade humana são constituintes do DMGT
(GAGNÉ, 2000, 2004, 2009b): (1) capacidade intelectual/cognitiva, necessária para pensar
racional e abstratamente, planejar, resolver problemas, compreender ideias complexas e
aprender pela experiência; (2) capacidade criativa, função intuitiva do cérebro necessária
para resolver diferentes tipos de problemas e produzir um trabalho original; (3) capacidade
socioafetiva, refere-se às habilidades sociais necessárias nas interações com os colegas,
professores e pais (perspicácia, comunicação, percepção, eloquência, influência, liderança,
persuasão e outros); e (4) capacidade sensório-motora, presente no subgrupo sensorial
(visual, auditivo, olfativo, gustativo e outros) e motor (força, resistência, equilíbrio,
10
Os catalisadores são moduladores da conduta que aumentam ou inibem a capacidade de realização com valor
social (JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000).
11
Domínio refere-se às áreas da atividade humana que muitas vezes são referidas como campos ou disciplinas
(CROSS; COLEMAN, 2005).
45
coordenação, agilidade, velocidade e outros). Segundo seu idealizador (GAGNÉ, 2004), essas
capacidades naturais manifestam-se em todos os indivíduos em uma variedade de níveis de
proficiência, mas quando o nível de expressão torna-se proeminente, é que a classificação
“dotado” se aplica.
Três campos de talento são apontados no modelo de Gagné (2009a): (1) acadêmicos –
inclui as disciplinas ministradas na escola; (2) artísticos – envolve arte, dança, música, teatro,
fotografia e design; (3) negócios e tecnologia – atuação comercial-industrial, administrativo e
informática; e (4) interpessoal – abarca a liderança, prestação de cuidados e serviços humanos
como resultado de um processo de transformação dessas capacidades naturais (dotação) em
talento. Segundo Gagné (2008), é possível encontrar indivíduos talentosos não somente em
ocupações aprovadas socialmente, mas em qualquer campo da atividade humana, por
exemplo, entre os criminosos, os hackers (invasores de computador) e outros.
A identificação da dotação e do talento sob o enfoque do DMGT se processa em três
perspectivas: (1) Qualitativa, com base na diferenciação horizontal entre domínios e
subdomínios; (2) Quantitativa, com base na discriminação vertical entre domínios e
subdomínios; e (3) Avaliação do Desempenho, que é dada a partir de múltiplos meios
(GUENTHER, 2008b; GAMA et al., 2006).
Quanto aos instrumentos, Gagné (1991) recomenda a utilização de medidas
psicométricas nos domínios intelectual e criativo, assim como baterias de testes para avaliar a
aptidão física no domínio sensório-motor. Para o domínio socioafetivo, ainda são empregados
esforços nesse sentido (GAGNÉ, 2005).
Considerando a necessidade de explicar algumas questões ainda não claramente
abordadas e respondidas por pesquisadores, o autor tem revisado seu modelo regularmente
(GAGNÉ, 2004, 2005, 2009a, 2009b). Todavia, França-Freitas (2012) coloca que o modelo
DMGT tem sido pouco citado entre as publicações nacionais. Ao considerar as teses e
dissertações sobre a temática da dotação e talento produzidas até dezembro de 2010, França-
Freitas (2012) verificou que o modelo de Gagné passou a ser citado, no contexto nacional, por
um número mais significativo de autores somente a partir de 2008. A autora encontrou ainda
que, dentre essas publicações, alguns autores apresentaram interpretações equivocadas sobre o
DMGT, tais como: a concepção de que dotação refere-se aos indivíduos que se destacam nas
áreas da inteligência linguística e lógico-matemática, enquanto os talentosos seriam aqueles
que se sobressaem em outros domínios, como as inteligências inter e intrapessoal, e a ideia de
dotação como medida de potencial ou habilidades não treinadas.
46
prevalência da população subentendida por essa designação. Além destes, por admitir o uso
da observação para detectar comportamentos que revelam a presença de elevado potencial
sem descartar o benefício do uso de medidas psicométricas, em especial, para a identificação
nos domínios intelectual, criativo e sensório-motor. E, finalmente, por ser o modelo que
embasa os procedimentos de identificação de alunos com potencial para dotação e talento do
Centro onde frequentam os participantes que compõem a amostra deste estudo.
2.9 Definições
12
Neste contexto, liderança é entendida como interações substanciais com outras pessoas em situações da vida
real (YOUNG LEE; OLSZEWSKI-KUBILIUS, 2006).
51
Ainda que uma definição universal referente ao grupo de dotados não tenha sido
alcançada e apesar das prováveis limitações observadas, a definição de Marland é comumente
citada em várias bibliografias da área, por adotar a concepção de distintos domínios ou áreas
em que o potencial elevado se manifesta, embora, na maioria das vezes, predomine na prática
uma forte tendência à concepção unitária da inteligência (KITANO, 2005; FELDHUSEN,
1995).
Segundo Gama (et al., 2006), a definição de Marland, de alguma maneira, influenciou
a nível internacional as diversas propostas subsequentes sobre o conceito de dotação, como no
caso do Brasil, que a inseriu na Lei 5.692/71, artigo 9º (BRASIL, 1971), por meio de um
grupo de especialistas norte-americanos que, na ocasião, estava prestando consultoria ao
MEC (Ministério de Educação e Cultura). Segundo Alencar (1993), duas categorias
conceituais distintas foram utilizadas nessa lei para referirem-se à dotação, e dois critérios
foram combinados aditiva ou alternativamente, conforme mostra o texto:
no contexto brasileiro, sendo bem-aceitos entre os educadores e pais, por trazerem uma
sonoridade mais amena em relação ao termo “altas habilidades”.
Contudo, Guenther (2010) aponta a fragilidade dos termos “altas habilidades/
superdotação”, utilizados pela política, por se tratarem de um referencial conceitual sem
embasamento científico. Guenther (2010) explica que habilidade é um termo que não tem
referencial teórico e não é usado em nenhum lugar do mundo para expressar dotação, visto
que, conceitualmente, habilidade(s) (em inglês, skill(s)) descreve(m) uma grande variedade de
competências treinadas ou se refere(m) a resultados de algo aprendido e/ou treinado
intencional e sistematicamente. Sobre a utilização dos termos “superdotado” ou
“superdotação”, Guenther (2010) assegura que não há uma fundamentação teórica, uma vez
que no exterior são empregados os termos “giftedness” ou “gifted”, que correspondem à
dotação ou dotado, respectivamente, e não “supergiftedness”, numa tentativa de aplicá-lo à
superdotação ou de entendê-lo como “extremamente dotado”. Dessa forma, Guenther (2006b,
2008a, 2010) conclui que os termos superdotados, bem-dotados, talentosos e sobredotados,
dentre tantos outros que são utilizados para um mesmo conceito, representam termos
genéricos, pouco significativos e vulgarmente empregados, não devendo ser utilizados.
Por outro lado, vários autores (ALENCAR, 2007a; BORGES DEL ROSAL;
HERNÁNDEZ-JORGE, 2005; PÉREZ, 2006) afirmam que o prefixo “super” denota
extraordinária capacidade que o indivíduo traz ao nascer e que se realiza independente das
condições ambientais. Tal aspecto tem levado muitas pessoas à não aceitação do termo
“superdotação”, por gerar um distanciamento entre o superdotado e seus pares (LORENZO
GARCIA; MARTINEZ LLANTADA, 2002).
Com base nessas análises, Virgolim (1997) considera a utilização do termo
“superdotado” inconveniente porque objetiva a busca pelos extremos e reflete a dificuldade
dos professores em reconhecer traços de dotação em seus alunos, por imaginarem não haver
em suas classes um aluno com tal perfil. Nesse sentido, Borland (2005) vê a utilização do
termo “superdotado” como uma prática incoerente e insustentável, por ser uma construção
social de validade questionável.
Com relação à terminologia adotada neste estudo, têm-se utilizado os termos dotado
ou dotação, por corresponderem à tradução original do inglês, gifted ou gift. Justifica-se essa
opção por sua coerência científica e aplicabilidade prática, necessárias à realização deste
estudo.
53
Outro aspecto observado por Delou (2005) na Lei 5.692/71 (BRASIL, 1971) foi o fato
da conjunção alternativa “ou” ter sido suprimida, permanecendo apenas “e” no caput do
conceito. Segundo a autora, onde se lia “notável desempenho e/ou elevada potencialidade”
acabou por produzir uma exclusão maior de alunos, visto que somente são considerados
dotados aqueles que apresentarem “notável desempenho e elevada potencialidade”,
eliminando, assim, a possibilidade de que alunos com fracasso escolar possam ser
identificados por seu elevado potencial. Contudo, a partir das Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001, p. 2), essa postura perdeu sua força,
ao definir que altas habilidades/superdotação refere-se àqueles que apresentam “grande
facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os
procedimentos e as atitudes”. Nesse caso, o foco está no processo de aprendizagem do aluno
em alcançar o domínio dos conceitos, procedimentos e atitudes de forma rápida, e não apenas
em seu desempenho. Delou (2007) considera essa interpretação um avanço na compreensão
do constructo13 dotação, pois permite que um aluno indisciplinado ou com baixo desempenho
também seja reconhecido na escola por seu elevado potencial, antes mesmo de evidenciar
elevado desempenho. Neste aspecto, Hallahan e Kauffman (2005) entendem que algumas
definições podem ser mais lógicas, mais precisas ou mais úteis que outras, mas não se pode
afirmar que esta ou aquela seja mais correta.
A partir desses dados, é possível observar que embora não se tenha alcançado um
consenso universal, a definição promulgada nos documentos oficiais representa um avanço na
compreensão da dotação, por conceber a ampla gama de domínios ou áreas específicas em
que a dotação pode se manifestar além da capacidade intelectual geral, e pela noção
quantitativa de habilidades demonstradas em cada domínio ou área (MÖNKS; KATZKO,
2005; REIS; RENZULLI, 2011; JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000; SMITH, 2007; CASTRO
BARBERO, 2005; OLIVEIRA, 2007; PIIRTO; HEWARD, 2006; HALLAHAN;
KAUFFMAN, 2005).
2.10 Identificação
13
Segundo Alencar e Fleith (2001), “constructo” refere-se a um conceito.
54
grau e as dimensões em que o aluno se destaca; e (3) procedimentos mistos, que remetem aos
dados obtidos a partir das medidas formais e informais (JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2000).
Alberta (2004) sugere que a identificação do potencial intelectual geral pode ser obtida por
meio de avaliação psicológica individual ou grupal, testes padronizados de desempenho,
classificações do professor e avaliação dos pais, enquanto para a aptidão acadêmica
específica, podem-se utilizar testes de desempenho específico por assunto. Já o pensamento
criativo ou produtivo pode ser evidenciado utilizando-se medidas de pensamento divergente,
escalas para medir características criativas e observações de professores. Da mesma forma, o
potencial para liderança pode ser visto por meio de escalas de classificação das características
para liderança e inventário de habilidades de liderança. Finalmente, a aptidão para arte visual
e a capacidade psicomotora podem ser identificadas por meio de observações dos professores
e especialistas.
A partir do enfoque multidimensional, espera-se que aproximadamente 3 a 5% da
população escolar apresente potencial para dotação (GUENTHER, 2000). Mas, se o processo
de identificação tomar como base a definição de dotação a partir da sobreposição de áreas,
estima-se que 10 a 15% dessa população apresente potencial para dotação e talento
(GARGIULO, 2006).
Falar sobre o adolescente não é uma tarefa fácil, visto que seu conceito apresenta uma
diversidade de expressões nas sociedades e culturas (UNICEF, 2002). No entanto, julga-se
necessário traçar, em linhas gerais, uma definição pontual da forma como a adolescência é
caracterizada, visando uma compreensão maior, a partir desse contexto, das necessidades do
adolescente dotado. Além disso, o conhecimento sobre as características de jovens que são
dotados pode ajudar os educadores a reconhecer comportamentos que são indicativos de
dotação, orientar o trabalho dirigido ao atendimento educacional, e servir de referência no
estudo de grupos especiais (GARGIULO, 2006; GUIMARÃES; OUROFINO, 2007;
JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2004; I TORRES, 2009).
No final do século XIII, o termo “adolescência” referia-se aos anos subsequentes à
infância. No entanto, foi ampliando-se no decorrer do século XX, ao serem reconhecidas as
características biológicas, psicológicas e sociais que permeiam o processo de transição da
infância à vida adulta (MURTA et al., 2006). Segundo o critério cronológico proposto pela
56
Organização Mundial da Saúde (OMS), essa etapa da vida compreende dos 10 aos 20 anos
incompletos, sendo usualmente classificada em três períodos: Precoce (dos 10 aos 14 anos);
Média (dos 15 aos 17 anos); e Tardia ou Madura (dos 17 aos 20 anos).
O período da adolescência para o dotado é semelhante ao de qualquer outro
adolescente sem indicadores de dotação (GALDÓ MUÑOZ, 2008). Segundo Vitalle e
Medeiros (2008), nesse período os adolescentes passam por alguns “lutos”, como a perda do
corpo infantil para um corpo por vezes desengonçado, e, por conseguinte, a perda do papel
social infantil. Para os autores, alguns comportamentos são característicos dessa fase, tais
como: (a) transferência dos sentimentos de dependência dos pais para o grupo; (b) dificuldade
em lidar com as frustrações quando não alcança os objetivos; (c) atitude social reivindicatória
de um modelo de sociedade que considera mais justa; (d) sucessivas contradições nas
manifestações de conduta frente ao imprevisível; (e) separação progressiva dos pais para
apropriar-se de um mundo próprio e “impenetrável”; e (f) constantes flutuações de humor
(VITALLE; MEDEIROS, 2008). No entanto, para os adolescentes dotados, os
comportamentos característicos dessa fase, combinados ao seu elevado potencial intelectual,
os diferencia como um grupo particular (GONZÁLEZ GÓMEZ; GONZÁLEZ GÓMEZ,
1998).
Enquanto grupo, os adolescentes dotados não apresentam as mesmas características de
desenvolvimento e comportamentos entre si, quando comparados ao restante da população
escolar situados nesta faixa etária, por não haver um perfil exclusivo que os caracterize como
tal (OLIVEIRA, 2007; GUIMARÃES; OUROFINO, 2007; NAGC, 2009; TURNBULL;
TURNBULL; WEHMEYER, 2007). À semelhança do que ocorre em todos os grupos sociais,
crianças e adolescentes dotados distinguem-se em sua heterogeneidade por serem
provenientes dos vários grupos étnicos e socioeconômicos, pelas habilidades diversificadas,
pelos interesses específicos, por suas aptidões, pelas características sociais e psicológicas e
também por suas necessidades educacionais (JIMÉNEZ FERNÁNDEZ, 2004; POMAR
TOJO; DÍAZ FERNÁNDEZ, 1998; I TORRES, 2009; NEIHART et al., 2002; ROBINSON,
2008; REIS; RENZULLI, 2009; OLIVEIRA, 2007; NAGC, 2009; VIRGOLIM, 2006).
Entretanto, segundo Guimarães e Ourofino (2007), é possível eleger avançados
comportamentos em vários domínios (por exemplo: psicológico de aprendizagem, motivação,
personalidade, criatividade, sociais e liderança) comumente encontrados entre os dotados,
embora não se possa generalizar. Autores são unânimes em afirmar que, nem todos os dotados
demostram todas as características, ou no mesmo nível. Alguns podem não demonstrá-las a
partir de uma idade muito precoce, mas em estágios mais avançados. Outros podem ainda
57
14
O termo “pares” não se refere apenas a pessoas da mesma idade, mas a indivíduos que podem interagir em
um nível igual sobre questões de interesse comum (ROEDELL, 1984).
59
Quadro 2 – Exemplos de traços de elevada capacidade cognitiva em estudantes dotados que podem manifestar-se
de forma positiva e negativa.
Capacidade intelectual elevada Capacidade intelectual elevada
(forma positiva) (forma negativa)
Retém informações rápidas Impaciente com os outros
Não gosta de rotina
Inquisitivo Faz perguntas embaraçosas
15
Fontes de risco referem-se a condições ou variáveis associadas à maior probabilidade de resultar em
comportamentos negativos ou indesejáveis nos indivíduos, que podem comprometer sua saúde, bem-estar ou
desempenho social para si e/ou para os outros (KAZDIN, 1993; COWAN; COWAN; SCHULZ, 1996). Em
termos mais específicos, risco refere-se ao perigo que o indivíduo corre em não poder completar o ensino
médio com os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para atuar na vida adulta (BESNOY;
CUKIERKORN, 2006).
16
Vulnerabilidade social é o resultado negativo da relação entre a disponibilidade dos recursos materiais ou
simbólicos dos atores, sejam eles indivíduos ou grupos e o acesso à estrutura de oportunidades sociais,
econômicas e culturais que provêm do Estado, do mercado e da sociedade (ABRAMOVAY et al., 2002). Esse
resultado se traduz em debilidades ou desvantagens para o desempenho e mobilidade social dos atores e está
relacionado com o maior ou menor grau de qualidade de vida das pessoas (ROCHA, 2007).
61
FLEITH, 2007; STABILE DE UICICH, 2006; BULKOOL; SOUZA, 2000; NEIHART et al.,
2002).
Da mesma forma, a falta de atenção ao nível de desenvolvimento intelectual de alunos
dotados pode contribuir para agravar os problemas de relacionamento existentes, ou criá-los,
caso ainda não tenham sido estabelecidos. Surgem o estresse pessoal, o sentimento de tédio,
frustração, aborrecimento, impaciência, solidão e isolamento, podendo chegar à evasão
escolar e problemas emocionais, como neurose e depressão (LAGE VILABOY, 1999;
FORTES; FREITAS, 2007; WERTS; CULATTA; TOMPKINS, 2007; GENSHAFT;
BROYLES, 1991; CROSS, et al., 2004; STABILE DE UICICH, 2006; WEBB, 2000;
SCHULER, 2003; GALDÓ MUÑOZ, 2008; WEBB, 2009). Confirmando esses dados, Isaac
Roitman, diretor de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência e Tecnologia
no Brasil (apud ALTAFIN, 2008), garante que são frequentes os casos em que alunos com
dotação se recusam a ir para a escola, apresentam um comportamento social criticável e
problemas psicológicos associados à depressão.
Roeper (1995), Rogers ( 2002) e Landau (2006) admitem que, quando o jovem dotado
não recebe apoio necessário em suas dificuldades acadêmicas e socioafetivas, pode manifestar
comportamentos agressivos e antissociais e aplicar suas habilidades em objetivos errôneos,
como foi o caso do massacre causado por Eric Harris e Dylan Klebold, no ano de 1999 em
Littleton, Colorado. Segundo Schuler (2003), os adolescentes responsáveis pela matança de
13 alunos eram considerados brilhantes, mas, por causa da rejeição da sua cultura dentro da
escola, escolheram a violência como estratégia de enfrentamento. No entanto, embora
recentes incidentes de violência escolar realizados por jovens com elevado potencial
intelectual sugerem que estes podem estar em risco especial para o comportamento
delinquente, esta não é a regra. Segundo Neihart et al. (2002), as pesquisas estão indicando
que os alunos dotados evidenciam menos delinquência do que os alunos não dotados.
Nas situações de interação social, a assincronia ocorre quando adolescentes dotados
são percebidos e tratados de forma “diferente dos colegas” (BUESCHER; HIGHAM, 1990;
RIMM, 2002; CHAN, 2003 2005; RUDASILL; FOUST; CALLAHAN, 2007; ALBERTA,
2004). Essa condição vivenciada pelos dotados tem sido amplamente documentada na
literatura, pelo fato de estes estarem inseridos em uma sociedade que nem sempre aprecia as
diferenças extremas (MANOR-BULLOCK; LOOK; DIXON, 1995; FREEMAN, 2006b;
RIMM, 2002; VIALLE; HEAVEN; CIARROCHI, 2007; NEIHART, 2006).
Tal fato foi comprovado por Janos, Fung e Robinson (1985) em um estudo realizado
com 271 adolescentes extremamente dotados. Segundo os autores, 37% dos que compunham
63
17
Ajuste, neste contexto, refere-se à qualidade das relações sociais que um indivíduo utiliza para responder às
demandas ambientais (com o outro e com os grupos de pessoas ao seu redor). Os meios para responder a essas
demandas incluem: as habilidades sociais, a relação interpessoal e intrapessoal, os padrões sociais, as
estratégias de enfrentamento, dentre outros (NEIHART, 1999; SISTO; PACHECO, 2002). As pessoas com
qualidade positiva nas relações sociais são consideradas “ajustadas”, pois são capazes de lidar eficazmente com
as demandas ambientais por meio de estratégias de enfrentamento adequadas à situação. Da mesma forma, são
consideradas “mal ajustadas” aquelas pessoas que apresentam uma qualidade negativa em suas relações
sociais, quer seja pela utilização de estratégias não apropriadas ou por não utilizar nenhuma estratégia de
enfrentamento que as permita lidar eficazmente com as demandas ambientais (NEIHART, 1999).
64
18
Identidade, entendendo os seres como distintos uns dos outros (FERNANDES, 2006).
65
(WEBB, 1994; GROSS, 1998; NEIHART et al., 2002; NEIHART, 2006; TURNBULL;
TURNBULL; WEHMEYER, 2007; ALENCAR, 2007a). Buescher e Higham (1989)
constataram esse fato em adolescentes dotados que procuravam cultivar seu potencial em
áreas socialmente mais aceitáveis, como música e atletismo.
Outro exemplo pode ser obtido por meio de um estudo longitudinal realizado por
Gross (1994) com uma amostra de 40 alunos australianos (QI igual ou maior que 160). O
autor percebeu que vários destes obtiveram um rendimento acadêmico bem abaixo da sua real
capacidade intelectual como um esforço para serem aceitos por seus colegas de classe. Outros
monitoravam continuamente seu comportamento social para agir em conformidade com as
expectativas de seu grupo de pares, o que lhes causava aborrecimento e estresse emocional.
Segundo Ablard (1997), quando o aluno dotado percebe sua alta capacidade como
uma desvantagem social, ele busca estratégias para mascarar esse potencial, podendo até
mesmo comprometer o seu rendimento escolar. O termo utilizado nesse caso é
“underachievement” (sub-rendimento), e, embora não encontre um consenso entre os
especialistas, pode ser entendido como uma discrepância entre a capacidade (potencial
cognitivo comprovado em testes padronizados) e a baixa realização acadêmica (incompatível
com o potencial elevado) do indivíduo dotado (WHITMORE, 1986). Para Whitmore (1986), a
falta de motivação é uma das características mais comuns atribuídas ao sub-rendimento em
alunos dotados.
No sexo, a assincronia acontece quando as adolescentes dotadas perdem o entusiasmo
para mostrar seu elevado potencial intelectual, devido à reação de desaprovação e rejeição
manifestada por seus pares (SWIATEK; REBEKAH, 1998; REIS, 2002; VALADEZ
SIERRA, 2004). Por acreditarem que possuir elevadas capacidades pode parecer falta de
competência social19, estas omitem e negam seu potencial, a fim de preservar seus
relacionamentos.
Na verdade, a questão do preconceito feminino não é recente. Desde a década de 1920,
por ocasião do início dos estudos voltados à elevada capacidade intelectual dos indivíduos,
diferenças entre as conquistas de homens e mulheres têm sido notórias, prevalecendo a ideia
de que as mulheres eram intelectualmente inferiores aos homens (REIS, 2002). Hollingworth,
com base em seus estudos, revelou que a questão não era possuir pouca capacidade, mas
poucas oportunidades de demonstrar o potencial (SILVERMAN, 1992).
19
Competência social remete à capacidade de o indivíduo articular pensamentos, sentimentos e ações em
função dos seus objetivos, das demandas situacionais e da cultura, produzindo consequências favoráveis a si e
às pessoas de seu entorno (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005a).
66
No campo das relações sociais, insere-se a temática das Habilidades Sociais (HS),
proveniente de estudos científicos realizados a partir da década de 1930 por pesquisadores
nos EUA e na Inglaterra. Ponto de interesse da Psicologia, também é reconhecida por
profissionais das ciências humanas (Educação, Filosofia, Sociologia, Antropologia etc.)
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1996). Seu referencial teórico possui conceitos e
procedimentos de avaliação-intervenção, estruturados a partir de modelos cognitivos que
explicam as variáveis associadas ao processo de socialização, os fatores causais dos deficit20,
as dificuldades de desempenho social, o estabelecimento de critérios de proficiência, e
técnicas para programas (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1996). A compreensão desse campo
teórico-prático apoia-se em três conceitos-chaves articulados, que são: o desempenho social,
as habilidades sociais e a competência social (FEITOSA; DEL PRETTE, 2006).
20
Deficit implica deduzir a ausência de determinado comportamento esperado em uma situação/tarefa ou
identificar comportamentos que não atingem certos critérios, tanto de frequência como de proficiência, diante
destas (McFALL, 1982).
67
21
Comportamento social é entendido como um conjunto de ações, sentimentos e pensamentos que o indivíduo
apresenta em relação à comunidade, aos indivíduos com quem interage e a ele próprio (FEITOSA et al., 2009).
22
Demanda refere-se à “ocasião ou oportunidade em que, conforme as normas da cultura e a avaliação das
consequências, a emissão de certos desempenhos sociais é esperada ou desejada e a de outros não” (DEL
PRETTE; DEL PRETTE, 2009, p. 4).
68
De acordo com Del Prette e Del Prette (2007, 2002, 2009), a competência social tem
sido relacionada à exposição de relações sociais e profissionais mais produtivas, satisfatórias
e duradouras, melhor saúde física e mental, e maior satisfação e motivação pessoal. Já os
deficits em habilidades sociais estão geralmente associados a dificuldades e conflitos na
relação com outros indivíduos, à pior qualidade de vida e a diversos tipos de transtornos
psicológicos, além de contribuir para que as relações sociais se tornem críticas e interfiram de
maneira negativa não apenas na própria saúde psicológica, como na do grupo de interação
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2007).
Por muito tempo, estudos sobre as características cognitivas de adolescentes dotados
tiveram proeminência na literatura sobre dotação, em detrimento do aspecto social. No
entanto, ao contrário do que se pensa em termos de senso comum, hoje é possível encontrar
estudos que caracterizam o repertório social de adolescentes dotados, inclusive no contexto
nacional.
Em geral, os pesquisadores têm buscado compreender o ajustamento social dos
indivíduos dotados, medindo seu status social, suas habilidades sociais (de enfrentamento) ou
sua competência social. E, embora a questão do ajustamento social de adolescentes dotados
não seja o objeto de interesse no presente estudo, essa abordagem serve como “porta de
acesso” aos estudos que caracterizam o repertório social dessa população, comparados aos
seus pares etários normativos (sem identificação de dotação) e também com relação aos seus
pares etários dotados (em variados níveis de dotação) (BARNETT; FISCELLA, 1985;
BUESCHER; HIGHAM, 1989; CHAN, 1988; DAUBER; BENBOW, 1990; JANOS; FUNG;
ROBINSON, 1985; JANOS; MARWOOD; ROBINSON, 1985; LUPOWSKI, 1989;
SWIATEK, 1995; NEIHART, 1999). A seguir, apresentam-se alguns estudos de
caracterização do repertório social em adolescentes dotados.
Em um estudo realizado por Schneider (et al., 1989) sobre o autoconceito social de
estudantes dotados inseridos nos 5º, 8º e 10º níveis de escolaridade, comparados aos seus
pares academicamente menos capazes, os autores distribuíram a amostra em três grupos: (1)
autoincluídos em classes para dotados; (2) dotados integrados em classes regulares; e (3)
pares não dotados incluídos no grupo-controle aleatório. A coleta dos dados foi obtida por
meio de escalas de autorrelato de competência social e pelas indicações dos colegas de classe.
Os resultados revelaram que não houve diferenças entre os grupos com relação à competência
social. Apenas os dotados integrados em classes regulares (5º ano) foram vistos pelos colegas
como mais competentes socialmente e com maior habilidade de liderança. Com relação ao
70
cronológica entre 6-8 anos/8-12, respectivamente, com um grupo de alunos com inteligência
média (QI = 90-110). Utilizando-se de duas medidas de personalidade para abranger uma
variedade de escores relevantes ao ajustamento social e emocional da amostra, os autores
observaram excelente ajuste social e pessoal em alunos dotados, sendo os alunos dotados da
terceira série superiores aos alunos da sexta série em variáveis sociais e pessoais como:
autoestima, senso de liberdade pessoal, relações familiares e falta de tendências antissociais; e
semelhantes na autodireção, nas tendências de retirada, nos padrões sociais e nas habilidades
sociais.
Verificando a relação entre algumas variáveis (temperamento, realização acadêmica,
sexo, manutenção do sistema familiar, crescimento pessoal, constelação familiar, status
socioeconômico e emprego dos pais) e a competência social de 29 alunos dotados (12-14
anos), Gullesserian (2009) também encontrou maiores escores em habilidades sociais para os
dotados em relação ao grupo normativo. O mesmo foi detectado por Freitas (2011), em um
estudo realizado com 120 alunos (6-14 anos), de doze diferentes categorias de necessidades
educacionais especiais (NEE), incluindo os dotados, a fim de identificar recursos e deficit de
habilidades sociais dessa amostra. Com base em uma avaliação feita pelos professores desses
alunos, utilizando-se do SSRS-BR (Sistema de Avaliação de Habilidades Sociais - versão
Brasil), os resultados obtidos indicaram maior frequência de habilidades sociais para os
dotados, assim como para os que apresentavam deficiência visual e deficiência intelectual
leve.
Esses estudos confirmam os achados de França-Freitas (2012) em seu estudo sobre a
caracterização do repertório social de crianças dotadas e talentosas, realizado com 269 alunos
sinalizados como dotados e 125 alunos identificados como não dotados (com idades entre 8 e
12 anos). Os resultados indicaram que os alunos dotados apresentaram no autorrelato um
repertório de habilidades sociais mais elaborado de modo geral, em relação aos seus pares não
dotados.
Dos estudos apresentados, observou-se semelhanças e diferenças no repertório social
de alunos dotados em relação aos seus pares não identificados como dotados. A esse respeito,
Ablard (1997) explica que diferenças específicas no aspecto social podem ser vistas entre
dotados e não dotados, inclusive com menor ajuste para os dotados.
Tal fato pôde ser comprovado por Ramzi, Pakdaman e Fathabadi (2011) em um estudo
realizado no Irã para investigar o perfil de ajustamento social e as características de
personalidade de 560 adolescentes e jovens (idades entre 12 e 22 anos) dotados e não dotados.
As informações foram providas pelos participantes utilizando-se de três instrumentos que
72
23
O termo neuroticismo (N ou Fator N) não é comumente utilizado na área educacional, contudo a psicologia o
define como uma dimensão da personalidade humana que se refere ao nível crônico de ajustamento e
instabilidade emocional (NUNES, 2000). Segundo Nunes (2000, p.6) o alto nível de neuroticismo identifica
indivíduos propensos a sofrimento psicológico que podem apresentar altos níveis de ansiedade, depressão,
hostilidade, vulnerabilidade, autocrítica, impulsividade, baixa autoestima, ideias irreais, baixa tolerância à
frustração e resposta de coping não adaptativa (grifo nosso) [...] Indivíduos com altos escores em neuroticismo
tendem a apresentar avaliações negativistas do ambiente, ou seja, tendem a interpretar estímulos ambíguos de
uma forma negativa ou ameaçadora e, por este motivo, normalmente veem ameaças e crises onde não existem.
24
O conceito de abertura refere-se aos comportamentos exploratórios e reconhecimento da importância em ter
novas experiências. Pessoas com resultados baixos em abertura podem ser vistas como fechadas e tendem a ser
convencionais nas suas crenças e atitudes, conservadoras nas suas preferências, dogmáticas e rígidas, ou ainda,
menos responsivas emocionalmente (NUNES, 2000).
25
Conforme o país e o seu sistema educativo, o 12º grau corresponde ao ensino secundário ou educação
secundária, ministrada aos adolescentes. No Brasil, corresponde ao ensino médio.
73
Esses achados corroboram com os resultados obtidos por meio do estudo de Sowa e
May (1997) sobre o ajustamento social de alunos dotados, em que 35% eram provenientes de
minorias étnicas. Os resultados revelaram que os dotados são diversos entre si em relação às
variáveis sociais, sendo alguns bem-ajustados e outros tendo problemas de ajustamento. Sobre
isso, Neihart (1999) explica que, enquanto alguns estudos apontam os dotados como sendo
avançados em seu ajuste e desenvolvimento social, outros descrevem certos subgrupos de
dotados com maiores dificuldades sociais, indicando que os dotados constituem um grupo
diverso quando se trata de competência social.
Por meio dessa revisão, foi possível constatar algumas conclusões importantes sobre o
aspecto da competência social, do autoconceito social, do ajustamento social e das relações
sociais entre adolescentes dotados e aqueles não identificados como dotados.
Foi visto que há padrões semelhantes na competência social (SCHNEIDER, et al.,
1989), no autoconceito social (BAIN; BELL, 2004), no ajustamento social (BORGES DEL
ROSAL; HERNÁNDEZ-JORGE; RODRÍGUEZ-NAVEIRAS, 2011) e nas habilidades
sociais (LEHMAN; ERDWINS, 2004) entre dotados e seus pares normativos.
Entretanto, foi possível observar a existência de padrões mais elevados no
autoconceito social (PYRYT; MENDAGLIO, 1994; FIELD, et al., 1998), no ajustamento
social (LEHMAN; ERDWINS, 2004) e na competência social (GULLESSERIAN, 2009;
FREITAS, 2011; FRANÇA-FREITAS, 2012) para os adolescentes dotados, em relação aos
seus pares normativos.
Contudo, a presença de padrões diferenciados (positivos ou negativos) nas relações
sociais (DAUBER & BENBOW, 1990), no ajustamento social (ABLARD, 1997; SOWA;
MAY, 1997; SEPIDEH RAMZI et al., 2011) e no autoconceito (SHECHTMAN; SILEKTOR,
2012) entre dotados e seus pares (dotados ou normativos), teve certo predomínio nessa
revisão. Tal fato desmistifica a ideia de que os dotados (independentemente do grau de QI)
são bem-ajustados ou mais bem-adaptados do que seus companheiros não identificados como
dotados (BORGES DEL ROSAL; HERNÁNDEZ-JORGE; RODRÍGUEZ-NAVEIRAS,
2011).
Apresentam-se a seguir alguns estudos que caracterizam dimensões específicas do
repertório social de adolescentes dotados.
Buescher e Higham (1989) identificaram uma grande variedade de abordagens de
enfrentamento utilizadas por um grupo de adolescentes dotados em situações do seu
cotidiano. Na ordem do mais preferido para o menos preferido, são: usar suas habilidades para
ajudar os pares; procurar amigos entre os estudantes que têm habilidades excepcionais;
74
selecionar programas e classes que são projetados para alunos dotados; procurar adultos para
relacionar-se e desenvolver talentos fora da escola e envolver-se em atividades da
comunidade. Sobre a habilidade de abordagem afetiva, Gross (2001) afirma que os alunos
altamente dotados têm concepções mais maduras de amizade do que seus pares de idade
cronológica.
Em uma análise das estratégias sociais de enfrentamento utilizadas por 238
adolescentes dotados (nos domínios verbal e matemático) para lidar com os efeitos negativos
percebidos da sua dotação, Swiatek (1995) e Swiatek e Rebekah (1998) identificaram quatro
fatores independentes: negação da dotação, conformidade, aceitação por pares e envolvimento
extracurricular. Uma replicação do estudo acrescentou mais duas estratégias de enfrentamento
às anteriores: a interação social e o humor (SWIATEK, 2002). Entretanto, houve diferença
entre os alunos com alto QI, que foram mais propensos a negar sua dotação.
A partir de uma amostra de 259 adolescentes chineses intelectualmente dotados (com
idades entre 12-16 anos), Chan (2003) explorou as estratégias de enfrentamento social
utilizadas pela amostra, por meio de um questionário social. Os resultados revelaram que os
estudantes apresentaram alta pontuação nas habilidades sociais de autogestão das emoções,
seguidos por empatia. Para lidar com a condição de serem dotados, os estudantes pontuaram
em diferentes graus a utilização de estratégias de enfrentamento positivas (valorização da
aceitação pelos pares e envolvimento em atividades com estes) e negativas (comportamentos
de esquiva, negação da dotação e conformidade), sendo estas menos utilizadas. Dentre os
resultados apontados no estudo de Shechtman e Silektor (2012), o grupo de dotados também
apresentou pontuação mais elevada de empatia em relação aos pares não dotados.
Lehman e Erdwins (2004) identificaram alta pontuação na medida de habilidades
sociais de interação com os outros, de cooperação e de interação democrática para os dotados
em relação aos seus pares normativos.
Já no estudo de Freitas (2011), os alunos dotados obtiveram escores significativamente
maiores em responsabilidade/cooperação, o que, segundo Del Prette e Del Prette (2005a),
correspondem às habilidades sociais acadêmicas.
Ao descrever os problemas detectados em alunos que frequentavam um programa de
enriquecimento para dotados, Díaz Fernández e Bravo Pombo (2002) encontraram problemas
de conduta com os professores, colegas e família, níveis de ansiedade elevados e problemas
de relacionamento com os colegas, em certos casos, por um déficit de habilidades sociais.
Com base nessa revisão de estudos, foi possível observar que os adolescentes dotados
apresentaram habilidades sociais de empatia (BUESCHER; HIGHAM, 1989; CHAN, 2003;
75
Habilidades Sociais para Crianças - IMHSC (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005b); e (c)
Adolescentes: Inventário de Habilidades Sociais - IHSA (DEL PRETTE; DEL PRETTE,
2009).
Embora as origens do campo das habilidades sociais estejam associadas à psicologia
clínica e à psicologia do trabalho, já é possível verificar na literatura atual intersecções
produtivas também em outras áreas, como a Educação Especial (DEL PRETTE; DEL
PRETTE, 2006a).
Pioneiros na área das habilidades sociais para o contexto nacional, Del Prette e Del
Prette (2006a) consideram que a promoção de um repertório bem-elaborado de habilidades
sociais em alunos que apresentam necessidades educacionais especiais - NEE26 (como no caso
dos adolescentes dotados) amplia os objetivos do ensino regular, ao reconhecer a importância
de uma educação comprometida com a formação da cidadania e a preparação para a vida
social, que favoreça não apenas a inclusão social, mas uma competência social nesses
indivíduos (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006a, 2005a). As primeiras iniciativas de
avaliação das habilidades sociais no campo da Educação Especial incluíram os alunos com
retardo mental, deficiências sensoriais, problemas de aprendizagem, hiperativos, autistas e
deformados faciais (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005a, 2006b).
Considerando que no período da adolescência algumas habilidades interpessoais já
aprendidas necessitam ser aperfeiçoadas em situações novas e com demandas mais
complexas, destaca-se a relevância dos programas educacionais destinados ao atendimento de
adolescentes dotados, como um recurso valioso não apenas na promoção do seu
desenvolvimento intelectual, mas também, no atendimento às suas necessidades
socioeducacionais (ZEWE, 2006).
26
NEE incluem os alunos com: (1) deficiência - aqueles que têm impedimentos de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter restringida sua
participação plena e efetiva na escola e na sociedade; (2) transtornos globais de desenvolvimento – aqueles
que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de
interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo, como as síndromes do espectro do autismo e psicose
infantil; e (3) altas habilidades/superdotação – aqueles que demonstram potencial elevado em qualquer uma
das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes.
Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em
áreas de seu interesse (BRASIL, 2008).
77
(Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), tanto da rede pública como
particular (MELO, 2005).
Segundo Melo (2005), as atividades desenvolvidas incluem a realização de projetos de
pesquisa na área de interesse do aluno e sua participação em outras atividades, tais como:
visitas a museus, bibliotecas, feiras tecnológicas, exposições, congressos e universidades,
dentre outros. Essas atividades ocorrem no contraturno ao das aulas regulares, pelo menos
duas vezes por semana. A partir de 2001, foi adotada no programa uma abordagem
sistemática de educação, baseada no modelo triádico de enriquecimento escolar proposto por
Renzulli (1986), por ser considerada bastante flexível na identificação e avaliação desse
grupo.
Com base nesse modelo, os alunos são selecionados por meio da aplicação da escala
de características comportamentais (SRBCSS-R), um instrumento que permite ao professor
fazer estimativas quanto ao comportamento do aluno nas áreas de aprendizagem, motivação,
criatividade e liderança. Após esse procedimento, os alunos são observados por um período
de quatro a 16 semanas, quando são avaliados por uma equipe de profissionais e por
professores que atuam nas áreas acadêmicas e de talentos. Finalmente, os alunos são
submetidos a testes psicométricos aplicados por um profissional da área (MELO, 2005).
De reconhecimento internacional, merece destaque o Centro para Desenvolvimento do
Potencial e Talento (CEDET), situado na cidade de Lavras (MG). Trata-se de um programa
idealizado em 1992 pela educadora Zenita Guenther, como um espaço físico e social
estruturado para a dinamização da metodologia CEDET, cuja proposta é construir um
ambiente de complementação e suplementação educacional de apoio às crianças e
adolescentes dotados, integrados nos diversos sistemas e níveis do ensino regular. Outros
CEDETs estão presentes em algumas cidades do país, tais como: Palmas (TO), Vitória (ES),
São José dos Campos (SP), Assis (SP), Sete Lagoas (MG) e Poços de Caldas (MG)
(WIKIPÉDIA, 2011).
A metodologia de identificação desenvolvida por Guenther, diretora técnica do
CEDET/ASPAT (Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento/Associação de Pais e
Amigos para Apoio ao Talento), está alicerçada na concepção de dotação e talento de
Françoys Gagné, que busca os alunos dotados entre os alunos da escola regular, a partir da
participação do professor como observador dos comportamentos, atitudes, ações, reações e
atributos gerais dos alunos, sem julgar, identificar ou focalizar a presença de dotes ou talentos
(FREEMAN; GUENTHER, 2000; GUENTHER, 2000, 2007, 2008b). Segundo Guenther
(2007), esse processo busca menos o desempenho ou a produção e mais um modo de
79
perceber, sentir, pensar, agir e responder que seja qualitativa e quantitativamente melhor, mais
elaborado e mais eficiente do que os pares normativos conseguem alcançar.
Para a execução dessa tarefa, os professores participam previamente de um
treinamento que explicita a concepção e as características de dotação. Após (pelo menos)
quatro meses de observação da turma, os professores nomeiam dois alunos da sua classe que
se destacam em cada um dos 25 itens apresentados na folha de registros. Por esse
procedimento, considera-se que todos os alunos tiveram a oportunidade de ser observados a
partir de um olhar mais acurado. Esse material de identificação (folha de registros) também é
utilizado pelo Programa de Incentivo ao Talento (PIT), da Universidade Federal de Santa
Maria (UFRS) (ALMEIDA; CAPELLINI, 2005).
A partir desses registros, são selecionados os alunos cujos padrões de características
estão associados aos diversos domínios de dotação e talento (conforme indicados por Gagné),
a fim de passarem por um período de observação assistida no CEDET (durante o primeiro ano
de atendimento), quando vivenciarão situações de aprendizagem enriquecedoras
(GUENTHER, 2007). Entende-se que esse processo de observação diminui a margem de erro
de alunos nomeados, que na verdade são considerados como sem indicadores de dotação
(GUENTHER, 2007).
Identificada a presença de potencial elevado para dotação e talento, o processo de
estimulação desse domínio de capacidade é regido por um plano individual de trabalho, feito
semestralmente pelo aluno com o seu orientador, considerando-se dois objetivos primordiais:
desenvolver a capacidade natural e o talento sinalizado e aperfeiçoar aspectos da formação
pessoal (GUENTHER, 2007).
Para o alcance desses objetivos, o projeto pedagógico do CEDET organiza-se em três
áreas gerais de estimulação e enriquecimento: (1) Comunicação, Organizações e
Humanidades, que promove experiências ligadas à vida social e inter-relações humanas; (2)
Ciência, Investigação e Tecnologia, que trabalha com o conhecimento científico, relações do
homem com o meio; e (3) Criatividade, Habilidades e Expressão, que abre espaço para a
esfera pessoal dos sentimentos, apreciação da beleza e relações com o próprio corpo
(GUENTHER, 2007).
Observa-se que esse modelo aproxima-se do referencial teórico-prático das
habilidades sociais, por também valorizar as experiências obtidas pelos indivíduos a partir das
inter-relações estabelecidas com os pares, como fatores determinantes da aprendizagem e
manutenção do seu repertório social. Segundo os autores (GONZÁLEZ GÓMEZ;
GONZÁLEZ GÓMEZ, 1998; ALONSO, 2008), quando o programa promove não apenas o
80
Justificativa
Objetivos
Para responder a essas questões, têm-se como Objetivo Geral: analisar as habilidades
sociais de adolescentes com e sem indicadores de dotação e influências sociodemográficas.
Como Objetivos Específicos, o estudo buscou: (1) Caracterizar a amostra a partir de
dados sociodemográficos (sexo, idade, escolaridade, adiantamento, classe econômica, e grau
de instrução do responsável financeiro pela família); (2) Comparar as Frequências e
81
3 MÉTODO
27
Foi esclarecido aos participantes que o termo “chefe da família” corresponde ao responsável financeiro pela
família, aquele que convive na mesma casa que o adolescente.
28
No Brasil, de acordo com a LDBEN 9.394/96 (Título V, Capítulo I e II, Seção II, III e IV), a educação escolar
em vigor compõe-se da Educação Básica, formada pelo Ensino Fundamental, que compreende do 1º ao 9º ano
(corresponde ao antigo Ensino Primário 1ª à 4ª série, acrescido do antigo Ensino Ginasial 5ª à 8ª série); e do
Ensino Médio, que compreende o 1º ao 3º ano) (BRASIL, 1996).
83
Tabela 1 – Caracterização da amostra de adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação a partir
de dados sociodemográficos
Adolescentes Adolescentes sem
Variáveis Níveis dotados indicadores de
dotação
(f) % (f) %
Sexo Feminino 38 52,8% 31 51,7%
Masculino 34 47,2% 29 48,3%
Idade 12 17 23,6% 11 18,3%
13 11 15,3% 12 20%
14 12 16,7% 8 13,3%
15 9 12,5% 7 11,7%
16 14 19,4% 10 16,7%
17 8 11,1% 8 13,3%
18 1 1,4% 4 6,7%
Escolaridade 6º ano 6 8,3% 5 8,3
7º ano 11 15,3% 13 21,7%
8º ano 18 25% 12 20%
9º ano 8 11,1% 6 10%
1º ano E. Médio 12 16,7% 8 13,3%
2º ano E. Médio 10 13,9% 10 16,7%
3º ano E. Médio 7 9,7% 6 10%
Adiantamento 1 ano 18 25% 7 11,7%
2 anos 1 1,4% 0 0%
Classe econômica A2 2 2,8% 2 3,3%
B1 20 27,8% 17 28,3%
B2 26 36,1% 22 36,7%
C 24 33,3% 17 28,3%
D 0 0% 2 3,3%
Instrução do chefe Analfabeto/Primário Incompleto 1 1,4% 1 1,7%
Primário Completo/ Ginasial Incomp. 5 6,9% 6 10%
Ginasial Completo/E. Médio Incom. 13 18,1% 13 21,7%
E. Médio Completo/Superior Incom. 31 43,1% 25 41,7%
Superior Completo 22 30,6% 15 25%
Total 72 100% 60 100%
Fonte: elaboração do autor.
A pesquisa foi realizada em quatro escolas públicas regulares (E1, E2, E3 e E4), de
ensino fundamental e médio (período diurno), situadas no município de Lavras, ao sul de
Minas Gerais, onde encontravam-se os adolescentes dotados que frequentavam o CEDET
(Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento), e seus pares sem indicadores de
dotação. Na E1 foram encontrados 20D29 e 13SID30; na E2 22D e 20SID; na E3 18D e 15SID;
e finalmente na E4 12D e 12SID.
29
D = Dotados.
30
SID = Sem Indicadores de Dotação.
84
3.4 Instrumentos
tem elevada consistência interna (Coeficiente Alpha de 0,896 para frequência e 0,904 para
dificuldade) e uma estrutura de seis fatores, sendo: Fator 1 – Empatia (10 itens, alpha =
0,820), Fator 2 – Autocontrole (8 itens, alpha = 0,686), Fator 3 – Civilidade (6 itens, alpha =
0,751), Fator 4 – Assertividade (7 itens, alpha = 0,679), Fator 5 – Abordagem Afetiva (6 itens,
alpha = 0,615) e Fator 6 – Desenvoltura Social (5 itens, alpha = 0,698). O instrumento permite
a identificação de reservas e deficit em classes e subclasses de habilidades sociais. O IHSA
apresenta a seguinte estrutura fatorial: Fator 1 – Empatia; Fator 2 – Autocontrole; Fator 3 –
Civilidade; Fator 4 – Assertividade; Fator 5 – Abordagem Afetiva; Fator 6 – Desenvoltura
Social.
3.5 Procedimentos
dia e horário para a coleta dos dados, de modo que não viesse a interromper as atividades de
sala de aula. Do total de adolescentes dotados convidados a participar do estudo, apenas três
não participaram: dois não receberam consentimento dos pais e um não participou por decisão
própria. Nesse caso, seus nomes foram substituídos por outros, que prontamente aceitaram
participar do estudo.
A aplicação dos instrumentos foi realizada pela pesquisadora em um ambiente
reservado (sala de aula vaga, espaço inutilizado da biblioteca ou refeitório desocupado), em
grupos de 10 a 20 alunos por vez. Antes do preenchimento dos instrumentos, procedeu-se à
leitura das instruções e dos exemplos, explicando-os de forma detalhada. Os casos de dúvidas
eram sanados por meio de exemplos, a fim de tornar mais clara a compreensão para o aluno.
O tempo médio utilizado para o preenchimento dos três instrumentos não ultrapassou 40
minutos para os adolescentes do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e 30 minutos para os
adolescentes do Ensino Médio.
Os dados foram coletados ao final do mês de maio e início do mês de junho, por ser
um período onde os alunos já teriam estabelecido seus relacionamentos interpessoais com os
colegas de classe, e também, porque não estariam realizando as avaliações de final de
semestre letivo. Para tanto, foram necessárias três semanas, em período integral.
for muito reduzido, e, descritivo, por ser indicado para estudos de vários casos ou
institucionais (BENZE, 2001).
Os dados obtidos por meio do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB)
foram classificados quantitativamente de acordo com a pontuação do próprio instrumento e
analisados a partir de métodos descritivos. As características sociodemográficas da amostra
foram analisadas utilizando-se do mesmo método, pois, segundo Morettin e Bussab (2002),
média, mediana, máximo e mínimo constituem medidas indicadas para comparar os grupos
descritivamente.
Na apuração e análise dos dados obtidos por meio do Formulário de Dados
Acadêmicos (FDA), foi adotada a metodologia de agrupamento das respostas para as questões
Q11 a Q15, por se tratarem de um mesmo assunto, ou seja, o lugar específico onde o aluno
frequentava, conforme descritas a seguir: Quando você não está em casa ou na escola, onde
você está? (Q11); Você gosta desse lugar? (Q12); Por quê? (Q13); Há quanto tempo você
frequenta esse lugar? (Q14); Quantas vezes por semana você frequenta esse lugar? (Q15)
Para as questões Q11 e Q13, as respostas obtidas foram classificadas da seguinte
maneira: Q11 (a) Atividades com a família, (b) atividades de lazer, (c) atividades
educacionais, (d) atividades religiosas, (e) atividade remunerada e (f) CEDET; Q13 (a)
acolhida, (b) atividade prazerosa, (c) benefício, (d) conceito, (e) oportunidade de interação e
(f) não gosta.
A fim de comparar o repertório de habilidades sociais segundo as respostas obtidas nas
Questões 11 a 15, foram utilizados testes multivariados paramétricos (MANOVA) e testes
univariados não paramétricos (Mann-Whitney; Kruskal-Wallis), recomendados por Conover
(1980).
Para justificar o uso da análise multivariada, foram realizados testes de correlação
entre as subescalas (APÊNDICE F- 1ª Parte), confirmados pela correlação de Pearson. Nesse
caso, em primeiro lugar, foram comparados os níveis das variáveis estudadas em relação às
sete variáveis de Frequência (FTotal, F1Empatia, F2Autocontrole, F3Civilidade,
F4Assertividade, F5Abordagem Afetiva, F6Desenvoltura Social) e, depois, segundo as sete
variáveis de Dificuldade (DTotal, D1Empatia, D2Autocontrole, D3Civilidade,
D4Assertividade, D5Abordagem Afetiva e D6Desenvoltura Social).
Quando as condições de aplicação da MANOVA não foram satisfeitas, foi utilizado o
teste de Mann-Whitney, que é um teste para comparar diferenças entre dois grupos
independentes, quando obtém-se duas categorias de respostas, tais como: “Sim” e “Não” (por
exemplo: Q12). No caso de mais de dois grupos, foi utilizado um teste similar, o teste de
88
Kruskal-Wallis, também não paramétrico, indicado por Johnson e Wichern (2008) para
comparar “k” grupos independentes segundo “m” variáveis.
Para os casos em que a hipótese de igualdade entre os grupos nos testes Kruskal-
Wallis foi rejeitada, novos testes Mann-Whitney foram realizados. Inicialmente comparando-
se os dois grupos com as médias mais próximas. Nos casos em que a igualdade foi aceita, tais
grupos eram unidos e comparados com um próximo grupo de média próxima, até que todas as
combinações possíveis foram feitas para identificar a diferença. O nível de significância
fixado para todos os testes foi de 5%. Assim, pelo p-valor obtido em cada teste, rejeitou-se a
hipótese de igualdade dos grupos quando o p-valor foi menor que 0,05.
Para verificar a existência de relação entre determinadas variáveis e o repertório de
habilidades sociais dos dotados e não indicados como dotados, foram realizados testes
ANOVA para cada um dos casos analisados. Tal procedimento se justifica, por entender que
em casos nos quais se associam “variáveis categorias” a “variáveis numéricas”, não se pode
utilizar testes de correlação, fazendo-se necessário o uso da ANOVA. Nesse caso,
primeiramente foi verificada a significância da tabela ANOVA e, nos casos em que foi
rejeitada a hipótese de não existência de efeito dos fatores, se buscou qual/quais fatores foram
significativos.
Todas as análises foram feitas utilizando o software estatístico SPSS, retirando-se os
pontos atípicos (APÊNDICE E). No caso dos dotados, como apenas um indivíduo não
respondeu que frequentava o CEDET, ele foi retirado da análise.
A apuração dos resultados do Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes-
IHSA consistiu em computar os escores somando-se os itens das questões, conforme a Tabela
2, para então situar a posição percentil do respondente em relação a uma amostra normativa.
Tabela 2 – Agrupamento dos itens a serem somados em cada subescala de habilidades sociais.
Subescala Itens a serem somados
1. Empatia Q7, Q19, Q24, Q26, Q28, Q29, Q31, Q32, Q34, Q35
2. Autocontrole Q5, Q8, Q14, Q22, Q30, Q33, Q38
3. Civilidade Q2, Q3, Q4, Q6, Q7, Q9
4. Assertividade Q11, Q12, Q15, Q16, Q21, Q23, Q27
5. Abordagem afetiva Q10, Q13, Q25, Q35, Q36, Q37
6. Desenvoltura social Q1, Q17, Q19, Q20, Q21
Fonte: elaboração do autor.
subescalas (subconjuntos de itens). Dentre essas subescalas, citam-se: (1) Empatia, (2)
Autocontrole, (3) Civilidade, (4) Assertividade, (5) Abordagem Afetiva e (5) Desenvoltura
Social, sendo que cada uma é a soma dos pontos de determinadas questões. Os pontos de zero
a quatro foram atribuídos às questões conforme apresentam-se nas tabelas a seguir.
Figura 1 – Esquema de caracterização dos adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação a
partir de dados sociodemográficos.
DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS
Sexo
Idade
ADOLESCENTES DOTADOS ADOLESCENTES SEM
Escolaridade
Adiantamento INDICADORES DE DOTAÇÃO
Classe Econômica
Grau de Instrução do responsável
91
Figura 2 – Esquema de comparação das frequências e dificuldades dos repertórios de habilidades sociais de
adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação.
REPERTÓRIO SOCIAL
ADOLESCENTES Total ADOLESCENTES SEM
DOTADOS Empatia INDICADORES DE
Autocontrole DOTAÇÃO
Civilidade
Assertividade
Abordagem Afetiva
Desenvoltura Social
Figura 3 – Esquema de comparação e relação das frequências e dificuldades dos repertórios sociais de
adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação, às variáveis sociodemográficas e participação
em outros ambientes.
SEXO SEXO
REPERTÓRIO SOCIAL
IDADE IDADE
Total
ESCOLARIDADE Empatia ESCOLARIDADE
VARIÁVEIS
Autocontrole
VARIÁVEIS
4 RESULTADOS
Os dados sobre a comparação dos sujeitos foram obtidos após a retirada dos
indivíduos considerados como pontos atípicos (APÊNDICE E). Na Tabela 5, são apresentadas
as medidas descritivas e o teste Mann-Whitney para as Frequências das habilidades sociais
dos adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação.
Na subescala Frequência Total (FTotal), os dotados apresentaram média menor
(110,69) que os sem indicadores de dotação (112,24). O valor mínimo dos dotados foi menor
que os sem indicadores de dotação, ocorrendo o inverso para o valor máximo. Já para a
mediana, novamente os dotados apresentaram menor valor (111) em relação aos sem
indicadores de dotação (115). A variabilidade para ambos os grupos foi próxima.
Analisando a subescala F1Empatia, observa-se que os dois grupos apresentaram
médias próximas, sendo 33,27 para os dotados e 33,67 para os sem indicadores de dotação.
Em relação à mediana e ao máximo, foram obtidos valores iguais para ambos os grupos. Para
o valor mínimo, a diferença entre os grupos foi de apenas uma unidade. Novamente
constatou-se que a variabilidade dos dados foi próxima entre os grupos.
Em relação à F2Autocontrole, o grupo de dotados apresentou média menor que a do
grupo sem indicadores de dotação, 18,64 e 19,75, respectivamente. Os valores para
variabilidade, mediana, mínimo e máximo de cada um dos grupos foram bem próximos para
ambos os grupos.
Observando as subescalas F3Civilidade e F4Assertividade, nota-se que os grupos
apresentaram todas as medidas próximas, sendo a média de Civilidade dos dotados igual a
20,01 e a dos sem indicadores de dotação 22,04; e a média de Assertividade igual a 22,64 para
dotados e 22,51 para os sem indicadores de dotação.
Na subescala F5Abordagem Afetiva, a média e a mediana dos dotados foi menor
(14,01 e 13,5, respectivamente) em relação à média dos adolescentes sem indicadores de
dotação (14,91 e 16, respectivamente).
Na F6Desenvoltura Social, os valores para a média pouco se diferenciaram. A média
para os dotados foi igual a 14,93 e para os sem indicadores de dotação, 14,42. O mesmo
ocorreu com a mediana e o máximo, enquanto o mínimo e a variabilidade se diferenciaram,
dotados apresentaram menor variabilidade e maior valor mínimo.
93
Tabela 5 – Medidas descritivas e teste Mann-Whitney para as frequências das habilidades sociais dos
adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação.
Subescalas de Média Mediana Desvio- Mínimo Máximo Whitney Mann-
Habilidades Sociais Padrão (p-valor)
Dotado 110,69 111 14,46 73 139
FTotal Sem 112,24 115 15,2 75 137 0,438
indicadores
os sem indicadores de dotação apresentaram zero como valor mínimo e 70 como valor
máximo, mostrando que o intervalo dos dados para os dotados foi menor.
Na subescala D1Empatia, os dotados apresentaram média 4,41 enquanto os sem
indicadores de dotação obtiveram 4,11. As demais medidas revelaram valores iguais para
mediana e mínimo e valor maior para os sem indicadores de dotação na variabilidade e
máximo.
A média dos adolescentes dotados também foi maior que a dos sem indicadores de
dotação na subescala D2Autocontrole, 10,83 e 9,57, respectivamente. Ambos os grupos
apresentaram zero como o valor mínimo e o máximo foi 27 para dotados e 26 para os sem
indicadores de dotação. Em relação à mediana, nota-se valor maior para os dotados (10) em
relação aos seus pares sem indicadores de dotação (9).
Para D3Civilidade, as médias dos adolescentes dotados e dos sem indicadores de
dotação foram próximas, 1,93 e 1,96, respectivamente. Em ambos os grupos, zero foi o valor
mínimo, e 1 a mediana. A variabilidade também foi próxima para os dois grupos, sendo que
os sem indicadores de dotação apresentaram maior valor máximo.
Nota-se que na subescala D4Assertividade, a média dos dotados foi maior que a dos
sem indicadores de dotação, 4,24 e 3,86, respectivamente. As demais medidas foram
próximas, os valores mínimos foram iguais, e os dotados apresentaram maior mediana e
maior valor máximo.
Em relação à D5Abordagem Afetiva, com exceção do valor mínimo (zero para ambos
os grupos), os dotados apresentaram valores maiores em todas as outras medidas – a média
dos dotados foi igual a 7,76, e a dos sem indicadores de dotação 5,82.
Na última subescala, D6Desenvoltura Social, nota-se que a média, mediana e
variabilidade dos grupos foram próximas. Em relação ao valor mínimo, observam-se valores
iguais para os dois grupos; já em relação ao máximo, maior valor aos sem indicadores de
dotação.
95
Tabela 6 – Medidas descritivas e teste Mann-Whitney para as dificuldades das habilidades sociais dos
adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação.
Subescalas de
Média Mediana Desvio- Mínimo Máximo Mann-
Habilidades Sociais Whitney
Padrão (p-valor)
Dotado 31,07 29 13,66 3 65
DTotal Sem indicadores 27,64 25,5 15,73 0 70 0,162
de dotação
A relação entre o repertório de habilidades sociais dos dotados e o sexo pode ser mais
bem compreendida observando-se os dados da Tabela 7. Pelos resultados, nota-se que para
FTotal, F2Autocontrole, F5Abordagem Afetiva e F6Desenvoltura Social, a média dos
indivíduos do sexo masculino foi maior que dos indivíduos do sexo feminino, enquanto para
F1Empatia e F4Assertividade ocorreu o contrário. Em F3Civilidade, as médias foram
praticamente iguais.
Tabela 7 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de sexo.
Subescalas de Habilidades Sociais Feminino Masculino
FTotal 109,95 111,52
F1Empatia 33,65 32,85
F2Autocontrole 18,24 19,09
F3Civilidade 20,03 20
F4Assertividade 23,24 21,97
F5Abordagem Afetiva 12,95 15,21
F6Desenvoltura Social 14,41 15,52
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 8 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de sexo.
Subescalas de Habilidades Sociais Feminino Masculino
FTotal 109,19 114,97
F1Empatia 34,19 33,21
F2Autocontrole 17,85 21,45
F3Civilidade 19,65 20,38
F4Assertividade 22,73 22,31
F5Abordagem Afetiva 13,73 15,97
F6Desenvoltura Social 14,04 14,76
Fonte: elaboração do autor.
A relação entre o repertório de habilidades sociais dos alunos dotados e o sexo, podem
ser melhor compreendidas observando-se os dados na Tabela 9. Nota-se que em DTotal,
D1Empatia, D3Civilidade e D4Assertividade a média dos indivíduos do sexo masculino foi
maior do que a dos indivíduos do sexo feminino, enquanto para D2Autocontrole,
D5Abordagem Afetiva e D6Desenvoltura Social ocorreu o contrário. Em determinados casos
como, em D3Civilidade, a diferença pode ser bem pequena.
98
Tabela 9 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de sexo.
Subescalas de Habilidades Sociais Feminino Masculino
DTotal 108,84 109,97
D1Empatia 4,16 4,68
D2Autocontrole 11,62 9,97
D3Civilidade 1,89 1,97
D4Assertividade 3,84 4,68
D5Abordagem Afetiva 8,03 7,47
D6Desenvoltura Social 4,14 3,74
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 10 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de sexo.
Subescalas de Habilidades Sociais Feminino Masculino
DTotal 102,64 114,61
D1Empatia 3,64 4,57
D2Autocontrole 10,89 8,25
D3Civilidade 1,86 2,07
D4Assertividade 3,64 4,07
D5Abordagem Afetiva 6,43 5,21
D6Desenvoltura Social 3,86 4,07
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 11 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de idade.
Subescalas de 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos
Habilidades Sociais
FTotal 116,06 110,64 108,75 104,89 106,15 116
F1Empatia 34,13 34,45 32,92 32,78 32,38 32,5
F2Autocontrole 20,19 18,45 17,75 16,67 17,62 21,13
F3Civilidade 21 20,91 20,67 18,44 18,31 20,88
F4Assertividade 22,38 20,91 23,08 23,89 22,62 23,5
F5Abordagem Afetiva 15,5 14,82 12 12 12,54 16,75
F6Desenvoltura Social 15,81 14,18 14,83 14,11 14,85 14,88
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 12 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de idade.
Subescalas de 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Habilidades Sociais
FTotal 114,89 117,09 103,63 101,29 111,25 118,63 118,5
F1Empatia 33,89 35,64 30,63 31,86 32,63 36,38 33,75
F2Autocontrole 23,22 21,09 15,75 17 20,25 19 21,5
F3Civilidade 19,78 21,18 19,5 18,14 19,5 21,63 19,75
F4Assertividade 21,67 22,45 22,63 22,14 21,25 24 24,5
F5Abordagem Afetiva 15,89 15,73 11,88 12,43 17,38 15,38 15
F6Desenvoltura Social 13,11 15 15,38 11,86 12,88 16,5 17,25
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 13 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de idade.
Subescalas de 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos
Habilidades Sociais
DTotal 112,71 112,4 108,75 104,89 102,29 116
D1Empatia 4,82 4 3,83 4,22 5,07 3,63
D2Autocontrole 9,24 9,4 11,42 12,56 13,21 8,63
D3Civilidade 1,76 1,5 1,42 2 3,07 1
D4Assertividade 5,24 3,5 3,42 4,11 4,5 3,5
D5Abordagem Afetiva 7,29 6,9 10,08 8,22 8,43 5,25
D6Desenvoltura Social 4,35 4 3,58 4 4,64 2,75
Fonte: elaboração do autor.
Conforme as médias apresentadas na Tabela 14, é possível observar que para DTotal
as maiores idades apresentam as maiores médias, exceto para os alunos com 16 anos, por
apresentarem a menor média. Em relação à D1Empatia, nota-se que, com exceção de 16 e 14
anos (maiores médias), as demais médias foram próximas. Analisando D2Autocontrole
observa-se que os alunos com 16 anos apresentaram a maior média, enquanto que os de 12 e
15 anos, as menores médias. Observando D3Civilidade, verifica-se que os indivíduos de 16
anos apresentaram maior média e os demais, médias relativamente próximas. Em relação à
D4Assertividade, novamente a faixa de idade de 16 anos apresentou a maior média, enquanto
que as idades mais altas, tais como 17 e 18 anos, apresentaram as menores médias.
Analisando D5Abordagem Afetiva, nota-se que a faixa de idade de 14 anos apresentou média
superior aos demais, e a de 18 anos apresentou média inferior. Finalmente, em
102
Tabela 14 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de idade.
Subescalas de 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Habilidades Sociais
DTotal 106,5 110,67 103,63 110,4 101,1 117,71 118,5
D1Empatia 3,3 2,75 5,25 3,6 6,7 3,43 3,25
D2Autocontrole 6 8,92 10,38 7 12,7 11,71 10,5
D3Civilidade 1,4 1,58 1,88 1,8 3,5 2 1
D4Assertividade 3,1 4,42 4,38 2,4 5,5 2,71 2,75
D5Abordagem Afetiva 4,3 6,58 7,13 6,2 6,4 5,57 3,25
D6Desenvoltura Social 2,8 4,17 3,88 3,4 6,9 2,57 2,25
Fonte: elaboração do autor.
Observando a Tabela 15, é possível verificar as médias de frequência de cada uma das
subescalas de habilidades sociais em cada nível de escolaridade. Nota-se que na FTotal, os
alunos do sexto ano apresentaram a maior média, seguidos dos alunos do terceiro ano. As
menores médias foram do nono e primeiro ano, e valores intermediários foram obtidos por
alunos do sétimo, oitavo e segundo ano. Observando a F1Empatia, constata-se médias
bastante próximas entre os anos, sendo que o maior valor foi visto no sexto e oitavo ano, e o
menor no nono ano. Olhando para a F2Autocontrole, percebe-se que o sexto e terceiro ano
apresentam os maiores valores médios, enquanto o nono ano apresenta o menor. Sétimo,
oitavo, primeiro e segundo ano apresentaram valores intermediários. Já para a F3Civilidade,
observa-se que as médias entre os anos foram próximas, com maior valor para o sexto ano e
menor para o nono e segundo ano. Em relação à F4Assertividade, verificam-se médias
próximas entre os anos, com maior valor para o segundo ano seguido do terceiro ano, e menor
valor para o sétimo e nono ano. Sexto, oitavo, primeiro e terceiro ano do ensino médio
apresentaram os valores intermediários. Quanto à F5Abordagem Afetiva, observa-se que o
terceiro ano do ensino médio apresentou o maior valor, seguido do sexto ano. O menor valor
103
médio foi apresentado pelo nono ano. Finalmente, na F6Desenvoltura Social, os maiores
valores foram do sexto e segundo ano, enquanto o menor valor foi apresentado pelo nono ano.
Tabela 15 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de escolaridade.
Subescalas de 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 1º ano 2º ano 3º ano
Habilidades Sociais
FTotal 125,33 110,8 113,11 95,38 104,92 111 118,71
F1Empatia 36,5 32,6 35,28 29,25 32,5 32,78 32,86
F2Autocontrole 23,17 19,1 18,44 14,5 17,42 18,22 22
F3Civilidade 22,83 20,1 20,72 18,88 19,08 18,33 20,71
F4Assertividade 22,67 21,7 23,17 21,38 22 24,11 23,29
F5Abordagem Afetiva 16,5 15 14,11 9,38 12 15 17,71
F6Desenvoltura Social 16,33 15,2 15 13 13,92 16,11 15,57
Fonte: elaboração do autor.
Com base nas médias apresentadas na Tabela 16, sobre a frequência de cada subescala
de habilidades sociais para cada nível de escolaridade dos adolescentes sem indicadores de
dotação, nota-se que, na FTotal, os alunos do terceiro ano apresentaram as maiores médias,
seguidos dos alunos do sexto ano, enquanto a menor média foi obtida pelo primeiro ano.
Valores próximos entre si e intermediários em relação aos demais foram obtidos por alunos
do sétimo, oitavo, nono e segundo ano. Em relação à F1Empatia, há médias bastante próximas
entre os anos, sendo que o maior valor médio foi do terceiro ano, e os menores do primeiro
104
ano. Quanto à F2Autocontrole, o sexto ano apresentou maior média, seguido do sétimo e
terceiro ano, enquanto o primeiro e o segundo ano apresentaram as menores médias. Para
F3Civilidade, as médias entre os anos foram muito próximas, com menor valor para o
segundo ano. Em relação à F4Assertividade, o nono ano apresentou maior valor médio,
seguido do terceiro e primeiro ano. Os demais anos apresentaram médias muito próximas
entre si. Analisando F5Abordagem Afetiva, observa-se que o segundo ano apresentou o maior
valor, seguido do sexto ano. O menor valor médio foi apresentado pelo primeiro ano. Por fim,
analisando F6Desenvoltura Social, nota-se que o terceiro ano apresentou valor superior em
relação aos demais, enquanto o primeiro ano apresentou valor inferior.
Tabela 16 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de escolaridade.
Subescalas de 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 1º ano 2º ano 3º ano
Habilidades Sociais
FTotal 117,33 111,77 112,64 112,17 104,71 110,33 121,67
F1Empatia 33,67 33,23 34,91 32,17 32,71 33,33 35,5
F2Autocontrole 24,33 21,08 20 18,83 17,29 17,22 21,67
F3Civilidade 20 19,92 20,45 20,33 20,14 19 20,67
F4Assertividade 21,33 21,77 21,64 25,17 23,43 21,22 24,5
F5Abordagem Afetiva 16 15,31 14,64 13,17 11 18,11 15,5
F6Desenvoltura Social 13,33 13,62 14,27 15,33 12,71 14,56 17,83
Fonte: elaboração do autor.
seguido do segundo ano. Sexto, sétimo e oitavo ano apresentaram valores parecidos entre si e
intermediários quando comparados aos demais, sendo o menor valor obtido pelo terceiro ano.
Para D3Civilidade, nota-se que o segundo ano apresentou maior valor, seguido do primeiro
ano. Os demais anos apresentaram médias próximas, com menor valor para nono ano. Em
relação à D4Assertividade, o maior valor médio foi apresentado pelo sexto ano, seguido do
nono ano, enquanto o menor valor foi do oitavo ano, seguido do sétimo ano. Os valores
médios para todos os anos do ensino médio foram próximos. Quanto à D5Abordagem
Afetiva, é possível notar que o nono ano apresenta valor bem superior em relação aos demais,
enquanto o terceiro ano apresentou o menor. Por fim, analisando D6Desenvoltura Social,
observa-se que, com exceção do segundo ano (menor valor), todos apresentaram valores
próximos.
Tabela 17 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de escolaridade.
Subescalas de 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 1º ano 2º ano 3º ano
Habilidades Sociais
DTotal 31 30 27,88 40,63 32,5 33,5 23,71
D1Empatia 3,67 5,64 3,47 5,75 3,67 5,4 3,71
D2Autocontrole 9,5 9,27 9,65 15,38 11,5 13,1 7,71
D3Civilidade 1,5 1,82 1,82 1 2,25 3,2 1,43
D4Assertividade 7,17 3,91 2,76 5,13 4,5 4,1 4,57
D5Abordagem Afetiva 8 6,82 7,82 11,5 8,25 7 4,86
D6Desenvoltura Social 4,33 4,45 3,76 4,38 4,83 2,7 3
Fonte: elaboração do autor.
médias para todos os anos do ensino fundamental (6º ao 9º) foram próximas. Observando
D1Empatia, verifica-se que o segundo ano novamente apresentou maior média, enquanto que
o oitavo ano e terceiro ano apresentaram as menores médias. Analisando D2Autocontrole,
observa-se que novamente o segundo ano apresentou média bastante superior em relação aos
demais, seguido do primeiro ano. As menores médias podem ser observadas no sexto e sétimo
ano. Para D3Civilidade, verifica-se que o segundo ano apresentou maior valor em relação aos
demais, que apresentaram médias relativamente próximas, com menor valor para o terceiro
ano. Em relação à D4Assertividade, mais uma vez o maior valor foi apresentado pelo segundo
ano, seguido do primeiro ano e sétimo ano. O terceiro ano foi o que apresentou menor valor
médio. Quanto à D5Abordagem Afetiva, observam-se maiores médias no nono ano e também
no segundo ano, enquanto que o menor valor novamente foi observado no terceiro ano. Nota-
se que o oitavo ano e primeiro ano também apresentaram médias relativamente mais altas do
que os demais, sendo menores do que o nono e o segundo ano. Finalmente, analisando
D6Desenvoltura Social, é possível notar que o primeiro ano apresentou maior média,
enquanto que o terceiro manteve-se com a menor média.
Tabela 18 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de escolaridade.
Subescalas de 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 1º ano 2º ano 3º ano
Habilidades Sociais
DTotal 24,75 24,31 25,27 25,83 32,83 40,1 17
D1Empatia 5 3,54 2,27 4,83 4,67 6,9 2,17
D2Autocontrole 7,75 6,85 9,09 8,17 11,67 14,9 8
D3Civilidade 2 1,54 1,09 1,83 1,67 4,4 0,83
D4Assertividade 3,75 4,08 3,73 3 4,5 5,1 1,83
D5Abordagem Afetiva 4,75 5,69 6,09 7 6,17 6,8 3,17
D6Desenvoltura Social 3 4,08 4 2,83 6,5 4,7 1,67
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 19 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de adiantamento.
Subescalas de Habilidades Sociais Adiantado Não adiantado
FTotal 109,78 111,47
F1Empatia 32,67 33,67
F2Autocontrole 17,22 19,18
F3Civilidade 20,17 20,1
F4Assertividade 23,17 22,49
F5Abordagem Afetiva 14,28 13,98
F6Desenvoltura Social 15,39 14,82
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 20 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de adiantamento.
Subescalas de Habilidades Sociais Adiantado Não adiantado
FTotal 113,71 112,02
F1Empatia 35,57 33,4
F2Autocontrole 18,14 19,98
F3Civilidade 21,14 19,88
F4Assertividade 21,43 22,67
F5Abordagem Afetiva 15 14,9
F6Desenvoltura Social 15,86 14,21
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 21 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe de adiantamento.
Subescalas de Habilidades Sociais Adiantado Não adiantado
DTotal 109,78 109,67
D1Empatia 2,89 4,81
D2Autocontrole 10,22 11,06
D3Civilidade 1,39 2,04
D4Assertividade 4,28 4,17
D5Abordagem Afetiva 7,33 7,83
D6Desenvoltura Social 3,56 4,04
Fonte: elaboração do autor.
Com base nos dados apresentados na Tabela 22 observa-se que, com exceção de
DTotal e D6Desenvoltura Social, em todas as outras variáveis, os adolescentes adiantados
apresentaram médias inferiores em relação aos adolescentes não adiantados. Em alguns casos
como D2Autocontrole e D6Desenvoltura Social, as médias foram muito próximas.
Tabela 22 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe de adiantamento.
Subescalas de Habilidades Sociais Adiantado Não adiantado
A confirmação das diferenças obtidas por meio do MANOVA, não rejeitou a hipótese
de igualdade entre as médias dos grupos, indicando que as diferenças observadas não foram
estatisticamente significativas ao nível de 5%.
Tabela 23 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe econômica.
Subescalas de Habilidades Sociais A2 B1 B2 C
FTotal 127,5 112,68 110,88 107,5
F1Empatia 36,5 33 33,36 33,13
F2Autocontrole 25,5 19,63 19,12 16,79
F3Civilidade 21 19,84 20,32 19,75
F4Assertividade 24,5 22,42 22,72 22,58
F5Abordagem Afetiva 17,5 15,89 13 13,29
F6Desenvoltura Social 18,5 15,21 14,84 14,5
Fonte: elaboração do autor.
110
Nesta análise, a categoria “D” foi excluída por haver apenas uma observação.
Observando na Tabela 24 as médias de cada subescala de habilidades sociais para cada
classificação econômica, verifica-se que na subescala FTotal o valor da média cresce com a
classe econômica. Na F1Empatia, verifica-se que quanto maior a classe, maior a média. Já
para F2Autocontrole, as classes B1, B2 e C foram próximas e a classe A2 apresentou menor
média. Ao observar F3Civilidade, verifica-se que a classe A2 apresentou maior média. Com
relação à F4Assertividade, novamente A2 apresentou o maior valor, enquanto B1 apresentou
o menor valor. Para F5Abordagem Afetiva, o maior valor médio foi para a classe B1 seguido
de A2 e o menor para a classe C. Por fim, observando F6Desenvoltura Social, verifica-se que
todas as médias foram próximas.
Tabela 24 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe econômica.
Subescalas de Habilidades Sociais A2 B1 B2 C
FTotal 116,5 115,13 111 110,29
F1Empatia 36,5 34,31 33,18 33,5
F2Autocontrole 17,5 19,94 19,82 19,29
F3Civilidade 22 19,94 19,27 20,86
F4Assertividade 24 21,94 22,86 22,5
F5Abordagem Afetiva 16 16,94 14,68 12,93
F6Desenvoltura Social 15 15,5 14,14 14
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 25 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
classe econômica.
Subescalas de Habilidades Sociais A2 B1 B2 C
DTotal 127,5 109,65 109,52 107,5
D1Empatia 3,5 4,05 5 4,17
D2Autocontrole 7 9,7 11,2 11,71
D3Civilidade 2 1,85 1,72 2,21
D4Assertividade 7,5 3,85 4,96 3,54
D5Abordagem Afetiva 6 7,2 8,24 7,88
D6Desenvoltura Social 2 3,75 4 4,21
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 26 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada classe econômica.
Subescalas de Habilidades Sociais
A2 B1 B2 C D
DTotal 116,5 115,13 112,1 99,63 86
D1Empatia 2 4,94 4 3,13 8,5
D2Autocontrole 13,5 10,63 9,25 8,56 8,5
D3Civilidade 1,5 2,25 2,05 1,31 4,5
D4Assertividade 4,5 4,94 3,25 3,56 3
D5Abordagem Afetiva 6 5,25 6,75 4,63 10,5
D6Desenvoltura Social 5 3,63 3,55 4 9,5
Fonte: elaboração do autor.
As médias que indicam a relação entre o repertório de habilidades sociais dos dotados
e o grau de instrução do chefe de suas famílias podem ser observadas na Tabela 27.
Considerando que a classe “analfabeto/primário incompleto” apresentou apenas uma
observação, esta foi retirada. Observa-se que em todas as subescalas de frequência avaliadas,
a classe ginasial completo/colegial incompleto apresentou a maior média. Já os menores
valores estão concentrados na categoria primário completo/ginasial incompleto, excetuando a
subescala F3Civilidade. Nesta, o menor valor está para o superior completo. Vale destacar
que na FTotal a comparação entre primário completo/ginasial incompleto e ginasial
completo/colegial incompleto apresentou p-valor igual a 0,051, indicando que possivelmente
há diferença entre esses grupos.
113
Tabela 27 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
grau de instrução do chefe da família.
Subescalas de Primário Completo Ginasial Completo Colegial Completo Superior
Ginasial Incompleto Colegial Incompleto Superior Incompleto Completo
Habilidades Sociais
FTotal 97,2 117,55 112,61 108,27
F1Empatia 32 34,55 33,29 32,91
F2Autocontrole 14 20,09 19,42 18,09
F3Civilidade 19,2 21 20,68 18,91
F4Assertividade 21 23,09 22,68 22,77
F5Abordagem Afetiva 11 16,18 14,42 13,32
F6Desenvoltura Social 12,4 15,73 14,77 15,55
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 28 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada grau de instrução do chefe da família.
Subescalas de Primário Completo Ginasial Completo Colegial Completo Superior
Ginasial Incompleto Colegial Incompleto Superior Incompleto Completo
Habilidades Sociais
FTotal 115,8 112 111,61 111,33
F1Empatia 33,6 33,55 33,22 34,13
F2Autocontrole 24,2 20,55 18,26 19,53
F3Civilidade 21,6 19,55 20,3 19,2
F4Assertividade 21,6 21,91 23,61 21,2
F5Abordagem Afetiva 14,8 14,91 14,78 15,67
F6Desenvoltura Social 12,2 14,55 14,52 14,8
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 29 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados para cada
grau de instrução do chefe da família.
Subescalas de Primário Completo Ginasial Completo Colegial Completo Superior
Ginasial Incompleto Colegial Incompleto Superior Incompleto Completo
Habilidades Sociais
DTotal 97,2 108 112,61 109
D1Empatia 4,8 5,23 3,45 5,29
D2Autocontrole 15,4 10,85 9,32 11,9
D3Civilidade 2,6 3,08 1,42 1,86
D4Assertividade 3,2 4 4,1 4,86
D5Abordagem Afetiva 10,4 6,69 6,9 8,95
D6Desenvoltura Social 6 3,85 3,42 4,1
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 30 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação para cada grau de instrução do chefe da família.
Subescalas de Primário Completo Ginasial Completo Colegial Completo Superior
Ginasial Incompleto Colegial Incompleto Superior Incompleto Completo
Habilidades Sociais
DTotal 106,5 102,54 109,39 113,93
D1Empatia 4,17 3,38 4,65 3,86
D2Autocontrole 5,67 8,85 10,78 9,93
D3Civilidade 1,67 2,08 2,09 1,79
D4Assertividade 2,67 4,15 3,43 4,79
D5Abordagem Afetiva 7,33 4,08 6,52 5,64
D6Desenvoltura Social 4,67 4,54 3,61 3,71
Fonte: elaboração do autor.
houve uma desproporção grande entre os que responderam “sim” e os que responderam
“não”, não foi possível realizar testes para comparar os grupos.
Com relação à FTotal, observa-se que a resposta “não” apresentou a maior média, com
um valor de 120,50, enquanto a resposta “sim” obteve uma média de 110,58. Observando
F1Empatia, notam-se médias bastante próximas entre as respostas, com uma diferença de
apenas 0,39. Analisando F2Autocontrole, verifica-se que a resposta “sim” obteve menor
média, com valor de 18,54. Para F3Civilidade, as médias entre as respostas foram próximas,
com maior valor para a resposta “não” e menor para a resposta “sim”. Com relação à
F4Assertividade, nota-se que a resposta “não” obteve maior média, com valor de 24. Quanto à
F5Abordagem Afetiva, observa-se que a diferença entre a média das duas respostas foi
grande, com valor de 4,04. O que obteve a maior média foi a resposta “não”. Por fim,
analisando F6Desenvoltura Social, verifica-se que a maior média foi da resposta “não” com
um valor 16,00, e para a resposta “sim” uma média de 14,88.
A Tabela 33 apresenta as médias e o desvio-padrão de frequência de cada subescala de
habilidades sociais de adolescentes dotados sobre as razões que os levam a gostar/ não gostar
do ambiente onde participam (no caso, o CEDET), quando não estão na escola (Q13).
118
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Média
Média
Média
Média
Média
Média
FTotal 97 15,90 116,57 6,75 110,64 14,44 113,57 14,32 120,50 6,36 102,33 26,10
F1Empatia 29,25 5,85 35,14 2,54 33,18 4,26 35,29 3,45 33 4,24 32 7,94
F2Autocontrole 17,75 4,27 18,43 7,39 18,61 5,05 19,86 5,24 22 1,41 13,67 9,24
F3Civilidade 17,50 4,04 21,57 2,64 20,16 2,78 19,29 3,45 21 1,41 18,67 3,21
F4Assertividade 18,75 5,68 25 2,94 22,11 3,24 24,43 3,10 24 1,41 25,33 0,58
F5Abordagem Afetiva 12,25 1,50 15,43 3,87 14,16 5,37 12,86 4,34 18 1,41 12 7,21
F6Desenvoltura Social 12,50 1,29 15,29 2,14 15 2,85 16 1,73 16 1,41 13 4,36
Fonte: elaboração do autor.
Observando FTotal, verifica-se que a categoria “Não Gosta” obteve a maior média,
seguida de “Atividade Prazerosa”, enquanto “Acolhida” obteve a menor média. Para
F1Empatia, notam-se médias entre 29,25 e 35,29; a maior foi “Conceito” e a menor,
“Acolhida”. Analisando F2Autocontrole, observa-se que “Não Gosta” obteve maior média e
“Interação”, a menor média. As demais razões obtiveram valores intermediários. Para
F3Civilidade, nota-se que as médias entre as respostas foram próximas, com maior valor para
“Atividade Prazerosa” e menor para “Acolhida”. Quanto à F4Assertividade, “Acolhida”
apresentou menor média, enquanto as demais foram próximas, sendo “Interação” a razão que
obteve a maior média (25,33). Observando F5Abordagem Afetiva, verifica-se que “Não
Gosta” obteve a maior média (18), enquanto “Interação” obteve a menor média (12). Por fim,
para F6Desenvoltura Social, as médias entre as respostas foram próximas, sendo o “Conceito”
e “Não Gosta” as maiores médias, ambas com o mesmo valor (16), enquanto “Acolhida” e
“Interação” apresentaram as menores médias, com valores iguais a 12,50 e 13,
respectivamente.
A fim de confirmar as diferenças observadas, foi realizada uma Análise de Variância
Multivariada (MANOVA) considerando as sete variáveis. Rejeitou-se a hipótese de igualdade
entre as preferências, por constatar um nível de 5% de significância apenas em um dos testes
estatísticos. Embora o teste tenha indicado diferenças, pelos testes de comparações múltiplas
realizados, não foram observadas diferenças significativas.
Na Tabela 34, apresentam-se as médias de frequência de cada subescala de habilidades
sociais de adolescentes dotados sobre o tempo de participação no ambiente do CEDET (Q14).
119
Tabela 34 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados quanto ao
tempo de participação no ambiente do CEDET.
Subescalas de Menos
Habilidades Sociais de 1 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos
ano
FTotal 114 121 107,17 110,70 106,63 107,54 112,77
F1Empatia 32 36 32,25 32,90 32 34 33,85
F2Autocontrole 21 23,88 17,25 18,10 17,50 16,69 18,85
F3Civilidade 19,75 20,88 21,67 19,30 20,25 18,69 20,23
F4Assertividade 21,75 23 22 23 22 22,92 23
F5Abordagem Afetiva 16,25 15,63 11,50 15,20 12,38 13,54 15,31
F6Desenvoltura Social 16,25 15,63 13,83 15,60 14,38 14,62 14,92
Fonte: elaboração do autor.
Para FTotal, observa-se que as médias variam entre 106,63 e 121, sendo que 1 ano foi
o que apresentou a maior média, e 4 anos a menor. Analisando F1Empatia, notam-se médias
próximas, com destaque para os que participam há 1 ano, sendo a menor média para menos de
1 ano. Com relação à F2Autocontrole, verifica-se que 1 ano obteve maior média, e 5 anos
menor média. Menos de 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos e 6 anos obtiveram valores
intermediários. Para F3Civilidade, pode-se constatar que as médias entre as respostas foram
próximas, com maior valor para 2 anos e menor para 5 anos, sendo que a diferença entre elas
foi pequena. Quanto à F4Assertividade, nota-se que as médias entre as respostas foram
bastante próximas, sendo que 1 ano, 3 anos e 6 anos obtiveram maiores médias, todas com o
valor 23, e, em seguida, 5 anos, com 22,92. Analisando F5Abordagem Afetiva, observa-se
que menos de 1 ano obteve a maior média, com valor igual a 16,2, enquanto 2 anos obteve a
menor média, com o valor 11,50. Finalmente, na F6Desenvoltura Social, a maior média foi
para menos de 1 ano, seguida de 1 ano e 3 anos; 2 anos obteve a menor média.
A fim de confirmar as diferenças observadas, foi utilizada a MANOVA, considerando
as sete variáveis em questão. Com base nos dados obtidos, rejeitou-se a hipótese de igualdade
entre as médias para cada tempo no qual os adolescentes dotados relataram participar do
ambiente. Por haver um nível de 5% de significância em apenas um dos quatro testes
estatísticos, foi necessário avaliar os testes de comparações múltiplas para cada uma das
variáveis, a fim de verificar a existência de diferença significativa. Observando os testes, não
foram notadas diferenças significativas ao nível de 5%, uma vez que nenhum p-valor foi
menor que 0,05.
A Tabela 35 mostra a média de frequência de cada subescala de habilidades sociais de
adolescentes dotados sobre quantas vezes por semana frequentam o ambiente do CEDET
(Q15). Considerando que apenas um indivíduo afirmou frequentar o local todos os dias, a fim
de poder comparar as médias, esse indivíduo foi retirado da análise.
120
Tabela 35 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados em relação
ao número de vezes em que os indivíduos participam do CEDET por semana.
Subescalas de 1 vez/ 2 vezes/ 3 vezes/
Habilidades Sociais semana semana semana
FTotal 111,66 111,43 107,86
F1Empatia 34,21 32,97 32,71
F2Autocontrole 18,10 19,40 18,29
F3Civilidade 20,28 20,23 18,57
F4Assertividade 22,07 23,43 22,14
F5Abordagem Afetiva 14,45 13,77 14,14
F6Desenvoltura Social 15,38 14,53 15,14
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 36 – Médias e desvio-padrão de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação para o ambiente que frequentam quando não estão na escola.
Atividades
Subescalas de
Habilidades Sociais Remuneradas C/ Família Educacionais Religiosas De lazer
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
FTotal 115,67 4,51 110,17 10,21 115,60 18,96 110 6,48 108,42 14,90
F1Empatia 36 2,65 35,17 2,56 34,90 3,82 34,25 1,71 31,11 4,63
F2Autocontrole 18,67 4,62 17,83 7,33 21,15 5,50 17,25 4,27 19,89 6,10
F3Civilidade 21 2,65 19,50 2,88 19,75 4,72 20,75 2,06 19,95 2,76
F4Assertividade 20,67 3,51 22 4,43 22,80 4,02 21,50 2,08 22,63 3,86
F5Abordagem Afetiva 17,67 0,58 13,33 2,94 15,70 3,71 15,50 2,08 13,53 4,95
F6Desenvoltura Social 15 4,36 15,67 4,46 14,70 4,39 14,25 2,87 13,58 3,15
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 37 – Médias e desvio-padrão de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação quanto a gostar (sim) do ambiente que frequentam quando não estão na escola.
SIM (N = 100%)
Subescalas de Habilidades Sociais Média Desvio-
Padrão
FTotal 111,92 15,40
F1Empatia 33,56 4,21
F2Autocontrole 19,87 5,77
F3Civilidade 19,94 3,53
F4Assertividade 22,42 3,78
F5Abordagem Afetiva 14,73 4,07
F6Desenvoltura Social 14,38 3,79
Fonte: elaboração do autor.
Como nesse caso houve apenas indivíduos que responderam gostar do lugar, não foi
possível comparar com os demais ambientes.
A Tabela 38 apresenta as médias e desvio-padrão de frequência de cada subescala de
habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de dotação sobre as razões que os levam
a gostar/não gostar do ambiente onde frequentam quando não estão na escola (Q13).
Tabela 38 – Médias e desvio-padrão de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação quanto às razões de gostar/não gostar do ambiente que frequentam quando não estão na
escola.
Acolhida Atividade Benefício Conceito Interação
Subescalas de prazerosa
Habilidades Sociais
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Média
Média
Média
Média
Média
FTotal 110 13,13 116,29 10,19 111,61 18,32 115,89 15,84 108 14,65
F1Empatia 33 4,36 34 4,40 33,17 4,93 34,78 3,60 33,23 3,83
F2Autocontrole 17 7,65 22,57 2,94 20,94 5,09 20,67 6,61 17,46 5,98
F3Civilidade 20 2,92 20,86 2,12 19,33 4,74 20,78 3,27 19,69 2,72
F4Assertividade 21,20 2,28 22 3,70 22,11 4,50 23,89 2,67 22,54 4,03
F5Abordagem Afetiva 16,80 1,92 14,57 3,99 14,72 2,52 15,33 4,12 13,62 6,13
F6Desenvoltura Social 15,60 1,52 15,43 2,51 14,22 4,70 13,89 2,80 13,92 4,35
Fonte: elaboração do autor.
Observando FTotal, tem-se que a “atividade prazerosa” obteve a maior média, seguido
de “conceito”, enquanto “oportunidade de interação” obteve menor média. Para F1Empatia,
123
notam-se médias bem próximas com maior valor para “conceito” (34,78) e menor valor para
“acolhida” (33,00). Analisando F2Autocontrole, observa-se que “atividade prazerosa” obteve
maior média, enquanto “acolhida e oportunidade de interação apresentaram as menores.
“Benefício” e “Conceito” obtiveram valores intermediários. Para F3Civilidade, pode-se
observar médias próximas, com maior valor para “atividade prazerosa” e menor para
“benefício”, sendo a diferença entre estas, de apenas 1,53. Quanto à F4Assertividade, nota-se
que as médias entre as respostas foram próximas, “conceito” obteve maior média (23,89) e
“acolhida” a menor média (21,20). Observando F5Abordagem Afetiva, verifica-se que
“acolhida” obteve uma média maior (16,80), enquanto a “oportunidade de interação” obteve
menor média (13,62). Por fim, para F6Desenvoltura Social, verifica-se que “acolhida” obteve
maior média e “conceito” a menor, sendo bem próxima de “oportunidade de interação”.
“Atividade prazerosa” e “benefício” apresentaram valores intermediários.
Para confirmar as diferenças observadas entre as médias, foi utilizada a MANOVA,
considerando as 7 variáveis em questão. Pelos dados obtidos, não se rejeitou a hipótese de
igualdade entre os grupos segundo as variáveis analisadas, devido ao fato de que nenhum p-
valor foi menor que 0,05.
Na Tabela 39, apresentam-se as médias de frequência de cada subescala de habilidades
sociais de adolescentes sem indicadores de dotação sobre o tempo de frequencia nos
ambientes quando não estão na escola (Q14). Considerando que apenas um participante
respondeu frequentar olocal há 5 anos, foi necessário retirá-lo da análise, a fim de comparar as
médias.
Tabela 39 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação quanto ao tempo de participação nos ambientes quando não estão na escola.
Subescalas de Menos
Habilidades Sociais de 1 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 6 anos
ano
FTotal 107,35 122,78 108 128 97,50 110,83
F1Empatia 32,45 36 31 35,50 30,50 34,42
F2Autocontrole 19,80 22,44 16 27,50 14 18,42
F3Civilidade 18,80 21,78 19,67 22 18 20,50
F4Assertividade 21,95 22,22 21,67 23 24,50 22,42
F5Abordagem Afetiva 13,75 18,67 15 17 7,50 13,75
F6Desenvoltura Social 12,75 16 17,33 18 15,50 14,50
Fonte: elaboração do autor.
Para FTotal, observa-se que as médias variam entre 97,50 e 128,00, com maior média
para 3 anos. Analisando F1Empatia, nota-se que a maior média foi para 1 ano e a menor
média para 4 anos. Com relação à F2Autocontrole, observa-se que 3 anos apresentou maior
124
média e 4 anos, a menor. Menos de 1 ano, 1 ano, 2 anos e 6 anos obtiveram valores
intermediários. Para F3Civilidade, pode-se observar que 3 anos obteve maior média (22,0) e 4
anos obteve menor média (18,00). Quanto à F4Assertividade, verifica-se que as médias foram
próximas, sendo a maior média para 4 anos e a menor para os indivíduos que frequentam há 2
anos, com o valor 21,67. Observando F5Abordagem Afetiva, verifica-se que as médias
variam entre 7,50 e 18,67, sendo a maior média para 1 ano e a menor para 4 anos. Por fim, na
F6Desenvoltura Social a maior média foi para 3 anos com o valor 18 e a menor média foi para
menos de 1 ano com o valor 12,75. O restante obteve valores intermediários.
Para confirmar as diferenças observadas, foi realizada a Análise de Variância
Multivariada (MANOVA) nas sete variáveis referentes à frequência. Considerando um nível
de 5% de significância, rejeitou-se a hipótese de igualdade entre as médias, segundo as
variáveis estudadas. Dessa forma, fez-se necessária nova avaliação a fim de identificar em
qual/quais variáveis a diferença foi significativa. Devido o p-valor do teste de comparação ter
sido menor que 0,05, pode-se dizer que a diferença entre o tempo de participação nos
ambientes se deu em F5Abordagem Afetiva para menos de 1 ano e 1 ano.
A Tabela 40 mostra a média de frequência de cada subescala de habilidades sociais de
adolescentes sem indicadores de dotação sobre quantas vezes por semana participam destes
ambientes (Q15). Considerando que apenas um indivíduo afirmou participar do local todos os
dias, o mesmo foi retirado da análise a fim de comparar as médias obtidas.
Tabela 40 – Médias de frequência de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação em relação ao número de vezes que os indivíduos participam nos ambientes por semana.
Subescalas de 1 vez/ 2 vezes/ 3 vezes/ Todos os
Habilidades Sociais semana semana semana dias
FTotal 105,86 111,50 114,27 113,42
F1Empatia 31,86 33,38 34,27 34,25
F2Autocontrole 21,29 20,19 19,53 19,50
F3Civilidade 18,43 19,56 20,67 20,58
F4Assertividade 21,29 21,88 22,07 23,42
F5Abordagem Afetiva 13,14 15,44 15,33 14
F6Desenvoltura Social 11,43 14,25 15,53 15,08
Fonte: elaboração do autor.
Observando FTotal, nota-se que “três vezes por semana” obteve a maior média,
seguido de “todos os dias” e “duas vezes por semana”. A menor média foi obtida por “uma
vez por semana”. Analisando F1Empatia, verificam-se médias entre 31,86 e 34,27, sendo as
maiores para “três vezes por semana” e “todos os dias”, e a menor para “uma vez por
semana”. Para F2Autocontrole, observa-se médias bem próximas. sendo “Uma” e “duas vezes
125
por semana” apresentaram as maiores médias e “três vezes por semana” e “todos os dias”
apresentaram as menores. Em relação à F3Civilidade, pode-se observar que as médias entre as
respostas foram próximas, com maiores valores para “três vezes por semana” e “todos os
dias”, e menores para “uma vez por semana” e “duas vezes por semana”. Quanto à
F4Assertividade, notam-se médias próximas, sendo a maior média 23,42 para “todos os dias”
e menor média (21,29) “uma vez por semana”. Observando F5Abordagem Afetiva, verifica-
se que as médias foram próximas, com maior média para “duas vezes por semana”, seguida
de “três vezes por semana” e menor média para “uma vez por semana”. Finalmente, para
F6Desenvoltura Social, “uma vez por semana” obteve a menor média, com o valor 11,43 e
“três vezes por semana” obteve maior média, com o valor 15,53.Testes de Kruskal-Wallis
foram realizados para comparar as médias observadas em cada uma das variáveis. A partir dos
dados, foi possível notar que as diferenças não foram significativas ao nível de 5% de
significância.
Com relação à DTotal, observa-se que a resposta “não” apresentou menor média com
um valor de 17,00, enquanto que a resposta “sim” obteve uma média 31,22. Ao verificar
D1Empatia, notam-se médias próximas entre as respostas, sendo que a resposta “sim” obteve
maior média (4,38). Analisando D2Autocontrole, observa-se uma média muito maior para a
resposta “sim” em relação à resposta “não”, sendo os valores respectivamente, 10,87 e 8,00.
Para D3Civilidade, verifica-se que as médias entre as respostas foram próximas, com maior
valor para a resposta “sim” (1,90). Em relação à D4Assertividade, nota-se que a resposta
“sim” obteve maior média com o valor 4,25. Quanto à D5Abordagem Afetiva, verifica-se que
a resposta “sim” apresenta média maior (7,85) em relação à média da resposta “não” (2,00).
Finalmente, analisando D6Desenvoltura Social, constata-se que a resposta “sim” obteve a
maior média 3,99, e a resposta “não”, obteve média inferior a esta, 2,00.
Como nesse caso foi observada uma desproporção grande entre os que responderam
“sim” e os que responderam “não”, ficou inviável a realização de testes para comparar os
grupos.
A Tabela 43 apresenta as médias e desvio-padrão de dificuldade de cada subescala de
habilidades sociais de adolescentes dotados sobre as razões que os levam a gostar/ não gostar
do ambiente onde frequentam (no caso, o CEDET), quando não estão na escola (Q13).
127
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Média
Média
Média
Média
Média
Média
DTotal 31,25 10,50 21,29 7,25 32,30 14,18 32,38 11,38 17 1,41 40 21
D1Empatia 5,75 4,65 2,29 2,36 4,59 3,66 3,88 4,26 3,50 0,71 5,33 5,86
D2Autocontrole 7,75 3,59 7,57 4,93 11,59 5,59 9,63 3,85 8 1,41 17,67 8,14
D3Civilidade 1 0,82 1,29 1,11 1,93 1,91 3,38 3,16 1 0 1,33 0,58
D4Assertividade 5,50 4,12 2,29 2,14 4,52 3,75 4,25 2,96 1 1,41 3 1
D5Abordagem Afetiva 7,25 1,71 6,14 2,27 7,93 4,83 8,88 2,17 2 0 9,67 5,69
D6Desenvoltura Social 6,25 1,71 3,43 1,13 3,84 2,71 4 1,41 2 1,41 5,33 3,51
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 44 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados quanto ao
tempo de participação no ambiente do CEDET.
Subescalas de Menos
Habilidades Sociais de 1 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos
ano
DTotal 24 19,25 44,17 32,30 29,63 29,08 28,57
D1Empatia 5 1,63 7,50 5,60 3,13 2,77 4,14
D2Autocontrole 6,50 5,75 14 11,40 11,13 10,46 11,71
D3Civilidade 1,50 1,13 1,92 2,70 0,88 1,85 2,21
D4Assertividade 3,50 2,25 6,92 3,70 4,13 3,85 3,50
D5Abordagem Afetiva 5,50 6 12 7,50 7,75 8 5,50
D6Desenvoltura Social 3,50 3,25 6,25 3,20 3,75 3,92 3,07
Fonte: elaboração do autor.
Para DTotal, observa-se que as médias variam entre 19,25 e 44,17, sendo que 2 anos
foi o que apresentou a maior média. Analisando D1Empatia, nota-se que a maior média foi
novamente para 2 anos, seguida de 3 anos, enquanto que a menor média foi para 1 ano. Com
relação à D2Autocontrole, observa-se que 2 anos obteve maior média e 1 ano e menos de 1
ano, as menores médias. Nota-se que 3 anos, 4 anos, 5 anos e 6 anos, obtiveram valores
intermediários. Para D3Civilidade, pode-se observar que as médias entre as respostas foram
próximas, com maior valor para 3 anos e menor para 4 anos, sendo que a diferença entre elas
foi de apenas 1,82. Quanto à D4Assertividade, verifica-se que 2 anos apresentou maior média
com o valor 6,92. As outras médias foram próximas, sendo que a menor foi para 1 ano com o
valor 2,25. Observando D5Abordagem Afetiva, nota-se que as médias variam entre 5,50 e
12,00, com destaque para 2 anos que apresentou média bem superior aos demais. Por fim,
para D6Desenvoltura Social, constata-se que a maior média foi novamente para 2 anos com o
valor 6,25. As demais médias foram próximas, sendo que a menor delas foi para 6 anos com o
valor 3,07.
Para confirmar as diferenças entre as médias, foi realizada a MANOVA. Pelos dados
obtidos, observou-se diferença significativa em todas as estatísticas testes, tornando-se
necessário avaliar a partir dos testes de comparações múltiplas. Estes, apontaram diferenças
estatisticamente significativas ao nível de 5% de significância entre: (a) DTotal 1 ano e 2
anos, 5 anos e 2 anos e 6 anos e 2 anos; (b) D1Empatia 1 ano e 2 anos e 5 anos e 2 anos;
D2Autocontrole 1 ano e 2 anos; D4Assertividade 1 ano e 2 anos e 6 anos e 2 anos;
D5Abordagem Afetiva 1 ano e 2 anos e 6 anos e 2 anos; D6Desenvoltura Social 1 ano e 2
anos, 3 anos e 2 anos e 6 anos e 2 anos.
A Tabela 45 mostra as médias de dificuldades de cada subescala de habilidades sociais
de adolescentes dotados quanto ao número de vezes por semana que frequentam o CEDET
129
(Q15). Considerando que apenas um indivíduo afirmou participar do local todos os dias, a fim
de poder comparar as médias, este indivíduo foi retirado da análise.
Tabela 45 – Médias de dificuldades de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes dotados em relação
ao número de vezes por semana em que os indivíduos participam no CEDET.
Subescalas de 1 vez/ 2 vezes/ 3 vezes/
Habilidades Sociais semana semana semana
DTotal 33,36 29,53 28
D1Empatia 4,25 4,47 4,86
D2Autocontrole 12,43 9,53 10,86
D3Civilidade 1,75 2,06 1,43
D4Assertividade 5,25 3,50 3,14
D5Abordagem Afetiva 8,11 8 5
D6Desenvoltura Social 3,86 3,94 4,14
Fonte: elaboração do autor.
Observando DTotal, nota-se que “uma vez por semana” apresentou a maior média,
seguido de “duas vezes por semana” e “três vezes por semana”. Analisando D1Empatia, nota-
se que as médias mostram-se parecidas, sendo a maior delas 4,86 para “três vezes por
semana”. Para D2Autocontrole, observa-se que “uma vez por semana” apresentou maior
média com valor igual a 12,43 e duas vezes por semana a menor, com valor igual a 9,53. Em
relação à D3Civilidade, pode-se observar que as médias entre as respostas foram próximas,
com maior valor para “duas vezes por semana” e menor para “três vezes por semana”, que
obteve média igual a 1,43. Quanto à D4Assertividade, verifica-se que a maior média foi de
5,25 para “uma vez por semana” e a menor média foi de 3,14 para “três vezes por semana”.
Observando D5Abordagem Afetiva, nota-se que “uma” e “duas vezes por semana”
apresentaram as maiores médias, enquanto que “três vezes por semana” obteve menor média,
com o valor 5. Finalmente, para D6Desenvoltura Social, observa-se que as médias foram
próximas, sendo que “três vezes por semana” obteve maior média com o valor 4,14.
Para confirmação das diferenças estatisticamente significantes, devido a violações da
MANOVA, testes Kruskal-Wallis foram realizados para cada variável em questão. Levando
em conta um nível de 5% de significância, foi constatada diferença apenas em
D2Autocontrole. Neste caso, foram realizados os testes Mann-Whitney entre os grupos para
verificar as diferenças. Os resultados indicaram que “duas vezes por semana” e “três vezes
por semana” foram iguais entre si e se diferiram de “uma vez por semana”.
130
Tabela 46 – Médias e desvio-padrão de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação para o ambiente que participam quando não estão na escola.
Atividades
Subescalas de
Habilidades Sociais Remuneradas C/ Família Educacionais Religiosa De lazer
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
DTotal 22 17,09 28,83 10,72 29,35 18,53 25,75 9,81 33 24,17
D1Empatia 2,33 2,52 3 2,28 4,80 5,95 2,50 1 7,47 7,34
D2Autocontrole 8,67 7,37 11 8 9,35 5,84 11,25 4,92 8,63 6,63
D3Civilidade 1,33 0,58 2,33 2,34 2,15 2,94 1,50 0,58 3,89 5,37
D4Assertividade 3,67 4,73 4 3,03 4,60 3,82 3,75 2,22 4,47 4,55
D5Abordagem Afetiva 3,67 3,51 6,67 2,50 6,55 3,65 3,75 1,71 6,37 5,01
D6Desenvoltura Social 4 4 3 2,83 3,50 2,59 4,25 3,86 5,16 3,15
Fonte: elaboração do autor.
Observando DTotal, tem-se que “atividades de lazer” obtiveram maior média, seguido
de “atividades educacionais”, enquanto “atividades remuneradas” apresentaram menor média.
Para D1Empatia, notam-se médias entre 2,33 e 7,47, sendo que a maior média foi para
“atividades de lazer” e a menor para “atividades remuneradas”. Analisando D2Autocontrole,
observa-se que as médias foram próximas, sendo que “atividades religiosas” apresentaram
maior média, 11,25. “Atividades de lazer” e “atividades remuneradas” obtiveram as menores
médias, com valores respectivamente iguais: 8,63 e 8,67. Para D3Civilidade, pode-se observar
que as médias entre as respostas foram próximas, com maior valor para “atividades de lazer”
(3,89), e menor valor para “atividades religiosas” (1,50), sendo a diferença entre elas de
apenas 2,39. Quanto à D4Assertividade, nota-se que as médias entre as respostas foram
próximas, sendo “tividades educacionais” obtiveram maior média, com o valor 4,60 e
“atividades remuneradas” apresentaram menor média, com o valor 3,67. Observando
D5Abordagem Afetiva, verificou-se que “atividades com a família”, “atividades educacionais
e “atividades de lazer” apresentaram as maiores médias, enquanto que “atividades religiosas”
e atividades remuneradas” apresentaram as menores médias. Por fim, para D6Desenvoltura
Social, observou-se que as médias entre as respostas foram próximas, destacando-se
“atividades de lazer” por apresentarem maior média (5,16). “Atividades com a família” e
131
Tabela 47 – Médias e desvio-padrão de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação quanto a gostar (sim) do ambiente que participam quando não estão na escola.
SIM (N = 100%)
Subescalas de Habilidades Sociais Média Desvio-
Padrão
DTotal 29,92 19,27
D1Empatia 5,25 6,05
D2Autocontrole 9,38 6,23
D3Civilidade 2,71 3,86
D4Assertividade 4,37 3,86
D5Abordagem Afetiva 6,12 4
D6Desenvoltura Social 4,13 3
Fonte: elaboração do autor.
Como nesse caso houve apenas indivíduos que responderam gostar do lugar, não foi
possível comparar com os demais ambientes.
A Tabela 48 apresenta as médias e desvio-padrão de dificuldade de cada subescala de
habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de dotação sobre as razões que os levam
a gostar do ambiente onde frequentam quando não estão na escola (Q13).
132
Tabela 48 – Médias e desvio-padrão de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem
indicadores de dotação quanto às razões de gostar do ambiente que participam quando não estão na escola.
Acolhida Atividade Benefício Conceito Interação
Subescalas de prazerosa
Habilidades Sociais
Desvio -
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Desvio-
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Padrão
Média
Média
Média
Média
Média
DTotal 35 20,45 26,86 24,96 26,17 19,83 28,11 15,43 36,08 18,19
D1Empatia 5,40 4,72 6,43 9,52 5 6,92 3,89 2,89 5,85 5,19
D2Autocontrole 12,20 6,53 6 4,40 7,44 5,12 9,22 7,14 12,92 6,40
D3Civilidade 2,40 2,07 3,86 6,39 1,94 3,15 1,78 1,30 3,92 4,72
D4Assertividade 6,20 4,76 5 5,16 4,17 4,38 3,33 2,06 4,31 3,15
D5Abordagem Afetiva 6,80 3,11 4,14 3,98 5,78 3,49 7 4,06 6,77 5
D6Desenvoltura Social 3,80 2,05 4 2,89 3,67 3,20 4,67 2,83 4,62 3,45
Fonte: elaboração do autor.
respondeu frequentar o local há 5 anos, este foi retirado da análise a fim de comparar as
médias.
Tabela 49 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação quanto ao tempo de participação nos ambientes quando não estão na escola.
Subescalas de Menos
Habilidades Sociais de 1 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 6 anos
ano
DTotal 30,45 21,67 42,33 20,50 49,50 33,42
D1Empatia 6,15 3,11 8 0,50 11 5,33
D2Autocontrole 8,40 8,11 14 5,50 11 11,83
D3Civilidade 2,70 1,56 2,67 0,50 9 3,42
D4Assertividade 4,25 3,11 8 4,50 5 5,33
D5Abordagem Afetiva 6,70 3,78 8 8 13 5,33
D6Desenvoltura Social 4,60 3,11 4 2 5 4,42
Fonte: elaboração do autor.
Tabela 50 – Médias de dificuldade de cada subescala de habilidades sociais de adolescentes sem indicadores de
dotação em relação ao número de vezes em que os indivíduos participam dos ambientes por semana.
Subescalas de 1 vez/ 2 vezes/ 3 vezes/ Todos os
Habilidades Sociais semana semana semana dias
DTotal 33,57 26,25 29,20 34,08
D1Empatia 6 4,81 4,40 6,58
D2Autocontrole 8,43 7,81 9,87 11,42
D3Civilidade 3,14 1,75 2,80 3,67
D4Assertividade 4,71 4,69 4,07 4,75
D5Abordagem Afetiva 7,71 5,31 5,93 6
D6Desenvoltura Social 5,86 3,69 4 4
Fonte: elaboração do autor.
Observando DTotal, verifica-se que “todos os dias” obteve a maior média, seguido de
“uma vez por semana”. “Duas vezes por semana” obteve a menor média. Analisando
D1Empatia, nota-se que a maior média foi para “todos os dias” com valor 6,58 e a menor foi
para “três vezes por semana” com valor 4,40. Para D2Autocontrole, observa-se que “todos os
dias” apresentou a maior média, com valor igual a 11,42, e “duas vezes por semana” a menor
média, com valor igual a 7,81. “Uma vez por semana” e “três vezes por semana” obtiveram
valores intermediários. Em relação à D3Civilidade, nota-se que as médias entre as respostas
foram próximas, com maior valor para “todos os dias” e menor valor para “duas vezes por
semana”. Quanto à D4Assertividade, verifica-se que os valores para as médias foram bastante
próximos entre as classes observadas, sendo o menor para “três vezes por semana” e o maior
para “todos os dias”. Observando D5Abordagem Afetiva, verifica-se que “uma vez por
semana” apresentou maior média, enquanto “duas vezes por semana” obteve menor média.
Por fim, observa-se que na D6Desenvoltura Social, “uma vez por semana” obteve maior
média e “duas vezes por semana”, a menor média.
A fim de confirmar as diferenças observadas, devido a violações das condições de
aplicação da MANOVA, foram realizados os testes Kruskal-Wallis para cada uma das
variáveis em questão. Pelos dados obtidos, não se rejeitou a hipótese de igualdade entre os
grupos para cada uma das variáveis, uma vez que nenhum p-valor foi menor que 0,05.
Uma síntese da comparação entre as frequências e dificuldades dos repertórios de
habilidades sociais de adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação em
relação às variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, adiantamento, classe
econômica e grau de instrução do responsável financeiro pela família) e participação em
outros ambientes, pode ser obtida na Tabela 51. Para representar igualdade entre os
repertórios de habilidades sociais utilizou-se I, e para representar diferença entre os
repertórios de habilidades sociais utilizou-se D.
135
Tabela 51 – Comparação entre as frequências e dificuldades dos repertórios de habilidades sociais de adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação em
relação às variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, adiantamento, classe econômica e grau de instrução do responsável financeiro pela família) e participação
em outros ambientes, onde I corresponde à Igualdade e D corresponde à Diferença.
Participação em outros Ambientes
Sexo Idade Escolari- Adianta- Classe Instrução Q11 Q12 Q13 Q14 Q15
dade mento econômi- dorespon Lugar Gostar/ Por que Tempo de Dias por
Subescalas de ca sável onde não gostar gostar participaç semana
Habilidades Sociais participa ão
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotação
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Dotados
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
FTotal I I I I D I I I I I I I I I I I I I I I I I
F1Empatia I I I I D I I I I I I I I D I I I I I I I I
F2Autocontrole I D I I D I I I I I I I I I I I I I I I I I
F3Civilidade I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
F4Assertividade I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
F5Abordagem Afetiva I I I I D D I I I I I I I I I I I I I D I I
F6Desenvoltura Social I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
DTotal I I I I I I I I I I I I I I I I I I D I I I
D1Empatia I I I I I I D I I I I I I I I I I I D I I I
D2Autocontrole I I I I I I I I I I I I I I I I I I D I D I
D3Civilidade I I I I I D I I I I I I I I I I I I I I I I
D4Assertividade I I I I I I I I I I I I I I I I I I D I I I
D5Abordagem Afetiva I I I I I I I I I I I I I I I I I I D I I I
D6Desenvoltura Social I I I I I I I I I I I I I I I I I I D I I I
Fonte: elaboração do autor.
139
Tabela 52 – Relação entre as frequências e as dificuldades dos repertórios de habilidades sociais de adolescentes dotados (identificados com seta azul) e adolescentes sem
indicadores de dotação (identificados com seta vermelha) às variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, adiantamento, classe econômica e grau de instrução do
responsável financeiro pela família) e participação em outros ambientes, sendo R igual a Relação.
VARIÁVEIS VARIÁVEIS
Participação em outros ambientes
Subescalas de Q11 Q12 Q13 Q14 Q15
Habilidades Sociais Sexo Idade Escolari- Adianta- Classe Instrução Lugar Gostar/ Por que Tempo de Dias por
dade mento econômica do onde não gostar gostar participaç semana
responsáv participa ão
el
Dotação
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
Dotado
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
dotação
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
Sem
FTotal
R
F1Empatia
F2Autocontrole
F3Civilidade
R
F4Assertividade
R R
F5Abordagem Afetiva
R
F6Desenvoltura Social
DTotal
R
D1Empatia
R
D2Autocontrole
D3Civilidade
D4Assertividade
D5Abordagem Afetiva
R
D6Desenvoltura Social
R R R
143
5 DISCUSSÃO
e 145), revelou equivalência entre os grupos com relação à prontidão para habilidades
interpessoais.
Também o estudo de Barbosa e Brilhante (2009), realizado com uma amostra de
adolescentes dotados e sem indicadores de dotação (12 a 17 anos) com o objetivo de
comparar as frequências e as dificuldades sociais (utilizando o Inventário de Habilidades
Sociais para Adolescentes), constatou que, na maioria das vezes, os adolescentes dotados não
diferiram dos pares e não apresentaram repertório social inferior aos pares sem indicadores de
dotação.
Os dados obtidos por Borges del Rosal e Hernández Jorge (2010) sobre as percepções
dos estudantes dotados e seus pares sem indicadores de dotação mostraram que as relações
sociais estabelecidas entre os adolescentes dotados e seus companheiros sem indicadores de
dotação eram boas ou muito boas, não havendo diferenças entre os grupos.
Observando ainda os resultados alcançados no estudo desenvolvido por Trancoso
(2011) com 45 alunos (8 a 12 anos) identificados como dotados, foi achado um número
estatisticamente insignificante com dificuldade na emissão de habilidades sociais.
Com base nos estudos apresentados, a conclusão a que se chega, neste objetivo,
reforça a realidade de que os adolescentes dotados são adolescentes e, provavelmente,
compartilham mais semelhanças do que diferenças com os pares sem indicadores de dotação,
contrariando a ideia comumente aceita e divulgada pelo senso comum de maior desajuste
social em adolescentes dotados (NAIL; EVANS, 1997; NEIHART, 1999; VIALLE et al.,
2007; BORGES DEL ROSAL; HERNÁNDEZ-JORGE; RODRÍGUEZ-NAVEIRAS, 2011).
Segundo Parker (1996), a ideia de maior desajuste entre os adolescentes dotados,
enquanto norma, reflete a concepção estereotipada propagada pela imprensa popular de que os
indivíduos com elevada capacidade intelectual têm predisposição para desajustamento social.
Entretanto, Freitas e Fleith (2007, p. 88) explicam que isso não significa afirmar que
os alunos com elevado potencial estejam “imunes” a qualquer desajuste social, mas que,
quando isso acontece, não é a dotação que provoca tais desajustes, e sim a maneira como
ocorre a interação entre esse indivíduo e o ambiente.
Neste sentido, destaca-se a relevância dos estudos desenvolvidos sobre questões
relacionadas aos aspectos sociais de indivíduos dotados, na perspectiva de derrubar o falso
conceito de que indivíduos dotados são susceptíveis a desajustamentos sociais (OUROFINO;
GUIMARÃES, 2007).
145
Segundo Del Prette e Del Prette (2001, 2006c, 2007, 2009), habilidade de Abordagem
Afetiva consiste no estabelecimento de contato e conversação em relações de amizade, de
inclusão nos grupos da escola ou do trabalho, em relações de intimidade sexual e expressão de
satisfação ou insatisfação a diferentes formas de carinho. Envolve atitudes de fazer e
responder perguntas pessoais, oferecer informação livre e saber aproveitar as informações
oferecidas pelo interlocutor, sugerir atividades, cumprimentar, apresentar-se, elogiar, aceitar
elogios, oferecer ajuda, cooperar, iniciar e manter conversação (enturmar-se), identificar e
usar jargões apropriados.
O estudo de Buescher e Higham (1989), por exemplo, encontraram que a habilidade
de abordagem afetiva era utilizada por um grupo de adolescentes dotados como um dos
recursos de enfrentamento na busca por amigos, dentre aqueles que apresentavam habilidades
excepcionais. Tal fato deixa implícita a ideia de que este grupo tenha dificuldade na
habilidade de abordagem afetiva em relação aos seus pares normativos, visto que a utilizavam
apenas com pares que se assemelhavam a eles em termos de capacidade intelectual. Pode-se
arriscar a tal afirmação com base em outras estratégias de enfrentamento citadas por estes, tais
como: busca por programas e classes projetadas para alunos dotados e busca por pessoas
adultas para relacionar-se.
Buscando entender esse comportamento, autores sugerem que, devido às
características cognitivas diferenciarem-se extremamente dos pares normativos e o número de
prováveis amigos que compartilham dos mesmos interesses serem limitados, em geral,
buscam a companhia de pares mais velhos (McCALLISTER et al., 1996; SAK, 2004;
GAMA, 2007). Frente a situações como estas, os adolescentes dotados podem não ter
oportunidades suficientes para a prática de habilidades sociais, tais como: resolução de
conflitos, tolerância e abordagem afetiva, tidos como elementos importantes no
estabelecimento da amizade (ADAMS-BYERS; WHITSELL; MOON, 2004).
Além destes aspectos, a literatura tem indicado a existência de alguns fatores que
podem trazer dificuldades na emissão das habilidades sociais para os adolescentes dotados,
como resultado do seu avanço intelectual. Por exemplo: assincronia social obtida pela
defasagem entre a norma interna do indivíduo e a norma social do ambiente escolar;
comportamento dissincrônico obtido pelas características de dotação e realizações no contexto
acadêmico; negação da dotação como meio de alcançar a aceitação dos pares; dificuldade para
fazer novos amigos por “sentir-se diferente”; incompatibilidade entre as habilidades físicas e
motoras à idade mental; origens sociais ou étnicas; comportamentos de devaneio como
estratégias de enfrentamento para lidar com a impaciência e irritabilidade na sala de aula;
147
fator constitucional e/ou psicológico; altos padrões de exigência própria; foco no desempenho
acadêmico em detrimento do desenvolvimento das habilidades interpessoais;
desenvolvimento precoce da capacidade cognitiva; mudanças fisiológicas na puberdade;
interesses; motivação; envolvimento com as tarefas; e a forma de relacionar-se com o mundo,
dentre outros (HAIR et al., 2008; OUROFINO; GUIMARÃES, 2007; ROSS; PARKER,
1980; WINNER, 1998; NEIHART, 1999; LEE, 2002; MARCONDES-FILHO et al., 2002;
WEBB, 1994; LAGE VILABOY, 1999; FREEMAN, 2006b; HERNÁNDEZ HERNÁNDEZ,
2005; ROBINSON, 2008).
Sobre a forma de se relacionar com o mundo, Ourofino e Guimarães (2007, p. 49)
explicam que:
características que distinguem os adolescentes dotados de seus pares não devem ser vistas de
forma isolada ou atribuídas de forma homogênea a esses indivíduos, mas devem ser
analisadas à luz de processos dinâmicos, multifacetados e interconectatos.
Sobre o tipo de dotação, sabe-se que diferenças entre as habilidades e características
sociais de adolescentes dotados podem estar associadas a diversos tipos de dotação
(CSIKSZENTMIHALYI et al., 1993). Por exemplo: Chagas (2008) encontrou, em seu estudo,
que a percepção positiva associada às habilidades intra e interpessoais pareceu mais
dicotômica quando vinculada ao tipo de dotação.
Em relação ao nível de capacidade, vários autores concordam que os alunos dotados
tem maior risco de dificuldades sociais, incluindo aqueles altamente dotados cujos níveis de
capacidades são mais díspares das de seus pares, por apresentarem interesses
significativamente diferentes da população (HAYES; SLOAT, 1989; ABLARD, 1997;
LÓPEZ, 2006). Neste aspecto, Cross (2001) e Neihart (et al., 2002) esclarecem que os
problemas na formação de amizades entre os dotados podem se originar a partir das
diferenças entre si e seus pares etários, com quem são obrigados a aprender, trabalhar e
socializar.
Gross (2000) diferencia os níveis de dotação intelectual em cinco tipos: (1) levemente
dotado; (2) moderadamente dotado; (3) muito dotado; (4) excepcionalmente dotado; e (5)
profundamente dotado, ressaltando que as diferenças entre os níveis não se situam apenas no
domínio cognitivo. Entretanto, Neihart (1999) apresenta três níveis de dotação, conforme
seguem: (1) Tipo A. São aqueles com habilidade cognitiva alta e habilidades sociais bem
desenvolvidas. Em geral, não têm nenhum prejuízo ou comprometimento social. (2) Tipo B.
São aqueles com habilidade cognitiva alta, mas que apresentam alguns comportamentos que
podem ser considerados como indicativo de dificuldade socioemocional (ex.: isolamento
social ou intenso interesse em uma área específica), podendo assemelhar-se àqueles com
deficiência. (3) Tipo C. São aqueles com habilidade cognitiva alta e graves prejuízos sociais.
Ao contrário do Tipo B, seu déficit social não é um reflexo de um ambiente incompatível à
sua capacidade intelectual, mas reflete uma insuficiência social interna.
Estudos comparativos têm indicado diferenças entre os alunos com distintos níveis e
tipos de dotação nas relações de amizade entre os pares (DAUBER; BENBOW, 1990;
SWIATEK, 1995). Neihart (1999), por exemplo, ao apresentar uma revisão abrangente da
literatura sobre habilidades sociais de indivíduos dotados, concluiu que as percepções sobre
competências sociais podem variar dependendo do nível de dotação, sendo os alunos
profundamente dotados os que apresentam mais dificuldades sociais em relação aos
149
estudantes moderadamente dotados. Gross (1992), em uma revisão dos estudos sobre o
desenvolvimento social e emocional dos estudantes extremamente dotados (QI 160-179) e
profundamente dotados (QI 180 +), também observou que esta população estava mais
propensa a apresentar maiores problemas de aceitação social, a ponto de levar ao isolamento
social, pela ausência de pares com quem se relacionar.
A partir da percepção dos adolescentes sobre sua própria inteligência, Kerr et al.
(1998) constatou que a maioria via o seu elevado potencial de inteligência de forma positiva
para o seu crescimento pessoal e desempenho acadêmico, mas de forma negativa, pela
significativa dificuldade que este representava em suas relações sociais.
Novos estudos continuam a evidenciar que pessoas com maior nível de dotação
apresentam uma tendência a exibir pobres relacionamentos com os pares (menos sociáveis,
mais introvertidos, mais inibidos), quando comparados aos pares sem dotação, pela
dificuldade de encontrar amigos compatíveis (ROBINSON, 2002). Neste sentido, López
(2006) pôde constatar, em seus estudos, que os estudantes com um grau moderado de dotação
apresentam um perfil mais favorável em questões de personalidade e interação entre iguais, e
que os alunos altamente dotados se veem a si mesmos com menos habilidades sociais e mais
inibidos.
Em relação ao fator “ajustamento educacional”, autores (ALENCAR; VIRGOLIM,
1999; ROBINSON et al., 2002; COSTA, 2008) sugerem que a maioria das dificuldades
sociais de crianças e adolescentes dotados têm suas raízes em ambientes escolares projetados
para as capacidades médias e não responsivos ao ritmo e nível de aprendizagem dos alunos
dotados, uma vez que utilizam forte mecanismo de padronização dos indivíduos e não
compreendem que estudantes dotados apresentam estilos de aprendizagens particulares. Por
essa prática, são obtidos os problemas de ordem social que incluem as relações entre os pares
e entre os docentes (NEIHART et al., 2002; REIS; RENZULLI, 2004; MARTÍNEZ et al.,
2006). Tal realidade evidencia que a necessidade dos adolescentes dotados em vivenciar seus
interesses com os companheiros, é idêntica a todos os jovens, no sentido de estabelecer
interação, partilhar sentimentos, preocupações, segredos e triunfos, de forma mais próxima e
duradoura (COSTA, 2000; ROBINSON, 2008). Autores (ALONSO; BENITO, 1996;
ABLARD, 1997) destacam que os níveis de inadaptação social (diferenças e necessidades)
podem ser observados desde a tenra idade, mostrando-se mais acentuados no período da
adolescência até à idade adulta.
Com base nos vários fatores apresentados, conclui-se que a presença de dificuldades
na emissão da habilidade de abordagem afetiva, no caso dos adolescentes dotados, pode
150
ocorrer devido ao avanço intelectual que os difere de seus pares normativos, ou ainda, pela
falta de oportunidades suficientes para a prática de habilidades sociais, tais como: resolução
de conflitos, tolerância e abordagem afetiva, tidos como elementos importantes no
estabelecimento da amizade (ADAMS-BYERS et al., 2004).
Tal compreensão das necessidades sociais na vida do adolescente dotado, ainda que
requeira novos estudos, no sentido de identificar agentes causadores de dificuldades sociais,
justifica a atenção de pesquisadores e educadores em reconhecer suas vulnerabilidades e a
estarem sensíveis às suas necessidades sociais.
Frequência Dotados
SEXO
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Dificuldade Dotados
SEXO
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Frequência Dotados
IDADE
H. Sociais S/ Ind.
nd. Dotação
Dificuldade Dotados
IDADE
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Dotados
Frequência ESCOLARIDADE
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Dotados
Dificuldade ESCOLARIDADE
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Frequência Dotados
H. Sociais ADIANTAMENTO
S/ Ind. Dotação
Dificuldade Dotados
ADIANTAMENTO
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Dificuldade Dotados
CLASSE
H. Sociais S/ Ind. Dotação ECONÔMICA
Frequência Dotados
H. Sociais GRAU/ INSTRUÇÃO
S/ Ind. Dotação
Dificuldade Dotados
GRAU/ INSTRUÇÃO
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Frequência Dotados
PART. AMBIENTES
H. Sociais S/ Ind. Dotação
Dificuldade Dotados
PART. AMBIENTES
H. Sociais S/ Ind. Dotação
152
Figura 4 - Resultados obtidos da comparação entre as frequências e as dificuldades de emissão das habilidades
sociais
ociais de adolescentes dotados e adolescentes sem
s indicadores de dotação, às variáveis sociodemográficas e
participação em outros ambientes.
Sexo (Dotados)
de ensino, com relação ao ambiente mais desafiador para o seu atendimento, diferiram
consideravelmente das respostas de seus pais, professores e administradores, que
consideravam o programa eficaz em ajudar os alunos a desenvolver suas habilidades sociais.
Desta forma, admite-se a possibilidade de que a autoavaliação (ou autorrelato) seja uma
medida mais sensível quando se busca identificar traços comportamentais a partir da própria
experiência, seja por sua simplicidade e facilidade, seja por permitirem uma análise normativa
e intraindividual do repertório do indivíduo (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Considerando esta possibilidade, acredita-se que, no estudo de Bain e Bell (2004), a
pontuação dos alunos dotados do sexo masculino poderia ser mais similar à do sexo feminino
se fossem avaliadas pelo próprio aluno.
No entanto, outros estudos têm revelado que os indivíduos dotados do sexo feminino
apresentam uma autopercepção social mais elevada em relação aos do sexo masculino
(LOEB; JAY, 1987). Ao observar estes resultados em seu próprio estudo, Loeb e Jay (1987)
atribuíram este fato aos comportamentos de obediência que se encaixam no estereótipo
feminino. As descobertas deste estudo são, de certa forma, consistentes com os resultados
obtidos no estudo de Ablard (1997), ao identificar que os dotados do sexo feminino foram
mais confiantes em suas habilidades sociais em relação aos do sexo masculino e apresentaram
uma percepção mais positiva de como eram vistos pelos outros e de seu relacionamento com
eles.
Discutindo as diferenças encontradas entre os adolescentes dotados em suas interações
sociais, Hoffman et al. (2004) identificaram que as meninas obtiveram uma pontuação mais
alta do que os meninos nas habilidades sociais de cooperação, empatia e resolução de
problemas sociais. Ao contrário, os meninos foram mais propensos a serem rejeitados por
seus pares do que as meninas.
Na verdade, medidas tradicionais de orientação sobre o papel do gênero definem as
características de personalidade feminina, como a emotividade e a compaixão, que
contribuem para melhorar as relações de cooperação com os pares e como proteção contra os
problemas antissociais externalizantes (HOFFMAN et al., 2004).
Para explicar esta “tendência” ao melhor desempenho social feminino, Eddles-Hirsch
(et al., 2010) observaram que as adolescentes dotadas revelam maior preocupação do que os
adolescentes do sexo masculino em andar em conformidade com as expectativas do grupo,
não desejando executar acima ou abaixo da média. Segundo os autores (SILVERMAN, 2000;
NEIHART, 2006), as adolescentes com alta capacidade se sentem compelidas a esconder suas
habilidades quando percebem que suas metas de conquistas não são valorizadas por sua
154
frustração, desconforto, raiva ou humilhação, tais como: críticas dos pais e amigos, ofensas,
gozações, derrotas e tentativas malsucedidas. Os autores colocam que ter a habilidade de
autocontrole não significa deixar de expressar desagrado ou raiva frente às situações adversas,
mas consiste em controlar os próprios sentimentos negativos e expressar-se de forma
socialmente habilidosa31.
Tais resultados assemelham-se aos obtidos no estudo de Del Prette e Del Prette (2009),
em sua análise comparativa, em que foram encontrados escores maiores para os adolescentes
do sexo masculino na Frequência Total e nas subclasses de habilidades sociais de
Autocontrole, Civilidade e Assertividade.
Entende-se que diferenças podem ser encontradas em relação ao sexo por estarem, em
parte, relacionadas às diferenças no processo de maturidade física e emocional dos indivíduos.
Os resultados também podem ser bastante controvertidos em determinadas faixas etárias,
como no caso da adolescência (grifo nosso), devido à natureza situacional cultural das
habilidades sociais (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2009).
Com base em uma revisão da literatura sobre os traços característicos dos
adolescentes, constatou-se que, de forma geral, o adolescente tende a enfatizar mais a ação,
buscar a afirmação social, ser mais agressivo, racional, independente, assertivo, e a verbalizar
com maior frequência as expectativas de sucesso, autoconfiança e poder, quando comparado
às adolescentes (CAMPOS, 2010).
A partir do referencial teórico apresentado, entende-se que diferenças na frequência
das habilidades sociais dos adolescentes sem indicadores de dotação do sexo masculino e
feminino ocorrem devido às dimensões pessoais (maturidade física e emocional, capacidades
cognitivas, atitudes, valores, crenças, ou estilo único de interação) e situacionais (contexto
ambiental). Conclui-se que os traços característicos da adolescência atribuídos aos rapazes
(racional, independente, assertivo) favorecem a emissão de Autocontrole quando comparados
às moças. Estas podem não ter evidenciado maior frequência em alguma das habilidades
sociais pela tendência a apresentarem-se mais em conformidade com as expectativas do
grupo.
Por entender como Robinson (2008), de que qualquer generalização sobre questões
sociais devem ser realizadas com cautela, recomenda-se que novos estudos possam confirmar
as hipóteses aqui levantadas.
31
De acordo com Caballo (2003), o conceito de comportamento socialmente habilidoso engloba três
componentes específicos: uma dimensão comportamental (tipo de habilidade), uma dimensão pessoal (as
variáveis cognitivas) e uma dimensão situacional (o contexto ambiental).
156
Sexo (Dotados)
que seus pares do sexo masculino, por várias razões: por demonstrarem menos confiança em
suas habilidades intelectuais, especificamente em Matemática e Ciências; por apresentarem
maior susceptibilidade para atuar em áreas mais sociais do que intelectuais; por serem mais
propensas a se preocuparem com o seu status e aceitação social pelos pares do que com o seu
desenvolvimento intelectual; e por vivenciarem mais conflitos em relação aos seus objetivos
de vida. Neste sentido, conclui-se que maiores são as possibilidades de que haja diferenças
nas Dificuldades no repertório social de adolescentes dotadas em relação aos seus pares
dotados do sexo masculino.
Uma hipótese para explicar porque os adolescentes dotados do presente estudo não
apresentaram diferença na Dificuldade de emissão das habilidades sociais pode estar
associada ao instrumento utilizado na obtenção dos dados. Por ser este positivamente
correlacionado à autopercepção de competência social do indivíduo, em sua subjetividade,
pode estar afirmando comportamentos desejáveis e não necessariamente realizáveis, trazendo
para os dados, um viés. Tal hipótese tem como base as considerações de Osborne e Kenny
(2005) a respeito dos resultados conflitantes com relação ao ajustamento emocional e social
de adolescentes dotados apresentados na literatura. Para os autores, tais resultados podem ser
explicados, em parte, pela diversidade metodológica utilizada (ex.: estudo de caso, entrevistas
com pais e opinião de especialistas), pelo foco em fatores endógenos, exógenos e estressores
específicos, ou pelo estudo de subgrupos de indivíduos dotados. Pelas considerações
apresentadas, os resultados devem ser vistos com prudência.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados entre os adolescentes dotados situados
nesta faixa etária, acrescentando-se ao instrumento já utilizado outros meios de obtenção de
dados, como: observação dos comportamentos sociais, ou por informações coletadas de
terceiros (colegas de classe, professores e pais), a fim de confirmar se estes são permanentes
ou esporádicos. Acredita-se que as investigações sobre as relações sociais de gênero possam
trazer implicações para a área da educação, sobretudo na educação de adolescentes dotados do
sexo feminino.
estudos sobre a competência social dos jovens estudantes. Alguns exemplos podem ser vistos
neste sentido.
No estudo realizado por Bandeira et al. (2005) com estudantes do Ensino
Fundamental, objetivando detectar a ocorrência de comportamentos problemáticos e sua
relação com as habilidades sociais, os resultados indicaram a presença de comportamentos
problemáticos em índices mais elevados para os alunos do sexo masculino.
Ao comparar as habilidades sociais e problemas de comportamento (dentre outros)
com alunos do sexo masculino e feminino na fase da puberdade (11 anos), Pereira et al.
(2008) encontraram diferenças ligadas ao sexo, em que os meninos apresentaram problemas
de comportamento externalizante mais frequentes.
Em um estudo realizado com adolescentes de ambos os sexos (idades entre 16 a 19
anos) a fim de discutir possíveis relações entre características psicológicas e suas repercussões
em comportamentos sociais, Dantas (2006), encontrou no comportamento das adolescentes
discreta predominância da introversão, enquanto que, para os adolescentes do sexo masculino,
houve uma predominância mais acentuada deste fator.
Com relação à manifestação de dificuldades em habilidades sociais específicas, o
estudo de Del Prette e Del Prette (2009), realizado com uma amostra de adolescentes (12 a 15
anos e 15 a 17 anos), constatou menor dificuldade no repertório social para os adolescentes do
sexo masculino no escore total e nas subescalas de empatia e assertividade, e maior
dificuldade na subescala de abordagem afetiva para as moças.
Tais estudos fornecem evidências de que tanto os adolescentes do sexo masculino
como feminino podem apresentar diferenças significativas com relação à dificuldade no seu
desempenho social.
Autores sugerem que as adolescentes podem ter melhor desempenho na resolução de
conflitos e agirem de formas menos hostis do que os rapazes, uma vez que elas tendem a ser
mais positivas em suas interações sociais (UCLA, 2008). Segundo Kazdin (1993), sintomas
de externalização, delinquência, agressividade e transtorno de conduta entre os adolescentes
do sexo masculino podem estar associados às suas características pessoais (KAZDIN, 1993).
Por outro lado, não se desconsidera a influência que o apoio social exerce para um
desempenho social adequado. Conforme evidenciado no estudo de Demaray e Malecki
(2008), os adolescentes percebidos com baixos níveis de apoio social obtiveram escores
significativamente mais elevados nos indicadores de problemas de comportamento
(externalizados) e indicadores significativamente menores de comportamento positivo
(habilidades sociais e habilidades adaptativas). Por estes dados, inflere-se que os resultados
159
sociais dos adolescentes pode variar, conforme as características pessoais específicas a cada
sexo e às variáveis ambientais.
Desta forma, infere-se que a razão pela qual os adolescentes sem indicadores de
dotação não apresentaram diferenças nas subescalas de Dificuldade do seu repertório social
em relação à variável “sexo”, pode estar relacionada à constituição pessoal e/ou psicológica
dos indivíduos, ou ao apoio social recebido no meio social onde frequentam, que os incentiva
a comportarem-se em conformidade com a norma social do grupo (DEMARAY; MALECKI,
2008). Contudo, esses resultados devem ser vistos com cautela por retratarem autoavaliações
subjetivas, e por considerarem a complexidade da relação entre os comportamentos e o
ambiente.
Ao considerar que as dificuldades sociais vivenciadas durante a adolescência predizem
o funcionamento subsequente na idade adulta, Kazdin (1993) sugere que a fase da
adolescência seja um tema para o estudo das causas de diferenciação de gênero quanto aos
problemas causados pela ausência de apoio social, e como estes se estabelecem entre os
indivíduos dotados e seus pares normativos. Justifica-se que esta compreensão possa
contribuir na prevenção de problemas sociais, como déficits nas habilidades
sociais/adaptativas.
Os dados que caracterizaram a amostra com relação à Idade revelaram que pouco
menos da metade dos adolescentes dotados situavam entre 12 anos (23,6%) e 16 anos
(19,4%), e para os adolescentes sem indicadores de dotação, entre 12 anos (18,3%) e 13 anos
(20%). Tanto para as subescalas de Frequência como para as de Dificuldade do repertório
social, não foram reveladas diferenças significativas em ambos os grupos.
Os resultados do presente estudo assemelham-se aos dados obtidos no estudo de
Hohendorff e Eschiletti (2009), realizado com 50 adolescentes de ambos os sexos, idades
entre 12 e 17 anos, cujo objetivo foi o de investigar a existência de relação entre habilidades
sociais a algumas variáveis (classe social, sexo, idade, série, anos de estudo, configuração
familiar, tipo de escola e indício de psicopatologia). Ao comparar os adolescentes de idades
distintas, agrupados em dois subgrupos (12 a 14 anos e 15 a 17 anos), os autores não
observaram diferenças significativas com relação à idade.
Entretanto, autores têm colocado que o grau em que os jovens dotados têm
experiências sociais positivas pode variar de acordo com diversos fatores, dentre estes, a idade
160
(RIMM, 2002; ROBINSON, 2008). Na mesma direção, Del Prette e Del Prette (2009)
afirmam que mesmo em uma faixa de idade não muito ampla, mas com importantes
demandas de mudanças desenvolvimentais – como é o período de 12 a 18 anos, os
adolescentes situados em diferentes pontos desse período podem apresentar diferenças em
suas experiências sociais.
Na verdade, o período da adolescência compreende uma etapa da vida em que emerge
grande variedade de mudanças nas relações interpessoais com o núcleo familiar e com o
grupo social, sendo que os amigos passam a tomar uma dimensão maior em grau de
importância e influência (PEREIRA et al., 2008; PACHECO URBINA, 2001). Segundo os
autores, essa busca consiste em uma necessidade comum a todos os adolescentes, no sentido
de aceitação, compreensão e interação (COLEMAN; SANDERS, 1993; WEBB, 1994;
BENITO, 1998; RYAN; SHIM, 2008).
Tal comportamento nas interações sociais orienta-se na busca de apoio e estreitamento
dos laços com os pares, reconhecimento pessoal e das realizações, autoestima, autonomia e
autoafirmação, e construção da própria identidade (ERIKSON, 1972; ABERASTURY;
KNOBEL, 1981; FIERRO, 1995; COSTA, 2006). A influência do ambiente (local,
interlocutores) e da cultura (normas, valores e regras) serve, muitas vezes, como parâmetro
para as reações sociais e fontes de reforço em promover ou não a manifestação das
habilidades sociais nos indivíduos (CABALLO, 2003; FIERRO, 1995; RYAN; SHIM, 2008).
A adesão aos padrões comportamentais do grupo ocorre de forma voluntária e funciona como
via de acesso para fazer novos amigos (COLE; COLE, 2004).
Com base na revisão teórica apresentada, pode-se inferir que os grupos de
adolescentes não se diferenciaram porque todos estão situados na fase da adolescência, um
período propício à adoção de padrões de comportamento semelhante, devido à necessidade de
aceitação pelos pares. No entanto, considerando que diferenças nas experiências sociais
possam ser encontradas entre os adolescentes, conforme Del Prette e Del Prette (2009), não se
descarta a possibilidade de que tais resultados sejam intensificados entre distintos grupos de
adolescentes devido às demandas de mudança na dimensão pessoal, entre outros fatores.
Alguns autores ponderam que as questões específicas de adolescentes dotados não
foram totalmente exploradas na literatura, porque a maioria das pesquisas sobre a dotação tem
se concentrado em crianças mais novas (VIALLE et al., 2007) ou porque a idade é,
provavelmente, uma das variáveis mais negligenciadas (GIMPEL; MERRELL, 1998). Por
estes dados, sugere-se que novos estudos de comparação entre adolescentes dotados e
adolescentes sem indicadores de dotação busquem respostas quanto à diferenças/semelhanças
161
entre o seu repertório social, composto por idades diferenciadas, como, por exemplo: 6 a 8
anos; 9 a 11 anos; 12 a 14 anos; 15 a 17; e 18 a 20 anos.
Escolaridade (Dotados)
8-12 anos), observaram diferenças no repertório social dos alunos dotados da 3ª série em
relação aos alunos da 3ª e 6ª séries com inteligência média. Os alunos dotados da 3ª série
foram superiores aos alunos de inteligência média da 6ª série em variáveis pessoais e sociais
(autoestima, senso de liberdade pessoal, relações familiares e falta de tendências antissociais)
e semelhantes em outras (autodireção, padrões sociais e habilidades sociais).
Ao comparar a competência social e as dificuldades sociais de adolescentes dotados do
5º ao 12º grau em relação aos seus pares sem indicadores de dotação, Shechtman e Silektor
(2012) constataram que os estudantes dotados do Ensino Médio obtiveram as menores
pontuações de competência social do que seus pares sem indicadores de dotação.
Estes dados assemelham-se aos encontrados por Díaz Fernández e Bravo Pombo
(2002), em seu estudo realizado com uma população de alunos dotados (6 a 18 anos), a quem
seriam destinados o programa, a fim de coletar informações que os ajudariam a planejar uma
intervenção específica. Dentre os problemas encontrados (desmotivação e fracasso escolar,
baixa autoestima, níveis de ansiedade elevados), foram detectados problemas de
relacionamento com os colegas, em certos casos por um déficit de habilidades sociais nos
alunos de maior idade, sobretudo a partir dos 14 anos.
Por estes estudos, observa-se maior frequência de habilidades sociais em adolescentes
dotados com menor grau de escolaridade, sugerindo que, nos primeiros anos de escolaridade,
os alunos podem apresentar reservas comportamentais e uma grande variedade de habilidades
sociais. E, à medida que vai aumentando sua escolaridade, seu repertório social pode oscilar
entre maior ou menor frequência, conforme o nível de escolaridade em que estiver inserido.
Desta forma, infere-se que há uma tendência à maior frequência de habilidades sociais no
período inicial da adolescência (período que compreende a puberdade). Tal afirmação tem
fundamento em Bandeira (et al., 2006) o qual afirma que, quanto menor a idade, maior a
frequência de habilidade social. Bain e Bell (2004) explicam que uma explicação para a
diminuição de frequência nas habilidades sociais no período do Ensino Médio deve-se ao fato
de que os adolescentes dotados começam a experimentar uma diminuição no autoconceito
social, no sentido expresso por YAN, Kong; HAIHUI, Zhu (2005), de conhecimento das
próprias capacidades, habilidades, aparência e aceitabilidade social.
Os resultados no presente estudo quanto à maior frequência na habilidade Total e na
Abordagem Afetiva entre os alunos do 3º ano do Ensino Médio (compreende os 17 anos), em
relação à menor frequência na habilidade Total, entre os alunos do 1º ano do Ensino Médio
(compreende os 15 anos), corroboram com outros estudos. Por exemplo, ao verificar as
estratégias sociais de enfrentamento entre dois grupos etários de alunos dotados, os dados
163
obtidos revelaram que os alunos mais velhos mostraram maior tendência a utilizar estratégias
de ajuda aos colegas em relação aos alunos mais novos. Esses, por sua vez, relataram maior
uso de conformidade, negação da dotação e envolvimento em atividades a fim de alcançar a
valorização pelos pares e aceitação social (CHAN, 2005).
Na verdade, Rimm (2003) explica que os anos do Ensino Fundamental e Médio podem
ser muito solitários para alguns adolescentes dotados que, muitas vezes, vivenciam situações
de conflito sobre seus dons. Segundo Massé e Gagné (2002), os adolescentes valorizam o
elevado potencial que possuem, mas quase sempre sentem que a dotação lhes custa um alto
preço social ao perceberem que seus colegas de classe reagem de forma negativa a eles. E, por
considerar sua dotação como uma desvantagem social, alteram seus comportamentos sociais
para minimizar ou mascarar a diferença, e, desta forma, evitar a rotulação (ABLARD, 1997;
CHAN, 2005).
Nesta perspectiva, entende-se que os efeitos negativos com relação ao ajustamento
social podem não resultar de um déficit no repertório social dos adolescentes dotados, mas
decorrerem da forma como lidam com o “estigma da dotação” (MANOR-BULLOCK et al.,
1995). Segundo Massé & Gagné (2002), há evidências na literatura de que o impacto do
rótulo em adolescentes dotados pode acarretar em dificuldades sociais na vida destes
indivíduos. Para Chan (2005), o sentimento de “ser diferente” em adolescentes dotados pode
gerar, além de dificuldades sociais, um estresse específico, como o medo da rejeição, mesmo
que reconheçam seu elevado potencial cognitivo.
Neste sentido, considerando que a maior frequência de habilidades sociais não se
confirmou no presente estudo para os adolescentes dotados de menor idade (1º ano do E.
Médio) em relação aos adolescentes dotados com maior idade (3º ano do E. Médio), infere-se
que a menor frequência de habilidades sociais para a menor idade pode estar associada à
forma como estes adolescentes lidam com a sua condição de “dotado”.
A respeito daqueles adolescentes que se destacaram por apresentar menor frequência
em várias habilidades sociais (adolescentes do 9º ano), em relação aos seus pares dotados
inseridos no 6º ano, pesquisadores na área consideram que, em contraste com seus
desempenhos elevados em tarefas cognitivas, os estudantes dotados, muitas vezes,
demonstram baixa sensibilidade para os estímulos sociais, que podem variar conforme sua
faixa etária, a ponto de tornarem-se isolados do grupo de pares (CHUNG et al., 2011). Ao
observar os déficits apresentados por esta amostra, foi possível constatar que, além do escore
total, incluem-se habilidades de expressar compreensão e apoio, preocupar-se com o bem-
estar do outro e fazer amizades (Empatia); habilidades de reagir com calma a situações que
164
tendências e não determinismos (REIS, 2008), os dados servem para indicar necessidades a
serem averiguadas em outros contextos sociais.
Os resultados do presente estudo dão suporte para a afirmação de vários autores
(ABLARD, 1997; MOON, 2004; ALENCAR, 2007b; VERSTEYNEN, 2011) de que as
necessidades sociais do adolescente dotado justificam a atenção de pesquisadores e
educadores, por demonstrarem que não estão imunes a dificuldades sociais.
Saber que existem diferenças entre grupos específicos quando se trata de competência
social pode ajudar os educadores a lidarem com distintos comportamentos sociais presentes
entre os alunos, aproveitando seus pontos fortes para trabalhar outras habilidades sociais que
possam não estar tão evidentes em seu repertório social.
Os resultados deste estudo chamam a atenção, ainda, para a importância de se
promover o desenvolvimento social de indivíduos dotados no contexto educacional,
considerando sua condição de “dotado”, ainda nas séries que antecedem ao Ensino Médio (6º
ao 9º ano), como um programa preventivo, visto que seus benefícios poderão contribuir para
um desempenho social satisfatório nos anos subsequentes.
Escolaridade (Dotados)
podem vivenciar dificuldades em suas relações sociais (ABLARD, 1997). A fim de minimizar
situações como estas, Silverman (2003) defende que os dotados podem desenvolver
habilidades sociais com mais facilidade quando tiverem oportunidades de interagir com
indivíduos de um nível similar em interesses.
Entendendo, como Del Prette e Del Prette (2009), que as condições sociais garantem a
aquisição do desempenho, conclui-se que as dificuldades sociais dos adolescentes dotados
podem ser um reflexo do contexto escolar no qual estão inseridos.
Desta forma, recomenda-se a realização de novos estudos sobre as características de
alunos dotados, e de como as adaptações e ajustes educacionais podem garantir apoio às suas
necessidades acadêmicas e sociais.
ambiente imediato ou por outras características pessoais que merecem ser mais bem
investigadas (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Analisando a possibilidade de que problemas advindos do ambiente imediato dos
adolescentes podem ter contribuído para a presença desse déficit, um aspecto encontrado na
literatura que pode explicar tais resultados está relacionado ao fato de que, na fase da
adolescência, há um maior entrosamento e atração entre rapazes e moças, e que essa
aproximação não se dá sem conflitos, medos e até agressões de diferentes intensidades. Neste
sentido, pode-se supor que o déficit na habilidade de Civilidade seja decorrente de conflitos
não resolvidos entre os participantes (BRASIL, 1997).
Neste sentido, sugere-se a realização de estudos sobre a identificação de dificuldades
na emissão de habilidades sociais em uma amostra ampla de adolescentes, por admitir a
localização de potenciais focos críticos de problemas, que podem ser objetivo de programas
específicos de prevenção (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Adiantamento (Dotados)
A categoria tempo objetiva adiantar o tempo escolar sem alterar o conteúdo curricular,
e incluem: (1) Admissão antecipada à Educação Infantil; (2) Admissão antecipada ao 1º ano
do Ensino Fundamental; (3) Saltar um ou mais anos escolares; (4) Progressão continuada; (5)
Classes combinadas (multisseriadas); (6) Currículo Telescópico (um ano em um semestre, ou
dois anos letivos em um); (7) Diplomação antecipada; (8) Matrícula simultânea (em dois
níveis de ensino); (9) Cursos para crédito (Secundário ou Superior); (10) Crédito por exames
e provas; (11) Entrada antecipada ao nível médio e superior; e também (12) Aceleração do
próprio curso universitário. Nesta categoria, insere-se o presente estudo.
Nas subescalas de Frequência do repertório social de adolescentes dotados em relação
à variável adiantamento, não foi encontrada diferença significativa, indicando que a
frequência do repertório social nesta população mostra-se de forma semelhante para os que
foram acelerados e para aqueles que não foram acelerados. Tal resultado vai em direção
oposta ao encontrado na literatura sobre o efeito da aceleração em jovens dotados em suas
relações sociais.
Por exemplo, estudos sobre os tipos de disposições educacionais para alunos dotados e
como estes podem afetar sua adaptação social (e emocional) revelam evidências de que
diferenças significativas nas relações sociais podem ser observadas em função da aceleração
(GROSS, 2006), tais como: maiores e mais produtivas relações sociais (GROSS, 1992);
melhor percepção das relações sociais, com tendência a menos problemas escolares graves de
comportamento em relação aos pares dotados que não obtiveram aceleração (SAYLER;
BROOKSHIRE, 1993); maior número de amigos e relações sociais mais produtivas em
relação ao período em que frequentaram as salas de aula do ensino regular (GROSS, 2000);
melhora nas dimensões do autoconceito e aceitação social (OLIVEIRA, 2007); e maior
ajustamento social do aluno (MAIA-PINTO; FLEITH, 2012).
Tassel-Baska (2005) coloca que muito se tem escrito sobre a eficácia das práticas de
aceleração com estudantes dotados. E, embora os efeitos significativos em termos de
desempenho social em jovens dotados que passaram pela aceleração tendem a ser pequenos,
segundo Callahan (et al., 2004), tal prática tem indicado mudanças sociais positivas nestes
indivíduos.
Enquanto medida pedagógica, a aceleração constitui uma intervenção efetiva para
alunos intelectualmente dotados em trazer efeitos benéficos tanto acadêmicos como sociais
em longo prazo (ROGERS, 2002; GUENTHER, 2009). No aspecto emocional, destacam-se o
aumento da satisfação, da motivação e da autoestima (ALENCAR, 1993; PORTO CASTRO,
2001; MATEOS MARTÍNEZ et al., 2006; LUQUE JIMÉNEZ, 2009).
170
Adiantamento (Dotados)
Quanto à percepção dos estudantes dotados e seus pais sobre o período pré e pós-
adiantamento escolar, constatou-se, no estudo de Kleinbok e Vidergor (2009), relatos de
sentimentos de aborrecimento e frustração na classe regular e perda de tempo precioso que
poderia ser utilizado em atividades de enriquecimento por parte dos estudantes. O relato dos
pais indicou problemas de ajustamento social e isolamento de seus filhos decorrente da falta
de estímulo e de atividades relacionadas aos interesses destes. Com relação ao período pós-
aceleração, foram relatados sentimentos de acolhimento pelos novos colegas de classe.
Neste sentido, Gargiulo (2006) defende a prática da aceleração, por considerar que, em
um contexto no qual as “diferenças” correspondem a “deficiências”, os adolescentes dotados
necessitam de oportunidades para associarem-se com outros adolescentes que compartilhem
dos seus interesses e que demonstrem habilidades similares às suas a fim de promover a
qualidade de suas relações interpessoais.
Por exemplo, autores destacam que, por meio das amizades estabelecidas, os
adolescentes podem desenvolver habilidades interpessoais construtivas, autonomia, saúde
mental positiva, autoconfiança e satisfação com o apoio social recebido. Interagindo com os
amigos, os adolescentes aprendem a fazer decisões conjuntas, a expressar Empatia e
aprofundar as suas perspectivas, além de contribuir para desencorajar comportamentos
agressivos e antissociais (HAIR et al., 2008).
Contudo, tal medida é indicada, em especial, para aqueles que têm relações positivas
com seus professores e colegas de classe de mais idade (PYRYT, s.d.); e os extremamente
dotados (QI+160), por apresentarem níveis mais elevados de sensibilidade em seus ambientes
(LUTHAR, 1991; GROSS, 1994; NEIHART, 1999). Por exemplo, os efeitos encontrados em
estudantes altamente dotados cuja colocação em sala de aula comum os impediu de
desenvolverem relações de apoio com os colegas de capacidade e interesses semelhantes
foram encontrados níveis preocupantemente baixos de autoestima social (GROSS, 1993).
Na verdade, a literatura tem indicado como a aceleração pode ser uma medida
educacional benéfica aos alunos que apresentam um nível extremamente elevado de dotação,
tendo em vista as dificuldades decorrentes do seu desenvolvimento desigual, das deficiências
sociais do ambiente, da sua vulnerabilidade emocional e percepções das expectativas dos
outros, que podem afetar seus relacionamentos sociais (RIMM, 2002; SEPIDEH RAMZI et
al., 2011; VERSTEYNEN, 2011). Mudanças sociais positivas foram percebidas por vários
autores, tais como: aumento da satisfação, motivação e autoconfiança; menor tédio,
insatisfação e frustração; maior contato interpessoal entre os pares com afinidades; e
estabelecimento de relações calorosas de apoio com os colegas mais velhos (ALENCAR,
176
32
Tais como: a multiplicidade de aptidões e talentos, variações na amplitude da dotação, diferenças
socioeconômicas e culturais, ritmo de desenvolvimento, presença de dificuldade e/ou necessidades especiais,
gênero, estilos de aprendizagem e interesses pessoais (SABATELLA; CUPERTINO, 2007).
177
novos estudos que avaliem o repertório social de adolescentes dotados e sem indicadores de
dotação oriundos de ambientes com privação socioeconômica.
suficiente para que os seus participantes estabeleçam sólidas relações sociais com os seus
pares, desenvolvam interesses fora das áreas de estudo e tomem parte em atividades não
acadêmicas (ex. ações comunitárias).
Neste contexto, destacam-se os benefícios do atendimento especializado em promover
a ampliação do universo social do adolescente dotado por meio da sua inserção em novos
grupos, com novas alternativas socioafetivas e com oportunidades de aprender a atuar
cooperativamente nas interações com os seus pares (GONZÁLEZ GÓMEZ; GONZÁLEZ
GÓMEZ, 1998; VEIGA et al., 2010).
Segundo Alonso (2006b), o trabalho em grupo estimula a cooperação e propicia o
desenvolvimento das habilidades sociais, melhora as interações positivas e modifica os
comportamentos não adaptativos (quer sejam agressivos ou retraídos). Também proporciona a
aquisição de uma série de destrezas que contribuirão para o desenvolvimento socioemocional
e a maturidade social. Ademais, as atividades em grupo podem ser enriquecedoras entre os
alunos de capacidade intelectual similar a fim de propiciar o estabelecimento de interações
amistosas, maior interesse pessoal e maior aceitação social (GARCÍA GONZÁLEZ;
GONZÁLEZ MARTÍNEZ, 1997).
Sobre o efeito dos programas de intervenção educacional a estudantes dotados, estudos
têm revelado efeitos positivos em promover um repertório social bem elaborado em seus
participantes, como se mostra a seguir.
Sobre a opinião dos adolescentes (15-17 anos) que frequentavam o CEDET (por três
anos ou mais) com relação aos comportamentos ali desenvolvidos, foi destacado: (1) fazer
amizades, conhecer e conviver com novas pessoas; (2) melhorar a convivência fora do Centro,
e na família; (3) conhecer, sentir, compartilhar problemas dos outros e ajudar alguém; (4)
admirar pessoas e ser admirado, apreciado, acolhido; (5) receber atenção e amor; e, ainda, (6)
desenvolver senso de coletividade de um todo social maior que o grupo próximo
(GUENTHER, 2007). Buscando na literatura específica o referencial teórico sobre
comportamento socialmente habilidoso (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009), foi possível
identificar que os comportamentos descritos aqui correspondem respectivamente às
habilidades de: Abordagem Afetiva (1/4/5), Desenvoltura Social (2/6), e Empatia (3).
No Programa Extracurricular de Enriquecimento Cognitivo, Emocional e Social -
PECES, realizado com alunos (5-12 anos) que apresentavam alta capacidade intelectual
(FERNÁNDEZ REYES, 2005) se identificou, em quase todos os casos, melhoria nas relações
sociais, na capacidade de expressar-se e na autoestima.
181
similar de inteligência, etc.), sua participação no CEDET pode ter contribuído para
demonstrarem suas habilidades sociais de modo similar. Desta forma, propõe-se a realização
de novas pesquisas que possam comprovar esta hipótese.
Tempo de Participação
(MURATORI et al., 2003; VIALLE; CIARROCHI, 2007). Para melhor compreensão de cada
variável, segue uma discussão sobre cada uma delas.
(1) Ambiental-Situacional
oferecer modelos inadequados de desempenhos sociais para os filhos (DEL PRETTE; DEL
PRETTE, 1999; 2001).
O desempenho das habilidades sociais pode ser influenciado por dois fatores distintos:
o ambiente (variáveis contextuais), e também pelos atributos de temperamento e
personalidade do indivíduo (características individuais) (GIMPEL; MERRELL, 1998;
CABALLO, 2003; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008). Nas características individuais,
inserem-se a singularidade de cada indivíduo, valores, crenças, experiências de vida, e estilo
próprio de interação, exibidos em uma variada gama de comportamentos, em termos de
padrões cognitivos, afetivos e sociais (CABALLO, 1996; SCHULER, 2003; CUPERTINO,
1998; OUROFINO; GUIMARÃES, 2007).
No caso dos indivíduos que apresentam dotação, Versteynen (2011) coloca que, se os
resultados sociais são positivos ou negativos, parece depender das características pessoais, em
interação com o meio. A esse respeito, Webb (2000) explica que nenhuma característica traz
em si dificuldades, mas o conjunto destas em interação com os elementos do ambiente podem
desencadear problemas comportamentais em suas respostas. Corroborando com os autores,
têm sido destacadas na literatura algumas características de personalidade que, em interação
com o meio, podem influenciar o desempenho social destes indivíduos, tais como:
perfeccionismo, excitabilidade, sensibilidade, intensidade, desejo de reconhecimento do
desempenho acadêmico, não conformidade, questionamento de regras ou de autoridade, ou,
ainda, forte senso de justiça e idealismo (LOVECKY, 1992; VANTASSEL-BASKA, 1998;
BICKLEY, 2001; GERE et al., 2009).
Por exemplo, muitas vezes, devido à necessidade de “recarregar”, o adolescente
dotado pode ser mal interpretado como excessivamente preocupado consigo mesmo, tímido
ou antissocial, por estar sozinho. Ou, ainda, devido à grande paixão sobre áreas de interesse
pode considerar os outros de menor importância ao opinar sobre algo de forma enfática. A
excessiva capacidade de concentração em uma atividade pode levá-lo ao envolvimento
intenso por um longo período de tempo, deixando de lado seu convívio social. Por sua
inflexibilidade frente ao compromisso, pode ser visto como rígido, arrogante, controlador e
intolerante. Segundo Winner (2000), esses fatores de personalidade podem intensificar os
efeitos na vida do jovem dotado à medida que sua inteligência for além de um QI=130.
192
Sobre o aspecto do tempo, Neihart et al. (2002) destacam que a aprendizagem das
habilidades sociais e o compartilhar de motivações e interesses são alcançados mediante a
dedicação de tempo. Corroborando com o autor, Caballo (2003) ressalta que o envolvimento
em situações sociais contínuas é um fator importante para o desenvolvimento das habilidades
sociais e, por esta razão, assegura que, quanto mais experiências sociais um indivíduo tiver,
maiores serão as oportunidades de aprender com essas situações.
Autores têm afirmado que os estudos sobre avaliação dos resultados sociais de
programas específicos a alunos dotados são extremamente carentes na literatura educacional
(YUN et al., 2011), diferem em muitas formas e são pouco sistemáticos (ZEIDNER;
SCHLEYER, 1999). Para Versteynen (2011), a interpretação dos efeitos (positivos ou
negativos) não parece ser tão óbvia como nos resultados das realizações. McCallister (et al.,
1996) afirmam que os estudos em geral mostram uma imagem positiva de alunos dotados,
mas os relatórios com base em experiência revelam dados mais negativos.
De acordo com a opinião dos autores, vários aspectos podem estar envolvidos, tais
como: a maior parte dos estudos que apresentam efeitos positivos no desempenho social de
seus participantes dotados têm utilizado amostras que não se caracterizam por uma
inteligência excepcionalmente elevada (ex. QI˃160), e, por esta razão, contribuem para
disseminar a compreensão de que os dotados, como grupo, não apresentam maiores
dificuldades sociais (ALENCAR, 1999; GROSS, 2002); a falta de unidade entre os processos
de avaliação dos efeitos dos programas e os resultados alcançados, o que dificulta a
interpretação dos resultados (UGUR SAK, 2004); falhas de amostragem dificultam a
comparação entre os estudos (FREEMAN, 1994); e a discrepância entre o projeto de pesquisa
e a experiência (McCALLISTER et al., 1996).
Enquanto a maioria dos adolescentes dotados irá desenvolver suas habilidades sociais
de forma saudável e bem ajustada, haverá uma considerável minoria que poderá estar
vivenciando uma série de situações que constitui fonte de risco para seu desenvolvimento
social, mesmo em meio aos seus pares dotados (MURATORI et al., 2003; VIALLE;
194
CIARROCHI, 2007). Entende-se por “fatores de risco” variáveis pessoais ou ambientais que
aumentam a possibilidade de efeitos negativos sobre a saúde, o bem-estar e o comportamento
de uma pessoa (PEREIRA et al., 2008). Com base nesta compreensão, Pocinho (2009) coloca
que os dotados estão particularmente em risco porque suas características internas (pessoais) e
fatores situacionais podem levá-los a dificuldades interpessoais e psicológicas. São
considerados fatores de risco ao desenvolvimento de relações interpessoais satisfatórias do
indivíduo, uma vez que aumentam a probabilidade de consequências negativas acontecerem:
(a) Eventos de vida (ex.: ansiedade, depressão, delinquência, problemas
socioemocionais, baixo autoconceito, repertório limitado de habilidades sociais apropriadas,
presença de comportamentos problemáticos, etc.) constituem fatores de risco para inúmeros
problemas sociais, podendo se estender para a fase adulta, quando não são superados
(PEREIRA et al., 2008; DE MORAIS et al., 2010; VERSTEYNEN, 2011);
(b) Influência do grupo de companheiros (especialmente quando associada a outros
fatores de risco) pode induzir comportamentos antissociais e outras condutas disruptivas
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2007);
(c) Fases de transição do desenvolvimento humano (início da idade escolar,
adolescência, fase adulta, velhice), por exigirem do indivíduo novas tarefas, habilidades e
adaptações;
(d) Outros - falta de apoio social, escolar, ou ambientes domésticos comprometem o
desenvolvimento de relações interpessoais satisfatórias e desejáveis (RENZULLI; REIS,
2004).
Com base no referencial teórico apresentado, inferências podem ser feitas no sentido
de compreender os fatores que podem estar envolvidos na promoção das dificuldades sociais
identificadas no repertório social dos adolescentes dotados em distintos períodos de
participação no CEDET.
Entende-se que os adolescentes dotados apresentaram menor dificuldade no repertório
social em seu primeiro ano de participação no CEDET pela possibilidade de apresentarem
reservas comportamentais trazidas em sua história de vida, pois, conforme Bandeira (et al.,
2006), quanto menor a idade, maior a frequência de habilidade social. Neste caso, a autora
refere-se à menor idade dentro de uma faixa etária de alunos que situam-se nas séries iniciais
do ensino fundamental (1ª a 4ª séries), que corresponde de 7 a 10 anos.
Considerando que, no processo de aprendizagem e aprimoramento das habilidades
sociais, o adolescente transfere os comportamentos desenvolvidos a novas situações, e passa a
agir de forma mais efetiva com o passar do tempo em busca de um repertório social bem
195
elaborado (CABALLO, 1996), entende-se que esta possa ser a explicação para menor
dificuldade social entre os adolescentes que participaram do CEDET por um período de 5 a 6
anos.
Entretanto, nem sempre as transferências ocorrem na íntegra. Este parece ter sido o
caso dos adolescentes dotados que apresentaram maior déficit social no seu segundo ano de
participação no Centro. É possível que os conhecimentos sobre os diferentes papéis da vida
social apreendidos pelos indivíduos na fase inicial da sua adolescência tenham sido
resignificados por ele, conforme a norma social estabelecida pela cultura para os
comportamentos sociais na adolescência, ao entrarem nesta fase. Desta forma, passam a
adotar um novo estilo interpessoal, embora estejam inseridos no mesmo ambiente (Centro).
Também é provável que as transformações fisiológicas tenham desencadeado importantes
modificações da imagem de si mesmo e no modo de se relacionar com os pares, e na
habilidade de enfrentamento nas situações sociais. Ou, ainda, que fatores socioeconômicos
tenham restringido seu acesso ao programa no segundo ano de participação, inviabilizado seu
envolvimento em situações sociais, necessário à aprendizagem das habilidades sociais.
Os resultados obtidos no presente estudo, bem como as hipóteses apresentadas nessa
discussão, concordam com o caráter situacional das habilidades interpessoais, destacando-se a
influência dos contextos social e cultural na aquisição e desempenho dessas, também
verificados em outros estudos (GUENTHER, 2007; MOON et al., 2002; VEIGA et al., 2010;
CROSS; SWIATEC, 2009; ZEIDNER; SCHLEYER, 1999). Tal cenário aponta para a
importância e necessidade de uma extensão do papel educativo da escola em incluir um
programa de Treinamento de Habilidades Sociais (THS) aos seus estudantes, em especial, no
período da adolescência.
O THS é uma abordagem de intervenção que tem sido utilizada para atender às
necessidades sociais de crianças e adolescentes na melhoria da sua capacidade de formar e
manter relacionamentos saudáveis, tornando possível a relação básica entre estes e seus pares,
de forma produtiva (JOHNSON; JOHNSON, 1990; MOOTE et al., 1999; DEL PRETTE;
DEL PRETTE, 2005; NEIHART, 2006; WOOD, 2009).
Três tipos de intervenções estão disponíveis na literatura e podem ser utilizadas nestes
contextos (MURTA, 2005): (I) Primária – Destinada a grupos ou indivíduos expostos a
fatores de risco, mas que ainda não foram acometidos por problemas interpessoais. Objetivam
o desenvolvimento de habilidades sociais como um fator de proteção; (II) Secundária –
Proposta a grupos ou indivíduos já sob o efeito de fatores de risco para problemas
196
Frequência
Dotados
VARIÁVEIS
Habilidades
Sociais
S/ Ind. Dotação
Dificuldade
Figura 5 - Quadro ilustrativo sobre a relação entre a frequência e dificuldade no repertório de habilidades sociais
de adolescentes dotados e adolescentes sem indicadores de dotação às variáveis sociodemográficas e
participação em outros ambientes.
Frequências HS/Dotados/Variáveis
Escolaridade
Adiantamento
o professor que recebe o aluno como os pais e o próprio aluno sentem-se bem sobre a medida
educacional a ser empregada.
Outros Ambientes
De acordo com Del Prette e Del Prette (2009, p. 21), a habilidade de Assertividade
envolve a “capacidade de lidar com situações interpessoais que demandam a afirmação e
defesa de direitos e autoestima”. Ao observar, na literatura, as dificuldades comumente
enfrentadas pelos adolescentes dotados (ex.: preocupação para manter um bom
relacionamento com os seus pares normativos e, ao mesmo tempo, dedicar-se em desenvolver
seu elevado potencial) (CHAN, 2003), e as classes de comportamentos que envolvem a
habilidade de Assertividade (recusar pedidos abusivos e não abusivos, resistir à pressão de
grupo, demonstrar desagrado, dentre outros), observa-se que estas correspondem exatamente
aos comportamentos necessários para enfrentarem situações de conflito. Infere-se que esse
fato explica a preferência dos estudantes pelo Centro e pela frequência ao programa.
Os dados corroboram com a afirmação de Vilaboy (1999), de que a participação dos
jovens em programas específicos destinados ao enriquecimento intelectual pode trazer bons
resultados para a melhora das habilidades sociais.
Estudos têm demonstrado relação positiva entre a participação de estudantes dotados
em programas específicos ao desenvolvimento do seu potencial e o efeito no seu desempenho
social, conforme se mostra a seguir (PAPALIA et al., 1998; MOON et al., 2002; RINN, 2006;
BLUMEN, 2008).
Mahoney et al. (2003) encontraram, em seu estudo, uma relação significativamente
recíproca entre a participação efetiva em atividades extracurriculares promovidas pela escola
e o desenvolvimento da competência social de adolescentes. Entende-se que, ao participar de
novos contextos, demandas diferenciadas de desempenho impõem-se, possibilitando aos
estudantes novas aprendizagens e, consequentemente, o aprimoramento do seu repertório
social (BANDEIRA et al., 2006).
Reis (et al., 2005) considera a participação do aluno dotado em atividades
extracurriculares como um fator de proteção contra os efeitos negativos advindos de outros
ambientes. Segundo Gama (2007), a existência de pares com interesses semelhantes com que
os alunos dotados possam dividir os mesmos interesses, paixões e habilidades constitui um
fator de proteção contra as eventuais pressões. Com as amizades, os adolescentes podem
desenvolver habilidades interpessoais construtivas, autonomia, saúde mental positiva,
203
autoconfiança, e satisfação com o suporte social. Além disso, a interação com os amigos os
ajuda a tomar decisões em conjunto, a expressar empatia, e aprofundar as suas perspectivas,
além de ajudar a desencorajar a agressão, o sofrimento emocional e os comportamentos
antissociais.
Ao considerar que a participação dos adolescentes dotados no CEDET lhes
proporcionou maior frequência na habilidade de Assertividade, entende-se a relevância que o
programa desenvolvido no CEDET representa para estes adolescentes.
em meio a grandes transformações dos costumes e valores advindos nas últimas décadas,
muitas discriminações relacionadas ao gênero ainda permanecem, por vezes, encobertas
(BRASIL, 1997).
Tal compreensão mostra a necessidade de retomar as discussões sobre relações de
gênero, com o objetivo de combater relações autoritárias, e questionar a rigidez dos padrões
de conduta estabelecidos para homens e mulheres, no sentido de apontar para a sua
transformação.
Neste ponto, defende-se a flexibilização dos estereótipos de gênero, permitindo que as
“diferenças” sejam vividas a partir das singularidades dos indivíduos, em oposição aos
padrões preestabelecidos (por exemplo: repressão de comportamentos empáticos ou de
civilidade aos rapazes ou da expressividade emocional para as moças), promovendo a
manifestação das habilidades sociais mais elaboradas presentes no repertório do adolescente
e, a partir destas, oportunizar o aprendizado de novos comportamentos sociais, de forma
igualitária a ambos os sexos.
Considera-se bastante provável que esta relação ocorra, em especial, no período da
adolescência, por acentuarem-se os interesses afetivos e amorosos nesta faixa etária.
Entretanto, tal afirmação deve ser tomada com cautela, tendo em vista que os padrões
comportamentais em relação ao gênero, encontrados em uma cultura, podem não ser
encontrados em outra (CAMPOS, 2010). Neste sentido, entende-se oportuno a condução de
novos estudos voltados à fase da adolescência, em busca das causas da diferenciação de
gênero no repertório social desta população, para a melhoria dos esforços em prol da
intervenção educacional.
Dificuldades HS/Dotados/Variáveis
interações sociais (ABLARD, 1997; SWIATEK; DORR s.d.; LÓPEZ et al., 2002;
SWIATEK, 2002; NEIHART et al., 2002).
Segundo os autores, situações como estas são comumente observadas na fase da
adolescência e, embora os adolescentes sejam capazes de perceber quando estão socialmente
“na periferia” do seu grupo, nem sempre conseguem reverter a situação de modo produtivo ou
expressar sua necessidade de assistência (RING; SHAUGHNESSY, 1993). Embora que,
segundo a literatura, mesmo que soubessem, não o fariam para proteger sua imagem de
competência (NAGC, 2009).
Vilaboy (1999) coloca que a forma mais rápida e eficaz de enfrentar os possíveis
problemas de adaptação social é oferecer atividades para os adolescentes, em que possam
estar em contato com um grupo de pares semelhantes em interesses e capacidade intelectual.
Desta forma, justifica a autora, irão perceber que as características que os distinguiam, na
classe regular, são agora apreciadas e valorizadas como algo positivo, levando-os a
desenvolverem um sentimento de pertencimento ao novo grupo de pares e de aceitação de si
mesmo.
Neste contexto, relacionamentos de amizade tendem a crescer (GROSS, 2001) e a
caracterizarem-se, cada vez mais, por altos níveis de Empatia (RYAN; SHIM, 2008), e,
consequentemente, o desenvolvimento da habilidade de Abordagem Afetiva, uma vez que
reúne as habilidades de estabelecer contato e conversação para relações de amizade, entrar
nos grupos da escola ou trabalho, dentre outras (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Corroborando com os autores, Bronfenbrenner (1994) assegura que a convivência nestes
grupos oportuniza aos envolvidos aprenderem habilidades sociais que não poderiam ser
adquiridas da mesma forma no relacionamento com adultos. Por esta razão, Silverman (1993)
considera a fase da adolescência um período mais favorável à ampliação da interação social à
medida que puderem encontrar outros como eles (CSIKSZENTMIHALYI et al., 1993).
À luz destas considerações, verifica-se que uma proporção considerável da população
adolescente experimenta dificuldades que podem influenciar o seu funcionamento social
durante os anos da adolescência, tal como foi encontrado no presente estudo. A compreensão
deste fato permite uma reflexão sobre a necessidade de intervenções preventivas a esta
população (HALLAHAN; KAUFFAMAN, 2000; VERSTEYNEN, 2011). Programas
destinados ao desenvolvimento das habilidades sociais são recomendados para o atendimento
às necessidades educacionais mais frequentes em nível social, entre os adolescentes dotados, a
fim de que possam desenvolver sentimentos de aceitação e pertencimentos ao grupo, em um
ambiente de respeito e compreensão (MATEOS MARTÍNEZ et al., 2006). A necessidade de
207
Escolaridade/ Idade
Classe Econômica
Sobre esta variável, Caballo (1996) coloca que a probabilidade de ocorrer qualquer
habilidade social é determinada pela dimensão situacional (contexto socioeconômico).
Estudos têm sido realizados para investigar a relação entre as habilidades sociais e a variável
condição socioeconômica, os quais reportaram diferenças significativas entre estas. Por
exemplo, autores têm constatado a relação existente entre dificuldades sociais à variável nível
socioeconômica, demonstrando que, quanto maior o nível socioeconômico, maior o escore
das habilidades sociais, e que menor nível socioeconômico está associado a menor escore de
habilidades sociais (BANDEIRA et al., 2006; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2009).
Considerando que a dificuldade entre os adolescentes sem indicadores de dotação
esteve voltada para a habilidade de Desenvoltura Social, entende-se que o grupo pode ter
209
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
repertório social daqueles que frequentavam as classes do 2º ano do ensino médio. Nas
subescalas de Dificuldade do repertório social de adolescentes dotados em relação à variável
escolaridade, não foi encontrada diferença significativa, indicando que estes podem ter
dificuldades sociais em diferentes graus de escolaridade. Ao contrário, os adolescentes sem
indicadores de dotação apresentaram diferença significativa na habilidade de Civilidade,
evidenciando maior dificuldade entre os alunos do 2º ano do ensino médio.
Adiantamento. Nas subescalas de Frequência do repertório social de adolescentes
dotados em relação à variável adiantamento, não foi encontrada diferença significativa,
indicando que a frequência do repertório social nesta população mostra-se de forma
semelhante para os que foram acelerados e para aqueles que não foram acelerados. À
semelhança dos adolescentes dotados, não foi encontrada diferença significativa para os
adolescentes sem indicadores de dotação nesta variável. Nas subescalas de Dificuldade do
repertório social de adolescentes dotados em relação à variável adiantamento, os adolescentes
dotados “adiantados um ano” diferiram dos adolescentes dotados “não adiantados” na
habilidade de empatia, com média inferior para os “adiantados”, indicando maior dificuldade
no repertório social dos adolescentes dotados “não adiantados”. Já os adolescentes sem
indicadores de dotação não apresentaram diferença significativa nas dificuldades de emissão
das habilidades sociais, indicando que, para os adolescentes sem indicadores de dotação
acelerados a dificuldade do seu repertório social assemelha-se à dificuldade dos seus pares
sem indicadores de dotação que não foram acelerados.
Participação em outros ambientes. As subescalas de Frequência do repertório social
de adolescentes dotados em relação à variável “ambiente que participam quando não estão na
escola” apresentaram-se de forma semelhante. Entretanto, a frequência do repertório social de
adolescentes sem indicadores de dotação nesta mesma variável, apresentou diferença
significativa na habilidade de empatia, onde, “atividades com a família”, “atividades
educacionais” e “atividades remuneradas” evidenciaram maior frequência, e “atividades
religiosas” e “atividades de lazer” apresentaram menor frequência nesta habilidade. Com
relação à variável “tempo de participação em outros ambientes” (atividade remunerada,
atividade com a família, atividades educacionais, atividades religiosas, e atividades de lazer),
foi encontrada diferença significativa na habilidade de abordagem afetiva entre: “menos de 1
ano”, com menor frequência e “1 ano”, com maior frequência, entre os adolescentes sem
indicadores de dotação. Nas subescalas de Dificuldade do repertório social de adolescentes
dotados em relação à variável “tempo de participação no ambiente (CEDET)”, foi encontrada
diferença significativa em seis subescalas de habilidades sociais entre “1 ano” a “6 anos, onde
212
a “menor dificuldade” esteve para “1 ano” de participação nas seguintes habilidades: total,
empatia, autocontrole, assertividade, abordagem afetiva e desenvoltura social, em relação a
“2 anos de participação”. Da mesma forma, “5 anos” e “6 anos” de participação apresentaram
“menor dificuldade” nas habilidades: total, empatia, assertividade, abordagem afetiva e
desenvoltura social, em relação a “2 anos” de participação. Finalmente, a “maior dificuldade”
nas habilidades sociais foi encontrada entre os adolescentes dotados que participaram “2
anos” no CEDET. Nas subescalas de Dificuldade do repertório social de adolescentes sem
indicadores de dotação em relação à variável “ambiente que participam quando não estão na
escola”, não foi encontrada diferença significativa, indicando que a dificuldade no repertório
social desta população se apresenta de forma semelhante em todos os ambientes mencionados
(atividade remunerada, atividade com a família, atividades educacionais, atividades religiosas,
e atividades de lazer).
Os resultados obtidos da relação entre o repertório de habilidades sociais de
adolescentes dotados e de adolescentes sem indicadores de dotação, quanto às variáveis
socioeconômicas, demográficas e de participação em outros ambientes, demonstraram
diferenças em alguns casos na Frequência e na Dificuldade para os dois grupos, conforme se
apresentam a seguir.
Nas subescalas de Frequência do repertório social de adolescentes dotados, a maior
frequência do seu repertório social total está associada à sua escolaridade; a maior frequência
na habilidade de civilidade está associada ao seu adiantamento escolar; e a maior frequência
da habilidade de assertividade está associada à sua participação em outros ambientes (razões
para gostar do outro ambiente e dias por semana que frequenta outro ambiente). Já para os
adolescentes sem indicadores de dotação, foi encontrada relação entre a habilidade de
abordagem afetiva e sexo. Nas subescalas de Dificuldade do repertório social de adolescentes
dotados, constatou-se relação significativa entre habilidade total, empatia, abordagem afetiva
e o tempo de participação em outro ambiente (no CEDET). Para os adolescentes sem
indicadores de dotação, constatou-se relação significativa entre habilidade de desenvoltura
social e as variáveis: escolaridade, idade e classe econômica.
Implicações do estudo
A conclusão que se chega com o presente estudo, mostra que, os níveis de habilidades
sociais em adolescentes dotados são muitas vezes semelhantes aos daqueles encontrados em
adolescentes sem indicadores de dotação. Revela ainda, que dificuldades podem ser
213
Limitações do Estudo
REFERÊNCIAS
ABLARD, Karen E. Self-perceptions and needs as a function of type of academic ability and
gender. Roeper Review, v. 20, p. 110-116, 1997.
ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia; PINHEIRO, Leonardo Castro de; LIMA,
Fabiano de Sousa; MARTINELLI, Cláudia da Costa. Juventude, violência e
vulnerabilidade social na América Latina: Desafios para políticas públicas. Brasília:
UNESCO, 2002.
ALBERTA Learning. The Journey: a handbook for parents of children who are gifted and
talented. Learning and Teaching Resources Branch. 2004. p. 1-109.
ALENCAR, Eunice Maria Lima Soriano de; FLEITH, Denise de Souza. Lim: características e
desenvolvimento de uma criança com uma inteligência matemática excepcional. Cadernos de
Pesquisa NEP, v. 2, p. 1-11, 1996.
______. Superdotados: determinantes, educação e ajustamento. 2. ed. São Paulo: EPU, 2001.
215
ALONSO, Juan Antonio. La atención a los alumnos superdotados a lo largo de uma década
(1996-2006). In: JORNADAS NACIONALES SOBRE ESCUELA Y SUPERDOTACIÓN
INTERCAMBIO E EXPERIENCIAS, 2006a, Barcelona: Universitad de Barcelona, p. 38-64,
cap. III.
ALTAFIN, Iara Guimarães. Ensino de baixa qualidade gera rebeldia em aluno superdotado,
diz diretor do Ministério da Ciência e Tecnologia. Agência Senado, DF, 24 jun. 2008.
BAIN, Sherry K.; BELL, Sherry Mee. Social Self-Concept, Social Attributions, and Peer
Relationships in Fourth, Fifth, and Sixth Graders Who Are Gifted Compared to High
Achievers. Gifted Child Quarterly, v. 48, n. 31, 2004.
BANDEIRA, Marina; ROCHA, Sandra Silva; FREITAS, Lucas Cordeiro; DEL PRETTE,
Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir.Habilidades Sociais e variáveis
sociodemográficas em estudantes do ensino fundamental. Psicologia em Estudo, v. 11, n. 3,
p. 541-549, set./dez., 2006.
BARNETT, Lynn; FISCELLA, Joan. A child by any other name...A comparison of the
playfulness of gifted and nongifted children. Gifted Child Quarterly, v. 29, p. 61-66, 1985.
BESNOY, Kevin D.; CUKIERKORN, Jesse. Gifted/ at-risk youth. Friends for Gifted
Education Newsletter, v. 6, Issue 1, p. 1-4, 2006.
BOLSONI-SILVA, Alessandra T.; DEL PRETTE, Zilda Aparecida. Pereira; DEL PRETTE,
Giovana; MONTAGNER, Ana Roberta; BANDEIRA, Marina; DEL PRETTE, Almir.
Habilidades sociais no Brasil: uma análise dos estudos publicados em periódicos. In:
BANDEIRA, Marina; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir (Org.).
Estudos sobre habilidades sociais e relacionamento interpessoal. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2006. p. 1-45.
______. Entorno escolar del alumnando de altas capacidades intelectuales frente a sus
compañeros de distinto nivel de inteligência. Faisca: Revista de Altas Capacidades, v. 15, n.
17, 2010.
BORLAND, James H. Gifted Education Without Gifted Children: The Case for No
Conception of Giftedness. In: STERNBERG, Robert Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.).
Conceptions of Giftedness. 2nd edition. Cambridge University Press, 2005. p. 1-19.
BOUCHET, Nicole; FALK, R. Frank. The relationship among giftedness, gender and
overexcitability. Gifted Child Quarterly, v. 45, p. 260-267, 2001.
______. Manual de avaliação e treinamento das habilidades sociais. São Paulo: Santos
Livraria Editora, 2003.
CAMPOS, Regina Helena de Freitas (Org.). Helena Antipoff: textos escolhidos. São Paulo:
Casa do Psicólogo. 2002.
CÁRDENAS ZULUAGA, Claudia. Concepciones de los maestros del instituto técnico marco
Fidel Suárez de la ciudad de Manizales, frente a las capacidades excepcionales. Plumilla
Educativa, n. 7, dic. 2010. ISSN 1657-4672.
______. The three-stratum theory of cognitive abilities. In: FLANAGAN, Dawn P.;
GENSHAFT, Judy L.; HARRISON, Patti L. (Ed.). Contemporary intellectual assessment:
theories, tests, and issues. New York: The Guilford Press, 1997. p. 122-130.
CATTELL, Raymond Bernard. Abilities: their structure, growth, and action. Boston:
Houghton Mifflin, 1971.
CHAN, David Wai-ock. Dimensions of Emotional Intelligence and Their Relationships With
Social Coping Among Gifted Adolescents in Hong Kong. Journal of Youth and
Adolescence, v. 32, n. 6, p. 409-418, Dec. 2003.
______. The Structure of Social Coping among Chinese Gifted Children and Youths in Hong
Kong. Journal for the Education of the Gifted. Prufrock Press Inc, v. 29, n. 1, p. 8-29,
2005. Disponível em: <http://www.prufrock.com>. Acesso em: 12 ago. 2012.
CHUNG, Dongil; YUN, Kyongsik; KIM, Jin Ho; JANG, Bosun; JEONG, Jaeseung. Different
Gain/Loss Sensitivity and Social Adaptation Ability in Gifted Adolescents during a Public
Goods Game. PLoS ONE, v. 6, n. 2, p. 1-11, 2011.
CONBRASD. Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado com foco direto nas Altas
Habilidades/ Superdotação defendidas no período de 1987 A 2009, relacionadas no
Banco de Teses da CAPES. Atualizado em 25 abr. 2010. Disponível em:
220
CONOVER, W. U. Practical Nonparametric Statistics. 2. ed. John Wiley & Sons, 1980.
493 p.
CORNELL, Dewey. Child adjustment and parent use of the term "gifted". Gifted Child
Quarterly, v. 33, n. 2, p. 59-64, 1989.
COSTA, Mara Regina Nieckel da. Um olhar sobre o adolescente com Altas habilidades. In:
FREITAS, Soraia Napoleão (Org.). Educação e Altas Habilidades/Superdotação: a ousadia
de rever conceitos e práticas. Santa Maria: Editora da UFSM, 2006. cap. 5, p. 109-125.
COWAN, Philip A.; COWAN, Carolyn Pape; SCHULZ, Marc S. Thinking about risk and
resilience in families. In: HETHERINGTON, E. M.; BLECHMAN, E. A. (Org.). Stress,
coping and resiliency in children and families. New Jersey: Lawrence Erlbaum, 1996. p. 1-
38.
CROSS, Tracy L. On the social and emotional lives of gifted children. Waco, TX:
Prufrock Press, 2001.
CROSS, Tracy L.; ADAMS, Cheryll; DIXON, Felicia; HOLLAND, Jason. Psychological
Characteristics Of Academically Gifted Adolescents Attending A Residential Academy: a
longitudinal Study. Journal for the Education of the Gifted, v. 28, n. 2, p. 159-181, 2004.
CROSS, Tracy L.; STEWART, Roger A.; COLEMAN, Laurence J. Phenomenology and its
implications for gifted studies research: investigating the lebenswelt of academically gifted
students attending an elementary magnet school. Journal for the Education of the Gifted.
22 Mar. 2003. Disponível em: <http://business.highbeam.com/61730/article-1G1-
167255378/phenomenology-and-its-implications-gifted-studies-research>. Acesso em: 20 set.
2011.
DAUBER, Susan L.; BENBOW, Camilla Persson. Aspects of personality and peer relations
of extremely talented adolescents. Gifted Child Quarterly, v. 34, p. 10-14, 1990.
DAVIS, G. A.; RIMM, S. B. Education of the gifted and talented. 4. ed. Boston: Allyn and
Bacon, 1998.
DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Habilidades sociais: Uma
área em desenvolvimento. Psicologia Reflexão e Crítica, v. 9, n. 2, p. 233-255, 1996.
______. Psicologia das habilidades sociais: terapia e educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
______. Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática. 1. ed. Petrópolis:
Vozes, 2005a. 276 p.
______. Psicologia das Habilidades Sociais na Infância: teoria e prática. 3. ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2008.
______. Enfoques e modelos do treinamento de habilidades sociais. In: DEL PRETTE, Almir;
DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira (Org.). Habilidades sociais: intervenções efetivas em
grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. p. 19-56.
DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; ROCHA, Marina Monzani da; SILVARES, Edwiges
Ferreira de Matos; DEL PRETTE, Almir. Social Skills and Psychological Disorders:
Converging and Criterion-Related Validity for YSR and IHSA-Del-Prette in Adolescents at
Risk. Univ. Psychol. Bogotá, Colombia, v. 11, n. 3, p. 941-955, Jul-Sept. 2012 .
DEL VALLE, Javier Del Cerro. La superdotación en las reformas sociales: ¿un fenómeno
marginal? Pedagogia Social, n. 12, p. 157- 176, 1995.
FEITOSA, Fabio Biasotto; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira. Social Skills related to
academic achievement: reflections on special education interventions. In: GARCIA, Agnaldo
(Org.). Relacionamento Interpessoal: estudos e pesquisas. Vitória, ES: UFES, 2006. 142 p.
FEITOSA, Fabio Biasotto; MATOS, Margarida Gaspar de; DEL PRETTE, Zilda Aparecida
Pereira; DEL PRETTE, Almir. Suporte social, nível socioeconômico e o ajustamento social e
escolar de adolescentes. Temas em Psicologia, v. 13, n. 2, p. 129-138, 2005.
______. Talent Development in Gifted Education. ERIC Digest E610, 2001. p. 1-5.
______. Giftedness, Talent, Expertise, and Creative Achievement. In: STERNBERG, Robert
Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.). Conceptions-of-Giftedness. 2nd edition. Cambridge
University Press, 2005. p. 64-79.
FERNANDES, Idilia. O lugar da identidade e das diferenças nas relações sociais. Textos e
Contextos, Porto Alegre, n. 6, ano V, p. 1-12, dez. 2006. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/1032/811>. Acesso em:
12 fev. 2013.
FIELD, Tiffany; HARDING, Jeff; YANDO, Regina; GONZALEZ, Ketty; LASKO, David;
BENDELL, Debra; MARKS, Carol. Feelings and attitudes of gifted students. Adolescence,
San Diego, CA, v. 33, n. 130, p. 331-342, 1998. (ProQuest Hospital Collection).
FLEITH, Denise de Souza; ALENCAR, Eunice Maria Lima Soriano. La educación de niños
com talento en Brasil. In: BENAVIDES, Maryorie; BLANCO, Rosa; CASTRO, Enrique;
MAZ, Alexander (Ed.). Hacia la definición del término talento. Santiago: Trineo S.A./
UNESCO, nov. 2004. p. 25-35.
FLEITH, Denise de Souza (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com
altas habilidades/superdotação. Brasília: MEC/ SEESP, 2007. v. 1-4.
FREEMAN, Joan. Some emotional aspects of being gifted. Journal for the Education of
The Gifted, v. 17, p. 180-197, 1994.
______. Permission to Be Gifted: How Conceptions of Giftedness Can Change Lives. In:
STERNBERG, Robert Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.). Conceptions-of-Giftedness. 2nd
edition. Cambridge University Press, 2005. p. 80-97.
______. The Emotional Development of Gifted and Talented Children. Gifted and Talented
International. World Council for Gifted and Talented Children, v. 21, n. 2, p. 20-28, Dec.,
2006b.
FREEMAN, Joan; GUENTHER, Zenita Cunha. Educando os mais capazes: ideias e ações
comprovadas. São Paulo: EPU, 2000.
FRIEND, Marilyn Penovich. Students who are Gifted and Talented. In: ______. Special
education: contemporary perspectives for school professionals. 2. ed. Pearson Education, Inc.
2008. p. 478-510.
______. Transforming gifts into talents: the DMGT as a developmental theory. High Ability
Studies, v. 15, p. 119-147, 2004.
225
______. From Gifts to Talents: The DMGT as a Developmental Model. In: STERNBERG,
Robert Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.). Conceptions-of-Giftedness. 2nd edition.
Cambridge University Press. 2005. p. 98-119.
______. Building gifts into talents. Talent Development according to the DMGT. news &
science. n. 19/Ausgabe 2, p. 27-30, 2008.
______. Building gifts into talents: Detailed overview of the DMGT 2.0. In:
MACFARLANE, B.; STAMBAUGH, T. (Ed.). Leading change in gifted education:
Thefestschrift of Dr. Joyce VanTassel-Baska. Waco, TX: Prufrock Press, 2009a. p. 61-80.
______. Debating giftedness: pronat vs. antinat. In: SHAVININA, Larissa V. (Ed.).
International Handbook on giftedness. Amsterdam: Springer Science and Business Media,
2009b. p. 155-204.
GAMA, Maria Clara Sodré Salgado (Ed.); MIRANDA, Cecília; MELO, Laurinda B. G.;
LIGIÉRO, Maria Beatriz; RIVERA, Monica Fomm; HILL, Oneida MA; CAVALCANTI,
Paula Pessoa. Educação de Superdotados: teoria e prática. São Paulo: EPU, 2006.
GALLAGHER, James John. Teaching the gifted child. 3. ed. Boston: Allyn and Bacon,
1985. 485 p.
GALTON, Francis. Hereditary Genius: an inquiry into its laws and consequences.
Macmillan: London, 1869.
GARCÍA GONZÁLEZ, Maria Luz A.; GONZÁLEZ MARTÍNEZ, Maria Teresa. El nino
sobredotado: aspectos psicológicos y educativos. Aula: Revista de Pedagogía de la
Universidad de Salamanca, n. 9, p. 217-235, 1997.
GARDNER, Howard. Frames of mind: the theory of multiple intelligences. New York:
Basic Books, 1983.
GARGIULO, Richard M. Persons who are Gifted and Talented. In: ______. Special
Education in Contemporary Society: an introduction to Exceptionality. 2. ed. Thomson
Wadsworth. 2006. p. 340-393.
GENSHAFT, Judy; BROYLES, J. Stress management and the gifted adolescent. In:
BIRELEY, Marlene; GENSHAFT, Judy (Ed.). Understanding the gifted adolescent. New
York: Teachers College Press. 1991. p. 76-87.
GROSS, Miraca Una Murdoch. The use of radical acceleration in cases of extreme intellectual
precocity. Gifted Child Quarterly, v. 36, p. 91-99, 1992.
______. Factors in the social adjustment and social acceptability of extremely gifted children.
In: COLANGELO, Nicholas; ASSOULINE, Susan G.; AMBROSON, DeAnn Lynn. (Ed.).
Talent development. Dayton, OH: Ohio Psychology Press, 1994. p. 473-477.
______. The “me” behind the mask Intellectually gifted students and the search for identity.
Roeper Review, v. 20, n. 3, p. 167-174, 1998.
______. "Play Partner" or "Sure Shelter"? Why gifted children prefer older friends. In:
AUSTRALASIAN INTERNATIONAL CONFERENCE ON THE EDUCATION OF
GIFTED STUDENTS. Gifted Education Research, Resource and Information Centre. 4.,
Melbourne. Paper... Aug. 2001.
GUENTHER, Zenita Cunha. A Center for Talent Development in Brazil. Gifted and
Talented International, v. X, n. 1, p. 26-30, 1995.
______. Capacidade e talento: um programa para a escola. São Paulo: EPU, 2006a.
GUILFORD, Joy Paul. The Nature of Human Intelligence. New York: McGraw-Hill, 1967.
227
HALLAHAN, Daniel P.; KAUFFMAN, James M. Leaners with Special Gifts and Talents. In:
______. Exceptional learners: introduction to special education. 10. ed. Pearson Education,
Inc. 2005. p. 496-525.
HAYES, Marnell L.; SLOAT, Robert S. Gifted students at risk for suicide. Roeper Review,
v. 12, p. 202-207, 1989.
HOLLINGWORTH, Leta Stetter. Children above 180 IQ: Origin and development. New
York: World Books, 1942.
JANOS, Paul M.; FUNG, Hellen C.; ROBINSON, Nancy. Self-concept, self-esteem, and peer
relations among gifted children who feel "different". Gifted Child Quarterly, v. 29, p. 78-81,
1985.
JANOS, Paul M.; MARWOOD, Kristi A.; ROBINSON, Nancy M. Friendship patterns in
highly intelligent children. Roeper Review, v. 8, n. 1, p. 46-49, 1985.
______. Los superdotados como grupo y los distintos grupos de superdotados: La Loce.
Indivisa. Boletin de Estúdios e Investigación, Madrid, n. 5, p. 9-31, 2004.
228
JOLLY, Jennifer L.; KETTLER, Todd. Gifted Education Research 1994–2003: A Disconnect
Between Priorities and Practice. Journal for the Education of the Gifted, v. 31, n. 4, p. 427-
446, 2008.
KÁROLYI, Catya von; WINNER, Ellen. Extreme Giftedness. In: STERNBERG, Robert
Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.). Conceptions-of-Giftedness. 2nd edition. Cambridge
University Press, 2005. p. 377-394.
KAZDIN, Alan E. Adolescent mental health: Prevention and treatment programs. American
Psychologist, Washington, v. 48, p. 127-141, 1993.
KITANO, Margie K. Teaching students who are gifted and Talented. In: LEWIS, Rena B.;
DOORLAG, Donald H. Teaching Special Students in General Education Classrooms. 7th
ed. Merrill Prentice Hall, 2005. chap. 16, p. 356-377.
LAGE VILABOY, Ana María. Familia y superdotación. Las necesidades familiares: otro
aspecto de la intervención en altas capacidades. Faisca: Revista de Altas Capacidades, n. 7, p.
85-96, 1999.
LANDAU, Érika. Ser superdotado no es sólo ser inteligente, sino que también abarca
aspectos sociales y emocionales. Revista Complutense de Educación, Madrid, v. 8, n. 2,
1997. Servicio de Publicaciones. Universidad Complutense.
LEHMAN, Elyse Brauch; ERDWINS, Carol J. The Social and Emotional Adjustment of
Young, Intellectually Gifted Children. In: MOON, Sidney M. (Ed.). Social/Emotional Issues,
Underachievement, and Counseling of Gifted and Talented Students. Thousand Oaks:
Corwin, 2004. p. 1-8.
LIND, Sharon. Overexcitability and the gifted. The SENG Newsletter, v. 1, p. 3-6, 2001.
LUPOWSKI, A. Growing up, growing older: Social and emotional needs. Roeper Review, p.
124-127, 1989.
MAKER, June C.; SCHIEVER, Shirley W. Teaching models in education of the gifted. 3nd
edition. Austin, Tex.: Pro-Ed, 2005.
______. Curriculum development and teaching strategies for gifted learners. 3nd edition.
2010. Previous Edition. Disponível em:
<http://www.proedinc.com/customer/productView.aspx?ID=984>. Acesso em: 10 ago. 2012.
MANNING, Sandra. Recognizing Gifted Students: A Practical Guide for Teachers. Kappa
Delta Pi Record, 2006. p. 64-68.
MARLAND, Sidney P. Education of the gifted and talented: Report to the Congress of the
United States by the U.S. commissioner of education. Washington, DC: U.S. Government
Printing Office, 1972.
MARTINS, Cláudia Solange Rossi. Identificação do aluno com potencial para Altas
Habilidades/Superdotação no Sistema Educacional Adventista em Manaus. 199 p.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2006.
McFALL, Richard M. A review and reformulation of the concept of social skills. Behavioral
Assesment, v. 4, p. 1-33, 1982.
McGREW, Kevin S.; FLANAGAN, Dawn P. The intelligence test desk reference (ITDR):
Gf-Gc cross-battery assessment. Boston: Allyn & Bacon, 1998.
MEDINA BALMASEDA, María Teresa. Análisis de las actitudes del profesorado ante la
educación de los niños superdotados. 712 p. Tesis (Doctoral em Educación Especial) –
Departamento de Didáctica y Organización Escolar, Facultad de Educación, Universidad
Complutense de Madrid, Madrid, 2006.
MILLER, Nancy B. Emotional development, intellectual ability, and gender. Journal for the
Education of the Gifted, v. 18, p. 20-38, 1994.
MIRANDA, Lúcia do Rosário Cerqueira de. Da identificação às respostas educativas para
alunos sobredotados: Construção, aplicação e avaliação de um programa de enriquecimento
escolar. 237 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Educação e Psicologia,
Universidade do Minho, 2008.
MÖNKS, Franz J.; KATZKO, Michael W. Giftedness and Gifted Education. In:
STERNBERG, Robert Jeffrey; DAVIDSON, Janet E. (Ed.). Conceptions-of-Giftedness. 2nd
edition. Cambridge University Press, 2005. p. 187-200.
MORETTIN, Pedro Alberto; BUSSAB, Wilton de Oliveira. Estatística Básica. 5. ed. Editora
Saraiva, 2002.
MURTA, Sheila Giardini; DEL PRETTE, Almir; NUNES, Fernanda Costa; DEL PRETTE,
Zilda Aparecida Pereira. Problemas en la adolescencia: contribuciones del entrenamiento en
habilidades sociales. In: SALDANA, M. R. R. Intervención psicológica para adolescentes:
Âmbitos educativo y de la salud. Bogotá: PSICOM Editores.
NAGC (National Association for Gifted Children). Nurturing Social and Emotional
development of gifted children. 2009. p. 1-4.
NAREA, Marigen; LISSI, María Rosa; ARANCIBIA, Violeta. Impacto en la Sala de Clases
de un Programa Extraescolar de Enriquecimiento Para Alumnos con Talentos Académicos.
Psykhe, v. 15, n. 2, p. 81-92, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-22282006000200008&script=sci_arttext>.
Acesso em: 10 jul. 2012.
NEIHART, Maureen. The impact of giftedness on psychological well-being: What does the
empirical literature say? Roeper Review, v. 22, n. 1, p. 10-17, Sept. 1999.
NEIHART, Maureen; REIS, Sally M.; ROBINSON, Nancy M.; MOON, Sidney M. (Ed.).
The social and emotional development of gifted children: What do we know? Waco,
Texas: Prufrock Press, Inc. 2002. p. 31-40.
231
______. Las teorías de la inteligência y la superdotación. Aula Abierta, n. 84, p. 23-38, 2004.
PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera. Gasparzinho vai à Escola: um estudo sobre as
características do aluno com altas habilidades produtivo-criativo. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2004.
232
______. Sobre perguntas e conceitos. In: FREITAS, Soraia Napoleão (Org.). Educação e
altas habilidades/superdotação: a ousadia de rever conceitos e práticas. Santa Maria, RS:
Editora da UFSM, 2006. p. 37-59.
______. Ser ou não ser, eis a questão: o processo de construção da identidade na pessoa com
altas habilidades/superdotação adulta. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2008.
______. O culto aos mitos sobre as altas habilidades/superdotação? Psicol. Argum., v. 29, n.
67, p. 513-531, out./dez. 2011.
PIIRTO, Jane. Understanding creativity in domains using the Piirto pyramid of talent
development as a framework. Mensa Research Journal, v. 39, n. 1, p. 74-84, 2004.
PIIRTO, Jane; HEWARD, William L. Giftedness and Talent. In: HEWARD, William L.
Exceptional Children: an introduction to special education. 8. ed. Pearson Education, Inc.
2006. chap. 13, p. 508-551.
POMAR TOJO, Carmen María; DÍAZ FERNÁNDEZ, Olga. Desmotivación académica del
alumno superdotado. Faisca: Revista de Altas Capacidades, v. 6, 1998. Disponível em:
<http://revistas.ucm.es/index.php/FAIS/article/view/FAIS9898110117A>. Acesso em: 2 out.
2012.
PORTO CASTRO, Ana Maria. Superdotados: a súa educación em perspectiva actual. Revista
Galega do Ensino, n. 32, p. 183-197, out. 2001.
PRIMI, Ricardo. Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de medida.
Aval. psicol., v. 2, n. 1, p. 67-77, 2003. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v2n1/v2n1a08.pdf>. Acesso em: 2 out. 2012. ISSN 2175-
3431.
REIS, Sally M. Social and emotional issues Faced by gifted girls in elementary and secondary
school. Supporting Emotional Needs of the Gifted. SENG Newsletter, v. 2, n. 3, p. 1-5, 2002.
REIS, Sally M.; RENZULLI, Joseph S. The schoolwide enrichment model. A How-To
Guide for Educational Excellence. Mansfield Center, CT: Creative Learning Press, 2nd
edition, 1997.
______. Current Research on the Social and Emotional Development of Gifted and Talented
Students: Good News and Future Possibilities. Psychology in the Schools, v. 41, n. 1, p. 119-
130, jan. 2004.
______. Myth 1: The Gifted and Talented Constitute One Single Homogeneous Group and
Giftedness Is a Way of Being That Stays in the Person Over Time and Experiences. Gifted
Child Quarterly, v. 53, n. 4, 2009.
______. Intellectual Giftedness. In: STERNBERG, Robert Jeffrey.; KAUFMAN, Scott Barry
(Ed.). The Cambridge Handbook of Intelligence. Cambridge University Press. Printed in
the United States of America. First published 2011. chap. 12, p. 235-252.
RENZULLI, Joseph Smith. What makes giftedness? Re-examining a definition. Phi Delta
Kappan, v. 60, n. 3, p. 180-184, 1978.
______. What is this thing called giftedness, and how do we develop it? A twenty-five year
perspective. Journal for the Education of the Gifted, v. 23, n. 1, p. 3-54, 1999.
REYZÁBAL, María Victoria et al. (Coord.). Respuestas educativas al alumnado com altas
capacidades intelectuales. Guía para elaborar el Documento Individual de Adaptaciones
Curriculares de ampliación o enriquecimiento. Comunidad de Madrid: Consejería de
Educación, Dirección General de Promoción Educativa, 2007.
234
RIMM, Sylvia. Peer pressures and social acceptance of gifted students. In: NEIHART,
Maureen; REIS, Sally; ROBINSON, Nancy M.; MOON Sidney M. (Ed.). The social and
emotional development of gifted children: What do we know? Washington, DC: National
Association for Gifted Children, 2002. p. 13-18.
______. Social Adjustment and Peer Pressures for Gifted Children. Davidson Institute for
Talent Development, 2003.
ROBINSON, Nancy M. Introduction. In: NEIHART, Maureen; REIS, Sally M.; ROBINSON,
Nancy M.; MOON, Sidney M. (Ed.). The social and emotional development of gifted
children: What do we know? Waco, TX: Prufrock Press, 2002. p. xi-xxiv.
______. The social world of gifted children and youth. 2008. chap. 3, p. 33-51.
ROEPER, Annemarie. How the gifted cope with their emotions. In: ______. Selected
writings and speeches. Minneapolis, MN: Free Spirit, 1995. p. 74-84.
ROGERS, Karen B. Re-forming gifted education: Matching the program to the child.
Scottsdale, AZ: Great Potential Press, 2002.
RUBIO, Clara Coleto. Intervención Educativa con Alumnado que presenta altas capacidades
intelectuales. Revista Digital Inovación y Experiencias Educativas, n. 17, p. 1-9, abr. 2009.
RUBIO JURADO, Francisco. “Los alumnos/as con altas capacidades intelectuales”. Revista
Digital Innovación y Experiencias Educativas, n. 19, p. 4-5, jun. 2009.
RUDASILL, Kathleen Moritz; FOUST, Regan Clark; CALLAHAN, Carolyn M. The social
coping questionnaire: an examination of its structure with an American sample of gifted
adolescents. Journal for the Education of the Gifted, Prufrock Press Inc., v. 30, n. 3, p.
353-371, 2007.
SCHNEIDER, Barry H.; CLEGG, Marjorie R.; BYRNE, Barbara M.; LEDINGHAM, Jane
E.; CROMBIE, Gail. Social Relations of Gifted Children as a Function of Age and School
Program. Journal of Educational Psychology, v. 81, n. 1, p. 48-56, 1989.
SCHULER, Patricia A. Gifted kids at risk: Who’s listening? Supporting Emotional Needs of
the Gifted, 2003. Disponível em: <http://www.sengifted.org/archives/articles/gifted-kids-at-
risk-whos-listening>. Acesso em: 20 abr. 2012.
______ (Org.). Counseling the gifted and talented. Denver, CO: Love, 1993.
SMITH, Deborah Deutsch. Giftedness and Talent Development. In: ______. Introduction to
special education: making a difference. 6th ed. Pearson Education, Inc. 2007. chap. 14, p.
493-525.
SOWA, Claudia J.; MAY, K. M. Expanding Lazarus and Folkman’s paradigm to the social
and emotional adjustment of gifted children. Gifted Child Quarterly, v. 41, n. 2, p. 36-43,
1997.
STABILE DE UICICH, Rosa Marne. Educacion del alumno con superdotacion, en situacion
de riesgo. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE SUPERDOTACIÓN, TALENTO Y
CREATIVIDAD, 6., 2006. p. 42-51.
236
______. Psicologia cognitiva. Tradução de Maria Regina Borges Osório. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2000.
______. WICS as a Model of Giftedness. High Abilities Studies, v. 14, n. 2, 2003.
SWIATEK, Mary Ann. An empirical investigation of the social coping strategies used by
gifted adolescents. Gifted Child Quarterly, v. 39, n. 3, p. 154-161, 1995.
______. Social coping among gifted elementary school students. Journal for the Education
of the Gifted, v. 26, n. 1, p. 65-86, 2002.
SWIATEK, Mary Ann; DORR, Rebekah M. Revision of the social coping questionnaire:
replication and extension of previous findings. Journal of secondary gifted education, v. 10,
issue 1, 8 p., 5 charts.
______. Nature and nurture of giftedness. In: COLANGELO, Nicholas; DAVIS, Gary.
Handbook of gifted education. 3nd ed. Boston: Allyn & Bacon, 2003. p. 45-59.
VALADEZ SIERRA, María de los Dolores. Niñas, superdotación y contexto social. Educar.
Revista de Educación. abr./jun. 2004. p. 53-58.
VAN BOXTEL, Herman W.; MÖNKS, Franz J. General, social, and academic self-concepts
of gifted adolescents. Journal of Youth and Adolescence, Netherlands, v. 21, p. 169-186,
1992.
VERSTEYNEN, Linda. Issues in the social and emotional adjustment of gifted children: what
does the literature say? The New Zealand Journal of Gifted Education, v. 13, n. 1, p. 1-8,
2011.
VIALLE, Wilma; HEAVEN, Patrick C. L.; CIARROCHI, Joseph V. On being gifted, but sad
and misunderstood: Social, emotional and academic outcomes of gifted students in the
Wollongong Youth Study. Educational Research and Evaluation: an international journal
on theory and practice, v. 13, n. 6, p. 569-586, 2007.
______. Enriquecimento Escolar em Salas de Aula Regular e de Recursos para Alunos com
Altas Habilidades / Superdotação: uma perspectiva inclusiva. In: SEMINÁRIO NACIONAL
DE FORMAÇÃO DE GESTORES E EDUCADORES. 3., Ensaios Pedagógicos. Educação
Inclusiva: direito à diversidade. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.
Brasília, DF, 2006. p. 301-312.
238
YOO, Jin Eun; MOON, Sidney M. Counseling Needs of Gifted Students: An Analysis of
Intake Forms at a University-Based Counseling Center. Gifted Child Quarterly, v. 50, n. 1,
p. 52-61, 2006.
______. Misdiagnosis and dual diagnosis of gifted children. Supporting Emotional Needs of
the Gifted. 2000. Disponível em:
<http://earlylifepsych.com/app/download/6468266404/Gifted+Kids++Misdiagnosis.pdf>.
Acesso em: 1 dez. 2012.
______. Dabrowski’s Theory and Existential Depression in Gifted Children and Adults.
Davidson Institute for Talent Development, 2009.
WERTS, Margaret G., CULATTA, Richard A.; TOMPKINS, James R. Students who are
Gifted and Talented. In: ______. Fundamentals of special education: what every teacher
needs to know. Pearson Education, Inc. 2007. p. 370-396.
______. Understanding a lack of motivation to excel. Gifted Child Quarterly, v. 30, p. 66-
69, 1986.
WINNER, Ellen. Crianças Superdotadas: mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998.
ZEIDNER, Moshe; SCHLEYER, Esther Jane. Educational setting and the psychosocial
adjustment of gifted students. Studies in Educational Evaluation, v. 25, n. 1, p. 33-46, 1999.
ANEXOS
no alto da tabela e a pontuação para cada quantidade está indicada no corpo da tabela (parte
sombreada). Por exemplo, ter 01 aparelho de TV a cores vale 02 pontos, ter 02 aparelhos vale
03 pontos e assim por diante.
QUANTIDADE DE CADA ITEM
TIPO DE ITENS
ZERO 1 2 3 4 OU
MAIS
Televisão em cores 0 2 3 4 5
Rádio 0 1 2 3 4
Banheiro 0 2 3 4 4
Automóvel 0 2 4 5 5
Empregada mensalista 0 2 4 4 4
Aspirador de pó 0 1 1 1 1
Máquina de lavar 0 1 1 1 1
Videocassete ou aparelho de 0 2 2 2 2
CD
Geladeira 0 2 2 2 2
Freezer 0 1 1 1 1
Classe Pontos
A1 30-34
A2 25-29
B1 21-24
B2 17-20
C 11-16
D 6-10
E 0-5
242
Instruções
Leia atentamente cada um dos itens que se seguem. Cada um deles apresenta uma ação
ou sentimento (parte grifada) diante de uma situação dada(parte não grifada). Avalie a
frequência age ou se sente tal como descrito no item.
A. NUNCA OU RARAMENTE (em cada 11º situações desse tipo, reajo dessa forma no
máximo 2 vezes).
B. COM PUCA FREQUENCIA (em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 3 a 4
vezes).
C. COM REGULAR FREQUENCIA (em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 5 a
6 vezes).
D. MUITO FREQUENTEMENTE (em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 7 a 8
vezes).
E. SEMPRE OU QUASE SEMPRE (em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 9 a
10 vezes).
http://portal2.saude.gov.br/sisnep/extrato_projeto.cfm?codigo=417121
244
APÊNDICES
4. Nas questões abaixo, preencha os quadros conforme o número de lugares que você
frequenta.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Eu,________________________________________________________________________,
(Nome Completo e Cargo)
Diretor(a) Escolar no Município de Lavras-MG,
Lavras RG_____________________________,
autorizo a aluna de doutorado Cláudia Solange Rossi Martins (RG 24496374-5),
24496374 matriculada
regularmente no Programa de Pós-Graduação
Pós Graduação em Educação Especial, na Universidade Federal
de São Carlos, supervisionada pelo professor doutor Almir Del Prette, a realizar a pesquisa
sobre caracterização do repertório de Habilidades Sociais de adolescentes que frequentam as
escolas regulares neste município. A pesquisadora entregou-me
entregou me um resumo do projeto a ser
realizado e esclareceu-me sobre
bre os objetivos do estudo e as medidas éticas a serem tomadas,
como por exemplo, sigilo dos participantes que serão selecionados e a devolução do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais dos participantes. Para a realização deste estudo
autorizo
izo a aplicação do CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), o Formulário de
Dados Acadêmicos e o Inventário IHSA-Del
IHSA Del Prette aos alunos do Ensino Fundamental II (6º
ao 9º anos) e do Ensino Médio (1º ao 3º ano). Estou ciente do meu direito de obter o relatório
final assim que essa pesquisa for finalizada. A pesquisadora se compromete também em fazer
uma devolutiva por meio de uma palestra aos pais e professores da escola sobre práticas
educativas e habilidades sociais para adolescentes.
_________________________________________________________
_______________________________________________
(Nome e Cargo)
_________________________________________________________
(Cláudia Solange Rossi Martins, pesquisadora)
Seu filho(a) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa sobre caracterização
do repertório de Habilidades Sociais de Adolescentes que frequentam as escolas regulares
neste município e que foram identificados como dotados pelo CEDET. Essa pesquisa está
sendo desenvolvidaa pela doutoranda Cláudia Solange Rossi Martins, sob orientação do
professor Drº Almir Del Prette, da Universidade Federal de São Carlos. O orientador é
docente há muitos anos nesta instituição e pesquisador experiente na área de relacionamentos
sociais, apresentando
presentando livros e artigos publicados sobre o tema.
(a) Os Objetivos deste estudo consistem em: (1) (1) Caracterizar o repertório de
habilidades sociais de adolescentes dotados e talentosos e de seus pares etários não
identificados como dotados e talentosos,
talentosos segundo a própria indicadores;
indicadores (2) Comparar o
repertório de habilidades sociais dos adolescentes dotados e talentosos em relação aos
seus pares etários não identificados como dotados e talentosos;
talentosos; e (3) Relacionar o
repertório de habilidades sociais dos adolescentes
adolescentes dotados e talentosos e de seus pares
etários não identificados como dotados e talentosos às variáveis: nível socioeconômico,
sexo,, idade, série/ ano que cursa na escola regular, participação em outros ambientes
educacionais e tempo de permanência nestes.
(b) A participação do(a) seu(sua) filho(a) não é obrigatória e ele(a) foi selecionado(a)
porque: (1) foi identificado como dotado em uma ou mais áreas ou domínios; (2) tem
idade mínima de 12 anos e máxima de 17 anos; (3) está frequentando o programa no n
CEDET; assim como também (4) está frequentando
freq entando assiduamente a escola regular.
(d) Fica assegurado que serão tomadas medidas de proteção e minimização de riscos
para que a pesquisa transcorra sem afetar o bem-estar
bem estar do(a) seu(sua) filho(a) prevendo
ambiente, condições e clima emocional adequados,
adequados, mediante planejamento e previsão de
estratégias de ação para a superação de imprevistos, falhas de equipamentos e outros que
se fizerem necessários.
(e) Os pais e/ou responsáveis pelo adolescente têm total liberdade de recusar a
autorização ou retirar seu consentimento a qualquer momento da pesquisa, sem qualquer
247
(f) A participação neste estudo não implicará em ônus financeiro ou riscos de caráter
psicológico, físico, acadêmico, intelectual ou de outra natureza social, cultural ou
espiritual ao próprio adolescente ou aos seus pais e/ou responsáveis. Ao contrário, a
caracterização do repertório social de adolescentes não identificados como dotados pode
trazer dados relevantes para uma melhor compreensão de suas reais necessidades sociais,
e também indicar as variáveis no ambiente educacional que contribuem para a promoção
de um repertório social mais elaborado em seus alunos. Todavia, é aceitável que um risco
mínimo relacionado à participação do sujeito na pesquisa seja o desconforto por ficar um
tempo aproximado de 30 minutos dedicados a responder os questionários. Tal
desconforto pode gerar ansiedade em terminar logo devido aos compromissos,
deslocamento para outra localidade ou outros motivos pessoais. Também pode ocorrer o
sentimento de frustração pela incerteza de estar respondendo adequadamente às questões
propostas. A fim de minimizar estes desconfortos, será feita uma consulta à coordenação
da escola a fim de agendar um horário mais propício para este fim, conforme as
possibilidades de cada aluno. Caso algum(ns) não possa(m) comparecer no horário e dia
estipulado, a pesquisadora se propõe a comparecer no dia e horário mais favorável para
que este(s) possa(m) participar. No momento da aplicação dos instrumentos, a
pesquisadora estará presente para quaisquer esclarecimentos ou dúvidas que surgirem no
decorrer do preenchimento dos mesmos, assumindo assim a responsabilidade de dar
assistência integral a quaisquer desconfortos decorrentes dos riscos mínimos previstos.
Este termo visa, portanto, solicitar seu consentimento livre e esclarecido para que
seu(sua) filho(a) participe da presente pesquisa.
248
Declaro que:
Fui informado de que este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos da UNILAVRAS, que funciona na _________ da Universidade
de Lavras, localizada na rua ________________________ Lavras, MG – Brasil. Fone: (35)
_________. Endereço eletrônico:
Recebi uma cópia deste termo onde estão o telefone e o endereço da pesquisadora,
podendo tirar minhas dúvidas sobre o projeto e a participação do(a) meu(minha) filho(a)
agora ou a qualquer momento.
Entendi os termos descritos acima e ofereço o consentimento livre e esclarecido para
que meu(minha) filho(a) participe da presente pesquisa.
_______________________________________________________________
(Assinatura do pai, mãe/ou responsáveis pelo adolescente)
Profa. Msc. Cláudia Solange Rossi Martins Prof. Doutor Almir Del Prette
Estação Ferroviária de Ityrapuan, s/n – Cx. Postal 144. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar
CEP 37.200-000 – Minas Gerais – Brasil. Departamento de Psicologia.
Telefone (35) 3821-9833 (Recado) / (35) 9175-6384 Rodovia Washington Luiz, Km. 235
E-mail: [email protected] CEP 13.565-905 – São Carlos – SP – Brasil.
Telefone: (16)33518447 e (16)33518492
E-mail: [email protected]
249
Seu filho(a) está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa sobre caracterização
do repertório de Habilidades
abilidades Sociais de Adolescentes que frequentam as escolas regulares
neste município e que não foram identificados como dotados pelo CEDET. Essa pesquisa está
sendo desenvolvida pela doutoranda Cláudia Solange Rossi Martins, sob orientação do
professor Drºrº Almir Del Prette, da Universidade Federal de São Carlos. O orientador é
docente há muitos anos nesta instituição e pesquisador experiente na área de relacionamentos
sociais, apresentando livros e artigos publicados sobre o tema.
(e) Os pais e/ou responsáveis pelo adolescente têm total liberdade de recusar a
autorização ou retirar seu consentimento a qualquer momento da pesquisa, sem qualquer
prejuízo pessoal, financeiro, profissional ou qualquer desconforto para si ou para seu(sua)
filho(a) em função desta decisão.
(f) A participação neste estudo não implicará em ônus financeiro ou riscos de caráter
psicológico, físico, acadêmico, intelectual ou de outra natureza social, cultural ou
espiritual ao próprio adolescente ou aos seus pais e/ou responsáveis. Ao contrário, a
caracterização do repertório social de adolescentes não identificados como dotados pode
trazer dados relevantes para uma melhor compreensão de suas reais necessidades sociais,
e também indicar as variáveis no ambiente educacional que contribuem para a promoção
de um repertório social mais elaborado em seus alunos. Todavia, é aceitável que um risco
mínimo relacionado à participação do sujeito na pesquisa seja o desconforto por ficar um
tempo aproximado de 30 minutos dedicados a responder os questionários. Tal
desconforto pode gerar ansiedade em terminar logo devido aos compromissos,
deslocamento para outra localidade ou outros motivos pessoais. Também pode ocorrer o
sentimento de frustração pela incerteza de estar respondendo adequadamente às questões
propostas. A fim de minimizar estes desconfortos, será feita uma consulta à coordenação
da escola a fim de agendar um horário mais propício para este fim, conforme as
possibilidades de cada aluno. Caso algum(ns) não possa(m) comparecer no horário e dia
estipulado, a pesquisadora se propõe a comparecer no dia e horário mais favorável para
que este(s) possa(m) participar. No momento da aplicação dos instrumentos, a
pesquisadora estará presente para quaisquer esclarecimentos ou dúvidas que surgirem no
decorrer do preenchimento dos mesmos, assumindo assim a responsabilidade de dar
assistência integral a quaisquer desconfortos decorrentes dos riscos mínimos previstos.
Este termo visa, portanto, solicitar seu consentimento livre e esclarecido para que
seu(sua) filho(a) participe da presente pesquisa.
251
Declaro que:
Fui informado de que este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos da UNILAVRAS, que funciona na _________ da Universidade
de Lavras, localizada na rua ________________________ Lavras, MG – Brasil. Fone: (35)
_________. Endereço eletrônico:
Recebi uma cópia deste termo onde estão o telefone e o endereço da pesquisadora,
podendo tirar minhas dúvidas sobre o projeto e a participação do(a) meu(minha) filho(a)
agora ou a qualquer momento.
Entendi os termos descritos acima e ofereço o consentimento livre e esclarecido para
que meu(minha) filho(a) participe da presente pesquisa.
_______________________________________________________________
(Assinatura do pai, mãe/ou responsáveis pelo adolescente)
Local e Data
Profa. Msc. Cláudia Solange Rossi Martins Prof. Doutor Almir Del Prette
Estação Ferroviária de Ityrapuan, s/n – Cx. Postal 144. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar
CEP 37.200-000 – Minas Gerais – Brasil. Departamento de Psicologia.
Telefone (35) 3821-9833 (Recado) / (35) 9175-6384 Rodovia Washington Luiz, Km. 235
E-mail: [email protected]
CEP 13.565-905 – São Carlos – SP – Brasil.
Telefone: (16)33518447 e (16)33518492
E-mail: [email protected]
252
• Frequência
Através das Figuras A.1 a A.8 pode-se observar alguns pontos que se distanciam
bastante dos demais, se tornando candidatos a pontos atípicos (outliers). Para dotados,
verifica-se 87 e 135, enquanto que para sem indicadores de dotação 22, 23, 31, 62 e 64. Dessa
forma, para utilizar análise multivariada neste trabalho, foram retirados esses pontos.
• Dificuldade
Com relação às variáveis referente à dificuldade, pode-se observar nas Figuras A.8 a
A.14 pontos que se distanciam dos demais, sendo candidatos a pontos atípicos (outliers). Para
dotados, vetifica-se o ponto 103, enquanto que para sem indicadores de dotação nota-se os
pontos 22, 49, 56 e 61. Sendo assim, para utilizar análise multivariada neste trabalho, foram
retirados estes pontos.
Frequência
Tabela B.1 – Teste de correlação de Pearson para as subescalas de frequência.
F_Total F1_Empatia F2_Autocontrole F3_Civilidade F4_Assertividade F5_Abordagem_Efetiva F6_Desenvoltura_Social
Corr. de
1
FTotal Pearson
P-Valor
Corr. de
,778 1
F1Empatia Pearson
P-Valor ,000
Corr. de
,700 ,426 1
F2Autocontrole Pearson
P-Valor ,000 ,000
Corr. de
,749 ,611 ,456 1
F3Civilidade Pearson
P-Valor ,000 ,000 ,000
Corr. de
,481 ,320 ,094 ,300 1
F4Assertividade Pearson
P-Valor ,000 ,000 ,298 ,001
Corr. de
,622 ,403 ,268 ,310 ,061 1
F5Abordagem Afetiva Pearson
P-Valor ,000 ,000 ,003 ,000 ,502
Corr. de
,657 ,454 ,215 ,388 ,415 ,418 1
F6Desenvoltura Social Pearson
P-Valor ,000 ,000 ,016 ,000 ,000 ,000
261
Dificuldade